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Volume 13 n. 145 Janeiro/2018 ISSN 1809-3957 Revista SODEBRAS Volume 13 N° 145 JANEIRO/ 2018 GIRO DE ESTOQUE E CUSTOS DE TRANSPORTE EM UMA DISTRIBUIDORA STOCK TURNING AND TRANSPORTATION COSTS IN A DISTRIBUTOR MARIA KARISE DE ARAUJO 1 ; RONIELE CARDOSO DA SILVA 2 ; CÍCERO TADEU TAVARES DUARTE 3. 1 - FACULDADE SANTO AGOSTINHO - FSA; 2 - FACULDADE ADELMAR ROSADO - FAR; 3 - UNIVERSIDADE PAULISTA - INIP [email protected]; [email protected]; [email protected] Resumo - O presente trabalho foi realizado na empresa Comercial Ibiapina filial de Teresina, teve como principal objetivo identificar como o giro de estoque e os custos de transporte podem impactar positivamente na lucratividade da empresa. Onde se realizou um levantamento de dados e a partir destes foram feitas análises do giro de estoque e dos custos de transporte da empresa e através dos resultados encontrados foram sugeridas estratégias para a elevação do giro de estoque e diminuição dos custos de transporte, possibilitando o aumento na lucratividade. Palavras-chave: Giro de Estoque. Lucratividade. Custo de Transportes. Abstract - The present work was carried out at the commercial company Ibiapina - a subsidiary of Teresina, whose main objective was to identify how the stock turnover and transportation costs can positively impact the profitability of the company. Where a survey of data was carried out and from these were made analyzes of the inventory turnover and the transportation costs of the company and through the results found were suggested strategies for the increase of inventory turnover and reduction of transportation costs, allowing the increase in profitability. Keywords: Stock Turn. Profitability. Transport cost. I. INTRODUÇÃO O objetivo econômico de qualquer empresa é maximizar seus lucros e seu valor no mercado, dessa forma pode aumentar a riqueza de seus proprietários e investidores que esperam o retorno sobre seus investimentos compatíveis com os riscos assumidos. Para tanto, os gestores podem fazer o uso da administração financeira, tendo em vista que esta se relaciona diretamente com todas as demais áreas da organização (logística, marketing, produção, vendas, etc.), permitindo que os gestores conduzam suas atividades no sentido da obtenção do lucro (GITMAN, 2010). De acordo com o que foi dito acima essa pesquisa fundamentou-se no tema, o impacto dos custos de transporte e do giro de estoque na lucratividade de uma distribuidora. Estabelecendo-se como objetivo geral: identificar como o giro de estoque e os custos de transporte poderão impactar positivamente na lucratividade de uma distribuidora. E tendo como objetivos específicos: analisar como se encontra o giro de estoque, verificar a atual situação dos custos de transporte e sugerir estratégias que possibilitem elevar o volume de vendas e diminuir os custos de transporte da empresa. O presente estudo se faz importante devido à necessidade de que os gestores tenham conhecimento e controle sobre seus custos de transporte e giro de estoque. Uma vez que, para se elevar os índices de lucratividade seja de curto ou longo prazo o administrador precisa desenvolver estratégias visando à relação positiva entre os indicadores mencionados, para que as atividades da empresa sejam realizadas gerando o mínimo possível de custos com transporte e aumentando ao máximo seu giro de estoque. Dessa forma motivou-se a estudar o assunto, inicialmente, o seguinte questionamento: como o giro de estoque e os custos de transportes poderão afetar de forma positiva os índices de lucratividade de uma distribuidora? (LEMOS; LOPES, 2014; PEREIRA; CARVALHO; SANTOS, 2015). II. PROCEDIMENTOS O presente artigo apresenta uma abordagem quantitativa, que se caracteriza pelo emprego de quantificação tanto no ato da coleta de dados, quanto no tratamento dos mesmos, originando-se do interesse dos pesquisadores em compreender o objeto em estudo que pode ser um fenômeno individual, grupal, organizacional, social e político. Em relação aos procedimentos, a pesquisa é um estudo de caso que é caracterizado por fazer um estudo aprofundado do objeto em questão, permitindo a coleta, tabulação e análise detalhada dos dados fornecidos pela instituição. O estudo em questão também se utilizou da metodologia TDCA para uma melhor criação e organização do mesmo (YIN, 2015; PRODANOR; FREITAS, 2013; DUARTE; OLIVEIRA, 2017). III. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 - Giro de estoque O índice de giro de estoque mede a atividade ou liquidez dos estoques, o número de dias em média que o estoque fica armazenado na empresa antes de ser vendido, sendo que o número encontrado através da fórmula só faz sentido se comparado com o giro de uma empresa concorrente do mesmo setor ou com o giro da empresa no passado já que existem setores que possuem estoques mais líquidos que outros (SILVA; HENZEL, 2012; RODRIGUES, 2013). O giro de estoque pode ser calculado por meio da fórmula 1: = Custo médio das mercadorias vendida Estoque (1) 21

