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Ano XXIII Nº 287 julho de 2013 Ao deslumbrar-se com as novas camadas de conhecimento histórico que ele mesmo removeu no plano lus o-brasileiro das eras quinhentista e seiscentista, João Barcellos retorna à circunstância que o levou, entre 1969 e 1974, a ler o mundo local e mundial com o olhar poético. No liv ro “Do Fabuloso Araç oiaba Ao Brasil Industrial” [1], ele reservou uma parte [2] para dar à luz alguns poemas escritos no fervor das pesquisas feitas nas velhas regiões do Piabiyu [3] entre a Piratininga jesuítica [4] e o sertão que logo ali se abria até o Berasucaba [5] e já depois de observações em Santos e Cananéia, no litoral da então Capitania paulista. Sobre tais poemas, a jornalista portenha Marta Novaes lembra-nos que “Uma das características do trabalho lítero- histórico de João Barcellos é o traçado poético com que ele desenvolve as suas linhas de raciocínio para, assim, levantar com suavidade as poeiras que escondem gentes e eventos do passado ibérico e luso-judaico que fez e faz a América”. São poemas que tratam dos perfis psicológicos da colonização lusa na ´ilha´ Brasil a começar pelas acções do Bacharel de Cananéia, quase uma ópera de encantamento entre a bravura e a sobrevivênc ia sanguinária, que se encontra também no ´velho´ Affonso Sardinha e, no geral, nos colonos que abriram os sertões americanos para Portugal encontrar outros povos e riquezas; entretanto, ao redescobrir a odisséia do governador Francisco de Souza, o poeta também redescobre a onírica presença da acção romântica, e, além da poesia, dedica- lhe a novela “Morro d´Apoteose” no mesmo livro. Nestes poemas pode-se ouvir o grito das gentes desterradas e que se es forçam para construírem outro Eu, quiçá, outro Portugal: gentes a desbravar o sonho da ´terra prometida´ entre gentes e ter ras de uma América perdida no tempo humano. No percurso social e poético, ele desenvolve teses acerca dos aspectos comunitários e científicos que se prendem intimamente aos factores ecológicos, agora mais conhecidos como ambientais, mas que ele continua a nomear como socioecológicos, uma vez que “a reacção das pessoas à descomunal paisagem natural e animal mostra um despreparo f ilosóf ico que as deixa absolutamente impotentes e, logo, partem para os actos d´ignorância, i.e., preferem destruir a Natureza a fazerem conviver a Humanidade com ela”. Por iss o a sua leitura atenta s obre as obras Poesia Historiográfica A redescoberta da epopéia e da ecologia no acto poético de João Barcellos Maria Augusta de Castro e Souza Maria Augusta de Castro e Souza – MACS - é professora de história. João Barcellos de Haeckel e Darw in, Ab´Sáber (de quem era vizinho, amigo e colaborador), Lutzemberger e Figuera de Novaes, além do amigo e mestre Manuel Reis, entre outros. Esta é a estrutura mental que o torna um intelectual eclético, aberto ao mundo das possibilidades para melhorar o que somos enquanto Humanidade e, obviamente, a História é aqui uma carga preciosa para a percepção da Pessoa que é e está, fazendo ou não fazendo. A jornalista Marta Novaes conseguiu na sua observação reter o essencial da óptica de João Bar cellos, mas, ele mais do que is so, ele é o português que além de Portugal se percebe Portugal por inteiro e gera em si mesmo a possibilidade de desterrar e exibir a história que lhe deu origem. O seu contacto com o espaço- tempo da lusa americanidade perspectiva a essência poética que emerge em cada um dos seus actos. Na verdade, o Mestre João penetra a alma daquela gente e olha esse espaço-tempo no relógio r eal, o das sombras do s ol a pino, o das chuvas diluvianas, o da morte sob a flecha atirada de um arco, e mesmo o da morte que leva o corpo para a mesa de uma tribo de canibais em festa, porque ´manjar´ o inimigo é reter a sua força... A médica Johanne Liffey [6] diz que “o Barcellos de hoje é o J. C. Macedo do tempo da batalha pela liberdade no Portugal perdido na escuridão ditatorial, porque existe uma ditadura ´es colás tica´ que não permite tratar a história como ela é, s ó pelo que a política (des)manda”, e concordo com ela. E até o filósofo Manuel Reis [7] buscou esta questão para aprofundar a sua análise ao trabalho do Mestre João [8], uma análise que é, ao mesmo tempo, uma homenagem de português para português. Esta poes ia his toriográfic a é apresentada seccionada, por fragmentos, com se por cada documento achado, ou por cada incógnita iluminada, um verso seja escrito e c antado. A riqueza do conteúdo doc umental e psicológico é tão profunda que o poeta leva-nos para a intimidade das gentes e suas causas. É o caso da novela “Morro d´Apoteose”: não é um poema, é isso e um f ilme, ou melhor, é isso e uma ópera. Revejo em “Do Fabuloso Araçoiaba Ao Brasil Industrial” de 2011 o jovem poeta de 1973 a esbravejar contra a pinochetada yankee que derrubou Allende, ou, logo depois, quando escreveu o panflo distribuído em Peniche contra a construção de uma central de energia nuclear na aldeia de Ferrel, porque a Histór ia é um acto contínuo de sobreviver às circunstâncias que nos surgem como obstáculos, e ao conhecermos a (nossa) História sabemos como reagir em prol da Humanidade e da realidade de cada Povo. Nas suas andanças socioculturais e ecológicas pela América do Sul, e pr incipalmente Chile, Brasil e Argentina, ele continuou a desbravar a Humanidade com ênfase numa luso- americanidade genuinamente verdadeir a, o que se observa e sente no livro “João Barcellos / Contos, Poesia & Novelas” [9], uma colectânea publicada pelos amigos em justa celebração intelectual. Notas: 1-“Do Fabuloso Araçoiaba Ao Brasil Industrial”, edição Edicon (São Paulo, Brasil – 2011) c/ Centro de Estudos do Humanismo Crítico (CEHC, Guimarães – Port ugal). 2- “Poesia Sob A Brisa Da História Luso- Brasileira”, pp 168-177, c/ apresentação da jornalista Marta Nov aes. 3- Piabiy u [do guarani, q.s . ´caminho f eito a pé´]. 4- Aldeia nativa renomeada São Paulo dos Campos de Piratininga pelo seu fundador, o jesuíta Manoel da Nóbrega, em 1554, após ter perdido em 1553 a aldeia Maniçoba no sertão próximo a Jundiaí. 5- Berasucaba, By raçoiaba ou Araçoiaba – morro perto de Sorocaba onde Af f onso Sardinha (o Velho) e o f ilho (o Moço) do mesmo nome instalaram a primeira f undição de f erro da América, cerca de 1597. 6- Conv ersa tel ef ônica [London e Berli n, f ev ereiro de 2012]. 7- Análise publicada na colectânea “Debates Paralelos”, Volume 8, 2012, pp.106-158. Edição Edicon e CEHC. 8- Assim é ele tratado carinhosamente entre as turmas latinoamericanas ligadas ao CEHC. 9- “João Barcellos / Contos, Poesia && N ov elas”, edição Edicon (São Paulo, Brasil – 2011). di vulg aç ão

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Ano XXIII Nº 287 julho de 2013

Ao deslumbrar-se com as novas camadas deconhecimento histórico que ele mesmo removeuno plano luso-brasileiro das eras quinhentista eseiscentista, João Barcellos retorna à circunstânciaque o levou, entre 1969 e 1974, a ler o mundolocal e mundial com o olhar poético.

