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GILMARA BITENCOURT MARTINS AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS Tubarão, 2006.

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GILMARA BITENCOURT MARTINS

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS

Tubarão, 2006.

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GILMARA BITENCOURT MARTINS

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Fisioterapia, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientadora: Profª. MSc. Fabiana Durante de Medeiros

Tubarão, 2006.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus

pais amados, Gilmar e Rosa que foram

responsáveis pela minha formação como

pessoa, mostrando sempre o caminho do

bem e educando para a vida. Nada seria

dessa vitória se não fosse vocês ao meu

lado. Amo vocês!

E a meu noivo Rafael, que

esteve sempre ao meu lado, me apoiando

em todas as decisões importantes, e com

quem pretendo viver os laços do

matrimonio.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao Pai celestial, o DEUS criador, por ter enviado

à minha vida, pessoas e oportunidades maravilhosas e inusitadas, e ainda pela

presença constante em toda minha formação.

Aos meus pais, que proporcionaram seguir com meus estudos, com muito

esforço e trabalho, não deixando faltar nada que fosse indispensável. Sempre me

dando forças e muito amor.

Ao meu irmão Ricardo, minha cunhada Alessandra e meus sobrinhos Luiz

Henrique e Eduardo, que cederam por muitas vezes o computador, mesmo quando

estavam utilizando, para que concluísse meu trabalho. Além de dar força e apoio

nessa caminhada de estudos.

Ao meu noivo Rafael, pelas horas de ausência e ainda por tantas vezes,

ser parte atuante, me levando aos lugares necessários para cumprir com meus

compromissos. Além de sua constante preocupação e incentivo.

À enfermeira chefe Sandra Grandemagne, do PSF da unidade do bairro

Progresso, pela autorização do estudo com sua população idosa, se mostrando

interessada em ajudar no que precisasse.

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À Irmã Agenora, diretora do asilo Santa Isabel, que autorizou a pesquisa

com seus internos. E à auxiliar de enfermagem Hosania, que respondeu o

questionário, pelos idosos incapazes de responder às questões da pesquisa.

À todas agentes comunitárias de saúde do bairro Progresso, por ceder

seus cadastros, e mostrando os endereços dos idosos quando necessário. Em

especial à minha grande amiga Arêtha, que servia como ponte entre eu e todos os

profissionais do PSF, além de prestar informações e ceder material sobre seu

trabalho, como membro do PSF.

Às amigas Simone, Cristiane, Tassiane, Mariana, Cristina e Ediane, além

dos demais colegas de turma, pela amizade, carinho, compreensão e colaboração

nesses quatro anos de convivência. Certamente vocês estarão pra sempre em meu

coração.

À todas as famílias e idosos que com carinho me receberam, permitindo a

realização desta pesquisa.

E finalmente, a minha orientadora Profª. MSc. Fabiana Durante de

Medeiros, pelas horas de dedicação para elaboração deste trabalho. A você muito

obrigada, pelas palavras de conforto, mostrando que as coisas não são tão difíceis

quanto parece.

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RESUMO

A capacidade funcional, especialmente a dimensão motora, é um dos importantes marcadores de um envelhecimento bem sucedido e da qualidade de vida dos idosos. A perda dessa capacidade, está associada à predição de fragilidade, dependência, institucionalização, risco aumentado de quedas, morte e problemas de mobilidade, trazendo complicações ao longo do tempo, e gerando cuidados de longa permanência e alto custo. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a capacidade funcional de idosos institucionalizados e não institucionalizados, e ver se há um déficit maior da capacidade funcional em idosos institucionalizados. Para isso, foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa, utilizando um questionário com perguntas fechadas adaptado do projeto capacIDADE da Universidade de São Paulo, departamento de prática de saúde pública, fundamentado num sistema de vigilância à incapacidade funcional e dependência, realizado no Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza. Fizeram parte da amostra 24 idosos institucionalizados do Asilo Santa Isabel e 65 idosos não institucionalizados do Programa de Saúde da Família (PSF) da unidade do Bairro Progresso, ambos do município de Laguna – SC. Constou, de visita domiciliar e entrevista ao idoso selecionado ou responsável. As variáveis pesquisadas foram: mobilidade, vestir, alimentação, eliminações, tomar banho, telefonar e tomar remédios receitados. Para análise dos dados obtidos, foi utilizado o teste estatístico de Wilcoxon para amostras independentes, que forneceu os seguintes resultados: houve diferença entre os dois grupos de idosos em todas as variáveis, com exceção da mobilidade. Tais resultados, podem ser decorrentes do processo natural do envelhecimento e perdas cognitivas, que em muitos casos é a causa da institucionalização. Enfim, ficou constatado que há um déficit maior da capacidade funcional de idosos institucionalizados. Sendo que, novos estudos devem ser realizados, considerando o motivo da institucionalização, que permitirá agregar mais informações e poderá ser de grande utilidade no contexto institucionalização e capacidade funcional. Palavras-chave: Capacidade funcional, Idosos, Institucionalização.

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ABSTRACT

Functional capacity, specially the motor dimension, is one of the most important markers of a successful aging and of quality of life of elderly indivuduals. The loss of this capacity is associated to prediction of fragility, dependence, institutionalizatio, increased risk of fall, death and mobility’s problems, inducing complications along the time, and creating cares of long permanence and at a high cost. The objective of this research was to evaluate fuctional capacity of institutionalized and non-institutionalized elderly individuals. For this, it was realized a descritive study with quantitative approach, using a questionary containing closed questions that was adjusted and based on capacIDADE project of Universidade de São Paulo, departament of practice of public health, based on a vigilance system to functional uncapacity and dependence, realized at Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza. The sample was composed by 24 institutionalized elderly subjects of Santa Isabel asylum and 65 non-institutionalized of Family Health Program (FHP) of the unit of Progresso uptown, both in Laguna-SC. It consisted by a home visit and interview with selectioned elderly subjet or responsible. The studied variables were: mobility, to get dressed, food, eliminations, taking shower, to call and take prescribed remedies. To analyze the dates, it was used statistic test of Wilcoxon to independent sample, that gave these results: there was a difference between both groups of elderly subjects in all variables, excluding mobility. These results can be caused by natural aging process and loss of cognition, that in many cases is the cause of institutionalization. So, it was evidenced that there is a higher defficience of functional capacity of institutionalized elderly subjects. And, new studies should be realized, considering institutionalization’s reason, that will permiss to collect more informations and will be much usefullness in institutionalization and functional capacity context. Key-words: Functional capacity; Elderly subjects; Institutionalization.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 09

2 CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO ......................................................... 12

2.1 Idoso ............................................................................................................. 12

2.1.1 Envelhecimento biológico............................................................................ 13

2.1.1.1 Aspectos psicológicos ............................................................................. 14

2.1.1.2 Aspectos sociais ...................................................................................... 15

2.2 Saúde e qualidade de vida das pessoas idosas ....................................... 17

2.3 Capacidade funcional ................................................................................. 19

2.3.1 Atividades de vida diária (AVDs) ................................................................ 20

2.3.2 Atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) ......................................... 21

2.4 Institucionalização ...................................................................................... 22

2.5 Doença ......................................................................................................... 23

2.5.1 Doenças Crônico-Degenerativas ................................................................ 24

2.5.1.1 Hipertensão arterial ................................................................................. 25

2.5.1.2 Diabetes Mellitus ..................................................................................... 27

2.5.1.3 Osteoartrite .............................................................................................. 29

2.6 Programa de saúde da família (PSF) ......................................................... 30

2.7 Asilo Santa Isabel ........................................................................................ 31

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................... 34

3.1 Tipo de pesquisa ......................................................................................... 34

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível ............................................................... 34

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem ...................................................... 35

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados .... 35

3.2 População/ amostra .................................................................................... 35

3.3 Procedimentos utilizados na coleta de dados .......................................... 36

3.4 Instrumentos utilizados para coleta de dados .......................................... 37

3.5 Procedimentos para análise e interpretação dos dados ......................... 38

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ......................................................... 39

4.1 Caracterização da amostra ......................................................................... 40

4.2 Distribuição por gênero e idade ................................................................. 40

4.3 Resultados percentuais das variáveis estudadas .................................... 42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 54

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 57

APÊNDICES ....................................................................................................... 62

APÊNDICE A- Questionário de Capacidade Funcional .................................. 63

APÊNDICE B- Termo de consentimento .......................................................... 66

ANEXO - Parecer Consubstanciado do CEP – UNISUL ................................. 68

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1 INTRODUÇÃO

Com o crescimento mundial da população idosa, a preocupação em

relação à capacidade funcional vem surgindo como novo destaque para a estimativa

da saúde desse segmento etário. Esse aumento gera maior probabilidade de

ocorrência de doenças crônicas e, com isso, o desenvolvimento de incapacidades

associadas ao envelhecimento.

Muitas são as alterações fisiológicas que ocorrem nos idosos, limitando

sua capacidade funcional, como: redução do volume muscular, aumento do tecido

não contrátil (gordura e tecido conectivo) no músculo, redução da força, redução da

capacidade aeróbia.

Em geral, a capacidade de funcionar de modo independente declina com

a idade e este declínio é influenciado por um conjunto de fatores biológicos,

psicológicos e sociais (GUCCIONE, 2002).

Quando a capacidade funcional começa a se deteriorar é que os

problemas começam a surgir. O conceito está intimamente ligado à manutenção da

autonomia, dependência e a transferência do idoso para uma instituição, caso não

seja possível mobilizar recursos financeiros e familiares para cuidar do idoso em sua

própria casa, recorrendo à internação quando a sobrecarga torna-se insuportável ou

supõem que o idoso não está recebendo assistência adequada.

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A institucionalização do idoso está diretamente ligada a fatores como:

classe social, manifestação de doença e disfunção, sendo que imobilidade,

instabilidade, incontinência e perdas cognitivas são os principais.

A internação do idoso em uma instituição de longa permanência pode se

apresentar como única saída para a família, frente à não disponibilidade do suporte

familiar, financeiro e psicológico que o mesmo necessita. Nestas instituições, o

indivíduo vive na forma de internato, por tempo determinado ou não.

