geologia

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UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ ENGENHARIA CIVIL. Grupo Cuiabá

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UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

ENGENHARIA CIVIL.

Grupo Cuiabá

CUIABÁ – 2012

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UNIC – UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

ENGENHARIA CIVIL 6 SEMESTRE TURMA B MATUTINO

Fabiane Ferreira da Silva

Grupo Cuiabá

Trabalho sob orientação da

professora MsC. Maria Aparecida

Domingues, tendo como requisito

como nota parcial do 1 bimestre.

Setembro de 2012

CUIABÁ – MT

Introdução

Page 3: geologia

O Grupo Cuiabá compreende uma espessa pilha metassedimentar acumulada

na margem sudeste do Craton Amazônico e afetado pelo Ciclo Orogênico Brasiliano-

Panafricano (~600 Ma). O estudo de afloramentos em perfis regionais, minas abertas

para exploração de ouro e furos de sondagem no Alinhamento Cangas-Poconé

constituem a base para propor uma divisão litoestratigráfica do Grupo Cuiabá nas

formações Campina de Pedras, Acorizal e Coxipó. Ao longo desse alinhamento é

reconhecida uma associação de fácies com predomínio de meta-ritmitos com

dropstones, com uma forte assinatura magnética, denominada aqui como Fácies

Cangas na porção média da Formação Acorizal, possuindo uma provável

cronocorrelação com a Fácies Engenho, ambas depositadas sob forte influência glacial.

Esta litofácies ocorre associada com (meta) conglomerados, arenitos e pelitos e

horizontes subordinados de diamictitos maciços.

Desenvolvimento

Page 4: geologia

Durante o Neoproterozóico (1000 a 542 Ma), a Terra sofreu grandes

mudanças climáticas, que ficaram registradas sob a forma de sucessões de diamictitos

glaciais e carbonatos depositados em muitos locais ao redor do mundo. De acordo com

a hipótese Snowball Earth (Kirschivink, 1992; Hoffman et al., 1998),isto significaria a

alternância de eventos climáticos extremos, como a intercalação de períodos glaciais e

de estufa,de âmbito mundial. Tais eventos glaciais podem ter colaborado com uma

inibição da evolução de filos animais desenvolvidos, que mostram uma rápida

evolução (“Explosão Cambriana”) de metazoários esqueletais após o término dos

eventos glaciais.

Atualmente, são conhecidos pelo menos três eventos glaciais

neoproterozóicos: Sturtiano (~725 Ma), Marinoano (635 Ma) eGaskierano (582

Ma).Dentro deste contexto, foram encontrados, na porção norte da Faixa Paraguai

(Estado do Mato Grosso),diamictitos sobrepostos aos carbonatos pós-Marinoanos do

Grupo Araras. A primeira descrição destas rochas incluía uma camada de pelitos com

alguns clastos esparsos, com ocorrência de manganês, depositados sobre o Grupo

Araras. A sucessão completa só veio a ser identificada por Figueiredo et al. (2004), que

apontou evidências glaciais relacionadas aos diamictitos. Sua posição estratigráfica

distinta, litologia característica e mapeabilidade na escala de 1:250.000 requer o

estabelecimento de uma nova unidade estratigráfica, denominada Formação Serra

Azul (Figueiredoet al., 2005; Alvarenga et al., 2007).

A Faixa de Dobramentos Paraguai, localizada na borda sudeste do Craton

Amazônico, é composta de rochas sedimentares depositadas sobre uma margem

passiva durante o Neoproterozóico, submetidas a dobramento durante a Orogênese

Brasiliana, no Cambriano Inferior. A litoestratigrafia da porção norte da Faixa Paraguai

(Figura 2) inclui as unidades: Grupo Cuiabá, Formação Puga, Formação Bauxi, Grupo

Araras e Grupo Alto Paraguai.