No liv ro “Do Fabuloso Araçoiaba Ao BrasilIndustrial” [1], ele reservou uma parte [2] para darà luz alguns poemas escritos no f ervor daspesquisas feitas nas velhas regiões do Piabiyu[3] entre a Piratininga jesuítica [4] e o sertão quelogo ali se abria até o Berasucaba [5] e já depoisde observações em Santos e Cananéia, no litoralda então Capitania paulista. Sobre tais poemas,a jornalista portenha Marta Novaes lembra-nosque “Uma das características do trabalho lítero-histórico de João Barcellos é o traçado poéticocom que ele desenvolve as suas linhas deraciocínio para, assim, levantar com suavidade aspoeiras que escondem gentes e eventos dopassado ibérico e luso- judaico que fez e faz aAmérica”.

São poemas que tratam dos perf ispsicológicos da colonização lusa na ́ ilha´ Brasil acomeçar pelas acções do Bacharel de Cananéia,quase uma ópera de encantamento entre abravura e a sobrevivênc ia sanguinária, que seencontra também no ´velho´ Affonso Sardinha e,no geral, nos colonos que abriram os ser tõesamericanos para Portugal encontrar outros povose riquezas; entretanto, ao redescobrir a odisséiado governador Francisco de Souza, o poetatambém redescobre a onírica presença da acçãoromântica, e, além da poesia, dedica- lhe a novela“Morro d´Apoteose” no mesmo liv ro. Nestespoemas pode-se ouv ir o gr ito das gentesdesterradas e que se es forçam para construíremoutro Eu, quiçá, outro Por tugal: gentes adesbravar o sonho da ´ terra prometida´ entregentes e ter ras de uma América perdida no tempohumano.

No percurso social e poético, ele desenvolveteses acerca dos aspec tos comunitár ios ecientí f icos que se prendem intimamente aosfactores ecológicos, agora mais conhecidos comoambientais, mas que ele continua a nomear comosocioecológicos, uma vez que “a reacção daspessoas à descomunal paisagem natural e animalmostra um despreparo f ilosóf ico que as deixaabsolutamente impotentes e, logo, partem paraos actos d´ignorância, i.e., preferem destruir aNatureza a fazerem conviver a Humanidade comela”. Por isso a sua leitura atenta sobre as obras

Poesia HistoriográficaA redescoberta da epopéia e da ecologia no acto poético de João Barcellos

Maria Augusta de Castro e Souza

Maria Augusta de Castro e Souza – MACS -é professora de história.

João Barcellos

de Haeckel e Darw in, Ab´Sáber (de quem eravizinho, amigo e colaborador), Lutzemberger eFiguera de Novaes , além do amigo e mestreManuel Reis , entre outros. Esta é a estruturamental que o torna um intelectual eclético, abertoao mundo das possibilidades para melhorar o quesomos enquanto Humanidade e, obviamente, aHis tór ia é aqui uma carga prec iosa para apercepção da Pessoa que é e está, fazendo ounão fazendo.

A jornalista Marta Novaes conseguiu na suaobservação reter o essencial da óptica de JoãoBarcellos, mas, ele mais do que is so, ele é oportuguês que além de Portugal se percebePor tugal por inteiro e gera em s i mesmo apossibilidade de desterrar e exibir a história quelhe deu origem. O seu contacto com o espaço-tempo da lusa amer icanidade perspectiva aessência poética que emerge em cada um dosseus actos. Na verdade, o Mestre João penetra aalma daquela gente e olha esse espaço-tempono relógio real, o das sombras do sol a pino, odas chuvas diluvianas, o da morte sob a f lechaatirada de um arco, e mesmo o da morte que levao corpo para a mesa de uma tribo de canibais emfes ta, porque ´manjar´ o inimigo é reter a suaforça... A médica Johanne Liffey [6] diz que “oBarcellos de hoje é o J. C. Macedo do tempo dabatalha pela liberdade no Portugal perdido naescuridão ditatorial, porque existe uma ditadura´escolás tica´ que não permite tratar a históriacomo ela é, só pelo que a política (des)manda”, econcordo com ela. E até o f ilósofo Manuel Reis[7] buscou esta questão para aprofundar a suaanálise ao trabalho do Mes tre João [8], umaanálise que é, ao mesmo tempo, uma homenagemde português para português.

Esta poes ia his toriográf ica é apresentadaseccionada, por fragmentos, com se por cadadocumento achado, ou por cada incógnitailuminada, um verso seja escrito e cantado. Ariqueza do conteúdo documental e psicológico étão prof unda que o poeta leva-nos para aintimidade das gentes e suas causas. É o casoda novela “Morro d´Apoteose”: não é um poema,é isso e um f ilme, ou melhor, é isso e uma ópera.Revejo em “Do Fabuloso A raçoiaba A o Bras ilIndustr ial” de 2011 o jovem poeta de 1973 aesbravejar contra a pinochetada yankee queder rubou Allende, ou, logo depois, quandoescreveu o panflo distribuído em Peniche contraa construção de uma central de energia nuclearna aldeia de Ferrel, porque a Histór ia é um actocontínuo de sobreviver às circunstâncias que nossurgem como obstáculos, e ao conhecermos a(nossa) História sabemos como reagir em prol daHumanidade e da realidade de cada Povo.

Nas suas andanças soc ioculturais eecológicas pela América do Sul, e pr incipalmenteChile, Bras il e A rgentina, ele continuou adesbravar a Humanidade com ênfase numa luso-americanidade genuinamente verdadeira, o quese observa e sente no livro “João Barcellos /Contos, Poesia & Novelas” [9], uma colectâneapublicada pelos amigos em justa celebraçãointelectual.

No tas: 1- “Do Fabuloso Araçoiaba Ao Brasi lIndustr ial”, edição Edicon (São Paulo, Brasil – 2011) c/Cent ro de Es tudos do Humanis mo Cr ít ico (C EH C,Guimarães – Port ugal).

2- “Poes ia Sob A Br isa D a His t ó ria Lus o-Brasileira”, pp 168-177, c/ apres entação da jornalistaMarta Nov aes.

3- Piabiy u [do guarani, q.s . ́ caminho f eito a pé´].4- A lde ia nativ a renom eada São Paulo dos

Cam pos de Pirat ininga pelo seu f undador , o jesu ítaManoel da Nóbrega, em 1554, após ter perdido em 1553a aldeia Maniçoba no sertão próximo a Jundiaí.

5- Berasucaba, By raçoiaba ou Araçoiaba – morroperto de Sorocaba onde Af f onso Sardinha (o Velho) e of ilho (o Moço) do mesmo nome instalaram a primeiraf undição de f erro da América, cerca de 1597.

