Gestao de estoque

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DECLARAÇÃO Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria, resulta da minha investigação e sob orientação do meu Supervisor. Esta é a primeira vez que submeto numa instituição Académica para obter o grau Académico de Licenciatura em Gestão de Empresas com Habilitações em Gestão Financeira. Nampula, aos ______ de Abril de 2015 Nome do Autor ______________________________________________ (Rogério Vicente Rosário) Nome do Supervisor _____________________________________________ (dr. Benedito Machado)

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DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria, resulta da minha

investigação e sob orientação do meu Supervisor. Esta é a primeira vez que submeto

numa instituição Académica para obter o grau Académico de Licenciatura em Gestão de

Empresas com Habilitações em Gestão Financeira.

Nampula, aos ______ de Abril de 2015

Nome do Autor

______________________________________________

(Rogério Vicente Rosário)

Nome do Supervisor

_____________________________________________

(dr. Benedito Machado)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe Dona Victorina Emílio, ao meu falecido tio que foi

um grande Homem e que sempre o admirei bastante Sr. Manuel Emílio Rufino e aos

meus irmãos Celso Vicente do Rosário e Domingas Vicente do Rosário, por acreditarem

na minha capacidade profissional e me dar todo o apoio emocional para o

desenvolvimento e conclusão deste curso.

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AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar agradeço à Deus por me dar o dom da vida e a capacidade de superar

todas as dificuldades e barreiras encontradas.

Aos meus pais, Sr. Ernesto Nunes Sipaneque e Dona Victorina Emílio pela dedicação e

confiança durante toda a caminhada.

Aos meus irmãos, tios e primos que de uma forma ou outra me transmitiram força e

confiança em todos os momentos.

Aos meus parentes, amigos e colegas que lutamos juntos durante todo o percurso

sempre com o mesmo objectivo.

Ao meu supervisor pela sua orientação e todos os docentes que contribuíram para que o

meu objectivo fosse atingido.

A todos que deram o seu contributo, respondendo os questionários.

Meu muito obrigado!

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RESUMO

O presente estudo trata-se do levantamento bibliográfico sobre o tema Gestão de Stock

como factor determinante para o desempenho económico das pequenas e medias

empresas, uma vez que a gestão de stocks constitui em acções que permitem o gestor

analisar se os stocks estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e

controlados. A gestão de stock busca garantir a máxima disponibilidade de produto,

com o menor de stock possível. Portanto o objectivo da pesquisa é procurar nas

bibliografias conceitos sobre gestão de stock que possa ajudar a compreender melhor

além de analisar teoricamente qual a influência do stock sobre o desempenho

económico, por fim identificar o modelo de gestão de stock que possa ser utilizado pelas

empresas. Dessa forma, a pesquisa aqui desenvolvida tem por finalidade analisar as

técnicas e modelos de gestão de stock utilizadas pela empresa ELECTROMETAL

NACALA PORTO, no intuito de averiguar como estes contribuem para eficiência,

eficácia e prevenção de desperdícios de materiais. Para tanto, foi realizado um estudo de

caso na referida empresa, por meio de questionário e entrevista estruturadas com alguns

funcionários da empresa e os responsáveis da gestão de Stocks na organização. Por fim,

conclui-se que a gestão de stock segundo os autores pesquisados é sem dúvida uma das

ferramentas que os gestores podem utilizar para a redução de custos dentro da

organização.

Palavras-chave: Stock. Gestão. Indicadores de desempenho.

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CAPITULO 1: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

O cenário em que as empresas estão vivenciando no momento tem uma característica de

alta competitividade, devido ao alto grau de instabilidade vindo do exterior como as

crises, sem contar com a grande competitividade das empresas locais onde a cada

instante surgem um novo concorrente que entra para dividir a fatia de clientes que antes

eram fiéis a uma empresa.

Deste modo as empresas que pretendem permanecer no mercado estão focalizando em

novas técnicas de controle e na procura de funcionários especializados. Um controle

efectivo do stock só gera benefícios, como redução de perdas que leva a maximização

dos lucros e um ganho capital.

Assim a gestão eficaz de stock é cada vez mais fundamental nas organizações,

tornando-se uma questão determinante no desempenho das empresas. Dai que

aperfeiçoar o investimento em stocks, sua gestão e possuir um stock eficiente, influi no

desempenho da produção e nas vendas. Em tempos de competitividade, as empresas

travam uma verdadeira guerra pela busca e fidelização de clientes. Para tanto, são

investidos muitos recursos da mesma, não apenas financeiro, mas de tempo. Dessa

forma, a gestão de stocks, propiciando atendimento pontual aos clientes, no momento e

quantidade desejada, é um diferencial competitivo, assumindo então características

estratégicas.

A gestão de stocks começa antes mesmo do produto estar finalizado. Toda empresa

existe por que produz bens ou serviços visando suprir uma necessidade, obtendo dessa

transacção um retorno financeiro. Para tanto, as empresas passam pelo modelo de

produção: inputs, transformação e outputs. Entretanto, no processo produtivo podem

ocorrer diversos factores que interrompam a produção (greve operacional, falta de

matéria prima, por exemplo) justificando assim, um stock de produtos acabados, para

que as vendas e as receitas da organização não sejam afectadas todas as vezes que

problemas ocorram.

Objectivos do Trabalho

A presente pesquisa procura alcançar os objectivos traçados, isto é, geral e os

específicos de modo que se materialize a questão acima colocada acerca da gestão de

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stock nas pequenas e medias empresas, em particular a empresa ELECTROMETAL,

NACALA PORTO.

Objectivo Geral

Assim a presente pesquisa tem como objectivo geral:

Analisar como a Gestão de stocks influencia no desempenho económico das

pequenas e medias empresas.

Objectivos Específicos

Procurar na bibliografia conceitos sobre gestão de stocks que possa ajudar a

compreender melhor este tema;

Descrever as principais funções da gestão de stocks;

Identificar o melhor nível de stock a ser usado pelas empresas;

Apresentar os modelos de gestão de stock que possa ser utilizado pela empresa

Electrometal Nacala Porto.

Justificativa

O mundo actual está ficando cada vez mais competitivo devido a globalização, com isto

os negócios estão se tornando um campo de batalha, cujo objectivo é manter e

conquistar mais clientes. Esta nova realidade está transformando as empresas em geral.

Os clientes estão ficando cada vez mas selectivos e exigentes, acompanhando a

evolução dos produtos e da tecnologia. Devido a isto as empresas estão se sentindo

forçadas a competir e utilizar de tudo para reduzir despesas e custos sem perder a

qualidade dos seus produtos.

A gestão de stocks engloba o planeamento do stock e o seu controle. O planeamento irá

determinar antecipadamente a quantidade do stock a data de entrada e saída e os pontos

de pedido do material. O controle consiste em registar os dados e comparar com o

planeamento, apontando possíveis desvios.

Contudo, o objectivo da gestão de stocks é optimizar o investimento em stocks,

aumentando o uso eficiente dos meios internos, minimizando as necessidades de capital

de investimento.

