Gestão da sala de aula

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Competências de gestão da sala de aula para prevenção da indisciplina No que respeita à gestão da sala de aula para prevenção da indisciplina, distinguem-se, do ponto de vista temporal, diferentes estratégias que serão aqui tratadas, nomeadamente: 1- Estratégias de início de ano letivo; 2- Estratégias para o início da aula; 3- Estratégias de vigilância e controlo dos comportamentos; 4- Estratégias de manutenção da motivação dos alunos. 1- Estratégias de início de ano letivo O primeiro encontro entre o professor e os alunos é fundamental para deixar uma imagem positiva, não existindo uma segunda oportunidade para deixar uma primeira impressão. Nesse sentido, deixam-se algumas ideias para esse momento: - No início do ano letivo, verifica-se a necessidade de transmitir uma imagem de autoridade, organização, usando e abusando de atitudes de firmeza e segurança, consistência, e uma intervenção pronta face à ocorrência de comportamentos de indisciplina. Não sendo apologistas da expressão “não sorrir até ao Natal”, o recomendado passa pela recepção ao aluno de um modo caloroso, mas formal. - Procurar adquirir informação sobre o grupo para, o mais depressa possível, tratá-los pelo nome. - Elaboração da planta da sala, de modo a facilitar a organização dos alunos, bem como a identificação por parte do professor; - Estabelecimento de regras claras que regulem diversos aspectos do quotidiano da sala (como são exemplo o modo de participar na sala; deslocações pela mesma; comunicar com o professor e com os colegas; organização da sala; entre diversos outros aspectos que os professores considerem fundamentais). Regras das Regras Regras de conduta para o estabelecimento das regras da sala de aula: 1- As regras devem ser simples, claras, positivas e funcionais. Por exemplo, a regra “não falar para o lado”, é impossível de ser cumprida, o que acaba por minar a credibilidade do professor que, ao fornecer uma regra que não se pode cumprir, transmite subliminarmente a mensagem de que não é só aquela, como provavelmente muitas das suas regras, não são para cumprir; 2- Os alunos, além de compreenderem as regras, devem compreender e aceitar a sua necessidade;

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Competências de gestão da sala de aula para prevenção da indisciplina

No que respeita à gestão da sala de aula para prevenção da indisciplina, distinguem-se, do

ponto de vista temporal, diferentes estratégias que serão aqui tratadas, nomeadamente:

1- Estratégias de início de ano letivo;

2- Estratégias para o início da aula;

3- Estratégias de vigilância e controlo dos comportamentos;

4- Estratégias de manutenção da motivação dos alunos.

1- Estratégias de início de ano letivo

O primeiro encontro entre o professor e os alunos é fundamental para deixar uma imagem

positiva, não existindo uma segunda oportunidade para deixar uma primeira impressão.

Nesse sentido, deixam-se algumas ideias para esse momento:

- No início do ano letivo, verifica-se a necessidade de transmitir uma imagem de autoridade,

organização, usando e abusando de atitudes de firmeza e segurança, consistência, e uma

intervenção pronta face à ocorrência de comportamentos de indisciplina. Não sendo

apologistas da expressão “não sorrir até ao Natal”, o recomendado passa pela recepção ao

aluno de um modo caloroso, mas formal.

- Procurar adquirir informação sobre o grupo para, o mais depressa possível, tratá-los pelo

nome.

- Elaboração da planta da sala, de modo a facilitar a organização dos alunos, bem como a

identificação por parte do professor;

- Estabelecimento de regras claras que regulem diversos aspectos do quotidiano da sala

(como são exemplo o modo de participar na sala; deslocações pela mesma; comunicar com o

professor e com os colegas; organização da sala; entre diversos outros aspectos que os

professores considerem fundamentais).

Regras das Regras

Regras de conduta para o estabelecimento das regras da sala de aula:

1- As regras devem ser simples, claras, positivas e funcionais. Por exemplo, a regra “não

falar para o lado”, é impossível de ser cumprida, o que acaba por minar a credibilidade

do professor que, ao fornecer uma regra que não se pode cumprir, transmite

subliminarmente a mensagem de que não é só aquela, como provavelmente muitas das

suas regras, não são para cumprir;

2- Os alunos, além de compreenderem as regras, devem compreender e aceitar a sua

necessidade;

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3- Sempre que possível, as regras fundamentais deverão ser explicitadas e explicadas no

primeiro dia de aulas. Curiosamente, ao contrário do que é costume pensar, as crianças

preferem professores que são claros no esclarecimento de regras e firmes no seu

cumprimento;

4- As regras, uma vez estabelecidas, deverão ser cumpridas – esta é uma área em que

professores eficazes e ineficazes apresentam diferenças vincadas;

5- Sempre que possível, o envolvimento da turma na definição das regras resultará,

certamente, numa melhor aceitação das mesmas. Ao contrário do que se possa pensar,

a negociação com os alunos não representa perda de autoridade por parte do professor.