6- Conv ersa telef ônica [London e Berlin, f ev ereirode 2012].

7- Anál is e publicada na c olect ânea “D ebat esParalelos”, Volume 8, 2012, pp.106-158. Edição Edicone CEHC.

8- Assim é ele tratado carinhosamente entre asturmas latinoamericanas ligadas ao CEHC.

9- “João Barcellos / Contos, Poesia && N ov elas”,edição Edicon (São Paulo, Brasil – 2011).

di vulgação

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Página 2 - julho de 2013

Saiu o Volume nº 9 da coleçãoPALAVRAS ESSENCIAIS que trata dotema ÁTRIO DOS GENTIOS.

Com coordenação de JoãoBarcellos e selo da Edicon, com apoiodo Centro de Estudos do Humanism oCrítico (Portugal) e do Grupo deEstudos Noética, vários intelectuaislatinoam ericanos   d is cutem osdogm as m ísticos e sua relação social.

João Barce l los coordena, tam bém, a co leção DEBATESPARALELOS, hoje com 8 volum es .

 

EDICON: Te l.: (11) 3255-1002.

CEHC/Grupo de Debates NOÉTICAwww.noetica.com.br

A Educação e o SonhoRodolfo Konder

“Devemos atrelar o nosso ara-do a uma estrela”, disse o pensadornorte-americano Ralph Valdo Emer-son. Ele nos alertava: todo trabalho,todo esforço, todo processo de de-senvolvimento deve perseguir umsonho.

O genial escritor argentino Jor-ge Luis Borges def iniu a literaturacomo “um sonho dirigido e delibera-do”. Num certo sentido, a educaçãotambém é um sonho. Ela deve sem-pre perseguir uma estrela, amplian-do os espaços de subjetividade e deousadia dentro dos seres humanos,desafiando-os a abrir caminhos, ve-redas, portas e janelas.

Neste esforço, os educadoresnão podem subestimar o papel daarte. Como escreveu André Breton,“a razão e a lógica frequentementenos castram; e a arte nos liber ta”.Então, devemos colocar as pesso-as (os jovens, em especial) em con-tato permanente e íntimo com a arte,até mesmo para torná- las mais li-vres.

Precisamos ajudar a conterum processo de desumanizaçãoque está em curso e só pode nosempurrar para um novo holocausto.A educação, hoje, deve ser repen-sada sob a ótica da mudança soli-dária. Educar signif ica humanizar. Eeducar também signif ica sonhar.

O sonho, cumpre lembrar, é ocomeço de tudo, até porque “somosfeitos da mesma matéria de que sãofeitos os sonhos”, como escreveuWilliam Shakespeare, num tempoque as areias dos séculos cobrirame tornaram mí tico.

Mas precisamos tomar algunscuidados na avaliação dos sonhos.Na Eneida, livro sexto, está escritoque os sonhos nos chegam atravésde duas portas. Pela porta de mar-f im, vêm os sonhos falsos e perigo-sos; pela porta de chifre, entram ossonhos proféticos, as sombras ver-dadeiras . O escr itor NathanielHaw thorne, autor de uma literaturaefetivamente fantástica, adverte queos sonhos que chegam pela portade chifre são “a percepção da ver-dade” . “Cumpre respeitá-los” , eleconc lui.

A nação precisa sonhar. Osseres humanos – mulheres e ho-mens, jovens e velhos – precisamsonhar, até porque “no processodos sonhos, o homem se exercitapara a vida futura”, como afirmavaNietzche. E a educação será sem-pre um eterno fracasso, se não per-seguir um sonho, se não buscar suaestrela.

Rodolfo Konder é jornalista,escritor, Diretor da ABI em SãoPaulo e membro do Conselho

Municipal de Educação.

No editorial do mês passado falamos sobre o Movimento LiteraturaLivre e pretendemos dar iníciá-lo com o Movimento Poesia Livre.

A ideia é que a poesia esteja presente em todos os lugares: ruas,praças, avenidas, escolas, parques, teatros, cinemas, espaços literários,empresas, repartições públicas, supermercados, padarias, etc.

Lembramos das saudosas balas “Gotas de Pinho Alabarda” que vi-nham com trovas autocolantes . Colecionei durantes anos as trovas daqueridas amigas Maria Thereza Cavalheiro e da Amary llis Schloembach.Se não me engano parece que a Maria Thereza coordenou e selecionouos poemas que acompanhavam as gostosas gotinhas de pinho.

Mas não podemos viver de saudosismos e pedimos aos nossos po-líticos que seja criada uma Lei que favoreça a publicação de trovas, haicaise poemetos nas embalagens dos doces, alimentos, nas bulas de remédi-os e etc. E que na mesma Lei se deemocratize a escolha dos poetas eque todos tenham os mesmos direitos e chances de publicação: os no-vos, consagrados, já falecidos ou que estejam em domínio público.

É o que esperamos.

Movimento Poesia LivreRosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é escritora, poeta, jornalista, membro daAcademia de Letras de Campos do Jordão e vice-presidente

do Sindicato dos Escritores de São Paulo.

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Página 3 - julho de 2013

Em seu segundo liv ro,Gol egol egolegol egah!(Ed. Travessa, Curit iba,

2013) , o escritor paranaense MarcioRenato dos Santos, que estreou como volume de contos Minda-Au (Ed.Record, Rio), traz seis histórias quesão amalgamadas por uma temáticapeculiar: a solidão e a insularidadede seus personagens.

Protagonis tas que, muitasvezes , vivem no limite entre arealidade e o delírio, caminhandonum limbo psicológico e afetivo eoutras situações que determinamsuas existênc ias carregadas devazios , silênc ios &incomunicabilidades. São seres quereverberam os sintomas da vida nomundo contemporâneo, tãoapequenada pelos conflitos &dilemas individuais e coletivos.

O primeiro conto, que dá títuloao livro, remete-nos a um escritor emplena crise criativa, em busca de simesmo ou de um f io condutor parasua narrativa. Perdido e sem norte,procura rumos enquanto refletesobre seu quotidiano & o of ício. Umhomem às voltas com um horizonteintangível, contemplando de umpatamar a cidade que nem sempreé a mesma que ele vê. Ele está ali enão está. Seus delírios de percepçãocolocam-no frente a frente com suasinquietações exis tenciais ao mesmotempo em que nar rador epersonagem digladiam-se em tornode um texto em construção, quevacila e não des lancha, no mesmodiapasão em que s eus conflitos vãosendo des(a)f iados. É um contoparadigmático sobre os impasses dealguém povoado de incertezas, essevivente que muito bem poderia seracometido das mesmasinquietações, es tando emFlor ianópolis ou Cataguases , emTeerã ou Curitiba, em João Pessoaou Paris; ou chamar -se Noel ouTavares, Douglas ou Salomão, eis aquestão que susc ita ao leitor omesmo percurso, na tênue fronteiraentre a realidade e a fantasia.

Como af irma Fábio Campanana apresentação do liv ro, essespersonagens “são universais porque

Ronaldo Cagiano

Sobre o homem e seudeslugar no mundo

expressam a humana fragilidadeimposta pela f initude, sof rem daangústia da incomunicabilidade, sedeparam com suas incompletudes”e o autor traduziu seus desconfortosem histórias cur tas e pungentes.