A gestão de stock pode ser considerada como uma estratégia de influência na venda

final para os consumidores. Mas, os stocks geram custo para se manter. Com isto o

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trabalho que deve ser realizado é a redução dos stocks sem que afecte as vendas da

empresa, ou seja, deve-se encontrar um ponto de equilíbrio entre vendas e o stock.

Desta forma pretende-se com a realização deste trabalho contribuir para que empresas

possam atender aos seus anseios de redução de custos e maximizar os seus lucros na

área dos stocks. Com este trabalho espera-se que as pequenas e médias empresas

tenham uma visão mais aprofundada sobre a gestão de stock.

Definição do Problema de Pesquisa

A gestão das pequenas e médias empresas normalmente não dão prioridade o controle

de stocks e este nem sempre é realizado de forma eficiente, podendo levar os gestores a

tomar decisões controversas.

Pode-se dizer que devido à má gestão dos stocks, o caixa da empresa é atingido

directamente, pois as compras não são feitas com bases técnicas, ou seja, pessoas que

não tem qualificação para gerir os stocks. Neste caso, o gestor de stock tem como maior

objectivo buscar métodos que o leve a melhorar o seu controle de mercadorias. Com

isso a principal questão que será levantada neste projecto é: Como a Gestão de stock

influencia no desempenho económico das empresas, e quais são os melhores

procedimentos para que o processo ocorra de forma ordenada e eficaz?

Estudo de Hipóteses

As hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o

problema de pesquisa. Pois, poderão ser confirmadas ou refutadas com o

desenvolvimento da pesquisa e, um mesmo problema poderá ter muitas hipóteses que

são soluções possíveis para a sua resolução e são de natureza criativa requerendo-se

experiência na área. Em menção ao problema em estudo, o autor propõe as seguintes

hipóteses:

Utilização adequada das ferramentas de stock sendo assim um factor importante

para o crescimento das empresas;

Treinamento adequado dos funcionários e conhecimento da Gestão de stocks;

Organização e conferência dos stocks da empresa;

Existência de uma gestão adequada, principalmente voltada para a

Administração de Materiais.

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Delimitação do Estudo

Este presente trabalho será realizado em forma de pesquisa bibliográfica, buscando as

teorias mais relevantes dos autores sobre a gestão de stocks nas organizações,

especificamente na empresa Electrometal, Nacala Porto.

Estrutura do trabalho

Para uma melhor percepção e análise, o trabalho está estruturado em cinco capítulos.

Sendo que a parte pré-textual do trabalho apresenta primeiro a lista de tabelas,

abreviaturas, depois a declaração, dedicatória, agradecimentos e resumo do trabalho. No

capítulo introdutório é apresentada a introdução, os objectivos do estudo: geral e

específicos que se esperam alcançar e a justificativa. Depois, é apresentada a definição

do problema de pesquisa, a hipótese de estudo e a delimitação do estudo. No segundo

capítulo é apresentada a revisão da literatura, onde diferentes autores apresentam os

principais delineamentos acerca da gestão de stock e os indicadores de desempenho. No

terceiro capítulo é apresentada a metodologia da pesquisa, onde foi evidenciada a

classificação da pesquisa, fontes de dados, universo e amostra, dados da pesquisa, o

plano de colecta de dados e por fim instrumentos usados para a colecta de dados. O

quarto capítulo apresenta uma breve apresentação do cenário actual da empresa em

análise e faz análise, apresentação e interpretação dos dados dos inquiridos, e avaliação

das hipóteses formuladas para a pesquisa. No último capítulo é apresentada conclusões

recomendações, referencia bibliográfica utilizada para a elaboração do trabalho e os

apêndices em anexos.

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CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Introdução

Para melhor compreensão do tema proposto no trabalho, faz-se necessária a

apresentação dos conceitos teóricos que envolvem a situação analisada. Neste capítulo,

serão apresentadas abordagens de autores referentes ao estudo de gestão de stock,

Gestão de Stocks

“Hoje, sabemos que uma empresa em destaque, pronta para enfrentar fortemente a

concorrência do mercado – além de trazer à tona os problemas de todo o ciclo

produtivo. Outra vantagem da gestão eficiente é possibilitar ajustes eficazes em seu

processo, resultante em redução de custo e economia nas aquisições. O stock tem efeito

impactante no êxito das empresas. Um dos motivos é o alto volume de dinheiro

empregado”. (MOURA, página 1)

Com base nisso, pode-se reflectir sobre a influência de uma excelente gestão de stocks

para o sucesso de uma empresa.

O primeiro e mais importante passo a ser dado por qualquer organização é o equilíbrio

no que se refere às políticas de stocks. Gaither comenta que sempre haverá pontos de

vista conflituantes entre os diversos departamentos de uma empresa com relação ao

stock. Para que não sejam criadas metas conflituantes (metas de venda muito superiores

à capacidade gerada pelo nível de stocks, por exemplo) é fundamental que haja

negociações e concessões na gestão de stocks.

Além disso, para tornar a gestão de stocks eficaz, é vital que o gestor tenha acesso a

informações abrangentes e de qualidades relativas a todas as áreas envolvidas. As áreas

relativas a gestão de stocks, conforme mostra a figura 1, são:

Compras;

Acompanhamento;

Gestão de armazenagem;

Planeamento;

Controle de produção;

Gestão de distribuição física.

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Figura 1: Atuação do Gestor de EstoquesFONTE: MOURA, página 2

STOCKS: CONCEITO E CARACTERISTICAS

Stocks são mercadorias tanto acabadas quanto em processo de finalização que estão nas

dependências da empresa. Conforme a definição do autor Slack (2009), stock pode ser

definido como:

Stock é definido aqui como a acumulação armazenada de recursos

materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, o termo

stock também é usado para descrever qualquer recurso transformador de

capitais. (SLACK, 2009, p. 356).

Segundo SLACK (2009) e SILVA (2005), stocks são quantidades armazenadas ou em

processo de produção, que tem a finalidade de dar uma independência entre os

processos da cadeia produtiva. Os stocks geralmente são usados como uma forma de se

proteger contra a imprevisibilidade dos processos ou da demanda do mercado. De

acordo com SLACK (2009) e AROZO (2006), os stocks só existem porque não há uma

harmonia entre o fornecimento e a demanda.

O termo stock pode ter vários significados, visto tradicionalmente pode-se considerá-lo

como representativo de matérias-primas, produtos semi-acabados, acabados,

componentes para montagem, sobressalentes, materiais administrativos e suprimentos

variados, ou então no stock pode configurar máquinas, equipamentos, ferramentas,

recursos financeiros e até humanos, podendo ser de livros, imóveis, dinheiro em banco,

cientistas, professores, etc. (SEGALL e VIANA, 1988, p.35).

Quando se busca as características do stock deve-se levar em conta alguns factores que

podem influenciar nas operações de uma determinada empresa, levando em

consideração que cada produto deve ser armazenado de forma específica. As principais

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características segundo o autor Slack (2009) são: “Stock de segurança, stock de ciclo,

stock de desacoplamento, stock de antecipação e stock no canal de distribuição”

(SLACK, 2009, p. 358-360).