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Volume 13 – n. 145 – Janeiro/2018 ISSN 1809-3957

Revista SODEBRAS – Volume 13 N° 145 – JANEIRO/ 2018

GIRO DE ESTOQUE E CUSTOS DE TRANSPORTE EM UMA DISTRIBUIDORA

STOCK TURNING AND TRANSPORTATION COSTS IN A DISTRIBUTOR

MARIA KARISE DE ARAUJO1; RONIELE CARDOSO DA SILVA2; CÍCERO TADEU TAVARES DUARTE3. 1 - FACULDADE SANTO AGOSTINHO - FSA; 2 - FACULDADE ADELMAR ROSADO - FAR;

3 - UNIVERSIDADE PAULISTA - INIP [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo - O presente trabalho foi realizado na empresa Comercial

Ibiapina – filial de Teresina, teve como principal objetivo

identificar como o giro de estoque e os custos de transporte podem

impactar positivamente na lucratividade da empresa. Onde se

realizou um levantamento de dados e a partir destes foram feitas

análises do giro de estoque e dos custos de transporte da empresa

e através dos resultados encontrados foram sugeridas estratégias

para a elevação do giro de estoque e diminuição dos custos de

transporte, possibilitando o aumento na lucratividade.

Palavras-chave: Giro de Estoque. Lucratividade. Custo de

Transportes.

Abstract - The present work was carried out at the commercial

company Ibiapina - a subsidiary of Teresina, whose main objective

was to identify how the stock turnover and transportation costs can

positively impact the profitability of the company. Where a survey

of data was carried out and from these were made analyzes of the

inventory turnover and the transportation costs of the company

and through the results found were suggested strategies for the

increase of inventory turnover and reduction of transportation

costs, allowing the increase in profitability.

Keywords: Stock Turn. Profitability. Transport cost.

I. INTRODUÇÃO

O objetivo econômico de qualquer empresa é maximizar seus lucros e seu valor no mercado, dessa forma pode aumentar a riqueza de seus proprietários e investidores que esperam o retorno sobre seus investimentos compatíveis com os riscos assumidos. Para tanto, os gestores podem fazer o uso da administração financeira, tendo em vista que esta se relaciona diretamente com todas as demais áreas da organização (logística, marketing, produção, vendas, etc.), permitindo que os gestores conduzam suas atividades no sentido da obtenção do lucro (GITMAN, 2010).

De acordo com o que foi dito acima essa pesquisa fundamentou-se no tema, o impacto dos custos de transporte e do giro de estoque na lucratividade de uma distribuidora. Estabelecendo-se como objetivo geral: identificar como o giro de estoque e os custos de transporte poderão impactar positivamente na lucratividade de uma distribuidora. E tendo como objetivos específicos: analisar como se encontra o giro de estoque, verificar a atual situação dos custos de transporte e sugerir estratégias que possibilitem elevar o volume de vendas e diminuir os custos de transporte da empresa.

O presente estudo se faz importante devido à necessidade de que os gestores tenham conhecimento e controle sobre seus custos de transporte e giro de estoque.