Márcio mapeou algo ancestrale sempre presente - a angús tiahumana - ao mes mo tempo em quede seus textos emerge um diálogocom grandes mestres da narrativa,tanto pela temát ica quanto pelaes trutura. Exemplo é o conto“Nevoeiro” , contado a par tir daperspectiva de um morto, surreal emachadiano.

Gogegolegolegolegah! enfeixacontos curtos, que são verdadeiraspérolas , pontuadas por umalinguagem sóbria e sem afetaçõesestilísticas. As histórias de MarcioRenato dos Santos f azem umaexegese sobre esse grande ees tranho mundo em que(escre)vivemos, com seus fetiches eetiquetas , com seus encontros &desencantos , marcado por umaprofunda sensação de alheamentoe deslugar, algo que potencializa osnossos desatinos, aprof unda oindividualismo e por is so mesmorevestem-se de um universalismo,porque dizem respeito àsdilacerantes re(l)ações e emoçõesdo indivíduo, encontradiças emqualquer lugar do mundo.

Ronaldo Cagiano é escritor,tradutor e crít ico literário.

Do nosso encontro e do fugaz afagoque num a velha praça aconteceu,pouca lembrança tenho: o vulto seuficou-me na cabeça meio vago.

Do apertinho de mão também não tragom uita lem brança. O tem po já varreuo abraço... quase tudo... E não se deuo beijo que sonhei em sonho m ago.

Perdi o seu retrato, a lem brancinhasum iu, há muito, deslembrada. Em minhamemória, quase nada do passado.

A carta não m ais tenho, se enfiounalgum lugar, não sei... Só me ficoua lem brança do selo carim bado.

Os filisteus andavam na terra seca.Hom ens, m ulheres, crianças ajuntavam no grupoe cantavam uma canção de antes de Cris to.Socavam uvas com os pés , para fazerem o vinhoe com emoravam o jovem Davi.Davi com seu es tilingue acertou o gigante Goliascom a ajuda de Deus .Davi chegou num a carruagem e entrou na aldeia dos filis teus .Dançaram , beberam vinho e aportaram na aldeia com o fes tejo.Depois apanharam flores em três dimensões e ofereceram ao Cris to.Uma chuva de prata caiu na cabeça dos homens.

NEBULOSANapoleão Valadares

Marta Gonçalves

Marta Gonçalves é poeta e contista, de Juíz de Fora (MG).

Napoleão Valadares é contista, romancista, membro da Academiade Letras do Brasil e da Associação Nacional de Escritores.

Oblação da Poeta

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Página 4 - julho de 2013

Indicador Profissional

Insônia longa. Saiu de casacedo, mal o dia amanhecia.Trânsito livre. Bateu na porta

da casa de um quarteirão qualquer:- O senhor sabe onde posso

encontrá-la?- Quem ?Nada acrescentou. Foi-se

rápido. Continuou a procurá- la.Tomou ônibus , metrô, andoubastante a pé. Muitas as perguntasrepetidas e as fugas após ospedidos de esclarecimento. Entrounuma igreja, ajoelhou-se ao lado damulher que rezava:

- A senhora também não sabe?- O quê?Levantou-se, saiu, circulou por

toda a cidade. Indagou em bancasde jornais, em lojas diversas, depessoas que passavamapressadas ... A prox imou-se dovelho mendigo, sentado junto dopos te:

F E L I C I D A D E

Caio Porfírio Carneiro é escritor,crítico literário e membro do

Instituto Histórico e Geográficode São Paulo.

Eu sou um cachorro.Para os que me ignoram ou

pouco me conhecem, tenho váriostamanhos, várias cores, tipos eprocedências. Dizem que sou omelhor amigo do homem, por is tonão compreendo a expressãopejorativa:“melhor um cachorroamigo que um amigo cachorro.”

Venho, f az muito tempo,pordescendência do lobo, mas nãosou o “lobo mau”. Ao contrário, tro-co f erocidade por f idelidade. Naminha condição canina, tenho olfa-to e audição excelentes, daí, oamigo homem me usar, sobrema-neira. Como leal companheiro, nãodifamo o homem, não traio o ho-mem, não abandono o homem.Claro, por parte do amigo homem,eu quero ser respeitado, acolhido,alimentado e amado.

Amigo que sou, não me impor-to se meu dono é rico ou pobre, seé humilde ou nobre. Não me inco-modam seus modos, nem sua apa-rência. Nunca me estranham seus

- E osenhor? Não pode me inf ormaronde posso encontrá-la?

- Se é o que es tá procurando,ela nunca se aproximou de mim.

Voltou para casa, f aminto,esgotado, paletó desabotoado,camisa aberta, suor descendo,gravata jogada para trás dopescoço. Olhou-se ao espelho.Murmurou:

- Por onde andará...Pareceu-lhe vê-la, na meia-

sombra, às suas costas. Voltou-serápido para abraçá-la.

Deu-se conta de que apenasabraçou-se a s i mesmo, ausentedela como nunca.

MONÓLOGO DE UM CACHORROEdson Freire

Caio Porfírio Carneiro

trajes , sua cor, seu credo e eunão me preocupo como vive eonde vive meu dono.

Quando juntos, meu instintose aguça se meu amigo está soli-tário, inseguro ou correndo perigo.Ao lado dele, na minha alegria, eume sacudo, das orelhas ao raboe dizem que eu até consigo rir.

Sou tão amigo do homem,que me sinto preso, pois quandodesprezado ou mandado embora,sempre f ico à procura do meudono! Apresso-me, quando valori-zando minha companhia, o amigohomem sente minha falta. Então,lembrada seja aqui, a antiga expres-são no seu sentido f igurado: “ne-nhum homem gos ta de estar nomato..., - sem cachorro”!

Esteja por mim acompanha-do e se f icar com fome, o socorrode um “cachorro quente”!

Edson Freire é escritor, poetae autor de No meu caminho

achando versos.

JACOBEmanuel Medeiros Vieira

(Em memória de Jacob Gorender, falecido em 11 de junho de 2013,e cuja morte não obteve a repercussão que deveria ter tido – se tivesse nascido

num país decente e que cultivasse a memória.Mas não ele era “celebridade”, não era fúti l , nem cantor de pagode, axé, funk,

nem de música sertaneja idiotizada – não sertaneja de raiz –,ator de novela ou jogador de futebol.)