A institucionalização por si só já representa um fator de risco, já que os

idosos institucionalizados necessitam de atenção, suporte e serviços especializados,

pois a grande maioria é fragilizada e apresenta morbidades físicas ou mentais,

tornando-os mais propensos a quedas. Pelo seu isolamento social, inatividade física

e processos psicológicos, subentende-se que quanto maior o tempo de

institucionalização, maior a debilidade do idoso (SANTOS; ANDRADE, 2005).

A capacidade funcional surge, portanto, como um novo paradigma de

saúde, particularmente relevante para o idoso. Saúde, dentro dessa ótica, passa a

ser resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental,

independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência

econômica. Qualquer uma dessas dimensões se comprometida, pode afetar a

capacidade funcional de um idoso (FREITAS et al, 2002).

O trabalho tem como objetivo geral avaliar a capacidade funcional de

idosos institucionalizados e não institucionalizados, a partir de questões específicas

como: mobilidade, vestir-se, alimentação, eliminações, e atividades como telefonar e

tomar remédios receitados. Tendo como principal questionamento, há um déficit

maior da capacidade funcional em idosos institucionalizados?

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O interesse em fazer essa pesquisa deve-se a curiosidade em saber se a

capacidade funcional de idosos institucionalizados e idosos não institucionalizados

têm diferença, já que no interior da grande maioria dos Lares para idosos, a vida

destes é bastante pobre no que diz respeito a acontecimentos de vida, fazendo com

que diminua suas atividades diárias.

Quanto à estrutura, o presente trabalho foi dividido em cinco partes,

inicialmente foram os aspectos introdutórios como: tema, problema, justificativa e

objetivos. No segundo capítulo consta a revisão da literatura sobre os termos e

conceitos pertinentes ao tema do trabalho. O terceiro capítulo dá destaque ao

delineamento da pesquisa, caracterizando tipo e procedimentos utilizado na coleta

de dados. O quarto capítulo é composto pela discussão do trabalho, apresentando

os resultados e análise. E por fim segue as considerações finais apontando

possíveis soluções e respostas para o problema.

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2 CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO

2.1 Idoso

O termo idoso é aplicado aos maiores de 60 anos. Alguns autores

defendem que o termo idoso é o mais correto na medida que identifica a pessoa com

o estado de velhice, fase em que se acumulam no indivíduo as maiores

desvantagens sociais, físicas e psicológicas. Já outros autores, preferem usar o

termo terceira idade para se referirem a este período da vida.

A grande heterogeneidade existente entre os idosos, nos aspectos morfológicos, funcionais, psicológicos e sociais, decorrentes, entre outros fatores, da grande amplitude desta faixa etária, que começa cronologicamente aos 60 anos e atinge 100 anos de idade ou mais, tem originado questionamento sobre o conceito de normalidade, quando se faz referencia à população idosa. Por outro lado, é conhecido o fato que o ritmo de declínio das funções orgânicas varia de um órgão a outro, mesmo entre idosos com a mesma idade. Esta observação justifica a impressão de que os fatores determinantes do envelhecimento produzem efeitos deletérios diferentes de uma pessoa a outra. (PAPALÉO NETTO, 2002, p. 56).

Tem-se constatado que é muito mais fácil evitar mortes do que evitar a

ocorrência de doenças crônicas e o desenvolvimento de incapacidades associadas

ao envelhecimento. Quando ocorre comprometimento da capacidade funcional a

ponto de impedir o cuidado de si, a carga sobre a família e sobre o sistema de saúde

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pode ser muito grande (ROSA et al, 2003).

2.1.1 Envelhecimento biológico

Biologicamente, o envelhecimento é caracterizado por um processo

natural, progressivo e irreversível, que se instala em cada indivíduo desde o

nascimento e o acompanha por todo o tempo de vida possível até a morte. Nesse

transcurso provoca diversas modificações morfológicas (alteração da forma),

fisiológicas (modificações nas funções orgânicas) e bioquímicas (transformações nas

reações químicas presentes no organismo) (JORDÃO NETTO, 1997).

As manifestações do envelhecimento são facilmente observáveis, porém

pouco se sabe sobre a origem desse fenômeno, havendo muita discordância quanto

à verdadeira natureza e dinâmica do processo (JACOB FILHO; SOUZA, 1994).

Em conseqüência de tais modificações, os seres humanos começam, com o passar do tempo a apresentar mudanças externas (flacidez muscular, enrrugamento da pele, branqueamento dos cabelos e dos pêlos, entre outras) e internas, representadas tanto pelo mau ou irregular funcionamento de alguns órgãos vitais (coração, fígado, rins, pulmões, principalmente) e por alterações no metabolismo basal, ou seja, na energia mínima necessária para manter as funções vitais do organismo (respiração, circulação, tono muscular, temperatura corporal, atividade glandular). (JORDÃO NETTO, 1997, p. 37).

A redução da capacidade do aparelho locomotor que acompanha o

envelhecimento é devida à perda de células capazes de funcionar normalmente.

Tanto o sistema nervoso como a musculatura por ele controlada, o tecido conjuntivo

e os ossos que servem de alavancas para os movimentos, são formados por células

especializadas, que no decorrer do tempo, degeneram completamente ou mudam de

estrutura. A diminuição da função sensorial, do controle motor, da força resulta da

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redução progressiva do número e da capacidade funcional das células excitáveis

(PICKLES et al, 1998).

Muitas alterações fisiológicas ligadas ao processo de envelhecimento podem ser atribuídas às mudanças perniciosas da composição do corpo, consistindo em aumento do tecido adiposo e em diminuição da massa muscular e óssea. Coincidindo com o processo de envelhecimento, temos a considerar muitas vezes os efeitos prejudiciais da vida sedentária que algumas pessoas de idade levam, hábito esse que por sua vez leva à diminuição da capacidade de reserva. Por outro lado, sabemos que a capacidade para a adaptação fisiológica diante do aumento da atividade é preservada até a idade mais avançada. Existe uma forte relação direta entre a capacidade de reserva disponível para a execução de tarefas físicas e a capacidade para adiar a fadiga. Por mais discreto que seja, o aumento da função fisiológica é capaz de resultar em melhora da capacidade funcional e em maior grau de independência para o idoso. (PICKLES et al, 1998, p. 79).

As conseqüências do envelhecimento biológico incluem: a diminuição da

capacidade individual de adaptação ao meio ambiente, o que torna o geronte mais

suscetível à possibilidade de adoecer. Este envelhecimento é explicado por duas

teorias: 1) teoria do relógio biológico, esta teoria diz que o envelhecimento ocorre

pela degradação dos mecanismos de síntese protéica; 2) teoria da homeostase

refere-se que há degradação dos mecanismos homeostáticos responsáveis pelo

equilíbrio do meio orgânico interno (DELIBERATO, 2002).

O processo de envelhecimento populacional experimentado no Brasil é

um dos mais acelerados do mundo. Devemos passar, em termos proporcionais, de

7,3%, em 1971, ou seja, de 11 milhões de idosos, para 15%, em 2025, ou seja, para

32 milhões de idosos, colocando o Brasil, nesse período, como a sexta população

de idosos do mundo em números absolutos (BARRETO et al, 2003).

2.1.1.1 Aspectos psicológicos

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O envelhecimento traz ao ser humano uma série de mudanças

psicológicas. Para Zimermann (2000), essas mudanças psicológicas podem resultar

em dificuldade de se adaptar a novos papéis, falta de motivação e dificuldade de

planejar o futuro, depressão hipocondria, somatização, paranóia, suicídio, baixas

auto-imagem e auto-estima, necessidade de trabalhar as perdas orgânicas, afetivas

e sociais.

Ainda Zimermann (2000) afirma que, assim como as características

físicas do envelhecimento, as de caráter psicológicos também estão relacionadas

com hereditariedade, a história e com a atitude de cada indivíduo. Sendo assim,

pessoas mais saudáveis e otimistas têm mais condições de adaptarem-se às

transformações trazidas pelo envelhecimento. São mais propensas a verem a

velhice como um tempo de experiência acumulada, de maturidade, liberdade para

assumir novas ocupações.

2.1.1.2 Aspectos sociais

À medida que as pessoas vivem mais, mudanças acontecem, as

distâncias aumentam, a vida fica mais agitada, o tempo sempre mais curto e as

condições econômicas mais difíceis, a sociedade se modifica. Isso tudo exige

maneiras diferentes de viver e uma grande flexibilidade e capacidade de adaptação

que nem sempre os velhos têm (LEME, 2000).

O número de velhos vem subindo principalmente no Brasil, trazendo a

consciência que a velhice existe e é uma questão social.

A velhice é um processo contínuo de perdas, em que os indivíduos

ficariam relegados a uma situação de abandono, desprezo, de ausência de papéis

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sociais, e estes fatores levam a construção de uma série de estereótipos negativos

em relação aos velhos (SILVA, 1999).

Segundo Mazo, Lopez e Benedetti (2001), a sociedade costuma valorizar

as pessoas produtivas, portanto, a desvalorização do idoso é explicada pela perda

desse espaço produtivo. Sendo o idoso incapaz de realizar essa tarefa produtiva, em

virtude de suas limitações, além disso, o idoso é considerado um indivíduo difícil de

conviver, contribuindo para a exclusão da família e da sociedade.

Leme (2000), salienta a importância do apoio familiar para o indivíduo que

envelhece, pois nos extremos da vida, a primeira infância ou senectude, os

indivíduos apresentam maior limitação social, passando a depender da sociedade

que o assiste, ou seja, como a raiz e a base da sociedade, a família.

2.2 Saúde e qualidade de vida das pessoas idosas

Viver cada vez mais tem implicações importantes para a qualidade de

vida; a longevidade pode ser um problema, com conseqüências sérias nas diferentes

dimensões da vida humana, física, psíquica e social. Portanto, frente à “transição

demográfica e epidemiológica”, avaliar a qualidade de vida dos idosos assume

importância fundamental (PASCHOAL, 2000).

