Gestao de Residuos Gerados No Processo Produtivo Estudo de Caso Na Transportadora Belmok
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FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO - FAESA FACULDADE ESPÍRITO-SANTENSE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
DRAITON BOLDRINI GUSTAVO ADRIANO LIBARDI
GESTÃO DE RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO
PRODUTIVO: (ESTUDO DE CASO NA TRANSPORTADORA BELMOK)
CARIACICA 2005
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DRAITON BOLDRINI GUSTAVO ADRIANO LIBARDI
GESTÃO DE RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO PRODUTIVO:
(ESTUDO DE CASO NA TRANSPORTADORA BELMOK)
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Administração de Empresas, apresentado à Faculdade Espírito-Santense, sob orientação do professor Jairo Ferreira de Farias.
CARIACICA 2005
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DRAITON BOLDRINI GUSTAVO ADRIANO LIBARDI
GESTÃO DE RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO PRODUTIVO:
(ESTUDO DE CASO NA TRANSPORTADORA BELMOK)
BANCA EXAMINADORA
Jairo Ferreira de Farias Orientador Sérgio Lúcio David Marin Wagner Rubim Rangel
CARIACICA, 12 de Dezembro de 2005
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DEDICATÓRIA
Com carinho, à minha esposa Days Iara e aos meus filhos Enzo e João Pedro. A meus pais, Dulcino e Izaneide.
Draiton Boldrini
Com amor, aos meus pais, Antonio e Maria Auxiliadora, ao meu filho Heitor Luiz e a minha namorada Camila.
Gustavo Adriano Libardi
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AGRADECIMENTOS
Ao professor Jairo Ferreira de Farias pelo apoio, amizade e orientação.
À professora Andréa Tassis pelo apoio e incentivo.
Às nossas famílias e amigos pela compreensão nos momentos mais difíceis.
À empresa, que possibilitou realizar este estudo e aos diretores pela atenção nas
visitas.
Em especial a Deus pela força, saúde e sabedoria, sempre nos mantendo firmes na
realização deste trabalho e pela oportunidade de concretização deste grande sonho.
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EPÍGRAFE
Se as cidades forem destruídas e os campos conservados , as cidades ressurgirão , mas se queimarem os campos e conservarem as cidades, estas não sobreviverão." (Benjamim Franklin)
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – Lava jato de veículos da Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005.
FIGURA 02 – Caixas separadoras de resíduos provenientes da lavagem de veículos
da Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005.
FIGURA 03 – Local de armazenamento das bombonas com filtro contaminado da
Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005.
FIGURA 04 – Tambores de plástico onde fica armazenado o óleo queimado da
Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005.
FIGURA 05 – Localização da oficina da Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005.
FIGURA 06 – Área de destinação de resíduos da Transportadora Belmok, Viana,
ES, 2005.
FIGURA 07 – Medição de ruído dos veículos da Transportadora Belmok, Viana, ES,
2005.
FIGURA 08 – Localização da estação de tratamento de efluentes da Transportadora
Belmok, Viana, ES, 2005.
FIGURA 09 – Localização do reservatório e da bomba de abastecimento da
Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005.
FIGURA 10 – Vista aérea do armazém da Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005.
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TERMOS E SIGLAS
ETC – Estação de Tratamento de Efluentes.
GPS – Global Positioning System definido em português como sistema de
posicionamento global, que permite a localização com grande precisão.
SGA – Sistema de Gestão Ambiental.
SGI – Sistema de Gestão Integrada.
SASSMAQ – Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e
Qualidade, destinado as empresas prestadoras de serviços de transporte rodoviário
para a indústria química associadas a ABIQUIM.
ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química.
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente.
IEMA – Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
ONU – Organização das Nações Unidas.
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
CMMAD – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
ONG – Organização Não Governamental.
ISO – International Organization for Stardardization.
ICC – Câmara de Comércio Internacional.
EMAS – Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria.
BSI – British Stantards Institution.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
EPA – Environmental Protection Agency.
CNI – Confederação Nacional da Indústria.
Baú de alumínio – Carroceria destinada ao transporte de produtos em pequenas
caixas a granel ou paletizadas.
Graneleiro – Carroceria destinada ao transporte de produtos sólidos a granel, mais
especificamente grãos.
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Baú frigorífico – Carroceria destinada ao transporte de produtos resfriados.
Porta contêineres – Carroceria destinada ao transporte de contêineres.
Contêiner – Grande caixa, de tamanho e característica padronizada, para
acondicionamento de carga, a fim de facilitar o seu transporte, embarque e
desembarque.
Pallet – Dispositivo que serve para unitizar cargas. Uma carga unitizada é uma carga
constituída de embalagens de transportes, arranjadas de modo que possibilite o seu
manuseio, transporte e armazenagem por meios mecânicos e como uma unidade.
Sider – Carroceria com abertura nas laterais para facilitar o carregamento e
descarregamento.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 15
2.1 A EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL 15
2.2 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL 22
2.2.1 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) 24
2.2.2 Normas sobre Sistema de Gestão Ambiental (SGA) 26
2.3 GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL 28
2.3.1 Gestão Ambiental nas Empresas Brasileiras 30
3 ESTUDO DE CASO NA TRANSPORTADORA BELMOK 32
3.1 HISTÓRICO 32
3.2 INFRA-ESTRUTURA 32
3.3 FROTA DE VEÍCULOS 32
3.4 MACROFLUXO DE PROCESSOS 33
3.5 EVOLUÇÃO DA EMPRESA 33
3.6 POLÍTICA DE SAÚDE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 34
3.7 RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO PRODUTIVO 35
3.7.1 Definição e destinação de resíduos 35
3.7.2 Lavagem de veículos 35
3.7.3 Lubrificação e troca de óleo dos veículos 37
3.7.4 Manutenção de veículos 39
3.7.5 Emissão de gases e ruídos 41
3.7.6 Resíduos provenientes de origem doméstica e pelo uso dos sanitários e refeitório 42
3.8 DESPESAS E RECEITAS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS 42
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3.9 ABASTECIMENTO DE VEÍCULOS 43
3.10 CONSUMO DE ÁGUA 44
3.11 APRESENTAÇÃO DA ENTREVISTA REALIZADA NA EMPRESA 45
3.11.1 Análise da entrevista 47
4 CONCLUSÃO 48
5 REFERÊNCIAS 50
ANEXOS
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RESUMO
O panorama mundial relacionado ao meio ambiente vem mudando
consideravelmente nos últimos anos. Diante disso, os aspectos ambientais vêm se
transformando num importante diferencial competitivo entre as empresas. Este
trabalho tem como finalidade mostrar a evolução ambiental no mundo, desde os
anos 50 até os dias atuais com a criação de normas e sistemas de gestão ambiental,
utilizando como metodologia pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, por
meio de um estudo de caso na Transportadora Belmok onde é apresentado seu
gerenciamento de resíduos, o seu sistema de gestão ambiental através da
implantação da ISO 9001 e do SASSMAQ e todas as demais ações voltadas para a
preservação ambiental, e se possível, propor novas alternativas para a redução dos
impactos ambientais decorrentes de seu processo produtivo. Observa-se através do
estudo de caso, que a empresa Belmok está adequada às normas ambientais
aplicáveis, investe constantemente no treinamento de seus funcionários em relação
aos aspectos ambientais e preocupa-se muito com a exploração dos recursos
hídricos, visto que, possui um sistema que utiliza a água da chuva para a lavagem
dos seus veículos, contribuindo para a diminuição da exploração de um bem tão
valioso atualmente.
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1 INTRODUÇÃO Atualmente o ambiente empresarial vem passando por um período de consideráveis
modificações. O aumento das atividades produtivas tem contribuído para o aumento
da degradação ambiental, na qual, leva as nações industrializadas a uma reflexão
em relação a assuntos como crescimento populacional, resíduos gerados pelas
atividades produtivas, aquecimento global, desastres agrícolas, dentre outros.
Clientes e consumidores estão passando a valorizar mais produtos ecologicamente
corretos, isto é, aqueles que agridam o mínimo possível o meio ambiente. O
consumo elevado de recursos naturais vem sendo causa de uma busca incansável
por soluções imediatas.
Como prova disso, Barbieri (2004, p. 05) nos remete à Revolução Industrial como
marco importante na intensificação dos problemas ambientais. Segundo o autor,
com a produção em massa há um estímulo à exploração dos recursos naturais e
eleva a quantidade de resíduos. A partir deste ponto, surgiu mais de 10 milhões de
substâncias e materiais que não existiam na natureza e esse número não pára de
crescer. O consumo e a produção estão em ritmo tão acelerado que consomem
recursos e geram resíduos em quantidades vultuosas, que começam a ameaçar a
capacidade de suporte do próprio Planeta. Como exemplo, temos a perda da
biodiversidade, a redução da camada de ozônio, a contaminação das águas, as
mudanças climáticas decorrentes da intensificação do efeito estufa e outros.
Com isso, surge um novo desafio para o homem: deixar que a relação meio
ambiente e desenvolvimento sejam conflitantes para tornar-se uma relação de
parceria. O modelo passa a ser de uma convivência pacífica entre a boa qualidade
do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, tendo em vista que são variáveis
dependentes entre si.
A sociedade por meio de suas relações com as organizações, passa a cobrar um
novo modelo de gestão que estimule as empresas a adotarem políticas de melhorias
contínuas em seus processos empresariais, na qual, unem crescimento sustentável
com preservação ambiental e qualidade de vida para as pessoas inseridas direta ou
indiretamente na organização.
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Para melhor adaptação a estas mudanças, o ambiente empresarial deverá estar de
posse de informações sobre os verdadeiros custos ambientais existentes, custos
que permitam às mesmas verificar quanto vêm gastando realmente com o meio
ambiente, ou quanto estão perdendo ou deixando de ganhar. Desta forma, surge a
necessidade de se identificar e mensurar estes custos ambientais e propor
alternativas de gestão eficientes e eficazes em relação aos aspectos ambientais que
estão relacionados ao negócio.
O objetivo deste trabalho é conhecer as ações desenvolvidas pela Transportadora
Belmok na área de Gerenciamento de Resíduos – parte integrante de um Sistema
de Gestão Ambiental (SGA) – com o intuito de analisar a viabilidade econômica de
sua implantação, e se possível propor alternativas que possibilitem uma maior
redução dos impactos ambientais provenientes do processo produtivo da empresa
sem afetar sua estabilidade financeira.
O capítulo 2 mostra uma breve evolução da consciência ambiental a nível mundial
até chegar ao Brasil com apresentação de algumas ações que as grandes empresas
estão tomando no âmbito ambiental. O capitulo traz ainda, um resgate de alguns dos
principais acidentes envolvendo danos ambientais, que tiveram grandes
conseqüências e repercussões a nível mundial.
O estudo de caso, proposta deste trabalho, é mostrado no capítulo 3, onde são
descritas as atividades desenvolvidas e os resíduos gerados por estas atividades.
Com ilustração de fotos, pode-se observar as melhorias conquistadas com o
gerenciamento de resíduos e prova-se que é possível inclusive diminuir os custos e
aumentar a receita com ações que visem à melhoria ambiental. Além disso, o
capítulo mostra a entrevista realizada na sede da empresa com a gerencia, por meio
de um questionário com perguntas objetivas e ao final é feito uma análise geral das
respostas obtidas.
Já no capítulo 4, são feitas as considerações finais e apresentadas algumas
melhorias que poderão ser efetuadas para aperfeiçoar ainda mais o processo de
gerenciamento ambiental implantado na empresa.