No calor da hora: informam que morreste.E foste combatente – mesmo nas trevas.(Num país de poucos combatentes e de raros pensadores.)Deixaste um legado (quantos deixam?): foste um denso intelectual marxista,Um lutador torturado, um pensador.Quando aprenderemos a conviver com a divergência?Mas tudo f icou menor – não há debates, mas desqualif icação de adversá-rios, e o deslumbramento, a velhacaria, a mediocridade, a ignorância, osaque do bem público e a mais reles futilidade tomaram conta não só dosque estão mandando – mas do país inteiro.Pior: é uma corrupção interior.Uma resignação covarde.E para subir, acreditam que é preciso dar cotoveladas nos outros.E aí estamos:Informam que 11% dos assassinatos ocorridos no mundo são cometidosno Brasil.O que foi feito da chamada “esquerda” brasileira?Ela existe ainda?Terá sido inútil essa luta pretérita – quando tantos foram torturados,morreram nas masmorras da ditadura ou passaram os melhores anos desuas vidas no exílio?Perdoa-me, Jacob:merecerias um texto mais sereno..Entende-me, combatente: escrevo no calor da hora.A gente transfere as ações e obrigações. Não o tempo.Um dia, as contas serão acertadas e já pagamos um preço tenebroso.Ilusões perdidas?O combate continua nas trevas, mais indigno, mais corrompido – adeus,combatente baiano e universal, que se foi aos 90 anos.(Não somos obrigados a concordar com tudo para respeitar alguém.)Algum farol iluminará essa escuridão (iria qualif icá-la de dolorosa), masprefiro chamá-la (esta sombra) de mesquinha.(Eu sei: vão me chamar de “pessimista”: há tanta gente com Bolsa-Famíliae com carnê das Casas Bahia...)Até!(Salvador – onde nasceste em 20 de janeiro de 1923 –, junho de 2013)

Emanuel Medeiros Vieira é escritor, poeta, professor, jornalista,crítico de cinema, editor e redator de discursos parlamentares.

di vulgação

Jacob Gorender

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Um dos luminares da comunicação visual, Dé-cio Pignatari, falecido a dezembro último, desdo-brou-se em muitos ângulos: poeta, ensaísta,f iccionista, semiólogo, publicitário, tradutor, dra-maturgo, teórico da arte, jornalista, crítico de TV,professor, memorialista, ator bissexto. Fundadorda poesia concreta, inf luenciou sobremaneira aArquitetura, o Design e as Artes Gráf icas.

Tendo Osw ald de Andrade como santo do seualtar, os concretos se contrapunham ao que al-guns deles chamavam de “nerudismo”, uma pra-ga a ser combatida. Décio, igualmente, não f lerta-va com o sentimental em poesia. Os que não seafeiçoavam ao projeto verbivocovisual dos trêsmosqueteiros do concretismo deveriam simpatizarcom o trecho da música “Você abusou”, de Anto-nio Car los e Jocafi: “[E me perdoe] se oquadradismo dos meus versos vai de encontro aosintelectos, que não usam o coração como expres-são...” A poesia subjetiva era a bête noire do trioque, em 1974, traduziu Mallarmé (Décio chamoua empreitada de “tridução”, ou seja, tradução emtriálogo).

Sempre com as garras af iadas para o deba-te, o cortante Décio nunca se furtou de terçar ar-mas com os que amaldiçoavam a poesiaesquemática, semiótica, não verbal do grupo con-creto. A poesia concreta é mais design gráf ico doque poesia, para o meu gosto. Forma e conteúdonão se separam. A ênfase recai no SIGNIFICANTEem detrimento do SIGNIFICADO. Muita dessa ati-tude tinha de um vanguardismo f ormalistaempobrecedor.

Décio Pignatari era um teórico da poesia, umteórico da comunicação. Inf luenciou músicos po-pulares de vanguarda como Caetano e Gil, pau-tou os estruturalistas, estudou meticulosamente oprocesso de formação de signos, pictografias, ilus-trações, campanhas publicitárias. Criou a expres-são “geléia geral” e consentiu que seus textosfossem musicalizados e gravados por consagra-dos nomes da nossa música, como Gilberto Men-des. Bateu-se, como os Campos , pelaredescoberta de Sousândrade (1832-1902).

Mas, com o máximo respeito à destreza ver-bal, à perícia linguística de um Haroldo de Cam-pos , transcriador e multimídia, pergunto a mimmesmo: será que o Brasil está preparado paratudo isso? Para essa poética, essa engenhosidadevocabular? Estaria eu próprio aparelhado para ume.e.cummings, um Mallarmé, um Pound, um Joyce?

O que sei é que seu livro seminal Informa-ção, Linguagem, Comunicação foi decisivo paraque eu tomasse gosto pela Semiótica, disciplinaexecrada por nove entre dez estudantes de Co-municação. A Teoria da Comunicação passou aser palmilhada por mim graças a esse inesquecí-vel compêndio.

Sua aproximação com a Semiótica e a Ciber-nética se inic iou com suas peregrinações pelaEuropa entre 1954 e 1956. Décio Pignatari crioua pr imeira cadeira de Teor ia da Informação naGuanabara, a Escola Superior de Desenho Indus-

Décio Pignatari e o implemento da comunicação eficazGabriel Kwak tr ial, tendo s ido seu pr imeiro professor e

organizador do primeiro programa dessa discipli-na. Ele mesmo conta: “Ainda em 1964, Luiz Ânge-lo Pinto e eu publicamos a primeira divulgaçãosobre a Teoria da Informação, aplicando o levan-tamento estatístico a textos com o auxílio de umcomputador eletrônico.”

No já citado Informação, Linguagem, Comu-nicação, Décio disserta sobre as diferenças entremensagens de natureza digital e analógica. Fazenxuta explanação sobre as línguas orientais(analógicas) e as ocidentais (digitais). Cuida, ain-da, da etimologia visual do canji japonês.

É menos abstrato esclarecer a ordenação deum ideograma, ordenação que é feita por justa-posição. Ensina Décio, na página 21: “Em chinês,o ideograma para vermelho é formado pela mon-tagem de quatro ideogramas (rosa, cereja, ferru-gem, fl amingo) que designam coisas que todomundo conhece e que têm em comum a cor ver-melha.”

Sobre a organização do poema concretocomo um ideograma, pronunciou-se José LinoGrunew ald: “Apollinaire também percebeu a rele-vância desse fator preponderante – o ideograma.Dizia que a nossa inteligência precisa habituar-sea pensar sintético-ideograficamente em vez deanalítico-discursivamente.”

Para Décio, a redundância dos signos leva àabertura da participação de quem tem um reper-tório reduzido, um código restrito. Quando o sig-no faz parte do repértório de uma balconista, porexemplo, ela projeta neles sua experiência. Daíporque o autor nos acena ao dizer que o livro co-merc ial ideal “é o que contèm apenas 10% denovidade”.

No mesmo ensaio, Décio relativiza os rótulosdo que é arte chamada de produção e do que éarte de consumo. Décio sempre fez questão deref letir sobre o sistema de produção da arte. Tam-bém meditou d emaneira aguda sobre a crise dauniversidade, para ele incapaz de criar e produzirpensamento bruto.

Décio contrapôs a “qualidade europeia” e a“qualidade norte-americana”, ao assinalar que oseuropeus, já àquela altura (o livro é de 1968),estavam se adaptando às necessidades dos mer-cados de consumo de massa. Décio aborda, tam-bém, o processo das elites levarem cultura àsmassas e vice-versa. Segundo Décio, nossas eli-tes traduzem mal as informações que impõem àsmassas ( “culturalização das massas” e“massif icação da cultura”).

