GESTÃO DEMOCRÁTICA E A NORMATIZAÇÃO PEDAGÓGICA...
Transcript of GESTÃO DEMOCRÁTICA E A NORMATIZAÇÃO PEDAGÓGICA...
GESTÃO DEMOCRÁTICA E A NORMATIZAÇÃO PEDAGÓGICA DA
POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA
Soraia Michelli Bispo da Silva¹
RESUMO
O presente ensaio procura analisar as relações entre a política de gestão democrática e a
normatização pedagógica que busca qualidade na Educação Básica utilizando como um dos
instrumentos os Parâmetros Curriculares Nacionais, ressaltando e investigando sua
intencionalidade nas dimensões: administrativas, financeiras e educacionais / pedagógicas ,bem
como as novas configurações do conceito de qualidade da educação, de gestão democrática e
da política de avaliação nacional, conhecendo assim, o contexto político, econômico, histórico
e social em que foram elaborados. Apresenta ainda, reflexões sobre o tema da qualidade da
Educação Básica analisando documentos legais que fomenta as políticas educacionais em busca
de identidade política e pedagógica e analisando se esta política está sendo materializada e
institucionalizadas nas escolas.
Palavras – chave: Gestão democrática – políticas educacionais – Educação Básica –
normatização pedagógica
ABSTRACT
This essay aims to analyze the relationship between the policy of democratic management and
pedagogical norms that seeks quality in basic education as one of the instruments using the
National Curriculum Parameters, highlighting and investigating its intentionality in
dimensions: administrative, financial and educational / pedagogical and how the new settings
of the concept of quality of education, democratic management and national assessment policy,
knowing well the political, economic, historical and social context in which they were drafted.
Also presents reflections on the theme of quality of Basic Education analyzing legal documents
that fosters educational policies in search of political and pedagogical identity and analyzing
whether this policy is being materialized and institutionalized in schools.
Keyword: Democratic management - education policies - Basic Education - educational
standardization
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a educação brasileira vem passando por diversas mudanças estruturais e
funcionais principalmente no que se refere ao acesso, à permanência e à busca de qualidade.
Nesse sentido houve crescimento nas iniciativas governamentais por meio de políticas públicas
aplicadas à educação pública nos níveis federal, estadual e municipal de ensino para suprir as
demandas educacionais advindas dos novos paradigmas, mas nessa nova conjuntura
educacional uma escola de qualidade se apresenta como um complexo e grande desafio para a
gestão.
Diante das questões apresentadas o presente estudo pretende analisar a relação entre a política
de gestão democrática e a normatização pedagógica: Parâmetros Curriculares Nacionais como
um dos instrumentos da política educacional brasileira. E para se conseguir uma escola de
qualidade é preciso buscar uma política de ensino pautada em uma gestão democrática
assegurada no projeto político pedagógico da escola e embasada em leis e diretrizes que
norteiam a educação, como também, analisar a relação que a gestão escolar tem com as políticas
de avaliação nacional, ou seja, observar a intencionalidade dos seus componentes.
Portanto, objetivando contribuir para a construção de referências analíticas para a qualidade da
educação, o presente texto delineia um perfil de gestor educacional que busca a democratização
da escola utilizando as bases legais para contemplar as novas demandas políticas, históricas e
sociais em prol de uma educação de qualidade.
Gestão Escolar: desafios e perspectivas
A Escola é uma organização que sempre precisou mostrar resultados: o aprendizado
biopsicossocial do aluno. Porém, esses resultados nem sempre são positivos. Para direcionar o
foco do trabalho educacional e alcançar as metas estabelecidas sempre foi necessária a presença
de gestores que atuassem como líderes, capazes de programar ações direcionadas para elevar o
padrão de qualidade do ensino-aprendizagem do aluno, transformando o âmbito educacional
em ambiente de circulação do saber.
A Equipe Gestora Escolar tem como dimensão e enfoque de atuação: mobilizar, organizar e
articular condições materiais e humanas, com o objetivo de garantir o avanço dos processos
socioeducacionais, priorizando o conhecimento e as relações internas e externas da escola.
A atuação de líderes na Gestão Escolar é importante para conduzir processos eficientes e bem-
sucedidos, visando uma Escola Democrática e uma educação para todos.