Quando os alunos são convidados a participar nas atividades, sentem-se mais

empenhados em cumpri-las;

6- As regras deverão ser sempre enunciadas pela positiva (enunciar o comportamento a

realizar, ao invés do que não se deve realizar; ex.: “entrar devagar na sala de aula” ao

contrário de “não entrar a correr”).

- Privilegiar atividades em que se trabalhe com o grupo no seu todo permite uma mais rápida

aprendizagem dos comportamentos e procedimentos desejados pelo professor, ao invés de

subgrupos;

- Manifestar expectativas positivas em relação ao comportamento e aproveitamento de todos

os alunos.

2- Estratégias para o início da aula

Torna-se necessário que o professor imponha e lidere o ritmo e a ordem do início da aula.

Nesse sentido, importa que:

- O professor deve estimular a entrada dos alunos na sala, estando atento à mesma (não

escrever no quadro ou realizar outras tarefas). A entrada e saída de alunos da sala de aula

deve obedecer a regras claras.

- Existir um momento específico (rotina) que marca o início da aula – o sumário é um ótimo

exemplo, mas pode ser outro à medida do professor e da turma.

3- Estratégias de vigilância e controlo dos comportamentos

- Scaning visual; Trata-se duma competência fundamental para o controlo dos

acontecimentos na sala de aula. Consiste em que o professor, através do olhar, evidencie de

modo sistemático a sua presença e o seu nível de consciência quanto à marcha dos

acontecimentos. Permite ao adulto prever o rumo dos acontecimentos, nomeadamente

aqueles que podem perturbar a aula, conseguindo antecipar-lhes, evitando a sua instauração.

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Se utilizado sistematicamente, possibilita que os próprios alunos percebam que o professor

está a par do que eles estão a realizar;

- Movimento em sala de aula; Complementam a ação do “scanning visual”, uma vez que

faz com que os alunos sintam uma maior presença do professor se este tiver uma

componente visual e uma componente de proximidade física. Além de permitir que o

professor veja comportamentos impossíveis de observar quando junto ao quadro, o fato de

poder estar nas costas dos alunos (fora do seu campo de visão) é fortemente inibitório de

comportamentos fora da tarefa;

- Sistema de sinais (marcadores); Dentro da dinâmica de sala de aula, o professor pode

utilizar um conjunto de “sinais” que servem para organizar e sinalizar o rumo das atividades

da sala, bem como para advertir um aluno ou grupo. Um conjunto de sinais que permita uma

comunicação rápida e fácil, que possa transmitir às crianças quando é o momento de falar, de

fazerem silêncio, de participar (entre outros exemplos), devem fazer parte das rotinas de sala,

as quais, com um mínimo dispêndio de tempo, permitem um máximo de eficácia de ação;

☺ Separar alunos mais perturbadores, bem como procurar que não estejam distantes do

professor.

4- Estratégias de manutenção da motivação dos alunos

- Realizar uma frequente monitoramento do trabalho dos alunos, através da observação do

modo como executam as tarefas propostas, dando apoio para superarem dificuldades,

feedback, entre outros;

- Estimular o interesse dos alunos, mandando-os ao quadro, colocando questões de forma

aleatória, procurando distribuir a atenção por todos;

- Variar as estratégias de ensino/aprendizagem, utilizando material audiovisual, ou outras

técnicas de suporte visual; atividades experimentais; trabalhos de pesquisa; trabalhos de

grupo; entre outros;

- Dar vivacidade à aula e evitar discursos monótonos. Transmitir motivação, procurar manter

um ritmo de aula adequado, procurando evitar abrandamentos no fluir das atividades, mas

com transições suaves entre estas;

- Ter as crianças ocupadas e procurar minimizar tempos mortos. Ajuda:

- Atribuir tarefas adicionais aos alunos mais rápidos;

- Retomar rapidamente o curso da aula no caso de interrupção;

- Evitar usar o quadro por períodos de tempo muito prolongados;

- Iniciar as atividades imediatamente após ter dado instruções (fornecer sempre

instruções claras sobre a tarefa a realizar, para que os alunos se inteirem do que se

pretende e espera que façam).

- Certificar-se sempre que os alunos concluíram a tarefa a realizar antes de transitar para a

seguinte. Se necessário, aguarde que a conclua;

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- Sistema de cargos. Atribuir tarefas concretas e responsabilidades ajudam a incentivar a

participação dos alunos, aumentando a sua motivação e interesse. É especialmente útil para

as crianças mais problemáticas, pois pode permitir que se sintam mais capazes e parte do

processo da aula e, determinados cargos que obrigam a uma maior mobilidade dentro da sala,

pode permitir controlar quem tem maiores dificuldades em ficar imobilizado por longos

períodos de tempo. Ex. de cargos na sala de aula:

- Responsável pela distribuição de material;

- Responsável pela arrumação dos livros;

- Encarregado da saída e entrada nas aulas;

- Entre outros diferentes momentos ou tarefas comuns na sala de aula.

