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EXPEDIENTE

S I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E GS I S T E M A F I E G

D I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E GD I R E T O R I A D A F I E G

PRESIDENTEPaulo Afonso Ferreira

PRESIDENTE DE HONRAJosé Aquino Porto (in memorian)

1º VICE-PRESIDENTEPedro Alves de Oliveira

2º VICE-PRESIDENTEWilson de Oliveira

3º VICE-PRESIDENTEHeno Jácomo Perillo

VICE-PRESIDENTESAloísio Sávio da SilvaAntônio de Sousa AlmeidaDaniel VianaDomingos Vilefort OrzilEdmar Sabino NevesEurípedes Felizardo NunesFrancisco Gonzaga PontesFrederico Martins EvangelistaGregório Vassilive FerreiraHumberto Rodrigues de OliveiraIzaías Lopes da SilvaJoão EssadoJorge Luiz Biasuz MeisterJosé Antônio SimãoJosé Rodrigues Peixoto NetoJosé Vieira Gomide JúniorLaerte Simão

Leonardo Jayme de ArimatéaLuiz RézioMário Renato G. de AzeredoOrlando Alves CarneiroSegundo Braoios Martinez

1º SECRETÁRIODomingos Sávio Gomes de Oliveira

2º SECRETÁRIOIvan da Glória Teixeira

1º TESOUREIROHélio Naves

2º TESOUREIROAbílio Pereira Soares Júnior

CONSELHO FISCALWaldyr O'DwyerOrizomar Araújo SiqueiraHenrique Wilhem Morg de Andrade

CONSELHO DEREPRESENTANTES JUNTO A CNIPaulo Afonso FerreiraSandro Antônio Scodro Mabel

CONSELHO DE REPRESENTANTESJUNTO A FIEGAbílio Pereira Soares JúniorAldrovando Divino de Castro JúniorAluísio Quintanilha de Barros

Anísio Queiroz de Carvalho Jr.Antônio Clóvis CarneiroAntônio de Sousa AlmeidaCarlos Alberto Diniz

Carlos Alberto Vieira Soares

Carlos Roberto de Araújo

Carlos Roberto Viana

César Helou

Cláudio Henrique Chini

Cyro Miranda Gifford Júnior

Daniel Viana

Domingos Sávio Gomes de Oliveira

Domingos Vilefort Orzil

Edmar Sabino Neves

Eduardo Cunha Zuppani

Elton de Teles Campos

Emílio Carlos Bittar

Eurípedes Felizardo Nunes

Eurípedes Gomes do Carmo

Fábio Rassi

Flávio Paiva Ferrari

Francisco Gonzaga Pontes

Frederico Martins Evangelista

Gilda Leite Pereira

Guimar Alves da Silva

Henrique Wilhem Morg de Andrade

Hélio Naves

Hélio Naves Júnior

Humberto Rodrigues de Oliveira

Jaime Canedo

Jair Rizzi

João Essado

Joaquim Cordeiro de Lima

Jorge Luíz Biazuz Meister

José Antônio Simão

José Luiz Martin Abuli

José Magno Pato

José Vieira Gomide Júnior

Joviano Teixeira Jardim

Laerte Simão

Leonardo Jayme de Arimatéa

Leopoldo Moreira Neto

Luiz Antônio Vessani

Luiz Gonzaga de Almeida

Luiz Rézio

Marley Antônio Rocha

Milton Tomaz de Lima

Olavo Martins Barros

Onofre Andrade Pereira

Orlando Alves Carneiro

Paulo Afonso Ferreira

Pedro Alves de Oliveira

Raimundo Viana Dutra

Roberto Guimarães Mendes

Sandro Antônio Scodro Mabel

Sávio Cruvinel Câmara

Segundo Braoios Martinez

Ubiratan da Silva Lopes

Valdenício Rodrigues de Andrade

Walterdan Fernandes Madalena

Wellington Carrijo Soares

Wilson de Oliveira

ICQ BRASIL

Instituto de Certificação Qualidade Brasil

Diretor Regional: Daniel Viana

Superintendente: Paulo Galeno Paranhos

Home-page: www.icqbrasil.com.br

E-mail: [email protected]

SENAI

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Diretor Regional: Paulo Vargas

Home-page: www.senaigo.com.br

E-mail: [email protected]

IEL

Instituto Euvaldo Lodi

Diretor Regional: Daniel Viana

Superintendente: Paulo Galeno Paranhos

Home-page: www.ielgo.com.br

E-mail: [email protected]

SESI

Serviço Social da Indústria

Diretor Regional: Paulo Afonso Ferreira

Superintendente: Paulo Vargas

E-mail: [email protected]

FIEGFederação das Indústrias do Estado de GoiásPresidente: Paulo Afonso FerreiraAv. Araguaia, 1.544, Ed.Albano Franco,Casa da Indústria - Vila NovaCEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 219-1300 / Fax (62) 229-2975Home-page: www.fieg.org.brE-mail: [email protected]

Núcleo Regional da FIEG em AnápolisPresidente: Waldyr O’DwyerAv. Engº Roberto Mange, nº 239-A,Bairro Jundiaí CEP 75113-630 Anápolis-GOFone/Fax (62) 324-5768 / 311-5565E-mail: [email protected]

DireçãoJosé Eduardo de Andrade Neto

Coordenação de jornalismoJoelma Pinheiro

Produção e Publicidade

EdiçãoMárgara Morais

Reportagem: Andelaide Pereira, Célia Oliveira, DehovanLima, Fabrícia Hamu, Geraldo Neto, Giovanna Amaral,Jávier Godinho, Silvana Monteiro e Simão César Ferreira

Colaboração: Welington da Silva Vieira

Fotografia: Sílvio Simões

Diagramação: Utopix Design

Fotolito: Composição Artes Gráficas

Impressão: Gráfica Kelps (Asa Editora)

Rua 116 A com 116, n° 12, Setor Sul

74085-350 Goiânia-GO

Fone: (62) 281-8635

E-mail: [email protected]

As opiniões contidas em artigos assinados são deresponsabilidade de seus autores e não refletemnecessariamente a opinião da revista

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IND

ICE

Investimento direcionadoCom um mapa indicando as possibilidades de mineração, Goiáspoderá ver incrementada a exploração racional de seu subsolo

Futuro ainda é incertoO crescimento da indústria trouxe amadurecimento e realismo aosetor, mas o que acontecerá este ano ainda é incógnita

Em boa companhiaFieg e Fundação Aroeira ganham parceiros de peso para realizarem Goiânia congresso sobre responsabilidade social

Escola concorridaTêm início os novos cursos superiores do Senai, cujovestibular foi mais concorrido do que o de outras instituições

Rede controladoraPreocupação com segurança alimentar impulsiona aplicação denormas pelas indústrias alimentícias do mundo todo

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A PALAVRA DO PRESIDENTE

Mais depressa do que seimaginava, está findo otempo do empresário

que não se preocupava com oaprimoramento de sua gestão e deseus produtos porque não preten-dia submetê-los à concorrêncianos mercados internacionais. Derepente, ele descobre, cheio depreocupação, que estão oferecen-do, na porta do seu estabelecimen-to, os mesmos produtos, só quede melhor qualidade, maior varie-dade e menores preços.

No Brasil inteiro, processa-sea implantação da cultura da quali-dade e a Federação das Indústri-as do Estado de Goiás vem fazen-do parte, nos últimos anos, paraque isso aconteça, intensa e rapi-damente, em nossas indústrias.

Podemos verificar avançosnessa direção em alguns traba-lhos de consultoria do InstitutoEuvaldo Lodi (IEL), que somen-te no ano passado levaram à cer-tificação de dez empresas naISO e no PBPQ-H. Esse ano, emfevereiro, 73 empresas forampreparadas e obtiveram a certi-ficação do Programa de Quali-ficação de Fornecedores.

Integrante do Sistema Fieg,o ICQ Brasil – o único institutode certificação da qualidadeBrasil do Sistema CNI – já es-tende sua atuação a 23 unida-des federativas, onde certificoumais de 700 empresas, 70 dasquais em nosso Estado. A títulode curiosidade, vale registrarque, das 30 empresas de manu-

Qualidade, único caminho

tenção de extintores de incên-dio, em Goiás, 26 já estão certi-ficadas pelo ICQ Brasil.

A comprovação do interes-se pela qualidade está em todaparte. Em 2004, por exemplo, aUsina Jalles Machado S/A ven-ceu a etapa nacional do PrêmioCNI de Conservação e Uso Ra-cional de Energia 2004 - Cate-goria Energia Alternativa, com

seu projeto “A energia que vemda cana - eficiência e econo-mia”. Outra empresa goiana, aMecat - Filtrações Industriais,ganhou o Prêmio Finep de Ino-vação Tecnológica 2004, etapanacional, com seu “filtro inova-dor”, destinado a indústrias desuco de laranja, açúcar e álco-ol e laticínios. Em março, a Fi-nanciadora de Estudos e Pro-jetos (Finep), do Ministério daCiência e Tecnologia, realiza naFieg, em Goiânia, o Fórum Re-gional de Inovação Tecnológi-ca da Região Centro-Oeste elança a nova edição do PrêmioFinep.

Cada vez mais empresas goi-anas se convencem de que aconcorrência da globalização asobriga à cultura da qualidade, oúnico caminho para novos mer-cados, novos produtos, novasparcerias e novas tecnologias.

Empresários e governantesdeste Estado aprenderam a rotacompensadora das viagens aoexterior, onde têm aprendidomuito, em todos os sentidos. Épreciso ser bom, quando não sepode ainda ser o melhor. Fru-tos já começam a ser colhidosda aproximação com EstadosUnidos, Alemanha, Itália, Espa-nha, Grécia, China, Japão, Ín-dia, Coréia, México e outros pa-íses, a começar da certeza deque, sem qualidade, perderemosa concorrência até mesmo den-tro de casa.

“Cada vez maisempresas goianas seconvencem de que a

concorrência daglobalização as

obriga à cultura daqualidade, o único

caminho para novosmercados, novas

parcerias enovas tecnologias”

PAULO AFONSO FERREIRA

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Goiás Industrial – A empresa foicondecorada com o Prêmio CNIde Conservação e Uso Racionalde Energia. Como esse projetoestá sendo desenvolvido?Otávio Lage de Siqueira – A Jal-les Machado vem trabalhando nes-se projeto desde 2001, com a im-plantação do sistema de co-gera-ção para exportação de energia apartir do bagaço da cana. Desde

Império da canaCom área plantada de 31,5mil hectares de cana e umcomplexo industrial que atransforma em diversosprodutos para os mercadosinterno e externo, a JallesMachado mostra por queestá entre as usinas maismodernas do País. O grupoconquistou o Prêmio CNI deConservação e Uso Racionalde Energia, da ConfederaçãoNacional da Indústria, e acertificação ISO 14001, porseu Sistema de GestãoAmbiental, cujos procedimentospermitem controlar e reduzir osimpactos produzidos peloempreendimento sobre o meioambiente. Na empresa, tudo oque vem da cana éaproveitado, do sumo aobagaço, que aduba alavoura e gera energiaelétrica. O açúcar éindustrializado na formaconvencional e orgânica, eexportado para Canadá eEstados Unidos. OtávioLage de Siqueira, diretorpresidente do grupo, contanesta entrevista como aempresa chegou aopatamar onde hoje seencontra e o que elarepresenta para a economiado município de Goianésia,onde está instalada.

então, as ampliações na indústria,bem como as instalações existen-tes, foram adequadas de forma ase obter qualidade, economia eeficiência, através de medidasfundamentais como o planeja-mento estratégico dos investi-mentos, a elaboração criteriosados projetos industriais, a criaçãoda Comissão de Gestão de Eco-nomia, entre outras. Esse é um

ENTREVISTA

Otávio Lage de Siqueira, diretor-presidente do grupo Jalles Machado

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processo natural e contínuo. Como aumento da competitividade, asempresas têm de se adequar.

