Geologia Edu

download Geologia Edu

of 31

Transcript of Geologia Edu

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    1/31

    GEOLOGIA REGIONAL

    A geologia da regio Noroeste do Cear destaca-se por forte correlao

    com o Oeste da frica, mais precisamente com a regio do Hoggar Ocidental, onde foi

    reconhecido um Ciclo de Wilson completo, durante a Orognese Pan-Africana ocorrida

    no Neoproterozico (ca. 600 Ma) (Arthaud, et. al, 2007), resultado da coliso entre os

    crtons Oeste Africano/So Luiz e So Francisco/Congo (Figura 1.3).

    Figura 1.3 Provncia Borborema, no contexto do continente Gondwana, entre oscrtons Oeste Africano (WAC)/So Luiz (SLC) e So Francisco (SFC)/Congo (CC).

    Fonte: Arthaud, et. al(2007).

    A subdiviso da provncia em setores ou domnios com base em sua

    evoluo tectnica e estratigrfica j foi proposta por vrios autores (Brito Neves

    1975, 1978, 1983, Santos & Brito Neves 1984, Caby et ai. 1991, etc.). Genericamente,esses trabalhos reconhecem faixas de metas sedimentos proterozicos alternadas

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.11

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    2/31

    com reas dominadas por complexos gnissico-migmatticos paleoproterozicos a

    arqueanos. O primeiro trabalho a mencionar especificamente o conceito de terreno na

    Provncia Borborema, data do comeo da dcada, e foi publicado por Jardim de S et

    aI. (1992), onde os autores apontam a existncia de blocos alctones nas Faixas

    Riacho do Pontal e Sergipana, e atentam para a importncia de possveis acreses

    transcorrentes/transformantes brasilianas na Provncia Borborema. Jardim de S

    (1994), baseado em trabalhos anteriores, subdividiu a Provncia Borborema em sete

    domnios estruturais (Figura 1.4).

    Figura 1.4 -Diviso da

    provnciaBorborema emdomniosestruturais.

    Fonte: Jardim de S (1994).

    A regio inseri-se no extremo Oeste da Provncia Borborema (PB), na

    Subprovncia Setentrional (Almeida et al. 1977), que compreende a poro situada a

    Norte do Lineamento Patos, litologicamente dominada por complexos migmatticos

    paleoproterozicos ou mais antigos, que servem de embasamento a unidades

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.12

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    3/31

    supracrustais de idade Paleo, Meso elou Neoproterozica. Os corpos granitides

    brasilianos ocorrem de forma generalizada, intrudindo as unidades anteriores e

    servindo como marcadores cinemticos da deformao que consolidou a arquitetura

    regional. Desde sua definio por Almeida et al. (1977), a Provncia Borborema tem se

    tomada conhecida como palco de intensa atuao do Ciclo Brasiliano, ltimo evento

    orognico importante que a afetou, dando origem a um volumoso plutonismo granitide

    e marcado por uma certa progressividade da atividade tectnica, formando um

    continuumde deformao ao longo das zonas de cisalhamento dctil que mostram

    evidncias de movimentaes frgeis superpostas deformao milontica inicial,

    tendo as extensas zonas de cisalhamento transcorrentes na poro setentrional da

    provncia (Figura 1.5), expressivo rejeito e orientao preferencialmente segundo

    direes NNE a NE.

    A provncia constituda por quatro grandes assemblias litoestruturais

    (Oliveira e Mohriak, 2003): (I) Embasamento gnissico-migmattico Arqueano a

    Paleoproterozico, (II) Cintures dobrados de metassedimentos supracrustais, (III)

    Plutons granitides brasilianos e (IV) Sistemas de zonas de cisalhamento. Os altos

    estruturais representam o embasamento, com idades definidas como, no mnimo,

    transamaznicas (Gorayeb et al. 1991) ou presumivelmente arqueanas (S 1984,Santos & Neves 1984, Hackspacheret al1991). Os baixos estruturais compreendem o

    Grben de Martinpole, onde Prado et al. (1981) relatam idades "uruaunas", e

    Grben de Ubajara, provavelmente de idade brasiliana (Novais et al. 1979,

    Hackspacheref/. 1988). Esses grbens, por sua vez, encontram-se sobrepostos por

    uma seqncia molssica brasiliana, designada Grupo Jaibaras. Toda a regio

    marcada por manifestaes magmticas, tais como; o granitide alcalino Mocambo e o

    Meruoca (Sial et al 1981); os enxames de diques cidos a Noroeste de Sobral,

    provavelmente mais antigos que os granitos anteriores; e o Vulcanismo Parapui do

    Grben Ubajara, com carter continental (Projeto Radam, 1981).

    Com o objetivo de apresentar o panorama geolgico regional, foi

    escolhida, dentre as vrias propostas de subdiviso desta provncia em domnios

    (individualizados por suas feies tectnicas e estratigrficas), aquela formulada por

    Jardim de S (1994), em quatro domnios geolgicos (Figura 1.5): Faixas Noroeste do

    Cear (FNC), Domnio Cear Central (DCC), Faixa Ors-Jaguaribe (FOJ) e FaixaSerid (FSe). Como divisores desses domnios, ocorrem importantes zonas deOLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.13

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    4/31

    cisalhamento que se destacam pelas suas grandes extenses e rejeitos direcionais

    envolvidos. As faixas esto parcialmente cobertas por sedimentos fanerozicos, em

    sua maioria relacionados s bacias da margem continental.

    Figura 1.5 Mapa Geolgico simplificado da subprovncia Setentrional da ProvnciaBorborema, com nfase no plutonismo brasiliano e nas zonas de cisalhamento.

    Fonte: Modificado de Jardim de S (1994).

