gestaodoconhecimento ESTOQUE

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EDUARDO HENRIQUE LENTI JOSÉ ROBERTO TABAI MARIO NARDIN RIBEIRO AUTOMAÇÃO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO Monografia apresentada para a conclusão do Curso de Pós-Graduação lato sensu em Administração de Logística Produção pela Universidade Salesiana Dom Bosco Orientador: Prof. Eldi Marisol Sancedo. PIRACICABA, 2002.

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  • EDUARDO HENRIQUE LENTI JOS ROBERTO TABAI MARIO NARDIN RIBEIRO

    AUTOMAO DE GESTO DO CONHECIMENTO

    Monografia apresentada para a concluso do Curso de Ps-Graduao lato sensu em Administrao de Logstica Produo pela Universidade Salesiana Dom Bosco Orientador: Prof. Eldi Marisol Sancedo.

    PIRACICABA, 2002.

  • SUMRIO

    1. Introduo.......................................................................................................04 2. Aspectos fundamentais para gesto de estoques na cadeia de suprimentos........................................................................................................08

    2.1. Ferramentas bsicas para gesto de estoques..................................09 2.2. Por que e como reduzir os nveis de estoque......................... ...........14

    2.2.1. Formao de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos................................................................................................17

    2.2.2. Surgimento de operadores logsticos......................................17 2.2.3. Adoo de novas tecnologias de informao (Tis)..................18 3. Como a adoo de tecnologia de informao pode contribuir para a reduo dos estoques de segurana................................................................................20 4. Formalizando uma poltica de estoques para cadeia de suprimentos............23 4.1. Onde localizar os estoques na cadeia de suprimentos.......................24 4.2. Quando pedir o ressuprimento............................................................28 4.3. Quanto manter em estoques de segurana........................................30 4.4. Quanto pedir.......................................................................................32 5. Tecnologia de informao aplicada logstica...............................................35 5.1. Importncia de sistemas de informao para a competitividade logstica...............................................................................................................35 5.2. Papel da informao na Logstica.......................................................36 5.3. Sistemas de informaes Logsticas...................................................37 5.4. Sistemas de gesto empresarial.........................................................38 5.5. Tendncias..........................................................................................38 6. Tecnologia de informao: uso da simulao para a obteno de melhorias em operaes logsticas.....................................................................................40 6.1. Capacitaes tcnicas necessrias....................................................40 7. GIS: definies e aplicaes na logstica.................................................. .....42 7.1. reas de aplicao de GIS.................................................................43 7.2. Estrutura atual de dados.....................................................................43 8. Cadeia de suprimentos da sade e tecnologia de informao.......................45 9. Automao do fluxo de informaes..............................................................50 9.1. Planejamento......................................................................................50 9.2. Execuo............................................................................................51 9.3. Comunicao......................................................................................51 9.4. Controle...............................................................................................52 9.5. Concepo..........................................................................................52 10. Concluses...................................................................................................54 11. Referncias Bibliogrficas............................................................................57

    2

  • 1 - Introduo

    mbitos da logstica. As atividades logsticas variam segundo os setores

    comerciais; todavia, em cada caso, servem para administrar de modo completo

    e coerente todos os fluxos dos materiais, da entrada deles na empresa at sua

    sada.

    Considerada por muitos a base para o gerenciamento de cadeia de

    suprimentos, a gesto de estoques sob uma perspectiva integrada com outras

    atividades do processo logstico ainda um tema pouco explorado na literatura.

    O principal propsito de um sistema de informao logstica coletar,

    manter e manipular os dados dentro da empresa, para a tomada de decises

    abrangendo desde o nvel estratgico at o operacional. Estes tipos atividades

    foram conduzidos informalmente durante vrios anos, entretanto, com a

    disponibilidade de computadores de alta velocidade, que possuem capacidade

    de armazenagem de dados cada vez maior, os procedimentos em torno do

    manuseio de dados tornaram-se mais estruturados. O sistema de informao

    a nova classificao para estas atividades.

    3

  • Dentro do sistema total de informaes de uma empresa, est o sistema

    de informao logstica, que direcionado aos problemas particulares na

    tomada de decises logsticas.

    Um sistema de informao logstica basicamente composto por trs

    elementos distintos: entrada, o banco de dados e seu manuseio e a sada.

    Como entradas deste sistema esto as atividades de aquisio de dados

    que iro dar suporte ao processo de tomada de deciso, estas podem ser

    obtidas atravs de clientes que, pela atividade de compra, fornecem

    indiretamente dados teis para o planejamento. Os dados so obtidos atravs

    da entrada de pedidos, que so teis para decises de previso e de operao,

    assim como o volume de vendas, a freqncia, localizao e tamanho dos

    pedidos, os custos com transportes tambm so fontes adicionais deste tipo de

    dado primrio.

    Estes dados tambm so recebidos atravs dos registros da empresa, na

    forma de demonstrativos contbeis, por relatrios de situao, por informaes

    externas publicadas por entidades de classe, por pesquisas financiadas por

    rgos governamentais, pelos dados divulgados pela concorrncia e

    fornecedores.

    A converso destes dados em informaes e a conseqente

    configurao para torn-los teis para a tomada de deciso e o estabelecimento

    de interfaces com os mtodos de suporte deciso so considerados

    freqentemente como o ncleo de um sistema de deciso. O gerenciamento do

    banco de dados envolve a seleo dos dados a serem armazenados e

    4

  • recuperados, a escolha dos mtodos de analise e a escolha de procedimentos

    bsicos de processamento de dados a implementar.

    Segundo Balou, Aps determinar o contedo do banco de dados, a

    primeira preocupao no projeto decidir quais dados devem ser mantidos em

    papel, quais devem permanecer na memria do computador para acesso rpido

    e quais no devem ser retidos em bases regulares. A manuteno de dados

    pode ser dispendiosa e a reteno sob qualquer forma deve ser julgada com

    base na importncia da informao para as decises que o profissional de

    logstica deve tomar na empresa em particular; na rapidez com que a

    informao deve ser recuperada; na freqncia com que deve ser acessada e

    no esforo exigido para manipular a informao da forma necessria.

    A informao necessria para o planejamento estratgico no exige

    acesso imediato e repetido, porm as operaes de planejamento mais

    freqentes tem justamente a caracterstica oposta.

    Uma das mais velhas e mais populares caractersticas do sistema de

    informao o processamento de dados, os computadores foram introduzidos

    pela primeira vez na comunidade empresarial com o objetivo de reduzir a carga

    de computar faturas de milhares de clientes e preparar registros contbeis.

    Agora a preparao de pedidos de compras, conhecimento de embarque e

    notas de frete so atividades de processamento de dados comuns que auxiliam

    o profissional de logstica no planejamento e no controle do fluxo de materiais.

    A analise de dados a caracterstica mais recente e sofisticada do

    sistema de informao, o qual pode conter qualquer numero de modelos

    5

  • matemticos e estatsticos, gerais e especficos para problemas logsticos

    especficos de cada empresa. Tais modelos convertem as informaes em

    solues de problemas dando um excelente suporte tomada de decises.

    O elemento final do sistema de informao o segmento de sada.

    Descrita como a interface com os usurios do sistema, a sada geralmente pode

    assumir varias formas. Primeiramente, a sada mais comum sob a forma de

    relatrios, tais com relatrios de situao de estoque ou progressos de pedidos,

    relatrios resumidos de custos ou estatsticas de desempenho, relatrios de

    exceo que comparam o desempenho desejado com o real e relatrios que

    iniciam a ao (pedidos de compra ou de produo). Em segundo lugar, a sada

    poder ser sob a forma de documentos preparados, tais como faturas de

    transporte de carga e faturas de frete. Finalmente, a sada poder ser o

    resultado da analise de modelos matemticos e estatsticos.

    A entrada, a capacidade de gerenciamento do banco de dados e a sada

    so aspectos chave para um sistema de informao que uma ferramenta de

    suporte de deciso para o planejamento e operao do sistema logstico.