Goiás Industrial – O protocolo deKyoto, criado em 1997, limita aemissão de dióxido de carbono naatmosfera. Pelo acordo, os paísesricos signatários são obrigados areduzir as emissões de gases doefeito estufa em média 5%, até2012, e comprar créditos certifica-dos de reduções nos países em de-senvolvimento. A Jalles Machadopretende entrar no mercado inter-nacional de créditos de carbono?Otávio Lage – Sim, pois enxergamosnele um importante nicho de mercado.Contratamos em 2003 a filial brasileirada Econergy International Corporationpara elaborar um projeto de reduçãode emissões de gases de efeito estufa.Em janeiro de 2004, recebemos daDNV (Det Norske Veritas Certifica-dora) o certificado de validação do Pro-jeto de Co-geração com Bagaço, combase nos critérios do Protocolo de Kyo-to, nas modalidades e prescritas peloprojeto de MDL (Mecanismo de De-senvolvimento Limpo), conforme oAcordo de Marrakesh. A empresa estátotalmente preparada para comerci-alizar crédito de carbono, aguardandoapenas a liberação da atividade por partedo governo brasileiro.

Goiás Industrial – Como vem secomportando o setor sucroalco-oleiro diante da necessidade dese criar no meio uma cultura depreservação do meio ambiente?Otávio Lage – Na história da Jalles, apreocupação com a melhoria contínuados processos e o espírito empreende-dor da alta administração fazem comque o pioneirismo esteja sempre pre-sente na empresa. Isso se manifesta

pontos da política de responsabili-dade social da empresa?Otávio Lage – Posso dizer que elaconsiste na percepção das diferençassociais existentes, em suas carências ena intenção de supri-las. Essa visão daempresa existe praticamente desde asua fundação, há 22 anos. As açõessociais se desenvolvem através de di-versos projetos, mantidos com váriosparceiros, que privilegiam o bem-estardos funcionários e da comunidade lo-cal. Enfocamos, prioritariamente, a edu-cação, por considerá-la a base do de-senvolvimento de toda sociedade. Da-mos apoio financeiro a escolas do en-sino básico e profissionalizante da redemunicipal. Mantemos em parceria coma Secretaria Municipal de Educação,Cultura e Esporte o projeto Educaçãoem Tempo Integral, que beneficia 1.300alunos, de oito escolas públicas. Apósa aula, eles vão para os centros educa-cionais, onde praticam atividades espor-tivas e pedagógicas; almoçam na es-cola e lancham nos centros. Temos,ainda, o projeto Por um Brasil Alfabeti-zado, em parceria com o Sesi, e umaescola de primeiro grau para os filhosdos funcionários, mantida pela Funda-ção Jalles Machado, que atende 200crianças com ensino, alimentação e en-tretenimento. Através da Fundação, osempregados (700 na indústria e cercade 1,8 mil na parte agrícola) e suas fa-mílias têm acesso a plano subsidiadode saúde, serviço médico e hospitalar,odontológico, farmácia, ambulatório,dentre outros.

Goiás Industrial – A empresa inau-gurou, em 2004, a primeira terme-létrica de Goiás para co-geração deenergia a partir do bagaço da cana.O quanto esse fato é representati-vo para o Estado?Otávio Lage – Goiás é rico em po-

tanto na implementação de novidadestecnológicas, quanto na visão do ser hu-mano como sendo nosso valor máxi-mo, ou na maneira de compreender etratar o meio ambiente. Em 1989, cria-mos nosso primeiro projeto ambiental,o Proema (Projeto Ame a Ema), vi-sando conservar a fauna silvestre e cha-mando a atenção da comunidade paraas questões ambientais. Outros exem-plos dessas ações são o reflorestamentode eucaliptos, a preservação das ma-tas ciliares, a proteção das nascentes,da Mata dos Macacos – reserva aber-ta à visitação de alunos das escolas domunicípio –, a coleta seletiva do lixo, oaproveitamento dos resíduos industri-ais e um viveiro para a produção demudas das espécies nativas do Cerra-do. Também participamos do Codema(Conselho de Defesa do Meio Ambi-ente) e promovemos campanhas edu-cativas nas escolas. O resultado dissoé que recebemos as certificações ISO9002, por nosso sistema de gestão dequalidade, e o ISO 14001, pelo de ges-tão ambiental, conforme o Bureau Veri-tas Quality International.

“Compramosenergia da

Bolívia, contra ointeresse

nacional. Temos oproduto, mas nãotemos a geraçãode empregosadvinda daatividade”

ENTREVISTA

Goiás Industrial – Sobre os recur-sos humanos, quais os principais

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tencial hidráulico, mas o gerenciamen-to disso é caro. Um exemplo do altocusto é a usina de Cachoeira Dourada.Mesmo a de Corumbá, que é menor,exige muitos recursos do Estado. Hoje,Goiás compra energia de CachoeiraDourada, que foi vendida, e tambémde outros Estados. Há 12 redes quepassam por aqui. Como temos umausina de cana-de-açúcar e ela produzvapor, temos combustão suficiente paragerar energia de sobra. Quando alcan-çarmos a geração completa, ela repre-sentará de 23% a 25% do nosso fatu-ramento. Esse investimento exigiu umaampliação da parte agrícola e da áreada usina, com ele, todos ganham: a Pre-feitura, o Estado e a União. A usinaemprega atualmente uma parcela sig-nificativa da população local.

Goiás Industrial – Quais são osprojetos de expansão do grupo?Otávio Lage – Estamos com 31,5 milhectares de cana plantada e pretende-mos passar para 37 mil, visando am-pliar a geração de energia de 38 para50 megawates, com investimentos daordem de R$ 10 milhões e início de ope-ração previsto para maio de 2006. Esseempreendimento atende às exigênciasdo Proinfa (Programa de Incentivos às

Fontes Alternativas de Energia Elétri-ca, do governo federal, cujo objetivoprincipal é financiar, com suporte doBNDES, projetos de geração de ener-gia a partir dos ventos – eólia –, de pe-quenas centrais hidrelétricas – PCHs–, do bagaço da cana, casca de arroz,cavaco de madeira e biogás de lixo(biomassa). Pretendemos também ele-var a produção de açúcar de 2,8 mi-lhões de sacos de 50 Kg para 4,6 mi-lhões, e de 56 milhões de litros de álcoolpara 75 milhões de litros/safra. A canamoída passará de 1,6 milhão de tonela-das para 2,6 milhões, com investimen-

tos da ordem de R$ 40 milhões para aparte industrial e agrícola. Essa expan-são terá início agora, em 2005, e seráconcluída em 2010.

Goiás Industrial – Segundo algunsespecialistas, o Brasil corre o ris-co de um novo colapso, se nãohouver uma política de investi-mentos imediata para o setor deenergia elétrica. Como o senhorvê essa ameaça?Otávio Lage – Tudo aquilo que nãoconta com planejamento pode trazerproblemas. Goiás precisa se prevenir.As usinas que estão sendo criadasagora geram energia exatamente nomomento em que a água dos rios estábaixando. Não se pode falar em au-mento da capacidade das hidrelétri-cas, hoje. Cachoeira Dourada podeatingir níveis máximos de geração naépoca das águas, mas durante a esti-agem é impossível. As usinas autôno-mas favorecerão o Estado, porque vãogerar energia no período da seca.

Goiás Industrial – O senhor acre-dita na possibilidade de um novoapagão?Otávio Lage – Hoje, quase todasas nossas atividades envolvem o

“É preciso fazerpequenas usinas,

em locaisadequados, nomeio dos centrosde consumo, queproporcionem umadistribuição mais

certa epermanente”

ENTREVISTA

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uso de energia. E a tendência é deque isso aumente cada vez mais. Eume lembro que, quando meu pai le-vou energia elétrica para as casasde Buriti Alegre, elas ficavam ilumi-nadas durante a noite, e era tudo.Depois, começaram a aparecer noslares o liquidificador, o fogão elétri-co, o ventilador. A demanda porenergia elétrica aumentou em todoo País. A situação chegou a um ní-vel preocupante e o governo já per-cebeu isso. A ministra de Minas eEnergia (Dilma Rouseff) vem cha-mando a atenção para o problema.As usinas estão empenhadas em aju-dar a resolvê-lo, mas querem retor-no financeiro. A usina tem um gran-de custo inicial. Atualmente, com-pramos energia da Bolívia, contra ointeresse nacional. Temos o produ-to, mas não temos a geração de em-pregos advinda da atividade. As mai-ores usinas hidrelétricas foram cons-truídas pelo governo, pois a iniciati-va privada não tinha condições deexplorar a atividade. Hoje, tem. Paraevitar o risco de um apagão, a inici-ativa privada pode fazer pequenasusinas, em locais adequados, nomeio dos centros de consumo, queproporcionem uma distribuição maiscerta e permanente.

Goiás Industrial – Os combustíveisalternativos, a exemplo do álcool,podem se sobrepor ao petróleo?Otávio Lage – Eu tenho certeza dis-so. O petróleo é finito, os pontos deexploração vão acabar e o consumoestá cada vez maior. Os americanos jáestão preocupados com a questão. Éimportante que nós estejamos prepa-rados para esse problema e façamos asubstituição de combustível logo.

Goiás Industrial – O setor sucroal-

cooleiro vive expectativa de au-mento das exportações. Ela se con-firmará em 2005?Otávio Lage – As previsões são asmelhores possíveis. Pretendemos au-mentar cada vez mais as exportações,devido à tendência mundial de se usaro álcool como combustível, seja emmistura ou até mesmo puro.

cultura não suporta. Temos uma re-ceita na agricultura da ordem de 4%,ao ano, isso quando ela é muito boa.Então, como é que podemos pagartaxas de juros entre 28% a 30%, aoano? Hoje, quem quer ganhar dinhei-ro tem de aplicá-lo. Quem desenvol-ve o Brasil não ganha com a produ-ção. Não temos margem de lucro parasustentar essa taxa de juros. Eu achoque muitas vezes os banqueiros, oseconomistas ficam insensíveis ao queestá acontecendo. Quem produz egera emprego conhece a realidade doPaís.

