Geometria Analítica Plana-Apostila-prof. f. Henrique

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  • 8/20/2019 Geometria Analítica Plana-Apostila-prof. f. Henrique

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    GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA

    PROF. FERNANDO HENRIQUE

    2010

    Direitos Autorais ReservadosÉ proibida a reprodução total ou parcial desta apostila sem autorização do autor 

     

    y

     B’(0,-b)

     M(x,y)

    x

     A’(-a,0)   A(a,0) 

     B(0,b)

    F’(-c,0) F(c,0)

    a  b  

    c  

    y

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    Ao Aluno,

    Caro aluno. Esta apostila foi elaborada com o propósito de otimizar e facilitar oacompanhamento da primeira parte do programa da disciplina Geometria

    Analítica ministrada nos cursos de engenharia da FEA-FUMEC. Por se tratar de

    um assunto extenso e complexo, foram aqui omitidas algumas formalidades

    matemáticas com o intuito de tornar o texto mais amigável possível, sem perder a

    lógica e o rigor necessários. Contudo é desejável que você tenha acesso a outras

    bibliografias relacionadas ao assunto, algumas das quais serão indicadas em sala

    de aula. Espero que este texto o ajude no entendimento e assimilação destafantástica ferramenta matemática que é a Geometria Analítica.

    “Um conhecimento básico em matemática e boa vontade são pré-requisitos para

    o estudo desta disciplina.”

    Bons estudos.

    Belo Horizonte, julho de 2009. 

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    Introdução O que é Geometria Analítica....................................................................... 4Capítulo 1 Espaços dimensionais; Sistemas de referência; Sistema de

    coordenadas retangulares.......................................................................... 41.1 Espaços dimensionais................................................................................... 41.2 Sistemas de referência para R²..................................................................... 51.3 O sistema de coordenadas retangulares....................................................... 6

    Capítulo 2 Distância entre dois pontos; Coordenadas do ponto médio................... 82.1 Distância entre dois pontos............................................................................ 82.2 Coordenadas do ponto médio........................................................................ 102.3 Exercícios propostos...................................................................................... 13Capítulo 3 Retas em R²; Coeficiente angular; Equações da reta; Interseção de

    retas; Paralelismo; Perpendicularismo; Ângulo entre duas retas;Distância entre ponto e reta........................................................................ 15

    3.1 Retas em R²................................................................................................... 153.2 Coeficiente angular........................................................................................ 153.2.1 Coeficiente angular através de dois pontos................................................... 183.3 Equações da reta........................................................................................... 213.3.1 Equação da reta em função de dois pontos.................................................. 213.3.2 Equação da reta em função do coeficiente angular....................................... 223.3.3 Equação reduzida.......................................................................................... 23

    3.3.4 Equação segmentária.................................................................................... 233.3.5 Equação geral................................................................................................ 243.4 Interseção de retas......................................................................................... 263.5 Paralelismo..................................................................................................... 273.6 Perpendicularismo.......................................................................................... 273.7 Ângulo entre duas retas................................................................................. 293.8 Distância entre ponto e reta........................................................................... 303.9 Exercícios propostos...................................................................................... 32Capítulo 4 Circunferência.............................................................................................. 354.1 Definição........................................................................................................ 354.2 Equação da circunferência............................................................................ 364.3 Equação geral da circunferência................................................................... 374.4 Identificando o centro e o raio na equação geral da circunferência............... 384.5 Exercícios propostos...................................................................................... 40Capítulo 5 As Seções Cônicas...................................................................................... 425.1 Elipse.............................................................................................................. 435.1.1 Elementos da elipse....................................................................................... 435.1.2 Equação reduzida da elipse........................................................................... 455.1.3 Equações reduzidas genéricas da elipse....................................................... 465.1.4 Excentricidade................................................................................................ 485.1.5 Exercícios propostos...................................................................................... 505.2 Hipérbole........................................................................................................ 525.2.1 Elementos da hipérbole.................................................................................. 535.2.2 Equações reduzidas genéricas da hipérbole................................................. 545.2.3 Excentricidade................................................................................................ 565.2.4 Exercícios propostos...................................................................................... 595.3 Parábola......................................................................................................... 61

    5.3.1 Elementos da parábola.................................................................................. 625.3.2 Equações reduzidas genéricas da parábola.................................................. 635.3.3 Exercícios propostos...................................................................................... 66Capítulo 6 Translação de eixos coordenados............................................................. 686.1 Objetivo.......................................................................................................... 686.2 Relação entre os sistemas XoY e X’o’Y’........................................................ 716.3 Exercícios propostos...................................................................................... 74Capítulo 7 Noções do sistema de coordenadas polares............................................ 767.1 Introdução...................................................................................................... 767.2 Elementos...................................................................................................... 777.3 Relação entre os sistemas cartesiano e polar............................................... 78Apêndice I lgebra.......................................................................................................... 81Apêndice II Fórmulas Trigonométricas.......................................................................... 82Apêndice III Geometria...................................................................................................... 83

    Apêndice IV Seções Cônicas............................................................................................ 85Descartes ........................................................................................................................ 88Bibliografia ........................................................................................................................ 89

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    Introdução

    O que é Geometria Analítica?

    O estudo da geometria é um assunto que fascina os matemáticos desde a

    antiguidade. É provável que a própria matemática tenha surgido impulsionada

    pela necessidade do entendimento de problemas cotidianos, de povos antigos,

    relacionados à geometria. Existem vários ramos de estudo da geometria como a

    geometria projetiva, geometria descritiva e geometria analítica. A Geometria

    Analítica é considerada por muitos autores como sendo um método de estudo de

    geometria.

    A Álgebra é a ferramenta utilizada no estudo de geometria através da GeometriaAnalítica. Na essência, a Geometria Analítica consiste na transformação de

    problemas geométricos em problemas algébricos correspondentes.

    Para a Geometria Analítica um ponto é uma combinação de números reais e uma

    curva é uma equação.

    Capítulo 1Espaços Dimensionais; Sistemas de Referência; Sistema de Coordenadas

    Retangulares.

    1.1 Espaços Dimensionais.

    Quando iniciamos um estudo em Geometria Analítica precisamos definir em qual

    espaço dimensional estão baseadas nossas informações para a corretainterpretação e solução dos problemas. Podemos trabalhar em n Re R R R 32 ,,  

    O sistema dimensional  R  é composto pela reta  real (uma dimensão). Uma reta

    onde representamos infinitos pontos que são associados aos números reais, de

    modo que cada ponto corresponde a apenas um número real.

    1 2 3-1 0-3 -2

    π   3−   32  

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    O Sistema dimensional 2 R   é o plano, (duas dimensões) onde os pontos são

    representados por um par de números reais e as equações das curvas têm duas

    variáveis.

    Já 3 R , é o que chamamos de espaço, (três dimensões) onde os pontos são

    definidos por um terno de números reais e as equações das curvas têm três

    variáveis.

    Podemos trabalhar, teoricamente, em uma dimensão qualquer, n R , mas neste

    texto nos concentraremos principalmente em 2 R .

    1.2 Sistemas de Referência para 2 R .

    Para utilizar o fantástico poder da geometria analítica no estudo de questões

    geométricas, precisamos, antes de mais nada, saber localizar com precisão, os

    pontos em um plano.

    Podemos definir precisamente a posição de um ponto num plano por meio de um

    par de números reais (coordenadas do ponto). Para isso precisamos de um

    sistema de referência. Um sistema de referência é composto de um referencial e

    de uma regra que define como os pontos serão localizados em relação a este

    referencial.

    Existem vários sistemas de referência que são regularmente utilizados na

    Geometria Analítica. Como exemplo, podemos citar o sistema de coordenadas

    retangulares (chamado também de Plano Cartesiano) e o sistema de

    coordenadas polares.

    Estes sistemas são os mais usados, mas existem outros. Na verdade, podemos

    criar sistemas de referência de acordo com nossa necessidade, bastando para

    isso, definir um referencial e uma regra para a localização dos pontos no plano.

    Podemos estudar as curvas planas por meio de equações descritas em relação a

    um sistema de referência. Uma curva plana é um conjunto de pontos que

    obedecem a uma determinada regra e sua equação é uma expressão matemática

    que define tal regra. Por exemplo, para que um conjunto de pontos seja

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    considerado uma reta, eles precisam estar alinhados e obedecer a uma regra do

    tipo 0=++   cbyax   que é uma equação em relação ao sistema de coordenadas

    retangulares. Cada curva tem uma equação bem definida em relação a um

    sistema de referência. Ao mudarmos o sistema de referência mudamos também a

    equação da curva. Às vezes uma curva possui uma equação mais simples, ou

    mais apropriada, em relação a um determinado sistema de referência. Por isso

    existem vários, e são utilizados de maneira conveniente.

    1.3 O Sistema de Coordenadas Retangulares.

    O sistema de coordenadas retangulares tem como referencial um par de retas,

    chamados de eixos coordenados, infinitos e perpendiculares entre si.

    Para cada eixo é definida uma escala (normalmente a mesma para os dois) cuja

    origem é a interseção.

    Os números reais são representados nestes eixos, sendo que a distância entre

    dois números inteiros, é uma unidade da escala definida. O número zero está na

    interseção dos eixos e é chamado de origem do sistema.O eixo horizontal é o eixo das abscissas que são representadas pela letra x. O

    eixo vertical é o eixo das ordenadas, representadas pela letra y.