Stock de ciclo

Este tipo de stock aparece à medida que as empresas aumentam seu mix de produtos

com objectivos de redução do custo unitário e redução da ociosidade dos equipamentos,

mantendo sempre em produção. Assim slack (2009, p. 358), salienta que “o stock de

ciclo ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer

simultaneamente todos os itens que produzem”.

Stock de desacoplamento

Esse tipo de stock para slack (2009) é o stock de materiais que estão esperando para ser

transformados, com isto pode-se programar a velocidade de cada operação optimizando

suas operações. Com isto o gestor pode desmembrar as operações e aplicar a velocidade

necessária para seu processamento sem que prejudique a qualidade dos outros

processos.

Stock de antecipação

O stock de antecipação segundo slack (2009), pode ser muito utilizado quando se tem

uma variação muito grande de fornecimento de matérias-primas ou de produtos

essenciais para o funcionamento da organização. Utiliza-se este tipo de stock no varejo

quando em alguns períodos pré-definidos, como uma época do ano já conhecida que

aumenta as vendas dos produtos oferecidos pela empresa, exemplo: natal, festa junina,

carnaval etc. Promoção de certos produtos, período de férias de fornecedores, etc. Com

o stock de antecipação os gestores podem se prevenir dos imprevistos ligados à

demanda, ou seja, evita um desabastecimento e o não atendimento das demandas

previstas.

Stock no canal de distribuição

Slack (2009), define stock no canal de distribuição como: stock no canal existem porque

o material não pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e

o ponto de demanda. Se uma loja de varejo encomendar itens de consignação de um de

seus fornecedores, o fornecedor vai alocar stocks para a loja de varejo em seu próprio

armazém embalá-lo, carregá-lo em seus próprios caminhões, transporta-lo para seu

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destino, e descarregá-lo no stock do varejista. (slack, 2009, p. 281) portanto slack

(2009), diz que este tipo de stock ocorre quando não se pode locomover os produtos

desejados pelas empresas rapidamente do fornecedor ao depósito.

A Importância dos Stocks

Os stocks representam boa parte dos activos da empresa, em alguns casos podendo

representar aproximadamente 46% dos activos totais.

Então, pode-se considerar que, “os stocks são recursos ociosos que possuem valor

económico, os quais representam um investimento destinado a incrementar as

actividades de produção e servir aos clientes” (VIANA, 2000, p.144).

Actualmente, muitas empresas buscam trabalhar com stocks mínimos na busca de obter

vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Com os baixos valores agregados

aos stocks, elas conseguem ter a oportunidade de investir o capital ao invés de deixá-lo

inutilizável em forma de stocks. Outros pontos devem ser analisados, como a variação

da demanda, pois se a empresa não possui o stock para atendimento imediato ao seu

cliente, ela gera a oportunidade para que o mesmo busque seus concorrentes, correndo

riscos de perdê-los. Ou então, se ela não cumpre os prazos, seja por falta de matéria-

prima devido à um atraso do fornecedor, a empresa terá sua imagem denegrida junto ao

mercado e, para conseguir restabelecê-la acarretará em grandes custos.

Hoje o relacionamento cliente/fornecedor é totalmente diferente de

alguns anos atrás, quando cada um procurava tirar o máximo de

proveito do outro, e, se não eram amigos, pelo menos a desconfiança

era mútua. Actualmente o relacionamento é do tipo parceria, com

elevada confiança, em que cliente e fornecedor se ajudam sempre na

procura de soluções eficazes e que possam trazer mais benefícios aos

consumidores finais, (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.171).

Contudo, houve a necessidade de se estudar uma melhor forma para manter um stock de

segurança. Para BALLOU (1993), Um dos mais respeitados gurus da logística, afirmou

que, em sistemas logísticos, os inventários são mantidos para:

Melhorar o serviço ao cliente: dando suporte a área de marketing, que ao criar

demanda precisa de material disponível para concretizar vendas.

Economia de escala: os custos são tipicamente menores quando o produto é

fabricado continuamente e em quantidades constantes.

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Protecção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: um alto

volume de compras minimiza o impacto do aumento de preços dos fornecedores.

Protecção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: considera o

problema que advém do sistema logístico quando tanto o comportamento de

demanda dos clientes quanto o tempo de entrega dos fornecedores não são

perfeitamente conhecidos, ou seja, para atender os clientes são necessários

stocks de segurança.

Protecção contra contingências: proteger a empresa contra greves, incêndios,

inundações, instabilidades políticas e outras variáveis exógenas que podem criar

problemas. O risco diminuiria com a manutenção de stocks.

Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o

objectivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das

mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma

vantagem competitiva duradoura.

Tipos de Stocks

Segundo o autor POZO (2007, p 41) em uma organização pode-se encontrar vários tipos

de stocks, dentre eles:

Stock de matérias-primas: corresponde aos materiais básicos da produção que

não sofreram nenhuma transformação dentro das dependências da organização.

Este tipo de stock pode ser lã, tecidos, madeiras;

Stock de materiais intermediários: também conhecido como produtos em

processamento. Este tipo de stock é o que está em fase mais avançada de

processamento, faltando poucos processos para a finalização do produto;

Stock de materiais acabados: é o Stock que já passou por todas as fases de

processos como matéria-prima e semi-acabado. e está embalados e prontos para

a revenda;

Materiais de manutenção: são materiais que servem para fazer a manutenção

das máquinas e do edifício, podem ser ferramentas, papel, rolamentos etc.

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Custos dos Stocks

A gestão de stock incorre em dois tipos básicos de custo: custos de manutenção de stock

e os custos associados à falta do mesmo. Este segundo tipo de custo é relacionado ao

nível de serviço da empresa, sendo muitas vezes negligenciado pela mesma.

Para Dias (1993); Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados

com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser

entregue pelo fornecedor. Podemos determinar os custos de falta de stock ou Custo de

Ruptura das seguintes maneiras:

Por meio de lucros cessantes, devidos a incapacidade de fornecer. Perdas de

lucros, com cancelamento de pedidos.

Por meio de custos adicionais, causados por fornecimentos em substituição com

material de terceiros.

Por meio de custos causados pelo não cumprimento dos prazos contratuais como

multas, prejuízos, bloqueio de reajustes.

Por meio de “quebra de imagem” da empresa, e em consequência beneficiando o

concorrente.

Como a gestão de stock abrange uma grande gama de actividades de uma empresa,

normalmente existem custos, que não os de manutenção de stock ou associados

directamente à falta de produto, que são impactados pelo processo de gestão.

CONTADOR (1998) descreve a relação de custos mais relevantes e seus componentes:

Custo de obtenção: È proporcional a ordem de produção ou a compra do lote,

este custo é fixo e se refere:

i) Preparação para a produção de itens.

ii) Preparação das máquinas (setup).

iii) Inspecção das primeiras peças.

Custo de manutenção de stocks: São proporcionais ao volume do stock e ao

tempo de permanência deste.

i) Custo de seguro (impostos e juros).

ii) Custos de stock que incluem um espaço e manuseio.

iii) Custos de obsolescência.

iv) Custos de depreciação.

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v) Custos de oportunidade do capital.

Função dos Stocks

Os stocks têm a função de regular o volume de materiais, auxiliando como regulador na

diferença entre entradas e saídas de materiais.

