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GESTÃO DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO: estudo de caso no Bairro Teixeirão Vlademir Boeck 1 RESUMO: O policiamento comunitário é uma filosofia e estratégia organizacional que proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas. O objetivo da pesquisa é de analisar a importância e a qualidade dos serviços prestados junto a comunidade do bairro Teixeirão. A pesquisa realizada teve como procedimentos um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa adotando uma pesquisa de campo aplicado a 181 moradores do bairro Teixeirão aleatoriamente, empregando técnicas de pesquisa bibliográficas e questionário. Os resultados apontam que a grande maioria conhece a polícia comunitária do bairro Teixeirão, onde tem que melhorar a aproximação dos policiais com a comunidade. Com isso, reflete na sensação de segurança no bairro, porém a comunidade também tem que fazer o seu papel, buscando mais informações sobre assuntos da segurança, participando de atividades junto à base e ajudar a policia a tranqüilizar o bairro. Sugere-se melhorar a postura de tratamento dos policiais militares com a comunidade, incluindo cursos de relações humanas, palestras e até um novo curso de polícia comunitária para os policiais. Palavras-chave: Polícia Comunitária. População. Polícia Militar. Segurança. 1. INTRODUÇÃO Os cidadãos têm exigido um serviço de ótima qualidade com uma variedade de função, obrigando a se aprimorar e rever os conceitos de como trazer melhores resultados para a redução da violência. Os desafios que enfrentam os órgãos governamentais atualmente são mais difíceis e complexos do quaisquer outros tempos. Vivendo em um ciclo vicioso do prende e solta, prende novamente e com isso a instituição esta sendo mais cobradas. Na busca da qualidade e eficiência a atividade policial passa a ser repensada e baseada em novos princípios e valores, que o cidadão está no centro das atenções policiais. Este modelo é a Polícia Comunitária que visa à comunidade o direito de não apenas ser consultada, mas participar das decisões sociais, influírem nas estratégias de policiamento. Pensando nisso, pretende-se com o presente trabalho abordar a idéia de interação entre a polícia comunitária e a sociedade, uma vez que a criminalidade é uma das questões que mais incomoda a sociedade 1 Acadêmico do 8º período do Curso de Administração de Empresas da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, campus de Cacoal, sob orientação da professora Simone Marçal Quintino. 5

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GESTÃO DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO: estudo de caso no

Bairro Teixeirão

Vlademir Boeck1

RESUMO:O policiamento comunitário é uma filosofia e estratégia organizacional que proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas. O objetivo da pesquisa é de analisar a importância e a qualidade dos serviços prestados junto a comunidade do bairro Teixeirão. A pesquisa realizada teve como procedimentos um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa adotando uma pesquisa de campo aplicado a 181 moradores do bairro Teixeirão aleatoriamente, empregando técnicas de pesquisa bibliográficas e questionário. Os resultados apontam que a grande maioria conhece a polícia comunitária do bairro Teixeirão, onde tem que melhorar a aproximação dos policiais com a comunidade. Com isso, reflete na sensação de segurança no bairro, porém a comunidade também tem que fazer o seu papel, buscando mais informações sobre assuntos da segurança, participando de atividades junto à base e ajudar a policia a tranqüilizar o bairro. Sugere-se melhorar a postura de tratamento dos policiais militares com a comunidade, incluindo cursos de relações humanas, palestras e até um novo curso de polícia comunitária para os policiais.

Palavras-chave: Polícia Comunitária. População. Polícia Militar. Segurança.

1. INTRODUÇÃO

Os cidadãos têm exigido um serviço de ótima qualidade com uma variedade de

função, obrigando a se aprimorar e rever os conceitos de como trazer melhores resultados para

a redução da violência. Os desafios que enfrentam os órgãos governamentais atualmente são

mais difíceis e complexos do quaisquer outros tempos. Vivendo em um ciclo vicioso do

prende e solta, prende novamente e com isso a instituição esta sendo mais cobradas.

Na busca da qualidade e eficiência a atividade policial passa a ser repensada e baseada

em novos princípios e valores, que o cidadão está no centro das atenções policiais. Este

modelo é a Polícia Comunitária que visa à comunidade o direito de não apenas ser consultada,

mas participar das decisões sociais, influírem nas estratégias de policiamento. Pensando nisso,

pretende-se com o presente trabalho abordar a idéia de interação entre a polícia comunitária e

a sociedade, uma vez que a criminalidade é uma das questões que mais incomoda a sociedade

1 Acadêmico do 8º período do Curso de Administração de Empresas da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, campus de Cacoal, sob orientação da professora Simone Marçal Quintino.

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e cuja interação de promover a participação da comunidade e os segmentos sociais pode

garantir uma melhor qualidade de vida e o apoio tão necessário para resolução desses

problemas.

Buscando uma melhoria da qualidade de vida da própria comunidade, uma qualidade

pode ser preservação da ordem pública valores, ferramentas para melhorar os processos de

prestações de serviços nas organizações. O mais importante é a conscientização da

comunidade na melhoria, participando da identificação e resolvendo problemas da segurança

pública que é a filosofia da polícia comunitária.

A pesquisa objetiva analisar a importância da Polícia Comunitária junto aos moradores

do Bairro Teixeirão no município de Cacoal – RO, bem como levantar o índice de

criminalidade antes e após o projeto; verificar a percepção dos moradores do bairro em

relação aos serviços da polícia comunitária; identificar as principais diferenças entre polícia

comunitária e a polícia tradicional; verificar os princípios da Polícia Comunitária e levantar os

principais projetos desenvolvidos pela polícia comunitária no bairro Teixeirão.

A atuação policial esta sempre inserida no contexto social e surgem indagações sobre

as atividades do policiamento militar com o objetivo de trazer novos argumentos que

contribuam para construir polícia que atinja os anseios e expectativas da sociedade, surge o

problema de pesquisa: Como se caracteriza os meios para se tornar o serviço de qualidade do

policiamento comunitário mais eficiente no Bairro Teixeirão? O envolvimento da comunidade

realmente afeta a qualidade dos serviços que a polícia presta a todos os cidadãos

incondicionalmente?

A partir da ampliação dos direitos e garantias individuais do cidadão brasileiro, através

da promulgação da Constituição Federal de 1988, a sociedade passou por profundas

mudanças. Existe a necessidade de se desenvolver uma nova maneira de atuação das polícias,

já que o modelo tradicional não consegue atender a demanda e a idéia de que o Estado não é o

único responsável pela resolução de todos os conflitos sociais.