    A figura 1.1 mostra o sistema de coordenadas retangulares como um sistema de

    referência de um plano. Com isso, qualquer ponto pertencente ao plano pode ser

    1 2 3-1 0-3 -2

    1

    2

    3

    -1

    -3

    -2

    y

    x

    Figura 1.1 

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    perfeitamente localizado. Esta localização será feita medindo-se a distância

    orientada (considerando o sinal negativo) de um ponto aos eixos coordenados. A

    distância do ponto ao eixo y será sua abscissa e a distância do ponto ao eixo x

    será sua ordenada. Isto irá conferir ao ponto um par ordenado de números reais

    do tipo ),(   y xP .

    Esta é a regra para a localização de pontos em um plano em relação ao sistema

    de coordenadas retangulares. É importante observar que, a distância do ponto em

    relação a um eixo coordenado é o valor absoluto de uma de suas coordenadas,

    ou seja, se o ponto estiver localizado à esquerda do eixo y, sua abscissa terá

    sinal negativo, bem como sua ordenada terá sinal negativo se ele estiver

    localizado abaixo do eixo x. Cada ponto do plano será então identificado por um,

    e apenas um, par ordenado de números reais e, cada par ordenado de números

    reais representará apenas um ponto do plano. É o que chamamos de

    característica biunívoca do sistema de coordenadas retangulares.

    Em homenagem a René Descartes (1596 – 1650), cujo nome em Latim era

    Renatus Cartesius , filósofo e matemático francês, considerado o pai da Geometria

    Analítica (vide texto página 85), o sistema de coordenadas retangularesdesenvolvido por ele, é também denominado de Sistema Cartesiano  ou Plano

    Cartesiano. Assim o chamaremos daqui em diante.

    A figura 1.2 acima mostra, representados no Sistema Cartesiano, os pontos

    ).3,2()2,2();2,1();1,2(   −−−−   DeC  B A  

    )1,2( A  

    )2,1(− B  

    )2,2(   −−C   

    )3,2(   − D  

    x1 2 3-1 0-3 -2

    1

    2

    3

    -1

    -3

    -2

    y

    Figura 1.2  

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    Capítulo 2

    Distância entre dois pontos; Coordenadas do ponto médio.

    2.1 Distância Entre Dois Pontos.

    Como foi dito anteriormente, a Geometria Analítica utiliza a álgebra como

    ferramenta. Então, se quisermos saber qual é a menor distância entre dois pontos

    do plano teremos que calcular, e não medir com uma régua. Vamos para tanto,

    desenvolver uma técnica, ou fórmula, para calcular a distância entre dois pontos

    quaisquer de um plano. Devemos utilizar, contudo, pontos de coordenadasgenéricas, ou seja, pontos que estarão representando qualquer um dos infinitos

    pontos de um plano. Com isso a técnica, ou fórmula, desenvolvida para calcular a

    distância entre estes pontos genéricos, servirá para calcular a distância entre dois

    pontos específicos quaisquer do plano.

    Obviamente precisaremos também do nosso já conhecido Plano Cartesiano, pois

     já sabemos que, sem um sistema de referência não é possível localizar pontosnum plano por meio de coordenadas e, muito menos, calcular distâncias.

    Figura 2.1

    “A menor distância entre doispontos é o comprimento dosegmento de reta que os une”

    )x( 2'

    Q

    )y,xR( 12

    )y,x(P 11  

    0

    y

    x

    )(y2 "Q   )y,(x 22Q

    )y(P 1 "

    )x( 1'P  

    r

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    A figura 2.1 mostra dois pontos de coordenadas genéricas ),( 11   y xP   e ),( 22   y xQ  

    representados em algum lugar do Plano Cartesiano. Nosso objetivo é definir uma

    fórmula para calcular a distância entre estes dois pontos. Faremos isso passo a

    passo.

    •  As projeções dos pontos P e Q nos eixos coordenados nos dão os pontos

    P’ e Q’ no eixo x, e P’’ e Q’’ no eixo y;

    •  Pelo ponto P passa uma reta paralela ao eixo x, onde marcamos o ponto

    R;

    •  O triângulo PQR é retângulo;

    Então, baseado no teorema de Pitágoras, temos:

    2

    12

    2

    12

    2

    12

    2

    12

    2

    12

    12

    222

    )()(

    )()()(

    ,

    )(''''

    )(''

    ,)()()(

     y y x xd 

     y y x xdPQ

    então

     y yQdPdRQ

     x xQdPdPR

    masdRQdPRdPQ

    −+−=

    −+−=

    −==

    −==

    +=

     

    Como P e Q são pontos genéricos, podemos utilizar a fórmula acima para calcular

    a distância entre dois pontos quaisquer do plano, por isso substituímos

    d  por dPQ .

    Distância entre dois pontos

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    Exercício resolvido:

    Prove que o triângulo ABC é isósceles. 

    R: Como dAC = dBC  podemos concluir que o triângulo é isósceles.

    2.2 Coordenadas do Ponto Médio.

    Um segmento de reta é definido por dois pontos, que são suas extremidades.

    O Ponto Médio  de um segmento de reta qualquer, é o ponto que o divide em

    duas partes congruentes (de mesma medida).

    Podemos determinar as coordenadas de tal ponto. Vamos então deduzir umafórmula para este fim, utilizando para isso pontos genéricos representados no

    Plano Cartesiano. Veja a figura 2.2.

    Figura 2.2

    A (-7,2)

    B (3,-4) C (1,4)

    68644)44()31(

    68464)24()71(

    13636100)24()73(

    22

    22

    22

    =+=++−=

    =+=−++=

    =+=−−++=

     BC 

     AC 

     AB

     

    )(''2

     yQ  

    )("   y M   

    )('' 1 yP  

    );(   y x M    ),( 2   y xS   

    ),( 22   y xQ  

    s

    );( 1 y x R  

    x

    y

     β   

    ),( 11   y xP  

    )(' 1 xP   )('  x M    )(' 2 xQ  

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    •  O ponto ),(   y x M    é o ponto médio do segmento definido pelos pontos

    ),( 11   y xP  e ),( 22   y xQ ;

    •  As projeções dos pontos P, M e Q nos eixos coordenados nos dão os

    pontos P’, M’ e Q’ no eixo x, e P’’, M’’ e Q’’ no eixo y;

    •  Pelo ponto P, traçamos uma reta r, paralela ao eixo x, e obtemos o ponto

    ),( 1 y x R ;

    •  Pelo ponto M, traçamos uma reta s, também paralela ao eixo x, e obtemos

    o ponto ),( 2   y xS  ;

    •  Podemos identificar então, dois triângulos retângulos PRM e MSQ, que são

    congruentes, pois:

    ∆≅∆

    )(ˆˆ

    )(

    )(

    retosS  R

    médio pontoé  M  MQPM 

    entescorrespond 

    SQ M  M  RP

     β α 

     

    •  Sendo congruentes os triângulos, podemos concluir que seus respectivos

    catetos PR e MS têm a mesma medida;

    •  O cateto PR, tem a mesma medida do segmento P’M’ que por sua vez

    mede ).( 1 x x −  O cateto MS, tem a mesma medida do segmento M’Q’ que

    por sua vez mede )( 2   x x   − , então:

    2

    2

    21

    21

    21

    21

     x x x

     x x x

     x x x x

     x x x x

    +=

    +=

    +=+

    −=−

     

    2

    21   y y y  +

    =  analogamente :

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    Concluindo:

    A abscissa do ponto médio de um segmento de reta será a metade da soma das

    abscissas das extremidades do segmento, e, a ordenada do ponto médio será a

    metade da soma das ordenadas das extremidades.

     

      

        ++

    2,

    2

    2121   y y x x M   

    Exercícios resolvidos:

    1) A mediana de um triângulo é um segmento de reta que une um vértice ao ponto médio do lado

    oposto. Ache o comprimento das medianas do triângulo cujos vértices são: A(2,3) ; B(3,-3) e

    C(-1,-1)

    Cálculo dos pontos A’, B’, C’

    Ponto médio

    C (-1, -1))2,1(' − A

     

      

     0,

    2

    5'C   

     

      

     1,

    2

    1' B  

    A (2, 3)

    B (3, -3)

    AA’, BB’ e CC’ são as medianas do ∆  ABC.

    Cálculo do comprimento das medianas

     

     

     1,

    2

    1` B  

    )2,1(` − A

    =−

    =

    =+

    =

    =−

    =

    =−

    =

    −=−−

    =

    =−

    =

    02

    33

    2

    5

    2

    32

    12

    13

    2

    1

    2

    12

    22

    13

    12

    13

    `

    `

    `

    `

    `

    `

     yC 

     xC 

     yB

     xB

     yA

     xA

     

    532

    1

    4

    531

    4

    49

    12

    7)10(1

    2

    5

    892

    1

    4

    8916

    4

    25

    42

    5)31(3

    2

    1

    26251)32()21(

    2

    2

    2

    `

    2

    2

    2

    2

    `

    22`

    ==+=

      

     =++

     

      

     +=

    ==+=

      

       −=++

     

      

     −=

    =+=−−+−=

    mCC 

    mBB

    mAA

     

      

       0,

    2

    5'C   

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    2) Determinar B, sabendo que M(7,-3) é o ponto médio de AB, dado A(1,2).

    2.3 Exercícios propostos:

    1) Calcular a distância entre os pontos ( )4,3   +−   ba A  e ( )1,1   ++   ba B .

    2) Se M(4,2), N(2,8) e P(-2,6)  são os pontos médios dos lados AB, BC e CA 

    respectivamente de um triângulo ABC , determinar A, B e C.

    3) Determinar os pontos que dividem o segmento−−

     AB   em quatro partescongruentes, sendo dados: A(-3,11) e B(5,-21). 