De acordo com Claudia tokashiki, há muito tempo nota-se o grande interesse

despertado pelas rochas que compõem o Grupo Cuiabá, haja vista a farta literatura,

iniciada no século XIX com o Conde Francis de Castelnau (1857) e Evans (1894).

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Estudos posteriores foram realizados por Almeida (1948, 1954, 1964, 1965, 1974,

1984, 1985), Vieira (1965), Figueiredo et al. (1974), Ribeiro Filho et al. (1975), Olivatti

(1976), Luz et al. (1980), Barros et al. (1982), Alvarenga (1984 e 1988), Alvarenga &

Saes (1992), Alvarenga & Trompette (1993), assim como monografias de conclusão do

curso de Geologia da UFMT (Freitas inédito) e (Leão & Dall'Oglio inédito), dissertações

de mestrado (Silva 1999), teses de doutoramento (Alvarenga 1990) e relatórios de

pesquisas realizadas por empresas de mineração interessadas em avaliar o potencial

aurífero da região da Baixada Cuiabana. O Grupo Cuiabá é constituído por

metassedimentos clásticos com pequena contribuição química e vulcânica, afetado por

várias fases de deformações e metamorfizado na fácies xistos verdes

Os Grupos Cuiabá e Nova Xavantina apresentam uma evolução estrutural do

tipo polifásica, evidenciada pelo registro de três (Luz et al., 1980) ou quatro fases de

deformação (Alvarenga, 1990). A fase D1, a mais importante no rearranjo tectônico, é

responsável pelo desenho dos principais dobramentos regionais, que invariavelmente

são inversos ou recumbentes e associam-se às zonas de cavalgamento de baixo a

médio mergulho, descrevendo expressivos transportes crustais para sudeste ou sul,

em direção oposta ao Craton Amazônico. A foliação S é penetrativa, mostrando

direções que variam conforme o traçado curvilíneo do cinturão, de N para NEE. Falhas

direcionais do tipo transcorrentes e veios de quartzo auríferos, ambos ortogonais ao

trend da Faixa Paraguai, são correlacionadosà fase D1. A fase D2, menos intensa,

provoca redobramentos assimétricos e clivagens de crenulação plano-axial (S2),

commergulhos entre 40º e 60º para E até S. A fase D3 caracterizase pela formação de

dobras abertas e sanfonadas, com traço axial perpendicular ao trend do cinturão.

O Grupo Cuiabá constitui-se de uma expressiva associa-ção de sedimentos,

metamorfoseados em grau baixo, nomáximo alcançando a zona da biotita, na fácies

xisto-verdes.Coube a Luz et al. (1980) a principal tentativa de individualizar as

principais unidades que compõem este grupo, identificando, ao todo, oito

subunidades. Os litotipos dominantes são metarenitos, metarcóseos, metadiamictitos,

filitossericíticos, metamargas, metacalcáreos, filitos carbonosose formações ferríferas.

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O Grupo é o substrato mais importante da Bacia do Bento Gomes. De acordo

com Almeida (1948, citado por Franco & Pinheiro, 1982), o Grupo Cuiabá consiste de

rochas de baixo grau de metamorfismo, constituídas predominantemente por filitos

com intercalações de quartzitos. É formado, da base para o topo, por pelitos ricos em

matéria orgânica e dolomitos sobrepostos por sedimentos glaciomarinhos e

turbidíticos, como diamictitos, conglomerados, arenitos e folhelhos. Esta sucessão

grada lateralmente para as formações Puga e Bauxi.

A Formação Bauxi é composta por diamictitos glaciais intercalados com

camadas de siltitos, quartzitos e conglomerados, Já a Formação Puga é composta

principalmente por diamictitos glaciais depositados na área cratônica. Embora dados

geocronológicos inexistam, estes depósitos glaciais são amplamente relacionados à

Glaciação Marinoana.