Goiás Industrial – A reforma tribu-tária pode prejudicar os Estadosmais pobres. O senhor consideraque o prejuízo de Goiás será gran-de, já que os incentivos fiscais con-cedidos pelo governo para atrair asindústrias serão extintos?Otávio Lage – O governador deGoiás realmente deu um grande sal-to, no que se refere à implantação deprogramas de incentivo. Mas SãoPaulo, que é o centro político do País,sentiu que estava havendo um esva-ziamento de suas áreas para outrosEstados. São Paulo é a locomotivado Brasil, porque sempre teve maisenergia, mais estradas, mais escolas.Mas para que o País cresça, temosde manter esse desenvolvimento nãosó lá, mas em todos os Estados. Épreciso raciocinar em termos globais,e não apenas uma só região. Pensoque os Estados da Região Nordestevão sofrer muito mais. Acho que jápassamos dessa fase de prejuízogrande, porque hoje nossas condiçõessão espetaculares. Temos energia, es-tradas, linhas de financiamento e umamentalidade empresarial melhor. Seessa mudança fosse há dez anos, re-almente haveria problema.

“Os juros nãopodem permanecernos níveis que

estão. Hoje, quemquer ganhar

dinheiro tem deaplicá-lo. Quemdesenvolve o

Brasil não ganhacom a produção”

Goiás Industrial – A atual políticade juros do governo vem sendo cri-ticada pela classe industrial. O se-nhor acha que ela impede o desen-volvimento do País?Otávio Lage – A indústria paga o juroe depois cobra em cima do que ela vaiproduzir. Mas com o setor agrícola nãoé assim. Ele sofre muito mais, porquenão pode repassar para o produto fi-nal o que paga de taxas. O governotem a preocupação de garantir alimen-to para o povo. Temos de 3% a 4%da população produzindo para alimen-tar os 97% restantes. De que lado ficao governo? Do lado da maioria, evi-dentemente. Mas não se pode matara galinha dos ovos de ouro. Se nãohouver retorno financeiro para os agri-cultores, a atividade pára. Eu consi-dero as taxas atuais abusivas, a agri-

ENTREVISTA

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COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL

Tecnologia goiana é premiada

Lula entrega o troféu a Attilio Turchetti

Mecat conquista o Prêmio Finep na categoria produto e é reconhecida pelacomunidade científica nacional, após enfrentar diversos concorrentes de peso

Depois de obter o reconhecimento do mercado, que jáaprovou seus produtos tanto

no Brasil quanto no exterior, a MecatFiltrações Industriais também con-quistou o reconhecimento da comu-nidade científica nacional. A empre-sa, situada em Abadia de Goiás, foi agrande vencedora da edição 2004 doPrêmio Finep de Inovação Tecnoló-gica, na categoria Produto, com oequipamento turbo filtro. O fundadore atual presidente do grupo, AttilioTurchetti, recebeu a premiação dopresidente Luiz Inácio Lula da Silva,em dezembro, durante cerimônia re-alizada no Palácio do Planalto.

O turbo filtro separa as partículassólidas insolúveis em suspensão noslíquidos, podendo ser utilizado em pra-ticamente todas as indústrias alimen-tícias, principalmente nas de suco. Se-gundo o gerente técnico da empresa,Marcionil Borges de Faria, o turbo fil-tro apresenta muitas vantagens em re-

lação a outros equipamentos com amesma função, dentre elas, a durabi-lidade, por ser feito em aço inox.

A Mecat começou a desenvolvero turbo filtro em 1987 e, depois deseu lançamento, em 1993, a empre-sa tornou-se líder no processamentode suco de laranja na Flórida (EUA),na América Central e no Brasil. “For-necemos o turbo filtro para os Esta-dos de São Paulo, Paraná e Sergipe.Estamos expandindo nossos negóci-os para países como o México, Cos-ta Rica e Uruguai”, disse Faria.

RECONHECIMENTOAtualmente, a empresa tem 12 pa-

tentes registradas nos Estados Unidose no Instituto Nacional de Proprieda-de Industrial (INPI). Conforme o ge-rente técnico da empresa, a conquistado Prêmio Finep veio como reconhe-cimento não apenas ao trabalho daMecat, mas à toda produção científi-ca e tecnológica do Estado. “Foi uma

grande vitória,mostramos queaqui também seproduz tecnolo-gia de ponta. Goi-ás não se resu-me às atividadesde agricultura epecuária. Nossopotencial é mui-to maior do queimagina o res-tante do Brasil”,enfatiza Faria.

O trabalho de pesquisa para o de-senvolvimento do turbo filtro foi feitocom recursos próprios e por técnicosda empresa. “Trata-se de tecnologiagenuinamente goiana”, frisou Faria..

A premiação veio ampliar os ne-gócios da empresa. Segundo o geren-te técnico, os pedidos de turbo filtropara usinas de álcool cresceram150%, de janeiro até agora, em rela-ção ao mesmo período do ano passa-do. “Já entregamos nove equipamen-tos para as usinas e, em breve, entre-garemos mais quatro”, comemora.

Para as indústrias cítricas, maio-res compradoras da Mecat, as enco-mendas também cresceram. “Temosseis pedidos para entregar até abril. Éum número muito expressivo, princi-palmente se considerarmos que se tra-ta somente do mercado interno”, dis-se Marcionil Faria.Turbo filtro: equipamento inova o processamento de sucos

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MINERACAO

A primeira etapa do levantamen-to aerogeofísico de Goiás, concluí-da em dezembro último, trouxe oestudo de uma área de 76,9 mil qui-lômetros quadrados, que correspon-de a dois blocos, um ao norte doEstado, e outro oeste e centro. Os

Pesquisa otimizaprodução mineral

Luis Vessani, presidente do Simagran: “a pesquisa inauguraum tempo de modernidade para o setor mineral em Goiás”

O levantamento aerogeofísico de Goiás atualiza as informações sobre o potencialmineral do Estado e recupera um atraso de cerca de 30 anos sem pesquisas

dados foram reunidos apartir de sobrevôos nasregiões do Arco Magmá-tico de Goiás, do Comple-xo Anápolis-Itauçu e daSeqüência Vulcano-Sedi-mentar de Juscelândia.

Na pesquisa, que cul-minou com o mapeamen-to aerogeofísico, foramfocalizadas as rochas pré-cambrianas, o que equiva-le a uma área de 170 milquilômetros quadrados.Na primeira etapa, foianalisada uma área cor-respondente a 19% do ter-ritório goiano, abrangendo128 municípios. O supe-rintendente de Geologia eMineração da Secretariade Indústria e Comérciodo Estado de Goiás (SIC),Luiz Fernando Maga-lhães, que está à frente doempreendimento, disseque os métodos utilizadosno levantamento são osmais modernos no mundo

e podem detectar a presença de con-centrações metálicas em profundi-dades de até 300 metros.

Além de fotos aéreas, foramempregados nesse trabalho recursosda magnetometria e da gamaespec-trometria. A primeira mede as vari-

ações do campo magnético da Ter-ra, devido à distribuição irregular dasrochas com susceptibilidade magné-tica, e pode ser empregada na pros-pecção de materiais magnéticos,como os minérios de ferro. Já a ga-maespectrometria baseia-se nas pro-priedades radioativas de certos mi-nérios (principalmente minerais deUrânio). Através de aparelhos es-peciais, esses minérios podem serdetectados na superfície da Terra.

Os vôos atingiram altura de cemmetros. A prospecção mineral nes-sas regiões será facilitada. A Aus-trália e o Canadá são os maioresconcorrentes do Brasil no mercadointernacional de mineração e dis-põem de mapeamento detalhado,semelhante a este, feito em Goiás.

Mapa delimita regiões estudadas em Goiás

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11G O I Á S I N D U S T R I A L

INFORME PUBLICITÁRIO

governo federal. Um convênio jáfoi assinado para a execução dasegunda fase do projeto, queocorrerá este ano e contempla re-cursos da ordem de R$ 3,7 mi-lhões. Ao todo, a previsão de in-vestimento é de R$ 12 milhões.A segunda fase do projeto come-ça no final de março, quando se-rão feitas fotos aéreas de apro-ximadamente 120 mil quilômetrosde área.

De acordo com o Luiz Fernan-

A BASE É A INFORMAÇÃO “O projeto insere Goiás num

contexto de modernidade e nosajuda a recuperar um atraso deinvestimento institucional de trêsdécadas”, disse o presidente doSindicato das Indústrias de Ro-chas Ornamentais do Estado deGoiás (Simagran), Luis AntônioVessani. Segundo ele, o últimogrande levantamento regionalocorreu na década de 70, quandoo Projeto Brasil-Canadá cobriuboa parte do Estado. “Como osdados são de 30 anos atrás, elesficaram ultrapassados e não ser-vem mais como base para se tra-çar um cenário atual das possibi-lidades da mineração goiana”,explicou.

De acordo com o presidentedo Simagran, a construção de umbanco de dados é fundamentalpara a prática da mineração.“Nossa atividade é baseada eminformações. São elas que nos le-vam às jazidas”, disse. Em Goi-ás, essa necessidade é ainda mai-or, devido às condições naturaispeculiares da região. “Nosso cli-ma favorece a formação de umsolo que mascara a rocha, tornan-do mais difícil e cara a prospec-ção de jazidas”, disse Vessani.

Segundo Magalhães, a tecno-logia empregada no levantamentoleva em conta essas característi-cas e é a mais adequada no casode Goiás. “Não temos jazidas mi-nerais aflorantes. Elas estão nasub-superfície, escondidas. Paraencontrá-las, é preciso utilizar re-cursos específicos”, explica.

No total, foram investidos R$5 milhões na primeira fase do pro-jeto, sendo R$ 3,5 milhões do go-verno estadual e R$ 1,5 milhão do

O projeto insereGoiás num contextode modernidade e

nos ajuda arecuperar umatraso de

investimentoinstitucional detrês décadas

do Magalhães, o levantamento ae-rogeofísico atende tanto às neces-sidades dos empresários do setor,que desde sua disponibilização, emdezembro do ano passado, atéagora, 12 empresas de grandeporte já adquiriram os CD ROMscom os mapas da regiões analisa-das e mais de 600 requerimentosde pesquisa mineral no Estadoforam feitos no DepartamentoNacional de Pesquisas Minerais(DNPM).

Entre as empresas que com-praram a pesquisa Magalhãesdestaca a Vale do Rio Doce. “O

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12 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

MINERACAO

Granito mais barato

A industrialização do granito traz dividendos e reflete nos preços do mercado

com essa indústria, poderemos aten-der toda a demanda interna por gra-nito Vermelho Brasília”, disse Jun-queira. Além das jazidas, a empre-sa serra e beneficia o granito no pró-prio Estado, o que contribuiu para aredução dos preços do produto.

Otávio Junqueira se diz otimis-ta com os resultados que o mape-amento pode trazer para o setor,já que a partir de agora os investi-dores terão ferramentas adequa-das para fazer prospecções commais segurança. Porém, para queo ano de 2005 seja favorável à in-dústria da mineração, é precisomais do que informações atualiza-das, disse Junqueira. “É precisoque o cenário econômico acenecom melhores oportunidades. Oscustos internos estão muito altos,o dólar está baixo e o mercado in-terno anda incerto. Vamos traba-lhar com cautela”.