    Localizada no extremo NW da Provncia Borborema e a SW do Crton

    de So Lus, a FNC apresenta-se intensamente deformada por zonas de

    cisalhamento transcorrentes de trend NE e idade brasiliana, que dificultam a

    reconstituio da estratigrafia original, colocando a maioria das unidades em contatos

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.14

    rea de Interesse

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    5/31

    alctones entre si. As subdivises de seu arcabouo tomam como delimitao essas

    zonas (Abreu et ai.1988). Do lado ocidental, a FNC limitada pela Bacia do Pamaba

    e, a leste, separada do DCC pela zona de cisalhamento de Sobral-Pedro II

    (ZCSPII), um importante trecho exposto de uma megazona milontica que se estende

    para NE na frica Ocidental (l denominada de "falha de Kandi") e para SW at a

    regio central do Brasil (o "Megalineamento Transbrasiliano") .

    O Transbrasiliano foi particularmente ativo no decorrer do Ciclo

    Brasiliano quando funcionou como zona de transcorrncia dctil destra. A

    movimentao final dos blocos gerados pelas transcorrncias dcteis controla em

    parte o magmatismo anorognico (corpos anelares e diques), que se localiza

    preferencialmente na vizinhana dos lineamentos reativados ou associado s falhascontemporneas, e controla a abertura de bacias trans-tensionais. Esta fase final do

    Ciclo Brasiliano comea em torno de 550 Ma e termina no Cambro/Ordoviciano,

    podendo mesmo ir at o Devoniano no caso do Lineamento Transbrasiliano.

    As reas de pesquisa localizam-se no limite dos Domnios Noroeste

    Cear e Cear Central, a Oeste da ZCSPII (Figura 1.6).

    O quadro 1.1 exibe a coluna estratigrfica proposta por Cavalcante

    (2003) para a FNC, sendo constitudo por embasamento cristalino Paleoproterozico

    (Complexo Granja), seqncias supracrustais Neoproterozicas (Grupos Martinpole e

    Ubajara), intruses sin-brasiliano (Granito Chaval e Tucunduba), intruses ps-

    brasiliano (Granito Mucambo e Meruoca), sedimentos de rift Cambro-Ordoviciano

    (Grupo Jaibaras), sedimentos Siluro-Devoniano (Grupo Serra Grande), diques bsicos

    Mesozicos e coberturas sedimentares inconsolidadas do Quaternrio.

    Figura 1.6 Mapa Geolgico da FNC e posio do bloco de reas (retngulo).

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.15

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    6/31

    Fonte:

    Modificado de Cavalcante (2003).

    O Complexo Granja constitudo litologicamente por ortognaisses TTG

    (tonalito-trondhjemito-granodiorito) (Santos et aI. 1998), granulitos de origem orto e

    paraderivada, alm de migmatitos bandados e estromticos.

    O Grupo Martinpole composto, da base ao topo, por: 1. Formao

    Goiabeira, estaurolita-xistos, granada-biotita xistos, cianita xistos e muscovita xisto

    com estaurolita de ambiente marinho; 2. Formao So Joaquim, quartzitos,

    calciossilicticas e metavulcnicas de ambiente marinho raso; 3. Formao Covo,

    composto por muscovita-quartzo-sericita xisto de ambiente marinho raso; 4. Formao

    Santa Terezinha, formada por diamictitos, clorita-sericita filitos, quartzo filitos, filitos

    ardoseanos, margas, dolomitos, intercalaes de quartzitos e metariolitos de ambiente

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.16

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    7/31

    marinho e glacial/marinho.

    Quadro 1.1 Coluna Estratigrfica do Domnio Mdio Corea.

    Fonte: Modificado de Cavalcante (2003).

    O Grupo Ubajara compe metasedimentos das formaes: 1. Formao

    Trapi, quartzitos conglomerticos e metarenitos finos a mdio de ambiente

    litorneo/flvio-marinho; 2. Formao Caiaras, ardsias, metasiltitos e intercalaes

    de metarenitos, ambiente deposicional marinho raso; 3. Formao Frecheirinha,

    metacalcrios impuros, metasiltitos e quartizitos de ambiente de plataforma marinha; 4.Formao Corea, subarcseos, arcseos e grauvacas de ambiente fluvial; 5.

    Termometamorfitos, hornfels devido a intruso do granito Mucambo.

    Quanto s sutes intrusivas, o Granito Chaval possui uma variao

    composicional granodiortica, quartzo-monzontica e quartzo-sientica, j o Granito

    Tucunduba tem composio grantica a granodiodtica. A composio dos Granitos

    Mucambo e Meruoca varia de monzonito, granodiorito a sienito.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.17

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    8/31

    O Grupo Jaibaras composto, da base para o topo, por quatro

    formaes: 1. Formao Massap, ortoconglomerados brechides, de matriz areno-

    arcoseana, com seixos de gnaisses, granitides e quartzitos, de ambiente fluvial; 2.

    Formao Pacuj, arenitos lticos e arcoseanos, folhelhos e siltitos vermelhos, leitos

    conclomerticos de sistema fluvial; 3. Formao Parapu, basaltos, gabros, diabsios,

    dacitos e piroclastos; 4. Formao Aprazvel, ortoconglomerados com matriz

    arcoseana de ambiente fluvial.

    Os sedimentos do Grupo Serra Grande correspondem a conglomerados e

    arenitos, com intercalaes de siltito e folhelho depositados em ambiente fluvial e

    marinho raso.