O envelhecimento, que antes se considerava uma tendência dos países

industrializados, é agora um fenômeno mundial. O fato de que existe um número

cada vez maior de idosos significa que as questões relativas à qualidade de vida

nesses anos suplementares continuam sendo objeto de atenção crescente. Tem-se

chegado à conclusão que a qualidade de vida das pessoas idosas depende

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principalmente da sua segurança socioeconômica, de seu bem-estar psicosocial e

de sua sensação de vida (DARNTON-HILL, 1995).

Qualidade de vida é um conceito de difícil determinação, considerando os

variados componentes de ordem subjetiva e objetiva. Durante as últimas décadas, o

debate sobre o seu significado não encontrou consenso satisfatório (PASCHOAL,

2000).

Após a Segunda Guerra Mundial até a década de 60, a qualidade de vida

era medida de forma objetiva. Ter qualidade de vida referia-se à conquista de bens

materiais: possuir casa própria, carro, aparelhos eletrônicos, ter aplicações

financeiras, uma boa aposentadoria, poder viajar. A seguir, o conceito foi ampliado,

para medir o quanto a sociedade havia se desenvolvido economicamente. Surgiram

indicadores econômicos que se tornaram instrumentos importantes para se medir e

comparar qualidade de vida entre diferentes cidades, regiões, países e culturas.

Passaram a ser usados como o Produto Interno Bruto (PIB), a renda per capta, taxa

de desemprego e outros. O conceito se ampliou com o passar dos anos. Além do

crescimento econômico, o desenvolvimento social passou a ter importância,

entendido, principalmente, como saúde, educação, moradia, transporte, lazer,

trabalho e crescimento individual. Mortalidade infantil, esperança de vida, taxa de

evasão escolar, nível de escolaridade, taxa de violência, saneamento básico, nível

de poluição, condições de moradia e trabalho, qualidade de transportes, lazer, etc,

passaram também a ser indicadores. A quantidade de indicadores tornou-se

potencialmente infinita. Muitos países estabeleceram políticas de bem-estar social, o

assim chamado Welfare State (PASCHOAL, 2000).

Mas, a partir da década de 60, percebeu-se que, embora todos fossem

indicadores importantes, não eram suficientes, para se medir a qualidade de vida

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dos indivíduos. Era necessário valorizar, também a opinião dos indivíduos, avaliar a

qualidade de vida percebida pela pessoa, denominada qualidade de vida subjetiva,

pois é fundamental saber o quanto as pessoas estão satisfeitas ou insatisfeitas com

a qualidade de suas vidas. Portanto, a qualidade de vida subjetiva, em

contraposição às condições objetivas, por conseqüência, qualificariam a vida das

pessoas (PASCHOAL, 2000).

A promoção da saúde é um tema em evidência na atualidade e que traz

desafios para a ampliação das práticas no sentido de ressaltar os componentes

socioeconômicos e culturais da saúde e a necessidade de políticas públicas e da

participação social no processo de sua conquista. O modelo assistencial ainda forte

no país é caracterizado pela prática médica voltada para uma abordagem biológica e

intra-hospitalar, associada a uma utilização irracional dos recursos tecnológicos

existentes, apresentando cobertura e resolubilidade baixas e com elevado custo

gerando grande insatisfação por parte dos gestores do sistema, dos profissionais de

saúde e da população usuária dos serviços. Na maioria dos estudos, o termo

referência não é qualidade de vida, mas condições de vida (ASSIS et al, 2004;

SILVESTRE; COSTA NETO, 2003).

Medeiros (1994), relata que nossa espécie deveria viver em média 150

anos, segundo o relógio biológico. Pondera, no entanto, que para sobreviver o

homem não depende apenas da carga genética e sim de todo um meio ambiente.

Portanto, não se investe mais em pesquisar formas para prolongar a vida, mais sim,

melhorar a qualidade de vida, pois, esta passou a ser preocupação primordial.

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2.3 Capacidade funcional

A capacidade funcional surge, como um novo paradigma de saúde,

particularmente um valor ideal para que o idoso possa viver independente, sendo

esta a capacidade do indivíduo realizar suas atividades físicas e mentais

necessárias para manutenção de suas atividades básicas e instrumentais, ou seja:

tomar banho, vestir-se, realizar higiene pessoal, transferir-se, alimentar-se, manter a

continência, preparar refeições, controle financeiro, tomar remédios, arrumar a casa,

fazer compras, usar transporte coletivo, usar telefone e caminhar uma certa distância

(GUIMARÃES et al, 2004).

A manutenção e a preservação da capacidade para desempenhar as

atividades básicas de vida diária são pontos básicos para prolongar o maior tempo

possível a independência, com isso o idoso mantém a sua capacidade funcional

(GUIMARÃES et al, 2004).

O nível de funcionamento do organismo reflete na capacidade funcional

de cada sistema fisiológico isolado.

Guccione et al (1993, p. 251) diz que “[...] atividades funcionais são

aquelas identificadas por um indivíduo como essenciais para a manutenção do bem-

estar físico e psicológico, bem como para a criação de um senso pessoal de uma

vida significativa.”

Embora o conceito de capacidade funcional seja bastante complexo

abrangendo outros como os de deficiência, incapacidade, desvantagem, bem como

os de autonomia e independência, na prática trabalha-se com o conceito de

capacidade/incapacidade. A incapacidade funcional define-se pela presença de

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dificuldade no desempenho de certos gestos e de certas atividades da vida cotidiana

ou mesmo pela impossibilidade de desempenhá-las (ROSA et al, 2003)

O interesse de se medir o estado de saúde em termos de função ou bem-

estar funcional, veio com o aumento de idosos, com a prevalência de doenças

crônicas e acidentes, e com a necessidade de cuidado de longa duração. No início

da década de 50, o governo americano criou uma comissão de doenças crônicas

que realçou a importância do desempenho e da incapacidade, descrevendo a

necessidade de uma classificação das atividades de vida diária. Assim, estudiosos,

como por exemplo, um grupo de Cleveland, liderados por Sidney Katz (1963),

tiveram de desenvolver esforços para encontrar medidas e instrumentos que

pudessem trazer significado claro e precisão quantitativa às descrições da

magnitude e gravidade dos problemas funcionais dos idosos. Eles demonstraram o

primeiro discernimento teórico e de padronização, quando descreveram que a

seqüência de recuperação de seis atividades básicas da vida diária entre idosos

incapacitados (alimentar-se, ter continência, transferir-se, usar o banheiro, vestir-se

e banhar-se) se assemelhava à seqüência de desenvolvimento dessas mesmas

funções no processo de crescimento e de desenvolvimento neuropsicomotor da

criança, bem como a padrões de comportamento de membros de sociedades

primitivas (PASCHOAL, 1996a).

2.3.1 Atividades de vida diária (AVDs)

Segundo Rebelatto e Morelli (2004) “AVDs são atividades de cuidado

pessoal que a própria pessoa pode realizar todos os dias, como comer, vestir-se,

tomar banho, realizar transferências de posições, controlar a bexiga e intestino.”

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A avaliação da capacidade funcional na gerontologia é importante

indicativo da qualidade de vida do idoso, sendo o desempenho nas atividades da

vida diária o parâmetro amplamente aceito e reconhecido, pois permite aos

profissionais uma visão mais precisa quanto à severidade da doença e das suas

seqüelas (PAIXÃO JÚNIOR ; REICHENHEIM, 2005).

Quando o objetivo é a avaliação de idosos que estejam restritos ao

ambiente doméstico, o mais indicado é um instrumento que verifique o desempenho

na realização das atividades de vida diária (AVD). Isso porque essas são as

atividades de autocuidado que permitem ao idoso responder por si no espaço de seu

domicílio. A dificuldade ou incapacidade na realização dessas tarefas representa

risco elevado para a perda da independência funcional (RICCI;

KUBOTA;CORDEIRO, 2005).

Desde que a habilidade para desenvolver tarefas de cuidado pessoal

contribua para o nível de independência, ela pode afetar diretamente a auto-estima.

A independência em habilidades de vida-diária permite liberdade para desempenhar

tarefas de trabalho e lazer que se tornam significativas para a pessoa. A dificuldade

para desempenhar tarefas de cuidado pessoal e dependência de outros para

completá-las pode ter fundamental importância no bem-estar psicológico, social e

financeiro de uma pessoa (FERRETTI, 2004).

2.3.2 Atividades instrumentais de vida diária (AIVDs)

Atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) são atividades que possibilitam qualquer pessoa viver com independência em sua casa ou apartamento, como preparar refeições, realizar atividades caseiras, tomar medicamentos, usar o telefone, realizar atividades funcionais. (REBELATTO; MORELLI, 2004, p. 95).

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As AIVDs relacionam-se com a participação efetiva do idoso na

comunidade, onde a presença de dificuldades implica mais em uma redistribuição de

tarefas entre os membros familiares, tornando o indivíduo idoso dependente no

âmbito social (ROSA et al, 2003).

2.4 Institucionalização

A internação do idoso em uma instituição de longa permanência pode se

apresentar como única saída para a família, frente à não disponibilidade do suporte

familiar, financeiro e psicológico que o mesmo necessita. Nestas instituições, o

indivíduo vive na forma de internato, por tempo determinado ou não (DAVIM et al,

2004).

Não se pode falar de idoso institucionalizado sem antes fazer referencia a

imagens negativas freqüentemente associadas a entidades que o abrigam, para as

quais a denominação asilo, continua a prevalecer ou, no melhor dos casos, se

encontra atenuada na expressão instituição asilar. O Brasil, um país marcado pela

diversidade cultural e desigualdades socioeconômicas, conta com instituições

heterogêneas quanto a padrões de atendimentos, qualidade da estrutura,

organização financeira população atendida e, inclusive, quanto `a denominações

adotadas (BORN; BOECHAT, 2002).