    4) Num triângulo ABC são dados: A(2,0) e M(-1,4) ponto médio de−−

     AB . obter o

    vértice C do triângulo, sabendo que os lados AC e BC  medem 10 e 10 2  

    respectivamente.

    5) Ache as abscissas dos pontos tendo ordenada 4 e que estão a uma distância

    de 117 do ponto P(5,-2). 

    6) Prove que o quadrilátero com vértices consecutivos em (1,2), (5,-1), (11,7) e

    (7,10) é um retângulo.

    7) Prove que os pontos (2,4), (1,-4) e (5,-2)  são vértices de um triângulo

    retângulo e ache sua área.

    8) Prove que os pontos (1,-1), (3,2), (7,8) são colineares, usando a fórmula da

    distância entre dois pontos.

    9) Os vértices opostos de um quadrado estão em (3,-4) e (9,-4). Ache os outros

    dois vértices.

    )8,13(

    813

    62141

    2

    23

    2

    17

    −==

    −=+=+

    +=−

    +=

     B

     y x

     y x

     y x

     

    A (1, 2) B (x, y)

    M (7,-3)

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    14

    10) Um triângulo ABC   é retângulo em A, que pertence ao eixo das ordenadas.

    Tendo os pontos B(2,3) e C(-4,1) determinar A.

    11) Dados A(-3,1) e B(3,5) obter o ponto em que a reta AB corta a bissetriz dos

    quadrantes ímpares.

    12) Dados A(5,7) e B(-6,5) obter o ponto em que a reta AB corta a bissetriz dos

    quadrantes pares.

    Respostas:

    1) 5

    2) A(0,0), B(8,4) e C(-4,12)

    3) (-1,3), (1,-5) e (3,-13)

    4) C1(-6,-6) e C2(10,6)

    5) 144   =−=   xou x  

    9) (6,-7) e (6,-1)

    10) A1(0,-1) e A2(0,5)

    11) (9,9)

    12)  

      

     −

    13

    67,

    13

    67 

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    15

    Capítulo 3

    Retas em R²; Coeficiente angular; Equações da reta; Interseção de retas;

    Paralelismo; Perpendicularismo; Ângulo entre duas retas; Distância entre

    ponto e reta.

    3.1 Retas em R².

    Começaremos agora o estudo das equações de algumas curvas planas. Neste

    capítulo vamos discutir as particularidades e estudar a equação de uma curva

    simples, porém de extrema importância. A reta. Sim, a reta também é chamada

    de curva, numa generalização deste termo. Uma curva plana é formada por umconjunto de pontos num plano que obedecem a uma determinada regra, que é

    sua equação. A reta, como sugere o próprio nome, é um conjunto de pontos

    alinhados.

    Para que tenhamos uma reta bem definida num plano, basta conhecer dois de

    seus infinitos pontos, ou seja, conhecendo apenas dois pontos de uma reta

    podemos determinar sua equação.

    Mas também podemos determinar a equação de uma reta conhecendo um  de

    seus pontos e seu coeficiente angular.

    Então, o que é o coeficiente angular de uma reta?

    3.2 Coeficiente Angular.

    α  

    y

    r

    x

    α P

    Q

     y∆

      x∆

     

    “O coeficiente angular também échamado de inclinação oudeclividade”

    Figura 3.1

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    16

    Imagine uma partícula se movendo do ponto P ao ponto Q ao longo da reta r. Ao

    fazer este movimento a partícula se deslocou horizontalmente  x∆  e verticalmente

     y∆ . O coeficiente angular da reta r, denotado pela letra m, por definição é a razão

    entre o deslocamento vertical e o deslocamento horizontal.

     x

     y

    horizontaliação

    verticaliaçãom

    ∆==

    var

    var 

    Observando a figura 3.1 podemos identificar um triângulo retângulo cuja

    hipotenusa é o segmento PQ e os catetos são  y∆  e  x∆ . O ângulo α   é o ângulo

    entre a reta e o sentido positivo  do eixo x, que é correspondente ao ângulo

    agudo adjacente ao cateto  x∆  do triângulo retângulo.

    A tangente do ângulo é calculada por: x

     ytg

    ∆=α  .

    Então o coeficiente angular de uma reta pode ser calculado através da expressão:

    tgm  =  

    Através do coeficiente angular de uma reta podemos saber se ela é crescente,

    decrescente, constante ou vertical.

    Ora, se retas são crescentes, o ângulo entre elas e o sentido positivo do eixo x

    pode variar no intervalo2

    0  π α   m . Lembre-se: tgm  = .

    “ O coeficiente angular de uma retaé a tangente do ângulo entre a retae o sentido positivo do eixo x.”

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    17

    Se retas são decrescentes, o ângulo α    estará no intervalo π α π 

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    18

    3.2.1 Coeficiente Angular através de dois pontos.

    Podemos também, determinar o coeficiente angular de uma reta, através das

    coordenadas de dois pontos pertencentes à reta.

    Observe a figura 3.3 onde estão representados, uma reta e dois de seus pontos

    com coordenadas genéricas.

    Figura 3.3

    •  As projeções dos pontos A e B nos eixos coordenados nos dão os

    pontos A’ e B’ no eixo x, e A’’ e B’’ no eixo y;•  Pelo ponto A, traçamos uma reta s, paralela ao eixo x, e obtemos o

    ponto R;

    •  O triângulo ARB é retângulo, então:

     AR

     RBtg   =α    ou

    12

    12

     x x

     y ytg

    −=α   

    )('' 1 y A  

    )('' 2 y B  

    α  

    y

    s

    ),( 22   y x B  

    )(' 2 x B  )(' 1 x A  

    ),( 11   y x A   R

    x

    r

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    19

    Portanto, o coeficiente angular de uma reta pode ser calculado usando a

    fórmula:

    12

    12

     x x

     y ym

    −=  

    Exercício resolvido:

    1) Determinar o coeficiente angular das retas e esboçar os gráficos:

    3

    2

    3

    2

    25

    13

    )

    12

    12

    1

    =

    =−

    −=

    −=

    m

    m

     x x

     y ym

     

    1

    02

    02

    )

    12

    12

    2

    =

    −=

    −=

    m

     x x

     y ym

     

    )4;2(

    )3;2(

    )4;2(

    )4;3(

    )2;2(

    )1;1(

    )2;2(

    )0;0(

    )3;5(

    )1;2(

    5

    5

    5

    4

    4

    4

    3

    3

    3

    2

    2

    2

    1

    1

    1

     B

     Ar 

     B

     Ar 

     B

     Ar 

     B

     Ar 

     B

     Ar 

    −−

     

    B1 

    A1 

    x

    y

    B2 

    A2 

    y

    x

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    20

    133

    1212

    )

    12

    12

    3

    −=−

    =−−

    +=

    −=

    m

     x x

     y ym

     

    032

    44

    )

    12

    12

    4

    =+

    −=

    −=

    m

     x x

     y ym

     

    ∃/=+

    =

    −=

    0

    7

    0

    34

    )

    12

    12

    5

    m

     x x

     y ym

     

    Obs: Logicamente o coeficiente angular  de uma reta pode ser obtido tomando-

    se quaisquer  pares de pontos pertencentes à mesma. 

    y

    x

    α  

    B3 

    A3 

    x

    B4 A4 

    y

    A5

    x

    B5

    y

    0=m , para todas asretas paralelas ao eixo x.Retas constantes.

    m , não é definido para todas

    as retas perpendiculares aoeixo x. Retas verticais.

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    21

    3.3 Equações da Reta.

    Como vimos uma reta fica bem determinada num plano, se conhecemos dois de

    seus pontos ou se conhecemos um de seus pontos e seu coeficiente angular. A

    partir desses elementos podemos definir uma equação matemática, ou seja, uma

    regra que nos fornece ou representa todo o infinito conjunto de pontos que

    pertencem a uma reta. Para isso precisamos, como já sabemos, de um sistema

    de referência que irá nos possibilitar identificar os pontos por meio de

    coordenadas. Se utilizarmos o plano cartesiano, teremos para as retas, equações

    do 1º grau com duas variáveis.

    3.3.1 Equação da reta em função de dois pontos.

    Figura 3.4

    Os pontos A e B são pontos conhecidos da reta e estão representados no plano

    cartesiano, com coordenadas genéricas, pois a equação obtida servirá como um

    modelo para se obter a equação de uma reta específica qualquer. O ponto M é

    um ponto qualquer da reta, ou um ponto genérico, e suas coordenadas serão as

    variáveis da equação.

    y

    ),(   y x M   

    ),( 22   y x B  

    ),( 11   y x A  

    r

    x

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    22

    Podemos calcular o coeficiente angular da reta acima utilizando ou os pontos A e

    M ou os pontos A e B. Então: 

    12

    12

    1

    1

     x x

     y y

     x x

     y y

    mm  AB AM 

    −=

    =

     

    3.3.2 Equação da reta em função do coeficiente angular.

    Uma simples alteração na fórmula nos possibilita determinar facilmente a equação

    de uma reta no plano quando conhecemos apenas um de seus pontos e seu

    coeficiente angular. 

    )( 112

    12

    1   x x x x

     y y

     y y  −

    −=−

     

    A equação de qualquer reta no plano, pode ser obtidasubstituindo as coordenadas de dois de seus pontos nafórmula, ou modelo, acima.

    )(

    :

    :

    )(

    :

    11

    12

    12

    1

    12

    121

     x xm y y

    então

    m x x

     y y

    mas

     x x x x

     y y y y

    temos

    −=−

    =−

    −−

    −=−

     

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    3.3.3 Equação Reduzida.