Em Informação, Décio disseca conceitos como“o custo da transmissão dos signos” (Mandelbrot),o “princípio do menor esforço que rege as ativida-des humanas” (Zipf, que, para Décio, tem tudo aver com redundância), a “Estét ística” de MaxBense, além de tratar dos levantamentos estatís-ticos de palavras em textos, ou seja, linguísticamatemática/ análise estatística e informacional deestilos literários (esses estudos são efetuados como emprego de computadores eletrônicos...) Pou-cos dominaram tanto a aplicação de critérios es-tatísticos como Décio. Esses estudos repercuti-ram enormemente no Desenho Industrial.

Décio também endossa uma tendência cap-tada por Marshall McLuhan de que o “veículo novoartistifica o anterior”.

No tocante ao isolamento de Brasília, Déciotambém se ocupa do ruído na cadeia de trans-missão da mensagem disseminado em Bras íliapela precariedade do seu sistema nervoso, ouseja, da comunicação pouco desenvolvida. Recla-ma, então, o concurso de engenheiros-de-siste-mas para o desenvolvimento dos “sistemas ner-vosos” nos edif ícios, núcleos habitacionais e ci-dades. Para Décio, só se cuidou da “comunica-ção motof ísica, digamos assim (sistema viário).”(p. 74)

Décio lembra, ainda, que o cineasta russoEisenstein buscou inspiração na composição f i-gurativa do ideograma para suas técnicas de mon-tagem. Veja-se citação de um site que consulteihá pouco: “O f ilme é dividido em cinco partes quese ocupam em provocar uma situação tal de es-paço-tempo onde todos os pormenores apresen-tam um signif icado a ser apreendido pelo espec-tador. De forma a transcrever ideias complexas eideologias profundas, Eisenstein chegou ao usode técnicas de montagem inspiradas nosideogramas orientais. Se determinado ideogramasignif ica ‘telhado’ e outro, ‘esposa’, a união dosdois é lida como lar. Desta forma, é o choque en-tre duas imagens aparentemente díspares que criao impacto, o sentido a que se quer chegar.”

A conclusão a que chego depois de muitoperquirir e aprender com este manual é que o tem-po todo o autor parece estar preocupado com aotimização da mensagem, com o rendimento dosistema.

Déc io, como seus parceiros Haroldo eAugusto, sempre manobrou o triálogo música-po-esia-imagem, mediante instalações, intervenções,animações, videoarte, gravações, oralizações dassuas poesias experimentais. Enf im, transcriaçõesintermidiáticas, como eles gostariam de dizer...mas,apesar de todo esse legado e controvérsia susci-tadas, o autor do romance Panteros parecia nãodar a mínima para o reconhecimento, como de-cretou em entrevista à Folha de S. Paulo em 2.007:“Eu não quero saber disso, não me importo. Nãoexiste vanguarda majoritária. O signo novo nãopode ser majoritário. O novo põe em questão oque foi feito antes.”

di vulgação

Décio Pignatari

Gabriel Kwak é escritor, jornalista, membro daAcademia de Letras de Campos do Jordão .

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Notícias de PiracicabaIrineu Volpato lança o livro de poe-

mas Derradeira Plumangem, pela RenardEdições, no dia 26 de julho, às 20 horas,na Biblioteca Pública Municipal dePiracicaba. Na ocasião também será lan-çado Humanity /Tessituras, de Silvia R deOliveira.

Poesia ao Vento, reunião coordena-da por Irineu Volpato,  contará com a apre-sentação de Silvia Regina sobre o poetaErotides de Campos, no dia 23 de agos-to, terça-feira, às 19 horas, na BibliotecaMunicipal.

Concur so de M icr ocontos deHumor, promovido pela Secretaria Muni-c ipal da A ção Cultural, por meio doCEDHU Piracicaba  e da Biblioteca Pública Municipal Ricardo Ferraz deA rruda Pinto, divulgou os três pr imeiros colocados nosite w w w.biblioteca.piracicaba.sp.gov.br. Fábio Aluísio, com Metamorfose,foi classif icado em primeiro lugar; Teixeira Silva, com Musicofilia, em se-gundo; e Luiz Gustavo de Souza Saldanha, com Cult, em terceiro. 

Os 100 melhores trabalhos do concurso serão reunidos em antologiae os três primeiros colocados recebem R$ 800, R$ 500 e R$ 300, respec-tivamente. A cerimônia de premiação será realizada no dia 24 de agosto,às 15h30, na Biblioteca Municipal, Rua Saldanha Marinho, 333. A comis-são julgadora foi composta por Ana Marly Jacobino, Raquel Delvaje, Ale-xandre Bragion, Alexandre Huady e Alessandra Cardoso.

Ivana Negri falou sobre a vida e obra de Fernando Ferraz de Arruda,seu patrono na Academia Piracicabana de Letras, no dia 18 de julho,no Poesia ao Vento, evento coordenado por Irineu Volpato.

O Sarau Literário Piracicabano,  coordenado por Ana Marly de Oli-veira Jacobino, que será realizado no dia 20 de agosto, no Museu Pruden-te de Moraes, Rua Santo Antonio, 641, homenageará  Prudente de MoraesBarros  e Maria Antonieta Sachs Mendes. 

O Grupo Oficina Literária de Piracicaba realizará reunião no dia 7de agosto, quarta-feira, às 19h30, na Biblioteca Municipal.

Raquel Delvaje falará sobre vida e obra de Florbela Espanca, no dia31 de agosto, sábado, às 15 horas, na reunião do   Centro Literário dePirac icaba, na Biblioteca Pública Munic ipal.

A DELICADA E INTENSA POÉTICADE ANDREIA DONADON LEAL

di vulgação

Irineu Volpato

Lacr ipoemas - livro inédito depoesia premiado pela UBE 2013.

Lac r ipoemas é obra detemática única, que tem no neolo-gismo do título sua explicação: sãopoemas sobre lágr imas e, é claro,suas várias motivações. Seus tex-tos podem ser lidos comose fossem um só, tal a in-tensif icação lírica, ao exporos sentimentos.

Sem der ramamentoou pieguice, AndreiaDonadon Leal nos apre-senta diversos momentosem que o objeto lágr imas imboliza um es tadoemotivo. Entre muitos es-colhemos O tempo pas -sou como o texto de maiorimpacto, porque, após re-velar a reação diante da perda dopai e do tio, f inaliza com os seguin-tes versos: “quando mãe morreu/ochoro veio manso/mansinho/meioabobado e irreal/agora/o tempo pas-sa, passa/passa devagar...”

O tom coloquial e intimista, gra-ças à ausência do artigo e à repeti-ção de palavras para expressar aconstância e a intensidade da dordão ao poema uma simplic idadecomovente. E o tempo agora custaa passar, porque o tempo é subjeti-vo, medido, portanto, pelo pathos doeu lírico, não por seu relógio. A pro-pós ito, podemos dizer queLacripoemas se estrutura no duplomovimento: ora se aproxima, ora seafasta da subjetividade.