O Decreto nº 1.948 de 03 de julho de 1996, frisa, no artigo 3º, que a instituição asilar tem, por finalidade, atender, em regime de internato, o idoso sem vínculo familiar ou sem condições de prover a própria subsistência, de modo a satisfazer suas necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência social. Prioriza, também, a Lei 8.842, de janeiro de 1994, no artigo 4º, parágrafo III, atendimento ao idoso pelas famílias, ao invés do asilar. Porém, com a existência de vários fatores, tais como os demográficos, sociais e de saúde, conduzem ao aumento da demanda pela institucionalização. (DAVIM et al, 2004)

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A institucionalização por si só já representa um fator de risco, já que os

idosos institucionalizados necessitam de atenção, suporte e serviços especializados,

pois a grande maioria é fragilizada e apresenta morbidades físicas ou mentais,

tornando-os mais propensos a quedas. Pelo seu isolamento social, inatividade física

e processos psicológicos, subentende-se que quanto maior o tempo de

institucionalização, maior a debilidade do idoso (SANTOS; ANDRADE, 2005).

Os idosos institucionalizados, em geral, dispõem de poucas atividades

físicas para participarem, o que pode agravar o ciclo vicioso: envelhecimento, menor

capacidade funcional e inatividade.

2.5 Doença

“Doença é uma condição patológica do corpo, apresentando um particular

grupo de sinais e sintomas que isola aquela condição como anormal.” (GUCCIONE

et al, 1993).

Dahlke (2003) diz que “[...] estar doente é, em última análise, uma queda

em relação ao centro, constituindo dessa forma um desequilíbrio relativamente à

busca do corpo, para compensar um desequilíbrio.”

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de

1998, 69% dos participantes relataram ter pelo menos uma doença crônica (sendo

esta proporção maior entre as mulheres); por outro lado, a presença destas

doenças, a prevalência de incapacidade funcional e a ocorrência de internações

hospitalares aumentaram com a idade (RABELO; NERI, 2005).

Na terceira idade há uma tendência ao acúmulo de doenças crônicas, na

sua grande maioria benignas e fáceis de serem controladas. A artrose, por exemplo,

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é doença que acomete com muita freqüência o idoso e que pode se somar a outras

manifestações como a pressão alta ou a diabetes (RABELO; NERI, 2005).

2.5.1 Doenças Crônico-Degenerativas

As doenças crônico-degenerativas surgem através de evolução lenta e

progressiva, prejudicando as funções de diversos órgãos. Podem trazer

complicações, às vezes com conseqüências graves. Estas doenças manifestam-se

por tempo indeterminado, as principais são as doenças cardiovasculares, a

hipertensão arterial, a diabetes e as doenças do aparelho locomotor (MONTEIRO et

al, 2005).

A grande maioria dos idosos é portadora de doenças crônicas,

deficiências ou apresentam problemas médicos, sendo estes fortemente associados

com perda da capacidade funcional. Entretanto, observa-se que a capacidade

funcional é influenciada também por fatores demográficos, sócio-econômicos,

culturais e psicossociais (ROSA et al, 2003).

As doenças crônico-degenerativas compõe fator de limitação para o

desempenho das atividades da vida diária dos idosos.

Ainda que se possa aceitar que a maior parte das articulações dure por toda a vida, pelo menos no que se refere a um razoável funcionamento, o processo de envelhecimento normal, que aparece precocemente na vida adulta e progride lentamente pelo resto da vida, modifica gradualmente a superfície uniforme e brilhante da cartilagem articular jovem, tornando-a granulosa e opaca nas pessoas idosas. Dessa maneira, em virtude da limitada capacidade de regeneração da cartilagem articular, as modificações da degeneração tendem a ser irreversíveis e progressivas. (SALTER, 2001, p. 259).

Mazo; Lopes; Benedetti (2001) afirmam que as principais alterações que

ocorrem no sistema músculo-esquelético com a idade são: redução do número de

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células musculares e a elasticidade, diminuição da massa óssea, alterações

posturais e redução na mobilidade articular. Pode-se dizer então, que o esqueleto do

idoso apresenta alterações relacionadas com o tipo de vida, a profissão, a atitude

postural, os exercícios físicos (moderados, excessivos ou insuficientes), a nutrição, o

metabolismo entre outros fatores.

A perda de massa óssea é caracterizada por desequilíbrio no processo de

modelagem e remodelagem conseqüente do envelhecimento, e pode ocorrer por

aumento ou diminuição da atividade dos osteoclastos, ou por combinação de ambos.

O osteoclasto é uma célula óssea responsável pela reabsorção óssea (LUSTRI;

MORELLI, 2004).

A importância das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no perfil

atual de saúde das populações é extremamente relevante. Estimativas da

Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que as DCNT já são responsáveis

por 58,5% de todas as mortes e por 45,9% da carga total global de doenças

expressa por anos perdidos de vida saudável. No Brasil, estima-se que apenas as

doenças cardiovasculares e as neoplasias respondam por quase metade do total

das mortes por causa conhecida ( MONTEIRO et al, 2005).

Martins et al (1996) afirmam que as dislipidemias estão entre os mais

importantes fatores de risco da doença cardiovascular aterosclerótica, integrando o

conjunto das doenças crônico-degenerativas com história natural prolongada, tais

como a hipertensão, a obesidade e o diabetes mellitus.

2.5.1.1 Hipertensão arterial

A pressão arterial é aquela existente no interior das artérias e comunicada

às suas paredes. Pela equação de Poiseuille-Hagen, a PA pode ser calculada pelo

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produto da resistência vascular periférica total pelo débito cardíaco. Assim, devido a

esta proporcionalidade, todos os fatores que alteram estas duas variáveis podem

alterar a PA. Dentre aqueles que modificam o débito cardíaco, deve-se mencionar as

alterações da volemia, da contratilidade do miocárdio e da freqüência cardíaca

(LOLIO, 1990).

O III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, distribuído e divulgado

para toda comunidade médica brasileira, recomenda que o tratamento do paciente

hipertenso deve ser instituído quando os níveis de pressão arterial são iguais ou

superiores a 140/90 mm Hg A hipertensão arterial é uma doença altamente

prevalente em nosso meio, atingindo cerca de 15 a 20% da população adulta com

mais de 18 anos, chegando a índices de 50% nas pessoas idosas (MION JR;

PIERIN; GUIMARAES, 2001).

Quando não tratada adequadamente, a hipertensão arterial pode

acarretar graves conseqüências a alguns órgãos alvos vitais, e como entidade

isolada está entre as mais freqüentes morbidades do adulto. Desse modo, a doença

hipertensiva tem se constituído num dos mais graves problemas de saúde pública

(PÉRES; MAGNA; VIANA, 2003).

A HA atua sinergicamente com outros fatores de risco aterogênicos como

a hiperlipidemia, o diabetes mellitus, a obesidade, o sedentarismo e o hábito de

fumar, dentre outros. As lesões conseqüentes à HA relacionam-se com o nível da

PA. Tanto a elevação da PAS isolada (HA sistólica isolada), quanto a elevação da

PAS e/ou da PAD são importantes. As alterações morfológicas e fisiológicas são

mais freqüentemente observadas nos seguintes órgãos: coração (hipertrofia

ventricular esquerda, insuficiência cardíaca, doença coronária), encéfalo (doença

cerebrovascular hemorrágica ou isquémica, encefalopatía hipertensiva), rim (ne-

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frosclerose, insuficiência renal crônica), retina (retinopatia hipertensiva), e vasos

(aneurismas de aorta, dissecantes ou não; aneurismas de outros vasos; obstrução

arterial crônica) (LOLIO, 1990).

A hipertensão arterial é o principal fator de risco modificável para doença

coronariana, doenças cerebrovasculares e insuficiência cardíaca congestiva, entre

outras doenças do aparelho circulatório. O tratamento adequado da hipertensão

arterial reduz significativamente a mortalidade e a morbidade cardiovascular. Dessa

forma, o conhecimento da distribuição da hipertensão arterial na população e a

identificação de grupos vulneráveis são de grande interesse em saúde pública

(LIMA-COSTA; PEIXOTO; FIRMO, 2004).

2.5.1.2 Diabetes Mellitus

O diabetes mellitus se constitui num transtorno do metabolismo

intermediário conseqüente ou à falta de insulina ou à sua inadequada utilização

pelos tecidos, o que se traduz laboratorialmente pela elevação da taxa de glicemia.

Paralelamente aos transtornos metabólicos ou decorrendo deles, ocorrem alterações

vasculares as quais são as grandes responsáveis pela maior parte das

manifestações clínicas do diabetes e causadores de considerável morbidade e

mortalidade. Quase todos os tecidos do organismo são afetados, em maior ou menor

grau, em decorrência de tais alterações vasculares, particularmente dos pequenos

vasos. Entretanto, as lesões em alguns órgãos são mais freqüentes ou mais graves:

o rim, o coração e o sistema arterial periférico. Além destes, a retina, a pele e o

sistema nervoso periférico também são sede de lesões provocadas pelo diabetes,

com importantes prejuízos à saúde do indivíduo. Nem sempre o diabetes mellitus é o

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causador direto das complicações, porém muitas vezes age como "favorecedor" de

outros fatores de risco que, em última análise, vão desencadear o problema. Tal é o

caso da cardiopatia aterosclerótica (LAURENTI; FONSECA; COSTA JR, 1982).

Entre as doenças crônicas não transmissíveis, o Diabetes Mellitus tem se

destacado como uma das mais relevantes. Estima-se que sua prevalência esteja em

torno de 8% na população brasileira de 30 a 69 anos, sendo que metade dos

pacientes acometidos pela doença desconhece a condição. Contribuindo para

ressaltar a importância da doença, a análise da mortalidade por Diabetes Mellitus

indica aumento de importância da doença a partir dos 50 anos de idade. Além disso,

estudos de mortalidade têm evidenciado que a mortalidade por diabetes é

subestimada, quando se analisam causas básicas de mortalidade (COSTA et al,

2006)

O diabetes mellitus situa-se entre as dez principais causas de morte nos países ocidentais e, apesar dos progressos em seu controle clínico, ainda não foi possível controlar de fato suas conseqüências letais. Esta doença é um distúrbio crônico, que afeta o metabolismo de carboidratos, de gorduras e proteínas. Aspecto característico do diabetes mellitus é a hiperglicemia, que se constitui em reflexo da deterioração na utilização dos carboidratos (glicose) em virtude de resposta defeituosa ou deficiente à secreção de insulina. O diabetes mellitus compreende série de sintomas comuns tais como sede e fome excessivas, fraqueza muscular, perda de peso e elevação do nível de glicose no sangue, o que resulta na excreção da glicose pela urina. (NEGRI, 2005).

