Globalização e as empresas transnacionais

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Globalização e as empresas transnacionais A globalização da economia é evidenciada pelo crescente processo de internacionalização e interdependência entre os países. Grande parte dessa transformação decorre não somente de aspectos macroeconômicos, como a financeirização e a liberalização observada nas últimas duas décadas na economia mundial. Os aspectos de ordem microeconômica igualmente representam um fator de relevância no processo. Nesse sentido, a análise da extraordinária expansão da atuação das empresas transnacionais se transforma em um dos principais aspectos para a compreensão dos desafios que se apresentam nessa nova fase do capitalismo. O entendimento e análise das estratégias das empresas transnacionais são tarefas que exigem esforços interdisciplinares para abranger suas diferentes implicações. As empresas transnacionais são as grandes indutoras dos investimentos diretos estrangeiros e do comércio internacional. Existem 65.000 empresas transnacionais no mundo, com 850.000 filiais, um patrimônio de US$ 25 trilhões, e que são responsáveis por 54 milhões de empregos diretos. Elas geram um faturamento de US$ 19 trilhões e perfazem 66% das exportações mundiais. Entre outros aspectos, os dados revelam não só a dimensão que atingiram na economia mundial, mas também, e principalmente, denotam a forte e crescente associação que há, na economia atual, entre o fluxo de comércio e de investimentos. Isso implica que o processo de internacionalização das empresas também se constitui em importante fator de incremento do comércio internacional, com destaque para as operações intrafirmas. Nesse sentido, a atuação das empresas na busca de novos mercados, assim como a liberalização das economias e a regionalização, são fatores importantíssimos a serem analisados sob as mais variadas ópticas e diferentes áreas do saber. Nas últimas duas décadas, os fluxos de investimentos diretos estrangeiros, os de comércio e de tecnologia cresceram em proporção mais elevada do que as taxas de crescimento das economias,

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Globalização e as empresas transnacionais

A globalização da economia é evidenciada pelo crescente processo de internacionalização

e interdependência entre os países. Grande parte dessa transformação decorre não

somente de aspectos macroeconômicos, como a financeirização e a liberalização

observada nas últimas duas décadas na economia mundial. Os aspectos de ordem

microeconômica igualmente representam um fator de relevância no processo.

Nesse sentido, a análise da extraordinária expansão da atuação das empresas

transnacionais se transforma em um dos principais aspectos para a compreensão dos

desafios que se apresentam nessa nova fase do capitalismo.

O entendimento e análise das estratégias das empresas transnacionais são tarefas que

exigem esforços interdisciplinares para abranger suas diferentes implicações.

As empresas transnacionais são as grandes indutoras dos investimentos diretos

estrangeiros e do comércio internacional. Existem 65.000 empresas transnacionais no

mundo, com 850.000 filiais, um patrimônio de US$ 25 trilhões, e que são responsáveis por

54 milhões de empregos diretos. Elas geram um faturamento de US$ 19 trilhões e

perfazem 66% das exportações mundiais.

Entre outros aspectos, os dados revelam não só a dimensão que atingiram na economia

mundial, mas também, e principalmente, denotam a forte e crescente associação que há,

na economia atual, entre o fluxo de comércio e de investimentos. Isso implica que o

processo de internacionalização das empresas também se constitui em importante fator de

incremento do comércio internacional, com destaque para as operações intrafirmas.

Nesse sentido, a atuação das empresas na busca de novos mercados, assim como a

liberalização das economias e a regionalização, são fatores importantíssimos a serem

analisados sob as mais variadas ópticas e diferentes áreas do saber.

Nas últimas duas décadas, os fluxos de investimentos diretos estrangeiros, os de comércio

e de tecnologia cresceram em proporção mais elevada do que as taxas de crescimento

das economias, denotando uma internacionalização mais rápida do que o desempenho

local dos países.

O que chama atenção no atual processo de integração das economias não é participação

relativa, em si, dos níveis de comércio e investimentos. Esses já encontraram precedentes

na história do capitalismo, nos ciclos de liberalização no final do século XIX e início do

século XX.

A novidade está não só no ineditismo dos valores absolutos, mas na combinação de

fenômenos, tais como financeirização, internacionalização, novos padrões tecnológicos.

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Todos, desafios para os Estados Nacionais e as empresas que representam

transformações significativas.

Especialmente no que se refere à associação entre os fluxos de investimento direto

estrangeiro e o comércio exterior, o aspecto mais relevante é a estratégia de localização

internacional das empresas transnacionais, na medida em que determina um novo padrão

de exportações e importações.

No âmbito internacional, prevalece um quadro de incerteza decorrente das grandes

transformações, não só de ordem estrutural, mas também conjuntural na economia.

De fato, após a década de 1990, na qual se intensificaram as assimetrias da globalização,

não só entre países ricos e pobres, mas mesmo no âmbito da tríade - EUA, Europa e

Japão -, há uma conjugação de fatores, ainda indefinidos, que representa uma profunda

mudança no paradigma vigente. Se o período precedente representou a supremacia norte-

americana, esta nova década se iniciou sob a égide da incerteza, não só no que se refere

aos EUA, mas também relativamente aos países europeus, ao Japão e principalmente à

China.