- Utilizar uma linguagem clara e acessível;

- Enquadrar os conteúdos fazendo a ponte com conhecimentos anteriores dos alunos e fazer

uso das suas sugestões/contribuições positivas para a aula;

- Explicitar o interesse e a ligação das matérias lecionadas a nível da ligação com a realidade

fora da escola, e a sua relevância para o futuro dos alunos.

Estratégias de mudança de comportamento

- Reforço social positivo:

“Ato que consiste em dar a um indivíduo uma resposta socialmente recompensadora

(consequência positiva) após a ocorrência do comportamento, o que faz com que a

frequência deste tenda a aumentar” ( Lopes & Rutheford, 2001). Ao falarmos de reforços

sociais referimo-nos ao elogio, à atenção positiva e ao feedback positivo.

São exemplos:

. Um sorriso;

. Um bom marcado num exercício;

. Expressões como “bom trabalho” ou “estou muito orgulhoso do teu trabalho”;

. Um toque afetuoso no ombro ou costas do aluno;

. Um comentário sobre um comportamento correto do aluno, como por exemplo (entraste

muito bem na sala de aula);

. Expor publicamente o trabalho da criança;

. Utilizar algum distintivo como prêmio (reforço simbólico);

. Falar com os pais, valorizando os seus trabalhos e qualidades;

. Ser o primeiro a ir para o recreio;

. Elogiar o trabalho duma das crianças com dificuldades, a fim de estimular as restantes;

. Escrever comentários nos trabalhos das crianças;

. Comentários positivos sempre que possível;

. Conversar agradavelmente com as crianças;

. Dedicar especial atenção a uma criança em particular sempre que se mostre oportuno;

. Permitir que a criança exiba o seu trabalho para o grupo.

Aqui vem o conceito de igualdade, que também passa pela diferença de comportamento.

Sabemos bem que, determinados alunos precisam de mais reforços sociais que outros,

especialmente quando estes salientam comportamentos positivos dos mesmos.

.

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Importante: Refletir sobre como é muito mais fácil para nós adultos salientarmos (ou

chamarmos à atenção) as crianças pelos comportamentos negativos que apresentam, ao invés

dos positivos.

Linhas de orientação para utilizar de modo mais eficaz o reforço social:

1- O reforço deve ser registrado imediatamente ao comportamento positivo.

Quanto mais depressa se recompensar o aluno pelo comportamento adequado, mais

eficaz é o reforço. A criança deve saber imediatamente qual a sua ação que foi

considerada correta pelo professor, e qual em concreto. Evitar prestar atenção ao aluno

quando ele se está a comportar mal.

2- O reforço deve ser individual.

O que funciona com uns, não funciona com outros. Alguns gostam de elogios “para o

grupo”, outros de receber “uma estrelinha”, outros não gostam da palmada nas costas.

Cabe ao professor analisar o que funciona melhor. No entanto, o que funciona hoje,

mais tarde poderá não funcionar, necessitando-se promover a mudança e a novidade.

3- Quantidade de reforço.

No início reforça-se insistentemente, mesmo que se pense que “o aluno já deveria se

comportar como tal”. Aqui não funciona a máxima “só faz o seu dever”. À medida que

o aluno for se aproximando dos padrões exigíveis, é preferível que o comportamento

passe a ser reforçado de modo intermitente, para evitar o efeito de saturação. Em

teoria, um comportamento reforçado intermitentemente, a intervalos variáveis e em

montantes variáveis, resiste fortemente à retirada do estímulo. No polo oposto, um

comportamento reforçado constantemente a intervalos fixos, normalmente extingue-se

rapidamente quando o mesmo é retirado.

Daí que a importância da máxima: reforçar continuamente no início.

4- Os reforços devem ser equiparados às respostas das crianças (não se põe dar um

grande reforço a uma resposta pequena);

5- Mais que o resultado final, reforçar as tentativas do aluno para alcançar o efeito

desejado.

Normalmente os objetivos a que nos propomos que a criança alcance são muito

difíceis de alcançar de imediato, tendo assim de ser moldado de forma correta.

Ex: queremos que uma criança, ao invés de gritar quando quer falar, levante o braço.

Se ela gritar e levantar os braços ao mesmo tempo, podemos reforçar o levantar os

braços, e ignorar o gritar.

6- Ignorar o comportamento inadequado.