Para Mayer:

Os stocks devem compensar erros na projecção e demanda dos produtos da

empresa, mas para que isso ocorra à matéria-prima e partes adquiridas devam

ser programadas e que estejam disponíveis na hora certa, assim como os

produtos finais, função quase impossível. Por isso as maiorias das organizações

optam em manter stocks, para prevenir possíveis imprevistos. (MAYER, 1990,

p.41).

Segundo o autor, a manter os stocks visa à utilização económica dos equipamentos, dos

edifícios e da mão-de-obra, caso exista flutuação na demanda, pois o cronograma de

demanda de factores produtivo gerado pela previsão de vendas e produção pode ocorrer

grandes variações.

As funções do stock para BALLOU (1993), podem estar nos diversos sectores da

organização, pois melhoram o nível de serviço oferecido devido à localização dos

stocks mais próximos dos clientes e pontos de vendas, fazendo com que o produto esteja

sempre disponível.

O stock incentiva economias de produção, pois quando se produz grande lote, o custo

unitário é o mínimo, permitindo assim economias de escala nas compras e descontos no

transporte, protecção contra contingências, como greves, incêndios e inundações. No

entanto, apesar dos inúmeros benefícios dos stocks é necessário destacar os custos

elevados que advém da sua manutenção.

Stock de Segurança

Conhecido também como stock isolador, para Slack (1996) este compensa as incertezas

inerentes ao fornecimento e demanda, variação essa que pode surgir devido às variações

humanas no tempo de processamento ou outros motivos como quebras ocasionais,

perturbações, atrasos de entrega etc.

Tubino (1997) complementa que quanto maior as variações na demanda, maior devem

ser o stock de segurança, que deve estar relacionado a dois factores, o custo de

manutenção do stock e dos custos decorrentes do esgotamento do item.

Page 16: Gestao de estoque

Esse tipo de stock não pode afectar o processo produtivo da empresa, não pode acarretar

nenhum transtorno para o cliente por falta de material, ou correrá o risco de perdê-lo

para a concorrência.

O ideal seria manter este stock a zero, porém é notável que, dentro de uma empresa

comercial, não são comercializados em uma quantidade uniforme, e que, o tempo de

reposição para qualquer produto não é 100% garantido pelos fornecedores, em

decorrência das variáveis do mercado.

Segundo Viana, o stock de segurança é “a quantidade minimizada possível capaz de

suportar um tempo de ressuprimento superior ao programado ou um consumo

desproporcional” (VIANA, 2000, p.150).

Também denominado stock mínimo:

Quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de

ressuprimento superior ao programado ou um consumo

desproporcional. Ao ser atingido pelo stock em declínio, indica a

condição do material, desencadeando providências, como, por exemplo,

a activação das encomendas em andamento, objectivando evitar a

ruptura do stock. (VIANA, 2000, p151).

É denominado como uma espécie de stock reserva, a fim de suprir suas necessidades

básicas de venda, também conhecido como stock mínimo, com o objectivo de impedir

as variáveis do sistema devido a atrasos no ressuprimento, por parte do fornecedor,

aumento da demando do produto ou uma possível devolução do lote de compra.

Para Souza,

Precaver-se contra eventuais faltas de stock, significa ter uma

determinada segurança, no entanto essa margem de segurança é

conhecida por um factor que reflecte a demanda máxima esperada Dmax

que poderá ocorrer durante o tempo de reposição. Esse factor de

segurança é calculado mediante o balanceamento entre o custo de ter

um stock adicional e o custo de falta deste stock que deverá proteger

contra as incertezas inerentes a qualquer previsão. (SOUZA, 1982,

p.67).

Podendo ser calculado pela fórmula geral:

SS=(C × APE )+ AC (PE+ APE )

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SS: Stock de reserva ou de segurança;

C: consumo diário;

APE: atraso no prazo de entrega;

AC: aumento do consumo diário;

PE: prazo de entrega.

As principais falhas no processo de reposição de stock ocorrem em três pontos

principais:

Atraso de entrega pelo fornecedor: muitas vezes o fornecedor não tem as

condições necessárias para cumprir com os prazos de entrega, por ter falhas no

sistema de transporte ou produção gerando falta de stocks por parte do

fornecedor.

Aumento repentino da demanda: ocorre fora da previsão da empresa, pela

grande alta rotatividade de um determinado item, ou por outras causas, como

exemplo promoções, a chegada de um grande pedido para um determinado

cliente, aumento da produção para manter o stock.

Demora no procedimento do pedido de compra: são um conjunto de falhas do

sistema de gestão e controle do stock de materiais, falhas em gerar informações

do almoxarifado relativas à área de compras, que podem incidir em atrasos

excessivos no processo de pedidos.

Técnicas de Gestão dos stocks

As técnicas e ferramentas utilizadas para auxiliar e orientar o administrador em uma

eficiente gestão de materiais busca reduzir e eliminar falhas nos processos de

atendimento ao cliente. O excesso e falta de mercadoria, que podem gerar um custo não

programado, além de complicar o fluxo de caixa da empresa.

Classificação dos stocks segundo o valor de uso – Sistema ABC

Nas organizações de hoje, existem várias ferramentas para fazer a medida dos custos e

uma das mais usadas é o sistema de custeio ABC, que são os custos baseados em

actividades.

Viana aborda um breve histórico em relação ao sistema ABC:

Page 18: Gestao de estoque

Para facilitar o entendimento, apresentamos a síntese histórica do

método. Vilfredo Pareto, economista, sociólogo e engenheiro italiano

(1848-1923), em 1897, muito antes do aparecimento das pesquisas

econométricas, descobriu, ao estudar a distribuição de renda entre a

população do sistema económico em que vivia, certa regularidade na

distribuição de renda nos países capitalistas e também naqueles onde

imperavam relações feudais ou de capitalismo nascente, estabelecendo

um princípio, segundo qual o maior segmento de renda nacional

concentrava-se em uma pequena parte da mesma renda. Com base em

estatísticas de diferentes países, Pareto anotou uma serie de dados sobre

o número de pessoas correspondentes a diferentes faixas de renda

recebida. A seguir, com dados obtidos, traçou um gráfico, marcando as

diferentes faixas de renda o eixo das abcissas e, no eixo das ordenadas,

o numero de pessoas que recebiam rendas iguais ou superiores às de

cada faixa, observando que 80 a 90% da população pertencem a duas ou

três classes inferiores, do que concluiu que qualquer medida que

atingisse duas ou três classes maioritárias estaria englobando o grosso

da população. (VIANA, 2000, p.64)

A curva ABC, é abordada nos principais sectores que envolve a tomada de decisão que

circunda uma grande quantidade de dados, tornado assim esse acção urgente na

actividade ou trabalho relacionado ao controle dos stocks.

Para Martins e Campos:

A análise ABC é uma das formas mais usuais de examinar stocks. Essa

análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente

6 meses a 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos

itens de stocks, para que eles possam ser classificados em ordem

decrescente de importância. Aos itens mais importantes de todos,

segundo a óptica do valor ou da qualidade, dá-se a denominação itens

classe A, aos intermediários, itens de classe B, e aos menos importantes

itens classe C. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.211).

