Geologia Do Ne Paraense

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13 de janeiro PESQUISA GEOLÓGICA DE CAMPO GEOLOGIA NE-PA UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS FORMAIS Geologia Regional (Descrição resumida das Unidades Litológicas da Região Nordeste do Pará – Cráton São Luís, Domínio Gurupi e coberturas fanerozóicas) 1 Cráton São Luís 1.1 Grupo Aurizona Pastana (1995) foi quem primeiro denominou esta unidade. A mesma consiste em uma seqüência metavulcano- sedimentar metamorfisadas em fácies xisto verde, localmente fácies anfibolito, compostas por xistos de naturezas diversas, filitos, quartzitos, rochas metapiroclásticas, metachert e algumas rochas metaultramáficas, havendo larga predominância de termos paraderivados em relação aos ortoderivados. Suas rochas apresentam xistosidade e ocorre somente no domínio São Luís (Klein & Moura, 2003). Pastana (1995) posicionou a unidade no amplo intervalo Arqueano-Paleoproterozóico. Klein & Moura (2003), com dados geocronológicos mais precisos, definiram sua idade no Arqueano . 1.2 Suíte Intrusiva Tromaí A unidade foi primeiramente definida por Costa et al. (1997), que a denominou Associação Anorogênica Tromaí. Mais tarde Pastana (1995) a redefiniu como suíte Tromaí e a

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GEOLOGIA DE TERRAS PARAENSE

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13 de janeiro

PESQUISA GEOLGICA DE CAMPO

GEOLOGIA NE-PA

UNIDADES LITOESTRATIGRFICAS FORMAIS

Geologia Regional (Descrio resumida das Unidades Litolgicas da Regio Nordeste do Par Crton So Lus, Domnio Gurupi e coberturas fanerozicas)

1 Crton So Lus

1.1 Grupo Aurizona

Pastana (1995) foi quem primeiro denominou esta unidade. A mesma consiste em uma seqncia metavulcano-sedimentar metamorfisadas em fcies xisto verde, localmente fcies anfibolito, compostas por xistos de naturezas diversas, filitos, quartzitos, rochas metapiroclsticas, metachert e algumas rochas metaultramficas, havendo larga predominncia de termos paraderivados em relao aos ortoderivados. Suas rochas apresentam xistosidade e ocorre somente no domnio So Lus (Klein & Moura, 2003).

Pastana (1995) posicionou a unidade no amplo intervalo Arqueano-Paleoproterozico. Klein & Moura (2003), com dados geocronolgicos mais precisos, definiram sua idade no Arqueano.

1.2 Sute Intrusiva Troma

A unidade foi primeiramente definida por Costa et al. (1997), que a denominou Associao Anorognica Troma. Mais tarde Pastana (1995) a redefiniu como sute Troma e a descreveu como constituda por intruses granitides polifsicas e de dimenses batolticas, restrita ao domnio So Lus.

Para Klein & Moura (2003), um conjunto vulcano-plutnico constitudo por tonalitos, trondhjemitos e granodioritos equigranulares e porfirticos apresentando texturas e mineralogias gneas bem preservadas. Os granitides Troma so calcico-alcalinos e metaluminosos. A subunidade Granito Areal (fase mais evoluda do magmatismo Troma) constituda por sienogranitos e monzogranitos. Os mesmos autores datama Sute no Arqueano.

1.3 Sute Intrusiva Tracuateua

Segundo Klein & Moura (2003), foi designada por Costa (2000). O Mesmo reuniu nessa sute os corpos granitides intrusivos de Tracuateua, Mirasselvas e Tauari, que afloram prximo cidade de Bragana (PA). Segundo Lowell (1985), a sute caracteriza-se pela presena de rochas isotrpicase foliadas, com biotita e muscovita e portam enclaves de xistos e migmatitos. Dataes Rb-Sr em rocha total e K-Ar em muscovita e anfiblio situam a sute no intervalo 1906 e 2056 milhes de anos (Ma) (Harley et al., 1967; Wanderley F, 1980). J Palheta (2001) determinou em Zr as idades no Arqueano.