Uma vez tomada, trata-se as decisões coletivamente, participativamente é preciso pô-
las em práticas. Para isso, a escola deve estar bem coordenada e administrada. Não se
quer dizer com isso que o sucesso da escola reside unicamente na pessoa do gestor ou
em uma estrutura administrativa autocrática na qual ele centraliza todas as decisões.
Ao contrário, trata-se de entender o papel do gestor como líder cooperativo, o de
alguém que consegue aglutinar as aspirações, os desejos, as expectativas da
comunidade escolar e articular a adesão e a participação de todos os segmentos da
escola na gestão em um projeto comum. O diretor não pode ater-se apenas às questões
administrativas. Como dirigente, cabe-lhe ter uma visão de conjunto e uma atuação
que apreenda a escola em seus aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros e
culturais. (LIBÂNEO, 2005,p.332)
É nesta proposta de Gestão Escolar citada por (LIBÂNIO,2005) que as políticas democráticas
de educação é uma reivindicação antiga dos educadores em prol de uma educação que:
(...) “busque a humanização e assegure a aprendizagem. Uma escola que veja o
estudante em seu desenvolvimento biopsicossocial, que considere seus interesses e de
seus pais, suas necessidades, potencialidades, seus conhecimentos e sua cultura. Desse
modo, comprometemo-nos com a construção de um projeto social que não somente
ofereça informações, mas que, de fato, construa conhecimentos, elabore conceitos e
possibilite a todos o aprender, descaracterizando, finalmente, os lugares perpetuados
na educação brasileira de êxito de uns e fracasso de muitos”.(MEC/SEB, 2008, p. 7)
Assim, a democratização da gestão da educação, já faz parte de discussões e debates
pedagógicos, tanto no setor público quanto no setor privado. Ela é algo intrínseco à educação
de qualidade. Esta democracia precisa está presente nas relações cotidianas, e em especial, na
relação pedagógica, como também estabelecida em documentos oficiais que norteiam a prática
pedagógica.
Diante disso, as deficiências existentes na gestão escolar acabam contribuindo para ineficácia
da ação pedagógica fazendo com que sua função de equalizadora não seja alcançada. Questões
como estas precisam ser discutidas no coletivo da escola, ou seja, tem que se ter uma visão de
escola como espaço democrático e ir além do espaço físico da escola, é uma discussão ampla
que envolve os sistemas de ensino em uma política educacional.
Uma gestão democrática requer muito esforço de seus membros, pois segundo LUCKE (1999),
o êxito de uma organização depende da ação construtiva de seus componentes, pelo trabalho
associado. Enfatizando a importância da coletividade da gestão democrática escolar, HORA
assim expressa:
A possibilidade de uma ação administrativa na perspectiva de construção coletiva
exige a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo,
o que resultará na democratização das relações que se desenvolvem na escola,
contribuindo para o aperfeiçoamento administrativo-pedagógico (HORA, 2007, p.
49).
Essa educação que todos almejam é sistematizada no Projeto Político Pedagógico da Escola,
documento norteador da prática democrática que envolve todos os segmentos da escola em uma
ação coletiva e participativa objetivando a relação ensino - aprendizagem. Diversos
instrumentos normativos ressaltam a importância deste documento. A Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96) pontua em seu artigo 14 as normas da gestão
democrática pautada no Projeto Político Pedagógico da Escola.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes
É nesta perspectiva que o projeto político pedagógico da escola busca engajar os seus pares em
uma ação coletiva objetivando criar condições que auxiliem os discentes a enfrentar as novas
demandas advindas do mundo globalizado, atuando como cidadão participativo, reflexivo e
capaz de exercer sua cidadania plena.
Para acompanhar as mudanças advindas da globalização fica claro a necessidade do gestor
repensar seu papel, agora como líder de ações coletivas. E nesta perspectiva de gestão Hora
ressalta:
Por meio da modalidade de administração participativa, ocorre à extinção do
autoritarismo centralizado, a eliminação da diferença entre dirigentes e dirigidos, a
participação efetiva dos diferentes segmentos na tomada de decisões, alcançando-se
assim o fortalecimento do líder da escola em relação ás normas .
Porém, Saviani ressalta o fracasso das reformas escolares, tornando cada vez mais evidente o
papel que a escola desempenha: reproduzir a sociedade de classes e reforçar o modo de
produção capitalista. E o gestor direta ou indiretamente participa desse processo reproduzindo
desigualdades.