    6

  • 2 - ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA GESTO DE ESTOQUES NA

    CADEIA DE SUPRIMENTOS

    Esta seo dedica-se anlise da gesto de estoques com base em

    uma perspectiva diferente da viso tradicional, a qual focava exclusivamente

    uma nica empresa da cadeia de suprimentos.

    Inicialmente so revistas duas ferramentas que, mesmo desenvolvidas

    para uma nica empresa da cadeia, ainda so extremamente teis para a

    operacionalizao de polticas de estoques na cadeia de suprimentos: a

    modelagem do consumo de materiais por meio de grficos dente de serra e a

    anlise dos trade-offs de custos entre os estoques e outras funes logsticas,

    como transporte e armazenagem.

    Em seguida so apresentados os principais fatores que esto motivando

    as cadeias de suprimentos a reduzir continuamente seus nveis de estoque:

    maior diversidade no nmero de produtos e mercados atendidos, elevado custo

    de oportunidade de capital e crescente foco gerencial no controle e reduo do

    grupo de contas do Balano Patrimonial pertencentes ao Capital Circulante

    Lquido. Alm disso, chama-se a ateno para o fato de que reduzir os nveis

    7

  • de estoque, sem uma anlise preliminar do grau de eficincia do transporte, da

    armazenagem e do processamento de pedidos, pode gerar aumento do custo

    logstico total da operao.

    Finalmente, discuti-se como trs transformaes bsicas na cadeia de

    suprimentos tem permitido s empresas operar com nveis de estoques cada

    vez menores: formao de parcerias, surgimento de operadores logsticos e

    adoo de tecnologias de informao para captura e troca de dados.

    Especificamente, com relao integrao de varejistas e fabricantes,

    ilustrado com exemplo como a troca de dados sobre vendas pode contribuir

    para a reduo substancial dos nveis de estoque de segurana.

    2.1 - Ferramentas bsicas para gesto de estoques

    Independente dos motivadores existentes para reduo dos nveis de

    estoques, a dinmica do consumo de materiais em determinado elo da cadeia

    de suprimentos pode ser representada por grficos dente de serra, conforme

    ilustrado na figura abaixo (a).

    PP

    tempo Momento do Momento reabastecimentoDe pedir

    Quantidade em estoque

    8

  • a) Sem incerteza: Mundo Ideal

    tempo Estoque de segurana

    Quantidade em estoque

    b) Cem incerteza: Mundo Real

    Num mundo ideal, sem incertezas, a taxa de consumo mdia (D) dos

    produtos totalmente previsvel dia aps dia. Dessa forma, pode-se saber

    exatamente quando o nvel de estoque chegar a zero, ou seja, o momento do

    reabastecimento para quando devemos programar a chegada de novos

    produtos. Basta retroceder no tempo, a partir do momento de do

    reabastecimento, o lead time de suprimento (LT), para determinar o momento

    de pedir. O Ponto de Pedido (PP) simplesmente o momento convertido para o

    nvel de estoque por meio de clculo do produto entre a taxa de consumo mdia

    pelo lead time de ressuprimento (D*LT).

    Por outro lado, no mundo real (com incerteza) ilustrado na figura acima

    (b), a taxa de consumo dos produtos no totalmente previsvel, podendo

    variar consideravelmente ao redor do consumo mdio. Alm disso, o lead time

    de ressuprimento tambm pode variar, ocasionando atrasos na entrega. Para

    9

  • se proteger desses efeitos inesperados, as empresas dimensionam estoques

    de segurana, em funo de uma probabilidade aceitvel de produto em

    estoque.

    Outro elemento de dinmica da gesto de estoques que permanece

    inalterado, independentemente dos motivadores reduo dos nveis de

    estoque, o trade-off de custos existentes entre os estoques e outras funes

    logsticas.

    Imaginemos, por exemplo, um centro de distribuio (CD) que possua

    demanda anual mdia de 300 unidades para determinado produto e

    consideremos duas polticas alternativas, conforme ilustrao abaixo. Na

    primeira poltica, so enviados seis carregamentos com 50 unidades ao longo

    do ano. Na segunda poltica, as 300 unidades so enviadas de uma s vez.

    Quais seriam as vantagens e as desvantagens presentes em cada uma das

    polticas?

    Poltica 1 50

    25 Dias 365

    300 Poltica 2

    150 Dias

    365

    10

  • Polticas alternativas de estoque.

    Na primeira poltica, a empresa incorre num menor custo de

    oportunidade de manter estoques, por operar com nvel mdio de apenas 25

    unidades. Os gastos com transporte, entretanto, so maiores: a conta do frete

    maior no apenas devido ao maior nmero de viagens, como tambm se gasta

    proporcionalmente mais com o transporte por tonelada-quilmetro em funo da

    falta de escala na operao com carregamentos fracionados.

    Por outro lado, na segunda poltica, so maiores os custos de

    oportunidade de manter estoques ( mantido um nvel mdio de 150 unidades

    de produto), mas em contrapartida, no apenas a conta do frete menor, em

    virtude de possveis economias de escala, decorrentes do envio de

    carregamentos consolidados.

    O equilbrio, ou a poltica de ressuprimento ideal para esse CD atingido

    quando balanceamos o custo de oportunidade de manter estoques com o custo

    unitrio, neste exemplo em particular, de transporte para o CD.

    Conforme podemos perceber na prxima figura, o objetivo das cadeias

    de suprimento com relao gesto de estoques deve ser a determinao do

    tamanho de lote de ressuprimento mais apropriado a seu nvel de eficincia no

    processo de movimentao de materiais. Neste exemplo, o equilbrio no se

    situa nem tanto esquerda do grfico, como nos sugere a poltica 1, nem tanto

    direita, como nos sugere a poltica 2.

    11

  • Poltica de menor custo logstico total Custos da Operao

    Poltica 2

    Poltica 1

    Tamanho do Lote de Ressuprimento

    ------ Custo de oportunidade de estoques ------ Custo unitrio de transporte ------ Custo logstico total

    Na prtica, muito difcil para as empresas avaliar adequadamente em

    que ponto do grfico situa-se sua atual poltica de estoques. Entretanto,

    possvel, por meio de gerao de cenrios e de anlises incrementais nos

    custos de estoques e movimentao de materiais, determinar se uma

    alternativa de operao acarretar menor custo logstico total que o incorrido

    pela operao atual.

    Dessa forma, possvel evitar a percepo de que redues isoladas

    nos nveis de estoque, sem serem levados em considerao impactos em

    outras fundaes logsticas, como transporte, armazenagem e processamento

    de pedidos, propicia uma operao de ressuprimento de menor custo total. Na

    realidade, conforme ilustrado pela figura anterior, as empresas devem buscar

    12

  • minimizar o custo logstico total de estoques, de transporte e de processamento

    de pedidos em funo de determinada disponibilidade de produto desejada pelo

    cliente final.

    2.2 - Por que e como reduzir os nveis de estoque

    Cada vez mais, as empresas esto buscando garantir disponibilidade de

    produto ao cliente final, com o menor nvel de estoque possvel. So divesos os

    fatores que vm determinando esse tipo de poltica, conforme descrio a

    seguir.

    a diversidade crescente no nmero de produtos, que torna mais complexa e trabalhosa a contnua gesto dos nveis de estoque, dos

    pontos de pedido e dos estoques de segurana. Vale exemplificar o

    caso das cervejarias brasileiras que em 1985 ofereciam um nico

    sabor (pilsen) numa nica embalagem (garrafa de 600 ml), e

    atualmente oferecem diversos sabores (bock, draft, light, etc) em

    outros tipos de embalagem (lata de 350ml, long neck, etc);

    o elevado custo de oportunidade de capital, reflexo das proibitivas taxas de juros brasileiras, tem tornado a posse e a manuteno de

    estoques cada vez mais onerosas;

    13

  • o foco gerencial na reduo do Capital Circulante Lquido, uma das medidas adotadas por diversas empresas que desejam maximizar

    seus indicadores de Valor Econmico Adicionado .

