Gestão e organização do Treinamento do Goleiro.

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MARÇO Goleiro © Artigo publicdado em www.futbol-tactico.com 125 No seguinte artigo trato de dar uma maior importância, sentido e rigor a figura do treinador de goleiros, considerando de vital importância dentro do organograma esportivo de um clube, para isso doto ao leitor de ferramentas suficientes para planificar uma temporada desde o ponto de vista das necessidades reais do goleiro evitando cair assim em erros comuns como uma planificação de trabalho improvisado, trabalhos sobre situações estandardizadas, de escassa variabilidade, baseada em um método analítico sem nenhuma carga perceptiva nem decisório e um descontrole da carga de trabalho, volume e intensidade, que em muitos casos afetam o desenvolvimento físico e psicológico do goleiro em formação e que em etapas de aperfeiçoamento não aportam nada ao goleiro nem ao grupo. Por isso tentarei resumir minha metodologia de trabalho desde suas perspectivas claramente diferenciadas, neste primeiro artigo se trata de expor as competências do treinador de goleiros dentro do staff técnico da primeira equipe do clube e das consecuções dos objetivos que afetaram a alcançar o máximo nível de rendimento nos goleiros e sua implicação ao jogo coletivo. E num segundo artigo se centrará na metodologia aplicada à base, onde se trata de formar o goleiro desde um conhecimento real do jogo, tanto em aspectos técnicos como táticos, de uma maneira lúdica, reforçada as capacidades psicomotoras e incidindo a continua toma de decisões. Gestão e organização do treinamento do goleiro Autor: Ernesto Mancebo Fuertes Técnico Especialista em treinamento do goleiro de futebol (RFEF). Fotos: Shutterstock.com N

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No seguinte artigo trato de dar uma maior importância, sentido e rigor a figura do treinador de goleiros, considerando de vital importância dentro do organograma esportivo de um clube, para isso doto ao leitor de ferramentas suficientes para planificar uma temporada desde o ponto de vista das necessidades reais do goleiro evitando cair assim em erros comuns como uma planificação de trabalho improvisado, trabalhos sobre situações estandardizadas, de escassa variabilidade, baseada em um método analítico sem nenhuma carga perceptiva nem decisório e um descontrole da carga de trabalho, volume e intensidade, que em muitos casos afetam o desenvolvimento físico e psicológico do goleiro em formação e que em etapas de aperfeiçoamento não aportam nada ao goleiro nem ao grupo. www.futbol-tactico.com/pt

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No seguinte artigo trato de dar uma maior importância, sentido e rigor a figura do treinador de goleiros, considerando de vital importância dentro do organograma esportivo de um clube, para isso doto ao leitor de ferramentas suficientes para planificar uma temporada desde o ponto de vista das necessidades reais do goleiro evitando cair assim

em erros comuns como uma planificação de trabalho improvisado, trabalhos sobre situações estandardizadas, de escassa variabilidade, baseada em um método analítico sem nenhuma carga perceptiva nem decisório e um descontrole da carga de trabalho, volume e intensidade, que em muitos casos afetam o desenvolvimento físico e psicológico do goleiro em formação e que em etapas de aperfeiçoamento não aportam nada ao goleiro nem ao grupo.

Por isso tentarei resumir minha metodologia de trabalho desde suas perspectivas claramente diferenciadas, neste primeiro artigo se trata de expor as competências do treinador de goleiros dentro do staff técnico da primeira equipe do clube e das consecuções dos objetivos que afetaram a alcançar o máximo nível de rendimento nos goleiros e sua implicação ao jogo coletivo.

E num segundo artigo se centrará na metodologia aplicada à base, onde se trata de formar o goleiro desde um conhecimento real do jogo, tanto em aspectos técnicos como táticos, de uma maneira lúdica, reforçada as capacidades psicomotoras e incidindo a continua toma de decisões.

Gestão e organização do treinamento do goleiro

Autor: Ernesto Mancebo Fuertes• Técnico Especialista em treinamento do goleiro de futebol (RFEF).