2 Domnio Gurupi

2.1 Complexo Maracaum

Klein & Moura (2003) afirmam que este complexo foi inicialmente definido por Costa et al. (1997) como Associao Metamrfica Maracaum, sendo constituda por gnaisses e migmatitos de composio grantica e tonaltica portadores de enclaves anfiblicos. Abreu et al. (1980) renomearam a unidade para complexo Maracaum e a posicionaram no Arqueano. Pastana (1995) diz que essa formao representa pores mais basais da crosta, aflorando em contato tectnico com as demais unidades de domnio. A constituio litolgica do domnio determinada por ortognaisses de composio tonaltica, trondhjemtica e granodiortica, alm de paragnaisses, mostrando efeitos variados de migmatizao, tendo suas rochas atingido condies metamrficas de fcies anfibolito mdio e alto. Uma pequena parte desse complexo aflora no nordeste do Par. Dados Rb-Sr em rocha total (Hurley et al., 1968) acusaram idades entre 580 e 800 Ma. Entretanto, o posicionamento da unidade foi mantido no Arqueano (Pastana, 1995).

2.2 Kinzigito Marajupema

Para Pastana (1995), a unidade Kinzigito Marajupema ocorre prximo ao contato entre o complexo Maracaum e o Grupo Gurupi. Pastana reuniu nesta unidade Quartzitos feldspticos portadores de cordierita, granada, muscovita, biotita e plagioclsio, associados a muscovita-quartzitos. O seu posicionamento no contato entre rochas metassedimentares do Grupo Gurupi e gnaisses do Complexo Itapeva (nova designao do Complexo Maracaum) sugere que esta unidade consiste em lentes de quartzito de fcies anfibolito associadas a uma dessas unidades, sem a necessidade de representar uma unidade autnoma (Klein & Moura, 2003). Dados preliminares em zirco obtidos pelos mesmos autores indicam que a unidade seja provavelmente Paleoproterozica.

2.3 Grupo Gurupi

Este grupo foi primeiramente denominado por Francisco et al. (1991), que dizia pertencer s rochas tanto ao Domnio So Lus quanto ao domnio Gurupi. Foi Pastana (1995) quem restringiu sua ocorrncia ao domnio Gurupi. Costa (2000) descreveu o grupo e o dividiu em trs formaes: Rio Piritor, Jaritequara e Vila Cristal, de nordeste para sudeste, ao longo do rio Piri. Sua litologia representada por rochas metavulcano-sedimentares metamorfisadas (como xixtos, anfibolitos, etc.). A mineralogia representada por feldspato, granada, cloritide, estaulorita, epidoto, anfiblios, etc. Sua estrutura mostra-se geralmente bandada. No que diz respeito ao contato, rochas flsicas, intermadirias e mficas ocorrem intercaladas com rochas sedimentares. Outras relaes de contato importantes so com o granitide Japiim e Canto e por falhamento com a formao Piri (Klein & Moura, 2003). Os mesmos atribuem a este grupo a idade do Arqueano ao Paleoproterozico.

2.4 Granito Maria Suprema

O Granito Maria Suprema foi definido por Pastana (1995), ocorrendo de forma intercalada com as rochas do complexo maracaum, como nico corpo alongado de leucogranito, composto por minerais como quartzo, feldspato, biotita e muscovita, zirco, apatita e tambm andaluzita. Para Klein & Moura (2003), um granitide estratide sincolisional (peraluminoso, tipo S), sendo milonitizado. Apresenta estrutura gnissica xistosa. Suas relaes de contato so com as rochas do Complexo Maracaum e datam a formao do Paleoproterozico.

2.5 Granitides Peraluminosos Ourm, Jonasa e Japiim

Uma srie de granitides (Ney Peixoto, Ourm, Jonasa, Japiim e Canto) de forma sub-arredondada a irregular que ocorrem no domnio Gurupi ou como janelas erosivas em meio cobertura sedimentar fanerozica. Palheta (2001), usando dataes em zirco e Sm-Nd em rocha total, demonstrou que apenas o granito Ney Peixoto Neoproterozico. Os demais so Paleoproterozicos. Os granitos Ourm, Jonasa e Japiim so portadores de biotita e muscovita. A composio variada, sendo o corpo Ourm formado por granitos, Jonasa por Monzogranitos e granodioritos e japiim por leucosienogranitos a granodioritos, portadores de enclaves microgranulares bandados com duas micas e, s vezes, com granada (Costa, 2000). Apresentam-se foliados segundo NNW-SE, com mergulhos altos para WSW, indicando a influncia de transcorrncia oblqua.