    Por outro lado, diversos fatores tm influenciado a gesto de estoques na

    cadeia de suprimentos a fim de aumentar a eficincia com a qual as empresas

    operam os processo de movimentao de materiais (transporte, armazenagem

    e processamento de pedidos), conforme ilustra a prxima figura. Aumentar a

    eficincia desses processos significa simplesmente deslocar para baixo a curva

    de custos unitrios de movimentao de materiais, permitindo operar com

    tamanhos lotes de ressuprimento de menores, sem, no entanto, afetar a

    disponibilidade de produto desejada pelos clientes finais ou incorrer em

    aumentos nos custos logsticos totais.

    14

  • Produto

    Preo Promoo

    Praa Servio ao cliente

    Custo estoque

    Custo compras

    Custo transporte

    Custo armazenagem

    Custo de processamento de

    pedidos

    Custo total da operao

    Custos unitrios de Movimentao de materiais

    Custo de oportunidade de manter estoques

    Tamanho do loteNovo Tamanho timo

    Tamanho timo inicial

    Impacto de redues nos custos unitrios de movimentao de materiais sobre

    o tamanho dos lotes de ressuprimento.

    Destacamos trs fatores que tm contribudo substancialmente para a

    reduo dos custos unitrios de movimentao de materiais, sejam nas

    atividades de transporte, de armazenagem ou de processamento de pedidos:

    formao de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos; surgimento de operadores logsticos;

    15

  • adoo de novas tecnologias de informao para a captura e troca de dados entre empresas.

    o impacto de cada um desses fatores.

    2.2.1 - Formao de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos

    A formao de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos,

    fenmeno verificado inicialmente entre montadoras e fornecedores na industria

    automobilstica japonesa, tem permitido redues nos custos de compras por

    meio da eliminao de diversas atividades que no agregam valor. Como o

    objetivo final o ressuprimento just in time de peas e materiais, tarefas como

    controle de qualidade no recebimento, licitaes e cotaes de preos foram

    praticamente eliminadas na relao comercial entre as empresas, mediante o

    estabelecimento de parcerias.

    2.2.2 - Surgimento de operadores logsticos

    O aparecimento de empresas como a TNT, FedEx, Ryder e diversas

    outras, que vm assumindo destaque cada vez maior na cadeia de

    suprimentos, oferece a possibilidade de reduo dos custos unitrios de

    movimentao de produtos entre empresas. Isso ocorre porque essas

    empresas possuem know-how, economias de escala e foco em diversas

    operaes logsticas relacionadas com a movimentao de materiais e

    16

  • transporte. Por exemplo, bastante comum um operador logstico consolidar

    carregamentos fracionados de diversas empresas de modo a completar uma

    carreta, tornando possvel a diluio dos custos fixos desse transporte por uma

    base maior de rateio.

    2.2.3 - Adoo de novas tecnologias de informao (TIs)

    Por fim, o advento de novas TIs, como cdigo de barra, EDI, Internet,

    automao de PDVs etc., trouxe vrios benefcios inerentes captura e

    disponibilizao de informaes com maior grau de preciso e pontualidade.

    Chamamos a ateno em particular para a eliminao de erros e do retrabalho

    no processamento de pedidos, fato que reduz substancialmente os custos

    associados a essa atividade, e para a reduo da incerteza com relao

    demanda futura, ao serem compartilhadas as sries de vendas para o cliente

    final por todas as empresas da cadeia.

    A definio de uma poltica de estoques depende de definies claras

    para quatro questes: (1) quanto pedir, (2) quando pedir, (3) quanto manter em

    estoques de segurana e (4) onde localizar. A resposta para cada uma dessas

    questes passa por diversas anlises, relativas ao valor agregado do produto,

    previsibilidade de sua demanda e s exigncias dos consumidores finais em

    termos de prazo de entrega e disponibilidade de produto. Na realidade, a

    deciso pela reduo contnua dos nveis de estoque na cadeia de suprimentos

    17

  • depende da necessidade do aumento da eficincia operacional de diversas

    atividades, como transporte, armazenagem e processamento de pedidos.

    Veremos a seguir as principais motivaes para reduo dos nveis de

    estoque e as armadilhas presentes na viso tradicional, quando focada

    apenas uma empresa em vez de toda cadeia de suprimentos. Tambm

    discutido como a formao de parcerias entre empresas, o advento de novas

    tecnologias de informao e o desenvolvimento de operadores logsticos est

    contribuindo favoravelmente para a adoo de regimes de fornecimento Just in

    Time. Especificamente, avalia-se o significativo impacto que a troca de

    informaes pode exercer no dimensionamento dos estoques de segurana.

    E finalmente veremos a seo que enfatiza a questo da localizao dos

    estoques, articulando essa deciso com o dimensionamento da rede de

    instalaes e com a escolha dos modais de transporte mais apropriados. A

    integrao dessas trs variveis define a poltica mais econmica para o

    atendimento aos clientes: antecipao da demanda ou postergao associada

    aos programas de resposta rpida.

    18

  • 3 COMO A ADOO DE TECNOLOGIA DE INFORMAO (TI) PODE

    C TRIBUIR PARA A REDUO DOS ESTOQUES DE SEGURANA?

    pr

    in

    re

    as

    vi

    fin

    ON Percebemos que, por um lado, as TIs permitira reduzir os custos do ocessamento de pedidos, por meio da eliminao dos erros resultantes da terferncia humana na colocao de pedidos, viabilizando uma operao de ssuprimento com tamanhos lotes menores. Por outro lado, a possibilidade de empresas trocarem informaes tem contribudo para a reduo da falta de sibilidade na cadeia de suprimentos sobre a real demanda dos consumidores ais, fator que influncia diretamente a formao dos estoques no fabricante. 900.

    Vendas da rede varejista 800. Retiradas do varejista no fabricante 700.

    600.

    500.

    400.

    300.

    200.

    100.

    0,0 4 11 18 25 3 10 17 24 31 7 14 21

    Falta de visibilidade na cadeia de suprimentos. Semanas

    19

  • Percebemos claramente que pela figura acima que, que medida que

    nos afastamos do consumidor final na cadeia de suprimentos, as flutuaes nos

    nveis de estoque existentes nas empresas (no caso entre a rede varejista e o

    fabricante) do verdadeiro perfil da demanda (nesse caso, aproximado pelas

    vendas da rede varejista).

    A disponibilizao via TI das vendas coletadas em tempo real no varejo

    pode permitir um planejamento mais enxuto de diversas operaes do

    fabricante. Isso porque, ao analisarmos as duas sries de vendas ao longo de

    12 semanas, a demanda mdia do refrigerante X na rede varejista de 143

    caixas por semana (com um desvio padro associado de 53 caixas por

    semana), enquanto a demanda mdia no fabricante de 221 caixas por

    semana (com um desvio padro de 271 caixas por semana), conforme ilustra a

    prxima figura.

    Devemos ressaltar que, embora em longo prazo a demanda mdia seja

    aproximadamente igual para toda a cadeia de suprimentos, em curto prazo as

    flutuaes nos nveis de estoque entre as empresas fazem com que numa

    mesma semana a rede varejista venda uma quantidade diferente daquela

    faturada pelo fabricante. Esse efeito acarreta impactos substanciais no

    planejamento de diversas operaes em curto prazo, como, por exemplo,

    programaes de compras, produo, distribuio e dimensionamento dos

    estoques de segurana.

    20

  • VAREJISTA CLIENTES FINAIS

    FABRICANTE

    PERFIL DA DEMANDA PERFIL DA DEMANDA Mdia = 143 caixas / semana Mdia = 221 caixas / semana Desvio-padro = 53 caixas / semana Desvio-padro = 217 caixas / semana

    ES (Prob. = 98%) = 542 caixas ES (Prob. = 98%) = 106 caixas

    Impacto nos estoques de segurana em cada elo da cadeia em funo da

    demanda mdia.