No diabetes tipo 1 ocorre destruição das células beta do pâncreas,

usualmente por processo auto-imune (forma auto-imune; tipo 1A) ou menos

comumente de causa desconhecida (forma idiopática; tipo 1B). Na forma auto-imune

há um processo de insulite e estão presentes auto-anticorpos circulantes (anticorpos

anti-descarboxilase do ácido glutâmico, anti-ilhotas e anti-insulina). De uma forma

geral, a instalação do quadro de diabetes tipo 1 auto-imune é relativamente abrupta

e muitas vezes o indivíduo pode identificar a data de início dos sintomas. O diabetes

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tipo 2 é mais comum do que o tipo 1, perfazendo cerca de 90% dos casos de

diabetes. É uma entidade heterogênea, caracterizada por distúrbios da ação e

secreção da insulina, com predomínio de um ou outro componente. A etiologia

específica deste tipo de diabetes ainda não está claramente estabelecida como no

diabetes tipo 1. A destruição auto-imune do pâncreas não está envolvida. Também

ao contrário do diabetes tipo 1, a maioria dos pacientes apresenta obesidade

(GROSS et al, 2002).

2.5.1.3 Osteoartrite

A osteoartrite é uma alteração degenerativa da articulação, na qual ocorre

perda progressiva da cartilagem articular, acompanhada de nova formação óssea e

fibrose capsular. É definida como primária quando não há causa óbvia e secundária

quando segue uma anormalidade demonstrável (APLEY; SOLOMON, 1998).

Adams e Hamblen (1994) dizem que “[...] o processo degenerativo de

desgaste é prejudicado por defeito congênito, insuficiência vascular, doença ou

lesão anterior. E sem dúvida, a variedade mais comum de artrite.”

A maioria dos pacientes com osteoartrite está acima da meia-idade. Quando isso ocorre em pacientes mais jovens existe, normalmente, uma evidente causa predisponente tal como acidente anterior ou doença da articulação. O início é muito gradual, com dores que aumentam quase que imperceptivelmente por meses ou anos. Os movimentos pouco a pouco se tornam cada vez mais restritos. Em algumas articulações, particularmente a do quadril, a deformidade é um quadro comum nos estágios avançados. Ao exame físico, ligeiro espessamento da sinovial é freqüentemente encontrado na palpação, é principalmente um espessamento ósseo causado por osteófitos marginais. Não há aumento de calor. Os movimentos ficam leves ou acentuadamente diminuídos, dependendo da intensidade da artrite, e na maioria das articulações, os movimentos são acompanhados por creptações palpável ou audível de um tipo relativamente grosseiro. Deformidades fixas (isto é incapacidade da articulação em assumir a posição anatômica neutra) são comumente encontradas no quadril, e algumas vezes em outras articulações. (ADAMS; HAMBLEN, 1994, p. 130)

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O padrão de envolvimento articular varia consideravelmente. Geralmente,

o paciente se queixa de uma ou duas articulações apenas, mas o exame poderá

apresentar outras também afetadas, em graus variados (APLEY; SOLOMON, 1998).

Sem dúvida, o envelhecimento da cartilagem realmente ocorre, resultando

em rachaduras e descamações da superfície, celularidade diminuída, redução da

substancia superficial de prosteoglicanas e perda da elasticidade com uma redução

concominante na força de rompimento. Porém, apesar dessas alterações serem

qualitativamente similares as da osteoartrite, diferem desta em dois aspectos

importantes: não são progressivas e ocorrem em áreas que raramente se

manifestam como osteoartrite clínica (APLEY; SOLOMON, 1998).

2.6 Programa de saúde da família (PSF)

O PSF é um modelo de assistência a saúde quem tem como objetivo

principal, colocar em prática os ideais do Sistema Único de Saúde (SUS), que são:

tornar possível a todas as pessoas o acesso as ações e serviços de saúde; Prestar

assistência educativa, preventiva e curativa de boa qualidade e capaz de resolver os

problemas de saúde da população; Prestar assistência a indivíduos, famílias e

comunidades de acordo com as suas necessidades de saúde; organizar os serviços

de modo que a porta de entrada do sistema sejam as Unidades Básicas de Saúde

que farão encaminhamentos para as outras, mais complexas, de acordo com as

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necessidades do indivíduo; Incentivar a participação do povo em tudo isso, através

da criação dos Conselhos Locais de Saúde ∗∗∗∗.

Através do trabalho de uma equipe formada por vários profissionais

(médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem, agentes comunitários de saúde,

dentista e auxiliar de consultório dentário), presta-se assistência a família e

comunidade, residente em uma determinada área geográfica. Cada equipe

responsabiliza-se pelo acompanhamento de até 4.500 pessoas (1.000 famílias) *.

A Unidade de Saúde da Família do Bairro Progresso, antiga Unidade

Sanitária da Cohab, foi implantada em 1981, pela Secretaria do Estado da Saúde.

Em maio de 2003, houve a implantação de uma equipe de PSF (VIEIRA;

FERNANDES; SANTOS, 2005).

Fazem parte da equipe de Saúde da Família: uma médica, uma

enfermeira, um cirurgião dentista, uma auxiliar de consultório dentário, duas técnicas

de enfermagem, seis agentes comunitárias de saúde e duas auxiliares de serviços

gerais. Atendendo o total de 1.198 famílias.

2.7 Asilo Santa Isabel

Em 19/02/15, as “Damas de Caridade”, reunidas na sacristia da Igreja

Santo Antônio dos Anjos, lançam a idéia da criação de um asilo para atendimento

aos mendigos. Em 29/04/20, a Associação Beneficência Lagunense, importante

instituição social, adquire o palacete Polidoro Santhiago e, em 20/07/34, resolve

transformá-lo em asilo para idosos carentes. Graças a dedicação e dinamismo da

presidente da associação, Joana Daux Mussi, da sua diretoria e de toda a

Material fornecido pelo PSF- unidade bairro Progresso, Laguna SC.

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comunidade, o empreendimento, foi se transformando em realidade(VIEIRA;

FERNANDES; SANTOS, 2005).

Em plena Segunda Guerra Mundial, com o asilo já quase pronto, eis que

o governo federal, através da 5a. Região Militar, requisita o prédio onde se instala

com o batalhão, para dar segurança ao Porto de Laguna. Em 1945, com o final da

guerra, o prédio foi devolvido, necessitando de reparos. Sendo a inauguração

realizada em 22/10/49 (VIEIRA; FERNANDES; SANTOS, 2005).

Em 15/02/50, chegaram as primeiras Irmãs para administrarem

internamente o asilo, que entra em pleno funcionamento, sendo que aos poucos,

vieram as subvenções, verbas, firmados com órgãos repassadores de recursos. E

anos mais tarde, as aposentadorias e pensões dos internos também passaram a ser

destinadas a instituição.

Em 05/08/86, a Associação Beneficência Lagunense, já sob a Presidência

de Walter Baumgarten Júnior, fez a doação do patrimônio a Sociedade de Educação

e Caridade, entidade jurídica pertencente as Irmãs Beneditinas da Divina

Providência e que, há mais de 40 anos, prestavam serviços na administração interna

do asilo. Desde então, as irmãs passaram a administrá-lo, na qualidade de

proprietárias do estabelecimento (VIEIRA; FERNANDES; SANTOS, 2005).

As principais finalidades do asilo são acolher e assistir, em regime de

internato, idosos ou portadores de deficiências, cujas famílias tenham dificuldade de

mantê-los; praticar ações evangelizadoras junto aos internos; prestar colaboração

pastoral a comunidade, sempre que solicitado.

Aos internos, são oferecidas ações como: assistência médica;

higienização; refeições; atividades religiosas e recreativas, além de outras. O

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incentivo ao auto-cuidado e a participação em pequenas tarefas diárias da instituição

são outros pontos a serem destacados.

Atualmente, são 42 idosos asilados, tendo como Diretora geral Abília

Thomazi (Irmã Agenora).

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa, segundo Gil (1999), “[...] refere-se ao

planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla [...].”

3.1 Tipo de pesquisa

A determinação do tipo de estudo deve levar em conta três critérios de

classificação: quanto ao nível, abordagem e procedimento.

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto ao nível

A pesquisa teve como base metodológica a pesquisa descritiva, pois

estuda as características de uma população e visa comparar a capacidade funcional

de dois grupos de indivíduos, além de utilizar uma técnica padronizada na coleta de

dados que é o questionário.

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 2002, p. 42).

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3.1.2 Tipo de pesquisa quanto à abordagem

A seguinte pesquisa foi de abordagem quantitativa, onde Richardson

(1999) diz que “[...] caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas

modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de

técnicas estatística.”

O método quantitativo foi adotado, pois a coleta de dados foi constituída

de perguntas fechadas, sendo um procedimento sistemático para a descrição e

explicação do estudo em questão.

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados

O método comparativo precede pela investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles. Sua ampla utilização nas ciências sociais deve-se ao fato de possibilitar o estudo comparativo de grandes grupamentos sociais, separados pelo espaço e pelo tempo. (GIL, 1999, p. 34).

O presente estudo quanto ao procedimento foi comparativo, pois

relacionou dois grupos diferentes de idosos e comparou a capacidade funcional.

3.2 População/ amostra

A amostra foi composta por 24 idosos, de 60 anos e mais, do asilo Santa

Isabel do município de Laguna S.C., e por 82 idosos, de 60 anos e mais,

cadastrados no PSF do Bairro Progresso, do município de Laguna S.C.