2.6 Granitide Canto

O granitide Canto ocorre circunscrito entre rochas do grupo Gurupi , e era considerado representante da Sute Brasiliana (Klein& Moura, 2003). um biotita-monzogranito desprovido de mica branca primria. Apresenta pouca deformao e possui enclaves similares quelas do Grupo Gurupi. Dados de Costa (2000) e Palheta (2001) demonstram que o granitide Canto petrogrfica, composicional, estrutural e cronologicamente distinto daqueles granitides pelaluminosos, aos quais era relacionado. Observa-se que essas caractersticas, incluindo idade, so sugestivamente similares s descritas para o granito Areal, no Proterozico.

2.7 Nefelina Sienito-Gnaisse Boca Nova

Trabalho realizado por Klein & Moura (2003) afirma que sua designao atual devida Costa (2000) e antes era reconhecido como Litchfieldito Boca Nova por Jorge-Joo (1980). Constitui-se em um corpo de forma irregular, recoberto por sedimentao fanerozica que impede a visualizao das relaes de canto com as rochas encaixantes.

uma intruso alcalina sientica metamorfisada e deformada, apresentando estrutura gnissica e migmatizao restrita. Mineralogicamente constitudo por albita, feldspato alcalino, nefelina e biotita, alm de acessrios (Villas, 1982; Costa, 2000). Jorge-Joo (1980) reportou idade K-Ar (biotita) de 580 10 Ma enquanto Villas (1982) 0bteve idade isocrnica Rb-Sr em rocha total de 723 30 Ma que interpretou como idade de rejuvenescimentos de intruso anorognica. Logo, esta unidade tem sido posicionada tanto no Neoproterozico como no Mesoproterozico (Abreu et al., 1980; Costa, 2000).

2.8 Granito Ney Peixoto

considerado por Klein & Moura (2003) como integrante da sute Brasiliana, baseado em idade isocrnica Rb-Sr em rocha total determinada por Villas (1982). At o momento, a nica unidade formada no Neoproterozico, o que foi comprovado pela idade em zirco de 549 4 Ma (Palheta, 2001). Esse mesmo autor determinou idades modelo Sm-nd. Consiste em um nico corpo recoberto por sedimentos fanerozicos, sem relaes de contato visveis com suas rochas encaixantes. Por sua posio geogrfica e idade provvel que seja intrusivo nas rochas do Grupo Gurupi. Descries de Costa (2000), Palheta (2001) e Villas (2001) mostram que se constitui de granitos com duas micas, de granulao dominantemente mdia, podendo apresentar pores pegmatides e so foliados segundo NNW-SE. Caractersticas qumicas apresentadas por Villas (2001) mostram assinaturas peraluminosas, com padres de terras raras moderadamente fracionadas e com forte anomalia negativa de Eu. Utilizando-se de vrias caractersticas e contextos, Villas (2001) admite misturas de fontes sedimentares e gneas para o magma gerador do granito Ney Peixoto e sugere ambiente de coliso continental para sua colocao.

3 Coberturas Fanerozicas

3.1 Arenito do Guam

Segundo Torres (1985), quem primeiro obteve informaes sobre o arenito, na regio de So Miguel do Guam foi Kraatz Koschlau (1900) no seu Zwischen Oceanus Guam, descrevendo como Quartzischer Sandstein. Sua litologia formada por arenitos de colorao branca a amarelada e de granulao fina a mdia. Apresenta uma mineralogia orto-quartztica, com gros de quartzo, quartzito milontico e ultramilontico. Contendo zirco e turmalina como acessrios. Sua estratificao totalmente macia e seus gros mal selecionados (polimodal), porm bem arredondados, com muitos gros esfricos e aproximadamente esferoidais. A rocha macia e pouco frivel facilmente identificada pela presena de bioturbaes de equinofsseis e grnulos disseminados. Suas relaes de contato so discordantes com os sedimentos do Grupo Barreiras e Ps-Barreiras.