    Com relao especificamente aos nveis de estoque de segurana e

    supondo a demanda normalmente distribuda nos dois elos dessa cadeia, o

    nvel de estoque de segurana (ES) que garante uma probabilidade de 98% de

    no haver falta de produto aproximadamente igual a dois desvios-padro da

    demanda. Conforme explicado, pelo fato de a demanda mdia variar em curto

    prazo em funo da posio da empresa na cadeia de suprimentos, o fabricante

    deve dimensionar um estoque de segurana do refrigerante X pouco mais de

    cinco vezes maior que o necessrio para o varejista.

    21

  • 4 - FORMALIZANDO UMA POLTICA DE ESTOQUES PARA CADEIA DE

    SUPRIMENTOS

    Nesta seo sero abordadas as quatro decises fundamentais para a

    formalizao de uma poltica de estoques nas empresas, a saber:

    onde localizar os estoques na cadeia de suprimentos? Essa deciso referente centralizao ou descentralizao dos mesmos, vis--vis

    a anlise de algumas dimenses relevantes, como o giro, o valor

    agregado e os nveis de servio exigidos pelo cliente final;

    quando pedir o ressuprimento? Nesta deciso, busca-se determinar se a empresa vai seguir ou no a metodologia sugerida pelo ponto

    de pedido;

    quanto manter em estoques de segurana? Ao calcular o estoque de segurana como funo das variabilidades na demanda e no lead

    time de ressuprimento, as empresas devem determinar se possvel

    reduzi-lo sem prejuzo para os nveis de disponibilidade de produto

    exigidos pelo mercado;

    quanto pedir? Finalmente, busca-se determinar se mais adequado para uma empresa adotar a metodologia do lote econmico de

    compras ou implementar um regime de ressuprimento just in time.

    22

  • 4.1 - Onde localizar os estoques na cadeia de suprimentos?

    Esta deciso busca determinar se os estoques devem estar centralizados

    (em um nico centro de distribuio/armazm), ou descentralizados (em mais

    de um centro de distribuio/armazm) na cadeia de suprimentos. Alm disso,

    em funo de caractersticas especficas de cada negcio, a localizao dos

    estoques que pode envolver em alguns casos decises de consignao, ou a

    deciso de no manter determinado material em estoque.

    Basicamente, conforme ilustra a prxima figura, so quatro as dimenses

    que influenciam a localizao dos estoques na cadeia de suprimentos: giro do

    material, lead time de resposta, nvel de disponibilidade exigida pelos

    mercados e valor agregado do material.

    Lead Time de resposta

    DisponibilidadeGiro ALTERNATIVAS Exigida Centralizar num nico local Descentralizar em mais de

    um local

    No manter em estoque Consignar

    Valor

    Agregado

    23

  • Vamos agora analisar individualmente o impacto de cada uma dessas

    dimenses sobre a deciso de localizao de materiais na cadeia de

    suprimentos.

    giro do material: quanto maior, maior a tendncia descentralizao por diversos armazns ou centros de distribuio, pois menores so

    os riscos associados perecibilidade e obsolescncia do material.

    Alm disso, devemos observar que materiais com elevado giro

    absorvem uma parcela menor dos custos fixos de armazenagem,

    comparativamente aos materiais de giro mais baixo;

    lead time de resposta: quanto maior o tempo de resposta desde a colocao do pedido at o atendimento ao cliente final, maior a

    tendncia descentralizao dos estoques, com vistas a um

    atendimento mais rpido. As empresas devem avaliar, em termos

    incrementais, se a reduo nos custos de oportunidade de manter

    estoques em trnsito mais do que compensam a abertura de um novo

    ponto de armazenagem;

    nvel de disponibilidade exigida pelos mercados: quanto maior o nvel de servio, maior a tendncia em posicionar os materiais prximos ao

    cliente final. Nesse caso, deve ser feita a mesma anlise incremental

    descrita para o lead time de resposta;

    valor agregado: finalmente, quanto maior, maior a tendncia centralizao, contrariamente ao exposto para as trs dimenses

    24

  • anteriores. Isso porque materiais de elevado valor agregado implicam

    elevados custos de oportunidade de estoques, os quais podem

    tornar-se proibitivos quando h descentralizao dos mesmos. Casos

    reais de diversas empresas indicam que a descentralizao leva um

    aumento expressivo nos nveis de estoque de segurana,

    proporcional raiz quadrada da razo entre o nmero final e o

    nmero inicial de pontos de armazenagem. Por exemplo, espera-se

    que uma empresa ao passar de dois para trs armazns experimente,

    no mdio prazo, um aumento nos nveis de estoque de segurana da

    ordem de 22,5%.

    Ao analisarmos conjuntamente o efeito dessas quatro dimenses, a

    situao torna-se extremamente complexa, em virtude das diversas interaes

    possveis. Dessa forma, sem a pretenso de sermos exaustivos em termos de

    categorias de produto, ou abordar com preciso todas as possveis decises

    com relao a localizao dos estoques na cadeia de suprimentos, chamamos

    ateno para dois casos particulares: a consignao de materiais e a no-

    manuteno do material em estoque.

    As questes favorveis consignao dos estoques, por exemplo, de um

    fornecedor de matrias-primas para seu cliente industrial surgem quando:

    o material em questo possui elevado valor agregado, afetando significativamente, pela perspectiva do cliente industrial, o custo de

    oportunidade de mant-lo em estoque;

    25

  • um material extremamente crtico para o cliente industrial, isto , possui uma elevada exigncia com relao a sua disponibilidade

    imediata, devendo localizar-se prximo ao processo produtivo;

    o material apresenta elevado giro, permitindo ao fornecedor manter ou aumentar seu retorno sobre o investimento, mesmo que haja

    reduo nas margens de contribuio por unidade de produto, em

    funo do alongamento dos ciclos de caixa e do perodo em que

    permanece proprietrio dos estoques.

    Alguns materiais que se encaixariam neste caso, por exemplo, seriam

    algumas peas e componentes utilizados pela indstria automobilstica. Por

    outro lado, as condies favorveis a no manter um determinado material em

    estoque na cadeia de suprimentos ocorrem quando:

    o material possui elevado valor agregado; um material que apresenta baixo giro. Essa caracterstica no

    apenas dificulta a opo pela consignao, como tambm aumenta

    os riscos associados obsolescncia e perecibilidade, e a parcela

    dos custos fixos de armazenagem a ser absorvida pelo material;

    o material apresenta pequena exigncia com relao a sua disponibilidade imediata.

    Alguns produtos que se encaixariam nesse caso, por exemplo, seriam os

    bens de capital e alguns equipamentos hospitalares mais caros, como os

    tomgrafos computadorizados. Geralmente a empresa responsvel pela

    26

  • representao comercial de tipo de produto utiliza seus clientes em fase de

    deciso pela compra.

    4.2 - Quando pedir o ressuprimento?

    Segundo a metodologia de ponto de pedido, conforme vimos na primeira

    seo, a solicitao do ressuprimento (momento de pedir) depende diretamente

    do consumo mdio de materiais e do lead time de resposta, conforme ilustra a

    prxima figura. Veremos a seguir que, dependendo da estrutura de custos de

    manuteno de estoques e de transportes de cada empresa, pode ser

    economicamente vivel solicitar o ressuprimento antes ou depois da data

    indicada pelo ponto de pedido.

    Existem situaes nas quais pode ser mais interessante postergar a

    solicitao do ressuprimento at o ltimo instante possvel antes do momento

    do reabastecimento, sendo que uma delas quando h a possibilidade de

    contratar transporte expresso ou Premium. Para materiais de elevado valor

    agregado, baixo peso unitrio e elevado risco de obsolescncia ou

    perecibilidade, as empresas devem avaliar se o acrscimo no gasto com a

    contratao do transporte expresso mais do que compensado pela reduo

    no custo de oportunidade de manter o estoque em trnsito.