Essas transformações após a promulgação da Carta Magna fizeram com que a

população faça valer seus direitos no dia-a-dia e também no modo de atuação da polícia

militar que passaram a interagir com os cidadãos. É nesse contexto, que com o objetivo de

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promover uma aproximação da comunidade e polícia militar para melhorar a segurança

pública que surgiram novas estratégias de um policiamento comunitário.

Pretende-se com o presente trabalho abordar a idéia de que com a interação entre a

polícia comunitária e a sociedade, cuja interação pode resultar em avanços para as relações

sociais que poderão assim atingir o objetivo comum - segurança e melhor qualidade de vida

para todos, visto que a criminalidade tem crescido a cada dia, fazendo com que muitas

pessoas se fechem com medo do alto índice de violência.

Finalmente, o tema proposto tem a participação do autor deste artigo no policiamento

comunitário durante três anos, e no percorrer desse tempo foram observados alguns

questionamento sobre esse tipo de trabalho: interação com a comunidade, sensação de

segurança pelos moradores, o nível da criminalidade após a implantação da Polícia

comunitária do Bairro, etc., é uma oportunidade de relacionar o conhecimento teórico com

experiências práticas.

1.1 Metodologia

Pesquisa é o procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico que

possibilita descobrir novos fatos ou leis, novas verdades em qualquer campo do

conhecimento.

Nesse sentido, segundo Lakatos (2001, p. 43) “A pesquisa pode ser considerada

um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento

científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para se descobrir

verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar

respostas para as questões propostas, utilizando métodos científicos.”

Utilizou-se nesta pesquisa o estudo descritivo exploratório, numa abordagem

qualitativa, empregando técnicas de pesquisa bibliográfica e questionários com perguntas

abertas e fechadas (APÊNDICE A). Sobre o tipo de estudo descritivo ensina Trivinõs

(1987, p. 110) “[...] exigem do investigador, para que a pesquisa tenha certo grau de

validade cientifica, uma precisa delimitação de técnicas, métodos, modelos e teorias que

orientarão a interpretação dos dados.”

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O estudo foi desenvolvido de acordo com a filosofia da polícia comunitária aplicada

no Bairro Teixeirão. A amostra foi composta por 181 moradores do bairro, selecionados

aleatoriamente, de um universo de 1311 residências com base nas informações da Prefeitura

Municipal de Cacoal (2009). A margem de erro utilizada foi de 7%, conforme fórmula

estatística de Martins (2000):

P * * 1/E 2

A = ------------------

P * + 1/E 2

Onde: A: é a amostra.

P: é a população total

E: é a margem de erro da amostra

As informações foram coletadas através de questionários com questões fechadas,

contendo onze questões, relacionadas ao tema proposto. Antonio Carlos Gil (1999, p. 78)

define questionário, como a técnica de investigação composta por um número mais ou

menos elevados de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o

conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações

vivenciadas etc.

Dessa maneira, a opção pelo questionário se justifica quando um investigador

pretende recolher informação sobre um determinado tema. Desse modo serão tabulados

todos os dados coletados referentes ao questionário aplicado e as entrevistas realizadas,

buscando correlacionar os resultados com a problemática proposta.

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

A polícia é um agente importante na manutenção da ordem pública que possui a

função de prevenir, reprimir e fiscalizar o cumprimento dos direitos do cidadão. A

Constituição Federal de 1988, no capítulo que trata da segurança pública atribui as polícias à

competência de preservar a ordem pública. Diz o texto constitucional:

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Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:I - polícia federal;II - polícia rodoviária federal;III - polícia ferroviária federal;IV - polícias civis;V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Os cidadãos possuem direitos e garantias fundamentais que lhe são assegurados pela

Constituição Federal, o exercício dos direitos individuais exige o funcionamento do exercício

público através da ordem pública permitindo o desenvolvimento da sociedade. A manutenção

da ordem pública é essencial para a existência da sociedade e realização de seus objetivos. A

atividade policial está voltada para a preservação da ordem pública, e se caracteriza pelo

combate ao crime.

O Decreto Federal 88.777 trás a definição de Ordem Pública como sendo conjunto de

regras formais, que emanam do ordenamento jurídico da nação, tendo por escopo regular as

relações sociais de todos os níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de

convivência harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo Poder de Polícia, e constituindo uma

situação ou condição que conduza ao bem comum, ou seja, decorre do grau de garantia

individual ou coletiva proporcionado pelo poder público que venha a garantir através de ações

preventivas que se alcance o bem comum caso seja quebrado a harmonia da sociedade.

A ordem pública pode ser entendida como sendo uma situação de convivência pacífica

e harmoniosa da população, fundada nos princípios éticos vigentes na sociedade, e refere-se à

paz e à harmonia da convivência social, excluídos assim, a violência, o terror que deterioram

àquela situação. É importante conhecer o que é “polícia”.

De acordo com Santin (2004, p.105) [...] “a polícia é vista como a atividade estatal que

limita o exercício dos direitos individuais em beneficio do interesse público”. E, para

Lazzarini (1987, p.20), a definição de Polícia é “o conjunto de instituições fundadas pelo

Estado, para que, segundo as prescrições legais e regulamentares estabelecidas, exerçam

vigilância para que se mantenham a ordem pública, a moralidade, a saúde pública e se

assegure o bem estar coletivo, garantindo-se a propriedade e outros direitos individuais”.

São incumbidos as policias a aplicações das leis destinadas a garantir a segurança da

coletividade e da ordem pública, a prevenção e a resolução de crimes, através do uso

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moderado e legitimo da força necessária, fazendo com que seja respeitado e cumprido a lei

vigente no país. Polícia é, então, a organização administrativa que tem por atribuição impor

limitações a liberdade na exata medida necessária e manutenção da ordem pública.

2.1 Conceito de Poder de Polícia

A polícia não se constitui em um poder. Ela é instrumento do poder de polícia do

Estado. Segundo Santiago (1997, p.6), o poder de polícia se constitui em: “uma faculdade

inerente a atividade de todos os órgãos, de qualquer dos poderes, que tenham competência

para disciplinar a vida social mediante as restrições imposta ao exercício dos direitos

individuais. Entretanto, não corresponde a uma estrutura ou um sistema de órgãos

específicos”.

“Poder de polícia é a faculdade discricionária do Estado de limitar a liberdade

individual, ou coletiva, em prol do interesse público” (CRETELA JÚNIOR, 2000, p.549). O

poder de polícia é a faculdade que dispõe a administração pública como mecanismo de

frenagem de assegurar os direitos individuais ameaçados pelo exercício ilimitado, ou seja,

conter os abusos do direito individual.