Olevantamento aerogeofí- sico beneficia também asindústrias que já estão ins-

taladas no Estado e que vêm expan-dindo seus negócios, como a Caju-gram. De origem capixaba, a em-presa iniciou suas atividades em1990, e possui jazidas em Goiás nosmunicípios de Jussara, Itapaci, Ita-puranga e Piranhas, de onde é ex-traído o granito para a fabricação dechapas, ladrilhos, entre outros tiposde peças sob medida. “Produzimosem torno de 55 mil metros quadra-dos de peças por mês, e 50% dessetotal é destinado à exportação”, in-formou o diretor Otávio Junqueira.

Recentemente, a Cajugraminaugurou mais uma indústria, des-ta vez em Luziânia, com capacida-de para produzir entre 7 a 8 milmetros quadrados por mês de cha-pas polidas e ladrilhos. “O merca-do regional é muito promissor e,

caso da Vale nos deixa especial-mente animados, pois já havia 20anos que a empresa tinha desisti-do de realizar pesquisas mineraisem Goiás. A compra das informa-ções mostra que agora ela estárealmente disposta a investir no Es-tado”, avalia o superintendente daSIC.

INVESTIDORES À VISTAA iniciativa deverá atrair mi-

neradores nacionais e internacio-nais, interessados em investir emnovas jazidas de metais básicos eouro. O presidente do InstitutoBrasileiro de Mineração (Ibram),José Mendo, disse que o merca-do está ávido para conhecer opotencial mineral de Goiás.

Ele considerou o levantamen-to aerogeofísico um marco histó-rico, pelo fato de estar sendo rei-naugrado um ciclo de ofertas deestudos mais profundos, essenci-ais à competitividade do Estadonesse setor. De acordo com o pre-sidente do Ibram, o estudo goianoé o mais recente do País. O últi-mo foi feito por Minas Gerais, hádois anos. “Os empresários dis-põem de dados muito atualizadose isso é extremamente importan-te na hora de avaliar o potenciale o risco de um investimento”,completou.

O trabalho deverá se estenderaté 2006, sendo seus principaisobjetivos: atrair investimentos pri-vados na prospecção e na pesqui-sa mineral em Goiás, incrementaro processo de geração de jazidasminerais e contribuir para a ela-boração de políticas e propostasde gestão territorial.

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13G O I Á S I N D U S T R I A L

ARTIGO

Não se trata de nenhum re-médio milagroso, masquem faz exercícios de gi-

nástica laboral durante alguns mi-nutos, diariamente, alonga a mus-culatura do corpo, evita lesões e me-lhora a disposição no trabalho.

De uns anos para cá, com acrescente preocupação em inves-tir na melhoria da qualidade devida dos empregados, as empre-sas procuram aderir a programasde saúde e, em especial, à ginás-tica laboral, que com a práticaconstante, proporciona excelen-tes resultados físicos e psíquicos.

Pausas de 10 a 12 minutos di-ários para alongar, relaxar e des-contrair já são rotina em váriasempresas, dos mais distintos seg-mentos. O alongamento é o me-lhor antídoto contra doenças ocu-pacionais, dores musculares e ví-cios posturais. Estudos mostramque empresas que investem nes-te tipo de programa reduzem con-sideravelmente o número de afas-tamentos por doenças médicas,faltas ao trabalho. Por outro lado,as pessoas ficam mais alegres,dispostas e motivadas a trabalhar,tornando-se, conseqüentemente,mais produtivas.

Prontos para o resto do dia

Na maioria das empresas hojeatendidas com programas de gi-nástica, as aulas são desenvolvi-das no início da jornada diária, nopróprio local de trabalho e minis-tradas por acadêmicos em educa-ção física supervisionados por pro-fissionais graduados na área.

De acordo com a metodologiaempregada no programa Sesi Gi-nástica na Empresa, para implan-tá-lo numa determinada institui-ção, é necessário primeiramenteque se faça um diagnóstico, ouseja, um reconhecimento do locale das suas particularidades labo-rais. De acordo com o estudo mi-nucioso dos dados observados,são elaborados os exercícios paracada caso.

Este tipo de atividade não exi-ge roupas especiais pois não re-quer grande esforço físico, portratar-se de exercícios de alonga-mento muitas vezes complemen-tados com atividades motivacio-nais e de integração. Para dina-mizar e incrementar as aulas, sãoutilizados vários recursos extrascomo: música, bolinhas de borra-cha, bastões, barbantes, balões,elásticos, colchonetes e muita ani-mação e criatividade por parte dosinstrutores.

A ginástica laboral é um pro-grama complexo, que tem cará-ter preventivo, sócio-educativo elúdico, voltado para a adoção deestilo de vida mais ativo e para aformação de comportamentos ehábitos saudáveis, que repercutemna melhoria da qualidade de vida.

Cuide de seu maior patrimônio:seu corpo. Cuide do maior patri-mônio de sua empresa: aspessoas.

Karla Patrícia Vespar Teixeira é professora de educação física e coordenadora do programa Sesi Gi-nástica na Empresa

Karla Patrícia Vespar

Atualmente, o programa SESI Ginás-tica na Empresa atende 58 empre-sas, estabelecidas em vários municí-pios do Estado, beneficiando cercade 30 mil trabalhadores.

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14 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

Indústrias seprofissionalizame amadurecemCom aumento na produção e na geração de empregos, as indústrias goianasfecharam 2004 com saldo positivo. Para diminuir custos e ficar menos vulneráveisàs mudanças no cenário econômico, elas se profissionalizaram e amadureceram.Em Goiás, como no resto do Brasil, os empresários continuam otimistas quantoao crescimento da economia, mas são prudentes e cobram cada vez mais dogoverno as medidas indispensáveis para que isto aconteça

14 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

CAPA

Jean Darrot

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15G O I Á S I N D U S T R I A L

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

As indústrias goianas terminaram 2004 com desempenhosuperior a 2003, e mantêm-

se otimistas com relação às pers-pectivas de negócios para 2005.O otimismo, entretanto, vemacompanhado de muita cautela, jáque o segmento teve um final deano difícil em vendas e faturamen-to. Esse é o cenário apontado porpesquisas da Federação das In-dústr ias do Estado de Goiás(Fieg), do Ministério do Trabalhoe Emprego (MTE) e do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE). Embora tenha havi-do desaquecimento na atividadeindustrial no último trimestre de2004, a média geral do ano apon-ta aumento dos postos de traba-lho, da produção e dos saláriospagos aos empregados.

Conforme a pesquisa ProduçãoIndustrial Mensal/Produção Física(PIM/PF), do IBGE, a produçãodas indústrias goianas cresceu8,4%, de janeiro a dezembro de2004, em comparação com o mes-mo período de 2003. O destaque

ficou com ossegmentos deprodutos quí-micos, cujo ín-dice de cres-cimento foi de12,7%; extra-tivo, de 9,7%;e de alimentose bebidas, com8,3%.

A quanti-dade de empregos gerados pelasindústrias de Goiás, em 2004, tam-bém apresentou crescimento con-siderável. De acordo com o Ca-dastro Geral de Empregados eDesempregados (Caged), doMTE, enquanto em 2003 havia577.857 pessoas empregadas noEstado, em 2004 esse número sal-tou para 615.110, o que corres-ponde a uma variação absoluta de37.253 novas vagas. A indústriade transformação, segundo o Ca-ged, foi a que mais gerou empre-gos em Goiás, respondendo por33,33% dos novos postos de tra-balho abertos.

Os itens salário e emprego tam-bém se destacaram na pesquisaIndicadores Industriais, da Fieg: dejaneiro a dezembro de 2004, hou-ve aumento salarial para o traba-lhador da indústria de 12,76% ecrescimento de 12,02% no núme-ro de postos de trabalho, em rela-ção ao mesmo período de 2003.“Esses índices são muito expres-sivos e nos surpreenderam, poisesperávamos que eles seriam daordem de 8%”, avalia o economis-ta Cláudio Henrique de Oliveiraque atua na Coordenação Técni-ca da Fieg.

COMPRADORES DE FORANo que diz respeito às vendas,

a pesquisa da Fieg registrou cres-cimento de 1,99%, em 2004, com-parado ao ano anterior. O melhordesempenho nesse item ficou porconta do setor sucroalcooleiro,com uma expansão nas vendas de24,31%. O presidente executivodos sindicatos das indústrias deálcool e açúcar (Sifaeg e Sifaçu-car), Igor Montenegro CelestinoOtto, atribui esse resultado à re-cuperação dos preços do álcool edo açúcar, que estavam tão defa-sados, que, em alguns casos, che-garam a ser menores do que oscustos de produção, segundo ele.

15G O I Á S I N D U S T R I A L

Equiplex

Setor qu-imico-farmacêutico abre postos de trabalho e favorece a economia

-8,50 -5,68 -5,68 1,99

-5,28 3,72 3,72 12,76

-4,14 12,57 12,57 12,02

-0,21 10,93 10,93 7,09

-3,14 5,55 5,55 3,13

Vendas (%)

Salário (%)

Emprego (%)

Horas (%)

UCI (%)

Variáveis dez/04nov/04

dez/04dez/03

dez/04dez/03

jan a dez/04jan a dez/03

Fonte: Fieg/IEL

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16 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

Outro fator apontado por Monte-negro foi o aumento das exportações.“Em 2004, enviamos a primeira re-messa de álcool combustível parapaíses como Estados Unidos, Caribee Índia. Foram 60 milhões de litros,uma marca histórica”.

Embora o setor tenha encerra-do 2004 com o melhor desempe-nho de vendas registrado pela in-dústria goiana, a produção, quesempre foi maior do que a médiada Região Centro-Sul (compostapelos outros Estados do Centro-Oeste e do Sudeste e Sul), ficouabaixo do esperado. SegundoMontenegro, enquanto no Centro-Sul o crescimento foi de 10,5%, emGoiás ficou em 6,5%. Ele atribui ofato à sobrecarga de tributos e àsquestões climáticas. “Tivemos um

período de seca prolongado e aschuvas vieram fora de época”.

As exportações também foramdeterminantes no bom desempenhoque teve a indústria química em2004, opina o presidente do Sindi-cato das Indústrias Químicas noEstado de Goiás, Eduardo CunhaZuppani. “Como nossos produtossão muito utilizados na agriculturae na pecuária, e esses dois seto-res elevaram de forma considerá-vel suas remessas para o merca-do externo, acabamos beneficia-dos por esse aquecimento nas ven-das”, diz.

Este ano, os empresários dosetor químico se dizem mais cau-telosos. “Se o dólar continuar ca-indo e as taxas de juros subindo, aexportação deixará de ser um bom

negócio para os empresá-rios brasileiros e nós sen-tiremos diretamente osefeitos dessa reação”, dizZuppani.

O CRAVO DA TAXA DEJUROS

A indústria começou2004 com fôlego, depois desair de um período de apre-ensão e estagnação. O de-sempenho no primeiro se-mestre superou as expec-tativas do setor e mostrouque os empresários aprova-ram a política econômica dogoverno, marcada pelo su-perávit da balança comer-cial e pela queda da taxa dejuros. O crescimento dasatividades industriais emGoiás prevaleceu até se-tembro.