    27

  • PP

    tempo Momento do Momento reabastecimentoDe pedir

    Quantidade em estoque

    Por exemplo. O transporte de microprocessadores eletrnicos da sia

    para os EUA e o transporte de frutas tropicais da Amrica Central para o Japo

    so feitos pelo modal areo em vez do martimo. Percebeu-se nesses casos

    que o acrscimo nos gastos com frete seriam mais do que compensados pela

    reduo nos riscos de obsolescncia e perecibilidade associados a um menor

    lead time de transporte.

    Por outro lado, h situaes nas quais interessante postergar a

    solicitao de ressuprimento com vistas a consolidao do carregamento. Para

    materiais de baixo valor agregado, considervel peso unitrio e pequeno risco

    obsolescncia e perecibilidade, as empresas devem avaliar se o acrscimo no

    custo de oportunidade de manter estoques de segurana adicionais mais do

    que compensado por redues no gasto com transporte.

    Por exemplo, alguns fornecedores de materiais eltricos e para soldagem

    situados no Rio de Janeiro e em So Paulo programam sadas semanais de

    veculos para o atendimento de suas filiais localizadas no Nordeste. Como a

    demanda diria de cargas para o Nordeste pe extremamente baixam essas

    empresas podem esperar at cinco dias teis aps a colocao do pedido para

    28

  • a consolidao e carregamento. Ao adotar essa poltica de transporte, os

    estoques de segurana nas filiais nordestinas devem ser adequados para suprir

    o lead time de resposta maior. Devemos lembrar que o objetivo dos estoques

    de segurana proteger a empresa de aumentos inesperados na demanda to

    logo seja atingido o ponto de pedido e solicitado o ressuprimento.

    4.3 - Quanto manter em estoques de segurana?

    Geralmente, os estoques de segurana so determinados supondo que a

    variabilidade da demanda siga uma distribuio de probabilidade normal.

    Considerar esta premissa implica em retorno decrescente dos estoques de

    segurana para efeito de disponibilidade de produto.

    Um estoque de segurana igual 1 desvio-padro da demanda garante

    um pouco menos de 85% de chance de no haver falta do produto (stock out).

    Dois desvios garantem pouco menos de 98% de chance e trs desvios, pouco

    menos de 99,9%. No limite, os estoques de segurana nunca garantiro 100%

    de chances de haver falta de produto.

    As implicaes prticas do retorno decrescente dos estoques de

    segurana para empresas que operam em mercados altamente competitivos

    so extremamente significativas, por dois motivos principais:

    em primeiro lugar, quanto maior for o nvel de competio num dado mercado, maiores sero os erros associados ao processo de previso

    de demanda. Maiores os erros de previso, por implicarem um

    29

  • desvio-padro de maior magnitude, significam maiores estoques de

    segurana;

    em segundo lugar, mercados competitivos geralmente exigem uma maior disponibilidade exigida, maior nmero de desvios padro da

    demanda utilizado na determinao dos estoques de segurana.

    Com base nesses dois motivos, as empresas devem considerar no

    apenas a variabilidade da demanda e disponibilidade desejada de produto, mas

    tambm os custos associados ao excesso e falta de produtos em estoque. Na

    realidade, deve ser avaliado o nvel de risco associado manuteno de

    estoques de segurana, ou seja, quais as chances da empresa investir num

    imvel de estoque de segurana para garantir determinada disponibilidade de

    produto e demanda real ficar abaixo do nvel esperado.

    Uma anlise preliminar sobre este nvel de risco pode ser feita

    rapidamente pela equao expressa abaixo, em que Cf representa o custo da

    falta e Ce o custo do excesso. Custo da falta engloba no apenas a margem de

    contribuio (preo de venda menos o custo de aquisio) perdida quando no

    h disponibilidade do produto em estoque, mas tambm eventuais prejuzos

    imagem da empresa que possam ser tangibilizados de alguma maneira. O

    custo do excesso envolve no apenas o custo de oportunidade de manter

    estoques de segurana, como tambm eventuais perdas por obsolescncia ou

    perecibilidade do produto.

    Cf

    30

  • RISCO = -----------

    Cf + Ce

    Nvel de risco associado manuteno de estoques de segurana.

    Para produtos de elevado valor agregado, com elevada taxa de

    obsolescncia ou alto grau de perecibilidade, o risco associado manuteno

    de estoques de segurana considervel (aproximadamente 1). Nesse caso,

    os estoques de segurana devem ser subdimensionados. Por outro lado,

    produtos que garantam elevadas margens de contribuio para a cadeia de

    suprimentos, ou cuja indisponibilidade momentnea afete substancialmente a

    fidelidade dos clientes, devem ter os estoques de segurana dimensionados

    conservadoramente. Devemos lembrar que o tipo de ajuste vai depender de

    cada caso, no havendo uma soluo nica a ser seguida.

    4.4 - Quanto pedir?

    Na era da gesto Just in Time (JIT) dos nveis de estoque, o conceito do

    Lote Econmico de Compra (LEC) parece estar um pouco defasado. Ser que a

    frmula matemtica est conceitualmente errada, ou simplesmente caiu em

    desuso?

    A frmula do LEC calcula o tamanho timo do lote a partir do trade-off

    entre os custos de manter estoques e o custo de processar o pedido

    (transporte, avaliao de crdito, setup de equipamentos, etc). A sabedoria

    31

  • tradicional do fornecimento enxuto, entretanto, diz-nos que o tamanho de lote

    unitrio deve ser o objetivo principal a ser perseguido. Percebemos claramente

    que essas duas abordagens so, em principio, antagnicas. Mas ser que elas

    podem ser utilizadas conjuntamente?

    A reconciliao dessas duas abordagens vem mediante o

    reconhecimento que a frmula do LEC vlida, mas percebe o problema de

    forma menos dinmica que os defensores do ressuprimento enxuto. Por

    exemplo, o LEC assume que os custos de processamento do pedido so dados

    do sistema e, portanto, calcula o tamanho do lote que vai diluir este custo sem,

    no entanto, incorrer em custos excessivos de manter estoques. A prtica JIT faz

    o caminho reverso: dado que o caminho do lote ideal unitrio, a empresa de

    se esforar para reduzir os custos de processamento de pedido. medida que

    os custos de processamento de pedido diminuem, o tamanho nico do lote

    calculado pela forma do LEC tambm diminui.

    Os defensores do JIT na industria e do ECR no varejo tendem a colocar

    um peso maior no custo de carregar estoques. Em sua perspectiva, os

    estoques so um recurso utilizado para esconder ineficincias nos sistemas de

    produo e distribuio. Usando a famosa analogia do lago, os defensores do

    JIT na indstria argumentam que se baixar o nvel da gua (estoques), as

    pedras aparecem (problemas ou deficincias do sistema). A partir da,

    possvel direcionar esforos para eliminar estes problemas permitindo que o

    barco (fluxo de produtos e materiais) navegue com maior tranqilidade. J os

    defensores do ECR no varejo reconhecem que o custo de carregar estoques foi

    32

  • freqentemente mal calculado. Da perspectiva do varejista, se por um lado o

    custo de venda perdida extremamente elevado, por outro lado um grande

    volume de produtos em estoque liquidado por meio de promoes para

    estimular a demanda. A soluo passa por um nvel de estoque menor, melhor

    dimensionado e apoiado por um sistema de reposio eficiente.

    Dessa forma, os defensores do ECR e do JIT no devem rejeitar a

    frmula do LEC. O tamanho de lote que equilibra os custos de processar

    pedidos com os custos de carregar estoques de fato leva ao menor custo total

    da operao. As empresas lderes percebem no apenas a importncia de

    reduzir estoques, mas tambm a necessidade de aperfeioar continuamente o

    processamento de pedidos e o transporte de modo assegurar que o

    fornecimento enxuto seja a operao de menor custo total.

    33

  • 5 - TECNOLOGIA DE INFORMAO APLICADA LOGSTICA

    As principais tecnologias de informao que vem contribuindo para a

    Logstica tornar-se mais eficiente e efetiva na gerao de valor para as

    empresas. A evoluo da tecnologia de informao nestes ltimos 20 anos

    possibilitou ampla modificao de diversas organizaes, trazendo impactos

    positivos sobre o planejamento, a execuo e o controle logstico. Com isso,

    criou-se um ambiente favorvel para inovaes na rea de logstica, motivadas

    principalmente pelo aumento significativo na complexidade das operaes.

