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Necessidade de evitar os perigos Pesquisa de Glicémia Capilar e Insulinoterapia Fundamentos, Técnicas e Procedimentos de Enfermagem 2011 João Manuel Graveto, RN, MSc, PhD Maria Arminda Gomes, RN

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Necessidade de evitar os perigos

Pesquisa de Glicémia Capilar e Insulinoterapia

Fundamentos, Técnicas e Procedimentos de Enfermagem 2011

João Manuel Graveto, RN, MSc, PhDMaria Arminda Gomes, RN

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Existem um conjunto de alterações metabólicas resultantes da secreção

inadequada de insulina ou da incapacidade dos tecidos para

responder à insulina

HIPERGLICÉMIAHIPERGLICÉMIA

HIPOGLICÉMIA

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Insulina

• Hormona produzida pelo pâncreas - Ilhotas de Langerhans (células beta);

• Controla o nível de glicose no sangue, regulando a sua produção e armazenamento;

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A Insulina diminui o nível de açúcar (glicose) no sangue através:

1. Promoção do transporte intracelular de glicose para dentro das células;

2. Inibição da conversão de glicogénio em glicose;

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HC alimentação

GLICOSEGLICOSE

Armazenamento no músculo

Glicogénio

Armazenamento no fígado

Glicogénio

Consumo imediatoArmazenamento no

tec. adiposo

Ác. gordos

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Especificidades - curiosidades

Para as células do SNC, a glicose é a única fonte de energia possível;

As células do SNC são permeáveis à glicose sem necessitarem, para isso, da intervenção de insulina;

Em repouso, ou com baixa actividade, o músculo não utiliza glicose como fonte de energia, mas ác. Gordos;

Em períodos de exercício moderado a intenso, o músculo utiliza glicose;

Em períodos de exercício moderado a intenso, a membrana celular do músculo torna-se permeável à glicose, sem exigir, para isso, grandes quantidades de insulina.

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A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica que se caracteriza pela ocorrência de hiperglicemia, resultante da insuficiente secreção de insulina, da sua acção ou de ambas.

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Diabetes Mellitus

• Diabetes Mellitus é alteração crónica do metabolismo da

glucose, com aumento da taxa de glicose no sangue (glicemia)

associada a uma diminuição da glicose intracelular disponível,

devido a défice ou a uma diminuição da sensibilidade á insulina.

Hiperglicémia – Glicose sanguínea superior aos

valores normais

(Shãffler et. al, 2004)

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A designação Diabetes Mellitus provém etimologicamente de duas culturas distintas. A primeira, de origem Grega, reporta-se ao acto de “passar através de” ou “atravessar”; já a segunda, uma expressão derivada do Latim, faz alusão a uma qualquer substância de degustação adocicada cujo carácter se assemelha ao “sabor a mel”.

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Classificação da DiabetesClassificação da Diabetes

1. Diabetes Tipo 1- Resulta da destruição das células β, do pâncreas, com insulinopenia absoluta, passando a insulinoterapia a ser indispensável para assegurar a sobrevivência;

1. Diabetes tipo 2 – É a forma mais frequente de Diabetes, provocada predominantemente por um estado de resistência à acção da insulina associada a uma relativa deficiência da sua secreção.

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Controlo da DiabetesControlo da Diabetes• Terapêutica medicamentosa;

• Dieta equilibrada;

• Actividade Física controlada;

• Conhecimentos.

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Controlo da diabetesTerapêuticaTerapêutica

Administração de INSULINAAdministração de INSULINA

1. Situações em que o corpo não produz insulina suficiente, pelo que a insulina tem de ser administrada indefinidamente - Diabetes Mellitus tipo 1

2. Situações em que a insulina pode ser necessária a longo prazo para controlar os níveis de glicose se a dieta e a terapêutica anti-diabética oral não for eficaz, ou temporariamente durante uma situação de doença, infecção, cirurgia ou gravidez (Diabetes

Gestacional) - Diabetes Mellitus tipo 2

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Controlo da diabetesTerapêuticaTerapêutica

Administração de INSULINAAdministração de INSULINA

De acordo com o tempo de acção as insulinas podem ser agrupadas em quatro categorias:

• insulina de acção rápida (diminui concentrações de açúcar no sangue -10 a 20 minutos após a sua administração);

• insulina de acção intermédia (começa a actuar ao fim de 1 a 3 horas, atingindo a sua máxima actividade num período de 6 a 10 horas e dura de 18 a 26 horas);

• insulina de acção lenta (prolongada) - efeito muito reduzido durante as 6 primeiras horas, mas oferece uma cobertura de 28 a 36 horas.

• Misturas

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Tipos de Anti-Diabéticos OraisControlo da DM Tipo 2

• Secretagogos da insulina - Insulinotrópicos Aumentam a sensibilidade das células β estimulando a secreção da insulina e inibindo a secreção de glucagon.

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Tipos de Anti-Diabéticos Orais (Cont.)