No segundo semestre de 2004, apesquisa Sondagem Industrial, daFieg, mostrou que a liquidez e o fa-turamento das indústrias caíram, emrelação ao primeiro. A pesquisa tra-balha com indicadores acima ou abai-xo de 50 pontos – acima de 50 elesindicam melhora nas condições ouexpectativas positivas. Embora tenhasubido no segundo e no terceiro tri-mestres de 2004, a liquidez das in-dústrias caiu no quarto trimestre, atin-gindo apenas 45,8 pontos. O mesmoocorreu com o faturamento, que co-meçou 2004 positivo, com 59,4 pon-tos, e terminou o ano com 50 pontos.

Os novos rumos dados à políticamonetária e de controle da inflação pelogoverno federal – que voltou a elevaras taxas de juros –, aliados à dificulda-de de acesso ao crédito para o consu-midor e para o empresário, reduziram ofaturamento e a liquidez. Diferentemen-te do segundo e do terceiro trimestresde 2004, o último foi de desaceleração.

Avaliação do presidente da Con-federação Nacional da Indústria(CNI), Armando Monteiro Neto, so-bre a política monetária reflete a pre-ocupação dos empresários. É pessi-mista o diagnóstico da CNI sobre ocomportamento da inflação, que iden-tificou forte resistência à queda doíndice, associada a preços rígidos eindexados e também aos efeitos doprocesso de crescimento sobre a de-manda.

Para Monteiro Neto, há necessi-dade de ações coordenadas na polí-tica econômica, e não apenas na po-lítica monetária, com o objetivo deadequar o ritmo da demanda global àoferta pela via da adequação dos gas-tos públicos, que “aumentaram de for-ma expressiva em 2004”, enfatizou.

16 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

Cosplastic

Indicador industrial registra vendas elevadas

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17G O I Á S I N D U S T R I A L

EMPRESÁRIOS COM PÉ NOC H Ã O

Mesmo com a margem de lucroreduzida, as empresas não diminu-íram a produção e os indicadoresde empresários goianos otimistasem relação à economia brasileirasubiram de 58,3 pontos, no primei-ro trimestre de 2004, para 64,5 pon-tos, no último, apontou a pesquisada Fieg.

No âmbito nacional, a manuten-ção do Índice de Confiança doEmpresário Industrial (ICEI) nomesmo nível de 2004 sugere a con-tinuidade do ritmo de crescimentoda economia. A pesquisa mostraque o indicador subiu ligeiramenteem janeiro, em parte devido a efei-tos sazonais.

“De modo geral, os empresári-os são mais otimistas no início doano. Adicionalmente, o efeito daretomada do nível de atividadevem, só agora, atingindo de ma-neira mais significativa as peque-nas e médias empresas. Conse-qüentemente, a confiança dos em-presários desse porte de empresacontinuou crescendo, enquanto ados dirigentes das empresas degrande porte já mostra sinais dequeda”, aponta o estudo divulga-do em janeiro pela CNI.

No caso da produção, os indi-cadores passaram de 53,1 pontosno primeiro semestre de 2004, para62,5. Na opinião do presidente daFieg, Paulo Afonso Ferreira, issodemonstra que, embora os empre-sários estejam mais cautelosos,eles também aumentaram seu ní-vel de profissionalização e buscamconsolidar suas atividades.

1º 2º 3º 4º

40,4 52,4 57,8 58,8

43,9 49,6 52,7 50,7

49,3 55,2 58,1 53,5

Economia

Setor

Empresa

Condiçõesatuais

2004

Valores acima de 50 pontos devem ser considerados positivos

TUDO A M A R R A D OO esforço para manter a expan-

são ocorrida em 2004 pode ser cons-tatado na pesquisa de intenção de in-vestimentos, realizada pela Fieg en-tre os dias 15 de novembro e 15 dedezembro do ano passado. Segundoela, 67,92% dos empresários goianosinformaram ser adequada a capaci-dade produtiva atual de seus estabe-lecimentos em relação à demanda es-perada para 2005. A intenção demanter o crescimento da produção évisível principalmente entre as pe-quenas e médias empresas.

O crescimento do setor industri-al, porém, estará ameaçado caso ogoverno federal não promova a re-forma tributária, alerta o presidentedo Sindicato das Indústrias do Ves-tuário no Estado de Goiás (Sinvest),Roberto Guimarães Mendes. “Nos-sas empresas estão expandindo seusnegócios e aumentando sua capaci-dade. Mas com a atual carga tribu-tária, elas não sobreviverão se dei-xarem de ser enquadradas no Sim-ples (Sistema Integrado de Paga-mento de Impostos e Contribuiçõesdas Microempresas e Empresas dePequeno Porte)”, alerta Mendes.

O Sinvest é composto por 2.071filiados e pelo menos 80% são mi-cro e pequenas empresas. O seg-mento destaca-se por ser um dosque mais empregam mão-de-obrana indústria goiana.

As empresas ligadas ao Sindicatodas Indústrias de Alimentação (Siaeg)também vêem na reforma tributáriaponto fundamental para o desenvolvi-mento industrial brasileiro. “Se a car-ga de impostos que incide sobre as em-presas não for revista, jamais teremoscrescimento estável e satisfatório”, dizSandro Mabel, presidente do Siaeg.

Fonte: Fieg/IEL

“Embora maiscautelosos, osempresários

aumentaram seunível de

profissionalizaçãoe buscam

consolidar suasatividades”

17G O I Á S I N D U S T R I A L

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

Trimestre

Paulo Afonso Ferreira,presidente da Fieg

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18 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

Empregarmais é dilema

A aceleração do ritmo das ativi-dades industriais em 2004 levou di-versas empresas do segmento a am-pliar seus postos de trabalho. Segun-do o Cadastro Geral de Empregadose Desempregados (Caged) do Minis-tério do Trabalho e Emprego (MTE),enquanto em 2003 foram criadas20.779 novas vagas em Goiás, em2004 esse número saltou para 37.253,o que representa aumento de 79,28%.

“Fatores como o superávit dabalança comercial e a queda dataxa de juros, no primeiro semes-tre, promoveram a expansão donúmero de pessoas empregadas naindústria”, explica o economista da

Coordenação Técnica da FiegCláudio Henrique de Oliveira.

Conforme Sandro Mabel, presi-dente do Sindicato das Indústrias deAlimentaçãono Estado deGoiás (Siaeg),as empresasdo setor eleva-ram suas con-tratações entre15% e 20%,em 2004. Já opresidente doSindicato dasIndústrias de Calcário, Cal e Deriva-dos (Sininceg), Raimundo Viana Du-

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

tra, diz que o número de postos detrabalho aumentou 10% no segmen-to. Entre as empresas do Sindicatodas Indústrias do Vestuário (Sinvest),

o aumento do númerode contratações foi decerca de 20%.

O desafio agora,segundo o presidentedo Sinvest, RobertoGuimarães Mendes, émanter o quadro atualde empregados. “De-pois do último aumen-to do salário mínimo,

não sei se teremos condição de ar-car com tanta despesa”, diz. No seg-mento das indústrias de alimentos, asituação também é de indefinição. Deacordo com Mabel, há empresas quechegaram a dispensar os funcionári-os durante o período do carnaval, poisa demanda de trabalho está menordo que o esperado.

“Desde 2003, nossa capacidadeinstalada não estava sendo utilizada natotalidade. No ano passado, acabamoscom essa ociosidade e passamos adispor de todo o nosso potencial. Comisso, tivemos um aumento do númerode empregados e da produção. Ago-ra, estamos num impasse”, diz Ma-bel. Para elevar a produção, o setorteria de fazer novos investimentos, poisjá chegou ao nível máximo de uso desua capacidade instalada. E, para fa-zer novos investimentos, o cenário eco-nômico precisa ser favorável, o que,na opinião do empresariado, não foi ocaso nos últimos três meses.

Indústria de alimentos é impulsionada pelos bons resultados do agronegócio em 2004

Manutenção doquadro atual de

empregos depende daestabilidade da

economia

Laticínios Piracanjuba

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19G O I Á S I N D U S T R I A L

Entre os maiores entraves aponta-dos pelos empresários para o cresci-mento da atividade industrial em 2005estão a inadimplência, a alta carga tri-butária e a dificuldade para liberaçãode financiamentos. No caso da inadim-plência, por exemplo, o presidente doSindicato das Indústrias do Vestuáriono Estado de Goiás (Sinvest), RobertoGuimarães Mendes, diz que se os índi-ces permanecerem iguais ou mais al-tos que os do ano passado, as indústri-as do ramo terão sérios prejuízos. “Mui-tas poderão até mesmo fechar as por-tas, pois a maioria é de micro e peque-no porte”, diz.

Dados do Sinvest dão conta de queo índice de inadimplência chegou a17,8% em 2001, depois caiu gradativa-mente, com 12% em 2002 e 8% em2003. Mas em 2004 o índice subiu para14%.

Outro entrave para o crescimentoem 2005, na opinião de Mendes, é aalta carga tributária. O presidente doSiaeg, Sandro Mabel, acrescenta asmás condições das vias de transporteno País. “Para aumentar as exporta-ções em 2004, as indústrias tiveram quesuperar diversos problemas de logísti-ca. As estradas estão malconservadase os portos não estão preparados parao embarque de tantas mercadorias. Asempresas tiveram dificuldade até paraencontrar contêneires”, relata.

Já para o presidente do Sindicato dasIndústrias de Calcário, Cal e Derivados(Sininceg), Raimundo Viana Dutra, omaior entrave para a expansão das ati-vidades no segmento de calcário é a

O alto custoda produção

demora do governo em conceder crédi-to aos agricultores. O sindicato é umbom termômetro das dificuldades e dosêxitos vivenciados pelo setor agrícola, poistem suas vendas atreladas à intençãode plantio dos agricultores.

No ano passado, o setor teve incre-mento na produção e nas vendas de10%. Para manter o mesmo ritmo esteano, Dutra alerta que os financiamen-tos precisam ser liberados até julho, nomáximo. “Assim os agricultores têmtempo de comprar e utilizar o insumo”,justifica. “Se esses créditos demorarema sair, poderemos computar quedas de30% a 50% no nosso faturamento”, diz.

Apesar de acreditar que a produ-ção crescerá em torno de 4% em 2005,o presidente da Fieg, Paulo Afonso Fer-reira, insiste: “Para não interromper ocrescimento industrial obtido no anopassado, é preciso baixar os juros, fa-zer uma reforma tributária e investir eminfra-estrutura”, afirma ele, ao enume-rar as ações tidas como prioritárias pelaFederação para este ano: a aprovaçãoe implementação das parcerias públi-co-privadas, a construção da FerroviaNorte-Sul e a criação da Superinten-dência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

INVESTIMENTO MENOSO N E R O S O

Em entrevista concedida no mês dejaneiro à revista Indústria Brasileira,da CNI, o presidente Luiz Inácio Lulada Silva reconheceu que é de funda-mental importância promover a deso-neração tributária do investimento, para

19G O I Á S I N D U S T R I A L

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA

reduzir os custos dos financiamentos,e alegou que o governo tem tomadodiversas medidas nesse sentido. “Emrelação aos bens de capital sem similarnacional, o imposto de importação foireduzido para 2% – uma diminuição sig-nificativa, já que antes ia de 14% para4%. E pode chegar a 0% para os pro-dutos que considerarmos estratégicosà Política Industrial, Tecnológica e deComércio Exterior (PITCE). Essa de-soneração já alcançou mais de 1.500produtos nas áreas de bens de capital,informática e telecomunicações”, infor-mou o presidente.