2.2 Conceito de Polícia Comunitária.

A Polícia Comunitária é uma idéia de produção conjunta entre o representante da

segurança pública e o representante da comunidade. Com a participação e o conhecimento da

comunidade que adquirem, torna um papel na consolidação da estratégia policial.

O modelo de policiamento, diz Ferreira (1995, p. 26) “Polícia Comunitária é uma

atitude, na qual o policial, como cidadão aparece a serviço da comunidade e não como uma

força. É um serviço público antes de ser uma força pública”. Isso demonstra que a polícia

comunitária tem grande futuro no meio onde se vive, pois haja um espírito comunitário em

que ambas as partes se ajudam para um bem maior que seria a ordem pública, o bem estar e a

sensação de segurança na comunidade.

Para Trojanowicz (1994) o amplo papel do policial comunitário exige empenho num

só objetivo, em que tanto o alto comando como o líder comunitário tem que estar ciente da

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filosofia comunitária, num contato contínuo e sustentado com as pessoas da comunidade

respeitadora da lei, em conjunto explorar novas soluções criativas para as preocupações locais

servindo os cidadãos como auxiliares e voluntários. Outro conceito conforme Fernandes

(1994, p.10):

Um serviço policial que se aproxime das pessoas, com nome e cara bem definidos, com um comportamento regulado pela freqüência pública cotidiana, submetido, portanto, a regra de convivência cidadã pode parecer um ovo de Colombo( algo difícil, mas, não é). A proposta de policia comunitária oferece uma resposta tão simples que parece irreal: personalize a policia, faça dela uma presença também comum.

A polícia comunitária deve ser vista como uma forma de adaptação da organização

policial no sentido compatível com o ambiente das sociedades democráticas, para identificar,

priorizar e buscar soluções para os problemas de segurança da comunidade. Para Carvalho

(1998, p.19):

Ao tentar este modelo, governo e lideres da sociedade acreditam que esta poderia ser uma forma de democratizar as instituições responsáveis pela segurança pública, isto é, à medida que se abre para a sociedade, congregando lideres locais, negociantes, residentes e todos quantos puderem participar da segurança local, a polícia deixa de ser uma instituição fechada e que, estando aberto às sugestões, permite a própria comunidade faça parte de suas deliberações.

Essa configuração social fez surgir um processo de interação entre a polícia e a

comunidade com foco na prevenção da violência com a participação da comunidade e

opiniões sobre os rumos da segurança no bairro e assumem também a responsabilidade de

batalhar por um ambiente mais seguro para suas famílias.

2.3 Princípios da Polícia Comunitária

Segundo SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública (2007) os princípios da

policia comunitária são filosofia e estratégia organizacional, comprometimento da

organização com a concessão de poder a comunidade, comprometimento da organização com

a concessão de poder a comunidade, policiamento descentralizado e personalizado, resolução

preventiva de problemas a curta e em longo prazo, ética, legalidade, responsabilidade e

confiança, extensão do mandato policial, ajuda as pessoas com necessidades especificas,

criatividade e apoio básico, mudança interna, construção do futuro. A seguir serão

apresentados todos os princípios, segundo a SENASP (2007):

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a) Filosofia e Estratégia Organizacional: o policiamento comunitário permite a

polícia militar e as pessoas da comunidade trabalhar juntas em buscar de uma maneira criativa

através de opiniões e novas maneiras de resolver os problemas e enfrentá-los conjuntamente

pela comunidade de forma ampla além das situações criminais;

b) Comprometimento da Organização com a concessão de poder a comunidade:

essa estratégia organizacional exige a participação de todos, incluindo a comunidade, devem

buscar formas de trazer para pratica mudanças voltadas para resolução de problemas da

comunidade, ou seja, concedendo autonomia aos policiais para tomada de decisões e

resolução do problema onde os cidadãos devem participar na identificação, priorização e

solução do problema;

c) Policiamento descentralizado e personalizado: é necessário que a polícia militar

desenvolva um novo tipo de polícia operacional, passando a manter contato direto com as

pessoas da comunidade a que sevem em áreas bem definidas de patrulhamento na tentativa de

diminuir a criminalização e aumentar a sensação de segurança que todos almejam;

d) Resolução preventiva de problemas a curto e à longo prazo: os policiais

comunitários atuam de modo mais amplo na medida em que desenvolvem práticas criativas de

modo a desenvolver iniciativas mais abrangentes além de atenderem chamados e efetuar

prisões. Essas novas práticas têm efeito de longo prazo e podem envolver todos os segmentos

da comunidade para melhorar a qualidade de vida. Também, o policial comunitário atua como

um elo entre comunidades e outras instituições públicas e privadas que possam ser úteis em

uma dada situação;

e) Ética, legalidade, responsabilidade e confiança: este novo relacionamento entre o

policial militar e as pessoas da comunidade, baseados na confiança sugerem que a polícia

militar seja responsável pela qualidade de vida da comunidade e os cidadãos a que ele atende

em uma forma de contrato com o policiamento militar acarretará maior liberdade a polícia

para trabalhar o desenvolvimento e trazer soluções para os problemas através de métodos que

incentivam da responsabilidade e da confiança mutua que deve existir;

f) Extensão do mandato policial: a polícia militar é uma instituição que trabalha 24

horas por dia, 7 dias da semana, desse modo o policiamento comunitário responde

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imediatamente as situações criminais, além de trabalhar com a prevenção e repressão

tradicional da polícia, atua de modo a produzir impacto na prática de transformações que

venham coincidir com os anseios da comunidade de viver em um lugar mais seguro e com

tranqüilidade;

g) Ajuda as pessoas com necessidades especificas: a polícia comunitária possui

estratégias de prevenção e enfatiza novos caminhos para proteger e valorizar a vida de

pessoas mais vulneráveis - crianças, adolescentes, idosos, deficientes, minorias, pobres;

h) Criatividade e apoio básico: a polícia comunitária, apesar do uso de tecnologias,

inocula confiança nas pessoas, ou seja, acredita que os resultados são mais satisfatórios

trocando experiência e trabalhando juntos. Isto propiciara abordagens mais criativas para os

problemas contemporâneos da comunidade;

i) Mudança interna: o policiamento comunitário deve ser uma abordagem

plenamente integrada, envolvendo toda a polícia militar, servindo os policiais comunitários

como uma ponte entre a polícia e a população atendida.O policiamento comunitário exerce

um papel importante no esclarecimento sobre os problemas da comunidade e como estratégia

de curto e médio prazo, onde os policiais militares devem praticá-lo para melhorar o dia-a-dia

de atuação;

j) Construção do futuro: o policiamento comunitário deve oferecer a comunidade um

serviço policial descentralizado e personalizado, no qual as pessoas devem ser encorajadas a

pensar na polícia como um recurso que possa ajudá-las a resolver os problemas da

comunidade.