    Sero apresentadas ferramentas que possibilitam s empresas diferenciar-se

    em suas atividades logsticas nos nveis: estratgico, ttico e/ou operacional.

    5.1 - Importncia de sistemas de informao para a competitividade

    logstica

    O avano da TI nos ltimos anos vem permitindo s empresas executar

    operaes que antes eram inimaginveis. Atualmente, existem vrios exemplos

    de empresas que utilizam a TI para obter redues de custo e/ou gerar

    vantagem competitiva.

    Atualmente, existe uma verdadeira agitao no que diz respeito

    implementao de sistemas de gesto empresarial, conhecidos como ERP, do

    ingls Enterprise Resource Planning. No so apenas as grandes empresas

    que tem oportunidade para implementao dessa soluo; h pacotes de todos

    34

  • os tamanhos e para vrios oramentos. Esses sistemas basicamente permitem

    empresa falar a mesma lngua , possibilitando uma gesto integrada. Com

    isso, relatrios gerenciais com informaes diferentes esto com seus dias

    contados.

    5.2 - Papel da informao na Logstica

    O fluxo de informaes um elemento de grande importncia nas

    operaes logsticas. Pedidos de clientes e de ressuprimento, necessidades de

    estoques, movimentaes nos armazns, documentao de transporte e faturas

    so algumas das formas mais comuns de informaes logsticas.

    Antigamente, o fluxo de informaes baseava-se principalmente em papel,

    resultando em uma transferncia de informaes lenta, pouco confivel e

    propensa a erros. O custo decrescente da tecnologia, associado a sua maior

    facilidade de uso, permitem aos executivos poder contar com meios para coleta,

    armazenar, transferir e processar dados com maior eficincia, eficcia e

    rapidez.

    A transferncia e o gerenciamento eletrnico de informaes

    proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logsticos mediante sua

    melhor coordenao. Alm disso, permite o aperfeioamento do servio

    baseando-se principalmente na melhoria da oferta de informaes aos clientes.

    Atualmente, trs razes justificam a importncia de informaes precisas e

    a tempo para sistemas logsticos eficazes:

    35

  • os clientes percebem que informaes sobre status do pedido, disponibilidade de produtos, programao de entrega e faturas so

    elementos necessrios do servio total ao cliente;

    com a meta de reduo do estoque total na cadeia de suprimento, os executivos percebem que a informao pode reduzir de forma eficaz

    as necessidades de estoque e recursos humanos. Em especial, o

    planejamento de necessidades que utiliza as informaes mais

    recentes pode reduzir o estoque, minimizando as incertezas em torno

    de demanda;

    a informao aumenta a flexibilidade, permitindo identificar (qual, quanto, como, quando e onde) os recursos que podem ser utilizados

    para que se obtenha vantagem estratgica.

    5.3 - Sistemas de informaes Logsticas

    Os sistemas de informaes logsticas funcionam como elos que ligam as

    atividades logsticas em um processo integrado, combinando hardware e

    software, para medir controlar e gerenciar as operaes logsticas. Essas

    operaes tanto ocorrem dentro de uma empresa especfica, como ao longo de

    toda cadeia de suprimentos.

    36

  • Os sistemas de informaes logsticas possuem quatro diferentes nveis

    funcionais: sistema transacional, controle gerencial, apoio deciso e

    planejamento estratgico.

    5.4 - Sistemas de gesto empresarial

    Cada vez mais empresas brasileiras de mdio e grande porte e de vrios

    setores da economia vem implementando sistemas de gesto empresarial ERP.

    Esse tipo de sistema visa resolver problemas de integrao da informaes

    nas empresas, visto que antes elas operavam com muitos sistemas,

    caracterizando em alguns casos uma verdadeira colcha de retalhos , o que

    inviabilizava uma gesto integrada. Alm disso, a implementao de um

    sistema ERP permite que as empresas faam uma reviso em seus processos,

    eliminando atividades que no agregam valor. Os principais sistemas ERP

    disponibilizam uma vasta gama de relatrios e indicadores de desempenho pr-

    configurados para mensurao, anlise e controle.

    5.5 - Tendncias

    Com uma maior difuso de sistemas ERP, existir um favorecimento para

    alavancar as operaes logsticas, baseando principalmente na aquisio de

    software de apoio a deciso, bem como de SCM Applications. Isto exigir das

    37

  • organizaes profissionais da rea de logstica cada vez mais com maior

    qualificao.

    Surgem fortes evidncias de que empresas da mesma cadeia de

    suprimentos cada vez mais iro integrar-se aos meios de sistemas de

    informao, reduzindo incertezas, duplicaes de esforos e,

    conseqentemente, o custo com a operao.

    38

  • 6 - TECNOLOGIA DE IMFORMAO: USO DA SIMULAO PARA A

    OBTENO DE MELHORIAS EM OPERAES LOGSTICAS

    No h dvidas de que a logstica moderna foi fortemente influenciada

    pela evoluo da tecnologia de informao. Essa evoluo tecnolgica

    proporcionou vantagens para as operaes logsticas, que passaram a ser mais

    rpidas, confiveis, de menor custo e mais eficientes. Outra importante

    contribuio desse ambiente informatizado foi tambm a maior disponibilidade

    de informao sobre os processos e a possibilidade de analisar tais

    informaes utilizando ferramentas quantitativas mais sofisticadas que at h

    pouco tempo eram privilgio de algumas poucas organizaes de grande porte.

    A simulao aparece ento como uma poderosa ferramenta da pesquisa

    operacional que, apesar de conhecida desde o incio de dcada de 50, somente

    agora se tornou de fato mais acessvel a um pblico muito maior.

    Entende-se por simulao o uso de modelos para o estudo de problemas

    reais de natureza complexa, por meio da experimentao computacional.

    6.1 - Capacitaes tcnicas necessrias

    A execuo de um projeto de simulao exige capacitaes tcnicas

    diversas, tais como:

    bons conhecimentos de informtica: necessrio para atender a utilizar o software e, conseqentemente, ser capaz de modelar o problema em

    39

  • questo. No entanto, isso no implica indicao de um profissional da

    rea de informtica, mas uma pessoa com um perfil de usurio,

    habituado ao desenvolvimento de projetos com utilizao de software;

    conhecimentos razovel de estatsticas: necessrio para a intensiva utilizao de dados, caracterstica dos estudos de simulao. O

    conhecimento estatstico necessrio para um adequado tratamento dos

    dados de entrada (modelagem estatstica) e uma correta interpretao

    dos resultados que o modelo pode gerar;

    conhecimento de tcnicas de anlise de processos: o profissional ou a equipe deve ter domnio sobre todos os detalhes relevantes do sistema,

    das relaes entre seus componentes, e deve ter a habilidade de traduzi-

    las em um conjunto de regras lgicas. claro, no poder faltar boa

    dose de sensibilidade ao problema em questo. Um projeto de simulao

    com pouco envolvimento de pessoas que trabalham na prtica com o

    sistema possui grande probabilidade de no alcanar os objetivos

    desejados.

    40

  • 7 - GIS: DEFINIES E APLICAES NA LOGSTICA

    Prope-se abordar uma das tecnologias de informao que cada vez mais

    est ao alcance de pequenas, mdias e grandes empresas brasileiras os

    Sistemas de Informao Geogrfica (SIG) ou GIS em ingls.

    Quem nunca viu um mapa fixado na parede demarcando reas de venda,

    ou, ento, com clientes representados por alfinetes coloridos? Agora, as

    empresas com essa prtica podem melhorar o processo de anlise dos clientes,

    bem como utilizar um instrumento mais adequado na formao de zonas de

    vendas, isto sem mencionar as inmeras aplicaes que podem ser executadas

    por GIS.