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A metodologia usada no projeto foi através de pesquisa descritiva e de campo. Foi
consultada a literatura existente e realizada uma visita nas instalações da sede da
Transportadora Belmok, acompanhada de uma entrevista da gerencia da empresa e
mostrado todo o processo produtivo. Na visita, foi tirado fotos e cedidos alguns
procedimentos para composição do trabalho.
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2. GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2.1 A EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
A história vem mostrando que o homem sempre atua de forma corretiva. É assim
com seu próprio corpo, quando primeiro fica doente para depois procurar um
médico, é assim com seu carro quando não cumpre um plano básico de manutenção
para evitar danos maiores no futuro e não seria diferente com seu maior patrimônio:
a sua morada. O homem vem explorando de forma descontrolada os recursos
naturais há séculos sem se preocupar com as conseqüências até chegar ao ponto
em que estamos. Catástrofes ambientais ocorreram e continuam ocorrendo.
Algumas pontuais, como um derramamento de óleo que precisa de ações rápidas
para sua contenção e outras silenciosas, mas perceptíveis, como o esgotamento de
recursos naturais – a água, por exemplo -, o efeito estufa e a destruição da camada
de ozônio. Como nos exemplos acima a atitude de correção, de conserto já
começam a ser tomadas, e a consciência ambiental está cada vez mais presente
nas gerações que se seguem causando um movimento capaz de provocar
mudanças na sociedade que, senão conseguir acabar com os impactos ambientais
gerados em função da produção de bens satisfaçam suas necessidades, fará com
que procuremos um desenvolvimento que agride o mínimo possível o meio
ambiente.
Um dos mais importantes movimentos sociais dos últimos anos promoveram significantes transformações no comportamento da sociedade e na organização política e econômica, foi chamada “revolução ambiental”. Com raízes no final do século XIX, a questão ambiental emergiu após a Segunda Guerra Mundial, promovendo importantes mudanças na visão do mundo. Pela primeira vez a humanidade percebeu que os recursos naturais são finitos e que seu uso incorreto pode representar o fim de sua própria existência. Com o surgimento da consciência ambiental, a ciência e a tecnologia passaram a ser questionadas (BERNARDES e FERREIRA, 2003, p. 27).
Bernardes e Ferreira (2003, p. 28) ainda completam, dizendo que “[...] a primeira
grande preocupação com o potencial técnico científico destrutivo da humanidade e
da natureza acontece no final da Segunda Guerra, quando o mundo foi surpreendido
com o lançamento da bomba atômica em Hiroshima (66 mil mortos) e Nagasaki (39
mil mortos)”.
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Entre os dias 4 e 13 de dezembro de 1952 ocorreu um evento na Inglaterra, região
de Londres que, de acordo com Moura (2002, p. 01) foi a primeira constatação
científica relacionando um determinado tipo de poluição a perdas de vidas humanas.
Houve uma grande emissão de enxofre e material particulado na atmosfera
resultante da queima de carvão nas indústrias e dos lares para aquecimento, pois o
frio era intenso devido a uma grande massa de ar frio, juntamente com uma inversão
térmica. A luz do sol não conseguia mais penetrar e no dia 8 de dezembro mais de
100 mortes foram registradas relacionadas a ataques cardíacos pela dificuldade de
respiração. A situação foi ficando mais grave e segundo um profundo estudo do
Ministério da Saúde britânico até o dia 13 de dezembro mais de 8.000 pessoas
faleceram.
Mas somente na década de 60 é que começam a surgir alguns movimentos mais
organizados em relação à defesa do meio ambiente. Entre os mais importantes
destaca-se o Clube de Roma. “Em 1968, foi fundado o Clube de Roma, liderado pelo
industrial italiano Peccei e pelo cientista escocês Alexander King e formado por 36
cientistas e economistas” (TINOCO e KRAEMER, 2004, p. 47). Neste mesmo
sentido, Campos (1996) completa que em 1970 o Clube de Roma realizou uma
reunião que, entre outros objetivos, buscava alertar as autoridades para a
necessidade de diferenciação entre crescimento e desenvolvimento econômico. No
ano seguinte ao da reunião do Clube de Roma, foi publicado um relatório
denominado “Limites para o Crescimento” (Limits to Grow) que por meio de
simulações matemáticas foram feitas às projeções de crescimento populacional,
poluição e esgotamento de recursos naturais da Terra. Este relatório, de análise
extremamente pessimista defendia um estado de crescimento zero, que segundo
Barbieri (2004, p. 12) só interessava aos países desenvolvidos sendo duramente
criticado nos outros países.
Destaca-se ainda na década de 60, segundo Bernardes e Ferreira (2003, p. 30) a
publicação do Silent Spring (Primavera Silenciosa) da bióloga Rachel Carson. O livro
lançado nos Estados Unidos denunciava os perigos dos inseticidas e pesticidas.
Apesar dos ataques, o livro recebeu apoio público e virou um fenômeno, vendendo
mais de seis milhões de cópias e chamando a atenção das autoridades. Tinoco e
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Kraemer (2004, p. 46) informam que os direitos autorais do livro foram comprados
por uma multinacional de agroquímica e isso impede sua republicação.
Essa consciência em relação à preocupação com o meio ambiente, tomou força na
década de 70, após a divulgação do relatório “Limites para o Crescimento”. O
desastre ocorrido na baía de Minamata no Japão, no início dos anos 70, que de
acordo com Moura (2002, p. 04) provocou tonteiras, paralisias, cegueiras,
deformações físicas e mortes de familiares (total de 50 mortes e cerca de 2.200
pessoas oficialmente reconhecidas como vítimas de envenenamento) devido aos
despejos da empresa Chisso (indústria química), que continham metais pesados,
especialmente mercúrio, levou a ONU (Organização das Nações Unidas) a realizar,
em 1972, com sede em Estocolmo, na Suécia, a Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente Humano.
Nesta conferência, “[...] um dos pontos marcantes foi a contestação às propostas do
Clube de Roma sobre o crescimento zero para os países em desenvolvimento”
(BERNARDES e FERREIRA, 2003, p. 35). Seguindo na mesma direção, conforme
Strong (apud CAMPOS, 1996) destaca-se neste evento a afirmação da então
primeira ministra da Índia, Indira Gandhi que diz: “A pobreza é a maior das
poluições”. Isto fez com que os países em desenvolvimento afirmassem que a
solução da poluição não significa brecar o desenvolvimento e sim orientá-lo para
preservar o meio ambiente e os recursos não-renováveis.
Destacando os pontos positivos, Barbieri (2004, p. 29) coloca que, apesar das
divergências entre o bloco dos países desenvolvidos e o bloco dos demais países foi
aprovada a Declaração sobre o Ambiente Humano, um Plano de Ação constituído de
110 recomendações e 26 princípios que servem de orientação para as legislações
internas dos países e para as relações internacionais. Foi criado o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD). Uma das grandes contribuições desta
conferência foi que definitivamente passou-se a levar em conta a questão ambiental
quando se trata de desenvolvimento. A partir daqui surge um novo conceito para
desenvolvimento, denominado desenvolvimento sustentável.
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Vários autores estabeleceram definição para este novo conceito, a saber:
“O desenvolvimento sustentável consiste em maximizar os benefícios líquidos do
desenvolvimento econômico, com a condição de manter os serviços e qualidade dos
recursos naturais no tempo” (PEARCE, apud LORA, 2000, p. 77).
Desenvolvimento sustentável é “[...] aquele que atende às necessidades do presente
sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias
necessidades [...]” (MARTINI JUNIOR e GUSMÃO, 2003, p. 15).
“O desenvolvimento sustentável é uma estratégia para melhorar a qualidade de vida
preservando o potencial ambiental para o futuro” (SHEN, apud LORA, 2000, p. 77).
“[...] para ser sustentável, o desenvolvimento precisa levar em conta fatores sociais e
ecológicos, assim como econômicos; as bases dos recursos vivos e não vivos; as
vantagens de ações alternativas, a longo e a curto prazos” (STARKE, apud
CAMPOS, 1996). O desenvolvimento sustentável consiste em criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar enquanto promove a coesão social e impede a destruição da natureza. Esse modelo busca satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Ou seja, utilizar recursos naturais em sua produção, fazer proveito da natureza sem devastá-la e buscar a melhoria da qualidade de vida (DESENVOLVIMENTO, 2005).
Também merece destaque na década de 70 o aparecimento das Organizações Não
Governamentais (ONGs), como o Greenpeace. Castells (apud BERNARDES e
FERREIRA, 2003, p. 32) destaca que o Greenpeace é a maior organização
ambiental do mundo e, provavelmente, a principal responsável pela popularização
de questões ambientais, contando já em 1994 com 6 milhões de membros e uma
receita anual superior a 100 milhões de dólares.
Dando seguimento à contextualização histórica, Tinoco e Kraemer (2004, p. 51)
descrevem que, em 1984, na Índia, ocorreu um vazamento acidental de gás metil
isocianato nas instalações da multinacional Union Carbide, em Bhopal. Neste
acidente, morreram 3.323 pessoas e 35.000 ficaram doentes crônicos. Devido à
repercussão negativa mundial deste episódio surge, no Canadá, um modelo de
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gestão ambiental formal. O Programa denominado Atuação Responsável
(Responsible Care Program) criado pela Canadian Chemical Manufactures
Association, um grupo de indústrias químicas, continha seis códigos: (1)
conscientização da comunidade e programa de emergência; (2) prevenção da
poluição; (3) segurança nos processos; (4) distribuição de produtos; (5) saúde e
segurança ocupacional; e (6) responsabilidade pelos produtos. Segundo Barbieri
(2004, p. 115), em 1992 este programa também foi adotado pela Associação
Brasileira da Indústria Química (Abiquim), onde sua adesão era voluntária, porém, a
partir de 1998 o programa tornou-se obrigatório para todas as empresas associadas,
como ocorre em outros países que o adotaram.
O maior acidente nuclear da história aconteceu nesta época. De acordo com Moura
(2002, p. 08) no dia 29 de abril de 1986 uma explosão no reator nuclear de
Tchernobyl, na então União Soviética, hoje Ucrânia, provocou a morte imediata de
trinta e uma pessoas e mais de 100.000 pessoas tiveram de ser evacuadas num raio
de 30 Km da usina e até hoje os efeitos da radiação ainda são sentidos.
Em 1987, foi apresentado à Assembléia Geral da ONU, o relatório Nosso Futuro
Comum desenvolvido pela CMMAD. Também conhecido como Relatório Brundtland,
devido à coordenação da Sra. Gro Harlem Brundtland, várias vezes primeira-ministra
da Noruega, continha segundo Comissão (apud CAMPOS, 1996), a integração dos
conceitos de meio ambiente e desenvolvimento, contribuindo assim, para a
disseminação do conceito de desenvolvimento sustentável. Sua função era alertar
as autoridades para os efeitos desastrosos da contaminação ambiental, além de
abordar temas como desmatamento, pobreza, mudança climática, extinção de
espécies, endividamento e destruição da camada de ozônio. Serviu também de base
para a Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992.
Em março de 1989 o petroleiro Exxon Valdez chocou-se com rochas no Estreito
Canal Príncipe Wiliam, no Alasca. De acordo com Tinoco e Kraemer (2004, p. 38) 42
mil toneladas de petróleo espelharam-se, matando mais de 23.000 patos e aves
aquáticas, além do envenenamento de peixes e camarões que ameaçou a
sobrevivência de muitos pescadores da região. Dez anos após a catástrofe, o Alasca
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ainda não se recuperou. Para minimizar os impactos produzidos a empresa já
gastou mais de US$ 2,5 bilhões.