Lula também disse que outras inici-ativas importantes estão contempladasno Programa Invista Já, uma sugestãodos empresários feita no Conselho Na-cional do Desenvolvimento Industrial,acatada pelo governo. Um dos itens daproposta é a depreciação acelerada dosbens de capital adquiridos a partir de ou-tubro de 2004 até o final do próximo ano.Essa depreciação será deduzida da Con-tribuição Social sobre o Lucro Líquido(CSLL), e o prazo de depreciação des-ses bens será reduzido de dez para qua-tro anos, explicou o presidente.

Programado governo paradesonerar a

produção abrangeatualmente

1.500 produtos

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20 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

Otimismo: a chamaainda está acesa

Apesar das dificuldades ineren-tes ao cenário econômico, a pes-quisa Sondagem Industrial da Fiegindica que a maioria dos empresá-rios continua confiante no cresci-mento do País e de seus negócios.O indicador para as expectativascom relação à economia é de 64,5pontos entre as indústrias goianas.Sobre seus ramos de atividade, osindicadores estão na casa dos 65,5pontos. O mesmo acontece com oindicador para as expectativas so-bre o próprio negócio, aferido em71,3 pontos.

De acordo com o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística(IBGE), a indústria nacional fechou2004 com índice de crescimento de8,3%, o maior dos últimos 18 anos.O saldo no período de 2000 a 2004é de 20,6%. A última vez em que aindústria engatou um ciclo de cres-cimento foi no período de 1993 a1997, registrando avanço de 22,3%.Nacionalmente, os segmentos líde-

res da expansão no ano passado fo-ram os de bens de consumo durá-veis (automóveis, fogões e geladei-

ras), com crescimento de 21,8%, ede bens de capital (máquinas e equi-pamentos), com índice de 19,7%.

CAPA

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21G O I Á S I N D U S T R I A L

Ovelho ditado “a união faz aforça” é válido no caso dacampanha pela preservação

e otimização dos recursos ambientaisem Goiás. A parceria firmada entrea Federação das Indústrias (Fieg) ea Agência Ambiental tem consegui-do levar informações aos empresári-os e realizar trabalho mais educativoe menos punitivo nessa área.

Entre as ações conjuntas destacam-se os programas de implementação desistemas de gestão ambiental e produ-ção mais limpa. A iniciativa teve iníciono segundo semestre de 2004, quandoum instrutor do Senai de São Pauloveio a Goiânia ministrar curso paraformar consultores na área. A primei-ra turma, com 23 pessoas, contoucom técnicos da Fieg, da Semarh, daAgência Ambiental e do Senai, alémde representantes das indústrias goi-anas Centercouros, Imol, Halex Is-tar, Granol, e Plastimax. A programa-ção incluiu diretrizes para elaboraçãodo diagnóstico preliminar nas empre-sas, gerenciamento de resíduos, iden-tificação dos indicadores ambientaise sistema de gestão ambiental.

DIFUSÃO DE INFORMAÇÕESOs bons resultados dessa inici-

ativa fizeram com que o projeto deparceria resultasse na assinatura

Até onde chega acompetitividadeParceria entre a Fieg e órgãos de preservação ambiental proporciona às empresasimplementar sistema de gestão adequado e moderno, que resulta em produção mais limpa

MEIO AMBIENTE

21G O I Á S I N D U S T R I A L

de um convênio, dia 16 de feverei-ro último, buscando disseminar deforma ampla a iniciativa em todo oEstado. A meta é formar 20 milpessoas, aproximadamente. Pormeio de cursos, oficinas eworkshops elas serão capacitadasa implantar um sistema de gestãoambiental, inclusive com vistas aobter a certificação ISO 14000.

“As empresas terão subsídios téc-nicos para trabalhar questões comoemissão de gases e resíduos sólidos,estabelecendo indicadores ambien-tais. “Acreditamos que esse é o ca-minho para sensibilizar as empresas,já que muitas não se adequam às

normas ambientais por falta de co-nhecimento”, explica Elaine Farine-lli, assessora técnica da Fieg na áreaambiental. Segundo ela, o poder pú-blico geralmente desconhece a rea-lidade das indústrias e exige a ado-ção de procedimentos que não po-dem ser implementados no curto pra-zo. “Dependendo do processo pro-dutivo, é preciso um período de tem-po para que a empresa possa fazeras adequações necessárias. Muitasvezes, a não-adoção das medidasnada tem a ver com falta de dispo-sição, mas com a ausência de re-cursos técnicos e de infra-estrutu-ra”, disse ela.

Empresários e governo buscam harmonizar produção com preservação ambiental

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22 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

MARCA EMPRESARIALMÁRGARA MORAIS

O Sesi acaba de inaugurar com-pleta academia de ginástica, no Jar-dim Planalto. Equipada com apare-lhos modernos e contando com ins-trutores capacitados na área de edu-cação física, a nova academia agra-dou em cheio aos adeptos da ma-lhação.

RESPONSABILIDADE CORPORATIVA EM ALTACENTERCOMCONQUISTA ISO 9001 Segundo estudo publicado em janeiro pela Oracle Corporation e

pela Economist Intelligence Unit (braço de informações de negócios do The Economist Group, que edita a revista The Economist), 85% dos executivos e investidores classificam a responsabilidade corporativa como preocupação central em suas decisões de investimentos. Esse resultado é quase o dobro do porcentual identificado há cinco anos. Foram entrevistados 136 executivos de diversos setores e 65 investidores. Eles apontaram três aspectos críticos da responsabilidade corporativa: comportamento ético dos profissionais, boa governança corporativa e transparência nas negociações. Para os investidores ins-titucionais, a transparência nas negociações corporativas foi ainda mais importante.

A empresa Centercom, em Goiâ-nia, credenciada da Rede Belgo de Dis-tribuição, acaba de conquistar a certi-ficação ISO 9001-2000, pela Associa-ção Brasileira de Normas Técnicas(ABNT), em toda a linha de produtosde corte e dobra de aço. Quem ganhacom mais essa chancela de qualidadesão os segmentos da construção civil,indústria e agropecuária, que integramo rol de clientes da empresa.

A cantora e compositora goiana Ely Camargo (foto)foi uma das homenageadas pelo Senado, durante as sole-nidades em comemoração ao 8 de março, Dia Internaci-onal da Mulher. Ely Camargo é uma das principais pes-quisadoras e intérpretes do folclore brasileiro, particular-mente de Goiás. Filha do vilaboense, também compositore maestro Joaquim Edison Camargo, Ely tem conseguidoresgatar algumas “jóias” do regionalismo goiano. É desua autoria a música O Menino e o Circo, que ficouconhecida nas vozes de Cascatinha e Inhana, gravaçãoque está presente na 15ª faixa do CD Meio Século deMúsica Sertaneja - Volume 2, da gravadora BMG. Nofinal dos anos 90, a cantora passou a trabalhar na Secre-taria Municipal de Cultura de Goiânia. Seu trabalho maisrecente é o disco-tributo Lembranças de Goyaz, que Elygravou em homenagem ao pai.

SUBSOLO RICO

ELY É HOMENAG E A DA

TO D O M U N D O E MF O R M A

Kim-Ir-Sem

O potencial mineral de Goiásé grande. O Estado é o maior pro-dutor de amianto-crisotila da Amé-rica do Sul; o primeiro, nacional-mente, em níquel e cobalto; o se-gundo em fosfato, nióbio e vermi-culita; o quarto maior produtor deouro. Essas posições consolidamGoiás como o terceiro Estado quemais produz minerais no Brasil.

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23G O I Á S I N D U S T R I A L

Curtição em família

Pedro Alves de Oliveira,vice-presidente da Fieg,

foi um dos quecomemoraram em

grande estilo apassagem do Dia

Internacional da Mulher,em clima de alegria e

descontração ao lado deSueli e das filhas

Fernanda, à esquerda, eRenata, à direita

VINDO DOS PARLAMENT

ARES

O deputado Fernando Netto, líder da bancada

do PMDB na Assembléia Legislativa, e a senadora

Lúcia Vânia (PSDB), cumprimentaram a Fieg pela

publicação da Goiás Industrial. O deputado clas-

sificou a revista como “excelente trabalho de infor-

mação e divulgação das potencialidades das em-

presas goianas no cenário nacional”.

ESPORTE GANHA ADEPTO SDe abril a novembro, a Agência Goiana de Es-

porte e Lazer (Agel) realiza os Jogos Abertos deGoiás. O evento está em sua sexta edição e objeti-va promover o esporte amador. Para tanto, envolveos 246 municípios goianos e proporciona aos parti-cipantes 11 tipos de modalidades esportivas. A inici-ativa é do governo Marconi Perillo e merece aplau-sos, tamanha a importância que tem entre a comu-nidade jovem. Para tocar um projeto dessa envega-dura, o governador escolheu a pessoa certa: CésarSebba, um atleta que dedicou grande parte de suavida ao basquete, defendo Goiás em quadras doBrasil inteiro.

DINHEIRO JOGADO FORAVários trechos da duplicação da BR–153, prin-

cipalmente após Abadiânia, foram levados pelaschuvas. As obras estão paradas por imposição doTribunal de Contas da União (TCU), que consta-tou irregularidades no processo de licitação. Nes-se vai-e-vem já se foram praticamente três anos.Enquanto isso, os recursos investidos foram parao ralo, acidentes continuam a acontecer e o tempoda viagem é maior. Até quando? Sabe Deus!

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24 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

Ogoverno federal traçoucomo prioridades para 2005a intensificação dos investi-

mentos em infra-estrutura e a implan-tação do sistema de Parceria Público-Privada (PPP). Durante reunião naConfederação Nacional da Indústria(CNI), dia 16 de fevereiro, o secretá-rio-executivo do Ministério dos Trans-portes, Paulo Sérgio de Oliveira Pas-sos, anunciou que serão ampliados osrecursos para o setor de infra-estrutu-ra – no ano passado, foram R$ 2 bi-lhões e para 2005 o orçamento prevêR$ 6 bilhões, aproximadamente. A des-tinação da maior parte dessa verba vaipara a recuperação, manutenção e du-plicação das rodovias brasileiras.

Levantamento feito pelo Ministériodos Transportes detectou que apenas28,3% da malha viária do País está emboas condições, enquanto a maioria(40,8%) encontra-se em estado ruim e30,9%, regular. Os maiores problemasse concentram na infra-estrutura degra-dada, com deterioração das condiçõesoperacionais; insuficiência de capacida-de nas regiões desenvolvidas e exten-são inadequada da malha nas regiõescom potencial de desenvolvimento.