2.4 Importância e Qualidade para a Polícia Comunitária.

As profundas mudanças ocorridas nas ultimas décadas alteraram o comportamento

humano aumentando o nível de exigência da população. Atualmente o cidadão tem exigido

serviços públicos de ótima qualidade, sendo necessário superar e melhorar-los continuamente.

Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000, p. 240) “a satisfação do cliente com a qualidade do

serviço pode ser definida pela comparação da percepção do serviço prestado com a

expectativa do serviço desejado”.

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O movimento da qualidade surge a partir da década de 80 no Brasil como forma de

adequação da pratica de gestão as necessidades de um mercado ávido por produtos e serviços

de qualidade que envolve transformações no processo produtivo e de gerenciamento nas

organizações. Assim, o atual desafio da gestão pública exige formas flexíveis de ação onde a

qualidade e um dos preceitos básicos. A qualidade implica estabelecer um sistema eficaz de

liderança, que garante coesão e uniformidade a atividades da organização, estimulando e

desenvolvendo todos os servidores dentro do compromisso de satisfazer o usuário do serviço

público.

Para Trojanowicz e Bucqueroux (1999) identificar, priorizar e resolver problemas são

uma das grandes demandas da segurança pública em que toda a organização pública se dota

de estrutura que propicia prestar serviço de qualidade. A implementação da polícia

comunitária vem sendo intensivamente utilizando como policiamento a pé, ciclo patrulha ou

posto de policiamento comunitário como uma estratégia policial para de apresentar à

comunidade e solucionar problemas do bairro. A filosofia comunitária pede que os policiais

escapem da lógica, em que há mudanças na seleção, recrutamento, formação e treinamento e

sim busca uma solução criativa para solucionar o problema, o crime ou a desordem no

momento.

E este novo modelo de policiamento comunitário, procurando através do contato direto

com a população analisar os problemas e restaurar a segurança, ou seja, um avanço no serviço

público. A qualidade em serviço é uma disciplina recente e fundamental no atual cenário da

sociedade, pela necessidade de melhoria na prestação dos serviços de segurança ao cidadão

quanto da melhoria dos processos para se atingir tais resultados.

2.5 Principais Diferenças entre Polícia Comunitária e a Polícia Tradicional.

Em sentido amplo, a polícia comunitária, ou ainda a polícia voltada à solução de

problemas criminais, pode ser definida como “uma filosofia e uma estratégia organizacional

que proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de

que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar, e

resolver problemas contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime, e desordens

fiscais e morais” (TROJAJOWICZ e BUCQUEROUX, 1994, p.5). Para aclarar mais a

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distinção marcante que existe entre o policiamento tradicional e o comunitário, apresenta-se a

seguir uma pequena comparação ilustrativa entre estas formas de atuação.

Quadro 1: Polícia Comunitária X Polícia Tradicional

Fonte: SENASP (2007)

Polícia Comunitária. Polícia Tradicional.A polícia é o público e o público é a polícia: os policiais são aqueles membros da população que são pagos para dar atenção em tempo integral às obrigações dos cidadãos.

A polícia é uma agência governamental responsável principalmente pelo cumprimento da lei.

Na relação com as demais instituições de serviço público, a polícia é apenas uma das instituições governamentais responsável pela qualidade de vida da comunidade.

Na relação entre a polícia e as demais instituições de serviço público, as prioridades são muitas vezes conflitantes.

O papel da polícia é dar um enfoque mais amplo visando à resolução de problemas, principalmente por meio da prevenção.

O papel da polícia é preocupar-se com a resolução do crime.

As prioridades são qualquer problemas que esteja afligindo a comunidade.

As prioridades são, por exemplo, roubo a banco, homicídios e todos aqueles envolvendo violência.

A polícia se ocupa mais com os problemas e as preocupações dos cidadãos.

A polícia se ocupa mais com os incidentes

O que determina a eficácia da polícia são o apoio e a cooperação do público;

O que determina a eficiência da polícia é o tempo de resposta

O profissionalismo policial se caracteriza pelo estreito relacionamento com a comunidade.

O profissionalismo policial se caracteriza pelas respostas rápidas aos crimes sérios.

A função do comando é incutir valores institucionais.

A função do comando é prover os regulamentos e as determinações que devam ser cumpridas pelos policiais.

As informações mais importantes são aquelas relacionadas com as atividades delituosas de indivíduos ou grupos.

As informações mais importantes são aquelas relacionadas a certos crimes em particular.

O policial trabalha voltado para os 98% da população de sua área, que são pessoas de bem e trabalhadoras.

O policial trabalha voltado unicamente para a marginalidade de sua área, que representa, no máximo, 2% da população.

O policial é da área. O policial é o de hora.O policial emprega a energia e eficiência, dentro da lei, na solução dos problemas com a marginalidade, que no máximo chega a 2% dos moradores de sua localidade de trabalho.

Emprego da força como técnica de resolução de problemas.

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O policiamento comunitário baseia-se também no estabelecimento dos policiais como

“mini-chefes” de polícias descentralizados em patrulhas constantes, onde eles gozam da

autonomia e liberdade de trabalhar como solucionadores locais do problema da comunidade,

trabalhando em contato permanente com a comunidade, visando à resolução do problema

antes que eles ocorram ou tornem mais graves. Ou seja, as estratégias da filosofia de polícia

comunitária têm um caráter preferencialmente preventivo e visam não apenas reduzir o

número de crimes a sua metodologia implica numa mudança de paradigma no modo de ser e

estar a serviço da comunidade.

Portanto, é possível identificar os principais pontos entre os dois modelos distintos de

polícia. Na concepção tradicional, o povo é objeto de intervenção policial e na concepção da

polícia comunitária, o povo permite avaliar as mudanças nos padrões tradicionais com maior

interação.

2.6 Inter Relacionamento entre a Polícia Comunitária e Moradores.

Segundo Moscovici (2002), o relacionamento interpessoal pode tornar-se e manter-se

harmonioso e prazeroso, permitindo trabalho cooperativo em equipe, com integração de

esforços conjugando as energias, ou seja, a habilidade de lidar com situações interpessoais

exigem varias habilidades onde, ver vários ângulos ou aspectos da mesma situação tendo uma

conduta que varia de acordo com as exigências da situação e as necessidades de cada pessoa.