Diante desta realidade, faz-se uma pergunta: é possível transformar a estrutura social vigente,
construir uma escola justa e igualitária, principalmente para aqueles que vivem a margem da
sociedade? Saviani nos dá uma visão sobre esta problemática:
A escola é determinada socialmente; a sociedade em que vivemos, fundada no modo
de produção capitalista, é dividida em classes com interesses opostos; portanto, a
escola sofre a determinação do conflito de interesses que caracteriza a
sociedade.(SAVIANI,2012,p.140)
Parece-nos então que a marginalização do indivíduo faz parte da estrutura social em que a
escola está inserida, e para uma tranformação desta escola cabe a gestão escolar ter consciencia
do seu poder de liderança, fazendo com que os envolvidos no processo educacional busquem
transformação, utilizando ação/reflexão e assumindo um compromisso com a educação,
tornando-se sujeito de sua prática e tentando transformar a sociedade por meio da educação.
Democracia além da escola
Muito tem se falado em democracia na escola, porém quando se discuti essas questões é
necessário ir além do ambiente escolar. Essa é uma questão de política educacional. E sobre
essa pespectiva Saviani (2012,p.13) ressalta:
de como ,quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos
democrática foi a escola ;e de como:quando menos se falou em democracia ,mais a
escola esteve articulada com a construção de uma ordem democrática.
Para melhor entendimento dessas questões faz-se necessário um breve histórico buscando a
concepção de homem na sociedade e qual seu papel nos momentos históricos citados. Na
sociedade grega o homem era um ser livre. Escravos não eram humanos, então não eram livres.
Na idade média, eles acreditavam na criação divina e o ser humano já nascia predeterminado
àquela situação de vida. Durante a época moderna, momento de ascensão da classe burguesa, a
nobreza e o clero dominavam a sociedade. De acordo com Saviani (2012, p.38) “toda postura
revolucionária é uma postura essencialmente histórica, é uma postura que se coloca na direção
do desenvolvimento da história”.
Postura contraditória quando se fala em democracia, pois o desenvolvimento da história muitas
vezes favorece apenas um grupo da sociedade, a burguesia, e quando seus interesses estão
ameaçados a classe dominante chega até a negar a história, enaltecendo mais uma vez a
discriminação social e por consequência marginalizando a população. A partir daí surgem
várias indagações das camadas populares: que democracia é esta que legitima as desigualdades?
Em que espaço encontraremos essa democracia?
Segundo Saviani (2012, p.40) “ a escola era proposta como condição para a consolidação da
ordem democrática e o cidadão só estaria consolidando a democracia, quando participasse do
processo político”.Porém esse processo está além das políticas públicas centralizadas no poder
do Estado. O processo polícito do cidadão participativo deve utrapassar as barreiras de :
“Uma educação estabelecida e controlada pelo Estado deveria apenas existir,se existe
de qualquer modo,como uma entre muitas experiencias competitivas ,exercida com o
propósito de exemplo e estímulo para manter os outros em um determinado padrão de
excelência.”(MILL,200,p.146)
A equipe gestora em uma escola é fundamental para mediar o trabalho de forma democrática,
buscando esse padrão de excelência, implantando as políticas públicas determinadas pelo
sistema de Educação do Estado.
As políticas educacionais têm três dimensões: administrativa, financeira e
educacional/pedagógica, dimensões essas que o gestor escolar deve compreender a sua
intencionalidade, observando o contexto político, social, econômico e histórico em que foram
elaborados para tornar o espaço escolar em um local realmente democrático. As principais
políticas públicas educacionais de âmbito nacional que rege a educação do Brasil segundo
SANTOS (2012) são:
As políticas publicas instituintes: dão formas ao Estado e ao regime político,que tem
como exemplo a Constituição Federal.Como também as políticas publicas
regulatórias que definem as regras do jogo político.Estas assumem a forma de leis e
decretos.Exemplo a Lei de Diretrizes e Bases da educação
Nacional.(SANTOS,2012.p.07)
São essas políticas que definirão o tipo de ações desenvolvidas em uma sociedade, e na
instituição escolar se consolida através de diretrizes e regras formuladas. São elas, que regulam
as maneiras como os indivíduos ou grupos, tem acesso aos recursos, poderes ou direitos na área
de Educação.