No caso das ferrovias, as principaisdeficiências são: a idade média eleva-da das linhas, a malha pouco extensapara o atendimento da demanda, a in-tegração operacional deficiente entreos concessionários e a perda de espa-

INFRA-ESTRUTURA

PPP aprovada,mas ainda no papelMinistério dos Transportes prioriza para este ano investimentos na malharodoviária federal e concentra esforços na aplicação das parcerias público-privadas

ço nos centrosurbanos. “A si-tuação é extre-mamente preo-cupante, pois in-dica que as viasde escoamentoda produçãobrasileira nãoc o n s e g u e mcumprir suafunção e dificul-tam o desenvol-vimento econô-mico do País”,explicou o pre-sidente do Conselho Temático de In-fra-estrutura (Coinfra) da Fieg, JoséRodrigues Peixoto.

CARRO EMPERRADOO projeto de parcerias é apontado

pelo Ministério dos Transportes comoimportante alternativa – senão a prin-cipal – à falta de recursos para as obraspúblicas. Entre as obras sob análise doministério para a inclusão no sistemadas PPP’s estão a Ferrovia Norte-Sul,o Ferroanel de São Paulo, a VarianteFerroviária Guarapuava-Ipiranga (PR),o Arco Rodoviário do Rio de Janeiro ea BR–116 (Rio–Bahia).

Embora a Lei das Parcerias Públi-co-Privadas tenha sido aprovada emdezembro do ano passado pelo Con-gresso Nacional e esteja entre as prio-

ridades do governo federal para esteano, o Ministério do Planejamento – res-ponsável pelo grupo de trabalho quedefinirá as regras dos contratos e assuas garantias – não tem previsão dequando enviará a proposta de decretopresidencial para a Casa Civil.

Durante entrevista concedida à re-vista Indústria Brasileira, da CNI, edi-ção de fevereiro, o presidente da As-sociação Brasileira de Infra-Estruturae da Indústria de Base (Abdib), PauloGodoy, alerta que se o governo não forágil, nenhum projeto será iniciado nes-te ano. Segundo ele, não se pode espe-rar que as PPPs sejam a salvação doPaís, porque ainda é preciso definir osmarcos regulatórios de saneamento,petróleo e gás natural e transportes, dizGodoy.

Rodovias são prioridade nos investimentos do governo federal

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25G O I Á S I N D U S T R I A L

MOBILIZACAO

Parlamentares da bancada fede-ral goiana compareceram empeso ao encontro de negócios

promovido dia 31 de janeiro último, peloFórum das EntidadesEmpresariais de Goiás,na Casa da Indústria.Integram o fórum ospresidentes da Federa-ção das Câmaras deDirigentes Lojistas doEstado de Goiás(FCDL), Federaçãodo Comércio do Esta-do de Goiás (Fecomér-cio), Federação daAgricultura do Estadode Goiás (Faeg), Asso-ciação Comercial e In-dustrial do Estado deGoiás (Acieg), Associ-ação Pró-Desenvolvi-mento Industrial do Estado de Goiás(Adial), Federação das Associações Co-merciais, Industriais e Agropecuárias doEstado de Goiás (Facieg) e Federação

Todos contra a MP 232das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).

Os 11 deputados federais e os 3senadores presentes se compromete-ram a agir contra os itens da Medida

Provisória (MP) nº 232, de 31 de de-zembro de 2004, que aumentam a car-ga tributária das empresas prestadorasde serviços. Entre os presentes, pre-

valece a idéia de manter a correção databela do Imposto de Renda e modifi-car os demais artigos que implicam emelevação de tributos.

Todos, anfitriões econvidados, concorda-ram que aumentar a car-ga tributária é fato inad-missível. A MP 232, se-gundo os empresários,trará mais burocracia aoprocesso tributário, alémde restringir o direito dedefesa do contribuinte.“Estamos convencidosde que, a essa altura, oCongresso Nacional é aúnica instituição capaz deaprimorar a medida, evi-tando, assim, os prejuízosirreparáveis que sua apli-cação, do modo em que

se encontra, acarretaria às atividadeseconômicas no País”, disse o presidenteda Federação das Indústrias, PauloAfonso Ferreira.

Reunião sela compromisso de todos na luta contra m edida governamental

Possibilidade de aumento da carga tributária preocupa empresários,que recorrem aos parlamentares para que vetem a matéria

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26 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Mostrar aos empresáriosque desenvolvimentosocial e econômico po-

dem andar juntos foi o objetivo do3º Congresso de Responsabilida-de Social Empresarial e TerceiroSetor, que aconteceu nos dias 10,11 e 12 de março, no Centro deConvenções de Goiânia. A reali-zação do evento ficou a cargo daFundação Aroeira, que contoucom parceria do Conselho Temá-tico de Responsabilidade Social(CTRS) da Fieg e apoio da Or-ganização das Nações Unidas(ONU), Instituto Ethos, Organi-zação Jaime Câmara, Sebrae,Universidade Católica e governodo Estado.

O tema do evento foi “Empre-sas, organizações sociais e gover-nos juntos pelo desenvolvimentosustentável”. O governador Mar-coni Perillo abriu o congresso eabordou a questão da inclusão so-cial. Em seguida, aconteceu o ci-clo de palestras do primeiro dia.Uma das exposições que atraiugrande atenção do público foi ado assessor da Presidência daRepública, André Spitz, que pre-side o Comitê de Combate àFome, e que falou das possibili-dades de parceria entre governofederal, empresas e instituições

ONU e Instituto Ethosapóiam congressoAproximadamente 600 congressistas participaram em Goiânia do 3º Congresso deResponsabilidade Social Empresarial e Terceiro Setor; um dos mais importantes da área

sociais no âmbito da responsabili-dade social. Também teve desta-que a palestra do presidente doInstituto C&A, Paulo Castro, queabordou o papel das organizaçõesdo terceiro setor e a importânciadas parcerias”.

Durante o evento foi assinadotermo de parceria entre a Fieg e oInstituto Ethos com o objetivo dedisseminar práticas de responsa-bilidade social nas empresas. Se-gundo o presidente do CTRS, An-tônio de Sousa Almeida, essa par-ceria é muito importante. “Estare-mos recebendo informações de umórgão de grande credibilidade eexperiência nessa área, que nosajudará a conduzir melhor nossosprojetos sociais”, disse.

CONSCIÊNCIA E A Ç Ã OSegundo Antônio Almeida, os

empresários goianos estão maissensibilizados para a questão daresponsabilidade social e a parti-cipação deles foi um dos pontosque contribuiu para o sucesso doevento. O coordenador do con-gresso, Rommel Senna, acrescen-tou: “Há quatro anos, quando che-gávamos numa empresa para fa-lar de responsabilidade social, se-quer éramos recebidos. Hoje, osempresários não apenas nos aten-dem bem, como nos procuram poriniciativa própria”, disse.

Conforme Rommel Senna, ocongresso conseguiu mostrar aosempresários que o conceito de de-senvolvimento sustentável não serestringe aos assuntos afetos aomeio ambiente. “A idéia de cres-cimento com sustentabilidade émuito maior do que se imagina”.Além de financiar projetos sociais,os palestrantes conclamaram osempresários a participarem da ela-boração dessas iniciativas.

Paralelo ao congresso aconteceua 1ª Mais Social – Feira de inicia-tivas sociais empresariais, governa-mentais e não-governamentais.Mais de 2 mil pessoas circularampelos stands buscando conhecer osprojetos desenvolvidos nessa área.

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27G O I Á S I N D U S T R I A L

COMERCIO EXTERIOR

Ajudar a inserir as pequenas e médiasempresas no comércio internacional.Esse é o desafio dos 45 profissionaisdos Centros Internacionais de Negóci-os (CINs) das federações de indústriado País, que participaram em março,em Brasília, do encontro Capacitaçãode Operadores Brasileiros, realizadopelo Eurocentro, Instituto Euvaldo Lodi(IEL) Brasil, em parceria com o pro-grama AL-Invest. A idéia é consolidarconhecimentos sobre mecanismos deapoio à internacionalização das empre-sas. A Federação das Indústrias de Goi-ás (Fieg) foi representada pelo presidentedo Conselho Temático de Comércio Ex-terior e Negócios Internacionais, Ronal-do Sales.

O AL-Invest foi criado em 1993,para promover o intercâmbio e a coo-peração entre as pequenas e médiasempresas da América Latina e da Eu-ropa, reforçando as relações econômi-cas, comerciais e tecnológicas entre

Pequenos querem exportar

elas, por meio de encontros setoriais,organizados por uma rede de agentes.Essa rede é constituída na Europa pe-los Centros de Cooperação Econômi-ca (Coopecos) e, na América Latina,pelos Eurocentros de Cooperação Em-presarial.

Em todo o Brasil, há cerca de 19 milempresas que atuam no mercado ex-terno. Desse total, mil concentram pra-ticamente 80% das exportações. Con-forme Ronaldo Sales, as pequenas e mé-dias empresas goianas possuem grandepotencial exportador. “No entanto, elasprecisam se preparar para atender àsexigências do mercado europeu, sobre-tudo no que se refere à questão da qua-lidade dos produtos”, disse.

Um dos problemas enfrentados pe-las empresas menores é que elas nãoconseguem produzir conforme a de-manda solicitada. As encomendas sãograndes, mas a capacidade de produ-ção ainda é pequena. Uma solução,

Vender para o mercado externo é a vontade de inúmeras empresas. Técnicos dasfederações de indústria de todo o País têm a missão de ajudá-las nessa empreitada

MERCOSUL: V E N DAS EM QUEDA

Em dezembro último, a Federa-ção das Indústrias de Minas Gerais(Fiemg) e o Ministério das RelaçõesExteriores promoveram o 1º FórumEmpresarial do Mercosul, que con-tou com participação de cerca de300 empresários. A data marcou osdez anos da assinatura da Carta de

apresentada durante o evento, é a for-mação de consórcios de exportação.“Várias empresas do ramo se unem,cada uma se responsabiliza por umadeterminada etapa da produção, e opedido do cliente é atendido na datamarcada e com a qualidade exigida.Queremos amadurecer essa idéia e im-plantá-la futuramente em Goiás”, dis-se Ronaldo Sales.

Ouro Preto – que instituiu o Acordode Livre Comércio do Cone Sul (Mer-cosul). O objetivo do evento foi inten-sificar as relações comerciais entreos países do bloco. Alguns númerosreferentes à exportação mostramquadro preocupante. Em 1998, o sal-do do comércio entre o Brasil e os

outros países da América do Sul foide US$ 23,7 bilhões, representando21,8% das negociações totais. Em2002, caiu para US$ 15 bilhões, re-presentando apenas 14%. Em 2003,apesar de ligeira elevação para US$17,8 bilhões, o porcentual caiu para13%.

Sales incentiva consórcio entre empresas

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28 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

SESI

Implantado em dezembro últi-mo no Sesi de Aparecida deGoiânia, o projeto Cozinha Bra-

sil, que tem por objetivo melhorara qualidade de vida da populaçãode baixa renda, com uma alimen-tação barata e de alto valor nutri-cional, chegou para ficar. A metaé preparar pessoas como donas-

Mesa boa e barata

de-casa, fornecedores, liderançasde bairro, para atuar como multi-plicadores na população, no pro-cesso de educação alimentar. Oconteúdo da aprendizagem abordaos alimentos desde o plantio, nocampo, até a mesa, passando portoda a cadeia alimentar.