    Com base em dados geolgicos, geoqumicos e geocronolgicos (U/Pb

    em zirco e Sm/Nd em rocha total), Santos (1999) prope um modelo de evoluo

    tectnica para a FNC (Figura 1.7), no qual o embasamento cristalino (Complexo

    Granja), com idade U/Pb e Sm/Nd em torno de 2,27 2,35 Ga, apresenta evoluo

    deformacional policclica (Transamaznico e Brasiliano) e polifsica, submetido a uma

    tectnica tangencial D1 de baixo ngulo, com cavalgamento para NW. No

    Neoproterozico iniciou um rifteamento com deposio dos litotipos dos gruposMartinpole e Ubajara em torno de 775 Ma (idade obtida do metariolito intercalado no

    Grupo Martinpole). A orognese brasiliana iniciou por volta de 650 Ma, com uma

    tectnica de cavalgamento D2 para NW, afetando o embasamento e os grupos

    Martinpole e Ubajara. A compresso de direo NW-SE evoluiu de cavalgamento

    (D2) para transcorrncia D3 de direo NE-SW (zonas de cisalhamento dextral). O

    granito Mucambo, por ser ps-tectnico, marca o limite mnimo para o final da

    orognese brasiliana do Domnio Mdio Corea (idade U/Pb de 532 Ma). Os

    sedimentos do Grupo Jaibaras foram depositados no faneozico durante fases

    tracionais, seguidas de afinamento crustal (rifte) que afetou o oeste Gondwana.

    Figura 1.7 Modelo de evoluo geolgica da FNC. 1 Embasamento, 2 Granulitosde Granja, 3 Vulcnica de Saquinho, 4 Fm. Goiabeira, 5 Fm. So Joaquim, 6 Fm. Covo, 7 Fm. Santa Terezinha, 8 Grupo Ubajara, 9 Granito Chaval, 10

    Granito Tucunduba, 11 Granito Mucambo, 12 Falhas de Cavalgamento, 13 Falhas Transcorrentes.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.18

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    9/31

    Fonte: Santos (1999).

    GRUPO JAIBARAS (Oj)

    O Grupo Jaibaras representa uma seqncia de sedimentos molssicos

    relacionados ao Ciclo Brasiliano, depositados sobre um embasamento previamente

    moldado por estruturas transcorrentes e tangenciais. Compreende sedimentos

    continentais e vulcnicas toleticas e alcalinas, localizados em um graben maior e

    paralelo Zona de Cisalhamento Sobral-Pedro lI, que exerceu forte controle no

    processo de deposio. Tais sedimentos so claramente posteriores aos milonitos

    transcorrentes do citado cisalhamento (Jardim de S 1994). Subordinadamente, estes

    sedimentos ocorrem tambm em graben situado mais a NW, entre os municpios de

    Granja e Martinpole.

    So sedimentos unicamente detriticos de deposio frequentemente no

    marinha, cujo carter imaturo se relete na abundneia de Arcsios, Grauvacas e espessos

    Conglomerados contendo seixos de granitos, gnaisses e outras rochas feldspticas doembasamento.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.19

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    10/31

    Figura 1.6 Mapa geolgico base e reas de pesquisa.

    Formao Aprazvel ( Oja)

    A unidade foi observada nas pores NE a SE dos blocos de reas,

    constituda essencialmente por rocha de aspecto conglomertico brechode de

    colorao cinza esverdeada, textura clstica e granulometria grossa a muito grossa.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.20

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    11/31

    Os seixos podem variar de 1,0 a 20,0 cm, apresentando nveis mais

    grosseiros bem definidos com espessuras mdias de 0,50 m e intercalaes de at 1,5

    m, com gradao normal, indicando a reduo da energia deposicional.

    Em alguns afloramentos, pode-se observar deposio catica dos seixos,

    ou seja, no se observa um imbricamento. Ocorrem ainda; seixos de forma angulosa e

    sub-angulosa, compostos por material siliciclsticos de granulao fina e colorao

    escura, com textura que ressaltam milimtricos cristais de granada, imersos em matriz

    cinza esbranquiada quartzosa; e seixos de material similar em composio e textura

    ao material que compe a matriz, sendo estes ressaltados na rocha pela presena

    de aurola de cor clara, mas de composio e textura similar.

    Por vezes, observam-se pequenas cavidades vesiculares preenchidas

    por carbonatos dolomticos, fibroradiados, de crescimento perpendicular as paredes da

    cavidade, estando o material normalmente inserido em matriz de colorao cinza

    esverdeada de granulao fina.

    Formao Parapu ( Ojpa)

    Representada por corpos alongados e arrasados pela ao do

    intemperismo fsico, possui direo N80oE, constituda por rochas vulcnicas e

    subvulcnicas que ocorrem em derrames de diques, intrudida nos sedimentos da

    Formao Pacuj, geograficamente restrita a Bacia Jaibaras e limitadas pelos

    lineamentos Sobral-Pedro II e Caf-Ipueiras.

    A rocha basaltica ocorre sejam como diques ou como enclaves

    microgranulares inseridos nos demais litotipos da rea estudada na poro Leste do

    bloco de reas. Os diques basalticos possuem pequena espessura, no superando

    10,0 m. Ocorrerem na forma de pequenos blocos acebolados em pequenas

    aglomeraes. Estas rochas se mostram afaniticas, macias de cor cinza-claro, com

    matriz composta essencialmente por ripas de plagioclsios dispostos de maneira sub-

    oftica, sendo os espaos intersticiais ocupados por clorita resultantes da

    decomposio de clinopiroxnios que ocorrem em cristais reliquiares, epidoto eminerais xidos de ferro (Almeida, 1999).OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.21

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    12/31

    Os diques de riodacito ocorrem na poro nordeste da rea, com direo

    E-W, apresentando-se na forma alongada e em pequenos blocos, compostos por

    fenocristais de feldspatos, apresentando partculas de argilo-minerais, calcita e mica

    branca decorrentes da sua alterao. A matriz apresenta uma cor cinza clara com

    pequenos minerais clorita.