Uma vez que, para se elevar os índices de lucratividade seja de curto ou longo prazo o administrador precisa desenvolver estratégias visando à relação positiva entre os indicadores mencionados, para que as atividades da empresa sejam realizadas gerando o mínimo possível de custos com transporte e aumentando ao máximo seu giro de estoque. Dessa forma motivou-se a estudar o assunto, inicialmente, o seguinte questionamento: como o giro de estoque e os custos de transportes poderão afetar de forma positiva os índices de lucratividade de uma distribuidora? (LEMOS; LOPES, 2014; PEREIRA; CARVALHO; SANTOS, 2015).

II. PROCEDIMENTOS

O presente artigo apresenta uma abordagem quantitativa, que se caracteriza pelo emprego de quantificação tanto no ato da coleta de dados, quanto no tratamento dos mesmos, originando-se do interesse dos pesquisadores em compreender o objeto em estudo que pode ser um fenômeno individual, grupal, organizacional, social e político. Em relação aos procedimentos, a pesquisa é um estudo de caso que é caracterizado por fazer um estudo aprofundado do objeto em questão, permitindo a coleta, tabulação e análise detalhada dos dados fornecidos pela instituição. O estudo em questão também se utilizou da metodologia TDCA para uma melhor criação e organização do mesmo (YIN, 2015; PRODANOR; FREITAS, 2013; DUARTE; OLIVEIRA, 2017).

III. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 - Giro de estoque

O índice de giro de estoque mede a atividade ou liquidez dos estoques, o número de dias em média que o estoque fica armazenado na empresa antes de ser vendido, sendo que o número encontrado através da fórmula só faz sentido se comparado com o giro de uma empresa concorrente do mesmo setor ou com o giro da empresa no passado já que existem setores que possuem estoques mais líquidos que outros (SILVA; HENZEL, 2012; RODRIGUES, 2013). O giro de estoque pode ser calculado por meio da fórmula 1:

𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 =

Custo médio das mercadorias vendida

Estoque (1)

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É importante que o número encontrado a partir da fórmula seja maior que o número em comparação, do contrário conclui-se que as vendas da empresa tiveram uma queda em relação à concorrência ou que teve pouco ou zero de crescimento em relação aos períodos passados (MEDEIROS et al., 2012; GITMAN, 2010).

3.2 – Lucratividade

Os índices de lucratividade é um dos grupos mais importantes para os proprietários da empresa e seus investidores, pois indica o percentual de retorno financeiro dos investimentos, sobre um dado volume de vendas (giro de estoque) ou nível de ativos. Sendo este índice composto basicamente pela (GITMAN, 2001):

Margem de lucro bruto através do qual se obtém percentual de lucro sobre as vendas, quanto sobra percentualmente de lucro após ser descontado o custo das mercadorias vendidas (SILVA; HENZEL, 2012);

A margem de lucro operacional mede o percentual de lucro após descontar todas as despesas operacionais da empresa como despesas gerais e administrativas. Se a empresa se encontra com uma baixa margem líquida este índice possibilita identificar se o problema está ocorrendo devido a elevados custos operacionais (ASSAF NETO; LIMA, 2009).

A margem de lucro líquido também conhecido como retorno sobre as vendas mostra o verdadeiro percentual de lucro que a empresa obteve após as deduções de todas as despesas operacionais e financeiras como custos de produção, tributos, juros, arrendamentos etc (GITMAN, 2001);

Retorno sobre o ativo total (ROA) mede a rentabilidade da empresa sobre seu ativo total, a eficácia que a empresa tem para gerar lucros. Avalia a gestão que a empresa tem sobre seu capital de giro, sendo que quanto mais elevado o retorno sobre os investimentos melhor será, se a empresa apresentar um baixo índice de retorno sobre o ativo isso significa que a mesma pode está tendo despesas elevadas com juros (RUFINO, 2014; GITMAN, 2010);

Retorno sobre o capital próprio (ROE) mede a rentabilidade do capital próprio da empresa, a capacidade de agregar valor se utilizando apenas do que a empresa já possui, o retorno que os proprietários e acionistas estão obtendo em relação a seus investimentos. Em geral quanto maior o retorno sobre os investimentos melhor, sendo que é de grande importância verificar a evolução do índice ao longo do tempo, além de compará-lo com o índice de outras empresas (PASSAIA et al.,2011).