    É interessante trabalhar com a equação reduzida de uma reta, pois deste modo

    podemos visualizar facilmente seu coeficiente angular e seu coeficiente linear

    (intercepto do eixo y). A equação reduzida tem um formato característico como

    veremos a seguir:

    )(

    :

    11   x xm y y

    temos

    −=− 

    Se o ponto conhecido for ),,0(   b B  então:

    )0(   −=−   xmb y  

    3.3.4 Equação Segmentária.

    A equação de uma reta na forma segmentária é muito interessante, pois temos a

    informação imediata dos interceptos da reta nos eixos coordenados.

    Figura 3.6

    Coeficiente linear (onde corta o eixo-y)Coeficiente

    angular

    bmx y   +=  

    A (a,0)

    B (0,b)

    y

    x

    ),0(   b B  

    y

    x

    Figura 3.5

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    24

    Substituindo os pontos A e B na fórmula da equação da reta, temos:

    ⇒=+

    =+

    →=+

    +−=

    −−=

    −−

    −=−

    −−

    =−

    1

    )(

    )(0

    00

    )( 112

    121

    a

     x

    b

     y

    b

    b

    ab

    bx

    b

     y

    b por tudoividindob x

    a

    b y

    b xa

    b y

    a xa

    b y

    a xa

    b y

     x x x x

     y y y y

    d

     

    onde

    3.3.5 Equação Geral.

    É a equação da reta na forma:

    onde a  e b  não são nulos simultaneamente.

    a é o intercepto eixo-xb é o intercepto eixo-y 

    1=+b

     y

    a

     x 

    0=++   cbyax  

    0≠bea  

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    GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA

    25

    Para relembrar:

    verticalretam

    teconsretam

    edecrescent retam

    crescenteretam

    bmx ySeja

    ⇒∃

    ⇒=

    ⇒<

    ⇒>

    +=

    tan0

    0

    Exercício resolvido:

    1) Ache a equação da reta que passa pelos pontos A(8,-8) e B(12,-16) nas formas reduzida,

    geral e segmentária:

    Sol:

    Cálculo de m

    ⇒=−

    +−=

    −=

    4

    8

    812

    816

    2

    12 m x x

     y ym  

    82

    1628)8(28

    )( 11

    +−=

    +−=+−−=+

    −=−

     x y

     x y x y

     x xm y y

     

    082   =−+ y x  

    2−=m  

    Eq. reduzida

    Eq. geralEq. segmentária

    8

    8

    88

    2

    82

    =+

    =+

     y x

     y x

     

    184

    =+ y x

     

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    26

    3.4 Interseção de retas.

    Figura 3.7

    O ponto de interseção de duas retas deve satisfazer à equação de ambas,

    portanto, para determiná-lo, basta resolver um sistema formado por tais

    equações.

    Em geral a solução de um sistema de equações, é, ou são, os pontos de

    interseção de seus gráficos.

    Ex: Obter o ponto I de interseção das retas 3x + 4y - 12 = 0 e 2x – 4y + 7 = 0

    sol:

     

      

     ⇒=

    −=

    =−+×

    =

    =−

    =+−

    =−+

    4

    9,1

    4

    9

    3124

    012413

    :,

    1

    055

    :

    0742

    01243

     I  y

     y

     y

    temosequação primeirana xdevalor olevando

     x

     x

    temosequaçõesassomando

     y x

     y x

     

    y

    x

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    27

    3.5 Condição de Paralelismo.

    Duas retas são consideradas paralelas se possuem o mesmo coeficiente angulare coeficientes lineares distintos.

    Figura 3.8

    3.6 Condição de Perpendicularismo.

    Os coeficientes angulares de duas retas distintas também podem nos dizer se

    elas são perpendiculares. Vejamos a figura 3.9 abaixo.

    Figura 3.9

    y

    xr α    sα   

    s

    r

    ( )

    msmr 

    stgr tg

    correspsr 

    =

    =

    =

    α α 

    α  .

     

    r   s  

    sα   r  

    y

    x

    sr

    t

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    28

    Pelo ponto de interseção das retas, traçamos uma reta t, paralela ao eixo-x. Com

    isso podemos identificar os ângulos correspondentes de r es  entre as retas r e

    s e a reta t.

    Podemos relacionar os ângulos r es da seguinte maneira:

    0.1:2

    :2.1

    :2

    )(

    ,2

    ,2

    =+∃

    =+

    =−

    =−

    +=

    stgr tgentãotg

    mastgstgr tg

    stgr tg

    identidadeausandotgsr gt 

    seguesr 

    ousr 

    α α π 

    π 

    α α 

    α α 

    π α α 

    π α α 

    π α α 

     

    msmr msmr 

    msmr 

    stgr tg

    11.

    0.1

    0.1

    −=⇒−=

    =+

    =+

      α 

     

    Concluindo:

    Duas retas r e s distintas são perpendiculares, se e somente se,ms

    mr 1

    −=  ,

    o que equivale a dizer que, se duas retas são perpendiculares, o coeficiente

    angular de uma é igual ao da outra invertido e com o sinal oposto.

    Por exemplo, se o coeficiente angular de uma reta é igual a 3, então o coeficiente

    angular de qualquer reta perpendicular a ela é 31

     .

    tgbtgatgbtgabatg⋅+

    −=−1

    )(

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    29

    3.7 Ângulo entre Duas Retas.

    Com a ajuda da figura 3.10, podemos deduzir uma fórmula para o cálculo do

    ângulo entre duas retas quaisquer, também utilizando seus coeficientes

    angulares.

    Figura 3.10

    ⇒×+

    −=

    −=

    −=

    stgr tg

    stgr tgtg

    sr tgtg

    sr 

    α α 

    α α θ 

    α α θ 

    α α θ 

    1

    )(  

    Exercício resolvido:

    1) Obter o ponto P, simétrico de Q(-1,8) em relação à reta r de equação 03 =−− y x  

    msmr 

    msmr tg

    ⋅+

    −=

    1θ   

    M é o ponto médio de PQ.

    M

    r: x – y – 3 = 0

    Q(-1, 8)

    P(x, y)

    r  

    y

    x

    r  s  

    r s

    s

     

    θ  

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    30

    Cálculo da inclinação da reta r

    13

    03

    =⇒−=

    =−−

    r m x y

     y x 

    então : 1−=PQm  

    Equação da reta PQ

    07

    18

    )1(18

    )( 11

    =−+

    −−=−

    +−=−

    −=−

     y x

     x y

     x y

     x xm y y

     

    Determinação do ponto M ⇒  PQr  ∩  

    5

    102

    0102

    07

    03

    =

    =

    =−

    =−+

    =−−

     x

     x

     x

     y x

     y x

     

    )2,5(2

    35

    035

     M  y

     y

     y

    ⇒=

    −=

    =−−

     

    3.8 Distância Entre Ponto e Reta.

    A menor distância de um ponto ),( 00   y xP   a uma reta 0:   =++   cbyaxr    é o

    comprimento do segmento que vai do ponto à reta e é perpendicular à mesma,

    como vemos na figura 3.11.

    Concluindo:

    11

    101

    2

    15

    2

    21

    =

    =+−

    +−=

    +=

     x

     x

     x

     x x x

     

    4

    48

    2

    82

    2

    21

    −=

    =+

    +=

    +=

     y

     y

     y

     y y y

     

    )4,11(   −

    P

     

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    31

    Figura: 3.11

    Podemos calcular a menor distância do ponto P  à reta r  utilizando a fórmula:

    22

    00Pr

    ba

    cbyaxd 

    +

    ++=  

    Exercício resolvido:

    1) Calcular a medida da altura AH do triângulo cujos vértices são: A(1,1), B(-1,-3) e C(2,-7).

    utilizando a fórmula da distância entre ponto e reta, temos:

    45

    20

    25

    20

    916

    131.31.4

    01334:

    )1,1(

    ===

    +

    ++=

    =++

    dpr 

    dpr 

     y x BC reta

     A

     

    Então a altura AH mede 4 unidades.

    HB(-1,-3)

    A(1, 1)

    C(2,-7)

    0:   =++   cbyaxr   

    ),( 00   y xP  

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    32

    2) Calcular a distância entre as retas paralelas r: 7x + 24y – 1 = 0 e s: 7x + 24y + 49 = 0

    3.9 Exercícios propostos:

    1) Em cada caso determine a equação geral da reta:a) que passa pelo ponto A(-1,6) e tem inclinação 3;

    b) que passa pelos pontos P(2,-1) e Q(0,5);

    c) bissetriz do 1º e 3º quadrantes;

    d) que passa pela origem e tem coeficiente angular3

    2−=m .

    2) Verifique se a afirmação está correta:

    a) a reta 01042:   =+−   y xr   é perpendicular à reta 062:   =++ y xs ;

    b) a reta 023:   =+− y xt   é paralela à reta 0526:   =−−   y xu .

    3) Determinar a equação da reta que passa pelo ponto P(-1,2) e é paralela à reta

    0132:   =+−   y xr  .

    4) Determinar a equação da reta que passa por Q(2,-3) e é perpendicular à reta

    072:   =+−   y xs .

    5) Determinar os vértices A, B e C   do triângulo cujos lados têm as equações

    01:  =+− y x AB , 0177:

      =++  y x BC   e 01135:

      =−+  y xCA .

    6) Achar o ponto B  simétrico de A(3,-1) em relação à reta 01032:   =−+   y xr  .

    Tomamos um ponto P de r, atribuindo um valor qualquer a

    x e calculando y

    r Pentão

     y y

     y

     y x

    ∈−

    −=⇒−=

    −=

    =−+⇒=

    )2,7(,

    224

    48

    49124

    01247.77

     

    logo:

    225

    50

    57649

    49)2.(247.7==

    +

    +−+== dPsdrs , ou seja: a distância entre r e s é de 2 unidades

    s

    r

    P(7,-2)

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    33

    7) Provar que são perpendiculares as diagonais do quadrilátero de vértices

    consecutivos A(2,-1), B(6,-1), C(4,5) e D(0,1). 