    Formao Pacuj ( Ojp )

    A unidade ocorre em pequenos afloramentos em reas com relevo plano

    a ondulado e ao longo de pequenos riachos que recortam a poro Leste do bloco dereas. A rocha arentica apresenta estrutura macia de cor vermelho arroxeada,

    textura arcoseana e matriz fina a mdia, trend N400E com mergulhos da ordem de

    20/30o SE, influenciadas pelas Falhas Sobral-Pedro II e Caf-Ipueiras, e fraturas

    ortogonais na direo NE - SW

    Petrograficamente representa uma associao de arenitos lticos e

    arcoseanos. Trata-se de sedimentos imaturos constituindo uma tpica seqnciamolassica continental. Microscopicamente, estas rochas apresentam textura clstica

    granular, composta por minerais de feldspatos caulinizados, biotita e muscovita,

    quartzo, clorita, sericita e epidoto. Os gros so geralmente angulosos

    Formao Massap ( Ojm)

    A rocha apresenta colorao vermelho-amarronzada, exibindo uma

    granulometria grossa a muito grossa, variando de 0,1 a 3,5 cm, estrutura macia,

    sendo possvel observar duas escalas granulomtricas, uma constituindo a matriz e

    outra o arcabouo. A mineralogia identificada composta de quartzo, feldspatos e

    opacos, sendo os fragmentos de rocha identificados angulosos, e representados por

    basaltos e quartzitos. A mineralogia da matriz no pode ser identificada por conta da

    dimenso dos minerais ser menores que 1,0 mm. Foram identificadas poucas fraturas,sendo que, quando ocorrem est preenchida por minerais de epidoto.OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.22

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    13/31

    Observou-se clastos, principalmente basalto e quartzito, angulosos com

    baixa a moderada esfericidade e dimenses de at 3,0 cm. Os basaltos preservam

    resqucios de uma textura ofdica, com o arranjo radial de plagioclsios, colorao

    acinzentada com presena de opacos. O processo de alterao avanado, porm,

    sua forma preservada. Os quartzitos so clastos de quartzo puro e feldspatos, com

    dimenses de at 1,5 cm.

    SUTE GRANITIDE MERUOCA (Y4M)

    Granito Mocambo

    A unidade basal abrange a parte sudoeste do bloco de reas, alinhada a

    Falha Caf-Ipueiras, no sentido SW-NE. Em mbito geral so diferenciados por rochas

    de granulao grosseira at porfirtico, com a presena caracterstica de muitos

    autlitos (quatzo-diorticos e gabrides) e xenlitos de rochas encaixantes (Grupo

    Ubajara), alm de exibir bem marcada aurola de metamorfismo de contato.

    Normalmente ocorrem em afloramentos de relevo alto como as

    exposies do Serrote Boqueiro, Serrote do Stio, Serrote Arapu e do Serrote

    Comprido, e em afloramento de relevo baixo, na localidade Lajeiro.

    Nos granitides, composicionalmente predominam granitos, com biotita e

    hornblenda, e com composies de granodioritos e quartzo sienitos subordinadas.

    O granito de Mucambo geralmente de granulao grosseira at porfirtico, com a

    presena caracterstica de muitos autlitos (quatzo-diorticos e gabrides) e xenlitos

    de rochas encaixantes (Grupo Ubajara), alm de exibir bem marcada aurola de

    metamorfismo de contato. Composicionalmente, predominam granitos, com biotita e

    hornblenda, e com composies de granodioritos e quartzo sienitos subordinadas.

    GRUPO UBAJARA (NPu)

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.23

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    14/31

    O Grupo Ubajara compreende uma unidade mais jovem em relao s

    lIDdades supracitadas. Apresenta grau metamrfico xisto verde baixo a mdio e

    deformao de baixo strain com boa preservao de estruturas primrias. Engloba,

    como protlitos, rochas siliciclsticas e carbonticas, com c1astos imaturos no topo.

    Alguns autores interpretam essa unidade como mna molassa precoce (Caby et alo

    1991), enquanto outros (Hackspacher et ai. 1988, por exemplo) descreveram um

    padro deformacional mais complexo, com sedimentao desde pr a sin-orognica,

    em relao ao Ciclo Brasiliano.

    Os corpos granticos que intrudem esse grupo (Mocambo e Meruoca) so

    considerados ps-tectnicos e fornecem a idade mnima para a deposio do mesmo:

    cerca de 532 Ma (Santos et aI. 1998).

    Termometamorfitos Mucambo (NPutm)

    A unidade litolgica derivada de litotipos das formaes Corea, Trapi

    e Frecheirinha, resultante do metamorfismo de contato que ocorreu nas encaixantes

    dos corpos intrusivos do Granito Mucambo (evento trmico cambriano/ps-orognico),

    apresentando variao lateral em funo das rochas pretritas. O metamorfismo de

    contato ocorre em zonas (aurolas de contato) de rochas progressivamente maistransformadas na partes proximais que circundam a intruso.

    A formao ocupa aproximadamente 10% do total das reas mapeadas, e

    ocorre subordinada entre afloramentos do granito Mocambo. composta por rochas

    derivada das formaes Trapi e Frecheirinha resultante do metamorfismo de contato

    que ocorreu nas encaixantes dos corpos intrusivos do granito Mucambo.

    As rochas provenientes da formao Trapi so macias, de granulao

    fina com densidade relativamente elevada, em funo do acrscimo de FeO na

    composio.