Ao longo dos trabalhos de mapeamento geomorfológico realizados através

do Projeto RADAMBRASIL (Franco & Pinheiro, 1982) foram identificadas nove unidades

geomorfológicas na região, destacando-se a unidade denominada Planícies e Pantanais

Matogrossense, que os autores descreveram como sendo um enorme anfiteatro

voltado para oeste. Esta unidade foi subdividida em oito Pantanais, individualizados

por suas características morfogenéticas (altimetria relativa, litologia e pedologia) e

botânicas: Pantanal do Corixo Grande-Jauru-Paraguai, do Cuiabá-Bento Gomes-

Paraguaizinho, do Itiquira-São Lourenço - Cuiabá, do Taquari, do Negro, do Miranda-

Aquidauana, do Jacadigo-Nabileque, e de Paiaguás. Toda a discussão relativa à

incorreção do uso do termo Pantanal (uma vez que não se trata de uma área com

características pantanosas) e às diferentes propostas de subdivisões da região foi

extensamente relatada por da Silva (1990). O principal fato é que embora toda a área

esteja submetida a uma gênese comum, caracterizada pelo processo de acumulação, a

diferente disposição dos sedimentos confere características distintas a cada

subunidade.

O Grupo Cuiabá constitui uma seqüência de metassedimentos dobrados que

integra a unidade tectônica denominada de Faixa Paraguai, cujo desenvolvimento está

relacionado ao ciclo Pan-Africano/Brasiliano (1.000-500Ma.). As primeiras referências

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sobre essas rochas devem-se a Evans (1894) que denominou de Cuiabá Slates as

ardósias com clivagens e deformações bem acentuadas aflorantes no Rio Paraguai,

próximo a São Luiz de Cáceres (Vila Maria) em direção norte-nordeste, a leste de

Diamantino e oeste das águas superiores do rio Cuiabá,Estado de Mato Grosso.

De acordo com MARINI. (1984), o nome Cuiabá foi primeiramente

empregado por EVANS (1894) e incorporado na literatura por ALMEIDA (1945, 1954,

1964 e 1965). É constituído por metamorfitos de baixo grau, facies xisto-verde, com

predomínio de filitos, micaxistos e, subordinadamente, quartzitos e metagrauvacas,

mármores calcíticos e dolomíticos, calcários e metaconglomerados. Os xistos

classificam-se petrograficamente micaxistos, quartzosos ou feldspáticos, raramente

em calco-xistos. Veios de quartzo são ubíquos nessas rochas e mostram-se tanto

concordantes como discordantes da foliação regional. São observadas passagens

gradacionais de mica xistos para filitos e quartzitos e, com menor freqüência, para

metarcóseos e metagrauvacas. Filitos grafitosos e hematíticos ocorrem não tão

raramente.

Almeida (1965) ainda identificou na Faixa Paraguai três estágios tectono-

estratigrá-ficos: inferior, médio e superior, referentes às variações dos processos de

sedimentação influenciados pela evolução miogeossinclinal. O referido autor ainda

reportou as rochas do Grupo Cuiabá, como sendo de depósitos de flysch, originados

por correntes de turbidez relacionadas com deslizamentos submarinhos havidos nos

fundos instáveis do geossinclineo.

Guimarães & Almeida (1972) reconheceram cinco conjuntos de rochas

separáveis e empilhadas estratigraficamente dentro do Grupo Cuiabá, sendo da base

para o topo: Metaconglomerados e quartzitos; Filitos e filitos ardosianos; Quartzitos;

Metagrauvacas e metarcóseos, englobados no Grupo Cuiabá indiferenciado;

Metassedimentos periglaciais denominados de Formação Coxipó

O Grupo Cuiabá compreende uma espessa pilha metassedimentar

acumulada na margem sudeste do Craton Amazônico e afetado pelo Ciclo Orogênico

Brasiliano-Panafricano. O estudo de afloramentos em perfis regionais, minas abertas

para exploração de ouro e furos de sondagem no Alinhamento Cangas-

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Poconé, constituem a base para propor uma divisão litoestratigráfica do Grupo