Os idosos institucionalizados tiveram sua amostra selecionada de uma

população de 30 idosos, já os idosos não institucionalizados tiveram sua amostra

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selecionada de uma população de 370 idosos, ambos com nível de confiança de

90%, e margem de erro de 8%.

Foi utilizada a fórmula n = Z2 p q / e2, onde n é o tamanho da amostra, Z é

o valor tabelado correspondente ao nível de confiança de 90%, p e q são o

percentual da pré-amostra de 50%. A partir daí foi utilizado o software STATDISK

que forneceu n= 24 e 82.

Estas amostras de 24 e 82 idosos, foi escolhida aleatoriamente, ou seja,

ao acaso por sorteio, sendo que seus nomes constaram em uma lista numerados e

os números colocados num envelope e a partir daí foi efetuado o sorteio.

Para ter a garantia de que os elementos que irão constituir a amostra não estão sendo escolhidos por alguma de suas características, faz-se uma seleção ao acaso. O fato de um elemento pertencer ou não a amostra fica sendo, então, obra do acaso. Todos os elementos da população tem a mesma probabilidade de serem amostrados. (VIEIRA; HOSSNE, 2002, p. 32).

Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos e mais, ser institucionalizado e

pertencer ao PSF unidade do bairro Progresso, Laguna- SC.

E como critérios de exclusão, foi excluído o idoso que recusou participar

da pesquisa, 2 visitas domiciliares sem encontrar os idosos em seus lares e ainda

idoso falecido até a data da pesquisa.

3.3 Procedimentos utilizados na coleta de dados

O seguinte trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da

UNISUL, com pendências, sendo que, foi reenviado com as devidas correções (ver

Anexo A).

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O método utilizado na investigação foi primeiramente ligar para a

instituição asilar e PSF já citados pedindo autorização para aplicar o questionário, ir

aos locais nas datas combinadas com os responsáveis e enfim foi aplicado o

instrumento da coleta de dados.

Na instituição asilar, o questionário foi aplicado com a presença da auxiliar

de enfermagem em todos os idosos participantes, sendo que a mesma respondeu

por algum deles.

Os lares dos idosos cadastrados no PSF, foram visitados por até 2 vezes,

se não encontrados em casa na primeira visita.

Primeiramente, os idosos assinaram um termo de consentimento (ver

apêndice B), declarando seu esclarecimento sobre pesquisa. O idoso que não

assinara, o responsável o fez por ele.

Como se tratava de uma população vulnerável, dependendo do nível de

consciência do idoso entrevistado, não respondendo por si, o responsável

respondeu em seu lugar.

3.4 Instrumentos utilizados para coleta de dados

A técnica utilizada na coleta de dados foi um questionário, que segundo

Gil (1999) diz ser “[...] técnica de investigação composta por um número de questões

mais ou menos apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o

conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações

vivenciadas etc.”

Consta no desenvolver do trabalho, um questionário (ver apêndice A)

adaptado do projeto capacIDADE da Universidade de São Paulo, departamento de

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prática de saúde pública, fundamentado num sistema de vigilância à incapacidade

funcional e dependência, realizado no Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula

Souza, SP.

3.5 Procedimentos para análise e interpretação dos dados

Para análise dos dados, foi utilizado o teste estatístico de Wilcoxon para

amostras independentes, para identificar eventual diferença entre as variáveis:

mobilidade, vestir, alimentação, eliminações, tomar banho, telefonar e tomar

remédios receitados, referentes aos grupos, institucionalizados e não

institucionalizados. Apresentados através de gráficos a partir de métodos de

porcentagem, bem como a análise quantitativa.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca a capacidade funcional

e a independência como fatores preponderantes para o diagnóstico de saúde física

e mental na população idosa. A realização adequada de uma tarefa do cotidiano

envolve a participação das funções cognitivas, motoras e psicológicas (OLIVEIRA;

GORETTI; PEREIRA, 2006).

A avaliação funcional foi definida por Lawton e Brody (1969, apud

OLIVEIRA; GORETTI; PEREIRA, 2006) como "[...] uma tentativa sistematizada de

mensurar os níveis nos quais uma pessoa se enquadra, numa variedade de áreas,

tais como: integridade física, qualidade da auto-manutenção, qualidade no

desempenho dos papéis, estado intelectual, atividades sociais, atitudes em relação a

si mesmo e ao estado emocional".

Néri (2001) e Paschoal (1996) definem independência funcional como a

capacidade de realizar algo com os próprios meios. Ela está ligada à mobilidade e à

capacidade funcional, onde o indivíduo vive, sem requerer ajuda para a execução

das atividades básicas e instrumentais da vida diária. No Brasil, um inquérito

domiciliar demonstrou que o aumento da expectativa de vida vem associado ao

acréscimo da proporção de indivíduos que necessitam de auxílio para a realização

das AVDs.

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4.1 Caracterização da amostra

A amostra foi composta de 24 idosos institucionalizados, moradores do

Asilo Santa Isabel, e 82 idosos não institucionalizados, pertencentes ao PSF da

unidade do Bairro progresso, com idade de 60 – 96 nos, ambos do município de

Laguna – S.C.

Houve um percentual de 20.7% de perda amostral dos idosos não

institucionalizados, sendo que: 4 recusaram a participar da pesquisa, 2 óbitos, 11

não foram encontrados em seus endereços ao final de duas visitas domiciliares.

Totalizando 17 idosos de perda amostral.

4.2 Distribuição por gênero e idade

Institucionalizados Não Institucionalizados Masculino Feminino Masculino Feminino

Gênero

Idade Nº % Nº % Nº % Nº %

60 ├ 65 65 ├ 70 70 ├ 75 75 ├ 80 80 ├ 85

85 e mais

3 0 3 1 1 1

33,33

0 33,33 11,11 11,11 11,11

1 3 2 1 1 7

6,67 20,00 13,33 6,67 6,67 46,66

10 5 5 5 2 1

35,71 17,86 17,86 17,86 7,14 3,57

12 9 5 6 4 1

32,43 24,32 13,51 16,22 10,82 2,70

Total 9 100,00

15 100,00 28 100,00 37 100,00

Tabela 1 – Distribuição por gênero e idade da amostra dos idosos institucionalizados e não institucionalizados

Através da tabela 1 pode-se constatar que a população feminina é maior

que a masculina, em ambos os idosos, tanto institucionalizados quanto não

institucionalizados. Totalizando 58,43% do total da amostra.

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Outro fator à enfatizar, ao analisar a tabela 1 é que, a população de

idosos institucionalizados é composta por idosos mais velhos, sendo sua maioria de

85 e mais, o contrário dos idosos não institucionalizados, sendo sua maioria de 60 ├

65 anos.

Rosa et al (2003), diz que em seus estudos anteriores foi observada

associação entre sexo e dependência funcional, o que não foi confirmado no seu

presente estudo. Para essa aparente contradição de resultados pode-se evidenciar

que a dependência moderada/grave, deve ter incluído incapacidade/dificuldade nas

atividades da vida diária pessoais (banhar-se, pentear-se, alimentar-se, e outros),

que parecem ser menos suscetíveis às diferenças de sexo.

É bem maior o número de mulheres, na população idosa, cujo peso

populacional vai aumentando nas últimas faixas etárias da vida.

Segundo Poeta (2002), a maioria dos estudos com a população idosa, o

gênero feminino encontra-se normalmente em maior número quando relacionado ao

gênero oposto. Isto pode ter relação no maior índice de mortalidade do sexo

masculino na terceira idade. Esta questão relacionada com o gênero dos idosos

pode ser evidenciada nos Grupos de Conveniência, onde que por motivos sócio-

culturais, os homens participam em menor quantidade de qualquer atividade

proposta a eles.

Para Veras (1994, apud PIRES; SILVA, 2001), as mulheres vivem mais,

pois são menos expostas a riscos, acidentes domésticos e de trabalho, acidentes de

trânsito, homicídios, suicídios, consomem menos tabaco e álcool fazem uso mais

freqüente dos serviços de saúde. Também foi destacada uma queda na mortalidade

materna, em conseqüência de melhor atendimento médico-obstétrico. Mas não são

só esses fatores que justificam a longevidade nas mulheres: existem os fatores

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biológicos e genéticos que, embora ainda não estejam plenamente esclarecidos,

contribuem para o prolongamento de suas vidas.

4.3 Resultados percentuais das variáveis estudadas

De acordo com Teste de Wilcoxon para amostras independentes, não há

diferença entre os idosos institucionalizados (I) e não institucionalizados (NI) quando

comparados sua mobilidade.

58,30%

8,30%4,20%4,20%4,20%

20,80%

Institucionalizados

%

Movimenta-se

completamente

Movimenta-se dentro e

fora de casa com

dificuldadeMovimenta-se em casa

sem ajuda

Movimenta-se em casa

com aparelho, sem ajuda

Movimenta-se com

ajuda

Permanece no leito ou

em cadeira de rodas

Gráfico 1- Análise da mobilidade em idosos Institucionalizados

81,50%

9,20%

0% 1,50% 0%

7,70%

Não Institucionalizados

%

Movimenta-se

completamente

Movimenta-se dentro e

fora de casa com

dificuldadeMoviemte-se em casa

sem ajuda

Movimenta-se em casa

com aparelhop sem

ajudaMovimenta-se com

ajuda

Permanece no leito ou

em cadeira de rodas

Gráfico 2- Análise da mobilidade em idosos não institucionalizados

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Analisando o gráfico 1 e 2, verifica-se que, 58,30% dos I e 81,50% dos NI

movimentam-se completamente, 8,30% dos I e 9,20% dos NI movimentam-se dentro

e fora de casa com dificuldade, 4,20% dos I e 0% dos NI movimentam-se em casa

sem ajuda, 4,20% dos I e 1,50 dos NI movimentam-se em casa com aparelho sem

ajuda, 4,20% dos I e 0% dos NI movimentam-se com ajuda, e ainda, 20,80% dos I e

7,70% dos NI permanece no leito ou em cadeira de rodas.