    Geologicamente ocorrem rochas metassedimentares do Grupo Ubajara e

    termometamorfitos derivados da intruso do corpo grantico Mucambo nestas rochas. Como

    unidades representantes do Grupo Ubajara foram identificados arenitos das Formaes

    Trapi e Corea, ardsias da Formao Caiaras e metacalcrios da Formao Frecheirinha.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.24

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    15/31

    As demais rochas compreendem termometamorfitos representados por arenitos silicificados e

    rochas calciossilicticas.

    As estruturas e a composio litolgica/mineralgica dos metassedimentos do Grupo

    Ubajara sugerem um ambiente de plataforma marinha rasa, transicionando para plancie demar, em uma seqncia tipicamente transgressiva.

    A idade mnima destas rochas balizada pelo Granito Mucambo, intrusivo nos

    sedimentos do Grupo Ubajara por volta de 540 M.a.

    Formao Corea.

    A rocha apresenta uma colorao cinza-esverdeada, exibindo uma

    granulometria grossa a muito grossa, variando de 0,1 a 5 cm, possui estrutura macia,

    sendo possvel observar-se duas escalas granulomtricas, uma constituindo a matriz e

    outra o arcabouo. A mineralogia identificada composta de quartzo, feldspatos e

    opacos, sendo os fragmentos de rocha angulosos a subangulos, representados por

    materiais diversificados. A mineralogia da matriz no pode ser identificada por conta

    da dimenso dos minerais serem menores que 1 mm. A rocha apresenta poucas

    fraturas, sendo que quando ocorre esta preenchida por minerais de epidoto.

    Apresenta clastos angulosos com baixa a moderada esfericidade, e

    dimenses de at 3,0 cm onde foram identificados, principalmente, basalto e quartzito,

    onde os basaltos preservam resqucios de uma textura ofdica, com o arranjo radial de

    plagioclsios, colorao acinzentada com presena de opacos. O processo de

    alterao avanado, porm, sua forma preservada. Os quartzitos so clastos de

    quartzo puro e feldspatos, com dimenses de at 1,5 cm.

    Macroscopicamente, a rocha apresenta uma colorao cinza-esverdeada

    a rosada, com granulometria de grossa a muito grossa. Sua mineralogia

    basicamente composta por feldspatos, quartzo e minerais do grupo do epidoto

    Esta litologia esta presente na forma de pequenos lajedos e em blocos

    de rocha com volumes variveis. A rocha possui textura clstica, apresentando

    mineralogia composta de quartzo, feldspatos e epidoto, com dimetro de at 2,0 cm.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.25

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    16/31

    Os cristais de quartzo so arredondados a subarredondados, enquanto que, os cristais

    de feldspatos possuem formas angulosas subangulosas com dimenses entre 0,6 a

    2cm e com maclas levemente preservadas. Ocorrem pequenos veios com espessura

    de 1,0 mm preenchido por minerais de epidoto.

    Formao Trapi

    Esta Formao composta por (I) arenitos grossos a finos de cores

    claras e, (II) cornubianitos desenvolvidos preferencialmente ao longo do contato com o

    Granito Mucambo.

    Na borda do corpo grantico Mucambo, visualizou-se xenlitos de arenito

    com modo de jazimento Batlito e mineralogia quartzo, KF, plagioclsio e biotita desta

    formao. Devido a intruso toda a regio apresenta uma aurola de metamorfismo

    originando hornfels. As exposies so restritas a pequenos afloramentos de

    topografia rasa. No apresentando foliao marcante, porm todos os corpos

    aflorantes encontrando-se falhados.

    Formao Frecheirinha

    A Formao Frecheirinha ocorre em forma lentes de relevo baixo,

    ocupando faixas a norte e leste do bloco de reas. Composta litologicamente por

    calcrios preto e azulados, com alguns horizontes margosos intercalados, localizados

    na poro central do bloco de reas, distribuem-se em faixas isoladas e irregulares na

    regio. Seus contatos so, de modo geral, transicionais e interdigitados.

    Litologicamente so representadas por calcrios de colorao preta,

    cinza a cinza-esbranquiado. As rochas desta Formao, na rea em estudo,

    apresentam granulao fina, so bem litificadas e acham-se intensamente recortadas

    por veios de calcita, recristaliza ou neoformada, e slica.

    Os calcrios epimetamrficos da Formao Frecheirinha (Grupo Ubajara, noroeste do Estadodo Cear) so geralmente acinzentados, escuros ou pretos, de granulao fina, podendo ser

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.26

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    17/31

    mais ou menos silicosos. Possuem vnulas de calcita, limonita e slica. Por vezes, o calcrio

    exibe intercalaes de metamargas cinza-escuras calcferas.

    1.2.3 - Geologia Local

    O mapeamento de detalhe nos alvos definidos foi desenvolvido atravs

    de perfis sistemticos ao longo; de picadas lineares com orientao N/S e coleta de

    dados a espaos prefixados (25,0 m) de modo a formar um reticulado denso (malha); e

    de topossequncias, correlacionando as unidades com as superfcies geomrficas em

    que ocorrem, sendo realizado a identificao das diferentes unidades fsicas da rea,

    como componentes bsicos integrados do ambiente geolgico, hidrogeomorfolgico,

    pedolgico e bitico, por meio de tcnicas de campo obedecendo s orientaesmetodolgicas dos temas,

    A prospeco em sub-superfcie foi desenvolvida atravs de trincheiras,

    poos e sondagens testemunhadas (rotativa e diamantada) locados em funo das

    informaes obtidas no mapeamento.