Devido as empresas apresentarem um grande número de itens em stock, não seria

vantajoso a análise completa de cada item, por isso é utilizado o sistema ABC de

classificação de stocks.

Page 19: Gestao de estoque

A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar

itens que justificam a atenção e tratamentos adequados quanto à sua administração.

Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância

relativa. (DIAS, 1993).

O método ABC é o mais utilizado, pois leva em consideração a sua abrangência em

relação a determinado factor, separando os itens por classes de acordo com sua

importância relativa. Para classificar os itens podem ser utilizados vários parâmetros,

peso, volume ou número de movimentações, ou ainda por volume financeiro investido

em stock. No entanto o mais utilizado é o emprego da demanda valorizada, ou seja, a

quantidade do produto pelo seu custo unitário.

Contudo, Martins e Campos afirmam que:

Não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total

dos itens que pertencem a classe A, B ou C. Os itens A são os mais

significativos, podendo representar algo entre 35% e 70% do valor

movimentado dos stocks, os itens B variam de 10% a 45%, e os itens C

representam o restante. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.211)

Um ponto comum a todas as empresas é que a Curva ABC aplica-se a todos os casos.

Existe uma grande concentração de capital em alguns poucos itens. Em geral esses itens

são aqueles de extrema importância para produção e cuja previsão de demanda é muito

difícil, pois trata-se de demanda esporádica.

Dias (1993, p.77), Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as

classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:

Classe A: grupo de itens importantes que devem ser tratados com uma atenção

especial pela administração.

Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C.

Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por

parte da administração.

De acordo com a classificação ABC, os itens podem ser separados em classe A, que são

os itens em pequenas quantidades, porém caros, e o contrário ocorre na classe C, onde

grandes quantidades, mas, porém com custos menores e a classe B que seria o

intermediário entre as duas classes.

Page 20: Gestao de estoque

Portanto, Tubino afirma que:

Por representarem substanciais recursos financeiros, os stocks da classe

A merecem total atenção de modo que o controle destes seja rigoroso

para evitar prejuízos nos sistemas de armazenagem e reposição, mas, no

entanto as duas outras também merecem atenção. (TUBINO, 1997,

p142).

Fig. 2 - Curva ABC para classificação de stocksFonte: (MOREIRA, 1996, p.463).

Lote Económico de Compra (LEC)

Para Viana (2000, p.158), “O lote económico para compra representa a quantidade de

material, de tal forma que os custos de obtenção e de manutenção sejam mínimos.”

O lote económico de compra (LEC) é o equilíbrio económico entre o custo de posse

(manutenção dos stocks) e o custo de aquisições (obtenção de material), compreendendo

a quantidade certa a ser comprada com objectivo de minimizar os custos de stocks e

aquisição dos produtos.

Quando o cálculo do lote económico for realizado deve-se considerar que o custo

unitário do item não varie e a entrega é feita de uma única vez. Normalmente este lote é

conhecido como lote económico de compra. (TUBINO, 1997).

Considerado o método mais comum para a decisão de quanto comprar em caso de

reabastecimento de um produto específico do stock. È basicamente um procedimento

matemático pelo qual a empresa adquire o material necessário as suas actividades pelo

custo mais baixo.

A quantidade a ordem em um dado momento deve ser determinada pelo equilíbrio de

dois factores: (1) o custo de possuir ou transportar materiais e (2) o custo de adquirir ou

Page 21: Gestao de estoque

encomendar materiais. Compra de grandes quantidades pode diminuir o custo unitário

de aquisição, mas esta economia pode não ser mais do que compensado pelo custo de

transportar materiais em stock por um longo período de tempo, por isso é fundamental

saber se deve manter em stocks um item, embora seja dispendioso.

Para a determinação do lote económico, define-se que o custo do sistema igual à soma

de três parcelas:

CS=CMC+CGC+CF

CS: Custo do Sistema

CMC: Custo do Material Comprado

CGC: Custo da Gestão de Compras

CF: Custo Financeiro de Manter o Stock

Em relação a variação dos custos em função do tamanho do lote pode afirmar que o

custo de carregamento (CC) aumenta com o aumento do tamanho do lote económico de

compra e, consequentemente, com o aumento do stock médio. Os custos de preparação

(CP) diminuem com o aumento do tamanho do lote de compra e, consequentemente,

com o aumento do stock médio. Os custos independentes (CI) não variam com o

tamanho do lote e o custo de aquisição também não se altera. O custo total (CT) diminui

ate atingir um valor mínimo e cresce em seguida. Se representarmos graficamente os

custos de carregamento, de preparação, independente e total em função do lote de

compra (Q) teremos a figura:

Fig. 3 - Custo total em Função do Lote QFonte: (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.229)

CT: Custo Total

CC: Custos de Carregamento (armazenagem)

Page 22: Gestao de estoque

CP: Custos de Preparação (pedido)

CI: Custos Independentes

Q: Quantidade

O EOQ (Economic Order Quantity) é utilizado como parte de um sistema contínuo de

revisão de inventário, em que o nível de stock é monitorado em todos os momentos, e

uma quantidade fixa é ordenado cada vez que o nível de stock chega a um ponto de

reabastecimento específico. Esta ferramenta de gestão fornece um modelo para o

cálculo do ponto de reabastecimento adequada e a quantidade ideal para garantir a

reposição instantânea do stock, sem faltas. Pode ser uma ferramenta valiosa para os

pequenos empresários que precisam tomar decisões sobre o quanto de stock deve-se

manter a mão.

Deve-se ter muito cuidado ao se trabalhar com as fórmulas do lote económico de

compras, pois deve-se avaliar uma serie de factores a serem observados

cuidadosamente.

Classificação XYZ

Itens são segmentados baseando-se no critério de criticidade e facilita as rotinas de

planeamento, reposição e gestão de stocks.

Classe X

Ordinário: Item de baixa criticidade, cuja falta naturalmente compromete o

atendimento de um usuário interno (serviço ou produção) ou externos (clientes finais),

mas não implica em maiores consequências.

Classe Y

Inter-cambiável: Apresenta razoável possibilidade de substituição com outros itens

disponíveis em stock sem comprometer os processos críticos, caso seja necessário e em

detrimento dos custos envolvidos.

Classe Z

Vital: Item cuja falta acarreta consequências críticas, tais como interrupção dos

processos da empresa, podendo comprometer a integridade de equipamentos ou

segurança operacional. Para facilitar a memorização, optamos por denominar os itens

mais críticos pela letra Z devido a sua posição no extremo oposto do alfabeto.

Page 23: Gestao de estoque

Sistema Just-in-time (JIT)

“O sistema jus in time é um método de produção com o objectivo de disponibilizar os

materiais requeridos pela manufactura apenas quando forem necessários para que o

custo de stock seja maior. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.127).”

Segundo Viana (2000), É a produção na quantidade necessária, no momento necessário,

para atender a variação de vendas com o mínimo de stocks em produtos acabados, em

processos e em matéria-prima.