A mobilidade, capacidade de deslocamento do indivíduo pelo ambiente, é

um componente da função física extremamente importante; constituindo um pré-

requisito para a execução das atividades de vida diária (AVDs) e a manutenção da

independência. Seu prejuízo pode gerar dependência e incapacidades (OLIVEIRA;

GORETTI; PEREIRA, 2006).

Para Fillenbaum et al (1999, apud OLIVEIRA; GORETTI; PEREIRA, 2006)

“[...] a mobilidade é um representante indireto de cuidados pessoais, interação social

e atividades cognitivas, sugerindo que a avaliação cognitiva deve ser sempre

acompanhada de uma avaliação funcional e vice-versa.”

Através do auto-cuidado o paciente, realiza funções de higiene pessoal, o

que possibilita independência na maior parte do tempo de um idoso.

Auto Cuidado é cuidar-se de si mesmo, buscar quais são as necessidades

do corpo e da mente, melhorar o estilo de vida, evitar hábitos nocivos, desenvolver

uma alimentação sadia, conhecer e controlar os fatores de risco que levam às

doenças, adotar medidas de prevenção de doenças. Todas essas ações visam à

melhoria da qualidade de vida (BRANDÃO, 2005).

Quando comparada a variável vestir, através do teste de Wilcoxon para

amostras independentes houve diferença entre os grupos intitucionalizados e não

institucionalizados.

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41,70%

0%

50%

8,30%

Institucionalizados

%

Independente

Requer ajuda apenas para

calçar sapatos e meias

Capaz de ajudar no

vestir-se

Incapaz de ajudar no

vestir-se

Gráfico 3- Análise do vestir-se em idosos institucionalizados

83,10%

6,10% 6,20% 4,60%

Não Institucionalizados

%

Independente

Requer ajuda apenas para

calçar sapatos e meias

Capaz de ajudar no

vestir-se

Incapaz de ajudar no

vestir-se

Gráfico 4 - Análise do vestir-se em idosos não

institucionalizados

Analisando os gráficos 3 e 4, é notável a diferença entre os dois grupos,

41,70% dos I e 83,10% dos NI se vestem independentes, 0% dos I e 6,10% dos NI

requer ajuda apenas para calçar sapatos e meias, 50% dos I e 6,20% dos NI são

capazes de ajudar no vestir-se, 8,30% dos I e 4,60% dos NI são incapazes de ajudar

no vestir-se. Mesmo com um nível de dependência pequeno, os idosos não

institucionalizados, ficaram com um percentual baixo se comparado com os

institucionalizados, ficando claro no quesito capaz de ajudar no vestir-se, onde os I

contaram com 50% da sua população e os NI 6,20%.

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No teste de Wilcoxon para amostras independentes quando analisada a

variável alimentação, houve diferença entre os dois grupo.

58,30%

33,30%

4,20% 4,20%

Institucionalizados

%

Independente

Requer ajuda apenas

para cortar alimentos

Capaz de ajudar na sua

alimentação

Incapaz de ajudar na

sua alimentação

Gráfico 5- Análise da alimentação em idosos institucionalizados

90,80%

6,20%1,50% 1,50%

Não Institucionalizados

%

Independente

Requer ajuda apenas

para cortar alimentos

Capaz de ajudar no

vestir-se

Incapaz de ajudar no

vestir-se

Gráfico 6- Análise da alimentação em idosos não institucionalizados

No gráfico 5 e 6, observar-se que 58,30% dos I e 90,80% dos NI se

alimentam Independentes, 33,30% dos I e 6,20% dos NI requer ajuda apenas para

cortar alimentos, 4,20% dos I e 1,50% dos NI são capazes de ajudar na sua

alimentação, 4,20% dos I e 1,50% dos NI são incapazes de ajudar na sua

alimentação.

É preciso ressaltar que essa variável foi avaliada pelo ato de comer e não

no preparo do seu próprio alimento.

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Como no asilo Santa Isabel os idosos já recebem seus alimentos muitas

vezes cortados, foi perguntado para cada um se fosse preciso cortar, se o mesmo o

faria. Contando com a colaboração da auxiliar de enfermagem, que ajudou na

pesquisa.

Analisando a variável eliminações através do teste de Wilcoxon para

amostras independentes, foi constatado que há diferenças entre os grupos

institucionalizados e não institucionalizados.

58,30%

4,20%8,30%

29,20%

Institucionalizados

%

Independente dia e noite

Requer ajuda apenas a

noite

Requer alguma ajuda mas

permanece continente

Incontinente a despeito

de ajuda

Gráfico 7- Análise de eliminações em idosos institucionalizados

90,80%

0%6,20%

3%

Não Institucionalizados

%

Independente dia e noite

Requer ajuda apenas à

noite

Requer alguma ajuda mas

permanece continente

Incontinente à despeito

de ajuda

Gráfico 8- Análise de eliminações em idosos não institucionalizados

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O gráfico 7 e 8, confirma a diferença entre os dois grupo, sendo que,

58,30% dos I e 90,80% dos NI são independentes dia e noite, 4,20% dos I e 0% dos

NI requer ajuda apenas a noite, 8,30% dos I e 6,20% dos NI requer alguma ajuda

mas permanece continente, 29,20% dos I e 3% dos NI são incontinentes a despeito

de ajuda.

É notável a diferença entre os institucionalizados e não

institucionalizados, isto é, 97% dos NI permanecem continente contra apenas 70.8%

dos I. que contam com 29,20% de sua população incontinente.

A última variável do auto-cuidado a ser estabelecida mostra que há

diferenças entre os dois grupos, quando utilizado o teste de Wilcoxon para amostras

independentes.

33,30%

0%

41,70%

25%

Institucionalizados

%

Independente

Requer ajuda apenas

para lavar uma parte do

corpo

Requer ajuda para lavar

mais que uma parte do

corpo

Incapaz de ajudar no

banhar-se

Gráfico 9- Análise do tomar banho em idosos institucionalizados

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87,70%

1,50% 4,60% 6,20%

Não Institucionalizados

%

Independente

Requer ajuda apenas

para lavar uma parte do

corpo

Requer ajuda para lavar

mais que uma parte do

corpo

Incapaz de ajudar no

banhar-se

Gráfico 10- Análise do tomar banho em idosos não

institucionalizados

Os gráficos 9 e 10, mostram que, 33,30% dos I e 87,70% dos NI tomam

banho independentes, 0% dos I e 1,50 dos NI requer ajuda apenas para lavar uma

parte do corpo, 41,70% dos I e 4,60% dos NI requer ajuda para lavar mais que uma

parte do corpo, 25% dos I e 6,20% dos NI são incapazes de ajudar no banhar-se.

O percentual de idosos que requerem alguma ajuda no banhar-se é alto,

sendo que, 41,70% o maior índice, requer ajuda para lavar mais que uma parte do

corpo,e , 25% são incapazes de ajudar no banhar-se.

Os asilados contam sempre com ajuda para tomar banho, quando sentem

necessidade, o que não justifica um grau tão alto de incapacidades.

A autonomia relativa às atividades da vida diária é colocada como algo

fundamental para a manutenção da saúde do idoso em diversos trabalhos

analisados.

Segundo Veras (1994, apud PIRES; SILVA, 2001) existem quatro níveis

de dificuldades, para realização dessas atividades. São eles: Primeiro: alimentar-se

sozinho; pentear o cabelo, deitar-se e levantar-se da cama, vestir-se. Segundo nível

de dificuldade: tomar banho, caminhar em superfície plana, usar o banheiro a tempo,

tomar remédio. Terceiro nível de dificuldade: sair para perto de casa, subir escadas.

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Estudo realizado na da Universidade Federal de São Paulo – (UNIFESP),

sobre longevidade, concluiu que envelhece mal quem não é capaz de, sozinho, fazer

compras, pegar transporte, pagar contas no banco, tomar medicamentos, ter

controle urinário e esfincteriano, andar, vestir-se, banhar-se, comer, cuidar da

aparência, ir ao banheiro e sair de casa (PIRES; SILVA, 2001).

Resultados de pesquisa realizada no município de São Paulo mostraram

que mais da metade da população estudada (53%) referia necessidade de ajuda

parcial ou total para realizar pelo menos uma das atividades da vida diária. Foi

detectado também que 29% dos idosos necessitavam de ajuda parcial ou total para

realizar até três dessas atividades, e 17% necessitavam de ajuda para realizar

quatro ou mais atividades da vida diária ( ROSA et al, 2003).

O presente estudo, mostra que no auto-cuidado os idosos

institucionalizados estão incapacitados comparados aos idosos não

institucionalizados. O que possa ser explicado pelo índice de declínio da capacidade

cognitiva e doentes mentais asilados.

Ferretti (2004) afirma que em seu estudo “fatores de risco para

institucionalização, identificados neste estudo, foram o declínio cognitivo e o stress

dos familiares cuidadores. Houve impacto positivo das intervençöes de enfermagem

na reduçäo do estresse, no comportamento e na função.”

O declínio da capacidade cognitiva (DCC) decorre dos processos

fisiológicos do envelhecimento normal ou de um estágio de transição para as

demências.

Freire Júnior e Tavares (2005), realizaram um estudo, no Lar dos Idosos

Monsenhor Rocha (LIMR), localizado no município de Caratinga, Minas Gerais, e

tiveram como resultado, em sua maioria, idosos dependentes para a realização das

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atividades de vida diária (AVD´s), não possuem autonomia financeira e são tutelados

pela instituição.

No estudo de Oliveira, Gomes e Oliveira (2006) de acordo com os

resultados da pontuação da Escala de Depressão Geriátrica, observou-se que 31%

(n=36) dos idosos tinham depressão, alcançando mais de cinco pontos no escore

utilizado. Os 70% restantes não foram caracterizados como depressivos, tendo em

vista que seu escore variou entre zero e cinco pontos. Entre os deprimidos, 26%

foram caracterizados tendo depressão leve ou moderada (escore de 6 a 10 pontos)

e 4% como portadores de depressão grave (escore de 11 pontos ou maior).

