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    suficientemente satisfatria. Eu defino satisfatrio como sendo aquele pontoda discusso a partir do qual toda discusso posterior se torna suprflua.

    Essa definio deve se aproximar do pensamento de que o discurso sobregestos no deve se reduzir a explicaes causais, pois no atingem assim aespecificidade dos gestos. As explicaes causais (no sentido estrito do termocientfico) so evidentemente inevitveis para a compreenso dos gestos,mas elas so infrutferas. No so suficientes para entender esses movimentosespecficos do corpo. E preciso tambm saber interpret-los corretamente.Quando algum mostra um livro com seu dedo, no ser possvel apreenderesse gesto atravs do conhecimento de todas as suas causas. Para compreend-lo preciso entender seu significado. exatamente isso que fazendo otempo todo, muito rpido e efetivamente. Lemos os gesto, desde osmovimentos mnimos dos msculos faciais at as mais violentas revolues

    das massas corporais.

    Eu no sei, como vamos realizar isso. Eu sei entretanto que no dispomos deuma teoria de interpretao dos gestos. Isso no razo pra se orgulhar, porexemplo, gabando de nossa misteriosa intuio. Na queda de pedras tinha-senas eras precientficas a sensao de saber do que se tratava. Mas somentens, que dispomos de uma teoria acerca da queda livre, somos capazes deentender a questo. Precisamos de uma teoria de interpretao dos gestos.

    As assim chamadas cincias humanas ou do esprito parecem quererapresentar essa teoria. Mas elas fazem isso? Elas se orientam pela cinciasnaturais e nos do explicao causais cada vez melhores e mais completas.Sem duvidas essas explicaes no so to rigorosas como as da fsica e daqumica e provavalmente nunca vo ser, mas no isso que as tornainsatisfatrias. O aspecto menos insatisfatrio das cincias do humano est noseu acesso ao fenmeno do gesto. Elas o consideram como fenmenosimplesmente e no como uma doao codificada de sentido. E mesmoquando elas admitem o carter interpretativo dos gesto (isso que antes erachamado de dimenso espiritual), so dominados ainda pela tendncia de

    reduzir os gestos a explicaes causais (Isso que anteriormente era chamadode natureza). Elas fazem isso para ter o direito de se chamar de cincias, mas isso mesmo que impede que essas disciplinas (psicologia, sociologia,economia, histria e lingustica) consigam desenvolver uma teoria deinterpretao dos gestos.

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    Seguramente existe essa nova disciplina de pesquisas com sua massa deinfrmaes, crescendo aceleradamente, chamada de Cincia da Comunicaoe que parece ser especializada em lidar com uma tal teoria interpretativa. Apropriedade semiolgica dessa disciplina, que est em oposio com o carterfenomenolgico das outras cincias humanas, parece ser um indcio, que apesquisa em comunicao se ocupa com os mesmo fenmenos, mas sob oaspecto simblico. De fato, palavras como cdigo, mensagem, memria,informao, aparecem na teoria da comunicao freqentemente, e so termostpicos para esse tipo de pesquisa. Entretanto acontece um processo estranho,nem sempre notado. Esses termos semiolgicos so transferidos para asdisciplinas causalistas e seus significados originrios alterados. Ento temosconceitos como cdigo gentico, mensagem subliminar, memriageolgica e outros mais. Depois retornam esses conceitos para acomunicao e uma vez que eles se tornaram explicativos, no serve mais para

    a interpretao. Parece que a comunicao, que comeou como uma disciplinasemiolgica, na sua tendncia de ser cientifica, se tornou muito rapidamenteexplicativa.

    Eu resumo o que foi dito at aqui: uma forma da definio de gesto consisteem compreende-lo como um movimento do corpo (ou do corpo com alguminstrumento), para o qual no nenhuma explicao causal suficiente. Paraentender os gestos determinados dessa maneira, deve revelar seu significados. isso que fazemos o tempo todo e isso constitui um aspecto importante danossa vida rotineira. Mas no temos ainda uma teoria da interpretao dosgestos e estamos limitados a leituras intuitivas, empricas do mundo dosgestos, o mundo codificado por e para ns. Isso significa que no dispomos decritrios confiveis para a adequao de nossa leitura. preciso lembrar dissodurante a tentativa subseqente de ler os gestos, buscando revelar nele aafinao.