Então, está ferramenta baseia-se em excluir qualquer desperdício, a perda por meio da

melhoria sucessiva da produtividade. Contudo podemos dizer que há duas perspectivas

de JIT, o grande e o pequeno, onde o grande JIT baseia-se numa filosofia de operações

que abrange todos os aspectos das actividades de produção de uma empresa, enquanto

que o pequeno JIT, o seu âmbito restringe-se aos métodos de controle de produção,

especificamente nas entregas, como exemplo, a utilização frequente a expressão

“aprovisionamento JIT”, que significa o abastecimento em pequenas quantidades

(lotes), ou seja, ao ritmo de consumo.

Para Martins e Campos (2006), O sistema just-in-time é um método de reprodução com

objectivo de disponibilizar os materiais requeridos pela manufactura apenas quando

forem necessários para que o custo de stock seja menor.

Aborda-se geralmente o JIT, alguns de seus aspectos, como:

Melhoria contínua dos processos.

Eliminação de desperdícios.

Esforço contínuo na resolução de problemas.

Produção em stock.

Manufactura de fluxo contínuo.

Os elementos principais do just in time, entre outros, são: (1) ter somente o stock

necessário e melhorar a qualidade tendo a zero defeitos. De forma ampla, aplica-se

todas as formas e manufactura, sessões de trabalho e processos, bem como actividades

repetitivas. (VIANA, 2000).

Segundo Ching:

Page 24: Gestao de estoque

O facto de considerar os stocks como um desperdício, levou os japoneses a desenvolver

as técnicas do just in time com a utilização de cartões Kanban. O JIT é muito mais do

que uma simples ferramenta de gestão, é um conjunto de técnicas de administração do

stock e da produção, considerada uma derivação do sistema japonês “Kanban”

(quantidade e momento da necessidade de reabastecimento), especificando quanto será

retirado do stock do fornecedor. (CHING, 2001, p.136).

A filosofia just in time, está ligada as grandes mudanças na postura das empresas, no

que se refere a optimização dos recursos materiais, com principal ideia de coibir a

manutenção dos stocks, e seus problemas associados, de forma que o ressuprimento das

operações de fornecimento sejam mais frequentes e em lotes menores.

De uma forma geral. O JIT visa a melhoria continua dos processos, de forma a obter

níveis elevados de produtividade e sem desperdícios, pois o sucesso de muitos produtos

japoneses no mercado norte-americano (electrodomésticos, automóveis etc.) é a prova

das vantagens que a gestão baseada no JIT pode proporcionar em termos de preço e

qualidade. (MOURA, 2006, p.325).

Embora haja quem diga que o sucesso do sistema de administração, seja originado nas

características culturais do povo japonês, os administradores tem-se convencido de que

o JIT é composto de técnicas de gestão aplicáveis em qualquer empresa,

independentemente do seu porte. Com o desenvolvimento dessa técnica, a

popularização dessa aplicação para muitas empresas, houve então o aprofundamento da

deste conceito nascido no Japão.

O objectivo do JIT II é estreitar ainda mais o relacionamento entre vendedores e

clientes, eliminando a necessidade de intermediários, na medida em que o vendedor

assume responsabilidades dentro das instalações dos clientes, dispensando, desse modo,

parte das funções de compras para o cliente e de vendas para o fornecedor. (MOURA,

2006, p.326).

Contudo, essa indispensável técnica de gestão de stock controla rigidamente os stocks e

também os transportes, principalmente através da quantidade e qualidade da informação

disponível no sistema de banco de dados da empresa.

Resumindo o JIT, é mais usado nas operações de curto e médio prazo, auxiliando no

controle da produção.

Page 25: Gestao de estoque

Tabela 1. Exemplos de enfoques JIT para alguns problemas

Fonte. Adaptado Hong (2006, p. 39).

Sistema Kanban

Para Viana (2000), O sistema kanban é uma técnica japonesa que consiste em uma

gestão de materiais e de produção no momento exacto, ambas (gestão e produção)

controladas por meio visual e/ou auditivo.

Já para Severo Filho:

O kanban é um importante elemento do Sistema Toyota de Produção,

sistema este que visa a eliminação total das perdas, entretanto, não são

sinónimos, sendo o kanban uma técnica para ajudar a implementar esses

princípios. A produção puxada acontece quando a demanda em

determinada actividade é gerada pela necessidade da actividade de

trabalho seguinte, na medida que o stock de produtos acabados

necessita de mais produtos, gera a necessidade de produção destes por

parte dos centro de trabalhos que o abastecem, que por sua vez necessita

para esta produção receber os componentes produzidos nas actividades

anteriores e assim sucessivamente, fazendo com que somente os

componentes necessários em determinado momento sejam produzidos,

ou seja, puxando a produção. Já produção empurrada relaciona-se ao

sistema tradicional de produção, onde são emitidas ordens em função de

uma determinada expectativa de demanda, que pode ou não ser

efectivada. Assim, os lotes de produção são transferidos da sessão

anterior para a posterior, independentes desta ter ou não necessidade de

recebê-los, ocasionando, entre factores negativos, uma elevação dos

níveis de stock. (SEVERO FILHO, 2006, p.92).

Page 26: Gestao de estoque

Dessa forma, podem existir diversos tipos de sistema kanban, pois deve se levar em

consideração a forma de como a organização está estruturada conforme seu sistema de

produção, como por exemplo: kanban com dois cartões, kanban de um cartão e kanban

do fornecedor.

Quando acaba um material, um cartão é enviado ao fornecedor para repô-lo. Por razão

das quantidades previstas e o tempo de ressuprimento serem pequenos, os lotes de

reposição também serão, fazendo com que o stock mantido até a chegada do fornecedor

pode diminuir porque os tempos de reposição são curtos.

Controle de stocks por pontos de pedido

É aquele que a intervalos irregulares, quando a disponibilidade total atinja determinado

valor previamente calculada nova quantidade de material é reposta.

Esse valor determinado é chamado de ponto de pedido ou de encomenda da reposição

do item, que e é a quantidade de disponibilidade total, ou seja, o stock físico mais saldo

do pedido.

Fig. 4 - Modelo por ponto de pedidoFonte: (TUBINO, 1997, p.125)

Constata-se que determinado item do stock necessita de um novo suprimento, quando o

stock atingir o ponto de pedido, ou seja, quando o saldo disponível estiver abaixo ou

igual à determinada quantidade chamada ponto de pedido. (DIAS, 1993).

De acordo com a figura 3 o stock é separado em duas partes, uma parte é para ser usada

totalmente até a data da encomenda de um lote de reposição, a outra parte é para ser

usada entre a data de encomenda e data de recebimento do lote. Essa separação pode ser

feita somente nos registos ou fisicamente, quando assim é feito é chamado de sistema de

Page 27: Gestao de estoque

duas gavetas ou sistema “two bins”. A quantidade do ponto de pedido pode ser definida

pela seguinte forma:

PP=d ×tr+SS

Onde:

PP: ponto de pedido

d: demanda por unidade de tempo

tr: tempo de ressuprimento

SS: stock de segurança.

Já Francischini e Gurgel (2004) afirmam que, determinar quando fizer um novo pedido

para reposição do item em stock que, quando atingida, deve accionar um novo processo

de compra ou fabricação é chamada de ponto de pedido.