    Uma definio bastante comum de GIS encontrada na literatura relaciona

    esta tecnologia com uma ferramenta que associa banco de dados a mapas

    digitalizados. Conceitos mais amplos que este so apresentados hoje. Um GIS

    completo consiste em pelo menos cinco componentes: software, hardware,

    dados geogrficos, pessoal e organizao.

    Portanto, GIS uma coleo de software, hardware, dados geogrficos e

    pessoal para facilitar o processo de tomada de deciso que envolve o uso de

    informaes georreferenciadas na organizao.

    41

  • 7.1 - reas de aplicao de GIS

    As reas de aplicao de GIS extrapolam o uso no marketing e na

    logstica. Esses sistemas surgiram em estudos ambientais e urbanos, e em

    seguida foram utilizados nas reas de energia, gua e esgoto, sade e em

    estudos populacionais. Com isso. importante ressaltar que, dentro do

    geoprocessamento, as aplicaes citadas a seguir fazem parte de um grupo

    especfico.

    Devido importncia que os dados espaciais ocupam na atividade

    logstica, os GIS possibilitam inmeras aplicaes. Com a utilizao de dados

    georreferenciados, podem-se executar diversas anlises nas seguintes reas:

    apoio ao marketing; geografia de mercado localizao de pontos comerciais; localizao de fbricas e cds/roteamento; anlises de sistemas logsticos e uso de SDSS

    7.2 - Estrutura atual de dados

    O principal responsvel pela cartografia digital oficial e gerao de outras

    bases oficiais o IBGE. Embora esse rgo tenha planos nesse sentido, tem

    encontrado dificuldades, e a velocidade com que disponibiliza as bases para a

    comunidade bastante lenta. Existe atualmente uma poltica de associar-se a

    42

  • iniciativa privada, cedendo imagens rastear e recebendo em troca as bases

    vetorizadas, a partir das quais o IBGE padronizaria e facilitaria seu acesso para

    todos os interessados.

    As empresas da iniciativa privada desenvolvem uma srie de projetos

    isolados, que tem por vezes o mesmo objetivo. Falta coordenao entre elas

    para criarem bases conjuntamente.

    As tendncias que podemos perceber como novas no uso de GIS na

    logstica relaciona-se ao desenvolvimento de produtos que compartilham a

    tecnologia GIS com bases de dados especficos, o uso da Internet para veicular

    mapas e disponibilizar informaes para os clientes on-line e a intensificao no

    uso de SDSS nas empresas.

    Por fim, est sendo esperado aumento significativo na utilizao de SDSS

    nas empresas. Isto justificado pelo aumento do nmero de variveis,

    principalmente geogrficas, consideradas nas anlises. Com isso, as decises

    ficam cada vez mais complexas, e a necessidade do uso de tal ferramenta

    torna-se fundamental para a competitividade da empresa. Algumas

    organizaes j esto adotando os SDSS na formulao do planejamento

    estratgico.

    43

  • 8 CADEIA DE SUPRIMENTOS DA SADE E TECNOLOGIA DE

    INFORMAO

    No inicio da dcada de 90, a industria de sade norte americana,

    buscando a constante reduo de custos de materiais e suprimentos,

    concentrou seus esforos em diminuir, mediante descontos, os preos por

    volume de compras isto foi possvel atravs de formao de grupos de

    compras, porm esta tcnica chegou a um ponto no qual os esforos passaram

    a no mais gerar um impacto significante sobre os seus custos totais.

    Em 1997, o dilema causado por uma situao onde o governo, maior

    consumidor em matria de sade publica no mundo, exigia a diminuio dos

    custos e o aumento da qualidade, fez com que a American Industry Business

    Communication Council, a National Wholesale Druggists Association, a Health

    Industry Distribution Association e o Uniform Code Council patrocinassem uma

    pesquisa chamada de Efficient Healthcare Consumer Response (EHCR).

    Desta pesquisa, a mais importante recomendao feita pelo EHCR

    consistia na implantao de sistemas de informao para a automatizar os

    processos da cadeia de suprimentos.

    Novas tecnologias foram sugeridas, o E-commerce, possibilitando um

    significativo impacto nos diversos componentes da cadeia de suprimentos,por

    exemplo, no gerenciamento de compras atravs da agilidade na localizao do

    fornecedor mais adequado s necessidades, tendo em vista preo qualidade e

    lead time, no gerenciamento de estoques reduzindo-se o ciclo de encomenda-

    44

  • faturamento-remessa e conseqentemente os nveis de estoque, na distribuio

    a economia de tempo e mo de obra pela transmisso eletrnica de

    documentos, no gerenciamento de pagamentos, permitindo efetuar e receber

    pagamentos por meio eletrnico, aumentando a confiana nas relaes

    bilaterais e a velocidade das transaes.

    No gerenciamento de compras, estava a maior oportunidade de

    economia do setor, onde em uma cadeia de US$23 bilhes, o custo de

    gerenciamento de compras poderia ser reduzido de US$8.5 bilhes para

    US$2.7 bilhes aps a aplicao das tcnicas sugeridas na pesquisa EHCR,

    que incluem tecnologia de informao, notadamente o B2B e-commerce, e

    curva ABC.

    Segundo Brennan(1998), "O gerenciamento de compras comea com um

    pedido de um produto ou servio por um usurio final e termina com o

    pagamento ao fornecedor do produto ou servio", porm h uma diversidade

    muito grande de etapas, envolvendo diversos setores e processos.

    De acordo com a pesquisa realizada pela EHCR, algumas atividades

    especficas no gerenciamento de compras podem torn-lo mais eficiente, tais

    como:

    Processo de atualizao de catlogos dos preos; Processo de pedidos de compras; Processo de avisos de encaminhamento; Processo de gerenciamento de notas fiscais e dos pagamentos.

    45

  • Alm disso, os processos de compras devem ser eletrnicos, atravs do

    EDI ou outras formas de comrcio eletrnico e totalmente integrados com os

    sistemas de contas a pagar reduzindo-se os custos fixos e o fluxo de papeis.

    Recentes avanos na tecnologia da informao, especificamente o

    business-to-business e-commerce, constituem a fora que est dirigindo o

    aumento da eficincia no gerenciamento da cadeia de suprimentos da sade.

    O business-to-business consiste na conduo de negcios entre

    empresas por meio da Web, diferente o busuness-to-consumer, onde milhes

    de usurios acessam um computador central, o B2B permite a dezenas de

    milhares de empresas conectarem-se com outras dezenas de milhares de

    empresas, por meio de uma rede virtual.

    No inicio, o intercambio de dados eletrnicos (EDI) esteve disponvel

    apenas para grandes corporaes, que tinham capital suficiente para investir

    em sistema de informaes fechadas, desta forma os fornecedores dessas

    grandes corporaes tinham que investir muito em seus sistema de

    informaes para se comunicarem com os clientes.

    Borchureware veio a seguir, nesta etapa as oportunidades de marketing

    foram possveis para milhes de empresas on-line, porm as transaes ainda

    eram feitas off-line.

    O inicio de business-to-business se deu quando as empresas passaram

    a fazer as transaes comerciais de forma on-line.

    46

  • O quadro abaixo nos mostra a evoluo a evoluo do EDI ao B2B

    O business-to-business apresenta uma grande gama de vantagens, dentre

    elas podemos destacar as seguintes:

    Eliminar a necessidade de papel; Diminuir erros; Possibilitar a atualizao de preos e informaes sobre produtos

    instantaneamente;

    47

  • Gerar, automaticamente, pedidos de compras, notas fiscais e avisos de remessa;

    Cuidar automaticamente de processos de pagamento, do controle de inventrio e do rastreamento, sem interveno do usurio;

    Permitir que os hospitais desviem das organizaes de compras(GPO's) e comprem diretamente da fabrica;

    Economizar tempo e dinheiro.

    Outra vantagem do B2B possibilitar acesso instantneo a produtos de

    centenas de milhares de companhias. Isto faz com que a comparao de

    preos seja to fcil quanto um clique de um mouse.