As ações de polícia comunitária exigem aos que desenvolvem a tarefa, a necessidade de

trabalhar em equipe, com lideres, com culturas, climas de grupos variados e ate com conflitos.

A eficácia do relacionamento interpessoal, o processo de percepção ao outro exige um

processo de crescimento pessoal que envolve a alta percepção, alto conscientização e auto

aceitação para possibilitar a percepção dos outros e da situação interpessoal. A redução da

criminalidade e também o aumento da confiança da comunidade na polícia como as principais

evidências da eficácia do policiamento comunitário, e acreditam que a efetiva implantação do

policiamento comunitário contribui para a prevenção do crime e o aumento da sensação de

segurança da população.

Para Gardner (1999) no relacionamento interpessoal será a comunicação à habilidade

que colocara em evidencia. Através da comunicação, verbal ou não, é possível identificar as

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alterações de humor e de temperamento, os desejos e as intenções do outro. Em que os

vínculos de respeito e solidariedade só podem constituir uma boa base de auto-estima. No

relacionamento é comum que tenha divergências de percepções e idéias, transformando

muitas vezes em situações conflitivas podem ser leve ou grave, inevitável e necessário na

existência de um grupo. Assim o conflito é tratado, a intensidade, o cenário e sua evolução,

com isso ele pode trazer conseqüência positivas, como a busca de novas soluções para um

problema, o estimo e a curiosidade para vencer desafios, onde pode provocar mudanças nas

pessoas, nos grupos e na sociedade.

3 RESULTADOS E ANÁLISE DA PESQUISA.

A base comunitária começou a ser planejada nos primeiros meses do ano de 2003,

quando foram desenvolvidas várias atividades como planejamento da criação do projeto. A

escolha do bairro para o projeto-piloto, adoção de medidas para a seleção dos policiais

comunitários, expansão da filosofia e os princípios de polícia comunitária para todo o

batalhão e por fim treinamentos para os policiais militares que atuarem na base comunitária

de segurança.

Nos meses de abril a maio foi realizada, a coleta de dados na comunidade

(características sócio-econômicas, geográficas e ambientais), uma análise de perfis para o

policial comunitário, identificação das parcerias e de lideranças na comunidade. Já no mês de

junho foram realizados contatos com os moradores e lideranças do bairro, a divulgação do

material sobre a polícia comunitária e apresentação de propostas de trabalho junto a

comunidade. No mês de novembro de 2003 foi realizada a implantação e ativação da base de

policiamento comunitário juntamente com a criação do conselho de segurança pública no

bairro.

A tabela 1 ilustra as ocorrências registradas na base do Bairro Teixeirão desde o

período de implantação da Policia Comunitária até o final de mês de outubro de 2009, com

objetivo de verificar se houve ou não influência do projeto quanto ao aumento dos índices de

criminalidade na região.

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Tabela 1: Ocorrências Policiais - Bairro Teixeirão

Ano

Tipificação crime

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* Total

Homicídio 01 02 00 02 00 01 01 07Tentativa de homicídio 01 01 04 04 02 06 03 21Lesão corporal 16 17 07 11 28 26 21 126Vias de Fato 10 21 08 12 17 14 15 97Ocorrência de apoio 05 04 05 08 05 08 06 41Furto 03 09 04 06 05 12 05 44Furto de residência 14 23 18 19 19 20 40 153Furto veículo/ bicicleta 05 04 01 08 06 09 07 40Furto de motocicleta 00 01 02 03 01 02 01 10Furto de est. comercial 05 08 04 12 08 09 02 48Roubo de est. comercial 01 00 01 00 00 03 03 08Roubo a pessoa 05 09 07 04 03 05 02 35Violação domiciliar 00 02 01 00 01 02 05 11Veículo abandonado 05 03 09 08 09 08 05 47Veículo encontrado 06 01 04 09 11 12 03 46Receptação 03 03 02 00 01 00 02 11Embriaguez 04 03 00 00 00 02 01 10Porte de arma branca 04 04 02 03 02 03 02 20Porte de arma de fogo 05 10 00 02 01 02 01 21Posse subs. entorpecente 01 04 02 06 08 16 08 45Dano 06 03 02 04 06 10 09 40Violência domestica 00 00 00 00 00 04 00 04Total da soma do ano 100 132 83 121 133 174 142 885Totais de ocorrências

Registradas/ diversas

137 183 148 178 197 250 224 1317

Fonte: P3/ 4º BPM.Dados até 31/10/2009.

No caso especifico do bairro Teixeirão, observa-se na estatística que houve um

aumento das ocorrências registradas no bairro no ano de 2004 comparando com o ano de

2003. Em que se deve a uma maior procura da comunidade em registrar as ocorrências e

também vale ressaltar que todas as ocorrências são importantes, com maior ou menor

gravidade passando a registrar. De 2006 ate 2009 as ocorrências do bairro, todo ano vêm

crescendo o numero, onde em 2008 foram registradas 250 ocorrências no bairro. Com análise

dos dados pode verificar que os crimes contra o patrimônio (furto estabelecimento comercial,

furto de residência) principalmente no ano de 2009, são os que mais ocorrem, principalmente

com envolvimento de pessoas com vicio de substâncias entorpecentes, em que um resultado é

decorrente do outro, ou seja, furtam para ir trocar em substancias para o uso. Para sanar esse

18

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problema, o serviço de inteligência da polícia militar juntamente com a polícia civil, deverão

realizar ações para apurar os diversos furtos a residência e posse de substância de

entorpecentes com adolescentes.

Figura 01: Ocorrências policias na cidade de Cacoal.Fonte: P3/ 4º BPM.

Na figura 1 analisa que só nos anos de 2005 e 2006 houve uma redução de ocorrências

na cidade, em relação ao bairro não houve redução e sim aumento de ocorrências registradas

no ano de 2006, e nos próximos anos houve um aumento que já em relação ao bairro em

porcentagem ficou praticamente igual.