O comportamento a eliminar pode, sempre que possível e, de acordo com a

sensibilidade do professor, ser ignorado sistematicamente. Em simultâneo, deve ser

escolhido um comportamento que se quer incrementar e reforçá-lo com elogios e

atenção. De certo modo, é como que estar atento aos pequenos momentos em que o

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aluno se porta bem, e reforçá-lo. O que acontece frequentemente é que, através da

atenção que damos aos comportamentos negativos das crianças, estamos a incentivar a

sua repetição com maior frequência. Geralmente, para as crianças, ter atenção negativa

é melhor que não ter atenção nenhuma por parte do adulto e, crianças frequentemente

indisciplinadas possuem, com frequência, padrões de comportamento negativos.

Atenção – esta estratégia tem de ser realizada durante um período prolongado de tempo

e, com coerência, para se encontrarem resultados.

- Contratos comportamentais:

Um contrato comportamental é um acordo entre duas ou mais pessoas, estipulando as suas

responsabilidades, tanto no que diz respeito a um determinado comportamento, como ao

reforço pela sua realização. (Lopes & Rutheford, 2001).

A vantagem principal deste método resulta do fato dos alunos se constituírem como parte

integrante de um processo de negociação em que participam, assumindo por isso um

compromisso fundamental com os outros e consigo próprios.

Linhas básicas de orientação dum contrato comportamental:

O contrato comportamental só pode funcionar implicando uma conversa e discussão

dos problemas em que ambas as partes estão envolvidas (aluno e professor) e

estabelecem os parâmetros do contrato. Negociados podem ser também o número e o

nível do (s) comportamento (s), bem como as suas consequências ou recompensas.

O contrato deve ser um documento formal e escrito, especificando todas as

responsabilidades e privilégios das partes envolvidas;

Os termos do contrato devem ser positivos e claros;

Procurar mudar um comportamento específico de cada vez;

O contrato deve recompensar a realização de um comportamento, não a obediência à

figura de autoridade (sob pena de o comportamento apenas se verificar perante a

figura de autoridade);

A recompensa deve seguir-se imediatamente à realização do comportamento

contratado;

Os termos do contrato dever ser justos, realistas e satisfatórios para ambas as partes.

- Sistema de créditos:

O sistema de créditos é um modo mais elaborado de utilizar o reforço na aula. Consiste em

entregar ao aluno um determinado número de créditos, tão próximo possível quanto a

realização de um comportamento desejado. Os créditos são uma espécie de pontuação que se

vai acumulando, sendo, mais tarde, trocados pelo estímulo de reforço (quase como uma

moeda de troca).

Tem uma dupla vantagem. Se, por um lado permite ao professor reforçar os comportamentos

positivos com uma grande proximidade temporal (estrelas por exemplo), mantendo uma taxa

elevada de respostas diárias, por outro ensina o adiamento da gratificação (reforço

estipulado), conseguindo aliar a intermitência da recompensa com a imediata. Além de

possibilitar uma maior adesão e motivação por parte da criança, esta combinação de

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estímulos permite que o comportamento resista mais fortemente à extinção após a retirada do

reforço.

Um erro muito comum ao “prometer” uma recompensa a longo prazo é assim ultrapassado

pela atribuição das estrelinhas e do acumular para uma recompensa a receber posteriormente.

Este sistema pode ser utilizado com toda a turma, com um grupo ou com um só aluno

perturbador.

Tem linhas orientadoras específicas às quais o adulto deve atender:

1º Os comportamentos a reforçar devem constar de um contrato preferencialmente escrito

(apesar de poder ser oral). Esta é uma estratégia que deve estar ligada e ser coerente com as

regras da sala. Os comportamentos devem possuir uma definição comportamental clara para

a criança;

2º Os créditos devem ser distribuídos logo após a ocorrência do comportamento. Quando não

for possível de imediato, o mais próximo possível do comportamento desejado;

3º Deve estabelecer-se um número específico de reforços de apoio (prêmios) que equivalerão

aos créditos que as crianças possam obter. De certo modo, como que os poderão comprar. O

custo de tal deve estar estabelecido e ser do conhecimento do aluno;

4º É necessário determinar um momento específico para trocar os créditos pelos reforços de

apoio. Tal pode ser estabelecido numa base temporal (ao fim da semana, dia) ou em função

da concretização de determinados objetivos (ex: atingir 100 estrelas);

5º Convêm que o sistema seja realizado de forma fácil e prática de gerir pelos professores,

mas também que seja cativante e apelativa para os alunos.

Ex. de prêmios que podem ser trocados por créditos: escolha de jogos ou actividades; liderar

atividades ou determinados momentos da dinâmica da sala; tempo livre para realizar

atividades do agrado das crianças; pequenas guloseimas; tomar conta da turma; utilizar o

retroprojetor; fazer recados para o professor; ser o primeiro da fila; planear a rotina dum dia;

entre outras.

- Punição:

A questão da punição é sem dúvida uma das que maiores críticas e questões tem colocado

nos últimos tempos a nível educativo. No entanto, parece-nos impossível que não seja

aplicada em contexto educativo e, mesmo quem não a defenda, muito provavelmente a

aplicará sem dar por isso.