    A informao precisa e rpida vital para o gerenciamento de qualquer

    cadeia de suprimentos, com a utilizao da tecnologia B2B, todas as ligaes

    na cadeia de suprimentos de sade podem ter informaes potencialmente

    poderosas, detalhadas e disponvel de forma imediata sobre todos os produtos

    adquiridos e vendidos.

    48

  • 9 AUTOMAO DO FLUXO DE INFORMAES

    A logstica envolve tambm o fluxo de informaes, a fim de que se tenha

    qualidade e velocidade de dados suficiente para atender s necessidade do

    consumidor (prazo, quantidade etc) e com uma boa produtividade dos recursos

    de toda a cadeia de abastecimento.

    As solues de automao do fluxo de informaes esto classificadas em

    cinco principais grupos:

    9.1 - Planejamento:

    As solues automatizadas para planejamento logstico consideram:

    Previso de vendas ou forecast, asseguram maior acurcia previso da demanda da cadeia de abastecimento;

    ERP ( Sistema de esto integrada): para a integrao dos processos em todos os nveis da organizao;

    MRP: desenvolvem o planejamento das necessidades de materiais e recursos de manufatura;

    DRP (Distribution resourses planning): apiam o planejamento dos recursos necessrios distribuio de demanda em determinado

    perodo;

    FSC )"Finite capacity scheduling"): a programao de capacidade finita contribui para uma rpida reprogramao, a partir de variaes na

    49

  • demanda, com conhecimento antecipado das capacidades dos recursos

    e das possibilidades de alter-las.

    9.2. - Execuo:

    O gerenciamento da execuo pode ser apoiado pelas seguintes solues:

    WMS (Sistema de gerenciamento de armazns): Gerenciamento das atividades de um armazm;

    TMS (Sistema de gerenciamento de transporte): Solues voltadas ao gerenciamento de transporte;

    MES ("Manufacturing execution system"): Preenchem o espao deixado entre o planejamento e a execuo, monitorando e analisando a

    operao em tempo real.

    9.3. - Comunicao:

    A transmisso de informaes integrando os sistema, empresas e

    pessoas podem ser feitas pelas seguintes tecnologias:

    Internet/EDI: Disponibilizam a informao em tempo real agilizando a tomada de deciso;

    Radiofreqncia: Transmite a informao em tempo real da operao para o sistema de gerenciamento;

    Sistemas controlados pela voz: automatizam a transmisso de informaes, liberando as pessoas para trabalhos manuais;

    50

  • Sistemas controlados pela luz: Comunicao que identifica visualmente as tarefas a serem realizadas.

    9.4. - Controle:

    A gesto, por meio de indicadores de desempenho (KPI,"key performance

    indicators"), pode ser apoiada pelos seguintes solues:

    EIS("Executive information system"): visualizao dos indicadores estratgicos do negcio;

    DDS("Decision suport system"): fornecem a informao em maior nvel de detalhe para a tomada de decises.

    9.5.- Concepo:

    Layout: Softwares para desenvolvimento de layout auxiliam no posicionamento de reas, equipamentos e recursos operacionais;

    Ergonomia: Softwares que avaliam e auxiliam no projeto de um adequado ambiente de trabalho;

    Embalagens: Solues que desenvolvem a embalagem em toda cadeia de abastecimento, incluindo o arranjo das cargas dentro de veculos de

    transporte;

    Simuladores de processos de negocio: avaliam os atuais processos e os impactos de alteraes que podero ser feitas nos mesmos;

    51

  • Simuladores de malha logstica: analisam diversos cenrios e seus impactos na cadeia de abastecimento;

    Simuladores operacionais grficos: geram cenrios grficos para visualizao de uma operao logstica;

    Analise de riscos e tomada de deciso: Solues para anlise de riscos, desenvolvimento e implementao de projetos;

    PMIS ("Project management information system"): automatizam todo o desenvolvimento de um projeto.

    Abaixo temos um modelo de Automao na Logstica:

    52

  • 10 - Concluses

    Nesta seo, comentamos as quatro principais decises necessrias

    formalizao de uma poltica de estoques para a cadeia de suprimentos: onde

    localizar, quando pedir, quanto manter em estoques de segurana e quando

    pedir. Especificamente para cada uma dessas decises, destacamos a seguir

    os principais pontos:

    a localizao, ou o nvel de centralizao dos estoques na cadeia de suprimentos uma deciso que depende fundamentalmente da

    iterao de diversas dimenses caractersticas de cada material: giro,

    valor agregado, disponibilidade e lead time de resposta exigidos;

    a deciso de quanto pedir tambm depende de anlises incrementais nos custos de manuteno de estoques e de transporte,

    principalmente quando esto sendo avaliadas estratgias de

    postergao ou de consolidao do ressuprimento;

    o dimensionamento dos estoques de segurana vai depender no apenas da disponibilidade de produto exigida pelos mercados e da

    variabilidade da demanda, mas tambm de uma anlise relativa aos

    custos da falta de excesso;

    Com relao ao quanto pedir, a metodologia do LEC e o ressuprimento JIT no constituem abordagens mutuamente

    53

  • exclusivas, podendo ser empregadas em conjunto para avaliao e

    contnua reduo nos tamanhos de lote.

    Tambm exploramos as principais motivaes para reduo dos nveis

    de estoque e as armadilhas presentes na viso tradicional, bem como

    transformaes na cadeia de suprimentos que esto permitindo s empresas

    operar com tamanhos de lotes de ressuprimento cada vez menores.

    Especificamente, foi discutido que a reduo nos tamanhos de lote de

    ressuprimento entre empresas no deve ser simplesmente um objetivo isolado

    de outras funes logsticas, mas conseqncia direta do aumento de eficincia

    nas atividades de transporte, armazenagem, processamento de pedidos etc. Foi

    avaliado tambm o significativo impacto que a troca de informaes entre

    empresas pode exercer no dimensionamento dos estoques de segurana.

    Foram discutidos os principais aspectos e questes relevantes para a

    formalizao de polticas de estoques para as cadeias de suprimento.

    No podemos esquecer de comentar na concluso que aliado a reduo

    de preo dos computadores e a reduo do custo de armazenamento de dados

    o que notamos que a maioria das empresas tem hoje a possibilidade de

    acumular informaes a um custo acessvel, e essas informaes podem ser

    utilizadas para direcionar estratgias de marketing e definir requisitos

    operacionais da organizao logstica, visando atender aos diferentes nveis de

    servio ao menor custo possvel.

    54

  • O que acontece atualmente para o profissional da rea o acesso a um

    grande volume de dados, mas a dificuldade de gerar informaes para a

    tomada de deciso.

    Num setor cada vez mais competitivo, conhecer o consumidor ainda a

    maior formula de sucesso.

    55

  • 11 - Referncia Bibliogrfica

    BALOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organizao e Logstica Empresarial. Traduo de Elias Pereira. 04.ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001 p.109-112. KOBAYSHI, Shunichi. Renovao da Logstica: como definir as estratgias de distribuio fsica global. Traduo de Valrio Custodio dos Santos.So Paulo: Atlas, 2000. p. 180. BALLOU, Ronad H. Business logistics management: 02.ed. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1992 p. 31-38 BOWERSOX, Donald J.;CLOSS, David. Logistical management: the integrated supply chain process: New York: McGraw-Hill, 1996 p 177-208. BANZATO, Eduardo. O Universo da Automao. Revista Log & Mam Logstica, movimentao e armazenagem de materiais. n.137, p. 32-34, maro 2002. SANTOS, Fernando C. A. Similaridades dos estgios evolutivos das areas de gesto. Revista de Administrao.V.36, n.4, p.18-32, Outubro/Dezembro 2001

    ALBERTIN, Alberto Luiz. Valor estratgico dos projetos de tecnologia de informao. Revista de Administrao. V.41, n.3, p. 42-50, Julho / Setembro 2001

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    EDUARDO HENRIQUE LENTIMARIO NARDIN RIBEIRO