    As ocorrncias geologicamente localizam-se na parte interna da aurola

    de termometamorfitos do granito Mucambo, na zona de contato das formaes

    Frecheirinha, Corea e Trapi, sendo comum calcrios e arenitos silicificados e

    rescritalizados, calco-hornfels e biotita-cordierita hornfels, alm das fcies de borda do

    stock grantico. Morfologicamente estas litologias correspondem a hog-backs

    alinhados, paralelos a borda do granito.

    Os estudos desenvolvidos permitiram relacionar as ocorrncias de

    minrio de ferro nas reas a seis litotipos, apresentando mineralizaes com gneses

    e formas diferenciadas:

    (I) Minrio singentico em lentes mtricas a centimtrica concordantes e

    intercaladas aos metacalcrios na Formao Frecheirinha, ocorre tambm de modo

    epigentico por remobilizao para fraturas centrimtricas formando veios

    discordantes, com maior proporo magnetita/hematita;

    (II) Minrio epigentico na forma de files com estrutura macia, extensomtrica e espessura centimtrica, preenchendo fraturas de direo NE na poro

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.27

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    18/31

    perifrica do Granito Mucambo, formando conjuntos de veios com espaamento

    centimtrico e largura mtrica, apresentam relao predominantes

    magnetita/especularita/hematita;

    (III) Minrio epigentico interdigitado nos arenitos/cornubianitos da Formao

    Trapi, restrito a aurola de metamorfismo de contato com espessura mdia de 1,5 km

    e maior relao hematita/especularita;

    (IV) Minrio epigentico macio preenchendo vnulos e veios na Formao

    Aprazvel, com distribuio aleatria, dimenses centimtricas e maior relao

    magnetita/especularita/hematita;

    (V) Minrio epigentico disseminado e como files e veios preenchendo fraturas

    e vazios em ardsias, provavelmente associadas alterao dos calcrios da

    Formao Frecheirinha, apresentando distribuio e dimenses variveis, com maiorrelao hematita/especularita/magnetita;

    (VI) Minrio coluvionar com distribuio acompanhando o paleorelevo em

    elevaes e vertentes, em camadas de espessuras mtricas formado por blocos

    macios centimtricos a mtricos imersos em matriz areno-argilosa, possui relao

    predominante hematita/especularita/magnetita.

    O minrio do tipo rolado de natureza colvio-aluvial distribudo em cinco

    ocorrncias com rea total de 132,63 ha na forma de camadas em colinas de baixaamplitude topogrfica, possui espessura mnima de 0,8 m e mxima de 8,6 m; com

    relao percentual blocos/matriz mdia de 40/60. Os teores obtidos em amostras

    analisadas apresentaram teores entre 54,99% a 67,68% de ferro (Anexo). No

    mapeamento foram identificados trs tipos diferentes de minrios de ferro:

    - minrio especulartico, caracterizado pela ocorrncia de hematita especular

    formando estrutura em trelia e teores de ferro entre 55 a 65% (Fotos 01 e

    02);

    - minrio hemattico macio, apresentando pela textura macia, alta densidade,

    cor do trao vermelho sangue, brilho metlico. Hematita de hbito especular ou

    placide pode ocorrer localmente, ao longo de fraturas ou venulaes neste tipo

    de minrio. Os teores de ferro variam entre 66 e 67% (Fotos 03 e 04);

    - Minrio magnettico: caracterizado pela textura granular macia, alta

    densidade, cor do trao preto e propriedades magnticas, com teores de ferro

    variando de 65 e 67% (Foto 05).

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.28

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    19/31

    As ardsias mineralizadas (Fotos 06 e 07) posicionadas abaixo dos

    pacotes coluvionares, apresentam cor predominante vermelho-amarronzada com

    pores localizadas ocres, amareladas, esverdeadas, negras e ligeiramente

    esbranquiadas, sobretudo ao longo dos planos de fratura. Possui estrutura macia,

    exibindo, porm clivagem ardosiana penetrativa. Representa uma rocha de baixo grau

    metamrfico derivada do metamorfismo de sedimentos argilosos de granulao muito

    fina, com nveis ricos em ferro de pequena espessura concordantes e discordantes

    com a estrutura da encaixante que prossegue em profundidade, sendo identificada

    predominncia de hematita e especularita. Os teores de ferro obtidos em duas

    amostras foram de 24% e 33%. A origem das mineralizaes no pode ser bem

    definida na atual fase de pesquisa, sendo possivelmente relacionadas remobilizao

    e reconcentrao do ferro existente nas ardsias ou nos calcrios.

    O minrio associado aos arenitos/cornubianitos da Formao Trapi,

    predominantemente hemattico silicoso, apresenta textura arenosa e hornfels, cor

    preta, presena de gros de quartzo com colorao branca a marron e teores de ferro

    entre 20 a 38%. Este minrio ocorre, localizadamente, na proximidade dos contatos

    com os calcrios e granitos (Fotos 08 e 09). As anlises realizadas em nove amostras

    apresentaram teores variando entre 20,20 a 37,91% de ferro (Anexo).

    Nos calcrios da Formao Frecheirinha atravs de sondagens foi

    identificado um pacote de formao ferrfera (Fotos 10 e 11), com espessura limite de

    20,0 metros. Observa-se o minrio, predominantemente magnetita, disposto de forma

    concordante ao calcrio, apresentando caimento de baixo ngulo, e preenchendo

    fraturas associado calcita recristalizada. Os testemunhos obtidos por sondagem

    diamantada no foram devidamente caracterizados. As anlises das amostras obtidas

    nas sondagens rotativas apresentaram teores de ferro variveis (Anexo), funo da

    forma de amostragem e tcnica de sondagem, com destaque para o intervalo entre

    18,0 e 20,0 m do FR-04 com 61,60%.

    Os minrios relacionados s unidades das Formaes Aprazvel e

    Mucambo no foram mapeados e/ou caracterizados.