Em 1991, a International Organization for Standardization (ISO) criou o Grupo
Estratégico Consultivo sobre o meio ambiente (Sage). Esse grupo, segundo Campos
(apud TINOCO e KRAEMER, 2004, p. 54), tinha por finalidade promover uma
abordagem comum à gestão ambiental semelhante à gestão da qualidade;
aperfeiçoar a capacidade das organizações para alcançar e medir melhorias no
desempenho ambiental; facilitar o comércio e remover barreiras comerciais. De
acordo com Moura (2002, p. 56), em 1992 foi lançada em caráter experimental a ISO
14001 que passou dois anos sendo avaliada pelas empresas e teve sua edição
definitiva publicada em 1994. Em 1996, a ISO 14001 “[...] passa a ser NBR ISO
14001, Sistema de Gestão Ambiental – especificação e diretrizes para uso, e
começa a ser adotada voluntariamente como ferramenta para o gerenciamento
ambiental corporativo” (TINOCO e KRAEMER, 2004, p. 56).
Cada vez mais a questão ambiental está se tornando matéria obrigatória nas agendas dos executivos das empresas. A globalização dos negócios, a internacionalização dos padrões de qualidade ambiental descritos na série ISO 14000, a conscientização crescente dos atuais consumidores e a disseminação da educação ambiental nas escolas permitem antever que a exigência futura que farão os futuros consumidores em relação à preservação do meio ambiente e a qualidade de vida deverão intensificar-se. Diante disto, as organizações deverão, de maneira acentuada, incorporar a variável ambiental na prospecção de seus cenários e na tomada de decisão, além de manter uma postura responsável de respeito à questão ambiental (DONAIRE, 1999, p. 50).
Nos anos 90, todos os olhos se voltaram para a Conferência sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, mais precisamente em junho de
1992, com a participação de 179 chefes de estado e de governo. Denominada
Cúpula da Terra, Rio 92 ou Eco 92, foram aprovados três grandes documentos: a
Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou Carta da Terra
(ver anexo A), a Convenção sobre o Clima e sobre a Biodiversidade e a Agenda 21.
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De acordo com Moura (2002, p. 11) “a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento apresenta 27 princípios que orientam, sobretudo as ações de
governos para procedimentos recomendáveis na preservação do meio ambiente”.
A Agenda 21 constitui um plano de ação que tem como objetivo colocar em prática programas para frear o processo de degradação ambiental e transformar em realidade os princípios da Declaração do Rio. Esses programas estão subdivididos em capítulos que tratam dos seguintes problemas: atmosfera, recursos da terra, agricultura sustentável, desertificação, florestas, biodiversidade, biotecnologia, mudanças climáticas, oceanos, meio ambiente marinho, água potável, resíduos sólidos e tóxicos, rejeitos perigosos, entre outros (CAMPOS, 1996).
De fato, o documento tratava de praticamente todas as grandes questões, dos padrões de produção e consumo à luta para erradicar a pobreza do mundo e às políticas de desenvolvimento sustentável – passando por questões como dinâmica demográfica, proteção à saúde, uso da terra, saneamento básico, energia e transportes sustentáveis, eficiência energética, poluição urbana, proteção a grupos desfavorecidos, transferência de tecnologias dos países ricos para os pobres, habitação, uso da terra, resíduos (lixo) e muito mais. (NOVAES, 2003 p. 324).
Já a Convenção sobre o Clima e a Biodiversidade, explica Bernardes e Ferreira
(2003, p. 36) procurou estabelecer regras para a proteção da atmosfera e a
contenção da emissão de gases poluentes. Foi aqui que ficou evidente a posição
intransigente dos Estados Unidos ao se negar assinar a Convenção, que foi
assinada por 153 países, inclusive o Japão e os países mais industrializados da
Europa.
Outro fato importante que ocorreu nesta década foi a Convenção de Mudança
Climática das Nações Unidas, em 1997 na cidade japonesa de Kyoto, onde
segundo Tinoco e Kraemer (2004, p. 56), foi aprovado o Protocolo de Kyoto. Este
protocolo buscava discutir a estabilização da concentração de gases que contribuem
para o efeito estufa, estabelecendo uma meta de redução para os países
industrializados em 5,2% até 2012, sobre os níveis existentes em 1990. Mais uma
vez os Estados Unidos não aceitaram assinar o protocolo, apesar de ser o maior
poluidor e o principal causador do efeito estufa.
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Em 2002, durante a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, ou Cúpula
da Terra 2 (Rio + 10) realizada na África do Sul, surge uma Declaração Política com
o título “O Compromisso de Johannesburgo por um Desenvolvimento Sustentável”.
Segundo Donaire (1999, p. 40) o desenvolvimento sustentável está baseado em três
pilares: crescimento econômico, equidade social e equilíbrio ecológico. Com base
neste conceito a Declaração, assinada por 191 países estabelece um plano de ação
de 65 páginas que tentará descobrir os meios de criar um modelo de
desenvolvimento apoiado exatamente nos três pilares citados acima.
2.2 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL Nesta nova visão mundial, a do desenvolvimento sustentável, empresários de todo o
mundo passaram a sofrer grande pressão para adotar políticas ambientalistas e
incorporá-las ao seu planejamento estratégico. Clientes tornaram-se mais exigentes
a cada dia, buscando empresas que agridem no mínimo o meio ambiente e tenham
uma imagem positiva sobre os aspectos ambientais. Martins e Ribeiro (apud
TINOCO e KRAEMER, 2004, p. 29) afirmam que o reconhecimento da
responsabilidade ambiental foi a tarefa mais difícil e demorada para ser assumida
pelas empresas. Essa resistência se deveu aos seguintes fatores: 1) altos custos: os
custos para aquisição de tecnologias necessárias para contenção, redução ou
eliminação de resíduos tóxicos, eram bastante elevados; 2) inexistência de
legislação ambiental ou de rigor nas já existentes: como o assunto é relativamente
novo, as penalidades não eram onerosas o bastante para que as empresas
mudassem a idéia de que era melhor pagar a multa a investir em novas tecnologias;
3) os movimentos populares não eram fortes o bastante para unir e conscientizar a
população; 4) os consumidores ainda não associavam a atuação e o comportamento
da empresa ao consumo de seus produtos.
Reforçando o que foi citado acima Moura (2002, p. 24) destaca uma pesquisa
realizada em abril de 1990 pela Opinion Research Corporation, nos Estados Unidos
onde 71% dos entrevistados afirmaram que tinham mudado de marca devido a
considerações ambientais e 27% ter boicotado produtos por causa de maus
antecedentes ambientais do fabricante.
23
Neste mesmo sentido, Barbieri (2004, p.99) afirma que a solução dos problemas
ambientais, ou sua minimização, exige uma nova atitude dos empresários. As
decisões passam a sofrer influência do governo, através das leis ambientais, do
mercado que procura empresas ecologicamente corretas e da sociedade que
pressiona através, principalmente das ONGs, conforme ilustrado no quadro 01.
Algumas empresas já perceberam que sua existência depende desta nova ordem.
Empresários com pensamento e inteligência aguçados reconhecem a questão
ambiental na definição das estratégias das empresas e estão conseguindo com isso,
benefícios de ordem econômica e melhorando a imagem perante a sociedade. De
fato, ser uma empresa ambientalmente correta passou a ser um diferencial. Na
esfera financeira, algumas considerações podem provar a viabilidade econômica da
questão ambiental. Segundo Almeida (apud TINOCO e KRAEMER, 2004, p. 137) foi
criado em 1999 pela Dow Jones e pela Sustainable Asset Management (SAM),
gestora de recursos da Suíça especializada em empresas com responsabilidade
social e ambiental, o índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI, em Inglês, Dow
Jones Sustainability Group Index). Com uma rentabilidade maior do que as
empresas que não estão incluídas neste grupo, as integrantes do DJSI têm vários
benefícios, como:
• Reconhecimento público da preocupação com a área ambiental e social;
QUADRO 01: GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL – INFLUÊNCIAS
GOVERNO
MERCADO
SOCIEDADE
EMPRESA
24
• Reconhecimento dos stakeholders importantes, tais como legisladores, clientes
e empregados;
• Benefício financeiro crescente pelos investimentos baseados no índice;
• Resultados altamente visíveis, internos e externos à companhia. Todos os
componentes são anunciados publicamente pelo Boletim do Índice, e as
companhias são autorizadas a usar “membro da etiqueta oficial de DJSI”.
Outro benefício apontado acima diz respeito ao marketing da empresa, sua imagem
perante uma sociedade cada vez mais crítica. Moura (2002, p. 23) destaca que a
questão ambiental ganhou força com a evolução dos meios de comunicação. Um
acidente sério é mostrado para todo o mundo quase que instantaneamente,
provocando um grande estrago da imagem da empresa causadora. O tema
ambiental é mostrado praticamente todos os dias na televisão, jornais, revistas,
internet e rádios, motivando as pessoas a atentarem para o assunto. Isso fez com
que as empresas procurassem obter declarações ambientais, ou seja, os famosos
selos ou rótulos verdes que comprovam a preocupação com o meio ambiente.
Barbieri (2004, p. 102) informa que o rótulo verde mais antigo é o Anjo Azul, criado
em 1977 pelo órgão ambiental federal da Alemanha. Este rótulo é conferido aos
produtos que gerem menos impactos ambientais que outros similares comprovados
depois de muitos testes realizados pelo Instituto Alemão para Qualidade
Assegurada e Certificação. Vários selos foram criados por outros países, e os sinais
de reciclagem talvez sejam os selos ou rótulos verdes mais conhecidos do grande
público.
2.2.1 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA)
De acordo com Tinoco e Kraemer (2004 p. 120) os atuais SGA originaram-se do
desenvolvimento de sistemas de qualidade. Um SGA requer a definição de uma
política para o meio ambiente, planejamento e sua implementação. Deve assegurar
os meios humanos, tecnológicos e financeiros necessários e envolver todos os
setores da empresa, desde a alta direção até o chão de fábrica. A adoção de um
sistema de gestão ambiental é de fundamental importância para as empresas, uma
25
vez que pode ajudar no atendimento a legislação ambiental vigente e satisfazer as
exigências dos clientes. As empresas podem criar seus próprios SGA ou utilizar
modelos genéricos propostos por outras entidades adaptando-os à sua realidade.
Barbieri (2004, p. 138) detalha dois SGA, a saber:
1º. Sistema proposto pela Câmara de Comércio Internacional (ICC)
A ICC é uma ONG dedicada ao comércio internacional e propôs um SGA
objetivando: assegurar a conformidade com as leis locais, regionais, nacionais e
internacionais; estabelecer políticas internas e procedimentos para que a
organização alcance os objetivos ambientais propostos; identificar e administrar os
riscos empresariais resultantes dos riscos ambientais e; identificar o nível de
recursos e de pessoal apropriado aos riscos e aos objetivos ambientais, garantindo
sua disponibilidade quando e onde forem necessários.
2°. Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (Emas)
O Emas foi estabelecido pelo Regulamento n.º 1.836 de 1993 do Conselho da
Comunidade Econômica Européia e modificado pelo Regulamento n.º 761/2001
para que se tornasse acessível a todas organizações, uma vez que só as empresas
industriais poderiam aderir. De acordo com o Regulamento 761/2001 a alta
administração deve estabelecer uma política ambiental que garanta:
• Adequação à natureza, à escala e aos impactos ambientais de suas atividades,
seus produtos e serviços;
• Inclusão do compromisso de melhora contínua e de prevenção da poluição;
• Comprometimento com o cumprimento das legislações e regulamentos;
• O enquadramento para a definição e revisão de objetivos e metas;
• Documentação, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados; e
26
• Disponibilidade ao público.