Se, como lemos em Mistér iosdo mundo, “os sentimentos continu-am sem explicação” e sabemos quesão muitos, a objetividade se dá naforma como estes sentimentos sãotransmitidos. A escritora, com evi-dente domínio técnico, alterna mo-dalidades e ritmos para construir emversos predominantemente livresuma obra-projeto. Notemos que amaioria dos textos se faz de pou-cos versos, com poucos verbos ecom a utilização signif icativa do es-paço em branco. Este é, por sinal,um dos aspectos que nos faz as-sociar a poeta às vanguardas dosanos 60. Sem ser, obv iamente,conc retis ta, neoconc retis ta ou

Marcus Vinicius Quiroga adepta do poema processo oupráxis, Andreia Donadon extraiu des-tas manifestações poéticas materi-al útil para elaborar sua trajetória li-terária.

Embora use o verso, a sua lin-guagem é bastante sintética e agra-daria aos Campos ou a Pignatar i.Por exemplo, o texto Poema defor-

ma a forma, já peloverso- t ítulo, seriabem v isto pelosolhos vanguardistasda época; mas, aomesmo tempo, darigidez antilírica sedistancia, como ve-mos na passagem:”poesia que deformaformas/ poesia quedeforma almas ” ,uma vez que suapoesia, contrária à

dos concretistas, é anímica.Já a objetividade do livro pode

ser vista justamente na consc iên-cia formal e na diversidade de re-cursos es tilís ticos : imagís ticos ,como metáforas, antíteses e para-doxos; sonoros, como aliterações eparonomás ias; es truturais , comogradações e repetições; e semânti-cos, com jogos de palavras e signi-f icações múltiplas.

Ousaríamos falar até em expe-riências formais, exercícios poéticoscomo variantes para o tema esco-lhido, com demons tração devirtuosismo linguístico, a serviço deum lirismo que, sem contradição, ésimultaneamente delicado e inten-so. O poema Quando nasci, no qualhá uma relação inter textual comCar los Drummond de Andrade eAdélia Prado, termina com os ver-sos: “ desde que nasci/sou meioriso/ meio choro”. Como nos ensi-nou Hegel, nada melhor do que areunião dos contrários para elabo-rar a síntese da obra.

Talvez a leitura não nos leve aopranto, mas certamente nos levaráa pensar sobre as signif icações dalágrima, com os olhos , não rasos,mas plenos de poesia.

Dr. Marcus Vinicius Quiroga époeta, crítico, Doutor em Lite-ratura pela UFRJ e Membro daAcademia Carioca de Letras.

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Lançamentos e Livros Concursos

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Antologias:

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

O 27º Salão Nacional de Poe sia Psiu Poético, PSIUPOÉTICO –SIGNOS & CULTURAS , está com inscrições abertas até o dia 30 de agosto.Os interessados poderão inscrever até três poemas, digitados ou trabalhadosde forma artesanal, trabalhos para a mostra de poesia visual e arte-postal,performances, recitais, esquetes teatrais, intervenções, palestras, debates,vídeos, f ilmes, mús icas, danças , lançamento de livros, CDs e demaismanifestações culturais, desde que os trabalhos tenham a poesia comoreferência.

Informações e inscrições: w w w.psiupoetico.com.br - Tels.: (38) 3229-3458, 3229-3456 e 91127011. [email protected]

Não será cobrada taxa de inscrição e os trabalhos inscritos e selecionadospela coordenação farão parte da programação do PSIUPOÉTICO 2013, queserá realizado de 4 de outubro (Dia Municipal da Poesia em Montes Claros/MG) a 12 de outubro.

1° Concurso Literário Internacional de Literatura da ALACIB,promovido pela Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil, es tá cominscrições abertas até o dia 30 de setembro para as categorias infantil, juvenile adulto, nos gêneros crônica e poesia.

Os interessados poderão inscrever um trabalho inédito, com tema livre,digitado identif icado somente com pseudônimo, em português ou espanhol.Os trabalhos deverão ser env iados para o [email protected] ou [email protected], em doisanexos: um com a poesia ou crônica, com título e pseudônimo abaixo dotítulo, digitado em Word; o segundo com o título do texto, pseudônimo, dadosdo autor e currículo de até 20 linhas.

Premiação: Os três primeiros colocados de cada categoria receberãomedalha e certif icado. O primeiro lugar também receberá uma seleção delivros da Editora A ldrava Letras e A rtes . Inf ormações :[email protected] ou [email protected]

A Edição da Revista Machado de Assis - Literatura Br asileira emTradução, editada pela Fundação Biblioteca Nacional, em coedição com oItaú Cultural, em parcer ia com o Ministério das Relações Exter iores e aImprensa Ofic ial do Estado de S. Paulo, está com inscrições aber tas até o dia21 de agosto, para trabalhos do número 5 da edição imprensa, que serálançado na Feira do Livro de Frankfurt, em outubr o. Regulamento: w w w.bn.brRevista: w w w.machadodeassismagazine.bn.br

48º FEMUP - Festival de Mús ica e Poe sia de Par anavaí e 45ºConcurso Literár io de Contos, promovido pela Prefeitura de Paranavaí,através da Fundação Cultural, está com inscrições abertas até o dia 25 deagosto. Modalidades: Música, Conto, Poesia e Declamação. O f estival serárealizado nos dias 22 e 23 de novembro. Os interessados poderão inscreverapenas um trabalho inédito em cada modalidade. Premiação: TroféuBarriguda; Músicas, poesias e contos – Fase nacional: R$ 1.500,00 cada;Músicas, poesias e contos – Fase regional: R$ 1.000,00 cada; Declamação:R$ 600,00 cada; 10 antologias FEMUP/2013; 01 CD FEMUP/2013/Músicas/Regional; 01 CD FEMUP/2013/Mús icas/Nacional; 01 CD FEMUP/2013/Poesias. Também haverá ajuda de custo para hospedagem e alimentaçãopara os selec ionados que não residirem em Paranavaí.

Regulamento e inscrições: w w w.paranavaicidadepoesia.com.br/femup/Informações: [email protected] - Tel.: (44) 3902-

1128.

Os Primeiros Dias de 36 Horas, f icção de H.Wolf, Chiado Editora, Lisboa, Portugal, 128 páginas,10,50 Euros (aproximadamente R$ 30,00).

A obra mostra como o personagem principal co-meça a viver dias de 36 horas, em vez de 24, e osquatro personagens principais são apresentados ape-nas como Transformador, Vicenciador, Incitador e Ob-servador.

Chiado Editora: w w w.chiadoeditora.comAssessoria de Imprensa - Guilherme Lourei-

ro: [email protected]

Álbuns da Lusitânia, de Raquel Naveira, Edito-ra Alvorada, Campo Grande, MS, 168 páginas. A auto-ra é escritora, poeta, professora, advogada, doutoraem Comunicação e Letras e mestre em LiteraturaFrancesa.

Segundo João Anzanello Carrascoza, “Enquantorefaz a história de sua famí lia, mostrando-nos uma‘foto’ atrás da outra, Raquel reorndena a memória denosso país e também de outro, imemorial, de onde oslusos, seus ascendentes, partiram um dia.“

Editora Alvorada: w w w.editoraalvorada.com.br

Pelos Bosques da Memória: Prof. José deLaurentys Medeiros, de Manoel Hygino dos Santos,Editora Fapi, Belo Horizonte, MG, 140 páginas.