• Sensibilizadores da Insulina Diminuem a glicogenólise e aumentam a sensibilidade das células receptoras ao estímulo insulínico.

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Tipos de Anti-Diabéticos Orais (Cont.)

• Inibidores das α-glucosidades Inibem a formação de dissacarídeos, atrasando a sua digestão e transformação em monosacarídeos passíveis de absorção.

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Consequências do défice de insulina

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Complicações da diabetes - Consequências Complicações da diabetes - Consequências do défice de insulinado défice de insulina

• Aumenta 2,5 vezes o risco de AVC;

• Aumenta 2 a 4 vezes o risco de doença cardíaca, em

especial os síndromes isquémicos;

• É a principal causa de cegueira no adulto;

• É a principal causa de Insuficiência Renal Terminal;• É a principal causa de amputações não traumáticas dos

membros inferiores (80%);• É a principal causa de neuropatias periféricas;• 50% dos homens e 35% das mulheres diabéticos têm

problemas sexuais;• A média anual de custos por doente triplica para o

diabético, relativamente ao não diabético.

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Consequências do défice de insulina

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Consequências do défice de insulina

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Consequências do défice de insulina

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Avaliação da Glicémia Capilar

É um procedimento fundamental na vigilância do indivíduo com alterações metabólicas, nomeadamente do diabético

Possibilita (prevenção)

hipoglicémias

Hiperglicémias Normalização dos níveis de glicose

Actuando para a

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Avaliação da Glicémia Capilar

É realizada diariamente e/ou várias vezes ao dia.

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MATERIAL

• Tabuleiro de Inox.• Máquina para avaliação da glicémia capilar;• Fitas com reagente (adequadas à máquina);• Canetas/lancetas para punção;• Algodão ou compressas;• Álcool a 70º;• Luvas não esterilizadas para protecção;• Contentor para material perfurante;• Saco para sujos;

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Procedimento1. Lavar as mãos e assegurar que o cliente também o fez;2. Explicar o procedimento ao cliente;3. Posicionar o cliente numa posição confortável;4. Colocar luvas de protecção;5. Observar as polpas dos dedos e seleccionar o que lhe parece

mais adequado;6. Promover o enchimento dos capilares com um posicionamento

correcto ( a extremidade a puncionar deve estar num nível inferior ao tronco) e com massagem na polpa do dedo;

7. Desinfectar a polpa do dedo com álcool e deixar secar;8. Puncionar o dedo lateralmente utilizando a caneta/lanceta de

punção;9. Deixar formar uma gota de sangue, colocar sobre o reagente da

fita ou encostar à extremidade da fita (consoante o modelo);10. Fazer hemostase do local da punção;

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Procedimento (cont.)

11. Aguardar a leitura dos valores da glicémia normalmente em mg/dl (conforme instruções do fabricante)

12. Arrumar o material e descartar os perfurantes para o contentor;

13. Retirar as luvas e lavar as mãos.

14. Fazer os registos;

15. Administrar insulina conforme esquema prescrito (se indicado de acordo com os valores da glicémia capilar).

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Notas: - Alguns autores defendem que uma adequada lavagem das mãos dispensa a desinfecção com álcool, evitando assim a dor quando a punção é realizada antes da pele secar;- O local de punção, deve ser rotativo; - Deve evitar-se puncionar a zona central dos dedos – região táctil muito sensível a estímulos dolorosos;

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GLICÉMIA

VALORES NORMAIS:

• Jejum – 70 – 90 mg/dl a 110mg/dl

• Pós-prandeal – 70 – 135/140 mg/dl

Sintomas de uma diminuição do Sintomas de uma diminuição do valor de açúcar no sangue valor de açúcar no sangue Sensação de fome repentina e Sensação de fome repentina e intensa, dores de cabeça, ansiedade intensa, dores de cabeça, ansiedade súbita, tremor , suor, confusão, súbita, tremor , suor, confusão, perda da consciência, comaperda da consciência, coma

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RECOMENDAÇÕES GERAIS• Antes de iniciar o procedimento – verificar se a

máquina está codificada de acordo com as fitas a utilizar;

• Caso não se conheça a máquina – consultar manual (funcionamento, cuidados de limpeza, manutenção e linguagem simbólica);

• Nalgumas máquinas a fita é colocada na sua posição correcta e só depois é feita a colheita da gota de sangue, noutras a fita só se coloca após a colheita de sangue;

• Tempo de resposta dos resultados também é variável;• O não cumprimento das regras do procedimento pode

levar à obtenção de valores incorrectos.

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Fontes Mais Comuns de Erros:

– Codificação incorrecta;– Aplicação inadequada de sangue (gota

insuficiente);– Presença de álcool na pele;– Limpeza e manutenção inadequada dos

medidores (acumulação de poeiras ou sangue na janela óptica)

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Controlo da DiabetesTerapêutica

Administração de Insulina

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Administração de INSULINA(A desenvolver mais no 2º ano)(A desenvolver mais no 2º ano)

A administração pode ser feita pela tradicional seringa e agulha, com caneta ou, mais recentemente através de perfusão subcutânea contínua.