Cuiabá nas formações Campina de Pedras, Acorizal e Coxipó. Ao longo desse

alinhamento é reconhecida uma associação de fácies com predomínio de meta-

ritmitos com dropstones, com uma forte assinatura magnética, denominada aqui como

Fácies Cangas na porção média da Formação Acorizal, possuindo uma provável

cronocorrelação com a Fácies Engenho, ambas depositadas sob forte influência

glacial. Esta litofácies ocorre associada com (meta) conglomerados, arenitos e pelitos e

horizontes subordinados de diamictitos maciços. Esta sucessão é sugestiva da

acumulação em ambiente marinho glacialmente influenciado. Os meta-ritmitos são

interpretados como depositados durante um longo período de deglaciação, elevação

eustática do nível do mar e liberação de clastos grosseiros de massas de gelo

flutuantes (icebergs). A pilha sedimentar foi afetada pelo metamorfismo regional em

fácies xistos verde, alcançando Zona da Biotita, deformada em dobras recumbentes e

submetida a intensa atividade hidrotermal durante as ultimas fases de

deformação, com remobilizaçao de veios de quartzo, sericitizaçao, sulfetação e fluidos

carregando ouro. A mineralização aurífera é considerada como o produto de uma

combinação de fatores, todos contribuindo para o trapeamento do fluxo dos fluidos

hidrotermais, tais como a baixa permeabilidade das rochas encaixantes, a posição

estrutural transversal à trajetória do fluxo hidrotermal e o retrabalhamento de um

embasamento granito-greenstone fértil na borda sudeste do Cráton Amazônico.

Ao sul e norte de Nova Xavantina, no lado oeste da BR-158, escavações para

retirada de pavimento detrítico laterizado, que cobre o Grupo Cuiabá, para pavimentar

obras viárias, acarretaram processos de ravinamento e voçorocamento, como nas

estações geológicas RB-375-62 e 92

Oliveira & Leonardos (1943) utilizaram o termo Série Cuiabá ao caracterizar

os filitos ardosianos e conglomerados xistosos subordinados, aflorantes nos arredores

de Cuiabá, subdividiram o Grupo Cuiabá, na Baixada Cuiabana, em nove subunidades

lito-estratigráficas, denominando-as informalmente de 1, 2, 3, 4; 5, 6, 7, 8 e uma

indivisa.

NPcu1 - Subunidade 1 - filitos sericíticos, com intercalações de filitos e

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metarenitos, algo grafitosos;

NPcu2 - Subunidade 2 - metarenitos arcoseanos, metarcóseos e filitos

grASFitosos, com intercalações de metarenitos e lentes de mármores calcíferos. Os

filitos grASFitosos mostram acamadamento com preservação de estruturas

sedimentares sob a forma de lentes estiradas isoladas (wavy) ou conectadas (linsen) de

arenito muito fino;

Ncu3 - Subunidade 3 - filitos, filitos conglomeráticos, metaconglomerados,

metarcóseos, metarenitos, quartzitos, com lentes de filitos e mármores calcíferos,

além de níveis de Geologia e Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso98 hematita;

Ncu4 - Subunidade 4 - metaparaconglomerados (metadiamictitos)

petromíticos, com clastos de quartzo, feldspato, quartzito, rochas graníticas e máficas

e raras intercalações de filitos e metarenitos;

NPcu5 - Subunidade 5 - filitos e filitos sericíticos, com intercalações e lentes

de metaconglomerados, metarenitos finos a conglomeráticos e metarcóseos;

NPcu6 - Subunidade 6 - filitos conglomeráticos, mataparaconglomerados

(metadiamictitos) com clastos de quartzo, filitos e quartzitos e intercalações

subordinadas de metarenitos;

NPcu7 - Subunidade 7 - metaparaconglomerados (metadiamictitos)

petromíticos, matriz areno-argilosa, com clastos de quartzo, quartzito, calcário, rochas

máficas e graníticas e raras intercalações de filitos;