Procuraremos, neste espaço, analisar algumas das vantagens e desvantagens desta

ferramenta.

É, sem dúvida, uma estratégia útil para fazer face a comportamentos perturbadores de menor

importância, sobretudo aqueles que são motivados pelo desejo de chamar a atenção do

professor (Campos, B. P., 1997).

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Pode-se definir como a utilização dum estímulo que causa aversão, aplicado depois dum

comportamento considerado inadequado, visando a extinção do mesmo. É utilizada porque

diminui de forma imediata o comportamento alvo, resultando a curto prazo, mas necessita

ser trabalhada com outras estratégias (anteriormente referidas) para poder provocar mudança

comportamental.

Estudos demonstram que facilmente a criança aprende qual o comportamento que não deve

realizar mas, mais dificilmente consegue saber qual o correto para evitar as punições (Luís

Joyce-Moniz, 1998), daí que, quando não utilizada da melhor maneira (ou quando é a única

utilizada) corre o risco de provocar reações secundárias negativas, como são exemplo:

* Fortes reações emocionais que dificultam novas aprendizagens;

* Reações de repulsão dos alunos à escola, que fica conotada como um ambiente de punição;

* Gerar agressividade dos alunos face aos responsáveis pela sua punição;

* O professor funcionar como um modelo de agressão, a ser copiado pelos alunos.

No entanto, é uma estratégia com o seu valor e, como acima referido, importante na

diminuição imediata do comportamento indisciplinado. Para ser utilizada de forma eficaz, é

importante que o professore siga algumas regras:

- A criança terá que ter sempre a possibilidade de ser colocado numa posição em que não é

punido, procurando-se que existam estímulos que procurem aproximar a criança do

comportamento desejado, servindo a punição como inibidor do comportamento indesejado;

- Os princípios gerais do condicionamento operante devem ser respeitados, nomeadamente: a

frequência da punição tem de ser alta (de preferência uma estimulação aversiva para cada

resposta a eliminar); o estímulo punitivo deve ser aplicado o mais próximo da resposta a

eliminar; por fim, deve evitar-se a administração prolongada da punição. Uma criança

habituada a um castigo torna-o um hábito, não uma punição;

- A punição também não deve ser um estímulo mais recompensador do que o reforço

positivo. Se a criança ganhar mais atenção com esta, maior será a tendência a repetir o

comportamento a eliminar;

- Dirigir-se ao aluno mantendo o contacto ocular;

- Falar de forma calma, firme e assertiva;

- Não ameaçar com castigos que não possam ser praticados.

- A punição não deve ser excessivamente forte, de modo a comprometer a relação

aluno/professor. Paralelamente a esse risco, punições em excesso podem levar a repulsão no

comportamento a eliminar apenas na presença do professor (ou outro elemento de

autoridade).

- Necessidade de separar muito bem o comportamento incorreto a evitar e, de grande

importância, indicar o comportamento correto (ex. Luís, o comportamento correto devia ter

sido entrar devagar e em silêncio na sala).

- Quando a criança está de castigo, evitar que estejam disponíveis fatores de distração, que

impeçam a punição de ser sentida como tal.

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- A punição nunca poderá servir para humilhar o aluno, ou contribuir para que seja conotado

com rótulos difíceis de serem eliminados (como são exemplo: “nunca para quieto”; “só faz

asneira”; “é sempre a mesma coisa”).

- As repreensões fazem sentido quando o aluno precisa, e não quando o professor perde o

autodomínio. Por vezes, perante um comportamento indisciplinado, o professor ganha se

esperar uns segundos antes de agir. Ficar quieto, a olhar o aluno nos olhos, em silêncio, é

uma reação que frequentemente desarma alunos habituados a reações impulsivas

(Estanqueiro, 2010).

Importante

– Por vezes, a disciplina não é possível de definir apenas dentro da sala de aula. Em casos

mais difíceis, importa que o professor nãos e feche dentro da sua sala, e apresentem queixa

junto dos diretores de escola, professores titulares. Um aluno, quando se porta mal, deve ser

responsabilizado e sofrer as consequências dos seus atos. As crianças levam a um pedido de

desculpa e, sempre que possível, os castigos devem possibilitar a reparação do seu ato (ex:

limpar o que sujou; arrumar o que desarrumou; entre outros).

No mesmo sentido, uma boa comunicação entre a escola e a família, traduzida na conjugação

de esforços, favorece a motivação dos alunos e ajuda a prevenir ou resolver alguns

problemas de indisciplina (nunca desistir dos pais).

Abordagem positiva na educação

Com um enorme grau de importância, salienta-se a necessidade de estabelecer relações

interpessoais positivas com as crianças. Tal implica disponibilidade afetiva para ouvir os

alunos, para nos aproximarmos das crianças, ser afetuoso, empáticos, confiantes, protetores,

termos sentido de humor, respeitar o aluno e a sua individualidade, sermos calmos na

abordagem dos problemas, nunca humilhar as crianças, sempre com a firmeza necessária

para fazer cumprir as decisões tomadas.