    8) Determinar o valor de k  de modo que a reta 073:   =++ ky xr   passe pelo ponto

    A(3,-2).

    9) Calcular a distância do ponto A(3,4) à reta 01043:   =−+   y xs .

    10) Determinar a distância do ponto P  à origem do sistema cartesiano onde P  é a

    interseção das retas 02:   =− xr   e 03:   =− ys .

    11) Encontre a equação da reta que passa pelo ponto A(3,2) e que forma com os

    eixos coordenados, no 1º quadrante, um triângulo de área igual a 12.

    12) Calcular a interseção da reta 012:   =+− y xr    com a reta que passa pelos

    pontos A(0,3) e B(1,1).

    13) Determinar o ponto da reta 043:   =++ y xr   que é eqüidistante dos pontos

    P(-5,6) e Q(3,2). 

    14) Ache a equação da reta suporte da altura relativa ao vértice A do triângulo de

    vértices A(2/3,1), B(-3,0) e C(6,1). 

    15) Obter o ponto de interseção das diagonais AC e BD   do quadrilátero ABCD, 

    sendo dados A(0,0), B(4,1), C(7,7) e D(-1,6).

    16) Obter a equação da mediatriz do segmento AB , dados A(1,-7) e B(6,-12).

    17) Dadas as retas 0343:   =+−   y xr   e 22:   +=   x ys , determine o ponto P da reta s,

    que dista 6 unidades da reta r. 

    18) O baricentro de um triângulo ABC  é G(4,-2). Obter C , sabendo que A(5,-7) e

    B(8,-3).

    Obs.: baricentro:  

      

        ++++

    3,

    3

     yC  yB yA xC  xB xAG  

    19) Obter os vértices B e C   do triângulo ABC   sendo dados o vértice A(0,0),  oponto M(1,2) médio do lado AB  e o baricentro G(0,5).

    20) Verificar se os pontos )2,1()3,2(),1,(` ++++−   bC eba Bba A  são colineares. 

    21) Existe alguma reta passando por )4,3()2,1(),1,(` +++++   aaC eaa Baa A ? 

    22) Determinar  x  de modo que )12,1()3,2(),2,(` −−−   C e B x A  sejam colineares. 

    23) Obter o baricentro do triângulo MNP, dados ),(),,(`  f ecb N ed ba M    −−−−   e

    ),(   d  f acP   −− . 

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    24) Calcular a altura relativa ao vértice A  do triângulo de vértices

    ).2,5()1,2(),3,0(   −−   C e B A  

    Respostas:

    1)

    a) 093   =+− y x  

    b) 053   =−+ y x  

    c) 0=− y x  

    d) 032   =+   y x  

    2)

    a) sim

    b) sim

    3) 0832   =+−   y x  

    4) 012   =−+ y x  

    5) A(1,2), B(-3,-2) e C(4,-3)

    6)  

      

     

    13

    29,

    13

    67 B  

    8) k=8

    9) 3  

    10) 13  

    11) 01232   =−+   y x  

    12)  

      

     2,

    2

    13) (-2,2)

    14) 079   =−+ y x  

    15)  

      

     

    2

    5,

    2

    16) 013 =−− y x  

    17) )12,5()12,7( 21   PeP   −−  

    18) C(-1,4)

    19) B(2,4) e C(-2,11)

    20) sim

    21) sim

    22) 1= x  

    23) G(0,0)

    24) 23  

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    Capítulo 4

    Circunferência.

    4.1 Definição.

    A circunferência é uma curva plana que, como a reta, também é formada por um

    conjunto de infinitos pontos de 2 R .

    Sua definição matemática, ou seja, a regra que define como esses pontos

    devem estar posicionados no plano para que descrevam uma circunferência é a

    seguinte:

    Circunferência é o conjunto de pontos em um plano, que são eqüidistantes de um

    ponto fixo deste plano.

    Este ponto fixo é chamado de centro da circunferência, e a distância constante é

    seu raio. O centro e o raio são os principais elementos de uma circunferência.

    Figura 4.1

    Na figura 4.1, temos uma circunferência de centro c e raio r, representada em um

    plano π  .

    Os pontos n M  M  M  M  ,,, 321   pertencem à circunferência, se e somente se, a

    distância de cada um deles ao centro da circunferência for igual ao raio.

    r dcMndcM dcM dcM    ==== 321  

    r

    P

    Q

    M1 

    M2 

    M3 

    π 

    Mn 

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    A distância do ponto Q  ao centro é maior que o raio e portanto ele não pertence à

    circunferência, (Q   é um ponto exterior), assim como o ponto P   também não

    pertence à circunferência pois sua distância ao centro é menor que o raio, (P  é

    um ponto interior).

    r dcPer dcQ    

    4.2 Equação da Circunferência.

    Para determinar a equação de uma circunferência, é necessário conhecer seu

    centro e seu raio.

    Na figura 4.2 abaixo, está representada no plano cartesiano uma circunferência

    de centro ),(   k hc   e raio r.  Sabemos pela definição de circunferência que a

    distância de um ponto qualquer ),(   y x M   ao centro ),(   k hc  é igual ao raio r .

    Figura 4.2

    M(x,y)

    c(h,k)

    r

    y

    x

    ( )

    222

    22

    22

    22

    )()(

    )()(

    )()(

    :

    :

    r k  yh x

    r k  yh x

    r k  yh x

    então

    r dcM matemática Definição

    =−+−

    =−+−

    =−+−

    =

    Eq. da circunferência na forma centro-raio

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    Quando a equação de uma circunferência se apresenta na forma centro-raio é

    relativamente fácil identificar seus principais elementos, ou seja, centro e raio.

    Por exemplo, a equação 1752

    )3(

    2

    2

     

     

     ++−   y x  representa uma circunferência

    de centro  

      

     −

    5

    2,3  e raio 17 .

    Exercício resolvido:

    Determinar a equação da circunferência cujo centro é o ponto C(-3,4) e o raio r=6.

    sol:

    222 )()(   r k  yh x

    raiocentroequação

    =−+−

    − 

    36)4()3( 22 =−++   y x  

    4.3 Equação Geral da Circunferência.

    A equação de uma circunferência também pode ser representada de forma geral,

    como o desenvolvimento da equação centro-raio. Vejamos:

    ( )

    022

    :

    22

    :sen

    )()(

    ,

    22222

    22222

    222

    =−++−−+

    =+−++−

    =−+−

    r k hkyhx y x

    ordememcolocando

    r k ky yhhx x

    temosvolvendode

    r k  yh x

    r raioek hC centrodeequaçãoaSeja

     

    É a equação pedida, através da qual podemosidentificar facilmente o centro e o raio.

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    0

    :,

    2

    2

    :

    22

    222

    =++++

    =−+

    =−

    =−

    F  Ey Dx y x

    temosF r k h

     E k 

     Dh

     fazendo

     

    É importante observar que toda equação geral de circunferência possui os dois

    termos do 2º grau e seus coeficientes devem ser obrigatoriamente iguais.

    Vamos desenvolver a equação do exercício anterior

    01186

    03616896

    36)4()3(:

    22

    22

    22

    =−−++

    =−+−+++

    =−++

     y x y x

     y y x x

     y xtemos

     

    4.4 Identificando o Centro e o Raio na Equação Geral da Circunferência.

    Se não podemos identificar facilmente o centro e o raio, então teremos de

    calcular, pois são os principais elementos da circunferência. Faremos o seguinte:

    Seja a equação geral: 022 =++++   F  Ey Dx y x  

    Para identificar o centro e o raio na equação acima utilizaremos os coeficientes D ,

    E  e F .

     

     

     

     −−∴−=⇒−=

    −=⇒−=

    2

    ,

    22

    2

    22

    ),(:

     E  DC 

     E k k  E 

     Dhh D

    k hccentro

     

    Esta equação está na forma Geral.

    Não podemos identificar facilmente o centro eo raio ao olhar.

    Esta é a Equação Geral da circunferência

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    39

    2

    4

    4

    4

    44

    22

    :

    22222

    222

    22

    2

    222

    F  E  Dr 

    F  E  Dr 

    F  E  D

    F  E  D

    r k hF 

    r raio

    −+=∴

    −+=

    −+=

     

     

     

     −+

     

     

     

     −=

    −+=

     

    realé nciacircunferêaF  E  Dse

     pontoumapenasé nciacircunferêaF  E  Dse

    vazioconjuntonciacircunferêF  E  Dse

    Obs

    ⇒>−+

    ⇒=−+

    ∃⇒

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    4.5 Exercícios propostos:

    1) Determine o centro e o raio, caso a circunferência exista:

    a) 014222 =+−−+   y x y x  

    b) 0918333 22 =+−−+   y x y x  

    c) 03110722 =+−++   y x y x  

    d) 03222 =−−+   y y x  

    e) 034223 22 =+−+−   y x y x  

    f) 0922 =+−−   y x  

    g) 0422 =++ y x  

    h) 08222 =+−++   y x y x  

    2) Determine a equação geral da circunferência cujo centro é o ponto C(3,-5) e é

    tangente à reta 0143:   =+−   y xr  .

    3) Determinar a equação da reta tangente à circunf. 0392222 =−−++   y x y x  no

    ponto A(4,5). 

    4) Determinar a equação da circunferência que passa pelo ponto A(0,1)  e

    tangencia a reta 034   =+− y x  no ponto B(0,3). 