Os requisitos do Emas são os mesmo da ISO 14.001 e também pode ser visto como
um ciclo PDCA, já que a melhoria contínua é uma preocupação contínua devendo,
inclusive ser parte integrante da política ambiental.
O Emas criou um sistema para o credenciamento de verificadores ambientais
independentes nos países da União Européia. Somente as organizações
registradas podem usar o logotipo do Emas, ainda assim, de acordo com algumas
regras, por exemplo, podem usar na publicidade de produtos, serviços e atividades,
mas não no próprio produto ou em sua embalagem.
2.2.2 Normas sobre Sistema de Gestão Ambiental (SGA) Segundo Barbieri (2004, p. 141) a primeira norma sobre SGA foi a BS 7750, criada
pelo British Standards Institution (BSI). Embora não mais aplicada, sua importância
é inquestionável, seja por ter sido a primeira norma sobre o assunto, seja porque
seu modelo de SGA tornou-se um protótipo para as normas voluntárias criadas em
outros países e para as normas da série ISO 14.000 sobre SGA. Barbieri (2004,
p.149) ainda informa que a Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT)
traduziu e integrou ao seu conjunto de normas a ISO 14.001 e a ISO 14.004.
Passaram-se a se chamar, respectivamente NBR ISO 14.001:1996 – Sistema de
Gestão Ambiental: especificações e diretrizes para uso e NBR ISO 14.004:1996 –
Sistemas de Gestão Ambiental: diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e
técnicas de apoio. Essas normas são voluntárias e podem ser aplicadas em
qualquer organização, independentemente de seu porte ou de setor de atuação. A
NBR ISO 14.004 fornece elementos para a empresa criar e aperfeiçoar o seu SGA e
a NBR ISO 14.001 é uma norma que contém os requisitos – descritos na seção 4 –
(Quadro 2) que podem ser objetivamente auditados para fins de certificação,
registro ou autodeclaração.
27
Assim como no EMAS, o modelo de SGA apresentado pela ISO 14.001 baseia-se
no ciclo do PDCA visando a uma melhoria contínua. Isso fica evidente quando os
requisitos são dispostos de forma parecida com a estrutura do PDCA. Campos
(1996) estabelece uma relação perfeita entre os requisitos da norma e as fases do
PDCA. O segundo requisito (planejamento) corresponde ao P (Plan), ou seja, a fase
de planejar ou formular um plano visando o objetivo a ser alcançado. O terceiro
requisito (implementação e operação) equivale ao D (Do), a fase de execução,
desenvolvendo capacidades e mecanismos necessários à realização dos objetivos.
Já o quarto requisito (verificação e ação corretiva) pode ser comparado ao C
(Check), fase onde a organização mede e avalia seu desempenho, ou seja, checa
suas ações. Por último, o quinto requisito (análise crítica da administração)
estabelece uma relação com o A (Action), onde ocorre a ação propriamente dita,
visando uma melhoria contínua.
4.1 REQUISITOS GERAIS 4.2 POLÍTICA AMBIENTAL 4.3 PLANEJAMENTO 4.3.1 Aspectos ambientais 4.3.2 Requisitos legais e outros 4.3.3 Objetivos e metas 4.3.4 Programa(s) de gestão ambiental 4.4 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO 4.4.1 Estrutura e responsabilidade 4.4.2 Treinamento, conscientização e competência 4.4.3 Comunicação 4.4.4 Documentação do SGA 4.4.5 Controle de documentos 4.4.6 Controle operacional 4.4.7 Preparação e atendimento a emergências 4.5 VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA 4.5.1 Monitoramento e medição 4.5.2 Não-conformidade e ações corretivas e preventivas 4.5.3 Registros 4.5.4 Auditorias do SGA 4.6. ANÁLISE CRÍTICA PELA ADMINISTRAÇÃO
QUADRO 02: Requisitos do SGA conforme a NBR ISO 14.001:1.996, seção 4
28
Apesar da norma parecer perfeita, MARTINI JUNIOR e GUSMÃO (2003, p. 168)
ressaltam “[...] que possuir um SGA conforme a ISO 14.001 não significa que a
empresa é perfeita em meio ambiente. Significa que ele é gerenciado”.
Da mesma forma, “[...] Embora espera-se que a adoção do SGA melhore o desempenho ambiental da organização, o SGA deve ser entendido com uma ferramenta que permite a esta atingir e controlar sistematicamente o desempenho ambiental por ela mesma estabelecido. O anexo A da norma ISO 14.001 adverte que o estabelecimento de um SGA, por si só, não resultará necessariamente na redução dos impactos ambientais adversos provocados pela organização” (BARBIERI, 2004, p. 151).
2.3 GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL No Brasil, a situação ambiental é crítica em alguns setores. Apesar da seriedade
com que algumas empresas tratam a questão, ainda temos problemas graves que
afetam nossa imagem perante o mundo.
O Brasil tem sido visto no mundo todo, como se sabe, como um país irresponsável do ponto de vista ambiental, por não conseguir evitar as queimadas da Amazônia, que é a última grande floresta tropical da Terra. Entidades e governos estrangeiros constantemente pressionam o governo brasileiro, ameaçando inclusive violar a nossa soberania. Outras críticas referem-se à poluição nas cidades, praias e rios, à falta de qualidade da água potável e do ar, à perda da biodiversidade da Mata Atlântica, à poluição dos rios por mercúrio em mineração, ao uso descontrolado de agrotóxicos, erosão causada por atividades agrícolas, estradas e outras grandes obras, etc., em uma lista de críticas que seria interminável. É importante ressaltar que o motivo citado como o mais importante para que o Rio de Janeiro não fosse a sede das Olimpíadas de 2004 foi a falta de qualidade ambiental (MOURA, 2002, p. 29).
Martini Junior e Gusmão (2002, p. 15) reforçam a imagem negativa do Brasil perante
o mundo na questão ambiental quando expõem uma pesquisa realizada pela EPA
(Environmental Protection Agency, agência ambiental americana). Esta pesquisa
coloca o Brasil na sétima posição entre os países com maior número de acidentes
químicos com cinco óbitos ou mais entre 1945 e 1991. Porém, quando a
classificação é pelo número de óbitos por acidente – indicador de gravidade –
passamos para a segunda posição neste ranking.
29
Moura (2002, p.40) ainda destaca que as empresas que apresentam alguma
preocupação ambiental ou são filiais de multinacionais e estão seguindo diretrizes
do exterior, ou são aquelas em que seus clientes exigem esta atitude, principalmente
as voltadas para a exportação ou ainda empresas do setor alimentício com forte
penetração popular, onde o desgaste da marca representaria fortes perdas.
Em abril de 1998, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou um seminário
cujo tema teve por título o Valor Econômico da Água e seus Impactos sobre o Setor
Industrial Nacional. Dentro da política defendida pela CNI que é o desenvolvimento
dos processos produtivos em conjunto com a proteção do meio ambiente, a saúde, a
segurança e o bem-estar de seus trabalhadores e das comunidades, foi divulgada a
Declaração de Princípios da Indústria Brasileira para Desenvolvimento Sustentável,
conforme Tinoco e Kraemer (2004, p. 144) que consiste em:
1. promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a
sociedade, os parlamentares, o governo e as organizações não governamentais
no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões
ambientais;
2. exercer liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos
ambientais;
3. incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos de
desenvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia;
4. promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de
gerenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas;
5. promover a monitoração e avaliação dos processos e parâmetros ambientais nas
empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar
problemas ao meio ambiente e à saúde humana, bem como implementar ações
apropriadas para proteger o meio ambiente;
6. apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos
trabalhadores e do comprometimento da supervisão nas empresas, assegurando
que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento necessários com
relação às questões ambientais;
7. incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo
de reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da
comunidade;
30
8. estimular o relacionamento e parcerias do setor privado com o governo e com a
sociedade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como na
melhoria contínua dos processos de comunicação;
9. estimular as lideranças empresariais a agirem permanentemente junto à
sociedade com relação aos assuntos ambientais;
10. incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços que não
produzam impactos inadequados ao meio ambiente e à saúde da comunidade;
11. promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda 21 e estimular sua
implementação.
2.3.1 Gestão Ambiental nas Empresas Brasileiras Atendendo a esses princípios, destacam-se algumas empresas que procuram
desenvolver suas atividades dentro de uma política ambiental responsável. São elas:
Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), Companhia Vale do Rio Doce (CVRD),
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (USIMINAS), Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN), Bahia Sul Celulose S/A, Klabin Riocell S/A, Empresa de Proteção Ambiental
(CETREL), Johnson & Johnson, O Boticário, Colgate Palmolive.
Segundo Moura (2002, p.42) a Companhia Vale do Rio Doce sofreu muitas pressões
dos ambientalistas e competidores internacionais em relação à mina de Carajás no
Pará. Esta mina fica no meio da floresta Amazônica e a Companhia, para evitar
boicotes às compras, investiu fortemente no setor ambiental e hoje a mina é
referência mundial em cuidados ambientais.
Moura ainda destaca outras empresas, como a RIOCELL, produtora de celulose no
Rio Grande do Sul, que após sérios problemas ambientais, gerando dificuldades
com a comunidade e com compradores externos, investiu 2,5 milhões de dólares e
conseguiu reduzir em 90% a fumaça jogada na atmosfera. O Boticário, além de
investir no desenvolvimento de produtos naturais, motiva programas relacionados ao
meio ambiente. Criou a Fundação “O Boticário de Proteção à Natureza” que mantém
uma reserva particular em Salto Morato, no Paraná, com um gasto anual de R$ 4
milhões.
31
Neste contexto Tinoco e Kraemer (2004, p.142), destacam que a CST não recebe
qualquer notificação de descumprimento da legislação ambiental desde 1995. Isso
só foi possível com a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que
envolve todo corpo diretivo, gerencial e colaboradores da organização. Um dos
resultados mais significativos do SGA é o aproveitamento de gases e calor para
geração de energia elétrica da ordem de 225 MW, quantidade superior a sua própria
demanda. Com isso, a CST economiza R$ 15 milhões mensais e obtém uma receita
adicional de R$ 670 mil mensais com a venda da energia excedente. Além disso,
Moura (2002, p. 41) cita outro resultado alcançado pela empresa que foi a
diminuição da emissão de particulados, melhorando o ar da Grande Vitória. Outro
dado importante diz respeito à geração de resíduos. Enquanto a média nacional das
siderúrgicas é de 700 kg de resíduos por ton. de aço produzido, a empresa gera
apenas 570 kg.
Outra empresa que merece destaque na questão ambiental é a USIMINAS. De
acordo com Tinoco e Kraemer (2004, p. 143) sua Política de Meio Ambiente prevê a
manutenção de um SGA, a interação com a sociedade, fornecedores, empregados,
clientes e governo, o aprimoramento dos processos com utilização de tecnologias
mais limpas, a diminuição de resíduos e emissões de particulados e racionamento
de água e energia. Em 2001, a empresa manteve a certificação ISO 14.001 através
da oitava auditoria. Além disso, obteve o prêmio “Ecologia” pela Daimler-Chrysler
(setor automotivo) e o prêmio “Fiemg Ecologia” concedido pela Federação das
Indústrias de Minas Gerais.