3.3 - Custos de transporte

Sendo considerado o custo mais importante, pois desenvolve a atividade de deslocamentos dos produtos da empresa até o cliente. A maioria das empresas utiliza o transporte rodoviário o que faz com que os custos com transportes se tornem muito elevados chegando a dois terços dos custos totais na logística impactando diretamente no preço do produto ofertado ao cliente e na competitividade da empresa. Os custos de transporte envolvem gastos com movimentação de produtos fora da empresa, com fretes, depreciação de veículos, combustíveis, pneus, manutenção, seguros entre outros (ALVES et al., 2013).

O aumento ou diminuição dos custos de transporte são influenciados por alguns fatores que se tornam determinantes nesse processo e devem ser muito bem observados antes que a empresa escolha seu sistema de transporte. Tais como:

Densidade dos produtos; Distância entre as rotas; Facilidade de acondicionamento e manuseio dos

materiais e; Responsabilidade quanto aos riscos de roubo e

deterioração.

Onde a partir da observação do preço, tempo médio de cada viagem e perdas e danos, à empresa pode optar por possuir uma frota própria ou terceirizada. Independentemente da escolha a mesma deve sempre esta buscando a otimização de seus custos. garantindo que os produtos cheguem aos seus clientes em quantidade, prazo e qualidade (CITTADIN; ZANETTE; RITTA, 2009).

IV. RESULTADOS

O artigo em questão teve como base o estudo realizado na empresa Comercial Ibiapina filial 2 de Teresina, que tem como principais fornecedores: Johnson, Nivea, Rayovac e 3M. Localizada na Av. Barão de Castelo Branco, 980 - Cidade Nova, Teresina - PI, 64016-410, tendo sua sede em Fortaleza fundada em 1985 pelo Sr. Orlando Pontes Magalhães. Uma empresa com mais de 30 anos de mercado que vem construindo a sua história ao longo do tempo como Distribuidor especializado em produtos de Higiene Pessoal e Beleza, Limpeza e Alimentos. Tendo como missão distribuir com qualidade, produtos de Higiene Pessoal e Beleza, Limpeza e Alimentos. Atendendo com qualidade e respeito a todos os clientes, colaboradores, fornecedores e acionistas e sempre atuando com Responsabilidade Socioambiental.

4.1 - Análise do giro de estoque

O estudo realizado na empresa Comercial Ibiapina foi baseado nos relatórios fornecidos pela mesma referente ao primeiro semestre dos anos de 2015 e 2016, onde se foi proposto analisar o giro de estoque da entidade durante o período citado. A tabela 1 demonstra os resultados encontrados:

Tabela 1- Giro de Estoque Semestral 2015 e 2016 Ano 2015 2016

Giro Semestral 16,56 15,72 Fonte: Os autores, 2016.

O ideal para a organização é que seu giro de estoque esteja

pelo menos igual a 1. Pois isso significa um equilíbrio entre às entradas e saídas de produtos, ou seja, que os itens disponíveis foram vendidos e o estoque renovado. Com base nessa premissa, ao analisar o giro de estoque da empresa de cada semestre o resultado encontrado esta consideravelmente acima da base, o que implica dizer que no primeiro semestre de 2015 todos os produtos foram vendidos e se renovaram pelo menos 2,76 vezes por mês, 16,56 vezes durante o período e fez isso a cada 10,87 dias. Para o primeiro semestre de 2016 o estoque apresentou uma rotatividade de 2,62 ao mês, 15,72 durante o período e fez isso a cada 11,45 dias. Assim como 2015 e 2016 teve uma rotatividade mais que o dobro da base. Demonstrando um elevado índice de liquidez de seus estoques como observado na tabela 1.