O crescente papel desempenhado pelas empresas transnacionais tem implicado uma

mudança no posicionamento global das principais entidades econômicas na medida em

que essas representam um novo ator, que têm suas próprias estratégias, que nem sempre

vão ao encontro dos demais atores no nível local.

A maior parcela dos investimentos diretos estrangeiros tem se restringido aos países

desenvolvidos. No entanto, parcelas crescentes deles têm se dirigido para os países em

desenvolvimento, em busca de mercados mais rentáveis e que apresentem taxas mais

expressivas de crescimento.

O processo de fusões e aquisições de empresas é um fenômeno internacional que tem

crescido muito nos últimos anos. Os efeitos da globalização da economia, o acirramento

da competitividade e maior exigência dos mercados têm obrigado as empresas a

transformações que, muitas vezes, não conseguem realizar individualmente.

Esse movimento crescente de fusões e aquisições internacionais tem sido o principal

motivador dos investimentos diretos estrangeiros. Estima-se que cerca de 90% dos

investimentos diretos estrangeiros realizados estejam diretamente relacionados às

transações de compra de empresas já existentes.

Na dinâmica da economia global, o movimento de fusões e aquisições transfronteira tem

impulsionado a corrida pela inovação, o que tem feito com que empresas de tecnologia

sofisticada dos EUA, que têm liderado essa corrida, sejam objeto de assédio crescente por

parte de empresas européias.

O crescimento das exportações desses países, cujo desempenho tem ocorrido acima da

média mundial, está direta ou indiretamente relacionado à atuação e expansão das plantas

produtivas das empresas transnacionais. Essas empresas, além de forte vinculação com

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as atividades locais de atendimento ao mercado, geração de tecnologia e capacitação de

fornecedores, também exercem papel relevante na alavancagem das vendas externas.

Há uma crescente vinculação entre o desempenho exportador dos países e o papel

desempenhado pelas empresas transnacionais. A internacionalização da produção, por

meio da instalação de filiais das grandes corporações transnacionais em vários países,

aliada às suas estratégias de organização da produção e distribuição internacional, torna

crescente a influência dessas empresas no padrão e na dinâmica do comércio exterior dos

países.

Para os países em desenvolvimento, a reestruturação das economias, decorrente dos

novos paradigmas financeiros, comerciais e tecnológicos, representa um enorme desafio.

A tarefa de se desenvolver em um cenário mais turbulento e excessivamente competitivo

exige novas formas de inserção internacional e integração com as políticas de

desenvolvimento. É fundamental entender as complexas imbricações presentes na fase

atual da dinâmica capitalista mundial.

Ref: http://terramagazine.terra.com.br

Empresa transnacionalUma Empresa transnacional é uma entidade autônoma que fixa suas estratégias e organiza

sua produção em bases internacionais, ou seja, sem vínculo direto com as fronteiras nacionais,

sendo acusadas por alguns, por este motivo, de não serem vinculadas a qualquer país, mesmo

àquele no qual se originou. É um termo concorrente com empresamultinacional.

[editar]Conceito

Basicamente, uma empresa transnacional foi um resultado da Fragmentação do Processo

Produtivo, em que as multinacionais perderam suas fronteiras graças ao desenvolvimento dos

transportes e da comunicação sobretudo a partir da 3ª Revolução Industrial.

Uma empresa transnacional não tem capital social pertencente qualquer país em particular e

não domina necessariamente o processo de produção na sua totalidade. Um certo produto

pode, dentro deste sistema, ter os seus componentes produzidos em diversas regiões do

mundo e montados numa localidade específica. Isto acontece principalmente sob uma

economia "globalizada", em que as empresas procuram a redução dos custos (de mão-de-

obra, de impostos, de acesso a financiamentos mesmo em países mais pobres do que aquele

da qual ela se originou e etc) com o objectivo de se tornarem mais competitivas e de

dominarem o mercado a que se destinam os seus produtos ou serviços.

São empresas industriais ou de serviços que possuem filiais em vários países, realizando uma

parte significativa do seu volume de negócios no estrangeiro. A empresa matriz, cuja sede

social fica situada no país de origem, controla as filiais do grupo. A sua estratégia passa pela

organização da produção à escala mundial, deslocalizando determinados segmentos na

perspectiva de reduzir os custos de produção. As primeiras empresas transnacionais surgiram

no final do século XIX, entretanto, só atingiram o auge de atuação mundial após a Segunda

Guerra Mundial. A maior parte das empresas transnacionais é de origem de países

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industrializados, que após terem conquistado o mercado interno montaram filiais em outros

países, principalmente nos países em desenvolvimento.

Para os países em desenvolvimento, a instalação dessas empresas em seu território é um fator

positivo, pois gera novos postos de trabalho, além de promover a industrialização na região.