Avaliação e a Normatização Pedagógica dos Parâmetros Curriculares Nacionais
A LDB (Lei Nº9394 / 96) parte da premissa de que a avaliação é um importante elemento das
políticas regulatórias (leis e diretrizes) aplicadas à educação. São essas políticas que “ditam as
regras do jogo político”. Por isso desenvolveu-se um sistema nacional de avaliação, compondo
moldes estruturais que organizam de modo externo o cotidiano de sistemas e instituições de
ensino em diversos níveis. Esse é um papel de avaliador externo cumprido à risca pelo MEC
desde 1990. (Santos, 2012, p.73).
Surge assim, uma avaliação focada nos mecanismos de controle de qualidade da educação. Este
modelo de avaliação se preocupa como ocorre o processo ensino-aprendizagem, o importante
é verificar como acontece este processo intervindo quando necessário. E este controle se dá por
meio dos resultados obtidos no sistema nacional de avaliação educacional, resultados esses, que
compõem sínteses relativamente precisas acerca da situação educacional brasileira. Tentando
assim, direcionar o trabalho dos profissionais de educação para alcançar uma Educação Básica
de qualidade; educação esta, norteada por (Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para
Educação Básica -MEC/2010)
Art. 6º Na Educação Básica é necessário considerar as dimensões do educar e do
cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar para a função social desse nível
da educação, a sua centralidade que é o educando, pessoa em formação na sua
essência humana.
Diante deste mecanismo de controle de qualidade da educação a gestão escolar deve favorecer
este processo, criando objetivos, elaborando ações para alcançar as metas estabelecidas através
dos índices de avaliações. Pois é estes índices têm como objetivo oferecer a população educação
de qualidade, democratizando o acesso e permanência destes na escola produzindo avaliações
que garanta condições de participação e aprendizagem.
No entanto as avaliações externas, como as internas são elementos imprescindíveis para
direcionar o trabalho pedagógico da escola, pois através deste critério avaliativo é possível
encontrar os elementos que precisam ser corrigidos, modificados ou superados. Como também,
descobrir as inovações e as práticas bem sucedidas.
Estas políticas educacionais estão respaldadas também em documentos internacionais que
pontua igualdade de direitos, o direito a instrução, o direito de acesso e permanência aos alunos
com necessidades educacionais especiais, entre outros. Sobre essa perspectiva de educação para
todos, a conferência de JOMTIEN(1990) traz uma questão muito importante para a escola que
justifica a necessidade de ser utilizado esses mecanismos de avaliação nacional. Neste contexto
de controle e regulamentação da dimensão pedagógica, surge os Parâmetros Curriculares
Nacionais, elemento normativo com base na premissa legal de que o Estado deve estabelecer
‘currículos mínimos’’ para a educação nacional em seus diversos níveis. E para compreender a
estrutura e os impactos políticos - teóricos dentro desse contexto de gestão democrática, faz-se
necessário um breve histórico desse elemento de normatização. Elemento este que:
Na sociedade democrática ,ao contrário do que ocorre nos regimes autoritários ,o
processo educacional não pode ser instrumento para a imposição,por parte do
governo,de um projeto de sociedade e de nação.Tal projeto deve resultar do próprio
processo democrático,nas suas dimensões mais amplas,envolvendo a contraposição
de diferentes interesses e a negociação política necessária para encontrar soluções para
os conflitos sociais.PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS/MEC, 1997.
Na década de 1980, a educação no Brasil era voltada para ideia de transmissão de conteúdos.
O currículo era voltado para o professor que dominava os conteúdos estruturados e organizados
baseados em uma grade curricular. Porém essa grade se mostrava fragmentação do ensino, sem
significado para o alunado, que não encontrava funcionalidade no que aprendeu. Na década de
1990, a educação começa a pensar a relação entre o saber disciplinar e o saber escolar. Em
1996, os Parâmetros Curriculares Nacionais surgiram para auxiliar o educador na atividade de
reflexão e discussão de aspectos do cotidiano da prática pedagógica.
Uma gestão escolar que observa esta prática pedagógica, dando subsídios para que os PCN’s
(1997) sejam utilizados em sala, sabe que :
A importância dada aos conteúdos revela um compromisso da instituição escolar em
garantir o acesso aos saberes elaborados socialmente, pois estes se constituem como
instrumentos para o desenvolvimento, a socialização,o exercício da cidadania
democrática e a atuação no sentido de refurtar ou reformular as deformações dos
conhecimentos,as imposições de crenças dogmáticas e a petrificação de valores.