Uma abordagem otimista no desenvolvimento da criança

Ainda recente no campo da Psicologia, a Psicologia Positiva caracteriza-se pelo enfoque nas

qualidades do ser humano, bem como no que faz a vida merecer ser vivida e o que podemos

melhorar. Deste modo, esta corrente procura quebrar a tonalidade negativa atribuída pela

Psicologia, muito centrada na patologia e nos problemas, e focar-se, de forma teórica e

empírica, na construção de condições que conduzam a uma melhor qualidade de vida, à

procura da felicidade por parte do sujeito.

A Psicologia Positiva não possui o intuito de desvalorizar o anteriormente realizado a nível

da Psicologia, nem a importância do atingido, que deve ser sempre preservado e valorizado.

Pretende sim, de certo modo, salientar que, durante o desenvolvimento da Psicologia

enquanto ciência, não foi priorizado o estudo da felicidade do ser humano. O que é que nos

faz ser mais felizes? Como podemos incrementar os nossos níveis de felicidade? Visto estar

provado que a ausência de doença, só por si, não resulta automaticamente em felicidade ou

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bem-estar (Marujo, H., Neto, L., Caetano, A., & Rivero, C., 2007), a questão da felicidade e

do bem estar humano têm de ser obrigatoriamente aspectos alvo de estudo da Psicologia.

Ao efetuar uma reflexão sobre a importância duma abordagem otimista no desenvolvimento

da criança, importa pensar sobre o que é o otimismo. Segundo os autores anteriormente

referidos, o "otimismo é uma característica individual que, embora possa ter algumas

influências genéticas, pode ser aprendida e implica sempre a capacidade de ter expectativas

positivas acerca do futuro e acreditar que o que está para vir é bom. Isto para além da

capacidade de ver o melhor da vida. Mesmo nas situações mais problemáticas, desafiadoras

e, até, dramáticas, o otimismo traduz-se na capacidade de retirar alguma aprendizagem e

algum ponto positivo". Das vivências diárias e daquelas mais significativas ou marcantes,

concluí-se que o que diferencia os otimistas dos pessimistas não passa pelo número de boas

ou más experiências ao longo da vida, mas sim pelo modo como as sentem e interpretam.

Esta nova forma de interpretar a realidade (otimista) faz ainda mais sentido em contexto

educativo, quer seja em casa, numa escola, num Jardim de Infância, ou outros locais em que

se privilegie o papel de educador, tanto mais que se comprova que o otimismo tem

repercussões diretas nos níveis de felicidade, da saúde física e mental ao longo da vida, e até

mesmo nos níveis de produtividade.

Atendendo ao anteriormente referido pede-se, em primeiro lugar, que quem se relaciona

diretamente com crianças compreenda e assuma a importância que terá no seu futuro, pois

são os modelos de referência, a quem as crianças recorrerão na procura de modos de

compreender e agir sobre a realidade em que se inserem. Temos de nos conscientizar que

somos os principais agentes de socialização das crianças e que, consequentemente, as nossas

atitudes para com elas são determinantes para o seu desenvolvimento harmonioso. É nos

pequenos momentos, nos pormenores, que a criança assimila os nossos exemplos, os nossos

ensinamentos. A expressão: "Faz o que digo, não faças o que faço", não tem valor num

contexto educativo, pois será pelas nossas ações que a criança se guiará.

A importância dos modelos de referência "caseiros" é demonstrada através de estudos

(Marujo, H.; Neto, L. & Perloiro, M., 2000) que comprovam que os diferentes membros de

uma família tendem a ter níveis semelhantes de pessimismo ou de otimismo. Tal revela-nos

que aprendemos a ser otimistas com aqueles que nos são próximos, e coloca às famílias (e

também às diferentes instituições e profissionais que com crianças trabalham) o desafio (e

responsabilidade) no sentido de procurarem fomentar o desenvolvimento de crianças

positivas.

A consciência do peso das nossas ações no desenvolvimento das nossas crianças, exige uma

reflexão sobre a forma como vivemos a nossa felicidade, como encaramos as adversidades e

as transmitimos às crianças. Esta introspecção pode e deve, ser realizada ao longo de todo o

nosso processo de interação com as crianças.

Como educar para o otimismo?

Não existe uma fórmula que nos transforme em otimistas.

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Todos os momentos da nossa vida podem ser encarados e avaliados de diferentes

perspectivas, que podem ser mais ou menos otimistas. O povo português é caracterizado pela

ideia da desgraça, do futuro sombrio, em que só nesse estado encontramos conforto

(sentimento de excelência do Fado). Não querendo incorrer no erro de catalogar o povo

português, não se torna difícil encontrar provas do negativismo à nossa sociedade, bastando

para tal ver o telejornal, e realizar uma comparação entre o número de boas e as más notícias.