    5) Achar a equação cartesiana da circunferência que passa pelo ponto A(4;8) e

    tangencia as retas .010   ==   ye y  

    6) Determinar os pontos de interseção da reta 05  =−+ y x  com a circunferência

    014222 =+−−+   y x y x  e fazer um esboço do gráfico das duas curvas.

    7) Determinar as equações das circunferências de raio r = 2 e tangentes à reta

    01 =−+ y x  e centro sobre o eixo x.

    8) A reta 01 =+ y   é tangente à circunferência de centro (-1,m)  e raio 2 . Ache

    uma equação de cada circunferência que tem essa propriedade.

    9) Dada a circunferência 03222 =−−+   y y x  e os pontos 31,1   −− M   e ( )1,2 N  que

    pertencem a mesma. Calcular o comprimento da corda MP , sabendo que N e

    P  são os extremos de um diâmetro.

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    10) Obter as equações das circunferências de raio 3, tangentes à reta 07  =− y  e

    tangentes exteriormente à circunferência .422 =+ y x  

    11) Determinar a equação da circunferência que passa pelos pontos).4,1()0,5(),3,2(   −−−   Pe N  M   

    Respostas:

    1)

    a) r=2, c(1,2)

    b) r=2

    5, c  

     

     

     

     3,

    2

    c) r=2

    5, c  

     

      

     − 5,

    2

    d) r= 2 , c ( )1,0  

    e) não é circunferência

    f) r=3 , c ( )0,0  

    g) conjunto vazio

    h) conjunto vazio

    2) 0210622 =−+−+   y x y x  

    3) 04045   =−+   y x  

    4) ( ) ( ) 1724 22 =−+−   y x  

    5) ( ) 255 22 =−+   y x   e ( ) ( ) 2558 22 =−+−   y x  

    6) )4,1()2,3(   e  

    7) ( ) 21 22 =++   y x   e ( ) 23 22 =+−   y x  

    8) ( ) ( ) 411 22 =−++   y x   e ( ) ( ) 431 22 =+++   y x  

    9) 2= MPd   

    10) ( ) ( ) 943 22 =−++   y x   e ( ) ( ) 943 22 =−+−   y x  

    11) 0458422 =−−++   y x y x  

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    42

    Capítulo 5

    O Estudo das Cônicas.

    Seções Cônicas.

    Circunferências, elipses, hipérboles e parábolas: todas essas curvas são

    encontradas a partir de seções de um plano em uma superfície cônica. (ver

    apêndice IV).

    Muitas descobertas importantes em matemática pura e na ciência em geral estão

    relacionadas às seções cônicas. Os gregos clássicos - Arquimedes, Apolônio e

    outros - estudavam essas belas curvas por puro prazer, como forma de desafio,sem qualquer pensamento em possíveis aplicações. As primeiras aplicações

    apareceram quase 2.000 anos depois, no início do século XVII. Em 1604, Galileu

    descobriu que, lançando-se um projétil horizontalmente do topo de uma torre,

    supondo que a única força atuante fosse a gravidade - isto é, a resistência do ar e

    outros fatores complicadores são desconsiderados -, sua trajetória será uma

    parábola. Um dos grandes eventos da história da Astronomia ocorreu alguns anos

    mais tarde, apenas em 1609, quando Kepler publicou sua descoberta de que aórbita de Marte era uma elipse, lançando a hipótese de que todos os planetas se

    moveriam em órbitas elípticas. Cerca de 60 anos depois disso, Newton provou

    matematicamente que a órbita planetária elíptica é causa e conseqüência de uma

    lei de atração gravitacional, baseada no inverso do quadrado da distância. Isso

    levou Newton a formular e publicar (em 1687) sua famosa Teoria de Gravitação

    Universal, para explicar o mecanismo do sistema solar, teoria esta considerada

    como sendo a maior contribuição feita a ciência por um só homem. Esses

    desenvolvimentos ocorreram centenas de anos atrás, mas o estudo das seções

    cônicas não é, ainda hoje, nem um pouco anacrônico. De fato, essas curvas são

    instrumentos importantes nas explorações espaciais dos dias de hoje, e também

    nas pesquisas do comportamento de partículas atômicas: os satélites artificiais

    movem-se em torno da terra em órbitas elípticas e a trajetória de uma partícula

    alfa movendo-se no campo elétrico de um núcleo atômico é uma hipérbole. Esses

    exemplos e muitos outros mostram que a importância das seções cônicas, tanto

    antigamente como atualmente, não pode ser desprezada.

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    GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA

    43

    5.1 A Elipse.

    A Elipse é uma curva plana, formada por um conjunto de infinitos pontos de 2 R .

    Sua definição matemática, ou seja, a regra que define como esses pontos

    devem estar posicionados no plano para que descrevam uma elipse é a seguinte:

    Elipse é o conjunto de infinitos pontos de um plano cuja soma  das distâncias a

    dois pontos fixos deste plano (focos) é constante (k).

    Cada elipse tem a sua constante k.

    Figura 5.1

    k F dM F dM elipse Mn nn   =+⇒∈'

     

    5.1.1 Elementos da Elipse.

    A figura 5.2 mostra uma elipse com centro na origem do sistema cartesiano.

    F’

    M1 

    π 

    M2 

    Mn 

    F

    y

    x

    2aB(0,-b)

    A(-a,0) A(a,0) 

    B(0;2c

    F(-c,0) F(c,0)

    B(0,b)

    Figura 5.2

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    44

    Seus principais elementos são:

    •  Eixo maior: é o segmento A’A, cuja medida vale 2a ;

    •  Eixo menor: é o segmento B’B, cuja medida vale 2b ;

    •  Vértices: são os pontos )0,()0,('   a Aea A   − ;

    •  Focos: são os pontos fixos )0,()0,('   cF ecF   − , a distância focal (entre focos)

    mede 2 c;

    •  Os pontos ),0(),0('   b Beb B   −  são as extremidades do eixo menor.

    Importante:

    1. A constante k, característica de cada elipse, é igual ao comprimento de seu

    eixo maior 2a.

    Então: ak  2=  

    Podemos provar esta afirmação utilizando o ponto )0,('   a A   −   que pertence à elipse e por

    isso deve satisfazer à condição:

    k F dAF dA   =+ '''  

    de fato:

    aK 

    k caca

    então

    caF dA

    caF dA

    2

    ,

    '

    ''

    =

    =++−

    +=

    −=

     

    2. Relação entre a , b  e c .

    222cba   +=  

    Definição matemática

    y

    B(0,-b)

    M(x,y)

    x

    A(-a,0) A(a,0)

    B(0,b)

    F(-c,0) F(c,0)

    ab

    c

    a

    y

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    45

    5.1.2 Equação Reduzida da Elipse.

    Primeiramente estudaremos as cônicas tomando como referência um sistema de

    eixos coordenados, as elipses e hipérboles estarão posicionadas tal que seus

    vértices e focos fiquem sobre um dos eixos e simétricos em relação à origem

    como na figura 5.2. No caso das parábolas, seu foco deverá estar sobre um dos

    eixos e seu vértice posicionado na origem. Com isso vamos obter as equações

    reduzidas destas curvas.

    Vamos agora determinar a equação de uma elipse específica, cujos focos são

    )0,3()0,3('   F eF   −  e cujo eixo maior 2a mede 10 unidades. Lembrando que k a  =2 .

    Esta elipse está representada na figura 5.3

    Figura 5.3

    Seja o ponto genérico elipse y x M    ∈),(  

    adMF dMF matemática Definição 2:'

    =+  

    então:

    M(x, y)

    x

    2a = 10

    A(-5,0)A(5,0)

    F(-3,0) F(3,0)

    y

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    10)3()3(2222=+−+++   y x y x  

    5.1.3 Equações Reduzidas Genéricas da Elipse.

    Podemos determinar uma equação genérica reduzida para todas as elipses com

    focos e vértices sobre um dos eixos coordenados e simétricos em relação à

    origem. A figura 5.4 mostra uma elipse cujos elementos estão com coordenadas

    genéricas em relação ao sistema cartesiano. Determinaremos sua equação

    aplicando a definição matemática.

    Figura 5.4

    ( ) ( )

    ( )

    116251625

    1

    400

    25

    400

    16

    400

    400

    )400(2516400

    2516225625

    25225150256251509

    96(256251509

    )3(5)253(

    )4()3(2010012

    6)3(201006

    96)3(2010096)3(10)3(

    2222

    22

    22

    22

    222

    222

    2222

    22

    22

    222222

    222

    222

    =++=

    +=

    ÷+=

    +=−

    ++−=+−

    ++−=+−

    +−−=−

    ÷+−−=−

    −+−−=

    ++−++−−=+++

    +−−=++

     y x y x

     y x

     y x

     y x

     y x x x x

     y x x x x

     y x x

     y x x

     x y x x

     y x x y x y x x y x y x

    ou Equação reduzida da elipse na suaforma característica após simplificação.

