Gestao orçamento trade marketing_canal de distribuição
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Gestão de orçamento de trade marketing – parte 2
Assim como no varejo, o canal de distribuição também se programa para
atender seus clientes da melhor maneira possível. E aqui, entende-se como
cliente tanto a revenda (loja) como fornecedor (indústria). Mas por quê a
indústria também é um cliente, sendo que ela que investe no canal de
distribuição?
Resposta: pois o distribuidor precisa captar, da indústria, verba para investir em
seus clientes. E não é verba comercial não, que ele repassa em preço ao
lojista, mas sim verba para fins de marketing.
Uma indústria que deseja ter seus produtos em várias cidades por este Brasil
sabe da importância de investir 50% de sua venda no varejo e a outros 50% na
distribuição. E para que a mesma tenha controle sobre a distribuição de seus
produtos, é interessante “promover distribuidores oficiais” para determinada
região do estado ou país.
E para cada região, um distribuidor; e para cada distribuidor, uma verba de
trade marketing. Esta verba, que chamo de trade marketing, é utilizada em
muitos dos casos em ações de marketing do distribuidor, ou seja, a indústria
adquire um pacote de ações de marketing desenhadas pelo distribuidor, com
fins de ativar a marca da indústria para os rcas (representantes comerciais
autônimos) e lojistas do distribuidor.
No canal indireto, também devemos utilizar-se da curva ABC para
classificarmos nossos clientes, a partir da estratégia de vendas para cada o
grupo. Como exemplo, a indústria possui 5 distribuidores em Minas Gerais mas
destes, possui força em 3. Então, trabalha-se estes três clientes, e em um eu
alavanco as vendas e no último, verifico se realmente é válido continuar com
ele, digo, se o atendimento pela indústria é a melhor opção de compra.
Das empresas que passei, constatei que a verba direcionada para o canal
indireto era bem menor que a direcionada ao canal direto. Um dos motivos está
no plano de mídia desenvolvido pela indústria, onde a mesma massifica a
presença do produto e aumenta e visibilidade perante os clientes. Com isto,
cabe a cada distribuidor definir suas ações e prospectar a verba que a indústria
tem a oferecer ao canal indireto.
Já vi distribuidor que não investia em marketing / trade marketing pois achava
que a responsabilidade era da indústria; e já vi distribuidor que elaborava um
tremendo pacotão de marketing para arrecadar a verba toda para si. O
primeiro, brigava por melhor preço; o segundo, por conquistar e fidelizar seus
clientes.
Enquanto o primeiro distribuidor só reclamava, o segundo elaborou um plano
de marketing e o apresentou à Diretoria e a toda a sua equipe de compras,
chamando a responsabilidade para si. Fez uma reunião bacana, conquistou a
equipe e passou para o segundo passo: conquistar a confiança dos
fornecedores.
Assim, a gerente de marketing encaminhou o plano de marketing para todos os
fornecedores (indústria) e começou a prospecção, levantando verba para as
ações previstas para o período.
Entre as ações, estavam:
1. Produção de catálogo de produtos (anual);
2. Produção de periódicos mensais, apresentando produtos e dicas
de compras;
3. Treinamento aplicado pelos fornecedores em reuniões bimestrais
com representantes;
4. Treinamento aplicado pelos fornecedores em reuniões bimestrais
com gerentes;
5. Participação em feira de exposição de produtos;
6. Participação em eventos direcionados a clientes key account;
7. Participação em campanhas mensais, bimestrais, trimestrais e
anual;
8. Participação na Convenção de vendas do distribuidor;
9. Participação na contratação de promotores para implantação de
projetos relacionados ao trade marketing;
10. Participação da marca em ações sociais realizada pelo distribuidor,
entre outras tarefas.
Cada ação possui um custo e os fornecedores são agrupados em cotas, a
partir de cada campanha e não por seu volume de vendas ao distribuidor. Ou
seja, das 10 ações apresentadas, o fornecedor adquire cotas, podendo
participar de 1 ou 3 ações, 7 ou todas. Assim, é ele é classificado em ouro /
prata / bronze e escolhe o melhor período para promover o seu produto nas
ações estabelecidas pelo distribuidor.
Aí vem a pergunta: mas o que o fornecedor ganha adquirindo boas cotas de
participação de marketing? Viagens, prêmios tops, kit com cesta de produtos,
jantares, day spas, cafezinho sul africano acompanhado de uma broa de fubá
especial, enquanto faz o cheque de liberação da verba.
E é por isto o profissional de trade é muito importante no distribuidor, pois
estará alinhado ao vendedor na hora de decidir a melhor alternativa para
alocação da verba.
Hoje em dia, muitos vendedores ainda realizam o papel do trade marketing
junto aos distribuidores e com isto, perdem ótimas oportunidade de explorar
seus produtos em ações diferenciadas e de grande impacto ao RCA e cliente
do distribuidor.
No próximo post, falarei sobre gestão de categoria de produtos. Um tema
complexo, mas muito interessante. Abraço!