32
3 ESTUDO DE CASO NA TRANSPORTADORA BELMOK LTDA 3.1 HISTÓRICO A Transportadora Belmok Ltda foi constituída em 1991 pela família Belmok de
Alfredo Chaves, ES. Na época transportava cargas em geral, mais especificamente
cerveja para os distribuidores do Sul e Norte do Espírito Santo, não possuindo filiais
nem pontos de apoio pelo Brasil.
Em outubro de 2000, transferiu sua matriz para Viana, ES, construindo uma área de
20.000 m2 para atender suas operações de logística e apoio aos veículos da frota,
com oficina, bomba de combustível e lavador, além dos prédios administrativo e
operacional. Nesta época, investiu na aquisição de novos equipamentos mais
modernos e carrocerias tipo sider para carregamento em grandes embarcadores de
produtos alimentícios e de higiene e limpeza. A partir daí, a empresa deu inicio ao
um processo de reestruturação de todas as áreas e setores para sustentar seu plano
de expansão e crescimento.
3.2 INFRA-ESTRUTURA Atualmente na sede da empresa, encontra-se um galpão de armazenamento
temporário de mercadorias, dois prédios, sendo um da administração e o outro
operacional, onde fica o escritório da manutenção, refeitório, vestuários, banheiros e
um terceiro galpão onde é realizada a lavagem, lubrificação e troca de óleo dos
veículos. Está sendo construído atualmente uma nova portaria e um dormitório para
os motoristas com sala de vivência. Além da matriz localizada em Viana, a Belmok
opera em todo o Brasil, com filiais em São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte,
Goiânia, Uberlândia, Salvador, Recife, Fortaleza e pontos de apoio em Cordeirópolis
(SP), Corumbaíba (GO), Itumbiara (GO) e Garanhuns (PE).
3.3 FROTA DE VEÍCULOS A Belmok possui uma frota própria de 345 conjuntos (cavalos acoplados em
carretas) com idade média de (4) quatro anos. As carretas são divididas entre siders,
baús de alumínio, graneleiros, baús frigoríficos, porta contêineres e carretas com
capacidade para 30 pallets, para oferecer maior agilidade nas operações logísticas
dos clientes. Além disso, dispõe de veículos médios e de pequeno porte para
33
distribuição de cargas em grandes centros nas regiões metropolitanas do Sudeste.
Todos os veículos são equipados com sistema de rastreamento via satélite
denominado GPS – Global Positioning System. Este sistema possibilita maior
segurança aos motoristas e os clientes podem visualizar a posição das suas cargas
em tempo real.
3.4 MACROFLUXO DE PROCESSOS A Belmok é uma empresa prestadora de serviços de logística e seus processos
consistem desde a coleta, transporte, armazenagem, paletização e distribuição de
cargas nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro Oeste do Brasil. Toda essa
operação é realizada com 85% de veículos da frota própria e outros 15% com
veículos agregados e terceiros contratados. De acordo com o ANEXO B, pode-se
observar as interfaces entre os processos, o fluxo principal e os procedimentos de
apoio que dão sustentação ao negócio.
3.5 EVOLUÇÃO DA EMPRESA Desde o inicio de suas operações, a Belmok vem passando por profundas
transformações, intensificadas após a transferência de sua matriz para Viana.
Dentro desta evolução, está o Projeto Ambiental de licenciamento junto ao IEMA
para as operações de abastecimento de veículos, troca de óleo, lubrificação,
lavagem, manutenção da frota, tratamento de efluentes e transporte de produtos
químicos perigosos. Além disso, ampliou o projeto para a reutilização da água da
chuva para lavagem dos veículos e a implantação do SGI (Sistema de Gestão de
Saúde, Segurança, Meio-Ambiente e Qualidade – ISO 9001:2000 e SASSMAQ),
previsto para certificação em dezembro de 2005.
Segundo informações da gerência, o SASSMAQ é um Sistema de Avaliação de
Segurança, Saúde e Meio Ambiente e Qualidade, desenvolvido pela Associação
Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) para avaliar os prestadores de serviços
de logística relacionados a indústria química. O objetivo principal do sistema é a
redução dos riscos envolvidos nas operações de transporte e distribuição de
produtos químicos perigosos e não perigosos. A partir de janeiro de 2006, todas as
empresas que fazem qualquer transporte de produtos químicos deverá ter sido
34
avaliada por um órgão certificador com relação aos requisitos de SASSMAQ. A
Belmok está buscando esta certificação para ampliar seu mix de produtos,
oferecendo aos clientes uma possibilidade de transportar e gerenciar uma gama
maior de sua produção. A opção da Belmok em implantar a ISO9001 junto com o
SASSMAQ, foi de se ter um sistema de gestão integrado com foco no cliente,
melhoria continua dos processos, capacitação dos funcionários e diminuição de
riscos ambientais e de segurança voltados ao negocio.
3.6 POLITICA DE SAÚDE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E
QUALIDADE A Política de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade (SSMAQ) da
Transportadora Belmok é muito mais que um documento assinado pela alta direção.
São princípios transformados em ação e colocados em prática diariamente pelos
seus 540 funcionários da matriz e filiais. Nos treinamentos de integração de novos
funcionários, são realizadas dinâmicas para conscientização em relação à política e
a importância que cada colaborador tem para empresa atingir os objetivos
estabelecidos.
A Política de SSMAQ preconiza os seguintes princípios:
• Garantir aos clientes um atendimento personalizado, seguro e qualificado na
prestação dos serviços de logística;
• Promover a educação continuada dos seus colaboradores;
• Proteger o meio ambiente, executando os processos conforme os requisitos
ambientais aplicáveis;
• Proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável aos colaboradores;
• Assegurar a melhoria continua do Sistema de Gestão Integrada de Saúde,
Segurança, Meio Ambiente e Qualidade;
35
• Desenvolver relacionamento de parceria com seus fornecedores.
3.7 RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO PRODUTIVO
3.7.1 Definição e destinação de resíduos Resíduo é o resto, o que sobra de algum processo ou atividade, podendo se apresentar no estado sólidos, líquidos ou gasosos. A norma NBR 9896:1993 define resíduo como material ou resto de material cujo proprietário ou produtor não mais considera com valor suficiente para conservá-lo. Os resíduos sólidos domiciliares (lixo doméstico) são da responsabilidades das Prefeituras Municipais, bem como o lixo de pequenos estabelecimentos comerciais. A destinação dos resíduos sólidos industriais, hospitalares, portuários, aeroviários e outros é da responsabilidade dos seus geradores, mesmo quando estes contratam firmas para realizar serviços de coleta, manuseio, transporte e disposição final. Os impactos adversos de uma disposição inadequada de resíduos sólidos de qualquer origem não se resumem à poluição do solo. O chorume produzido nos “lixões” polui as águas e a decomposição do material orgânico produz poluentes gasosos (BARBIERI, 2004, p. 105).
Uma das partes integrantes do SGI da Belmok é a gestão de resíduos, que segundo
o PP.ADM.17 Coleta, Separação e Destinação de Resíduos (2005) ANEXO C, é
definido como um conjunto de atividades administrativas e técnicas que visam
reciclar, comercializar e realizar a destinação final dos resíduos, incluindo
planejamento, responsabilidade, práticas, procedimentos e recursos para
desenvolver os procedimentos.
Segundo Prezotti (2004, p. 04), os resíduos gerados na sede da empresa, referem-
se àqueles provenientes dos serviços de manutenção preventiva dos seus
caminhões, incluindo-se a lavagem, troca de óleo, lubrificação e os de origem
doméstica pelo uso dos escritórios, sanitários e refeitório. Além disso, são emitidos
gases e ruídos decorrentes das descargas dos veículos.
3.7.2 Lavagem de veículos Todos os veículos da frota Belmok são lavados com sabão biodegradável, não
causando danos aos mananciais existentes na região. Além disso, há caixas
separadoras e tratamento da água (Figura 02), antes de sua liberação para ao rede
de esgoto. São lavados em média 500 veículos por mês através de um sistema de
rolos mecanizado, apoiado por mangueiras que dão suporte para limpar em lugares
36
de difícil acesso conforme ilustrado na figura 01. As rampas de lavagem possuem
caixas que armazenam os resíduos provenientes da lavagem, como restos de graxa,
lama e areia contaminada. Estes resíduos são recolhidos duas vezes por semana
através da limpeza das caixas e alocados em tambores para serem recolhidos
posteriormente por empresas especializadas na destinação final, gerando um custo
mensal conforme tabela 01.
FIGURA 01 – Lava jato de veículos da Transportadora
Belmok, Viana, ES, 2005
37
FIGURA 02 – Caixas separadoras de resíduos provenientes
da lavagem de veículos da Transportadora Belmok, Viana,
ES, 2005
3.7.3 Lubrificação e troca de óleo dos veículos A lubrificação e troca de óleo dos veículos são feitas na própria empresa, a qual
dispõe de duas rampas para efetuar o serviço. A cada troca de óleo, são gerados
em média três filtros lubrificantes. Os filtros são armazenados em bombonas
(tambores) de duzentos litros e alocados na área de destinação de resíduos
localizada na empresa de acordo com a figura 03. O óleo queimado proveniente da
troca é armazenado em tambores de plásticos de 1000 litros conforme figura 04 e
ficam armazenados por um período médio de 20 dias até serem recolhidos por
empresas especializadas e devidamente licenciadas pelos órgãos ambientais
competentes. Com a destinação dos filtros é gerado um custo, já com o óleo
queimado é obtida uma receita, uma vez que as empresas compram este resíduo
para reciclagem. Os valores destas operações são mostrados na tabela 01.
38
FIGURA 03 – Local de armazenamento das bombonas com
filtros contaminados da Transportadora Belmok, Viana, ES,
2005
FIGURA 04 – Tambores de plástico onde fica armazenado
o óleo queimado da Transportadora Belmok, Viana, ES,
2005
39
3.7.4 Manutenção de veículos A Transportadora Belmok possui uma oficina própria onde realiza a manutenção
básica nos veículos como troca de lonas de freio, alinhamento, substituição de
válvulas, baterias e rolamentos, troca de pneus, regulagem de alguns itens dos
motores, dentre outros. A manutenção mais pesada ligada ao trem de força (motor,
caixa e diferencial) e serviços de reforma e pintura, é terceirizada com oficinas e
concessionárias especializadas. Os resíduos gerados na oficina são basicamente
sucatas, filtros secos, trapos e estopas contaminadas, baterias e carcaças de pneus
inutilizáveis. A sucata é depositada numa caçamba e vendida para empresas de
reciclagem. Já as baterias, são alocadas na área de destinação de resíduos e
recolhidas a base de troca por empresas especializadas em recondicionamento e
amparadas por licenças ambientais para efetuar este serviço. Os trapos e as
estopas contaminadas são armazenados e recolhidos periodicamente por empresa
licenciada e especializada na destinação final deste tipo de resíduo cobrando um
valor por esta atividade. Toda a água contaminada proveniente da lavagem de
peças é direcionada para caixas de tratamento, a qual faz a filtragem dos resíduos e
direciona a água descontaminada para a rede de esgoto publico. As carcaças de
pneus ficam alojadas numa cobertura e são vendidas para empresas de reciclagem.
Todos os custos e receitas dos resíduos provenientes da manutenção dos veículos
estão descritos na tabela 01.
Nas figuras 05 e 06 pode-se observar a localização da oficina e a área de
destinação de resíduos.