De certo modo, por vezes, surge o sentimento que a tragédia une as pessoas, e que é errado

ser feliz e demonstrar esse estado de espírito. E essa é uma mensagem que frequentemente é

transmitida às nossas crianças, a de que em criança é natural ser feliz, rir, mas que ao crescer,

tudo muda. E é precisamente por aí que podemos iniciar uma mudança, começando por cada

um de nós, agentes educativos.

Esta "revolução" tem de ocorrer, e é em casa e nos estabelecimentos educativos que ela deve

começar. É reconhecido que ao salientarmos um traço, existe uma maior probabilidade de o

repetir. Ao observarmos adultos em interação com crianças, verifica-se a frequência com que

são destacados aspectos negativos, repreensões, em comparação com os elogios aos bons

comportamentos. Nós, adultos, não o realizamos por malícia, ou por desejar o mal para os

nossos filhos. O que se verifica com frequência é que repetimos nas nossas crianças os

modelos educativos que nos foram transmitidos, que vastas vezes não primavam pelo uso do

elogio. No entanto, esses padrões educativos podem ser alterados, especialmente aos termos

consciência das nossas ações e do impacto que possuem no desenvolvimento da criança.

Cabe-nos a nós, adultos, realizarmos uma autorreflexão das nossas interações com as

crianças, e analisar o feedback que lhes transmitimos.

Ao termos o objetivo de aumentar o número de comportamentos positivos por parte duma

criança, será através do elogio, do carinho no momento certo, que o atingimos. Nestas

situações verifica-se a regra do que é salientado tende a repetir-se. Uma criança, ao efetuar

um comportamento desejável, se obtiver a atenção positiva, uma recompensa (elogio,

carinho, incentivo, não se trata de recompensa material), terá maior tendência a repetir esse

comportamento no futuro. Se, no sentido inverso, atribuirmos atenção (mesmo que negativa)

à criança quando tem comportamentos incorretos, repreendendo-a, enquanto que não a

estimulamos ao realizar uma atitude correta, pois partimos do princípio que faz apenas o que

é seu dever, estamos a estimular o comportamento indesejável. As crianças

querem/necessitam de atenção e, se não a obtiverem através de comportamentos positivos,

vão demonstrar este desejo com comportamentos indesejáveis.

É claro que não se pede que se deixe de repreender as crianças quando existe essa

necessidade não é esse o propósito. Ao longo do seu desenvolvimento, é fundamental que a

criança explore o seu mundo, e isso implica que os adultos necessitem colocar limites aos

seus filhos. Essa curiosidade e interesse são saudáveis por parte das crianças, mas o papel

dos adultos passa por promover a sua socialização, o que leva a por limitar a sua exploração

quando necessário. Um dos papéis do educador passa por transmitir e ensinar o que a criança

pode ou não realizar, incutindo-lhe regras e limites essenciais para o seu desenvolvimento e

segurança. O que se pretende é que, além do referido, se estimule a criança pelos bons

movimentos que realiza.

O elogio, o incentivo, a confiança que lhes fornecemos são ferramentas que ela interioriza, e

que lhe ajudam a sentir confiança em si para explorar o mundo, e para resolver os problemas

Page 12: Gestão da sala de aula

de forma autônoma, confiando em si, nos seus recursos, e nas pessoas que lhe são

significativas.

Ao longo da nossa convivência com as crianças, por vezes tendemos a esquecer que são

crianças, e que possuem uma capacidade de entendimento distante da dos adultos. Também

assim o é no modo como lidam com os elogios como com as críticas. Ao realizarmos uma

crítica a um adulto, ele poderá ter a capacidade de analisar o que lhe foi comunicado, e

ajustar o seu comportamento de modo a evitar essa punição. Contudo, este processo mental

poderá ser muito complexo para uma criança e, até certas idades, impossível de realizar. Ou

seja, para uma criança que recebeu uma crítica, poderá ser muito difícil alterar e ajustar o seu

comportamento, pois ainda não possui a maturidade cognitiva que lhe permita compreender

que, para evitar receber a repreensão, tem de mudar o comportamento "X" pelo "Y". No

momento de repreender, pede-se paciência aos educadores, cujo papel não poderá passar

apenas pela crítica, mas igualmente pelo ensinar à criança o modo correto de agir, mostrando

sempre a esperança de que na próxima vez a criança será bem sucedida.