    A definio de gesto sugerida aqui pressupe que se trata de um movimentosimblico. Quando algum me espeta o brao vou moviment-lo e essa reaovai permitir a um observador a afirmar que o movimento do meu brao

    expressa ou articula uma dor, que eu senti. Ser feita uma conexo causalentre a dor e o movimento e uma teoria fisiolgica, para esclarecer essaconexo, e o observador estar no direito ver o movimento como sintoma dador, que eu sofri. Um movimento desse tipo no poder ser definido comogesto, conforme a definio sugerida, pois o observador estar sastisfeito coma explicao. Mas eu posso erguer meu brao em um determinado jeitoquando algum me espeta algo, e essa ao permite tambm ao ovservador

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    afirmar que o movimento do meu brao expressa uma dor que eu senti. Masdessa vez no h mais uma conexo direta de causa e efeito entre a dor e omovimento. Um tipo de cunha penetra essa cadeia causal, uma codificao,que determina o movimento de uma estrutura especifica, de tal forma que paraaqueles que conhecem o cdigo, valido comunicar o sentido da dor. Esseconhecimento do cdigo, e no uma teoria, d ao observador o direito de dizerque o movimento expressa a dor, que eu senti. Minha ao apresenta a dor, ela seu smbolo e a dor seu significado. Ento um movimento na medida dadefinio sugerida um gesto, pois nenhuma das teorias disponveis aoobservador ser capa de explicar esse movimento de maneira suficiente.Evidentemente possvel afirmar que um tal movimento sempre o sintomade algo de outro (por exemplo a cultura na qual ele foi codificado), mas no essa a razo pela qual ele chamado de um gesto. Um gesto um movimento,quando ele apresenta algo, porque se trata de constituio de sentido.

    de se notar que o verbos expressar ou articular, no pargrafo anterior, estosendo usado em significados diferentes. No movimento reativo do meu braovem a tona a dor, e nesse sentido que deve ser entendido que a dor levadaa se expressar atravs do movimento. No movimento ativo do meu braoapresento a dor e nesse sentido que digo que expresso algo atravs do meugesto. Prestemos ateno como a linguagem na descrio do segundomovimento praticamente obriga o uso do termo Eu e como esse uso nadescrio do primeiro moivimento praticamente excludo. Mesmo assim nodevemos ficar por demais impressionados com essa tendncia idealista dalinguagem. Eu irei me limitar a usar os termos expresaar e articular para osegundo significado e dize que gestos expressam e articulam aquilo, queapresentam simbolicamente. Eu irei proceder dessa forma, porque eu gostariade defender a tese, que a afinao a apresentao simblica de atmosferasatravs de gestos. Em resumo, procurarei mostrar, que atmosferas (o que querque essa palavra queira dizer), podem se externar atravs de uma variedade demovimentos corporais, mas que eles se expressam e se articulam atravs deuma afinao do chamado jogo gestual, porque elas so apresentados dessaforma.

    Sem duvida, terei dificuldades de ficar preso ao meu texto. Existe uma duplarazo para isso. A primeira est no fato de que difcil distinguir entre ao ereao, apresentao e exposio num fenmeno concreto. Por exemplo, euvejo lgrimas nos olhos de algum. Qual critrio eu tenho para dizer que setrata da apresentao de uma de uma atmosfera (de um smbolo codificado) eno de uma mera externao (um sintoma)? No primeiro caso a pessoa

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    observada age uma determinada atmosfera, ela ativa. No segundo caso elareage a uma atmosfera, ela passiva. Mas ela pode ser ambas, ou ela pode seruma e eu posso erroneamente ler a outra. A segunda razo para minhadificuldade esta na falta de clareza da palavra atmosfera, que cobre umaregio vasta mau determinada, que vai da sensao, pela emoo esensibilidade ate a idia. Quando eu quero me manter na idia de que aafinao um modo como atmosferas atravs de gestos so expressos, precisoantes conhecer o significado de atmosfera, mas eu no posso conhec-lo semfazer violncia contra o conceito. Isso leva a uma circularidade, para meaproximar da noo de atmosfera, preciso interpretar os gestos.

    Apesar de tudo, minhas dificuldades no so to grandes como parecem aprimeira vista. Quando eu olho para uma outra pessoa e a vejo gesticular,disponho de um critrio, para diferenciar entre reao e gesto, entre

    externao de uma atmosfera e sua expresso codificada. Esse critrio o fatode que eu me reconheo no outro e sei atravs de introspeco quando meexteriorizo passivamente uma atmosfera ou quando a apresento ativamente.Evidentemente posso me enganar no reconhecimento e na introspeo, mas ocritrio est a disponvel. E embora eu no possa conhecer o significado dotermo atmosfera, sei que se trata de algo diferente da razo. E j que euconheo de alguma maneira o significado de razo, parece ser suficiente esseconhecimento negativo de atmosfera. Eu posso em seguida continuar minhaobservao da afinao como atmosferas traduzidas em gestos.