As Ocorrncias do Arenito do Guam afloram no municpio de So Miguel do Guam (PA), por vezes encontram-se afloramentos nas margens do rio Guam, rio Irituia e igaraps afluentes do rio Capim. A unidade foi datada por Torres (1985) no Eopaleozico, sendo esta idade duvidosa, pois faltam elementos paleogeolgicos que possam servir de base para uma datao mais precisa.

3.2 Formao Piri

Esta formao foi denominada por Costa et al. (1975). Os afloramentos da Formao Piri esto localizados entre as cidades de Santa Luzia do Par e o limite Leste da Folha Castanhal. Suas maiores exposies so verificadas ao longo do rio Piri (ltimo rio antes da fronteira Par-Marano), que empresta seu nome unidade. Sua litologia apresenta gruvacas, arenitos arcoseanos, com leitos conglomerticos e pelitos associados marga. Sua mineralogia apresenta quartzo, plagioclsio e microclina, epidoto, clorita, zirco, muscovita, minerais opacos, ortoclsio e biotita. Costa et al. (1995) tambm datou a formao como sendo de idade neopaleozica, em concordncia com Francisco et al. (1971). O contato superior desta formao com o Grupo Gurupi, estando tambm sotoposta a formaes sedimentares fanerozicas.

3.3 Formao Itapecuru

Campebell (1949) foi quem primeiro descreveu esta unidade, atribuindo-lhe idade cretcea e posicionando-a discordantemente sobre a Formao Cod e sobreposta Formao Piranhas.

A seqncia Itapecuru constituda por arenitos avermelhados, com granulao mdia a grossa, arcoseanos, com faixas conglomerticas muito argilosas, pintalgadas de caulim, com estratificao plano-paralela incipiente e cruzada. Ocorrem ainda fragmentos angulosos e arredondados de argilas avermelhadas dispersas. O ambiente de sedimentao de leques aluviais e fluviais entrelaados (1996, apud PASTANA et al., 1993).

Segundo Andrade (1996), os arenitos depositados na poro Sul da Formao possuem raras intercalaes pelticas, de colorao cinza arroxeadas e so freqentes lentes ou cunhas conglomerticas com presena de pequenas fraes silticas e argilosas.

A Formao Itapecuru est sotoposta formao Barreiras e sobreposta concordantemente Formao Cod, sendo novamente considerados de idade Cretcea com base em fsseis estudados por Price (in luz, 1959).

3.4 Formao Ipixuna

Francisco et al. (1971) criaram a denominao Formao Ipixuna para designar o conjunto litolgico essencialmente arenoso, rico em caulim e estratificao cruzada, com argilito vermelho subordinado, aflorante desde 60 Km ao sul de So Miguel do Guam (PA) at 31 Km ao norte de Imperatriz (MA). As melhores exposies encontram-se ao longo da rodovia Belm-Braslia, principalmente ns arredores da vila de Ipixuna onde se encontram arenitos caulnicos estratificados, com nveis de argilas desferrificados. Os mesmos autores ainda consideram que a unidade est sotoposta discordantemente aos sedimentos Barreiras e sobreposta aos sedimentos Itapecuru e supem para sua origem um ambiente de sedimentao fluvio-lacustre de idade presumvel terciria inferior com base em dados fossilferos. Estudos mais recentes encontrados no Mapa Geolgico do Par (CPRM-SGB, 2008) colocam a formao no perodo Cretceo Mdio. A formao Ipixuna possui depsitos de caulim e Bauxita. Segundo Nascimento (2002), a natureza caulnica dos depsitos da formao Ipixuna a torna diferente das demais unidades adjacentes, onde seus sedimentos podem ser facilmente distinguidos pelo seu aspecto esbranquiado ou bege, dado presena de caulim. O mesmo, segundo Koutshouby et al. (1996) foi formado por laterizao paleognica dos sedimentos que originalmente constituiriam a formao.