Para apreender a percepção da comunidade quanto aos serviços prestados pela Policia

Comunitária, foi distribuído questionários aleatoriamente aos moradores nos meses de

outubro e novembro de 2009. Os resultados apontam o perfil dos participantes, sendo: 76%

dos entrevistados do sexo feminino e 24% do sexo masculino; 54% na faixa etária de 21-40

anos, e da faixa etária 41-60 com 31%. Quanto ao tempo em que residem no bairro, 72%

residem há mais de nove anos e 12% moram entre 3-5 anos. No tocante a escolaridade, nota-

se um desempenho muito baixo, sendo 33% tem o ensino fundamental incompleto; 19%

ensino fundamental completo e analfabeto, e 1% dos entrevistados tem o ensino superior

completo. E quanto ao conhecimento da polícia comunitária, 99% responderam que tem

conhecimento deste trabalho da polícia.

Ocorrências Policiais

1317224250197178148183137

217503231372931703168 3047 2778 2635

6%7%7%6%7%5%6%4%

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total/Anos

19

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Figura 02: Conhece a base de policiamento comunitário do bairro Teixeirão.Fonte: o autor (2009)

Quando questionados se conhecem a base do policiamento comunitário no Bairro

Teixeirão, 70% dos participantes responderam que sim, porém conhecem pouco,

demonstrando assim, o interesse da comunidade viver tranqüila, que vai ao encontro dos

resultados da figura 03 onde 49% acham regular a segurança no bairro. E, 24% responderam

que sim, conhece bem, e que não ficam preocupados ao saírem de suas residências. Segundo

SENASP (2007) o policiamento comunitário permite a polícia militar e as pessoas da

comunidade trabalham juntas em buscar de uma maneira criativa através de opiniões e novas

maneiras de resolver os problemas e enfrentá-los conjuntamente pela comunidade de forma

ampla além das situações criminais.

Figura 03: Avaliação Segurança no Bairro. Fonte: o autor (2009)

43

126

9 3

2%5%

70%

24%

020

40

60

80

100

120

140

Sim, conheçobem

Sim, masconheço pouco

So de ouvir falar Não ouvi falar

6

7188

16

9%

49%

39%

3%

0102030405060708090

100

Ótima Boa Regular Ruim

20

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A figura 3 mostra a avaliação de segurança no bairro, em que a maioria

correspondente a 49% percebe regular a segurança no bairro. E já 39% percebem como boa a

segurança no bairro e que a polícia está desempenhando bem o seu papel.

Para Carvalho (1998, p.19) “... à medida que se abre para a sociedade, congregando

lideres locais, negociantes, residentes e todos quantos puderem participar da segurança local,

a polícia deixa de ser uma instituição fechada...”. Essa configuração social fez surgir um

processo de interação entre a polícia e a comunidade com foco na prevenção da violência com

a participação da comunidade e opiniões sobre os rumos da segurança no bairro e assumem

também a responsabilidade de batalhar por um ambiente mais seguro para suas famílias.

Figura 04: Avaliação da atuação da polícia comunitária no bairro Teixeirão.Fonte: o autor (2009).

A avaliação da atuação da polícia comunitária no bairro mostra um índice de 49% boa

aceitação, ou seja, está presente junto à comunidade. E 35% dos entrevistados acham regular a

atuação da polícia refletindo na figura 04 em que 42% da comunidade percebem que está

regular a aproximação dos policiais com a comunidade, podendo melhorar o relacionamento.

Para Lazzarini (1987, p.20), é “o conjunto de instituições fundadas pelo Estado, para

que, segundo as prescrições legais e regulamentares estabelecidas, exerçam vigilância para

que se mantenham a ordem pública, a moralidade, a saúde pública e se assegure o bem estar

coletivo, garantindo-se a propriedade e outros direitos individuais”.

4

89

64

24

13%

35%

49%

2%

0102030405060708090

100

Ótima Boa Regular Ruim

21

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Figura 05: Aproximação dos policiais comunitários com os moradores.Fonte: o autor (2009).

A figura 5 mede o grau de aproximação da polícia comunitária com os moradores do

bairro, sendo que 42% dos participantes acreditam que está regular, ou seja, a comunidade

acha que deve melhorar a aproximação, aumentando o diálogo. E em outra parte, 36% da

percebem que está boa e que ocorre uma aproximação de ambas as partes. Este dado sugere

que devem rever as ações visando reduzir a resistência.

Para Gardner(1999) no relacionamento interpessoal será a comunicação à habilidade

que colocara em evidência. Através da comunicação, verbal ou não, é possível identificar as

alterações de humor e de temperamento, os desejos e as intenções do outro. Em que os

vínculos de respeito e solidariedade só podem constituir uma boa base de auto-estima.

Figura 06: Sensação de segurança ao andar pelo bairro.

45

6676

33

11%

18%

42%

36%

25%

0102030405060708090

Ótima Boa Regular Ruim Não sabe/Não opinou

4

44

112

21

12%

62%

24%

2%

0

20

40

60

80

100

120

Muito seguro Seguro Pouco seguro Nada seguro

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Fonte: o autor(2009).

A figura 6 demonstra que 62% percebem que a sensação de segurança ao andar pelo

bairro é pouco seguro, isto reflete também na figura 07 onde 38% dos participantes querem

mais patrulhamento nas residências onde possam sair e sentir mais tranqüilo, tendo a sensação

de que estará tudo bem quando voltar. E, 24% dos participantes acreditam que é seguro andar

pelo bairro e que a população se sente segura. Estes dados mostram que terão que mudar as

estratégicas para reverter estes dados, e mudar também a sensação de segurança ao andar pelo

bairro tornando-o mais segura.

Segundo Ferreira (1995, p. 26) a “Polícia Comunitária é uma atitude, na qual o

policial, como cidadão aparece a serviço da comunidade e não como uma força. É um serviço

público antes de ser uma força pública”. Onde haja um espírito comunitário em que ambas as

partes se ajudam para um bem maior que seria a ordem pública, o bem estar e a sensação de

segurança na comunidade.

Figura 07: Áreas em que a polícia devem aumentar o patrulhamento.Fonte: o autor (2009).

Este quesito visa verificar em qual área deve aumentar o patrulhamento, para melhorar

a segurança no bairro. Sendo que 43% querem mais patrulhamento nas escolas,

principalmente, policiais a pé objetivando conversar com a população presente no local e na

parte da tarde em pontos estratégicos, pois existe um fluxo maior de veículos podendo ocorrer

acidentes. E, 38% dos participantes acreditam que devem fazer mais patrulhamento nas

residências, ou seja, mais rondas policiais andando nas ruas porque muitos saem para

68

78

8

22

5

38%

43%

4%

12%

3%

0 20 40 60 80 100

Residências

Escolas

Concentraçãocomércio

Praças

Supermercados

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trabalhar não deixando ninguém para cuidar da residência, conforme demonstra a figura 12

em que 31% assinalaram, a limpeza terrenos baldios como medida para melhorar a segurança

no bairro. As pessoas estão preocupadas com os terrenos vazios, em que possivelmente a

criminalidade esconde os produtos de furtos e até usam esses lugares para fazer uso de

substância entorpecente.