40
Figura 05 – Localização da oficina da Transportadora
Belmok, Viana, ES, 2005
Figura 06 – Área de destinação de resíduos da
Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005
41
3.7.5 Emissão de gases e ruídos Todos os veículos da Belmok passam periodicamente por testes e ensaio de
opacidade para medir a emissão de fumaça negra pelas descargas no ar de acordo
com a Resolução 272 de 14 de setembro de 2000, do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA). Além disso, são feitos medições para verificar a emissão de
ruído conforme Resolução 251 de 07 de Janeiro de 1999 do CONAMA. Se for
detectado qualquer tipo de anomalia, os veículos são submetidos à manutenção
corretiva para sanar o problema. Os carros estão cadastrados no plano de
manutenção preventiva e são submetidos a estes testes anualmente ou quando
necessário de acordo com a necessidade. Os testes são realizados por empresas
terceirizadas e especializadas para tal atividade por meio de contrato anual com
pagamentos mensais conforme tabela 01. Estas empresas são avaliadas pela
Belmok com a finalidade de verificar se possuem autorização dos órgãos
competentes e rastreabilidade do padrão utilizado nos testes, atestado pelo Inmetro.
A figura 07 ilustra o procedimento de medição de ruído dos veículos.
FIGURA 07 – Medição de ruído dos veículos da
Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005
42
3.7.6 Resíduos provenientes de origem doméstica e pelo uso dos sanitários e refeitório. O resíduo sólido proveniente dos sanitários e da cozinha é direcionado para uma
ETC (estação de tratamento de efluentes). Lá é tratado e liberado para a rede de
esgoto e o restante que é sólido, recolhido anualmente. É realizada análise
semestral do esgoto tratado, através de amostra da água para verificar a eficácia da
estação de tratamento. A figura 08 ilustra a localização da ETC.
Figura 08 – Localização da estação de tratamento de
efluentes da Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005
3.8 DESPESAS E RECEITAS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS À partir da implantação da coleta seletiva e do gerenciamento eficiente dos resíduos,
a empresa passou a obter uma receita adicional entre o custo da destinação final
dos resíduos e a venda de resíduos renováveis e recicláveis, conforme ilustrado na
TABELA 01.
O custo de mão-de-obra não foi adicionado nas planilhas, pois, ele está ligado tanto
no gerenciamento e operacionalização dos resíduos, quanto na coleta seletiva e
43
reaproveitamento dos resíduos. Desta forma, faz-se necessário este custo em
qualquer uma das circunstancias.
TABELA 01 – Comparativo entre custos e receitas com resíduos
3.9 ABASTECIMENTO DE VEÍCULOS O abastecimento de veículos é feito na sede da empresa, a qual possui uma bomba
própria com um reservatório de 30.000 litros de óleo diesel. O reservatório está
protegido por uma bacia de contensão que comporta 125% do volume total de
combustível, para evitar contaminação do solo em caso de um possível vazamento.
Ao lado das bombas, há uma área de proteção de 20M2 feita de concreto com
canaletas direcionadas para conter possíveis vazamentos durante o abastecimento
do reservatório e dos tanques dos veículos. Além disso, há um procedimento escrito
PP.MAN.05 – Controle de abastecimento do tanque e veículos (2005), que orienta
toda a sistemática que deve ser seguida pelo funcionário para evitar riscos a saúde,
RESÍDUO DESPESA MENSAL
RECEITA MENSAL
Filtros e embalagens contaminadas R$ 1.300,00 -
Lama e areia contaminada R$ 1.000,00 -
Emissão de gases e ruídos (controle e medição) R$ 1.000,00
Trapos e estopas contaminados R$ 900,00 -
Peças contaminadas R$ 400,00 -
Equipamento de informática contaminado R$ 10,00 -
Lâmpadas fluorescentes R$ 3,00 -
Carcaça de baterias - -
Óleo lubrificante de motor usado - R$ 800,00
Óleo de caixa de marcha e diferencial usado - R$ 400,00
Sucatas metálicas - R$ 1.500,00
Carcaça de pneus - R$ 3.300,00
Papel e plástico - R$ 200,00
Vidro (pára-brisa de veículos) - R$ 4,00
Total R$ 4.613,00 R$ 6.204,00
Receita líquida mensal R$ 1.591,00
44
segurança e possíveis acidentes. Na figura 09 pode-se observar a área de
abrangência do reservatório e as bacias de contenção.
FIGURA 09 – Localização do reservatório e da bomba de
abastecimento da Transportadora Belmok, Viana, ES, 2005
3.10 CONSUMO DE ÁGUA Atualmente, toda a água necessária ao processo industrial (lavagem de caminhões e
manutenção preventiva) é captada do lençol freático e principalmente da água da
chuva, através de um sistema que transporta toda água que cai sobre a cobertura do
armazém até uma bacia de contenção de 350.000 litros localizada ao lado do lava
jato. Esta água é reaproveitada em cerca de 50% através de um sistema de
tratamento que retira a sujeira e os resíduos provenientes da lavagem dos veículos.
Nas épocas do ano que ocorrem chuvas constantes, a captação de água do lençol é
praticamente zero, tento um recorde registrado pela empresa em 2005 de 150 dias
lavando os veículos somente com a água da chuva. Através da figura 10 pode-se ter
uma idéia do tamanho do armazém que faz a captação e uma vista aérea da
empresa.
45
FIGURA 10 – Vista aérea do armazém da Transportadora
Belmok, Viana, ES, 2005
3.11 APRESENTAÇÃO DA ENTREVISTA REALIZADA NA EMPRESA A entrevista foi realizada em Agosto de 2005 na sede da Transportadora Belmok
com o gerente geral da empresa.
Questionário:
1. Qual a visão da empresa em relação ao meio ambiente? A empresa trabalha dentro de uma diretriz voltada para as questões sociais,
econômicas e ambientais, ou seja, procura o crescimento de forma sustentável com
o mínimo possível de agressão ao meio ambiente. Qualquer estratégia que a
empresa planeje, devem se levar em conta as conseqüências ambientais.
Atualmente há um movimento muito grande em relação aos aspectos ambientais
relacionados ao negócio, inclusive já temos clientes exigindo programas voltados
para o gerenciamento do meio ambiente, saúde e segurança.
2. Então, já existe um Programa de Gestão Ambiental implantado na empresa? Não. Está em andamento a implantação do SASSMAQ e da NBR ISO 9001 com
previsão de certificação para Dezembro de 2005.
46
3. O que é o SASSMAQ? Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade, cujo
objetivo principal é a redução progressiva e contínua dos riscos envolvidos nas
operações de transporte e distribuição. Este programa foi desenvolvido pela
ABIQUIM e será obrigatório a partir de 01/01/2006 para todas as empresas que
realizam o transporte de produtos químicos perigosos e não-perigosos.
4. Além do SASSMAQ existe algum outro programa ambiental? Sim. Existe um gerenciamento de resíduos gerados pela empresa.
5. Quais os resíduos gerados pela empresa? Filtros lubrificantes, filtros secos, trapos contaminados, óleo queimado, baterias,
sucata, vidro, lama contaminada e emissões de gases e ruídos.
6. Quais são as fontes geradoras destes resíduos? Manutenção preventiva e corretiva da frota, lavagem de veículos e sanitários. 7. O que é feito com estes resíduos? Uma parte é feita a destinação final através de empresas especializadas e a outra
parte é vendida para empresas de reciclagem.
8. Este gerenciamento de resíduos é muito caro para a empresa? De certa forma não, pois, através da coleta seletiva e da venda de alguns resíduos
recicláveis a empresa consegue pagar as despesas e gerar uma pequena receita
adicional.
9. Quais os benefícios do gerenciamento para a empresa? Redução de custos, aprovação dos órgãos competentes relacionados ao meio
ambiente, além de contribuir com uma melhor qualidade de vida para a sociedade e
os funcionários. Pudemos sentir uma melhora da imagem da empresa perante os
clientes. 10. Há algum treinamento específico relacionado para os funcionários sobre a
conscientização ambiental?
47
Sim. Os treinamentos nos procedimentos do SGI e da Política de Saúde, Segurança,
Meio Ambiente e Qualidade enfocam a importância da preservação ambiental para
humanidade, objetivando despertar nos funcionários a conscientização e o papel de
cada um no neste processo.
11. Como é o envolvimento dos funcionários com este programa? Existe algum incentivo para que eles colaborem? Os funcionários colaboram com a coleta seletiva, separando o que é reciclável e
procuram evitar o desperdício dos insumos usados no dia-a-dia de trabalho, como a
utilização de trapos, impressão de papéis, dentre outros. A receita obtida com a
venda da coleta seletiva é revertida em uma confraternização no final de cada mês
com um churrasco.
3.11.1 Análise da entrevista Com essa entrevista observa-se que a empresa tem uma grande preocupação com
as questões ambientais. Esta preocupação fica evidenciada no seu programa de
gerenciamento de resíduos e das ações voltadas para a melhoria da qualidade de
vida da sociedade em que a empresa está inserida.
Outro ponto observado é a visão da empresa em relação a desenvolvimento
sustentável. Na entrevista ficou claro que mesmo num ambiente de negócios tão
competitivo, a empresa consegue traçar suas estratégias levando em consideração
as questões ambientais, sociais e econômicas.
Um fato muito relevante é a utilização da receita obtida da reciclagem de materiais
para realização do churrasco de fim de mês. Além de contribuir para a não poluição
do meio ambiente, serve de estímulo para que os funcionários assimilem a
importância da preservação ambiental e entendam que cada um pode ajudar um
pouco e o resultado de todos faz a diferença no final.
48
4 CONCLUSÃO O trabalho realizado procurou demonstrar a evolução da consciência ambiental
ocorrida nas últimas décadas. A sociedade percebeu, através dos meios de
comunicação, que era preciso fazer algo para frear o ritmo de degradação
ambiental. Um dos fatores fundamentais que contribuíram para o despertar desta
consciência, foram os inúmeros acidentes ocorridos pelo mundo, muito deles
causando milhares de vítimas fatais ou deixando seqüelas até para as gerações
seguintes, sem falar na contaminação de solos, rios, mares e ar que impressionam
pelo poder de destruição mostrado pelos canais de comunicação.
Com a pressão da sociedade, começaram a surgir encontros de Cúpula organizados
pela ONU, com a participação de vários países, ONG’s, empresários e destes
encontros surgiu um novo conceito para desenvolvimento, o de desenvolvimento
sustentável, que começou a ser introduzido, primeiramente pelas empresas
multinacionais e gradativamente foi sendo adotado pelas grandes empresas
brasileiras.
Hoje em dia, as variáveis ambientais fazem parte do planejamento de qualquer
empresa que pretenda ampliar suas atividades, melhorar seu desempenho e
expandir suas instalações. Há uma exigência cada vez maior por parte de órgãos
governamentais, da sociedade e do mercado para que as empresas atuem de forma
a agredir o mínimo possível o meio ambiente.
Verificou-se, através do Estudo de Caso, que a Transportadora Belmok adota
medidas de controle ambiental com procedimentos de acordo com a legislação
aplicável, além da conscientização ambiental dos funcionários e comprometimento
da alta direção com estas questões.
Várias são as ações para a diminuição da degradação ambiental resultante do
processo produtivo. Nenhum resíduo é despejado no meio ambiente, a poluição dos
veículos é mediada e controlada e destaca-se ainda a preocupação da empresa com
o consumo de água, um fator fundamental para um bem tão valioso e já escasso em
algumas regiões do planeta. Sabendo disso, a Belmok está aperfeiçoando seu
49
sistema de reaproveitamento da água da lavagem de veículos e da chuva, para num
futuro próximo ser auto-suficiente, contribuindo para a diminuição da exploração dos
recursos hídricos e exercendo seu papel na sociedade como uma empresa capaz de
aliar crescimento econômico com preservação ambiental.