    Os pontos capitais, para dobrar essa pesquisa em uma forma elptica, soapresentao simblica e algo diferente da razo.Da se segue, quandointerpreto gestos especficos como algo, que diferente da razo, me colocodiante da afinao. Mas a frase anterior no uma descrio da experincia daarte? De modo que nessa forma de observar os gestos, a arte e a afinao setocam? Quando eu olho para uma obra de arte, no a interpreto como gestoscongelados, que apresentam simbolicamente algo, que diferente da razo? Eo artista no algum que articula ou expressa isso que a razo (a filosofia, acincia) no capaz de articular da mesma forma? Mesmo se eu concorde de

    uma maneira quase romntica, que arte a afinao se complementam, ou se eurefuto isso de uma maneira quase clssica no h duvida que a afinaolevanta uma questo esttica e no uma questo tica ou muito menos umaquesto epistemolgica. A questo no se a apresentao de uma atmosfera mentirosa e menos ainda se verossmel, mas se ela toca o observador.Quando eu aceito que a afinao atmosfera transformada em gestos, noestou mais interessado na atmosfera primordialmente, mas nos efeitos do

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    gesto. Assim na medida em que eles se exteriorizam em sintomas e como euos vivencio na introspeco, levantam problemas de ordem tica eepistemolgica. A afinao, ao contrrio, libera as atmosferas de seu contextooriginrio e as deixa se tornar estticas (formalmente) na forma de gestos.Elas se tornam artsticas/artificiais.

    Nesse ponto o leitor poderia argumentar que eu segui um logo atalho parachegar a uma concluso muito banal.. Minha ignorncia simulada dosignificado de afinao me obrigou a calar, que afinao significaatmosfera artificial, o que teria poupado a mim e ao leitor de inteisdificuldades, se tivesse explicitado. Mas a crtica do leitor seria um erro. Umacoisa se ocupar do indubitvel lugar-comum de dizer que a afinao umaatmosfera artificial e outra bem diferente chegar a esse resultado atravs daconsiderao do significado do gesto. A diferena est no uso das palavras

    artstico e artificial. Quando eu digo rasteiramente, que afinao atmosfera artificial, corro o risco, de no perceber, que a afinao, na medidaem que ela faz as atmosferas artificiais, na verdade um dos mtodos, atravsdos quais o homem tenta dar sentido a sua vida e ao mundo no qual ele vive.Quando algum me espeta o brao e quando eu reajo com um movimento domeu brao, isso processo absurdo, sem significado (ao menos enquanto aespetada no ela mesmo o gesto de algum, que empresta um significado aesse processo) Mas quando algum me espeta no brao e eu o levanto com umgesto codificado, o processo est carregado de significado. Atravs do meugesto retirei a dor de seu contexto absurdo, sem significado, natural e atravsde sua demarcao no contexto cultural artificializei a dor. Nesse exemplo ador era real, embora os gestos fossem meio exagerados. Mas isso no muitoimportante. Essencialmente a articulao da dor, sua expresso simblicafrente ao outro. Mas esse aspecto simblico, e no a presena ou ausnciareal da dor apresentada, que constitui o gesto como uma atmosfera artificial.Na realidade Fernando Pessoa insiste que a dor real mais difcil deapresentar simbolicamente do que a dor imaginria e por isso o poeta desafiafortemente: o poeta um fingidor que finge to perfeitamente que finge at ador que deveras sente. Esse carter fraudador, apresentador e simblico da

    afinao, essa artificialidade, empresta as atmosferas, se real ou imaginriassignificao (e vida tambm). Preferimos a formulao: a afinaoespiritualiza as atmosferas atravs de sua formalizao nos gestos simblicos. nesse sentido que deve ser compreendido que as atmosferas se tornamartificiais na afinao.

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    O artificial nas atmosferas apresentada em primeiro lugar um problemaesttico. O jogo gestual atmosfrico empresta ao mundo e a vida umasignificao esttica. Quando queremos criticar a afinao, precisamos usarcritrios estticos. A escala dos valores que serve de medida, no oscila entreverdade e erro ou verdade e mentira, mas deve oscilar entre verdade(autenticidade) e kitsch. Eu acredito que essa diferenciao essencial.Quando eu observo um gesto marcado por sentimento, por exemplo, a de ummau ator em uma pea ruim, que gostaria de comunicar a atmosfera de umamor paternal, vou cham-la de no verdadeira. Mas seria inadmissvelcaracteriz-la como um erro como mentira. No verdadeiro ela no sentidode mau gosto e ela permanecer no verdadeira, mesmo quando o ator forum pai amoroso. Considero essa diferenciao essencial por causa damultiplicidade de significados, que a palavra verdade carrega em si. Naepistemologia verdade significa adequao com o real; na tica e na poltica,