Fotos: Shutterstock.com

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Programação:Nosso roteiro principal deve ser a programação da temporada, resumindo este apartado em três grandes grupos poderemos diferenciar entre:

Período transitório: Este período é o que procede a fase de competição, o objetivo principal é a recuperação física e mental do esportista, geralmente não deve exceder de 5 semanas.

Período preparatório: É o período onde criaremos as bases para alcançar uns níveis ótimos durante toda a competição,

neste período se adquire sentido, trabalhar os aspectos

mais aeróbicos dentro da preparação física do goleiro

que ainda que não seja um fator determinante para o rendimento dentro da competição sim o é para que o goleiro possa alcançar os níveis de exigências dentro do treinamento e ao longo da

temporada.

Período competitivo: Durante este período o principal objetivo

é aperfeiçoar as habilidades do goleiro para lograr o máximo nível na competição, é fundamental a

organização dentro desse período para lograr que o goleiro chegue às

condições físicas e psicológicas mais ótimas à competição.

Por isso, o treinador de goleiros deve conhecer e valorizar todos os fatores que

possam influenciar no goleiro e variar o grau de exigências dependendo dessa

leitura.

PLANIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO NA ETAPA

DE ESPECIALIZAÇÃO.

Microciclos: Existe uma possibilidade de agrupar os microciclos, desde um ponto de vista genérico, dentro da temporada, pelo que poderíamos falar de intercalar dois microciclos sustém com uma de carga durante a pré-temporada e duas cargas com um sustém durante a temporada.

Nos Microciclos de carga ou impacto o goleiro vai trabalhar sobre cargas máximas, com alguma acumulação de fadiga e sem a recuperação total entre uma sessão e outra, tudo isso sem esgotar as reservas de adaptação logradas no período

preparatório. Enquanto aos Microciclos de sustém o nível de carga e dificuldade será media, com uma intensidade moderada, buscando a recuperação e adaptação do trabalho de impacto.

A intenção de incluir microciclos de sustém durante a pré-temporada não é outra que criar as bases para obter a forma, enquanto que incluir sistematicamente microciclos de carga durante a competição nos permitira aperfeiçoar durante toda a competição o estado de forma alcançando.Tudo isso, com a premissa de evitar que o goleiro veja diminuídas suas condições na competição.

Devido a sua reduzida carga competitiva que suporta o goleiro desde o ponto de vista bioenergético, entendendo que não é necessário incluir um microciclo de recuperação como pode ocorrer com o jogador de campo.

Todo este esquema genérico não servirá para elaborar um roteiro de trabalho, sendo a distribuição final realizada conjuntamente com os preparadores físicos, podendo surgir alguma adaptação segundo seus critérios.Cabe destacar a diferença de microciclos dependendo da quantidade de jogos que o goleiro acumulará durante esse período. Uma das ferramentas que nos servirá para recolher de maneira resumida a planificação semanal é o seguinte quadro, onde ademais de datas e numero de microciclo que corresponda faremos referencia ao período onde nós encontramos e ao tipo de microciclo..

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Quantificação do trabalho:

Sessão de treinamento.Uma vez que tenhamos claro o roteiro a seguir passamos ao dia a dia, as sessões de treinamentos.O primeiro que temos que ter é uma ficha onde refletir o trabalho que vamos realizar e que nos sirva para nossa organização.

Existem diversas maneiras de realizá-la a continuação exponho minha ficha de sessão onde nos servirá de roteiro durante a sessão, onde anotaremos qualquer incidência que se produza, assim como a valorização dos próprios goleiros sobre o trabalho realizado, para conhecer- se o plasmado anteriormente a ficha de treinamento corresponde com as sessões que tem o esportista na hora de executar os exercícios planejados, é primordial estas conclusões (feed-back) para conhecer a repercussão real dos exercícios planejados.

MetodologIa:

Um fator determinante é a quantificação do trabalho real, pelo que este quadro e uma ferramenta fundamental para conhecer a verdadeira carga de trabalho que dedicamos a cada fundamento.Devemos contabilizar o tempo empregado em cada aspecto genérico do trabalho do goleiro, com isso conseguiremos ter um controle dos tempos empregados em cada sessão, no seguinte quadro podem-se observar os

tempos empregados em cada aspecto dentro desse microciclo e os acumulados ao longo da temporada, assim como o numero de sessões empregadas e minutos de jogo de cada goleiro.Com esta ferramenta se conhecerá as quantidades reais de trabalho técnico, tático, físico e psicológico (apoio audiovisual) empregados em cada goleiro, assim como o registro dos minutos de cada jogador em competição.