Segundo SENASP (2007) a polícia militar é uma instituição que trabalha 24 horas por

dia, 7 dias da semana, desse modo o policiamento comunitário responde imediatamente às

situações criminais. Além de trabalhar com a prevenção e repressão tradicional da polícia,

atua de modo a produzir impacto na prática de transformações que venham coincidir com os

anseios da comunidade de viver em um lugar mais seguro e com tranqüilidade.

Figura 08: Avaliação dos resultados em relação a criminalidade após a instalação da base de polícia comunitária.Fonte: o autor (2009).

Quanto à percepção da comunidade em relação aos resultados obtidos pela policia

comunitária com a implantação da base no bairro, 64% responderam que está bom,

demonstrando um índice de satisfação, onde pode perceber a abertura de vários comércios

(mercados, farmácias, lanchonetes) no bairro por conta da diminuição da criminalidade e

aumento da segurança. E, 19% acham regulares, pois deveriam fazer mais rondas nas ruas e

ser mais prestativos com a comunidade. Nesse sentido amplo, a polícia comunitária, ou ainda

a polícia voltada à solução de problemas criminais, pode ser definida como “baseia-se na

premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar,

19

115

352 10

6%1%

19%

64%

10%

0

20

40

60

80

100

120

140

Ótimo Bom Regular Ruim Ficou igual

24

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priorizar, e resolver problemas contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime, e

desordens fiscais e morais” (TROJAJOWICZ e BUCQUEROUX, 1994, p.5).

Figura 09: Costuma ir a base para se informar sobre assuntos do bairro.Fonte: o autor (2009).

A figura 9 mostra que 80% dos cidadãos não se importam com os assuntos referentes

ao bairro, o que sugere a necessidade de verificar os motivos e também propor ações onde

envolva a participação ou até a motivação da comunidade. Por outro lado 20% estão sempre

indos na base se informando sobre os acontecidos no bairro. Para Trojanowicz e Bucqueroux

(1999) identificar, priorizar e resolver problemas são uma das grandes demandas da segurança

pública em que toda a organização pública se dota de estrutura que propicia prestar serviço de

qualidade.

Figura 10: Teria interesse em participar de atividades que visem a segurança da comunidade.Fonte: o autor (2009).

36

145

80%

20%

020

40

60

80

100

120

140

160

Sim Não

98

83

46%

54%

75

80

85

90

95

100

Sim Não

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A figura 10 mostra que 54% da população está interessada em participar de alguma

atividade que vise a segurança do bairro. E que 46% dos entrevistados não tem interesse em

participar, ou seja, refletindo no gráfico 09 e 11 em que a própria comunidade não tem

interesse. Cabe a policia comunitária desenvolver ações em que divulgue mais o seu trabalho

e mude a imagem que a população tem do policiamento de uma forma geral. Estas ações

devem ser desenvolvidas no intuito de estreitar os laços entre comunidade e policia e quanto

aos projetos desenvolvidos pela própria policia no bairro.

Para Moscovici (2002), o relacionamento interpessoal pode tornar-se e manter-se

harmonioso e prazeroso, permitindo trabalho cooperativo em equipe, com integração de

esforços conjugando as energias, ou seja, a habilidade de lidar com situações interpessoais

exigem varias habilidades onde, ver vários ângulos ou aspectos da mesma situação tendo uma

conduta que varia de acordo com as exigências da situação e as necessidades de cada pessoa.

Figura 11: Conhece os projetos da polícia comunitária em seu bairro.Fonte: o autor (2009).

Observa-se na figura 11 que 78% não conhecem os projetos da base comunitária, indo

ao encontro dos resultados refletidos nas figuras 09 e 10 em que não se interessam em se

informar sobre assuntos do bairro, e que também falta divulgar mais os projetos por parte da

policia. Apenas 22% conhecem os projetos desenvolvidos pela policia no bairro, destacando

os projetos de musica, palestras, visitas nas escolas e festa na comunidade.

39

142

78%

22%

020

40

60

80

100

120

140

160

Sim Não

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Segundo Trojanowicz e Bucqueroux (1999) a implementação da polícia comunitária

vem sendo intensivamente utilizando como policiamento a pé, ciclo patrulha ou posto de

policiamento comunitário como uma estratégia policial para apresentar à comunidade e

solucionar problemas do bairro. A filosofia comunitária pede que os policiais escapem da

lógica, em que há mudanças na seleção, recrutamento, formação e treinamento e sim busca

uma solução criativa para solucionar o problema, o crime ou a desordem no momento.

50; 29%

51; 31%

19; 11%

19; 11%

31; 18%

Melhorar orelacionamento entrecomunidade e a policiaLimpeza de terrenosbaldios

Aumentar o numero depoliciais

Ter palestras educativaspara a população

Construçao de áreas delazer

Figura 12: Medidas para melhorar a segurança do bairro.Fonte: o autor (2009).

A figura 12 ilustra o grau de prioridades elencadas pelos participantes da pesquisa

visando a melhoria na segurança no bairro. Serve também de referências para as próximas

estratégias no bairro e para o policiamento ostensivo. Como medida de maiores importância

teve com 31% limpeza terrenos baldios; 29% melhoria do relacionamento entre comunidade e

a polícia comunitária, ou seja, melhorar o diálogo entre as partes; 18% construção de áreas de

lazer e por último empatados com 11% aumentar o numero de policiais para prevenir o crime

e ter mais palestras educativas para a população.

Para Senasp (2007) essa estratégia organizacional exige a participação de todos,

incluindo a comunidade, devem buscar formas de trazer para prática, mudanças voltadas para

resolução de problemas da comunidade, ou seja, concedendo autonomia aos policiais para

tomada de decisões e resolução do problema onde os cidadãos devem participar na

identificação, priorização e solução do problema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, profundas mudanças

ocorreram na sociedade, e essas transformações modificaram a postura dos cidadãos no

sentido de pleitearem seus direitos fundamentais garantidos pela Constituição, e as polícias

militares passaram a ter uma interação com a sociedade a fim de atender aos seus anseios.