Das AIVDs pesquisadas estão telefonar e tomar remédios receitados.

Foram abordadas apenas as duas, devido a institucionalização não proporcionar

outros fatores como fazer compras, limpar a casa, pegar ônibus.

Através do teste de Wilcoxon para amostras independentes, foi constatato

que há diferenças entre os institucionalizados e não institucionalizados na variável

telefonar

20,80%

4,20%

75%

Institucionalizados

%

Independente tanto para

atender ao telefone

quanto para procurar o

número na lista ou discar

Atende ao telefone mas

requer ajuda pra procurar

o número na lista e/ ou

discar

Incapaz de usar o

telefone

Gráfico 11- Análise do telefonar em idosos institucionalizados

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58,50%

30,80%

10,70%

Não Institucionalizados

%

Independente tanto para

atender ao telefone

quanto para procurar o

número na lista ou discar

Atende ao telefone mas

requer ajuda pra procurar

o número na lista e/ ou

discar

Incapaz de usar o

telefone

Gráfico 12- Análise do telefonar em idosos não institucionalizados

Observa-se no gráfico 11 e 12 que: 20,80% dos I e 58,50% dos NI são

independente tanto para atender ao telefone quanto para procurar o número na lista,

4,20% dos I e 30,80% dos NI atendem ao telefone mas requer ajuda pra procurar o

número na lista e/ou discar, 75% dos I e 10,70% dos NI são incapazes de usar o

telefone.

É necessário lembrar que, no Asilo Santa Isabel, local de estudo dos

idosos institucionalizados, há um telefone, onde os internos tem acesso se

necessário.

A comparação entre os dois grupos mais uma vez, mostrou significativa

diferença, sendo que, 75% da população asilada, mais da metade, é incapaz de usar

o telefone.

Fica explícito mais uma vez, que o cognitivo vem influenciar mais uma das

variáveis apresentadas no referido trabalho.

A última variável a ser analisada pelo trabalho é a capacidade de tomar

remédios receitados. Tendo a mesma, significativa diferença entre os dois grupos,

verificados através do teste estatístico de Wilcoxon para amostras independentes.

O gráfico 13 e 14, mostra que, 12,50% dos I e 80% dos NI são

independentes (na identificação do remédio, dosagem e horário), 33,30% dos I e

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13,80% dos NI requer ajuda no preparo do remédio ou necessita ser lembrado de

tomá-lo, 54,20% dos I e 6,20% dos NI são incapazes de tomar os remédio por si.

12,50%

33,30%

54,20%

Institucionalizados

%

Independente (na

identificação do

remédio, dosagem e

horário)

Requer ajuda no

preparo do remédio ou

necessita ser lembrado

de tomá-lo

Incapaz de tomar os

remédios por si

Gráfico 13- Análise do tomar remédios receitados em idosos

institucionalizados

80%

13,80%

6,20%

Não Institucionalizados

%

Independente (na

identificação do

remédio, dosagem e

horário)

Requer ajuda no

preparo do remédio ou

necessita ser lembrado

de tomá-lo

Incapaz de tomar os

remédios por si

Gráfico 14- Análise do tomar remédios receitados em idosos não

institucionalizados

O Asilo Santa Isabel conta com uma auxiliar de enfermagem que é

responsável por administrar os medicamentos, tanto a dosagem quanto o horário.

Frente a isso, durante a coleta de dados, a auxiliar de enfermagem, acompanhou

para informar os idosos, que eram capazes de lembrar e saber dosagem e horários

dos medicamentos.

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Comparando os dois gráficos, é notável a crescente direção para a

incapacidade nos idosos institucionalizados, e, decrescente incapacidade dos não

institucionalizados.

Steen et al (2001, apud OLIVEIRA; GORETI; PEREIRA, 2006), afirmam

que a maioria dos indivíduos entre 85 e 95 anos, dependentes nas AVDs, é mais

prejudicada cognitivamente, se comparada a indivíduos independentes. Estes

autores relatam que não apenas o funcionamento cognitivo, mas também a

mobilidade são preditores independentes para a dependência em AVDs na

população de idosos com 85 anos de idade. Um aumento das limitações em AVDs

está diretamente associado com o aumento de comorbidades nos idosos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante os resultados referentes a AVDs e AIVDs dos idosos

institucionalizados do Asilo Santa Isabel e não institucionalizados do PSF da

unidade do bairro Progresso, ficou provado que há diferenças significativas em

relação a capacidade funcional de ambos, isto é, há um déficit maior da capacidade

funcional de idosos institucionalizados.

De acordo com o teste estatístico realizado, houve diferenças entre os

dois grupos, com exceção da mobilidade. Tais resultados podem ser decorrentes do

processo natural do envelhecimento e perdas cognitivas, além de participarem da

amostra, idosos doentes mentais, sendo essa a causa da institucionalização, já

citada no trabalho.

Salientamos que as relações sociais podem ter um papel essencial para

manter ou mesmo promover a saúde física e mental, que no caso do asilado não é

freqüente, portanto, as redes sociais formadas por familiares e amigos

significativamente abalam os efeitos do estresse nos indivíduos mais velhos, elas

oferecem suporte social na forma de amor, afeição, preocupação e assistência. Um

aspecto importante para se levar em consideração é que o mero aumento nas

relações sociais não é suficiente. É necessário levar em conta o caráter destas

interações.

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Há que se atuar na prevenção das seqüelas de doenças crônico-

degenerativas e acidentes (ex: osteoporose-quedas-fratura) e oferecer aos idosos a

chance de participar de atividades produtivas que maximizem a utilização de seu

patrimônio intelectual e cultural.

Através deste estudo, evidenciamos a importância, de acompanhamento

fisioterapêutico em idosos, enfatizando os idosos institucionalizados, os quais

apresentaram déficit da capacidade funcional. Atuando não apenas de forma

curativa, mas também preventiva.

A participação intensa do fisioterapeuta no PSF e em programas e ações

similares de cuidados primários em saúde é condição fundamental para a

concretização das diretrizes de uma assistência à saúde realmente integral, ao

contrário do tradicional modelo medicalizado, fragmentado, hospitalocêntrico e

baseado na dependência e exclusão social.

O fisioterapeuta, pode desenvolver atividades efetivas em todos os níveis

de atenção à saúde, dentro da equipe interdisciplinar. Porém, devido a aspectos de

ordem político-econômicos e organizacionais, sua função é pouco divulgada e

subutilizada, contudo, paulatinamente experiências isoladas em algumas regiões

brasileiras mostram que a inserção da fisioterapia no Programa de Saúde da Família

enriquece e desenvolve ainda mais os cuidados de saúde da população.

A presença do profissional de fisioterapia na área de saúde pública, que

deixa seu locus tradicional de atuação como o consultório, o ambulatório, o hospital,

e a clínica- para atingir clientelas especiais que necessitam de atendimento em seu

próprio domicílio se traduz em um novo modelo de atenção que privilegia a

promoção, a prevenção e a recuperação da saúde da população coletiva.

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Entendemos, também, que um estudo mais amplo considerando o motivo

da institucionalização com análise da idade, permitirá agregar mais informações e

poderá ser de grande utilidade no contexto institucionalização e capacidade

funcional.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Questionário de Capacidade Funcional

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Nome:

A incapacidade está presente quando o valor está abaixo da linha pontilhada

MOBILIDADE (1) movimenta-se completamente ( ) (2) movimenta-se dentro e fora de casa com dificuldade ........................................................................................................................................ (3) movimenta-se em casa sem ajuda

(4) movimenta-se em casa com aparelho, sem ajuda

(5) movimenta-se com ajuda (6) permanece no leito ou em cadeira de rodas AUTO-CUIDADO

VESTIR (1) independente ( ) (2) requer ajuda apenas para calçar sapatos e meias (3) capaz de ajudar no vestir-se (4) incapaz de ajudar no vestir-se ALIMENTAÇÃO (1) independente ( ) (2) requer ajuda apenas para cortar alimentos (3) capaz de ajudar na sua alimentação (4) incapaz de ajudar na sua alimentação ELIMINAÇÕES (1) independente dia e noite ( ) (2) requer ajuda apenas à noite (3) requer alguma ajuda mas permanece continente (4) incontinente a despeito da ajuda TOMAR BANHO ( ) (1) Independente (2) Requer ajuda apenas para lavar uma parte do corpo (3) Requer ajuda para lavar mais que uma parte do corpo (4) Incapaz de ajudar no banhar-se

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AIVDs TELEFONAR ( ) (1) independente tanto para atender ao telefone

quanto para procurar o número na lista ou discar (2) atende ao telefone mas requer ajuda pra procurar o numero na lista e/ou discar (3) incapaz de usar o telefone

TOMAR REMEDIOS RECEITADOS ( )

(1) independente (na identificação do remédio, dosagem, e horário)

(2) requer ajuda no preparo do remédio ou necessita ser lembrado de toma-lo (3) incapaz de tomar os remédios por si

* Adaptado por: Gilmara Bitencousrt Martins, graduanda do 8º semestre do curso de Fisioterapia, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL- Campus Tubarão S.C.

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APÊNDICE B Termo de consentimento

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL

CURSO DE FISIOTERAPIA

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu, ____________________________________________, portador da identidade

nº _________________________, declaro através deste que fui suficientemente

esclarecido pela acadêmica Gilmara Bitencourt Martins sob orientação da professora

Fabiana Durante de Medeiros, sobre os procedimentos a que vou me submeter, ou a

que vai ser submetido qual sou responsável legal.

Cientes dos termos acima, assinam as partes interessadas:

Assinatura:

________________________________________________________________

Nome por extenso do paciente voluntário da pesquisa.

Assinatura:

________________________________________________________________

Nome por extenso do acadêmico/pesquisador.

Assinatura:

________________________________________________________________

Nome por extenso do professor/supervisor da pesquisa.

Laguna (SC), ____/____/______.

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ANEXO Parecer Consubstanciado do CEP - UNISUL