Dentro da metodologia de trabalho pode-se englobar em quatro pilares fundamentais e desenvolver a preparação especifica do goleiro, como são:

• Técnica,

• Tática,

• C. Física

• Psicológica.

Com a intenção de agrupar exercícios em cada ponto é primordial a definição de cada um deles.

A técnica: Segundo T.O Tomba, a técnica esportiva “é o conjunto de procedimentos que mediante sua forma e conteúdo assegura e facilita o movimento”. Ou dito de outra forma, é a melhor maneira de realizar uma ação.

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Por tanto estamos falando, sem dúvida, de um dos principais pilares da formação do goleiro, pelo que segundo isso o fim do nosso trabalho não é outro que tenta alcançar a excelência técnica de nossos goleiros.

A técnica do goleiro depende de uma multidão de fatores, desde o próprio regulamento, a idade, do goleiro, a própria experiência, a condição física, a antropométrica, os materiais, até os agentes externos como o clima ou a superfície do terreno entre outras muitas, que acondicionaram a técnica do goleiro; o treinador devera assimilar que cada goleiro terá sua própria técnica sendo de pouca idade à idônea para a correção.

Enquanto que em formação tem que ter muito em conta que se deverá buscar em cada ação a lógica biomecânica e seguridade em quanto a execução, quando trabalhemos com goleiros que já trazem “vícios” há que interpor a efetividade contra a lógica e tentar mediante trabalho não forçados à correção paulatina desses defeitos técnicos adquiridos.

Desde o meu ponto de vista a maneira mais ótima de trabalhar a técnica é debulhando cada ação, por tanto dentro deste fundamento é muito comum realizar ações analíticas com muito baixa incerteza para poder centrar mais detalhadamente o análise biomecânico do goleiro e uma vez conseguidos objetivos muito concretos empregar maior dificuldade em cada ação.

A tática: se falamos antes que a técnica era o “como fazê-lo” podemos dizer que a tática se define como “o que e para que fazê-lo”, a técnica nos permitira administrar de melhor maneira as realidades e capacidades do jogo.Ao igual que há jogadores de campo com uma excelente capacidade tática que lhe permitem estar no lugar oportuno em cada situação, tanto em possessão da bola como na defesa, também no goleiro será

um fundamento básico na sua formação, pelo que teremos que transmitir que a principal capacidade dentro desse apartado é a de evitar situações comprometidas quando não se está em possessão da bola e ser o primeiro atacante quando se tem a bola, para isso é fundamental criar ações com uma enorme carga perceptiva- decisório desde o conhecimento real de jogo, e incluir o goleiro em treinamentos mistos onde se sinta parte do poder ofensivo da equipe.

A preparación física: pessoalmente tenho um grande respeito e admiração pelos profissionais encarregados da preparação física, sendo eles determinantes na maneira de condicionar este apartado dentro da preparação do goleiro, por isso nosso trabalho tem que ser consensuado com os integrantes do staff técnico encarregados da preparação, física, nosso dever é conhecer todas as demandas reais da competição, determinar todos os aspectos condicionais e elaborar tarefas que se rejam a uma serie de normas:É importante conhecer que não é determinante para o rendimento, mais serve de suporte preventivo, uma boa programação de exercícios condicionais nos permitira ter goleiros com uma estrutura ósseo-

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muscular adequada para seu dia a dia, onde se encontrará com contínuos golpes, caídas, choques...; também teremos que priorizar que o desgaste físico nunca deverá interferir na boa execução técnica- tática.

Os aspectos físicos que o goleiro efetuará durante a competição e por tanto os que devemos extrapolar nos treinamentos são a explosividade, à agilidade, flexibilidade, coordenação, força, velocidade, resistência aeróbico-anaeróbica e impulsão sendo a capacidade estrela a força.