    ser fiel a si mesmo; ao contrrio, na arte verdade quer dizer fidelidade aomaterial com que se lida. Bem claramente no acidente que a mesma palavratenha trs significados, elas todas participam disso que chamado dehonestidade [integridade, retido]. Mas pode ser que um gesto cheio desentimento seja honesto epistemologica e moralmente, mas esteticamentedesonesto, assim como o gesto do mau ator. E pode muito bem ser que umgesto cheio de sentimento, seja epistemologica e moralmente desonesto eesteticamente honesto, como no caso dos gestos que tiveram como resultadoas esculturas da renascena imitando os gregos. Nesse casos preciso julg-los como verdadeiros. Na escala da afinao preciso marcar um ponto maisprximo da direo da verdade no caso de Michelangelo e diminuir um pontode um ator em um enlatado de hollywood (bem no limite do kitsch), e issosem qualquer considerao nem em relao realidade da atmosfera, que elasexpressam, menos ainda na boa f dessa atmosfera.

    Claro preciso nesse ponto se lembrar que todo juzo na falta de uma teoria dainterpretao dos gestos permanece emprico e intuitivo. Sem uma teoria noh crtica de arte objetiva e nem muito menos intersubjetiva, queestatiticamente pudesse ser sustentada. E mesmo se uma tal teoria existisse

    vale De gustibus non est disputandum. De tal forma que o kitsch de umobservador poderia ser claramente verdadeira afinao para outro. E quandoalgum quer contornar a falta de uma teoria desse tipo atravs de algumaquantificao da verdade da afinao (por exemplo, quando algum diz, queela mais veradeira quando mais expectadores movimentar) ento vamosconcluir que a afinao de Pavarotii mais verdadeira do que a de Byron.Mesmo assim existe um tipo de intuio que nos fora a ver Pavaroti na escala

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    da afinao mais prximo do kitsch do que Byron. A teoria da informao(esse maravilhoso passo na direo de uma teoria da interpretao do gestos)confirma essa intuio.

    Ns no dependemos das sutilezas matemticas dessa teoria (que segundominha opinio o resultado de grande parte do esforo dela se tornarcientifica) para entender o problema. A teoria diz que um gesto menos kitschquanto mais informao contiver, e fora isso, que uma quantidade deinformao comunicada atravs do gesto esta conectada ao cdigo do gesto.Essa afirmao tem uma implicao importante, quanto mais informao,mais difcil ser sua leitura por um receptor. Quanto mais informao, menoscomunicao. Em conseqncia, quanto menos um gesto informa, tantomelhor ele comunica, tanto mais vazio e por isso mesmo agradvel e maisbelo. Pois ele exige menos esforo para ser lido. Assim a teoria da informao

    apresenta uma critrio de avalizao mais ou menos objetivo para o fato deque os gestos mais ricos de atmosfera das novelas de tv movimentam maisprofundamente as massas. Mas preciso notar que a teoria da informaofunciona muito melhor com o kitsch do que com a verdadeira afinao. Elapode medir a banalidade do kitsch, mas diante da originalidade da verdadeiraarte, ela parece ser to emprica quanto nossas intuies. De modo nenhum elapode substituir nossa intuio no campo da crtica de arte e ainda menosdeixar preparado uma teoria da interpretao.

    Igualmente existe um ponto , atravs do qual essa teoria pode nos ajudar: o dovazio e do cheio. Eu afirmei que a afinao um mtodo, que d significadosa afinao, no que elas as simbolizam. No que se refere a teoria da informao(atravs do qual ela efetivamente d um passo na direo de uma teoria dainformao) o pensamento que um smbolo, expresso em uma atmosfera,pode ser mais ou menos vazio, e que a escala de medio da afinao vai daplenitude para o vazio, do significado inesgotvel para o gesto vazio. Em umfim da escala existem os gestos majestosos e menos freqentes, cujosignificado ainda no foram esgotados atravs dos sculos. No outro fimexiste um incontvel nmero de gestos vazios, que fazemos e que so

    observados em ns e em torno de ns, e que procuram esgotar o significadooriginrio e prvio, dados atravs de seus gestos majestosos, de nossasatmosferas. A atmosfera da amizade ser simbolicamente apresentada, porexemplo atravs dos gesto de Castor e Pollux, e atravs do aperto de mo,uma em seu ser pleno, o outro, ao contrrio, quase esvaziado de todos ossignificados. Da mesma maneira, presumo eu, uma crtica da afinao (etambm da arte) pode se tornar menos subejtiva e se tornar mais tarde

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    certamente com muito esforo uma interpretao no apenas do kitsch, mastambm daqueles grande momentos, nos quais a humanidade d significadopara seu sofrimento e suas aes.