    Para lembrar:

    222 cba   +=  

    y

    M(x,y)

    x

    A(-a,0) A(a,0)

    F(-c,0) F(c,0)

    y

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    (   )   (   )

    ( )

    22

    22

    22

    22

    22

    22

    22222222

    222

    22222222

    222222224

    22222224222

    22224222

    22222

    222

    222

    222222222

    222

    222

    2222

    '

    )(

    )()(

    22

    )2(2

    )()(

    )4()(444

    2)(442

    2)(442

    )(2)(

    2)()(

    2

    ba

     ya

    ba

     xb

    ba

    ba

    ba ya xbba

    bcaazendo

     yaca xcaa

     ya xc xacaa yacacxa xaacxa xc

     yccx xaacxa xc

     yc xaacx

     yc xaacx

    cx yc xaacx

     yccx x yc xaa yccx x

     yc xa yc x

    a yc x yc x

    adMF dMF 

    +=

    ÷+=

    =−

    +−=−

    +−=−

    ++−=+−

    ++−=+−

    +−−=−

    ÷+−−=−

    −+−−=

    /+/+−/++−−=/+/++/

    +−−=++

    =+−+++

    =+

    f

     

    12

    2

    2

    2

    =+b

     y

    a

     x 

    Analogamente, temos:

    Eq. genérica reduzida de uma elipse comfocos e vértices sobre o eixo-y e simétricosem relação à origem.

    y

    x

    A’(0, -a)

    A(0,a)

    B’(-b,0) B(b,0)

    F(0,c)

    F’(0,-c)

    Eq. genérica reduzida de uma elipse comfocos e vértices sobre o eixo-x e simétricosem relação à origem

    12

    2

    2

    2

    =+a

     y

    b

     x 

    Figura 5.5

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    48

    Importante:

    Notemos que no caso da elipse, 22 baentãoba   >>  sendo 0,   >ba , ou seja:

    o 2a  que nos indicará a posição dos focos e vértices será sempre o maiordenominador na equação reduzida.

    5.1.4 Excentricidade.

    Excentricidade é a razãoa

    ce  =  que nos informa o quão achatada é uma elipse.

    Como 10  

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    49

    Uma elipse com uma excentricidade próxima de 1, é uma elipse bastante

    achatada. Para que a excentricidade se aproxime de 1 é necessário que c fique

    próximo de a.

    Exercício resolvido:

    1) Determinar a equação da elipse com focos no eixo-x, onde temos:

    I.

    =

    =

    82

    122

    c

    sol:

    12036

    20

    1636

    3616

    46

    222

    2

    2

    222

    =+∴=

    −=

    −=

    −=

    ==

     y xb

    b

    b

    bac

    cea

     

    II.

    =

    =

    2

    162

    e

    sol:

    4

    1

    1

    9

    91

    4

    1

    91

    2

    1

    1

    3

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    −=

    −=

     

      

     −=

     

      

     

    −=

    =

    a

    a

    a

    a

    be

    b

     1

    91212

    363

    4

    39

    222

    2

    2

    =+∴=

    =

    =

     y xa

    a

    a

     

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    5.1.5 Exercícios propostos:

    1) Determinar a equação reduzida da elipse nos seguintes casos:

    a) 2a = 10; 2c = 8   , com focos no eixo x

    b) 2b = 24; 2c = 10  , com focos no eixo y

    c) 2b = 12 ; e =4

    5 , com focos no eixo x

    2) Determinar os elementos da elipse:

    a) 141

    22

    =+ y x

     

    b) 05102 22 =−+   y x  

    3) Determinar na elipse 1425

    22

    =+ y x

     os pontos cujas abscissas são iguais a -3 .

    4) Determinar os pontos da elipse 136100

    22

    =+ y x

      cujas distâncias ao foco direito

    medem 14 .

    5) Determinar os pontos de interseção da reta 072   =−+   y x  com a elipse

    0254 22 =−+   y x .

    6) Determinar a equação reduzida da elipse, cujo eixo maior está sobre o eixo y,

    sabendo que passa pelos pontos )22,2()14,1(   −QeP .

    7) Determinar a equação reduzida da elipse, com eixo maior sobre o eixo x,

    excentricidade2

    1 e que passa pelo ponto P(2,3).

    8) Determinar as equações das circunferências inscrita e circunscrita à elipse

    01616 22 =−+ y x .

    9) Um satélite de órbita elíptica e excentricidade3

    1 viaja ao redor de um planeta

    situado num dos focos da elipse. Sabendo que a distância mais próxima do

    satélite ao planeta é de 300 km , calcular a maior distância.

    10) O teto de um saguão com 10m  de largura na base, tem a forma de uma semi-

    elipse com 9m  de altura no centro e 6m  de altura nas paredes laterais. Calcule a

    altura do teto a 2m  de cada parede.

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    Respostas:

    1)

    a) 1925

    22

    =+ y x

     

    b) 1169144

    22

    =+  y x

     

    c) 136

    11

    576

    22

    =+ y x

     

    2)

    a)

    ( )

    =

    2

    3

    )3,0()3,0('

    0,1)0,1('

    )2,0()2,0('

    e

    F eF 

     Be B

     Ae A

     

    b)

    =

     

      

      

      

     −

     

     

     

     

     

     

     

     −

    5

    2

    )0,2()0,2('

    2

    1

    ,02

    1

    ,0'

    0,2

    50,

    2

    5'

    e

    F eF 

     Be B

     Ae A

     

    3)  

      

     −

     

      

     −−

    5

    8,3

    5

    8,3   e  

    4) 27,527,5   −−−   e  

    5) ( )2,32

    3,4   e  

        

    6) 1168

    22

    =+ y x

     

    7) 11216

    22

    =+ y x

     

    8) 116 2222 =+=+   y xe y x  

    9) kmd  600=  

    10) mh 4,8=  

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    52

    5.2 A Hipérbole.

    Assim como a elipse, a hipérbole também é uma curva plana, formada por um

    conjunto de infinitos pontos de 2 R .

    Sua definição matemática é a seguinte:

    Hipérbole é o conjunto de infinitos pontos de um plano cuja diferença   das

    distâncias a dois pontos fixos deste plano (focos) é, em valor absoluto, uma

    constante (k).

    Cada hipérbole tem a sua constante k.

    Figura 5.6

    k F dM F dM hipérbole Mn nn   =−⇒∈'  

    F’ F

    Mn 

    M2 

    M

    π 

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    53

    5.2.1 Elementos da Hipérbole.

    A figura 5.7 mostra uma hipérbole com centro na origem do sistema cartesiano. 

    Figura 5.7

    Seus principais elementos são:

    •  Eixo transverso (ou real): é o segmento A’A, cuja medida vale 2a;

    •  Eixo conjugado (ou imaginário): é o segmento B’B, cuja medida vale 2b;

    •  Vértices: são os pontos )0,()0,('   a Aea A   − ;

    •  Focos: são os pontos fixos )0,()0,('   cF ecF   − , a distância focal (entre focos)

    mede 2c;

    •  Assíntotas: são as retas  xa

    b y x

    a

    b y   =−= e .

    b y   −=

     

    a x   −=

     a x  =  

    b y  =

     

    F’(-c,0) F(c,0) x

     xa

    b y  =

     

     xa

    b y   −=

     

    B’(0,-b)

    A’(-a,0)

    B(0,b)

    A(a,0)

    Obs:Os focos estão sobre oeixo x e simétricos emrelação à origem

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    54

    Importante:

    A constante k, característica de cada hipérbole, é igual ao comprimento de seu

    eixo transverso 2a.

    Então: ak  2=  

    Podemos provar esta afirmação utilizando o ponto )0,(a A   que pertence à

    hipérbole e por isso deve satisfazer à condição:

    k dAF dAF    =−'  

    de fato:

    02

    2

    ,

    )()(

    '

    >=

    =

    =+−+

    =−−+

    =−

    a poisak 

    ak 

    k acca

    então

    k acca

    k dAF dAF 

     

    5.2.2 Equações Reduzidas Genéricas da Hipérbole.

    Vamos determinar uma equação genérica reduzida para todas as hipérboles com

    focos e vértices sobre um dos eixos coordenados e simétricos em relação à

    origem. A figura 5.8 mostra uma hipérbole cujos elementos estão com

    coordenadas genéricas em relação ao sistema cartesiano. Determinaremos sua

    equação aplicando a definição matemática.

    Definição matemática

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    GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA

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    Figura 5.8

    Seja o ponto genérico   hipérbole y x M    ∈),(  

    :

    2: '

    então

    adMF dMF matemática Definição   =− 

    a yc x yc x 2)()( 2222 =+−−++  

    Eliminando os radicais, simplificando e fazendo:

    222 bac   =−  

    encontramos:

    12

    2

    2

    2

    =−b

     y

    a

     x  Eq. genérica de uma hipérbole com focos e vértices

    sobre o eixo-x e simétricos em relação à origem.

    Relação importante:

    222 bac   +=  

    A(-a,0)F’(-c,0) F(c,0)A(a,0)

    M(x,y)

    x

    y

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    GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA

    56

    Analogamente:

    Importante:

    Na equação reduzida da hipérbole o 2a  também nos indicará a posição dos focos

    e vértices e neste caso será sempre o denominador da parcela positiva.

    nota: se ba  =  temos o que chamamos de hipérbole eqüilátera.

    5.2.3 Excentricidade.

    Também é calculada pela razãoa

    ce  =   que nos dá a abertura dos ramos da

    hipérbole.

    Como ac  >  a excentricidade da hipérbole sempre será 1> .

    Outra fórmula para o cálculo da excentricidade:

    2

    2

    2

    22

    22

    22

    222

    222

    1a

    be

    a

    bae

    a

    bae

    bac

    bac

    bac

    +=∴+

    =

    +=

    +=

    +=

    =−

     

    F’

    A’

    A

    F

    12

    2

    2

    2

    =−b

     x

    a

     y  Eq. genérica de uma hipérbole com focos e vértices

    sobre o eixo-y e simétricos em relação à origem.