    Os estudos preliminares realizados sugerem uma gnese vinculada asubstituio nos arenitos e calcrios, por efeito do metamorfismo trmico, relacionadaOLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.29

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    20/31

    zona de contato com o granito Mucambo (cornubianitos e escarnitos), com

    preenchimento de fraturas por material ferrfero posteriores as intruses granticas.

    A anlise do material coluvionar sugere que o protominrio foi

    desagregado de sua fonte, transportado e depositado nas encostas e pores mais

    baixas do relevo. O material continua submetido a processo de alterao, resultando

    na disseminao de xido de ferro na matriz, caracterizada por sua colorao

    vermelha.

    Quanto ao protominrio, sua gnese deve estar relacionada deposio

    sedimentar na Formao Frecheirinha e aos fluidos hidrotermais provenientes da

    intruso do Granito Mucambo nos metasedimentos do Grupo Ubajara. Ohidrotermalismo teria sido o responsvel pela remobilizao e concentrao de ferro

    existente no sistema.

    Observaes em amostras atravs de lupa de mo permitiram detectar

    indcios de mineralizaes de cobre, na forma de pequenos boxworks de calcopirita,

    em pores localizadas de brechas e veios presentes nos ortoconglomerados e

    conglomerados brechides das Formaes Aprazvel e Massap, respectivamente.

    As evidencias encontradas em campo corroboram com estudos

    realizados na regio por Parente, et al (2007), os quais definem que a Bacia de

    Jaibaras, caracterizada por duas seqncias clsticas imaturas de ambiente

    continental preservadas em estrutura tectnica similar a rifte, compostas por

    conglomerados, arenitos e folhelhos com passagens gradacionais entre si, associados

    com vulcanismo bimodal e recortadas por importante plutonismo grantico

    anorognico, possui importantes ocorrncias de ferro hidrotermal associadas ou no a

    ocorrncias de cobre e ouro, que so controladas por zonas de cisalhamento dctil-

    frgil, que somadas ao conjunto de tipologias definidas na rea em estudo,

    compartilham caractersticas com depsitos do tipo IOCG (xido de Fe-Cu-Au), que

    apresentam em geral as caractersticas:

    - localizao preferencial junto s estruturas tectnicas ao invs de estruturas

    plutnicas;- abundncia de minerais de Fe, especialmente magnetita e/ou hematita, pobres

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.30

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    21/31

    em Ti, com menor quantidade de fosfatos (apatita, fosfatos de ETR), sulfetos de Cu-Fe

    e escassos minerais de Au, U, Ag e Co;

    - depsitos em veios e brechas;

    - alteraes hidrotermais variando de alterao sdica e calciosdica em nveis

    mais profundos, potssica, em nveis intermedirios, superimpostas por

    metassomatismo Fe (magnetizao) e hidroltica (serictica/silicosa ou sistema

    hematticoserictico), em nveis rasos, dependendo do grau de interao com fluidos

    metericos e/ou conatos;

    - na maioria dos distritos mineralizados, apresentam intruses granticas com

    idade prxima a dos depsitos;

    - composio do depsito varia com a profundidade.

    Foto 01 - Blocos centimtricos a mtricos de minrio especulartico de alta densidadee brilho metlico.

    Foto 02 - Minrio especulartico de alta densidade e brilho metlico, exibindo texturaem trelia ou reticulada.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.31

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    22/31

    Foto 03 - Bloco de minrio hemattico macio.

    Foto 04 - Fragmento de minrio hemattico macio.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.32

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    23/31

    Foto 05 - Minrio magnettico de alta densidade constitudo de hematita compacta(Fe2O3) e grande concentrao de cristais de magnetita (Fe3O4) preenchendocavidades no minrio de ferro.

    Foto 06 - Detalhe do ferro disseminado e venulando o minrio ardosiano.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.33

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    24/31

    Foto 07 - Remobilizaes centimtricas e mtricas concordantes e discordantes nominrioardosiano

    Foto 08 - Bloco de minrio hemattico silicoso.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.34

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    25/31

    Foto 09 - Detalhe da textura arenosa a pulverulenta do minrio silicoso, manchasbrancas representam concentrao de quartzo em meio a matriz ferruginosa, preta acinza metlica.

    Foto 10 - Testemunho de sondagem realizada nos calcrios da FormaoFrecheirinha.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.35

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    26/31

    Foto 11 -Detalhe dostestemunhos desondagem.

    1.4 Caracterizao de Mineralgica

    As composies mineralgicas dos minrios coluvionar esto sendo

    estudadas atravs de anlises petrogrficas de amostras selecionadas para confeco

    de laminas e sees polidas no laboratrio de petrografia do Departamento de

    Geocincias (DEGEO) da Universidade Federal do Cear (UFC), localizado no

    Municpio de Fortaleza/CE.

    As anlises dos teores de ferro das amostragens pontuais de minrio em

    superfcie nas ocorrncias de material coluvionar e arentico (Tabelas 1.2 e 1.3), e de

    calha nos pacotes de colvio/ardsias/calcrios prospectados por sondagem rotativa

    (Anexo) foram realizadas no laboratrio de anlises qumicas da empresa MhagServios e Minerao S/A., localizado no Municpio de Jucurutu/RN.OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.36

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    27/31

    A caracterizao e anlises fsico-qumicas para determinao do

    balano metalrgico foram concentradas nas ocorrncias coluvionares (Anexo), sendo

    os ensaios realizados nos laboratrios das empresas NOMOS e SGS GEOSOL

    OUTSOURCING, com sedes nos Municpios de Duque de Caxias/RJ e

    Vespasiano/MG, respectivamente.