Em se tratando dos pedidos de compra, devem ser emitidos quando as quantidades em

stock atingem um nível, suficiente apenas para cobrir o stock de segurança (quantidade

mínima que deve existir em stock, para cobrir eventuais atrasos no resuprimento,

mantendo o fluxo de caixa regular) atendendo a previsão para o período correspondente

ao prazo de entrega dos fornecedores.

O ponto de pedidor tem como meta atingir certo padrão de nível de serviço, também

conhecida como lead-time. Para calcular o melhor momento em que deve-se executar o

pedido de compra tem-se a fórmula:

PP=DM ×TR+SSeg

Em que:

PP: Ponto de Pedido

DM: Demanda ou Consumo Médio do Período

TR: Tempo de Reposição

SSeg: Stock de segurança.

Tempo de Reposição por ponto de pedido

Uma das informações básicas de que se necessita para calcular o stock mínimo é o

tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde a verificação de que o stock precisa ser

reposto até a chegada efectiva do material no almoxarifado da empresa. Segundo Dias

(1993), este tempo pode ser desmembrado em três partes:

1. Emissão do pedido: Tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela

empresa até ele chegar ao fornecedor.

Page 28: Gestao de estoque

2. Preparação do pedido: Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos,

separar os produtos, emitir facturamento e deixá-los em condições de serem

transportados.

3. Transportes: Tempo que leva da saída do fornecedor ate o recebimento dos

materiais encomendados.

Modelo de Reposição - Sistema duas Gavetas

O modelo de reposição contínua, também chamado de modelo do lote económico

padrão, modelo de stock mínimo ou modelo do ponto de reposição, consiste em emitir

um pedido de compras, com quantidade igual ao lote económico (ou outro, a critério do

administrador de materiais), sempre que o nível de stocks atingirem o ponto de pedido.

(MARTINS e CAMPOS, 2006).

Esse é um método que consiste em executar o pedido de compra quando o stock de um

certo item atinge um nível previamente determinado. Este sistema é ainda mais

relevante para itens de baixo valor, os da classe C, procurando-se reduzir a burocracia

de compra do produto, sem cálculos, garantindo o suprimento normal dos itens.

Gonçalves e Schwember (1979) representaram este sistema por uma representação

gráfica de maneira bem prática:

Sejam duas caixas:

Fig. 5 - Sistema de duas gavetasFonte: (GONÇALVES e SCHWEMBER, 1979, p.207)

Todo material necessário é retirado da caixa 1, ficando fechada a caixa 2. Quando a

caixa nº 1 mostrar-se insuficiente para atender a demanda abre-se a caixa nº 2, uma

ordem é emitida para que se permita encher as duas caixas, sendo a demanda e o tempo

de reposição determinísticos. O material chegará exactamente no momento que o

Page 29: Gestao de estoque

material da caixa nº 2 tenha chegado à zero. Para uma melhor compreensão a disposição

das caixas ficará da seguinte maneira:

Fig. 6 - Sistema de duas gavetasFonte: (GONÇALVES e SCHWEMBER, 1979, p.208)

Logo, adiciona-se um stock de segurança para evitar possíveis imprevistos, então se

trabalha com um sistema de reposição com quantidade fixa com a vantagem de não

precisar de um registo com anotações e controle permanente. No entanto, esse sistema

não é adequado para itens que apresentem uma alta variação no consumo.

Modelo de Reposição Periódica

“O modelo de reposição periódico, também chamado de modelo do intervalo padrão ou

modelo do stock máximo, consiste em emitir os pedidos de compras em lotes em

intervalos de tempo fixos. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.250).”

Modelos de Controle de stocks

Como já visto que os custos dos stocks e seu armazenamento influenciam em muito a

determinação do stock de reposição, porém o controle de stock irá determinar quando

será feita essa reposição. Para isso deve-se gerar as emissões de ordens, que como já

visto anteriormente faz parte das actividades do planeamento do stock.

Os modelos de controle de stocks podem ser divididos em dois grupos: os de emissão

directa e os de emissão indirecta. Nos modelos de emissão indirecta, os itens são

considerados independentes dos demais, cuja necessidade de reposição é função apenas

da previsão da demanda do item do mercado, ao contrário dos dependentes cujas

necessidades de reposição não são conhecidas até que a demanda dos itens aos quais

este item tem dependência seja determinada. Ex. de emissão indirecta: modelo de

controle por ponto de pedido e por revisões periódicas.

Page 30: Gestao de estoque

Os modelos de controle de stock baseado em emissão directa são baseados na lógica do

MRP (Manufacturing Resource Planning) que incluem itens com demanda dependente

e independente.

Controle de stocks pelo MRP

Para Gonçalves e Schwember (1979), o sistema de planeamento dos requerimentos é

um tipo de gerência sistemática dos stocks baseados em um conjunto de procedimentos

e regras de decisão projectadas para determinar as necessidades de stocks dos itens que

compõem o produto em todos os níveis, a partir do produto final, com a finalidade de

gerar ordens de acção para esses requerimentos.

Mas, para Martins e Campos (2006), O Planeamento das necessidades de materiais é

uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão

utilizados na fabricação de um certo produto.

Os principais pré-requisitos e suposições envolvidos no MRP são:

Existe um programa mestre de produção que contém a lista de materiais.

Todos os itens do stock têm uma identificação única.

Os registos dos stocks contêm os dados históricos de cada item.

Os prazos de entrega são conhecidos.

Existem informações para conhecer oportunamente os recebimentos e consumos

de cada item.

Existe processamento independente dos itens em fabricação.

Portanto no MRP, os componentes de um produto e o tempo para a fabricação ou

compra são conhecidos, logo com base na previsão de vendas pode-se calcular quando e

quanto de cada componente deve ser comprado para que não ocorram sobras nem faltas.

Para a fabricação das quantidades dos produtos é necessário “explodir” ou detalhar as

necessidades brutas dos componentes que fazem parte do produto, no entanto, são de

suma importância informações relativas ao tempo, também conhecido como “lead time”

que é o tempo de compra ou de ressuprimento, ou seja, o tempo decorrente entre a

liberação de uma ordem até a disponibilidade do produto. Em função da demanda dada,

o computador calcula as necessidades de materiais que serão utilizados e verifica se há

stocks disponíveis para o atendimento.

Page 31: Gestao de estoque

O MRP apoia-se num pacote de software para cálculo das necessidades de materiais e

de outros recursos, garantindo a sua disponibilidade no exacto momento em que são

necessários, nem antes (o que eu significa desperdícios) e nem depois (atrasando o

planeamento). (MOURA, 2006).

As quantidades devem estar correctas nos momentos certos para que a programação das

actividades seja no momento mais tarde possível, de modo a minimizar os stocks.

Quando se deduz as necessidades brutas do stock já existente, têm-se as necessidades

líquidas, a partir da qual são geradas as ordens de compra ou de produção.

O período de planeamento do MRP é relativo às datas ou períodos de planeamento

associados às respectivas quantidades, neste caso o tempo é escalonado representado

graficamente pelas colunas do registo.

As linhas contêm as necessidades brutas, ou seja, a necessidade de disponibilidade de

cada produto no período futuro. Em termos físicos representa as saídas esperadas de

material do stock durante o período.