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Modelos de canetas

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MATERIAL

• Tabuleiro de Inox.• Frasco de Insulina Adequada;• Seringa de 1 ml = 100 unidades e agulha;• Algodão ou compressas; • Álcool a 70°;• Luvas não esterilizadas para protecção;• Contentor para material perfurante;• Saco para sujos;

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Técnica de Administração

1 - Explicar o procedimento ao cliente; 2 - Identificar o cliente, o tipo de insulina, a

dose a administrar e a via; 3 - Aspirar para a seringa as unidades de

insulina prescritas de acordo com o valor de glicémia capilar e expurgar o ar da seringa;

4 - Seleccionar o local a administrar (cumprir a rotação de locais);

5 - Posicionar o cliente conforme o local escolhido;

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Técnica de Administração (Cont.)

6 - Confirmar as unidades de insulina na seringa;

7 - Desinfectar o local com álcool e deixar secar;

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Técnica de Administração (cont.)

8 - Injectar a insulina segundo os passos seguintes:I. Comprimir a pele entre os dedos polegar e

indicador e levantar o tecido subcutâneo de forma a afastá-lo do músculo;

II. Introduzir a agulha num ângulo que permita a inserção da insulina no tecido celular subcutâneo (entre 45° a 90° conforme a espessura de tecido adiposo e o comprimento da agulha)

III. Injectar lentamente o local da insulina

IV. Retirar a agulha na mesma direcção. Aplicar uma certa pressão para limitar a hemorragia, SEM MASSAJAR

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Técnica de Administração (cont.)

9 - Observar as reacções imediatas do doente;

10 - Reposicionar o doente confortavelmente;

11 - Arrumar o material utilizado e descartar os perfurantes para o contentor;

12 - Lavar as mãos;

13 - Fazer os registos de Enfermagem;

14 - Garantir que o indivíduo ingira uma refeição nos 15 - 30 minutos seguintes à injecção;

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Nota:

- Pode ser necessário durante a preparação de insulina injectar ar no frasco de insulina em quantidade equivalente ao número de unidades de insulina a ser aspirado, para impedir a formação de vácuo dentro do frasco.

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Horário de Administração de Insulina

• O horário de administração depende do esquema prescrito pelo médico – elaborado em função dos valores de glicémia capilar e de acordo com as características e actividade de cada doente.

• As insulinas de acção rápida – efeito + imediato – devem ser administradas 15 a 30 minutos antes da refeição;

• Relativamente aos outros tipos de insulina, o enfermeiro deve conhecer os tempos de acção para proporcionar ao indivíduo uma refeição coincidente com a hora de início/pico de acção da insulina.

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Locais de Administração

A administração de insulina deve ser realizada no tecido celular subcutâneo e a pele do local de injecção deve estar íntegra. Os mais indicados são:

• Coxas (terço médio externo);• Abdómen (num raio 2,5 cm periumbilical)• Braço (terço médio externo);• Tórax anterior.

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- A velocidade de absorção é maior no abdómen e diminui progressivamente no braço e coxas;

- A rotação sistemática dos locais de injecção é recomendada para impedir alterações localizadas no tecido gorduroso;

- Os indivíduos que praticam autoadministração devem ser encorajados a utilizar todos os locais possíveis de injecção dentro de uma área e não mudar aleatoriamente de áreas;

- A insulina não deve ser administrada num membro que vai ser sujeito a exercício pois pode provocar uma absorção inadequada da mesma;

Locais de Administração (cont.)

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Conservação de Insulina1) Normalmente deve ser conservada no frigorifico

(consoante o tipo de insulina – confirmar…);2) Evitar picos de temperatura – evitar que congele e

exposição prolongada à luz ou em local quente;3) Antes da administração a mesma deve estar à

temperatura ambiente (necessário retirar atempadamente do frigorífico ou simples fricção de mãos);

4) Verificar validade (antes e após o seu uso) e aspecto (as insulinas de acção rápida são transparentes e as de acção longa apresentam um aspecto branco e leitoso, devendo ser misturada para homogeneizar a solução antes do seu uso)

5) Deve ser registada a data de abertura do frasco

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Complicações da InsulinoterapiaComplicações da Insulinoterapia• Hipoglicémia – situação mais comum e grave;• Reacção Alérgica Local – aparecem numa fase inicial

da insulinoterapia ou se não deixar secar o álcool da pele antes de injectar;

• Lipodistrofia Insulínica – perda de gordura subcutânea e surge no local das injecções de insulina;

• Reacção Alérgica Sistémica – são raras;• Resistência à insulina – com o tempo de tratamento os

indivíduos podem desenvolver anticorpos que se ligam à insulina diminuindo assim a insulina disponível.

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