Assim, o policiamento comunitário é uma filosofia que atua com a comunidade na

busca de soluções dos problemas para melhorar a segurança pública diferenciando da prática

do modelo de polícia tradicional. O papel da polícia é cumprir a missão institucional, o

cidadão interage com outras tantas designações. A participação é necessária para a satisfação

do dever cumprido, entender que policiamento comunitário não é projeto de governo, e sim

uma filosofia de trabalho, que urge uma estratégia para colocá-la em prática, se possível, em

todos os setores da sociedade.

As aproximações entre a polícia e os cidadãos estão pautadas na confiança,

credibilidade e parceria buscando atender as questões relacionadas a segurança pública. Os

resultados do emprego do trabalho da polícia comunitária são arrebatadores onde o policial

deve interagir recebendo informações, criticas e sugestões viabilizando a participação da

comunidade.

Nesse contexto, apresentar os dados pesquisados, respondendo aos objetivos do

presente trabalho, verificou-se que os resultados são bastante satisfatórios, em que a maioria

dos participantes conhece a estrutura da base de policiamento comunitário do bairro Teixeirão

uma vez que estabelece um vínculo entre a polícia e a comunidade, que, por conseguinte se

sentiu mais segura, com a atuação da polícia no bairro.

Quanto à percepção dos moradores do bairro em relação aos serviços da polícia

comunitária, verifica-se que muitos têm conhecimento das atividades desenvolvidas, porém é

necessário a policia ser mais efetiva em relação a aproximação com a comunidade no intuito

de estreitar o relacionamento entre as partes. Destacam-se como projetos implantados: amor

uns aos outros, apoio aos ciclistas, palestras em escolas com diversos temas relacionados à

segurança pública, projeto de música, projeto de esportes e entre outros, sempre com o apoio

da comunidade e dos empresários do bairro e do município com apoio financeiro.

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A comunidade está preocupada com a segurança do bairro e isto requer aumentar o

patrulhamento nas ruas. Os locais mais citados para os serviços de patrulhamento são nas

escolas, onde deixam seus filhos para estudar. Este patrulhamento próximo às escolas deveria

ser realizado por policiais a pé, pois em certos horários do dia apresenta um fluxo maior de

veículos, podendo ocasionar acidentes. E a noite a base poderia oferecer o policiamento

motorizado para inibir a criminalidade presente em locais onde muitos infratores aproveitam

para vender certos tipos de drogas na frente das escolas. Com isso fazer mais patrulhamento

nas residências, mais rondas policiais andando nas ruas prevenindo o crime.

Analisando os princípios que regem a filosofia de trabalho da polícia comunitária

estão exercitando como instrumento para a solução dos conflitos. A partir dos dados

pesquisados, verifica-se a necessidade de limpeza dos terrenos baldios como forma de

melhorar a segurança no bairro. Sugere-se que a comunidade juntamente com a viatura do

setor vão até a base informar a localidade em que tem terrenos baldios para que tome as

medidas necessárias com a Prefeitura Municipal de Cacoal, e a implementação da polícia

comunitária mais próxima da comunidade, ou seja, tendo mais contato com as pessoas. Outra

sugestão é a implantação de mais bases comunitárias com a participação de mais instituições

públicas e privadas para que se alcance o almejado.

Diante da dificuldade ao acesso em todas as outras localidades para a pesquisa de

campo, bem como o tema ser um pouco complexo, verifica-se a necessidade de maior

investigação nas demais comunidades com o intuito de verificar as melhorias na qualidade de

vida dos cidadãos após a implantação das bases comunitárias.

Por fim, considerando a ponte entre a sociedade e à polícia comunitária, pode-se

chegar ao consenso que contribui decisivamente no fortalecimento da cidadania e modelo de

ampliação de mais bases comunitárias no estado.

REFERÊNCIAS

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31

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APÊNDICE

32

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APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO

Questionário adaptado pelo autor conforme monografia de Gottardo (2007) com objetivo de verificar a percepção dos moradores do Bairro Teixeirão quanto a atuação da policia comunitária.

1) Sexo ( ) masculino ( ) feminino

2) Idade: _________________

3) Escolaridade( ) analfabeto( ) Ensino Fundamental ( ) completo ( ) incompleto

4) Profissão: _____________________

5) Tempo em que reside no bairro ________________( )

6) Conhece a policia comunitária?( ) sim( ) não

7- Você conhece da base de polícia comunitária no bairro Teixeirão?a) sim conhece bemb) sim, mas conhece poucoc) só de ouvir falard) não ouvi falare) não sabe / não opinou

8- Qual a avaliação de segurança no seu bairro?a) ótimab) boac) regulard) ruime) não sabe / não opinou

9- Qual a avaliação da atuação da polícia comunitária no bairro Teixeirão?a) ótimab) boac) regulard) ruime) não sabe / não opinou

10- Qual o nível de aproximação dos policiais comunitários com os moradores?a) ótimab) boa c) regular

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d) ruime) não sabe / não opinouf) Comentários: ____________________________________________________

11- Sensação de segurança ao andar pelo bairro?a) muito segurob) seguroc) pouco segurod) nada seguroe) não sabe / não opinou

12- Em que áreas a polícia deve aumentar o patrulhamento?a) residênciasb) escolasc) concentração comérciod) praçase) supermercadof) Outros: ___________________________________________________________

13- Como você avalia o resultados em relação a criminalidade após a instalação da base de polícia comunitária?a) ótimob) bomc) regulard) ruime) ficou igualf) Comentários:___________________________________________________

14- Você costuma ir até a base para se informar sobre coisas relativas ao bairro ou assuntos particulares?a) simb) não

15 - Você teria interesse em participar de atividades que visem à segurança da comunidade?a) simb) não

16 - Conhece os projetos (atividades / trabalho) da policia comunitária em seu bairro?a) ( ) simb) ( ) nãoc) Quais?_____________________________________________________________

17- Principal medida para melhorar a segurança do bairro:a) melhorar o relacionamento entre comunidade e a políciab) limpeza de terrenos baldiosc) aumentar o número de policiaisd) ter palestras educativas para a população

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e) construção de área de lazerf) Outros:_________________________________________________________

TERMO DE CONSENTIMENTO:

Eu ________________________,RG________________, declaro que de livre e espontânea

vontade participei da pesquisa _____________________

Assinatura do participante: ________________________________________

Local/data:____________________________________________________

Caso não queira identifica-se marque o campo seguinte: ( )

O Pesquisador Responsável por este Artigo é VLADEMIR BOECK do curso de Bacharel

em Administração, sob orientação de SIMONE. Esta pesquisa é de caráter sigiloso. Não

serão divulgados nomes de participantes.

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