Nas linhas também são descritos os recebimentos programados, que constituem das

reposições programadas do stock e também o stock disponível projectado que informa

as quantidades que estavam no stock final no período anterior mais às entradas em stock

esperadas no período menos às saídas esperadas no período.

Ainda pode-se destacar as linhas referentes ao recebimento de ordens planejadas e a

abertura de ordens planejadas. A primeira indica as quantidades que devem estar

disponíveis no início do período correspondente para atender a necessidade bruta que

não podem ser atendidas pelo stock disponível. As quantidades informadas na abertura

de ordens planejadas referem-se a ordens recebidas.

Para Martins e Campos (2006), se não há material em stock na quantidade necessária,

ele emite uma solicitação de compra – para os itens comprados – ou uma ordem de

fabricação - para os itens fabricados internamente. A figura abaixo mostra o esquema de

funcionamento do MRP.

Page 32: Gestao de estoque

Fig. 7 – Esquema de um MRPFonte: (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.119).

No entanto a lógica do MRP baseada em quantidades estritamente necessárias para a

minimização dos stocks, não é sempre possível devido à política de lotes adoptados pela

grande maioria das empresas, por exemplo, a política de lote mínimo ou a política de

período fixo, vistos anteriormente, assim também como a inclusão dos stocks de

segurança em caso de demandas imprevisíveis.

Entretanto, deve-se garantir a veracidade dos dados de stock. Os registos lógicos devem

ser idênticos aos registos físicos, quando isso não acontece o resultado é sempre a

ocorrência de níveis altos de stock.

Analise e Níveis de Stocks

Método PEPS ou FIFO

Conforme POZO (2007) o sistema PEPS (Primeiro que entra, Primeiro a Sair): É

baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de

Page 33: Gestao de estoque

stocks é feito por ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o

primeiro que sairá, e assim utilizamos seus valores na contabilização do stock. (POZO,

2007, p. 88) O autor GONÇALVES (2007) contribui com POZO (2007), sobre o

método PEPS, ao utilizar este método deverá considerar a ordem em que o produto

entrou no stock. A saída ira levar em conta o histórico das entradas.

O autor FRANCISCHINI (2002), contribui com os demais autores dando sua definição

para o método PEPS:

PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) ou FIFO (First In, First Out)

é o método que da prioridade a ordem cronológica das entradas. Ou

seja, sai o primeiro material que entrou no stock, com seu respectivo

preço unitário. Neste caso, cada lote de compra é controlado

separadamente. (FRANCISCHINI, 2002, p. 172)

Exemplo 1.

Exemplo de movimento de stock utilizando o método PEPS, “Numa empresa entraram

em stock, no dia 6-5, 100 unidades, de peça, ao preço de 15,00 cada; no dia seguinte 7-5

entraram mais 150 unidades a 20,00 cada: no dia 8-5, saíram de stock 150 unidades”.

(DIAS, 2006, p. 161)

Tabela 2. Movimento de stocks e cálculo do custo médio pelo método PEPS

Fonte. Adaptado Dias (2006, p. 161).

DIAS (2006), demonstra com este exemplo, os lançamentos na ficha do stock as

entradas e saídas de peças. Onde se verifica que a primeira entrada do dia 6-5 entrou

100 unidades no valor de 15,00 somando 1.500,00. No dia 7-5 entra 150 unidades com

o preço 20,00, totalizando 3.000,00, tendo um saldo de 250 unidades, correspondendo a

4.500,00. O dia 8-5 teve uma saída de 150 unidades, com o preço unitário de 15,00,

Page 34: Gestao de estoque

faltando 50 unidades fechar a requisição das 150 unidades, faz a saída de 50 unidades

com o preço de 100 unidades com o valor total de 2.000,00 no dia 8-5.

Método UEPS ou LIFO

Para POZO (2007), o método UEPS último que entra, primeiro que sai consiste na

cronologia das saídas e entradas, levando em considerarão o último que entrou, que será

o primeiro a sair. Conforme POZO (2007, p. 89) “é um procedimento muito utilizado

em economias inflacionárias, facilitando a contabilização dos produtos para definição

de preços de venda e reflectindo custos mais próximos da realidade de mercado.

Neste contexto o autor GONÇALVES (2007), salienta que este método UEPS consiste

ao inverso do método PEPS, as entradas e saídas deverão proceder de maneira que o

último a entrar deverá ser o último a sair. Assim o autor GONÇALVES (2007), ressalta

que:

As saídas são processadas conforme as quantidades de cada, reduzindo

as quantidades de acordo com o histórico das entradas; porém,

considerando sempre que as primeiras unidades a sair devem ser

valorizadas com base na última entrada e, assim, sucessivamente.

(GONÇALVES, 2007, p. 185)

O autor FRANCISCHINI (2002), contribui com a definição do método UEPS ou LIFO:

UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) ou LIFO (Last In, First Out) inverte a

ordem cronológica de entrada no stock. Ou seja, o último lote a entrar no stock

que é o primeiro a ser considerado separadamente. (FRANCISCHINI, 2002, p.

172)

Exemplo 2.

O autor DIAS (2006) exemplifica com um exemplo similar aos anteriores o

funcionamento do método UEPS, “Em uma empresa entraram em stock, no dia 2 -3,

150 unidades de uma peça ao preço unitário de 15,00; no dia 3-3, entraram mais 100

unidades a 20,00 cada, e saíram do stock, no dia 5-3, 150 unidades” (DIAS, 2006, p.

162).

Tabela 3. Movimento de stocks e cálculo médio pelo método UEPS

Page 35: Gestao de estoque

Fonte. Adaptado Dias (2006, p. 162).

O autor DIAS (2006) a tabela anterior de mostra que o ultimo material que entra é o

primeiro a sair. Em 2-3 tivemos a primeira entrada de material no stock de 150 unidades

a 15,00 cada, que totalizam 2.250,00; logo, o saldo é essa mesma entrada. Em 3-3 houve

outra entrada d material de 100 unidades a 20 cada, totalizando 2.000,00; nosso saldo é

agora de 250 unidades, num total de 4.250,00. Em 5-3 houve uma saída do stock de 150

unidades. Como a última entrada foi apenas de 100 unidades, damos saída a essa última

entrada ao preço unitário de 20,00; como ainda faltam 50 unidades, a saída é feita pelo

preço unitário da penúltima entrada, ou seja, 50 unidades a 15,00 cada, num total de

750. Ficamos com um saldo, em 5-3, de 100 unidades o valor de um mil e quinhentos

reais (1.500,00) DIAS, 2006, p. 162)

Page 36: Gestao de estoque

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Introdução

A elaboração da presente pesquisa foi delineada com base nas seguintes abordagens:

Quanto ao problema, o estudo contempla uma abordagem qualitativa e de carácter

exploratório, uma vez que está relacionado com a compreensão do tema. Assim sendo, o

presente trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica e foi usado o

método de observação directa participativa. Pesquisa do tipo qualitativa permite

mergulhar na complexidade dos acontecimentos reais e indaga não apenas o evidente,

mas também as contradições, os conflitos e a resistência a partir da interpretação dos

dados no contexto da sua produção.