NPcu8 - Subunidade 8 - mármorescalcíticos e dolomíticos, margas e filitos

sericíticos; e

NPcui - Subunidade Indivisa -quartzitos, metarenitos, filitos e filitos

conglomeráticos

O ambiente deposicional do Grupo Cuiabá para as subunidades 1, 2, 3, 5 e 6

sugerem ser marinho com instabilidades tectônicas que deram origem a correntes de

turbidez com conseqüente fluxos de lamas e deposição de turbiditos com

intercalações de rochas carbonáticas que repressentariam períodos de calma

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tectônica. As subunidades 4 e 7 representariam um ambiente de sedimentação glácio-

marinho, provavelmente associado a grandes massas de gelo flutuantes(Luz et al.,

1980). Alvarenga et al.(2000) propõem uma zonação sedimentar, tectônica e

metamórfica para a Faixa Paraguai, caracterizada pelos seguintes compartimentos, de

oeste para leste: 1- Zona cratônica com estratos subhorizontais;

2- Zona pericratônica com dobras holomórficas de grande amplitude e

extensão;

3- Zona bacinal profunda, metamórfica, com dobras e empurrões com

vergência para oeste e intrusões graníticas.

A Depressão Cuiabana apresenta três unidades morfológicas, uma com

dissecação média a forte, amplitude média e controle estrutural da faixa de

dobramentos, denominada Depressão Dissecada, constituída por formas dissecadas

em colinas morrotes e morros. Outra unidade morfológica caracteriza-se por formas

de relevo com suave dissecação, pequena amplitude, baixa declividade, baixa

densidade de drenagem e amplos interflúvios denominada Depressão Pediplanada,

sendo constituída por pedimentos em forma de rampas com a presença de dois

inselbergs, sugerindo que a denudação da unidade deu-se em paleoclima árido.

Na Depressão Cuiabana identifica-se também a presença de uma unidade

morfológica de origem agradacional, representada pela planície de inundação do Rio

Cuiabá, caracterizada por uma superfície plana, sujeita à inundação durante as cheias

excepcionais.

O solo, no geral, apresenta uma crosta laterítica cimentando fragmentos de

quartzo de veios. Quando a crosta laterítica não está presente, domina solo argiloso,

vermelho, com espessura de 1 a 3 m. Erosão concentrada é desencadeada quando

ocorre remoção da crosta laterítica, normalmente utilizada como material de

empréstimo para cascalhar estradas. No trecho da BR 156, entre Nova Xavantina e

Água Boa, dentro de litotipos Cuiabá, tem-se vários pontos onde esta situação pode

ser constatada, o Grupo Cuiabá encontra-se coberto por pavimentos detríticos

laterizados com grande quantidade de fragmentos de veios de quartzo. Por se tratar

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de área com afloramentos contínuos por até 30 km, foi individualizado o Grupo Cuiabá

com Cobertura Laterítica.

O Grupo Cuiabá é constituído por metassedimentos clásticos com pequena

contribuição química e vulcânica, afetado por várias fases de deformações e

metamorfizado na fácies xistos verdes Almeida (1948) descreveu a Série Cuiabá como

composta por metassedimentos de baixo grau metamórfico, predominantemente

filitos com intercalações de quartzitos, ambos cortados por veios de quartzo ligados à

intrusão granítica de São Vicente.

A grande quantidade de ocorrências de ouro no Grupo Cuiabá é uma prova

incontestável da favorabilidade desta unidade para este metal. Existem várias gerações

de quartzo no Grupo Cuiabá, onde alguns veios estão associados a descontinuidades

estruturais e outros parecem refletir remobilização metamórfica. Neste contexto,

admite-se que as rochas do Grupo Cuiabá possuam um estoque aurífero que é

reconcentrado nos veios de quartzo; vulcânicas e filitos grafitosos, que ocorrem na

região de Nova Xavantina, poderiam assumir este papel (PINHO, 1990). A

mineralização de Au no Grupo Cuiabá está associada com a fácies metamórfica da

clorita, que representa um guia de prospecção. Do ponto de vista previsional, os

folhelhos negros podem ser ainda fonte para mineralizações de molibdênio e

platinóides.