Manoel Hygino dos Santos é escritor, jornalista emembro da Academia Mineira de Letras.

A obra biográf ica e histórica foi editada em ho-menagem ao prof. José de Laurentys medeiros emreconhecimento do Grupo Santa Casa pelo seu tra-balho como mes tre. O Centro de Memória da SantaCasa de Belo Horizonte tem o seu nome.

Editora Fapi: [email protected]

Dicionário Básico Es colar de Filosofia, deMarly N Peres, Global Editora, São Paulo, SP, 328páginas, R$ 45,00.

A autora é tradutora, ensaísta, professora e pós-graduada em Filosof ia pela Universidade de SãoPaulo, com DEA na Université Paul Valéry, Montpellier,França.

A obra reúne mais de 360 verbetes e apresentacitações e biografias dos principais pensadores e umíndice dos autores descritos.

Global Editora: w w w.globaleditora.com.br

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Linguagem Viva

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Prof. Sonia

Notícias Sérgio Eluf

Sônia Sales, escritora, poeta,historiadora, ensaísta, autora de li-vros infantis e estudiosa da culturaoriental, foi convidada pelo Governoda República Popular da China paravisitar Beinjing  (Grande Muralha,Cidade Proibida), Shangai eShenzhen, de 10 a 20 de outubro.Sonia é membro titular da AcademiaCarioca de Letras, do Instituto His-tórico e Geográf ico de São Paulo,da Sociedade Eça de Queiroz - Rio- e do PEN Clube do Brasil.

Mariana Ianelli lançou BrevesAnotações sob re um Tigre, crôni-cas, pela Editora Ardotempo. 

Cinco Séculos de Poesia, co-letânea bilíngue que reúne obras-primas da poesia ocidental do sé-culo XVI ao século XX, com tradu-ção de Alexei Bueno, foi lançada pelaEditora Record.

A Academia Brasileira de Le-tras realizou, no dia 18 de julho, aentrega dos Prêmios Literários de2013. Silviano Santiago foi agracia-do com o Prêmio Machado de As-sis, pelo conjunto da obra, e rece-beu a importância de R$ 100 mil. Osvencedores dos outros prêmios re-ceberam R$ 50 mil. 

Ismail Serageldin, diretor daBiblioteca de Alexandria, localizadano Egito, e a referida Biblioteca ven-ceram o Prémi o Cal ous teGulbenki an 2013. Eles receberama importância de 250 mil Euros.

José Carlos Durand lançouPolí ti ca Cultural e Economi a daCultura, pela Ateliê Editorial e Edi-ções Sesc SP.

Clébe r Teixeir a, criador daNoa Noa - tradicional casa especi-alizada em poesia e livrosartesanais -, editor e poeta, faleceuno dia 23 de junho, aos 74 anos, emFlorianópolis.

O Blog Re vista Lusofonia,w ww.revistalusofonia.w ordpress.comfoi atualizado e publicou poemas deRaquel Naveira e Rita de Cáss iaA lves , uma entrev ista com IvesGandra da Silva Martins.

Ar icy Curve llo publicou umartigo sobre a edição nº 36 de Poe-sia Sempre, da Biblioteca Nacionaldo Brasil, que foi dedicada à poesiade Minas Gerais desde os seus iní-cios no século XVIII até a atualida-de, no nº 56 da Revista Malabia. Oveículo é editado por FedericoNogara. w w w.revistamalabia.com/index.php/archivo/66-numero-56/141-revista-qpoes ia-sempreq-para-siempre.html

A 3ª Bienal do B de Poesia eLiteratura na Rua será realizada de27 a 30 de agosto, no Açougue Cul-tural T-Bone, SCLN 312,   emBrasília. O evento, organizado peloMovimento Viva A rte, Luiz Amorimdo T-Bone e Antonio Miranda, con-tará com a apresentação de cempoetas do Distrito Federal.

Vera Carvalho Assum pçãopublicou o ebook PeçasFragi lizadas, edição kindle, pelaAmazon. w w w.amazon.com.br

Raque l Naveir a, colaborado-ra do LV, lançou o romance Álbunsda Lusitânia, pela Editora Alvorada.w w w.editoraalvorada.com.br

O Grupo da Te rceira IdadeAm igos do Fidalgo promoveráapresentação de canto coral, cantoinstrumental ou à capela, contaçãode causos, contação de história,contação de piadas de salão dan-ça, performance teatral e recitaçãode poemas, no dia 29 de agosto, das 14 horas às 16 horas, na Ave-nida Tucuruvi, 808, próximo ao me-trô Tucuruvi, em São Paulo. Os in-teressados em participar deverãoentrar em contato com Adílio dosSantos. [email protected]

A Univers idade São Judaspromove o Concurso São JudasPoes ia 2013 - Ensino Médio comPoesia Superior, destinado a alunosdo ensino médio do Estado de SãoPaulo. As inscrições estão abertasaté o dia 18 de outubro.w w w.saojudaspoesia.com.br.  

O Sarau do Nhocuné, coorde-nado por Zé Carlos Batalhafam, re-alizado no dia 13 de julho, contoucom a participação especial do po-eta Germano Gonçalves - o Urba-nista Concreto - da região de SãoMateus.

A Biblioteca da Fundação Bi-blioteca Nacional não funcionarámais aos domingos e fer iados, apartir do dia 11 de julho. As visitasguiadas e exposições funcionam desegunda a sexta, de 9 às 20 horas,e aos sábados, das 9 às 15 horas.

Edna Ribeiro de Paiva, pro-fessora de Latim, verteu para o por-tuguês a obra Sátiras, de Horácio,que foi publicada pela primeira vezem 35 a.C. A obra, em dois volumes,foi publicada pela Coleção Didáticosda Editora da UFF. Edna levou 7anos para traduzir 2.080 versos emprosa. O livro também inclui notase comentários da tradutora paraauxiliar na compreensão do texto.

Ronaldo Cagiano, escr itor,tradutor e crítico literário, foi seleci-onado para participar do número 4da Revista Machado de Assis Lite-ratura Brasileira em Tradução, edi-tada pela Fundação Biblioteca Na-cional, em coedição com o Itaú Cul-tural, em parceria com o Ministériodas Relações Exteriores e a Impren-sa Oficial do Estado de S. Paulo,com a tradução para o espanhol deLa marca (Dicionário de pequenassolidões, conto). Os trechos dasw w w.machadodeassismagazine.bn.br.A versão impressa, que serálançada na Feira do Livro de Frank-furt, em outubro, reúne 18 autores.A edição também apresenta textosnão f iccionais de Júlio Ludemir eSandra Reimão.

A 1ª Feira Literária e Musical,promovida pelo Depar tamento Cul-tural do Clube Português, com apoioda Ordem dos Músicos do Brasil –seção São Paulo, será realizada nodia 1 de setembro, domingo, das 14às 18 horas, no Clube Português,Rua Turiassú, 59, em São Paulo.Conf irmaram presença os escr ito-res Ayrton Mugnani, Diego Nunes,Thais Matarazzo e Pedro ThomazMemorialista. Informações: Tel.: (11)3663-5953.

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

di vulgação

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Sônia Sales

Ronaldo Cagiano