Contudo, ao se fazer uma análise em série temporal, observou-se uma queda no índice do giro de estoque de 5,34% do primeiro semestre de 2015 em relação ao primeiro semestre de 2016. Tendo como base a literatura apresentada, conclui-se que o resultado encontrado não é positivo para a organização, pois o ideal seria que o número encontrado fosse maior que o

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número em comparação. Porém o que se pode perceber foi uma diferença para menos entre o primeiro semestre de 2015 para 2016, de acordo com os dados apresentados na tabela 1, caracterizando assim uma menor rotatividade do estoque. Dessa forma a empresa esta mantendo um maior nível de produtos em seu armazém com um aumento de 17,47% de 2015 para 2016, como demonstrado na tabela 2:

Tabela 2- Estoque do Semestre- Período: 2015 e 2016 Mês 2015 2016

Janeiro R$ 910.788,00 R$ 1.007.104,00 Fevereiro R$ 834.205,00 R$ 910.483,00

Março R$ 713.305,00 R$ 839.785,00 Abril R$ 679.151,00 R$ 923.583,00 Maio R$ 654.915,00 R$ 838.337,00 Junho R$ 681.383,00 R$ 901.502,00 Total R$ 4.473.747,00 R$ 5.420.794,00

Fonte: Os autores, 2016. O índice de giro de estoque é um indicador importante

para o gestor, possibilitando maior segurança à tomada de decisões na busca pelo equilíbrio na movimentação das mercadorias que compõem seu mix, para que a empresa esteja sempre em crescimento com um elevado índice de giro de estoque, pois quanto maior for à rotatividade dos produtos, mais líquido é o estoque e mais facilmente seu investimento em mercadorias irá se transforma em vendas ou caixa.

4.2 - Análise dos custos de transporte

A análise dos custos logísticos da empresa Comercial Ibiapina será voltada exclusivamente para os custos de transporte, pois como uma distribuidora a análise desses custos se faz de importância uma vez que sua principal atividade é o fornecimento de seu mix de produtos aos clientes com rapidez, economia e qualidade, garantindo assim a satisfação dos mesmos.

Em relação ao modal de transporte, a empresa utiliza o transporte rodoviário, em razão deste se adequa as necessidades da instituição para cumprir com suas obrigações com seus clientes, de acordo com os produtos a serem transportados. Porém, apesar do transporte rodoviário ser o mais utilizado no Brasil, ainda enfrenta diversas dificuldades como a falta de manutenção nas rodovias, infraestrutura e segurança o que exigi dos motoristas atenção redobrada nos trajetos percorridos prolongando a duração das viagens e o que consequentemente proporciona o aumento nos custos.

Com base nos relatórios fornecidos pela empresa, tornou-se possível a análise de sua atual situação em relação aos seus custos de transporte, deve-se observa também que assim como no giro de estoque os dados a serem analisados são referentes ao primeiro semestre dos anos de 2015 e 2016. As tabelas 3 e 4 mostram os resultados encontrados:

Tabela 3- Despesas com transportes Mês Custos 2015 Custos 2016

Janeiro R$ 48.126,00 R$ 36.336,00 Fevereiro R$ 49.414,00 R$ 45.164,00

Março R$ 49.492,00 R$ 59.481,00 Abril R$ 43.394,00 R$ 56.137,00 Maio R$ 51.698,00 R$ 54.312,00 Junho R$ 54.310,00 R$ 59.134,00 Total R$ 296.434,00 R$ 310.564,00

Fonte: Os autores, 2016.

Pode-se verificar através da análise dos dados na tabela 3 que no mês de janeiro do ano de 2016 houve uma queda de 24,50% nos custos de transportes em comparação com janeiro de 2015, porém esta queda se estende apenas até fevereiro chegando ao mês de março já com um aumento de 16,79% em relação a março de 2015. Nos meses que se seguem até o fechamento do primeiro semestre de 2016 os custos de transportes só aumentaram em relação ao primeiro semestre de 2015, tendo apenas um decréscimo no mês de maio se comparado com os meses de abril e junho. Fechando o primeiro semestre de 2016, de acordo com a Tabela 4, com um custo médio de transporte de R$ 51.760,67, tendo um aumento de 4,54% se comparado com o custo médio de transporte de 2015 que de R$ 49.405,67 (Tabela 4).

Tabela 4 - Custos de transportes e faturamento mensal

Fonte: Os autores, 2016.