No decorrer dos últimos três séculos a produção de ouro na Baixada

Cuiabana oscilou em função da valorização do metal no mercado nacional e/ou

internacional. No período entre 1983 e 1985 uma grande corrida ao ouro levou à

abertura de novas áreas de exploração, com lavras em lateritas e posteriormente em

veios de quartzo encaixados em rochas do Grupo Cuiabá, o que tornou necessário um

melhor conhecimento dos controles estruturais e litológicos desses depósitos.

As primeiras descobertas de ouro na Baixada Cuiabana datam do século XVIII,

quando bandeirantes acharam o metal às margens do rio Coxipó e posteriormente no

córrego da Prainha, nas encostas do morro do Rosário (atual centro da cidade de

Cuiabá). O ouro ocorria de forma irregular em aluviões e em,veios de quartzo, sendo

de tal forma abundante que a produção em um único dia atingiu 8.340 gramas (Corrêa

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Filho 1969), mas caiu abruptamente após terem sido lavrados os depósitos aluvionares

mais ricos. Tal fato, somado ao aumento da população, ao alto custo de vida e ao rigor

do fisco, provocou a dispersão de grande parte da população de Cuiabá, que então, se

estabeleceu em sua circunvizinhança e posteriormente em locais mais distantes, a

oeste.

Luz et alii (1980, apud Barros et alii 1982) descrevem três modos distintos de

ocorrência de ouro no Grupo Cuiabá: em veios de quartzo, em elúvio-coluviões e em

aluviões. O ouro que ocorre em veios de quartzo, discutido anteriormente, atualmente

se constitui como o principal tipo em exploração. A ocorrência do tipo elúvio-

coluvionar, de menor importância em termos de quantidade disponível, fornece ouro

como subproduto da extração de cascalho para a construção civil. O tipo aluvionar de

jazimento constituiu a principal fonte do metal garimpado no passado, por ocorrer na

superfície dos solos das planícies de inundação.

As feições estruturais observadas nas rochas do Grupo Cuiabá na Baixada

Cuiabana, em escala micro, meso e macroscópica permitiram caracterizar com base

em critérios de superposição, o efeito de quatro fases de deformação. Dentre as

estruturas identificadas na área, destaca-se a foliação principal que ao longo de uma

seção de NW para SE, varia de mergulho íngreme para SE, passando por vertical, até

alcançar mergulho para NW. Esta variação parece estar acompanhada de um aumento

na intensidade da deformação de NW para SE e mudança da orientação da lineação de

estiramento. Com base na variação da atitude da foliação principal a área é dividida

em dois domínios para facilitar a descrição de suas estruturas: Domínio NW (DNW),

onde a foliação Sn mergulha para SE, e Domínio SE (DSE) no qual a foliação mergulha

para NW (Silva 1999). O exame das rochas do Grupo Cuiabá é dificultado pelo alto grau

de alteração, visto que a maior parte dos afloramentos está alterada ou encoberta, ora

por uma capa de laterita, ora por sedimentos recentes, sendo extremamente rara a

exposição de rocha sã.

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A Formação Campina de Pedras é adotada segundo o conceito de Freitas

(inédito) englobando as subunidades 1 e 2 de Luz et al. (1980) e correspondendo à

Unidade Inferior de Alvarenga (1988). Sua denominação foi estabelecida em referência

ao vilarejo situado no núcleo e flanco NW da Antiforme do Bento Gomes no município

de Poconé (Freitas inédito) e é constituída da base para o topo por espessa (> 2.000m)

seqüência deposicional granocrescente de filitos, filitos grafitosos, intercalações de

metarenitos com ciclos de Bouma incompletos, mármores calcíticos e metagrauvacas

feldspáticas. A análise da faciologia da Formação Campina de Pedras sugere

fortemente um contexto deposicional de lagos profundos, em clima tropical a semi-