3.5 Formao Pirabas

O termo Pirabas foi usado por Maury (1924), aps estudo de grande quantidade de fsseis na tentativa de identificar os calcrios marinhos que afloram na zona litornea entre Bragana (PA) e Salinas (PA) na foz do rio Pirabas e teve sua denominao relacionada a este rio. Datando a formao do Mioceno inferior.

A formao ocorre nas proximidades do municpio de So Joo de Pirabas, zona fisiogrfica do salgado no nordeste do Par e tambm nas rodovias Pa-124, PA-112 e na BR-316, nas proximidades da confluncia com a PA-253, que liga a BR-010 a So Domingos do Capim e nos arredores da cidade de Capanema (PA).

Segundo Pena (1976), a formao constituda litolgicamente por calcrios fossilferos, caracterstica marcante dessa formao, folhelhos a marga associados. Os calcrios tm espessuras centimtricas a mtricas, com alternncias de leitos de folhelhos esverdeados a negro, piritoso e apresentando camadas de calcrio como estrutura.

Segundo Costa et al.,(1993), diferenciam-se quatro litofcies na seleo tipo da Formao Pirabas: argilas laminadas, calcarenitos estratificados, calcrios macios e biocalcirruditos. As argilas laminadas restringem-se base das falsias, sob a forma de lentes de at 40 cm de espessura em meio a calcrios estratificados, e no possui grande continuidade lateral.

Segundo dados do projeto Estudo Global dos Recursos Minerais da Bacia Sedimentar do Parnaba, CPRM (1978), nota-se contato superior ntido com o Grupo Barreiras e o contato inferior se d com recobrimento sobre o embasamento pr-cambriano. A formao dada do Tercirio Inferior.

3.6 Formao Barreiras

Segundo Rodovalho et al. (2003), esta a mais antiga unidade litoestratigrfica citada no Brasil, remontando carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, em 1500. O Grupo Barreiras possui uma extenso praticamente contnua ao longo da costa brasileira, desde o Estado do Rio de Janeiro at o Estado do Amap, sendo constitudo por depsitos sedimentares de origem predominantemente continental, embora sedimentos de origem marinha, includos neste grupo, tenham sido encontrados no litoral do Par.

Moura (1938) ao estudar a geologia do baixo Amazonas a denominou de Formao das Barreiras aos sedimentos sobrejacentes formao Pirabas, considerando-os de idade Pliocnica. Bigarella & Andrade (1969) deram a denominao Barreiras e atriburam idade Holocnica esse conjunto litolgico que no Par aflora na regio bragantina e do salgado, as melhores exposies foram observadas ao longo da estrada do Patrimnio, que liga a BR-316 PA-25 (Bragana-Viseu), na prpria PA-25 e tambm na rodovia BR-316.

Formada litologicamente por sedimentos siliciclsticos, constitudo por argilito, siltito, arenito e conglomerado. Verifica-se acamamento horizontal em argilas e estratificao cruzada horizontal em areias friveis. Contato inferior com a formao Pirabas e contato superior com sedimentos Ps-Barreiras.

3.7 Formao Ps-Barreiras

O termo foi designado por Silva & Weinstein (1968) para caracterizar esta formao que composta de sedimentos amarelados a avermelhados, inconsolidados, areno-argilosos a argilo-arenosos compostos principalmente por gros de quartzo e fraes de silte e argila com leitos finos de seixos de arenitos ferruginosos. A formao apresenta estruturas de acamamento plano-paralelo que localmente delineiam suaves ondulaes, apresentando lentes. Sua idade foi datada no Quaternrio Pleistocnico por Rossetti & Ges et al. (2001) e atribuem sua formao a processos elicos. J Delfino (2006), admite tambm uma idade Holocnica dado concentrao de resduos de concha inserida neste pacote.

Suas exposies esto localizadas na margem direita do rio Grande, nas estradas Capito Poo-Irituia e Irituia-BR-010, na estrada que liga a BR-316 s cidades de Ourm, Capito Poo e Garrafo do Norte (PA), na PA-124, em Belm, na ilha de Caratateua e Salinpolis. A formao Ps-Barreiras possui contato inferior com a Formao Barreiras e superior com os sedimentos recentes.