Segundo Seiru-lo, “a força é a capacidade condicional que mediante a atividade muscular, nos permite superar ou contra-restar física e psiquicamente, uma carga especifica de intensidade alta e variável que se manifesta em intervalos curtos de tempo, permitindo manter as necessidades coordenativas que exige o jogo” segundo esta definição se pode considerar a base de todas as demais.

Devemos planejar tarefas onde o goleiro trabalhe a força de deslocamento, a força de impulsão, a força de ataque/lançamento, força de interceptação e força de contato, tarefas que mediante trabalhos pliométricos ( excêntrico- isométrico -concêntrico)Permitira-nos alcançar os objetivos antes descritos.

Pessoalmente junto aos preparadores físicos desenhamos um trabalho diário de academia, onde os goleiros têm uma serie de tarefas especificas e individuais, mediante os aparelhos disponíveis, que efetuaram antes de cada sessão, este trabalho serve como prevenção e como parte do aquecimento inicial de cada sessão.

A psicologIa: todos os que alguma vez temos estado defendendo uma trave coincidimos com o importante que este fundamento dentro do êxito

A intimidade entre o goleiro e o treinador devera existir, momento para que as reflexões entre ambos não transcendam o corpo técnico e influa em decisões errôneas, assim como a coesão dos goleiros com o grupo.Síndrome de burnout,temos que ter muito em conta que dada a amplia exigência físico-mental a que está submetida o goleiro pode chegar a bloquear suas condições, e isso é mais comum do que pode parecer em principio, em muitas ocasiões nas que diminui o rendimento do goleiro notavelmente se costuma atribuir a problemas de âmbito pessoal ou ainda mal estado de forma, mas devemos valorizar a possibilidade de que verdadeiramente nos encontramos ante o síndrome do desgaste profissional. A maneira de combater este problema não é outro que realizar exercícios criativos e diferentes onde existam menos desafios e mais probabilidades de êxito em suas execuções.

A autoconfiança é outro fator determinante, a progressão de dificuldade nas diferentes tarefas planejadas serve para o reforço, tem que ter especial cuidado

nas horas prévias à competição onde o goleiro deve escutar mensagens de confiança mais nunca mentindo, devemos fazer-lhes ver que pode sacar o máximo rendimento ao estado de forma no que verdadeiramente se encontre, e conhecer o verdadeiro pensamento do nosso goleiro que em

ocasiões pode exteriorizar encontrar-se bem mais em seu interior padecer um stress intensivo.

O treinador de goleiro deve administrar os níveis emocionais do goleiro, não pode cair na euforia desmedida trás boas

atuações nem pelo contrario entrar em desídia por uma má atuação.

Em definitiva o treinador de goleiros tem que chegar a cada um.

Folha de seguimento.Se concebemos o treinamento desde a perspectiva de preparar o esportista para a competição é primordial conhecer as verdadeiras demandas da competição, é certo que dependendo da categoria, e incluso dependendo

da geografia da equipe, existem diversos aspectos que são mais comuns em uma que outra, mas não sou partidário de centrar exclusivamente o treinamento em conceitos tão limitados como, por exemplo, possa

ser a incidência no jogo aéreo em determinadas categorias; esta reflexão é importante para conhecer o uso das seguintes ferramentas.

do goleiro, e o treinador de goleiro tem que ser um apoio fundamental, não se trata de “jogar a ser psicólogos” se não de conhecer e manejar alguns aspectos que ajudaram a fortaleza mental do goleiro e por tanto aproximá-lo mais ao êxito.

Por tanto o treinador deve ser visto como um líder, devera adaptar-se a personalidade de cada goleiro e incluso adaptar-se os treinamentos de cada perfil.

É fundamental conhecer a personalidade de cada goleiro

para lograr levar a que seus medos ou

dificuldades os converta em reto pessoal, devemos centrar seus pensamentos na competição, ensinar-lhe a importância da ativação mental e diferenciar entre atenção e concentração.

Outro fator determinante que devemos manejar é conseguir que o goleiro não habitual assuma seu rol, para isso é importante analisar o comportamento de ambos desde um ponto de vista objetivo.