Com toda a estrutura organizacional montada e o gerenciamento adequado de
resíduos, além da certificação da ISO 9001:2000 e do SASSMAQ previstos para
dezembro deste ano, propõe-se que a empresa busque a certificação ISO 14.001,
consolidando sua atuação responsável e usando, desta maneira, o Sistema de
Gestão Integrada como um diferencial competitivo e uma estratégia para a
ampliação de seus negócios.
Sugere-se que novas vertentes de pesquisa em relação ao assunto abordado sejam
realizadas, buscando cada vez mais o entendimento sobre a questão ambiental nas
empresas, o aprimoramento das técnicas de gestão de resíduos e o relacionamento
entre as atividades produtivas das organizações e os impactos causados no meio
ambiente.
50
5 REFERÊNCIAS BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e
Instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004.
BERNARDES, Júlia Adão; FERREIRA Francisco Pontes de Miranda. Sociedade e
Natureza. In: CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio José Teixeira (Org.). A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand, 2003.
CAMPOS, Lucila Maria de Souza. Um Estudo para Definição e Identificação dos Custos da Qualidade Ambiental. Florianópolis, 1996. Disponível em:
<http://www.eps.ufsc.br/disserta96/campos/index> Acesso em: 27 out. 2005.
DESENVOLVIMENTO, Sustentável Busca Crescimento sem Destruição. Folha
Online, 2003. Disponível em:
<http://www.1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u9273.shtml>. Acesso em: 27 out.
2005.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LORA, Electo Eduardo Silva. Prevenção e Controle da Poluição nos Setores Energético, Industrial e de Transporte. Brasília, DF: ANEEL, 2000.
MARTINI JUNIOR, Luiz Carlos de; GUSMÃO, Antônio. Carlos. Freitas de. Gestão Ambiental na Indústria. Rio de Janeiro: Destaque, 2003.
MOURA, Luiz Antônio Antonio Abdalla de. Qualidade e Gestão Ambiental: Sugestões para Implantação das Normas ISO 14.000 nas Empresas. 3 ed. São
Paulo: Juarez de Souza, 2002.
NOVAES, Washington. Agenda 21: Um Novo Modelo de Civilização. In:
TRIGUEIRO, André (Coord.). Meio Ambiente no Século 21. Rio de Janeiro:
Sextante, 2003.
51
PREZOTTI, Júlio César Simões. Plano de Controle Ambiental: Sistema de
Tratamento de efluentes líquidos e destinação final adequada de resíduos sólidos
(objeto: Licenciamento Ambiental para Sede de Empresa de Transporte de Cargas).
Vitória, ES: Maio de 2004.
TINOCO, João. Eduardo. Prudêncio; KRAEMER, Maria. Elisabeth. Pereira;
Contabilidade e Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2004.
ANEXOS
ANEXO A - Declaração do Rio do Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo
se reunido no Rio de Janeiro de 03 a 14 de junho de 1992, reafirmando a
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Humano, adotada em
Estocolmo em 16 de julho de 1972, e tomando-a como base com o objetivo de
estabelecer uma nova e eqüitativa parceria global mediante a criação de novos
níveis de cooperação entre os Estados, os setores-chave da sociedade e as
pessoas, procurando alcançar acordos internacionais em que se respeitem os
interesses de todos e proteja a integridade do ambiente e do desenvolvimento
global, e reconhecendo a natureza integral e interdependente da Terra, nosso lar,
Proclama que:
PRINCÍPIO N.º 1 – Os seres humanos são o centro das preocupações relacionadas
com o desenvolvimento sustentável. Eles têm direito à uma vida saudável e
produtiva em harmonia com o meio ambiente.
PRINCÍPIO N.º 2 – Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e os
princípios da lei internacional, os Estados têm o direito soberano de explorar os seus
próprios recursos, segundo suas próprias políticas ambientais e de desenvolvimento,
e têm a responsabilidade de assegurar que as atividades realizadas sob seu
controle ou jurisdição não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de
zonas que estejam fora dos limites da sua jurisdição.
PRINCÍPIO N.º 3 – O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo que
atenda eqüitativamente às necessidades ambientais e desenvolvimento das
gerações presentes e futuras.
PRINCÍPIO N.º 4 – Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção do
meio ambiente deverá se constituir em parte integrante do processo de
desenvolvimento e não devendo ser considerada de forma isolada.
PRINCÍPIO N.º 5 – Todos os Estados e todas as pessoas deverão cooperar na
tarefa essencial de erradicar a pobreza como um requisito imprescindível do
desenvolvimento sustentável, de modo a reduzir as disparidades nos níveis de vida
e atender melhor às necessidades da maioria da população mundial.
PRINCÍPIO N.º 6 – Prioridade especial deverá ser dada à situação específica e às
necessidades dos países em desenvolvimento, principalmente os países menos
desenvolvidos e os mais vulneráveis em termos ambientais. As medidas
internacionais que vierem a ser adotadas em relação ao meio ambiente e ao
desenvolvimento deverão levar em conta os interesses e as necessidades de todos
os países.
PRINCÍPIO N.º 7 – Os Estados deverão cooperar com espírito de solidariedade
global para conservar, proteger, e restabelecer a saúde e a integridade do
ecossistema da Terra. Considerando que os Estados têm contribuído de diferentes
modos para a degradação do meio ambiente, eles têm responsabilidades comuns,
porém, diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que
lhes cabe na busca internacional pelo desenvolvimento sustentável, face às
pressões sobre o meio ambiente exercidas pelas suas sociedades e pelas
tecnologias e recursos financeiros que possuem.
PRINCÍPIO N.º 8 – Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma quantidade
de vida melhor para todas as pessoas, os Estados devem reduzir e eliminar os
sistemas de produção e consumo não-sustentáveis e promover políticas
demográficas apropriadas.
PRINCÍPIO N.º 9 – Os Estados devem cooperar para fortalecer a capacitação
endógena voltada para o desenvolvimento sustentável, ampliando a compreensão
científica através de intercâmbios de conhecimentos científicos e tecnológicos, e
intensificando o desenvolvimento, a adaptação, a difusão e a transferência de
tecnologias, inclusive as novas e inovadoras.
PRINCÍPIO N.º 10 – A melhor maneira de tratar as questões ambientais é através da
participação de todos os cidadãos interessados em vários níveis. No nível nacional,
todo cidadão deverá ter acesso adequado às informações que as autoridades
públicas possuem sobre o meio ambiente, inclusive informações sobre materiais e
atividades perigosas para as suas comunidades, bem como a oportunidade de
participar dos processos de tomada de decisão. Os Estados devem facilitar e
promover a conscientização e a participação do público, colocando as informações
ao alcance de todos. Deverá ser oferecido o acesso efetivo aos processos
administrativos e judiciais, inclusive o ressarcimento de danos.
PRINCÍPIO N.º 11 – Os Estados deverão promulgar legislações ambientais eficazes.
As normas, os objetivos e as prioridades ambientais devem refletir o contexto
ambiental e de desenvolvimento em que se aplicam. Normas aplicadas por alguns
países podem ser inadequadas e representar custos sociais e econômicos
injustificáveis para outros, principalmente para os países em desenvolvimento.
PRINCÍPIO N.º 12 – Os Estados devem cooperar para promover um sistema
econômico internacional favorável e aberto que propicie o crescimento econômico e
o desenvolvimento sustentável de todos os países, para tratar de modo mais
adequado a degradação ambiental. As medidas de política comercial para fins
ambientais não devem ser instrumentos de discriminação arbitrária ou injustificável,
nem formas de restrição disfarçada ao comércio internacional. Devem ser evitadas
as medidas unilaterais para solucionar problemas ambientais gerados fora da
jurisdição do país importador. As medidas ambientais voltadas para tratar de
problemas globais ou transfronteiriços devem estar, sempre que possível, baseadas
em consenso internacional.
PRINCÍPIO N.º 13 – Os Estados devem desenvolver uma legislação nacional
dispondo sobre a responsabilidade e a indenização às vítimas da poluição e de
outros danos ambientais. E devem também cooperar de modo mais eficaz para a
elaboração de novas normas internacionais suplementares sobre responsabilidade e
indenização pelos efeitos adversos dos danos provocados em áreas situadas fora de
sua jurisdição pelas atividades realizadas dentro de sua jurisdição, ou sob seu
controle.
PRINCÍPIO N.º 14 – Os Estados devem cooperar de modo efetivo para desestimular
ou evitar o deslocamento ou a transferência para outros Estados de atividades ou
substâncias que causem degradação ambiental grave ou que sejam nocivas à saúde
humana.
PRINCÍPIO N.º 15 – Para proteger o meio ambiente, os Estados devem aplicar do
modo mais amplo os princípios da precaução conforme suas capacidades. Diante da
ameaça de dano grave ou irreversível, a falta de uma considerável certeza científica
não deverá ser usada como motivo para adiar a adoção de medidas para evitar a
degradação ambiental em decorrência dos seus custos.
PRINCÍPIO N.º 16 – As autoridades nacionais devem promover a internalização dos
custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, considerando que o poluidor
deve, em princípio, arcar com os custos da poluição, levando em conta o interesse
público sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais.
PRINCÍPIO N.º 17 – O estudo prévio de impacto ambiental, enquanto instrumento de
política nacional, deverá ser elaborado para qualquer atividade ou obra proposta que
provavelmente cause impacto negativo substancial ao meio ambiente e que esteja
sujeita à decisão de uma autoridade nacional competente.
PRINCÍPIO N.º 18 – Os Estados deverão notificar imediatamente os outros Estados
sobre os desastres naturais e outras situações de emergência que possam causar
efeitos nocivos repentinos sobre o meio ambiente desses Estados. A comunidade
internacional deverá empreender todos os esforços possíveis para ajudar os
Estados afetados.
PRINCÍPIO N.º 19 – Os Estados deverão prestar informação e notificar previamente
de modo oportuno outros Estados que possam ser afetados pelas atividades
passíveis de provocarem significativos impactos ambientais nocivos transfronteiriços,
e deverão também realizar consultas em datas acertadas com esses Estados.
PRINCÍPIO N.º 20 – As mulheres desempenharão um papel fundamental na gestão
e do desenvolvimento ambientais. Sua participação plena é, portanto essencial para
se alcançar o desenvolvimento sustentável.
PRINCÍPIO N.º 21 – A criatividade, os ideais e os valores da juventude de todo o
mundo devem ser mobilizados para construir uma aliança global que vise ao
desenvolvimento sustentável e assegure um futuro melhor para todos.
PRINCÍPIO N.º 22 – Os povos indígenas e suas comunidades, bem como outras
comunidades locais, desempenham um papel fundamental na gestão e no
desenvolvimento do meio ambiente, em função de seus conhecimentos e suas
práticas tradicionais. Os Estados devem reconhecer e dar apoio devido a sua
identidade, cultura e interesses, e assegurar sua participação efetiva no processo de
busca do desenvolvimento sustentável.
PRINCÍPIO N.º 23 – Devem ser protegidos o meio ambiente e os recursos naturais
dos povos dominados, submetidos à ocupação e à opressão.