3.8 Sedimentos Recentes

Segundo Delfino (2006), os sedimentos recentes esto relacionados a depsitos fluviais com grande acmulo de seixos, areias de granulao fina a mdia, argila escura, de colorao cinza a amarronzada (ricas em hmus), associadas influncia de mar e localizados na regio litornea do Par. Caracterizando as baixas atuais de rios, mangue e praias.

De acordo com dados do Mapa Geolgico do Par, CPRM-SGB (2008), so coberturas superficiais cenozicas que vem sendo depositadas ao longo da poca Holoceno, estando sobreposta Formao Ps-Barreiras. Segundo o mesmo, os sedimentos recentes incluem Depsitos Litorneos, formados por areias e pelitos de ambientes transacionais costeiros (mangues, plancies e canais de mar, dunas e praias). Depsitos Aluvionares, constitudos por areias, pelitos e cascalhos de depsitos fluviais recentes. Depsitos de Terraos Fluviais, constitudos por areias, pelitos e cascalhos de depsitos fluviais antigos.

23 de maio

MINERAO A CU ABERTO

SURFACE MINING - LAVRA POR BANCADAS OU TIRAS?Em minerao superficial pode-se utilizar diversos mtodos para extrair a jazida mineral. Estes mtodos, maquinais ou peculiares, apresentam os mesmos objetivos, tais como: garantir uma segura operao, visando a situao dos trabalhadores, estabilizao do local e diminuio dos impactos ambientais; e ter um alto lucro atravs de uma mxima produo com despesas nfimas no custo unitrio.Lavra de bancadas e lavra de tiras so usualmente empregados em explotao de depsitos minerais superficiais ou aqueles que apresentam baixo volume de decapeamento. essencial apontar e discutir sobre as evidentes comparaes, principalmente as diferenas, entre os mtodos mecnicos de lavra por bancadas e lavra por tiras, amplamente empregadas na minerao a cu aberto no mundo todo, atualmente.COMPARAES ENTRE LAVRA POR BANCOS E LAVRA POR TIRASLavra por bancos ou bancadas e lavra por tiras podem se diferenciar pela sua aplicabilidade, restries, condies do emprego da tcnica, vantagens e desvantagens.

A lavra por bancadas aplicvel em corpos mineralizados de diversas morfologias e de grandes dimenses, tais como os dos tipos horizontalizados (tabulares), sub-horizontais, inclinados (files e camadas), verticais, anticlinais, sinclinais, stocks, stockwerks, etc, onde tambm pode ser realizado um amplo decapeamento, remoo de grande quantidade de estril, sendo este material transportado e depositado para o lado externo da rea de mina (bota-fora), estabelecendo, assim, equipamentos de transportes para minrios e equipamentos condutores de estril, gerando grande investimento de capital. Enquanto que a lavra por tiras aplicada apenas para depsitos, tabulares e de acamamentos, ou seja, este mtodo bem restrito quanto s variedades de tipos de jazidas minerais. Alm disso, estas camadas (de variado mergulho, preferivelmente, horizontal e de grande extenso lateral) devem estar prximas superfcie, com volume de capeamento considervel, no entanto, sendo este removido e depositado diretamente nas reas j lavradas (Figura 1) com o emprego de um mesmo equipamento, influenciando no baixo custo unitrio.

Figura 1: Esquema de lavra por tiras camadas de carvo decapeamento com o uso de motorscrapers e draglines, extrao do carvo com o uso de shovels e a restaurao das reas lavradas (reflorestamento).

Em lavra por tiras, como mencionado anteriormente, tem como principal vantagem o custo unitrio baixo, pois ocorre o emprego de equipamentos que realizam, continuamente, a remoo do minrio e do estril, ao mesmo tempo, transportando-os, atravs de correias, para o eventual carregamento de caminhes, vages, etc, portanto altamente produtivos. Estes equipamentos so denominados mineradores contnuos (Fig.3), e no podem ser empregados em lavra por bancos devido a sua grande estrutura, recomendvel para terrenos planos e reas extensas. Seria difcil adequ-los para mineraes em cavas profundas (Fig. 2) em que a topografia torna-se irregular.