Na tabela 4, observou-se que além do crescimento dos custos de transporte, também houve um aumento no faturamento da empresa, ou seja, à medida que a instituição aumentava seu faturamento, os custos de transportes também aumentavam. Sendo classificados como fatos isolados apenas os meses de janeiro e fevereiro de 2016, onde mesmo com a elevação do faturamento os custos de transportes estavam em queda. Sendo considerado janeiro de 2016 o mês com os menores custos de transportes registrados atingindo o percentual de 1,48% do faturamento. Através da análise dos dados em relação ao faturamento do período pode-se confirma que houve um crescimento de 13,03% no primeiro semestre de 2016 em relação a 2015. Podendo ainda ser afirmado que mesmo com os aumentos ocorridos nos custos de transportes ao final do semestre de 2016 percentualmente os custos representavam 13,15% do faturamento do período, em quanto que os custos de transportes de 2015 representam 14,66% do faturamento do período, dessa forma pode-se concluir que o faturamento da empresa aumentou em quanto que seus custos com transportes diminuíram em relação ao primeiro semestre de 2015 com o primeiro semestre de 2016. Porém deve-se observa mês a mês se esse decréscimo apresentado no semestre realmente existe de fato, já que analisando o comportamento dos custos de transportes mensalmente constatou-se uma diminuição real apenas nos meses de janeiro e fevereiro de 2016 com relação a 2015. Os demais meses do semestre apresentaram aumentos nos seus custos em relação ao semestre anterior.

4.3 - Elevação do volume de vendas e diminuição dos custos

logísticos

O índice de lucratividade de uma empresa está intimamente relacionado com seus custos logísticos e giro de estoque, pois quanto mais elevado for o giro de estoque, maior será o faturamento da empresa, juntamente com baixos

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custos logísticos fazendo com que a mesma eleve sua lucratividade. Porém, para que isso ocorra é necessário que os gestores voltem sua atenção para um planejamento que tenha a elevação do giro de estoque e a diminuição dos custos logísticos como objetivos a serem alcançados em conjunto, pois um aumento no giro de estoque não significa um aumento na lucratividade da empresa uma vez que a mesma possui despesas fixas e variáveis, dessa forma se o gestor não tiver devido controle sobre os custos logísticos estes poderão se elevar juntamente com as vendas oque irá impactar diretamente na lucratividade (GITMAN. 2010; ABBAS; GONÇALVES; LEOCENE, 2012; MARQUES et al., 2012).

A seguir são citadas 5 estratégias que irão possibilitar que a empresa atinja seu objetivo (MIRANDA, 2016):

Planejamento: o gestor deve fazer um planejamento com base na meta de vendas a ser atingida. Obter e analisar informações sobre seus clientes e possíveis clientes em potencial, identificar quais as necessidades de seus clientes e qual a melhor maneira de atendê-las.

Vantagem competitiva: o gestor deve conhecer bem a empresa, seus pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças para identificar e trabalhar suas estratégias sobre a vantagem competitiva que a empresa tem perante seus concorrentes.

Treinamento da equipe de vendas: a equipe de vendas deve está sempre bem treinada e atualizada em relação às propostas que a empresa tem a oferecer aos seus clientes, devem ter um profundo conhecimento sobre os produtos a serem ofertados e sobre as necessidades de cada cliente, além disso, devem ser familiarizados com as técnicas de vendas, de modo que torne sua oferta atraente ao cliente e saiba a hora exata do fechamento da compra.

Abertura de novas rotas de vendas: a empresa deve sempre esta à procura de novos clientes, sejam estes através de uma nova rota de vendas ou por rotas desativadas que a empresa pode ter. Deve-se identificar quais motivos levaram a desativação dessa rota e analisar se na atual situação traria vantagens a empresa reativá-la.

Clientes em potencial: a empresa deve voltar sua atenção para seus clientes em potencial, interagir com eles, desenvolver bons relacionamentos criando uma situação de ganha- ganha entre as partes, criando métodos para identificar os mesmos, oferecendo a estes clientes ofertas mais atrativas que as da concorrência.