Desse modo, este documento norteador da prática pedagógica é mais uma política educacional
que fortalece o princípio de gestão democrática, sua contribuição está sendo significativa na
organização dos sistemas de ensino e consequentemente refletindo na escola, promovendo um
ambiente de discussões, de participação da sociedade, estimulando nos educando uma
consciência crítica e reflexiva.
METODOLOGIA
A metodologia proposta para construção deste artigo foi baseada em instrumentos de coleta,
com pesquisa documental e abordagem de análise de conteúdos temáticos, objetivando analisar
as políticas de gestão democrática e sua relação com a normatização pedagógica que busca
qualidade na Educação Básica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O novo cenário de construção das políticas públicas de educação é complexo e configura-se
atividade desafiadora a ser construída no espaço democrático da escola, tendo em vista o
acompanhamento das novas demandas advindas da nova conjuntura educacional. Este cenário
busca uma gestão escolar que articule as dimensões administrativas, financeiras e
educacional/pedagógica visando um processo contínuo que contemple as necessidades da
escola.
Assim, a avaliação nacional surge como um mecanismo de controle de qualidade do ensino
sistematizado, sendo respaldada em leis e diretrizes que regem a educação brasileira. Com este
acompanhamento, a gestão escolar cria ações para alcançar as metas estabelecidas nos planos
externos que pontuam índices a serem alcançados pela instituição escolar.
Neste contexto, o processo avaliativo constitui uma atitude crítica e democrática, estando em
consonância com o projeto Político Pedagógico da escola ,acompanhado pelo Conselho escolar
,com as bases legais que norteiam o trabalho pedagógico.Um instrumento que direciona este
saber pedagógico são os Parâmetros Curriculares Nacionais ,estes são referenciais para a
renovação e reelaboração da proposta curricular ,que vem reforçar a importância de que cada
escola formule seu projeto educacional.
Em contrapartida, destacamos a importância dos processos de avaliação nacional desenvolvidos
além do muro da escola, analisando os indicadores educacionais em um contexto mais amplo
para consolidar as políticas públicas, porém os resultados da avaliação devem ser vistos como
indicadores para análise do papel e da função desempenhados pelas instâncias educacionais na
construção de uma educação de qualidade para toda a população e não enfatizar uma educação
que age como um fator reforçador da marginalidade.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência: o dilema da educação.
São Paulo: Loyola, 1999. p. 62-63.
Brasil. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Básica. Resolução 04/2010 - Câmara da Educação Básica. Brasília, 2010.
______ .Constitição(1988).Constituição da República Federativa do Brasil.Brasília
,DF:1988.
______.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, MEC/INEP, 1996.
_______.Parâmetros Curriculares Nacionais.Brasília,MEC/INEP1997.
DELGADO, Evaldo Inácio. Políticas Educacionais em Crise e a Prática Docente. Canoas,
Ed. ULBRA, 2005.
HORA, Dinar Leal da. Gestão Democrática na Escola: artes e ofícios da participação
coletiva. 14ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2007.
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar, políticas, estruturas e organização. 2ª ed. São Paulo:
Cortez,2005.
LUCK,Heloísa.Gestão Educacional-Uma questão paradigmática.120 p.Ed.V PARO,Vitor
Henrique .Gestão Escolar,democracia e qualidade de ensino.São Paulo:Ática,2007.
_______.Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicação quanto a Formação de seus
Gestores. Artigo da publicação em aberto n. 72. Brasília: INEP, fev/jun 2000.
RIBEIRO, Arilda Inês Miranda. Formação do Gestor Educacional. São Paulo: Arte e Ciência,
2005.
SANTOS, Plabo Silva Machado Bispo dos Santos.Guia prático da política educacional no
Brasil: ações, planos, programas e impactos.São Paulo: Cengage Learning, 2012.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia.42ª edição, Autores Associados.São Paulo, 2012.
UNESCO. Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
(CORDE). Declaração de Salamanca de princípios, política e prática para as necessidades
educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.
________. Declaração mundial sobre educação para todos. Plano de ação para satisfazer as
necessidades básicas de aprendizagem.Tailândia, 1990.
VEIGA, Ilma Passos Alencar. Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção
coletiva. Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas – SP.
Editora Papirus. 1998.