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    Exercícios resolvidos:

    1) Determinar as coordenadas dos focos e vértices das hipérboles:

    a)3694

    22=−

      y x 

    b) 822 =− x y  

    c) 22 22 =− y x  

    sol:

    a)36

    36

    36

    9

    36

    4 22=−

      y x  

    149

    22

    =− y x  

    49 22 ==   bea  

    1313

    49

    2

    2

    222

    =⇒=

    +=

    +=

    cc

    c

    bac

      ∴ 

    b)8

    8

    88

    22

    =− x y

     

    188

    22

    =− x y

     

    88 22 ==   bea   Focos e vértices estão sobre o eixo y.

    )8,0()8,0('

    )4,0()4,0('4

    162

    222

     Ae A

    F eF c

    c

    bac

    −∴=

    =

    +=

     

    ( ) ( )( ) ( )0,30,3'

    0,130,13'

     Ae A

    F eF 

    − 

    Focos e vértices estão sobre o eixo x.

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    c)2

    2

    22

    2 22=−

     y x 

    121

    22

    =−

     y x

     

    21 22 ==   bea   Focos e vértices estão sobre o eixo x.

    )0,1()0,1('

    )0,3()0,3('3

    212

    222

     Ae A

    F eF c

    c

    bac

    −∴=

    +=

    +=

     

    2) Obter a equação da hipérbole, com centro na origem do sistema cartesiano, nos casos:

    a) 2a = 8 e um dos focos é (5,0)

    2c = 10 ⇒  c = 5 ⇒  c2 = 25

    c2 = a2 + b2 

    b2 = c2 – a2

    b2 = 25 – 16

    b2 = 9

    b) 2b = 2 e um dos focos é (-2,0)

    2b = 2 ⇒  b = 1 ⇒  b2 = 1

    2c = 4 ⇒  c = 2 ⇒  c2 = 4

    c2  = a2 + b2 

    a2 = c2 – b2 

    a2 = 4 – 1

    a2 = 3

    O eixo transverso está contido no eixo x.

    ⇒=− 12

    2

    2

    2

    b

     y

    a

     x  1

    916

    22

    =− y x

     

    O eixo transverso está contido no eixo x.

    ⇒=− 12

    2

    2

    2

    b

     y

    a

     x  1

    13

    22

    =−  y x

     

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    c) 2a = 6 e um dos focos é (0,-5)

    2a = 6 ⇒  a = 3 ⇒  a2 = 9

    2c = 10 ⇒  c = 5 ⇒  c2 = 25

    c2 = a2 + b2 

    b2 = c2 – a2

    b2 = 25 – 9

    b2 = 16

    5.2.4 Exercícios propostos:

    1) Determinar a equação da hipérbole cujos focos estão no eixo das ordenadas e

    simétricos em relação à origem.

    a) a = 6; b = 18

    b) 2c = 10;3

    5=e  

    2) Verificar se o ponto  

     

     

     −

    4

    9,5 M  pertence à hipérbole 0144169 22 =−−   y x  .

    3) Determinar a equação da hipérbole cujos focos são simétricos em relação à

    origem e estão no eixo x, sabendo:

    a) P(6,-1) e Q (-8, 22  ) ∈ hipérbole;

    b)  

      

     −1,

    2

    9P   ∈ hipérbole e  x y

    3

    2±=  são as equações das assíntotas.

    4) Achar os pontos de interseção da reta 0102   =−− y x   com a hipérbole

    1520

    22

    =− y x

    .

    5) Esboçar o gráfico da hipérbole eqüilátera 922 =− y x . 

    O eixo transverso está contido no eixo y.

    ⇒=− 12

    2

    2

    2

    b

     x

    a

     y  1

    169

    22

    =− x y

     

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    Respostas:

    1)

    a) 132436

    22

    =−  x y  

    b) 1169

    22

    =− x y  

    2) Pertence

    3)

    a) 1832

    22

    =− y x  

    b) 1818

    22

    =− y x  

    4) ( )2,63

    2,

    3

    14e

     

      

     −  

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    5.3 A Parábola.

    Uma das curvas planas mais conhecidas e com várias aplicações na matemática

    e na engenharia é a parábola cuja definição matemática é:

    Um conjunto de infinitos pontos de um plano que são eqüidistantes  de uma reta

    diretriz (d) e de um ponto fixo, foco (F), deste plano.

    O foco não pertence à diretriz. 

    Figura 5.9

    )(d dM F dM  parábola Mn nn   =⇒∈  

    π 

    F

    (d) diretriz

    n M   

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    5.3.1 Elementos da Parábola.

    A figura 5.10 mostra uma parábola com vértice na origem do sistema cartesiano,

    concavidade voltada para a direita e foco sobre o eixo x.

    Figura 5.10

    Os elementos desta curva são:

    •  Foco: é o ponto fixo F ;

    •  Diretriz: é a reta fixa (d);

    •  Eixo: é a reta que contém o foco e é perpendicular à diretriz;

      Vértice: é o ponto de interseção da parábola com seu eixo;•  Parâmetro*: chamaremos de parâmetro (P ) a distância do foco ao vértice,

    sendo então 2p  a distância do foco à diretriz;

    •  Lado reto: é o segmento cujos extremos são pontos da parábola, é

    perpendicular ao eixo e passa pelo foco.

    * alguns autores consideram o parâmetro p como sendo a distância entre o foco e a diretriz.

    Neste caso a distância entre o foco e o vértice é2 p .

    y

    xF(p,0)

    -pv

    L

    R

    (d)x=-p

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    Como já foi dito, estudaremos primeiramente as equações reduzidas das

    parábolas. Neste caso o plano cartesiano terá a sua origem coincidindo com o

    vértice da parábola cujo eixo, e conseqüentemente seu foco, estará sobre um dos

    eixos coordenados.

    5.3.2 Equações Reduzidas da Parábola.

    Seja o ponto genérico  parábola y x M    ∈),(  

    )(:   d dM dMF matemática Definição   =  

    (d)

    00   =++

    −=

     p y x

    ou p x 

    22

    00

    2

    12

    2

    12 )()(

    :

    ba

    cbyax

    dpr 

     y y x xd 

    lembrar  para

    +

    ++

    =

    −+−=

     

    y

    xF(p,0)

    -pv

    M(x,y)

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    +=

    +

    ++=

    +−=

     p x p y x

    d dM 

     y p xdMF 

    01

    .0.1)(

    )(

    2

    22

     

    ( )

     px y p px x yP px x

     p x y p x

     p x y p x

    então

    422

    )(

    )(

    222222

    2222

    22

    =∴++=++−

    +=+−

    +=+−

     

    podemos concluir por analogia que temos quatro tipos de equações reduzidas

    para as parábolas.

    Eq. genérica reduzida de uma parábola coma concavidade voltada para a direita.

    x=-py

    x

    F(p,0)-p

     px y 42 =  

    x=

    y

    x

    F(-p,0) p

     px y 42 −=  

    F(0,p)

    y

    x

    -p 

    =-

     py x 42 =  

    y

    x

    p

    F(0,-p)

    =

     py x 42 −=  

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    Exercícios resolvidos:

    1) Esboçar o gráfico, dar as coordenadas do foco e a equação da diretriz da parábola042 =−   x y  

    sol:

     x y 42 =  

    vamos comparar a equação dada com a equação genérica  px y 42 =  

    1444

    42

    2

    =

    =⇒=

    =

     p p px y

     x y

     

    2) Determine a equação da parábola cujo foco é  

      

     − 0,

    2

    1F   e a diretriz é a reta 012   =− x  

    sol:

    a equação da diretriz pode ser escrita como2

    1= x  

    pela posição do foco e da diretriz podemos concluir que trata-se de uma parábola com vértice na

    origem e concavidade voltada para a esquerda cuja equação genérica é  px y 42 −=  

    seu parâmetro p vale2

    1.

    então:

     x y

     x y

    2

    .2

    1.4

    2

    2

    −=

    −=

     

    x=-1y

    x

    F(1,0)-1

     x y 42 =  

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    5.3.3 Exercícios propostos:

    1) Para cada uma das parábolas abaixo, construir o gráfico e encontrar o foco e a

    equação da diretriz:

    a)  y x 42 −=  

    b)  x y 62 =  

    c)  x y 82 −=  

    d) 02 =+ y x  

    e) 02 =− x y  

    f) 032 =+   x y  

    g) 0102 =−   y x  

    h) 092 2 =−   x y  

    i)16

    2 x y  =  

     j)12

    2 y x   −=  

    2) Determinar a equação da parábola com vértice na origem, eixo sobre o eixo y

    e que passa pelo ponto M(6,3).

    3) Um arco parabólico tem uma altura de 2,0m e uma largura de 3,6m na base.

    Se o vértice da parábola está no topo do arco, a que altura sobre a base o

    arco tem uma largura de 1,8m?

    4) Um telescópio refletor tem um espelho parabólico para o qual a distância do

    vértice ao foco é 30cm. Se o diâmetro do espelho é 10cm, qual a sua

    profundidade?

    5) Admita que a água que escoa do final de um tubo horizontal que está a 2,5m

    do chão descreva uma curva parabólica. O vértice da parábola está no final do

    tubo. Se em um ponto a 80cm abaixo da linha do tubo o fluxo d’água curvou-

    se 1,0m além da reta vertical que passa pelo fim do tubo, a que distância

    desta reta a água tocará o chão?

    6) A diretriz da parábola  px y 42 =  é tangente à circunferência que tem o foco da

    parábola como centro. Ache a equação da circunferência e os pontos de

    interseção das duas curvas.

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    7) Prove que o comprimento do lado reto de qualquer parábola é 4p .

    Respostas:

    1)

    a) 1;)1,0(   =−   yF   

    b)2

    3;0,

    2

    3−=

     

      

      xF   

    c) ( ) 2;0,2   =−   xF   

    d)4

    1;

    4

    1,0   =

     

      

     −   yF