Fig. 2: Lavra por bancos em cava a cu aberto da mina de calcrio Santa Helena da Indstria Votorantin (Sorocaba)Fig. 3: Lavra em tiras de bauxita com emprego de bucket weel - Guyana Mining Enterprise Ltd.A desvantagem no uso destes mineradores contnuos referente a sua manuteno, pois em casos extremos haver necessidade de interromper as operaes de extrao para o reparo da mquina. Outra desvantagem a restrio quanto ao tipo de material desmontado, sendo aconselhvel somente para jazidas detrticas em que o minrio inconsistente (Fig. 3).Outro ponto importante de diferenciao est na estabilidade da mina quanto ao mtodo empregado, pois em lavra por bancos h uma grande preocupao com o equilbrio dos taludes, elementos de alta importncia constituintes das bancadas, que influncia na segurana dos servios, delimitao superficial da cava, economicidade das operaes e na profundidade economicamente atingvel. Ainda em lavra por bancos, o ngulo dos taludes pode variar de acordo com as condies geomecnicas do macio rochoso (no estril, caso este seja constitudo de rochas incompetentes, taludes de ngulos menores e no minrio, caso este seja resistente, taludes de ngulos maiores) e a altura destes pode variar de 15 m a 35 m. Todavia em lavra por tiras os taludes so maiores, em altura (de 30 a 60 m) e extenso (at 1 km), e de ngulos fortes (60 a 75), visto que no permanecem expostos por muito tempo, acarretando maior segurana.A lavra por bancadas pode ser classificada em dois tipos, dada a sua aplicao em diferentes tipos de jazidas: lavra por bancadas em flanco (Fig. 4), nas encostas de montanhas, ou lavra por bancadas em cava, em terrenos planos (corpos tabulares).

Fig. 4: Diagrama de seqncia de lavra por bancadas em flanco jazida atingida em encosta.Quanto ao teor do mineral extrado as lavras por bancos e por tiras se caracterizam por serem seletivas, podendo avanar para as zonas mais ricas em minrio, no caso de uma jazida com distribuio irregular de teores, como por exemplo camadas mais espessas ao longo da formao. Porm lavra por tiras pode explotar grande quantidade de material com baixo teor (com o uso de mineradores contnuos), acarretando uma elevada recuperao da jazida (cerca de 90%). E indicando que o mtodo de lavra por bancos limitado pela relao estril/minrio. Com relao aos impactos ambientais, ambos os mtodos tm conflitos com a questo scio-ambiental (so declarados como antagnicos pela sociedade), pois geram poeira, poluio sonora, etc. No entanto, lavra por bancos afeta mais a paisagstica, muitas vezes pela profundidade da cava (Fig. 5) e atravs da construo de enormes depsitos de rejeito com durao prolongada, por vezes, alm da vida til da mina. Enquanto que lavra por tiras a extrao paralela recuperao das reas degradadas (ver novamente Fig. 1).

Fig. 5: Mtodo de lavra por bancos Mina de carvo cava de grande extenso que futuramente exigir grandes investimentos por parte da recuperao ambiental.CONSIDERAES FINAISAs diferenas nestes mtodos de lavra servem para demonstrar de forma terica os aspectos referentes lavra a cu aberto, correspondendo a certos critrios em comum tais como: a segurana dos trabalhos; o custo mnimo na explotao do mineral e obteno do produto final; o elevado rendimento do trabalho; as perdas e diluio nfimas do mineral; o cumprimento do planejamento da extrao; a criao de condies favorveis para o trabalho; a mecanizao efetiva dos trabalhos mineiros; e a criao de possibilidades para uma extensa automatizao da tecnologia de produo.No que diz a respeito de uso, as duas so amplamente empregadas no mundo todo com complicaes de questo ambiental.REFERENCIAL BIBLIOGRFICO TECNOLOGIA MINEIRA, LAVRA DE MINAS - Prof. Jair Carlos Koppe. Departamento de Engenharia de Minas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul COAL MINING, WORLD COAL INSTITUTE A INDSTRIA EXTRATIVA MINERAL: ALGUMAS QUESTES SOCIOECONMICAS