Para que a empresa eleve seu índice de lucratividade não basta apenas elevar o giro de estoque, deve-se contar também com baixos custos logísticos. De forma mais precisa deve-se contar com baixos custos de transportes sendo este o custo logístico que o presente estudo faz referência. Dessa forma segui abaixo 4 estratégias a serem utilizadas para a redução dos mesmos (CARGORBR; 2016):

Frota própria: possibilita ao gestor maior agilidade na tomada de decisões, além de oferecer uma qualidade de serviço que não é facilmente encontrada na terceirização, porém possuir uma frota própria proporciona gastos com manutenção, pedágios e encargos sociais. Uma boa alternativa é que a empresa possua apenas alguns veículos como forma de prevenção para emergências que venham a ocorrer.

Frota terceirizada: a terceirização da frota proporciona a redução dos custos de transporte, pois a empresa não irá arcar com a manutenção de veículos, pedágios ou encargos sociais, todavia optar por uma frota totalmente terceirizada é algo que deve ser analisado

cuidadosamente pelo gestor. A terceirização pode não ter a mesma qualidade que a frota própria.

Definição das rotas: definir as rotas de entrega faz com que o dirigente tenha a possibilidade de otimizar essas rotas, fazendo com que em uma única viagem sejam entregues diversos pedidos, diminuindo o tempo de entrega e os custos com transportes.

Racionalização: permite que a empresa identifique situações que tornam os custos de transportes mais elevados ou a diminuição dos mesmos através da elaboração de rotinas que visão padronizar os processos evitando atrasos e que um pedido seja enviado em duas reemersas.

V. CONCLUSÕES

O estudo se propôs a analisar o comportamento do índice de giro de estoque e dos custos de transporte na lucratividade da distribuidora Comercial Ibiapina – filial Teresina. Inicialmente realizou-se um levantamento dos dados necessários para se analisar como se encontravam no período de tempo determinado o giro de estoque e os custos logísticos da empresa. Em relação ao giro de estoque pode-se observar que ao estudar os índices de forma separada comparando-os com um número base fornecido pela literatura estudada concluiu-se que, a instituição possui excelentes índices de giro de estoque. Porém, ao fazer uma comparação entre os dois índices identificou-se uma queda referente à transação do primeiro semestre de 2015 para 2016, o que não é bom, pois caracteriza uma diminuição na rotatividade do estoque, a empresa esta demorando mais tempo para renovar seu estoque e tendo mais custos com armazenagem. No que diz respeito aos custos de transporte, verificou-se que houve uma queda na representatividade desses custos sobre o faturamento, que em 2016 os custos de transporte consumiam uma fatia menor do faturamento em relação a 2015. Com tudo ao se fazer uma análise mais profunda mês a mês identificou-se que esta queda nos custos não ocorreu de fato, a explicação esta nos meses de janeiro e fevereiro onde foram registradas eventualidades em que mesmo com o crescimento do faturamento ouvi um decréscimo nos custos.

Diante das informações analisadas por meio dos relatórios fornecidos pela organização e sabendo que para se elevar a lucratividade da empresa será necessária uma boa gestão sobre o giro de estoque e custos de transporte, tornou se possível identificar suas necessidades e sugerir estratégias que possibilitem elevar o volume de vendas e diminuir os custos de transportes. Finalizando assim a discussão dessa primeira etapa e deixando como sugestão para estudos futuros a implantação das estratégias sugeridas bem como o acompanhamento de seus resultados.

VI. REFERÊNCIAS

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ALVES, A.P.F; BORDA, J.V.S.; SANTOS, G.T; GIBBON, A.R.. Estudo exploratório com aplicação de modelo de mensuração de custos logísticos. Revista de administração UFSM, Santa Maria, v. 6, n. 4, p. 694-707, dez. 2013.

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DUARTE, C.T.T; OLIVEIRA, L.G. Metodologia TDCA: Uma Ferramenta Facilitadora na Elaboração de Artigo Científico. 1° Simpósio Internacional de Inovação em Educação Superior, 2017.

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VII. COPYRIGHT

Direitos autorais: Os autores são os únicos responsáveis pelo material incluído no artigo.

Submetido em: 30/05/2017

Aprovado em: 08/11/2017

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