árido, assoreados por deltas que carreavam detritos do Cráton Amazônico expostos

nas ombreiras de bacias tipo rifte, instaladas nos primórdios da fragmentação do

Supercontinente Rodínia (<1,0Ga) (Unrug 1997, Brito Neves 1999). Esta seqüência está

separada das subunidades sobrepostas por contato brusco e notável mudança

litológica, configurando importante quebra no regime deposicional e climático,

provavelmente envolvendo discordância estratigráfica (como a que separa os

sedimentos lacustres da Fase Rift daqueles da Fase Drift das bacias cretácicas da

margem atlântica da América), atualmente mascarada pela intensa deformação de

ambos os conjuntos.

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A Formação Acorizal (Almeida 1964) é correlacionada com as sub-unidades

3, 4 e 5 de Luz et al. (1980) e à Fácies Intermediária da Unidade Média Turbidítica

Glácio- marinha de Alvarenga (1988). Empresta o nome da cidade situada a cerca de

70km a norte de Cuiabá, denominação esta anteriormente adotada por Almeida (1964)

como unidade basal do Grupo Jangada, abrigando ainda as formações Engenho, Bauxi

e Marzagão. É composta predominantemente por depósitos gradacionais rítmicos de

(meta) conglomerados+arenitos+pelitos, com intercalações subordinadas de meta-

ritmitos com clastos pingados, quartzitos e metadiamictitos maciços. Os

metadiamictitos são variados quanto ao seu aspecto, destacandose um nível marcante

pela coloração cinza-arroxeada da sua matriz, que se estende desde Jangada, onde

apresenta espessura estimada de cerca de 300m, até próximo ao trevo de Sete Porcos

na Br-070, onde possui espessuras da ordem de alguns metros, desaparecendo por

completo nos arredores de Cuiabá e Poconé. Este nível de metadiamictitos foi

registrado por Almeida (1964), que lhe atribuiu a denominação de Formação Engenho

(aqui redefinida como Fácies Engenho), constituinte do Grupo Jangada e

individualizado por Luz et al. (1980) como sub-unidade 4. Os meta-ritmitos com clastos

pingados do alinhamento Cangas-Poconé são aqui denominados de Fácies Cangas e

interpretados como variação faciológica cronocorrelata da Fácies Engenho, em virtude

da sua posição estratigráfica (contato entre as sub-unidades 3 e 5 de Luz et al. 1980) e

conspícuo caráter glaciogênico de ambas. A Formação Acorizal recobre a Unidade

Campina de Pedras em aparente discordância e representa a pilha sedimentar

gláciomarinha acumulada em uma margem continental do tipo Atlântico,

documentando os depósitos da Fase Drift da evolução tectônica da Margem Paraguai.

A Formação Coxipó (Guimarães & Almeida 1972) é composta

predominantemente de filitos conglomeráticos, metarenitos, quartzitos, mármores e

metadiamictitos petromíticos, ressaltando-se uma considerável variação litológica em

toda a sua extensão. Corresponde parcialmente à Formação Marzagão de Almeida

(1964), às sub-unidades 6 e 7 de Luz et al. (1980) e à Fácies Proximal da Unidade

Turbidítica Glácio-marinha de Alvarenga (1988). Abriga também a Fácies Guia

(mármores calcíticos e dolomíticos aflorantes na Sinclinal da Guia) e os quartzitos que

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formam o alinhamento de serras que se estende da Serra de São Vicente até Barão de

Melgaço (Fácies Mata-Mata).

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Conclusão

Com a elaboração do trabalho com o tema sobre o tema grupo de Cuiabá, pude

compreender desde a formação, de como de seu início aos grupos e sub-grupos, a

maneiras de extrações, como eles são divididos e o porque

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Bibliografia

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