Esta dificuldade cognitiva em ajustar o comportamento quando de uma crítica, não se

verifica no momento em que recebe um elogio por um bom comportamento. Nesse caso,

trata-se de um processo cognitivo mais elementar, em que apenas realiza uma associação

direta entre o comportamento realizado e a atenção positiva recebida. Por aí passa

frequentemente o sucesso na mudança de comportamento das crianças, o salientar os

aspectos positivos, de forma a tornarem-se mais frequentes, e a não atribuição de atenção às

pequenas atitudes negativas, procurando que ocorram com menos frequência. Quando não é

possível desvalorizar, e a repreensão torna-se necessária, importa explicar à criança o que fez

de forma incorreta, instruindo-a sobre o procedimento desejado e, claro, mostrar-lhe que

sabemos que ela conseguirá ser bem sucedida no futuro.

É importante focar uma pequena nota no que se refere às repreensões e aos castigos. Quando

o adulto se depara com a necessidade de repreender uma criança, o seu propósito não é

vingar-se ou fazer mal à criança. O objetivo é sempre o de alterar o comportamento, que a

criança tenha consciência de que o que realizou é incorreto, e que esperamos no futuro que

altere o comportamento específico que o levou à repreensão. Dessa forma, ao falarmos com a

criança, devemos evitar expressões como o "És sempre assim", "Nunca fazes nada bem",

entre outras. O mal de expressões como as referidas (entre outras) é que, além de não

comunicarmos à criança qual o comportamento que consideramos incorreto, não lhe

transmitimos a esperança de o poder alterar, qualificamo-la de forma negativa, estamos a

prejudicar a autoconfiança e a obstaculizar um sucesso futuro. Quanto ao comportamento em

questão, é importante referir, de forma clara, o que desaprovamos, pois é o que queremos

modificar e, de forma construtiva e otimista, comunicar-lhe o que esperamos dela,

delegando-lhe a responsabilidade de confiarmos que, no futuro, conseguirá realizar o

comportamento desejado. Expressões como as referidas anteriormente (sempre e nunca)

funcionam mais como uma avaliação geral à criança, ao invés de focar o comportamento

específico, aquele que realmente queremos alterar.

Otimismo ou fuga aos problemas?

Esta perspectiva de encarar o papel educativo e, em geral, a vida não implica a negação e a

desvalorização dos problemas e dificuldades que surgem. O que incentiva e estimula é uma

Page 13: Gestão da sala de aula

perspectiva construtiva, centrada na procura de soluções para os mesmos. Nesses aspectos, a

dinâmica dentro duma sala de aula possui uma importância vital no desenvolvimento

acadêmico duma criança, e na construção do seu autoconceito acadêmico. É nos “pequenos”

momentos, nas “pequenas” verbalizações que tão irrefletidamente desvalorizamos que

podemos realizar a diferença.

Nos diálogos importa valorizar as qualidades da criança (e dos adultos), apreciar os seus

esforços, e transmitir a confiança de que podem/conseguem ultrapassar os problemas com

que se deparam, pois têm esse potencial. Procurem adotar na sala de aula um poder

democrático, em que todos possuem opiniões válidas e interessantes, e com o qual é possível

estimular a troca de ideias, mesmo que opostas, promovendo a aceitação e o diálogo numa

perspectiva de procura de soluções, ao invés da passividade e pessimismo.

Cabe-nos a nós questionarmo-nos sobre as coisas boas da nossa vida, e fazê-lo com as

crianças. Tão frequentemente, ao falarmos entre nós, de imediato fazemos referências ao que

de mau nos ocorre, e esquecemo-nos do quão bom é viver. Todos nós passamos por

acontecimentos positivos e negativos, essa é uma realidade. A grande diferença encontra-se

no modo como eles são vivenciados e explicados. Ao passo que um pessimista terá uma

maior tendência em acreditar o acontecimento negativo como sua culpa, e a acreditar que

"será sempre assim", e que "não há nada a fazer"; o otimista tenderá a justificar esse mesmo

acontecimento como algo pontual, que aconteceu naquelas circunstâncias, mas acreditando

que existe a possibilidade de solucioná-lo.

Deste modo, o que se expressa às nossas crianças influencia-as muito precocemente. Por

exemplo, uma criança que recebe uma nota negativa, tenderá a pensar que é "burra", que não

tem capacidades para aprender, ou poderá acreditar que teve esta nota porque o teste foi

difícil, e começar a planear o que terá de realizar, para que, no próximo, tenha uma boa nota.

Estas "pequenas" diferenças têm implicações, quer no futuro próximo (o modo como se

implica no próximo teste), quer na idade adulta. Cabe-nos a nós refletir sobre como

queremos/podemos apetrechar as nossas crianças, e que modelos queremos ser.

“A vida é como um cobertor demasiado pequeno. Puxa-se para cima e fica-se com os pés de

fora, sacudimo-lo para baixo e ficamos a tremer de frio nos ombros; mas as pessoas bem

dispostas conseguem encolher os ombros e passar uma noite muito confortável."

Marion Howard

“Ensinar é um exercício de imortalidade”

Ruben Alves, in Estanqueiro, A. 2010