Por sua vez, as transnacionais utilizam como critérios para montar suas filiais, locais com

potencial de mercado consumidor, infraestrutura, matéria-prima, energia e mão de obra barata,

além de possíveis doações de terrenos e isenções de impostos.

Os investimentos realizados por essas empresas são elevados, e o retorno financeiro é

satisfatório em decorrência de uma série de motivos que foram citados anteriormente. O lucro é

destinado a investimentos para a instalação de novas filiais, e outra parte é direcionada à

matriz.

A globalização é um processo de fundamental importância para a atuação das empresas

transnacionais, pois proporciona todo o aparato técnológico para os serviços de

telecomunicação, transporte, entre outros, fatores essenciais para a realização eficaz das

atividades econômicas em escala global.

Atualmente há registro de, aproximadamente, 40.000 empresas transnacionais em atividade,

sendo a maioria originária dos países industrializados, no entanto, existem empresas de origem

indiana, mexicana e brasileira. Exemplos de empresas transnacionais com matriz no Brasil são:

Vale do Rio Doce, Sadia, Perdigão, Weg, Alpargatas e Gerdau.

Empresas transnacionais conhecidas mundialmente: Coca Cola, Pepsi, Unilever, Mc Donald’s,

Nestlé, Nike, Adidas, Puma, Volkswagen, General Motors, Toyota, Nokia, Sony, Siemens,

Peugeot, Vivo, entre outras. Características: volume de negócios superior a 500 biliões de

dólares; não tem de obedecer à sede da empresa; têm por base concorrência mundial e a

liberdade de mover os recursos de acordo com os seus interesses; Disseminar a tecnologia,

conhecimentos, novidades, e desenvolver a economia como um todo, ao aumentar o comércio

e favorecer a globalização;

Ref: http://pt.wikipedia.org

GlobalizaçãoSão os aspectos econômicos da globalização que têm sido objeto de controvérsias, bem como as instituições internacionais (FMI, Banco Mundial e OMC), as quais formularam regras que obrigam ou pressionam as nações mais pobres do mundo a colocar em prática idéias como a liberalização de mercados de capitais.

A liberalização da economia tem muitas dimensões: a remoção da interferência do governo nos mercados financeiros, nos mercados de capitais e nas barreiras comerciais. A liberalização de mercados de capitais e financeiros contribuiu para as crises financeiras globais da década de 1990 e pode levar um pequeno país emergente à devastação.

A privatização, a liberalização e a macroestabilidade supostamente criam um clima que atrai investimentos, incluindo os provenientes do exterior.

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A globalização provocou grandes transformações econômicas, sociais, culturais e políticas no mundo.

A partir de 1980, observamos uma intensificação do processo de internacionalização das economias capitalistas, que se convencionou chamar de globalização. Algumas das características distintivas desse processo são a enorme integração dos mercados financeiros mundiais e crescimento do comércio internacional, principalmente dentro de grandes blocos econômicos.

Um de seus traços marcantes é a crescente presença de empresas transnacionais. Estas diferem bastante das multinacionais, típicas das décadas de 1960 e 1970, constituindo um fenômeno novo.

As transnacionais caracterizam-se pela fragmentação e dispersão do processo de produção por várias nações, através das filiais e dos fornecedores ou subcontratados (terceirização). Assim, obtém-se um produto final global composto de várias partes, desenvolvidas em inúmeros países, aproveitando ao máximo as vantagens comparativas de cada um.

As multinacionais tendiam a reproduzir as relações de trabalho observadas nas matrizes, enquanto as transnacionais o fazem sob contratos de trabalhos diferentes.

A velocidade de transmissão de dados permitida pela revolução da tecnologia da informação e da computação faz com que a dimensão espacial-geográfica (distância-localização) perca parte de sua importância.

Nas últimas décadas, novas formas de gestão política e econômica surgiram, com destaque para oneoliberalismo, que tem como característica principal a retomada de princípios do liberalismo clássico, incluindo medidas econômicas, como o processo de privatização. O Chile e a Inglaterra foram os pioneiros na implantação do neoliberalismo. 

No final da década de 1990, temos o fim do período áureo do modelo neoliberal, com eleições em vários países, mudando o governo, devido ao agravamento dos problemas sociais, como o desemprego. Os resultados das políticas impostas pelo Consenso de Washington têm provocado um desenvolvimento lento e, onde ocorreu crescimento, os benefícios não têm sido repartidos igualmente. As reformas do Consenso expuseram os países a riscos maiores.

Mas J. E. Stiglitz mostra, também, benefícios da globalização:

as exportações conduziram ao enriquecimento de grande parte da Ásia e deu a milhões de indivíduos condições de vida muito mais confortáveis;

a expectativa de vida em todo o mundo aumentou bastante, e o padrão de vida melhorou muito;

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reduziu a sensação de isolamento que muitas das nações em desenvolvimento sentiam um século atrás;

a ajuda externa, outro aspecto do mundo globalizado, apesar de todos os seus defeitos, ainda traz benefícios para milhões de pessoas.