A maneira de expressar-se é primordial, dar instruções precisas e ter uma boa comunicação nos permitira ter efeito em nossas correções, é muito importante conhecer o momento oportuno para realizar reforços e castigos.

A motivação dependerá em grande medida de nossa figura, por isso é importante planejar desafios, ter objetivos e metas.

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Enquanto as ações ofensivas se analisam agrupando-os em ações técnicas e táticas.

Ações técnicas: Se valorizam os reinícios do jogo efetuados pelo o goleiro, saques de portas e faltas, assim como a continuidade do jogo, mas valorizando só os gestos técnicos e boa execução de dito gesto, não entrando em se a ação termina em um jogador rival ou companheiro, aspecto que se poderá refletir no apartado bola rifada, do quadro tático.

Ações táticas: se refletem os aspectos táticos ofensivos que realiza o goleiro, dividindo em contra-ataque ou organizando e determinando a zona de campo sobre a que se efetua dita ação.

A ficha de observação se completa com 3 croquis onde situaremos no espaço a posição do goleiro em cada ação, saídas, ações diretas (disparos as traves), reinicio de jogo com saque de trave ou de voleia...

A todos esses aspectos anteriormente mencionados somamos-lhe informações com um código de cores: vermelho para ações realizadas com algum erro já seja de execução o que dão lugar a perdida de posse da bola e verde para ações realizadas corretamente para que trás a intervenção do goleiro continua-se com a possessão da bola.

A folha de seguimento nos permitirá conhecer de uma forma muito objetiva à atuação do goleiro e não só de forma individual se não que nos dará informação relativa à incidência do goleiro no jogo ofensivo da equipe e das estadísticas defensivas durante a competição para uma posterior análise e interpretação.

Podemos diferenciar dois grandes grupos a hora de realizar uma ficha de seguimento, que são as ações defensivas e as ações ofensivas.

A folha de seguimento adiciona-se um anexo para anotações concretas onde se poderá realizar qualquer tipo de valoração ou análises suplementaria a folha de seguimento, como por exemplo, a análise mais concreta dos gols, ações que queiramos destacar do jogo e comentar posteriormente com o goleiro ou minutos do jogo onde nos interesse recuperar um fragmento de vídeo e nos sirva para uma rápida situaremos dentro da gravação do jogo.

A continuação os expõe a ficha de seguimento a folha adjunta, onde conhecereis o anteriormente exposto.

Dentro das ações defensivas se analisa as diferentes ações técnicas, táticas, físicas e psicológicas.Ações técnicas: Trata-se das ações na que o goleiro intervém de forma direta e que implicam ou não na recuperação da bola, se valorizam os bloqueios já sejam aéreos (centros) ou a trave, assim como os desvios, igualmente tanto em saídas como em disparos ao gol.

Também se inclui um apartado onde poderemos saber si a execução realizada tem dado lugar a uma segunda jogada.

Ações táticas: analisam-se as situações previas a possível intervenção do goleiro, onde poderemos analisar aspectos como a antecipação na linha bola trave (bissetriz)

Ações físicas: Poderemos diferenciar em ações máximas ou moderadas dependendo da necessidade física que requer a ação.

Ações psicológicas: É a mais subjetiva de todas, o conhecimento do treinador de goleiros sobre a personalidade do jogador fará que valore o nível de agressividade, ativação, concentração, leitura de jogo, confiança, organização e mando em cada ação do jogo.

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Scouting específicoO treinador de goleiros deve conhecer as equipes rivais, já seja elaborando seu próprio informe ou escrevendo a partir da informação recebida pelo departamento de analistas e dar informação ao goleiro das diferentes vazas ofensivas das que dispõe o rival, lançadores de faltas, de pênaltis, rematadores habituais no jogo aéreo... Toda informação para que o goleiro tenha maior capacidade para interpretar o que pode ocorrer com antecedência.

De igual maneira deverá conhecer os goleiros com maior projeção para elaborar informes a secretaria técnica pra futuras incorporações ao plantel.

Em resume, espero ter aportado suficientes ferramentas para lograr uma melhora na organização em nosso trabalho, poder lograr aos poucos melhorar as capacidades dos goleiros que treinamos e dignificar nosso trabalho.