    Nas trincheiras e poos foram coletadas 09 (nove) amostras na forma de

    canal, que aps quarteadas em campo, produziram aproximadamente 200,0 kg de

    material, o qual foi enviado para o Laboratrio Nomos, com sede em Duque de

    Caxias/RJ, para realizao de Balano Metalrgico, sendo o resultado apresentado em

    anexo.

    A realizao de trabalhos em sub-superfcie, contemplaram a execuo

    de 11 furos de sondagem sem inclinao, com profundidade mdia de 30,0 m,

    totalizando 300,0 m, utilizando sonda rotopneumtica Prominas R 1 H, as quais foram

    locadas (Tabela 1.2) em funo do mapeamento geolgico de superfcie. A

    amostragem do material de calha, foi coletada a intervalos de 2,0 m, que aps

    quarteamento, foram enviadas para o laboratrio da empresa Mhag Servios eMinerao S/A., utilizando mtodo analtico de via mida para determinao apenas

    de teores de ferro (Anexo).

    Algumas fotomicrografias dos diferentes tipos de minrios de ferro so

    apresentadas, mostrando os minerais dominantes e texturas relacionadas (Fotos 12 a

    14).

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.37

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    28/31

    Foto 12 - Estrutura macia/granular caracterstica do minrio magnettico.

    Foto 13 Detalhe dos cristais de magnetita mostrando zoneamento interno.

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.38

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    29/31

    Foto 14 - Estrutura tranada ou em trelia caracterstica do minrio especulartico.

    A realizao de trabalhos em sub-superfcie, contemplaram:

    (I) Execuo de onze furos de sondagem rotativa sem inclinao, com

    profundidade mdia de 26,55 m, totalizando 292,0 m, os quais foram locados em

    funo do mapeamento de superfcie (Tabela 1.4). A amostragem do material de calha,

    foi coletada a intervalos de 2,0 m, que aps quarteamento, foram enviadas para o

    laboratrio da empresa Mhag Servios e Minerao S/A., utilizando mtodo analtico

    de via mida para determinao apenas de teores de ferro (Anexo).

    (II) Realizao de trs furos de sondagem diamantada, sendo dois verticais e

    um com inclinao de 30 com a vertical e orientao N30E (FS-02), totalizando

    216,37 m, locados em funo dos resultados obtidos na sondagem rotativa (Tabela

    1.5). Os testemunhos no foram caracterizados ou analisados, sendo realizadaapenas descrio expedita.

    Tabela 1.4 - Locao das sondagens rotativas realizadas.

    FuroCoordenadas UTM/SAD 69

    Cota do FuroProfundidade

    (m)X Y

    FS-OM-O1 321.707 9.578.465 146,00 30,00

    FS-OM-O2 321.663 9.578.555 148,00 30,00

    FS-OM-O3 321.887 9.578.553 149,00 20,00FS-OM-O4 321.843 9.578.642 148,00 26,00

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.39

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    30/31

    FS-OM-O5 322.066 9.578.640 144,00 20,00

    FS-OM-O6 322.022 9.578.730 143,00 30,00

    FS-OM-O7 320.318 9.578.287 149,00 20,00

    FS-OM-O8 320.274 9.578.377 146,00 30,00

    FS-OM-O9 321.770 9.580.459 147,00 50,00FS-OM-10 319.569 9.581.433 154,00 18,00

    FS-OM-11 319.525 9.581.523 153,00 18,00

    Tabela 1.5 - Locao das sondagens diamantadas realizadas.

    FuroCoordenadas UTM/SAD 69 Cota da Boca

    do FuroProfundidade

    (m)X Y

    FS-O1 321.843 9.578.642 130 68,00

    FS-O2 321.843 9.578.642 130 78,27

    FS-O3 321.898 9.578.665 136 70,10

    O furo F-01 intersectou os seguintes intervalos:

    De At Descrio0,00 m 3,50 m Colvio3,50 m 16,00 m Metacalcrio

    16,00 m 30,20 m Formao ferrfera

    30,20 m 38,20 m Formao ferrfera Zona brechada c/ sulfetao eepidotizao38,20 m 68,00 m Metacalcrio

    O furo F-02 intersectou os seguintes intervalos:

    De At Descrio0,00 m 6,40 m Colvio6,40 m 17,90 m Metacalcrio

    17,90 m 33,70 m Formao ferrfera

    33,70 m 39,70 m Formao ferrfera - Brecha tectonica39,70 m 50,40 m Formao ferrfera50,40 m 59,95 m Formao ferrfera - Brecha tectnica59,95 m 68,80 m Formao ferrfera68,80 m 69,10 m Formao ferrfera - Brecha tectnica69,10 m 78,27 m Metacalcrio

    O furo F-03 intersectou os seguintes intervalos:

    De At Descrio0,00 m 8,00 m Colvio

    OLIMPIA MINERAO E EMPREENDIMENTOS LTDARELATRIO PRELIMINAR DE PROSPECO E PESQUISAAPRAZVEL SOBRAL/CE

    1.40

  • 7/28/2019 Geologia Edu

    31/31

    8,00 m 23,00 m Formao ferrfera23,00 m 31,00 m Metacalcrio

    31,00 m 35,80 mFormao ferrfera - Zona brechada c/ sulfetao,epidotizao e ferruginizao

    35,80 m 70,10 m Metacalcrio

    Pode-se constatar que conforme representado pela legenda de cor

    vermelha (Figura 1.10), existe um pacote em forma de camada de formao ferrfera

    com intensa magnetizao, espessura aparente de 15,0 a 20,0 m com caimento de

    baixo ngulo para Sul.

    Figura 1.10 Perfil de sondagem - Furos FS-01, FS-02 e FS-03.