PRINCÍPIO N.º 24 – A guerra é inerentemente inimiga do desenvolvimento
sustentável. Assim, os Estados deverão respeitar o direito internacional,
promovendo proteção ao meio ambiente em períodos de conflitos armados e
cooperar para o seu desenvolvimento no futuro, caso necessário.
PRINCÍPIO N.º 25 – A paz, o desenvolvimento e a proteção ao meio ambiente são
interdependentes e inseparáveis.
PRINCÍPIO N.º 26 – Os Estados devem resolver todas as suas controvérsias
ambientais por meios pacíficos e em conformidade com a Carta das Nações Unidas.
PRINCÍPIO N.º 27 – Os Estados e os povos devem cooperar com boa fé e espírito
de solidariedade na aplicação dos princípios consagrados nesta Declaração e no
desenvolvimento posterior do direito internacional relativo ao desenvolvimento
sustentável.
ANEXO B – Macrofluxo de Processos
Estabelecimento da Política, Objetivos,
Metas e Indicadores do SGI.
Provisão de Recursos
Orientaçãopara
atendimentodos requisitos dos clientes,
regulamentares e estutários
Análise Crítica do
SGI
Clientes
Requisitos
dos Clientes
Satisfação de clientes e reclamação de clientes, conformidades e não conformidades de processos e produtos, fornecedores
ANÁLISE DE DADOS
PROCESSOS DE MEDIÇÃO E MONITORAMENTO Controle de Serviço
Não Conforme
Medição e Monitoramento de Processo
Medição da
Satisfação do Cliente
Medição do Monitoramento
do Produto
Auditoria Interna e Externa
PROCESSOS DE APOIO
AQUISIÇÃO(Compras)
RECURSOS HUMANOS
SAÚDE, SEGURANÇA E
MEIO AMBIENTE
MANUTENÇÃOTECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO
Clientes
SERVIÇOS- Transporte rodoviário;- Distribuição de cargas fechadas e fracionadas;- Armazenagem.
Ações corretivas, preventivas e oportunidades de melhorias
OPERACIONALLicenciamento
de Veiculos
PROCESSOS DE REALIZAÇÃO DE SERVIÇOS
Vendas
Gestão de Contrato de Clientes
Planejamento, Programação e Controle de Cargas
Escala de Motoristas da frota propria para viagem
Tráfego
Manuseio e Armazenamento de Cargas
Ocorrências
Atendimento a Emergencia
Calibração de Instrumentos
Coleta de Residuos
Óleo Diesel
Pneus
Rastreador
Segurança Patrimonial
Seguro de Carga
Seguro de Frota
Semi Reboques
Veiculos
FORNECEDORES DE PRODUTOS E SERVIÇOS CRÍTICOS
FORNECEDORES DE PRODUTOS E SERVIÇOS NÃO CRÍTICOS
PROCESSO DE GESTÃO
COMITÊ DE GESTÃO INTEGRADA
MELHORIAS
CONTROLE DE DOCUMENTOS E REGISTROS
Agregados
Rastreamento
MACROFLUXO DE PROCESSOS
ANEXO C – PP.ADM.17 – Coleta, Separação e Destinação de Resíduos
PADRÃO DE PROCESSO Código PP.ADM.17
Titulo: COLETA, SEPARAÇÃO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS.
Rev. 00
Data 16/06/05
1. OBJETIVO
Estabelecer uma sistemática para coleta, separação e destinação de resíduos.
2. CAMPO APLICAÇÃO
Todos os setores da empresa
3. DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
Resolução CONAMA 275 de 25/04/2001
4. DEFINIÇÕES
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente; RESÍDUOS - Resultado das sobras de atividades industriais, domésticas e de serviços de limpeza em geral.
5. REQUISITOS DE SÁUDE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE.
Saúde e segurança - Coleta e separação de lixo doméstico: usar Luva PVC ou látex, máscara descartável. Varrição: Mascara descartável. Meio Ambiente - Descrito neste procedimento
6. DESCRIÇÃO DO PROCESSO
6.1 ENTRADAS DO PROCESSO
Fornecedor O que fornece Características da Qualidade
1. Todos os Setores da Empresa
1.1 Resíduos em geral Resíduos dispostos em caixas de coleta seletiva, caso haja possibilidade.
6.2 PROCESSAMENTO (o que o setor agrega)
Atividades Tarefa Responsável Registro
1. Identificar resíduos gerados.
1.1 A cada nova atividade que gere resíduos e ou novos tipos de resíduos gerados nas atividades já existentes comunicar ao setor de segurança de trabalho.
Gerente de Área Encarregado de Serviços Gerais
-
2. Planejar coleta, separação e destinação de resíduos.
2.1 Definindo forma de coleta, separação e destinação, preenchendo o formulário de controle de resíduos no formulário FM.ADM.10 ANEXO 01.
Técnico de Segurança
Controle de Resíduos
FM.ADM.10
3. Realizar coleta, separação e destinação interna de resíduos.
3.1 Coletando, separando e destinando resíduos conforme controle de resíduos no formulário FM.ADM.10 ANEXO 01.
Auxiliar de Serviços Gerais -
CÓPIA NÃO CONTROLADA Página 1/4
Atividades Tarefa Responsável Registro
3.2 Verificando diariamente se a coleta, separação e destinação estão sendo realizadas conforme o planejado.
Encarregado de serviços gerais -
4. Realizar destinação externa.
4.1 Destinando conforme descrito no formulário controle de resíduos FM.ADM.10 ANEXO 01.
Técnico de Segurança
Controle de Resíduos
5. Inspecionar coleta.
5.1 Verificando diariamente se a coleta, separação e destinação, estão sendo realizadas conforme o planejado.
Encarregado de serviços Gerais -
6. Realizar ações corretivas.
6.1 A cada mudança na legislação ou procedimento em desacordo com o planejado. 6.2 Estabelecer medidas de correção e registrar as correções realizadas no formulário de controle de resíduos FM.ADM.10 ANEXO 01.
Técnico de Segurança
Controle de Resíduos
FM.ADM.10
7. Arquivar documentos
7.1 Arquivando certificados e documentos gerados provenientes no processo de destinação de resíduos.
Técnico de Segurança -
6.4 Recursos Necessários: Pá, enxada, vassouras, empilhadeira, tambores de 200 l, caixas de coleta seletiva. Varredoura automática.
6.5 CONTROLE DE PROCESSO - Conforme Sistema de Indicadores do SGI, quando aplicável.
6.6 SAÍDAS DO PROCESSO
Saída (produto do processo) Cliente Características da Qualidade
Resíduos, coletados, separados e destinados Todos os setores da empresa
Resíduos coletados, separados e destinados corretamente, conforme legislação.
Aprovado DRAITON BOLDRINI
Cargo GERENTE ADMINISTRATIVO
Visto Data 16/06/2005
CÓPIA NÃO CONTROLADA Página 3/4
ANEXO 01 – Controle de Resíduos
Código FM.ADM.10
CONTROLE DE RESÍDUOS
Rev. 00
Data 16/06/05
Resíduo Atividade Geradora Forma de Coleta / Separação
Destinação Intermediária (na
Belmok) Freqüência Destinação Final
(Externa) Freqüência Padrão Documentos gerados
Papel, Plástico Varrição geral, atividades no
armazém.
Pré-separação em tambores de coleta
seletiva
Galpão destinado a Papel/Plástico (Azul/Vermelho)
Todos os dias Destinado à reciclagem
Sempre que o galpão estiver com
capacidade próxima a se esgotar.
Solicitar coleta dos depósitos de
reciclagem Nota Fiscal
Carcaça de Pneus
Atividades na borracharia
Separando os pneus sem condições de utilização
Área coberta destinada a resíduos de
borracha
A cada descarte de pneu
Destinado à empresa
credenciada para coleta de resíduos
de borracha
1 vez por mês Solicitar coletas
da empresa credenciada
Certificado de destinação
final.
Sucatas Metálicas
Manutenção elétrica e mecânica.
Pré separação em tambores de coleta
seletiva
Caçamba articulável
destinada a sucatas
Todos os dias, sempre que ocorre
manutenção.
Vendido para empresa
compradora de sucatas metálicas
Sempre que caçamba estiver com
sua capacidade próxima a se esgotar.
Solicitar coleta da empresa
responsável Nota Fiscal
Estopas usadas Manutenção em geral Pré separação em tambores de coleta
seletiva
Galpão destinado a resíduos
contaminados (Cinza)
Todos os dias Vitória Ambiental
Quando o galpão estiver com o volume aproximado de 4m³ ou quando o galpão
estiver com capacidade próxima
a se esgotar
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado de destinação
final
Filtros e embalagens
contaminadas com óleo
Troca de óleo e lubrificação
Acondicionadas em tambores de 200 litros
Galpão destinado a resíduos
contaminados (Cinza)
Sempre que ocorrem troca de óleo e lubrificação de
veículos
Vitória Ambiental Quando o galpão
estiver com o volume aproximado de 4m³.
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado de destinação
final
CÓPIA NÃO CONTROLADA Página 3/4
Lama e areia contaminadas
com graxa e óleo
Limpeza da caixa separadora de óleo Conforme PO.ADM.04
Galpão destinado a resíduos
contaminados (Cinza) exclusivo
para Lama
Uma vez por semana (quarta feira) Vitória Ambiental
Sempre que Galpão com capacidade
próxima a se esgotar. (média de 45 dias)
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado de destinação
final
Equipamento de informática
contaminado.
Manutenção em equipamentos de
informática.
Pré separação em sacolas plásticas
Galpão destinado
a resíduos contaminados não recicláveis
(cinza)
Sempre que ocorrer manutenção de
Informática com troca de peças
Vitória Ambiental
Sempre que Galpão com Capacidade
próxima a se esgotar (média de 45 dias)
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado destinação ambiental
Carcaça de Baterias Manutenção elétrica
A cada unidade a ser descartada, levar
diretamente para o galpão destinado a resíduos perigosos.
Galpão destinado a resíduos
perigos (Laranja)
Sempre que ocorrer o descarte de
baterias
Empresa devidamente licenciada e
credenciada pela fabrica a fazer recolhimento
Sempre que o galpão estiver com
capacidade próxima a se esgotada.
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado de destinação
final
Resíduos sanitários,
orgânicos e de escritório não recicláveis.
Serviços de limpeza em geral
Pré –separação em sacolas plásticas
Sacolas plástica e bombonas de 200
litros Todos os dias Aterro sanitário 01 vez por semana
Carregar caminhão e
encaminha para o aterro sanitário mais próximo.
Não há.
Óleo lubrificante usado
Troca de óleo e lubrificação Caixa separadora de óleo
Bombonas própria da Lwart
1000 litros
Sempre que a caixa separadora de óleo
estiver completa
Empresa credenciada 45 EM 45 DIAS
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado de Destinação
Final Vidro ( Pára-brisa
de Cavalo mecânico e
outros).
Manutenção mecânica. Na ocasião de trocas de para-brisa
Área galpão destinado a
vidros (verde)
Sempre na troca de troca Para Brisa Mafix –SP
Sempre que Galpão estive com
capacidade próxima a se esgotar
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado de Destinação
Final
Água do chuveiro de emergência
Uso do chuveiro de emergência
Caixa de contenção de 300 litros, acondicionada
sob o chuveiro
Caixa de contenção de 300
litros
Sempre quando cheia a caixa Vitória Ambiental
Quando tiver quantidade suficiente que justifique a coleta
Solicitar coleta da empresa
responsável
Certificado de Destinação
Final
CÓPIA NÃO CONTROLADA Página 4/4