Com duração de cinco dias e

duas horas de aula diariamente, oscursos são ministrados na unidademóvel do Sesi, equipada para essetipo de atividade, e que percorrerávários municípios do Estado. Aprogramação é desenvolvida combase em receitas simples e práti-cas, de doce e sal, que aproveitampraticamente tudo dos alimentos,

Pratos elaborados com polpas,cascas e talos de frutas, verduras e

legumes, geralmente desperdiçados

Projeto desenvolvido pelo Sesi em todo o País muda hábitos alimentares do brasileiro emelhora o cardápio com opções nutritivas e de baixo custo

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29G O I Á S I N D U S T R I A L

SESI

como mostra a propaganda insti-tucional do projeto, veiculada natelevisão, com o título.

O projeto Cozinha Brasil não selimita a dar receitas, mas ensinaas pessoas a tirar partido da ali-mentação para ter uma vida sau-dável. É distribuída aos alunos umaapostila com 250 receitas e instru-ções sobre todas as etapas do pro-cesso alimentar. As pessoas sãoorientadas a usar alimentos da es-tação, a planejar a compra, a re-conhecer os produtos próprios parao consumo e a comprar bem compouco dinheiro. Os alunos apren-dem a elaborar um cardápio equi-librado e a manipular corretamen-te os ingredientes. São ainda infor-mados sobre os grupos de alimen-tos e o papel de cada na composi-ção de uma refeição de alto valornutricional.

A apostila traz receitas ilustra-das para facilitar o preparo dospratos e discrimina o preço decada um (com base em levanta-mento feito em outubro de 2003),o valor calórico da porção, o ren-dimento e o tempo de preparo decada receita. Tem ainda uma su-gestão de cardápio semanal com-pleto, com café da manhã, almo-ço e jantar.

Segundo a coordenadora dostrabalhos em Goiás, Eliane Cân-dido, o projeto contará com a par-ticipação de três nutricionistas,que vão abordar desde a higieni-zação ao preparo dos alimentos,passando por toda a cadeia ali-mentar. Uma delas, Marianne Fal-co, destaca que, além da reduçãodos custos no orçamento domés-tico, o projeto propõe incentivar amudança de estilo de vida pormeio da reeducação dos hábitos

acontecer até outubro. A meta épreparar, este ano, 3.520 donas decasa, entre elas cerca de 710 mul-tiplicadores. Os cursos são minis-trados nos três períodos, pela ma-nhã, à tarde e à noite.

A unidade móvel do Sesi per-correrá as cidades oferecendogratuitamente aulas práticas ecursos de educação alimentar.Empresas, escolas, sindicatos, pre-feituras e demais segmentos or-ganizados da sociedade são par-ceiros e dividem com o Sesi oscustos do empreendimento. Cabeaos parceiros oferecer o apoio lo-gístico necessário ao desenvolvi-mento da programação, no localonde for solicitada a presença doCozinha Brasil. Mais informaçõespodem ser obtidas pelo fone (62)219-1307.

alimentares. “As receitas explo-ram os alimentos em sua totalida-de, garantindo ao indivíduo ali-mentação equilibrada, rica em fi-bras, vitaminas e sais minerais,que previnem contra doenças crô-nico-digestivas, como a obesida-de, diabetes e hipertensão arteri-al”, explica a nutricionista.

ZERANDO A FOMEDado o elenco de facilidades

que proporciona na elaboração deuma refeição adequada à saúde ea economia significativa que trazàs finanças das famílias, o Cozi-nha Brasil vem ganhando adeptos.O projeto é uma iniciativa do SesiNacional que soma esforços aoFome Zero e está sendo realiza-do em vários Estados. Em Goiás,já tem curso programado para

Receitas simples, mas de alto valor nutricional, chamam a atenção dos alunos

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30 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

SESI

Na primeira turma de forman-dos do ensino médio do Sesiforam certificados 95 alunos,

em dezembro último. Catorze delesgarantiram ingresso na universidade edez conseguiram aprovação na primei-ra fase do vestibular. Os resultadospositivos levaram a instituição a re-programar suas atividades para poderreceber 542 matrículas este ano.

Entre os diplomados, PedroHenrique Pinheiro Gontijo chamouatenção pela alegria de ter conse-guido passar no vestibular paraDireito em duas faculdades goia-nas. Desde o ensino fundamentalele estuda no Sesi de Campinas econsidera muito bom o nível daescola. “Vimos no dia-a-dia a pre-ocupação dos professores com oensino e em formar cidadãos inte-ragidos com a sociedade. Estoumuito grato”, disse.

Alessandra Alves da Silva Araújo,futura acadêmica de administração deempresas, estava cheia de planos parao futuro próximo: “Agora, com essepasso, estarei mais bem preparada paraentrar no mercado de trabalho”. Sobrea metodologia de trabalho da escola,ela disse que as turmas são motivadasa participar de diferentes iniciativas nabusca de conhecimento e experiência.

Cristhiane Bailão Silva Araú-jo, outra a conquistar uma vagana universidade, no curso de edu-cação física, também teceu elogi-os à instituição pelo programa deensino e também pelo nível docorpo docente.

Estréia com sucessoAlunos do Sesi que concluíram o ensino médio conseguem passar no vestibular e se tornamreferência para a escola, que este ano recebeu número recorde de inscrições

A professora de inglês Zilma Ca-bral de Assis disse que os cursos doSesi estão no mesmo patamar de qua-lidade dos demais ministrados em Goi-

ânia. Segundo ela, a aplicação de tes-tes simulados, uso de vídeo e palestrasproferidas por autoridades nas áreas decultura, saúde, cidadania e meio ambi-ente são importantes ferramentas detrabalho utilizadas durante as aulas. Asescolas do Sesi contam com laborató-rios de informática e biblioteca.

De acordo com o professor dehistória André Luís Almeida Bar-bosa os alunos pertencem a dife-rentes classes sociais, e não é raroaqueles de famílias economicamen-te mais bem favorecidas elogiarema escola. “Ouvimos também de co-legas que trabalham em cursinhosda rede particular, comentários po-sitivos sobre o trabalho que é reali-zado aqui”, afirmou.

Sesi de Campinas forma primeira turma do ensino médio e comemora resultados

Aulas contam

com recursos de

aprendizagem

modernos que

ajudam alunos

a ampliarem

conhecimentos

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31G O I Á S I N D U S T R I A L

SESI

Encerrado cursode Produção maisLimpa

Um novo tipo de atendimento,lançado no início deste anopelo Sesi, vem ao encontro

das necessidades das empresas. Tra-ta-se de unidade móvel de saúde,equipada com consultório e aparelhosmodernos para a realização de exa-mes médicos ocupacionais, além deuma cabina completa para teste deaudiometria (ruídos). A funcionalida-de no atendimento deverá ser pre-ponderante para que as empresasconsigam reduzir acidentes e doen-ças advindos do trabalho.

Além de o serviço ter um custoacessível, as empresas poderão optarpor pacotes com preços e formas di-ferentes de atendimento, que pode serfeito individualmente ou em grupo (aequipe tem condições de atender cer-ca de 50 pessoas num só dia). A ex-pectativa é atender aproximadamen-te 7 mil trabalhadores em 2005. Otrabalho é desenvolvido com base emações preventivas nas áreas de saú-

Serviço encurta distânciaEquipada com aparelhagem moderna, a unidade móvel do Sesi inova na prestação deserviços de saúde. O atendimento é rápido e prestado no próprio local de trabalho

de, segurança emeio ambiente,bem ao perfil enecessidadesda empresa.

Cliente doSesi, a Nestléesboça resulta-dos práticos sa-tisfatórios com oserviço. Segun-do CléversonBorges Novais,gerente da fábri-ca de Goiânia, aempresa é rígidana observânciade medidas de saúde e segurança, e sóno ano passado a Comissão Interna dePrevenção de Acidentes (Cipa) coor-denou 203 ações dessa natureza.

Com unidades em outros países, afilial goiana é uma das mais bem vistaspelo grupo, face aos bons exemplos quedá, e que começam pela indicação logo

na entrada da fá-brica: “1.541 diassem nenhum aci-dente”. JoséReinaldo, funcio-nário da empre-sa há 17 anos, dizque os examesfeitos na unidademóvel ganhampela facilidade deacesso, rapidez,conforto e pelaatenção dadapela equipe.

RUÍDO SOB CONTROLEA médica do trabalho Roseane

Fernandes Azeredo lembra que o as-sunto audiometria deve merecer aatenção das empresas, dada a rele-vância que tem. No ambiente de tra-balho, o nível de som, barulho e ruí-dos pode ser medido e monitorado.Segundo o médico, os efeitos do ba-rulho em excesso causam estresse,traduzido por alterações físicas, psí-quicas e emocionais.

São também evidentes as conse-qüências da má audição sobre o ren-dimento no trabalho. “Nos países de-senvolvidos, nenhuma fábrica podeter som acima de 85 decibéis. Quan-do esse nível é extrapolado, os traba-lhadores passam a usar protetores au-riculares. Se o ruído chegar aos 90decibéis são tomadas medidas paradiminuí-lo, e o uso dos protetores deouvidos é obrigatório”, diz o médico.

Consultório completo sobre rodas facilita o atendimento ao trabalhador

Exames evitam doenças laborais frequentes no trabalho

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32 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

SENAI

OSenai Goiás inicia em marçomais dois cursos superioresautorizados pelo Ministério

da Educação (MEC): graduação tec-nológica em automação industrial e re-des de computadores, ambos em Goi-ânia. A instituição, ligada à Federaçãodas Indústrias do Estado de Goiás(Fieg), já atua no ensino superior desdeo ano passado, com o curso de gradua-ção em química fármaco-industrial, cri-ado para atender principalmente às ne-cessidades do pólo farmacêutico doDistrito Agroindustrial de Anápolis.

Todos os cursos foram aprovadospelo MEC com conceito A. “O cre-denciamento de três das oito unidadesdo Senai no Estado como faculdades

MEC autoriza novos cursos

de tecnologia premia o esforço da ins-tituição em atender às exigências dosetor produtivo”, diz o diretor regional,Paulo Vargas. Ele explica, no entanto,que o Senai não deixará de ministraros cursos de aprendizagem industrial,qualificação profissional, aperfeiçoa-mento e habilitação técnica.

EM DIA COM O MERCADOA estratégia de oferecer graduação

tecnológica segue também orientaçãodo Sistema Senai em nível nacional paraampliação do atendimento em toda suarede de ensino no País.

Com o curso de automação industri-al, a instituição busca suprir carência deprofissionais para atuar com sistemas

automatizados, que têm presença cadavez mais intensa nas indústrias goianas.O tecnólogo em automação industrial –nome do profissional formado – estaráapto a trabalhar em vários segmentosindustriais, como siderúrgico, têxtil, me-talmecânico, mineração, plástico, alimen-tos, agroindústria e moveleiro.

Já o tecnólogo em redes de compu-tadores é o profissional capacitado adesenvolver atividades técnicas, cien-tíficas e de gestão, capaz de projetar eadministrar redes e de configurar e gerirserviços de rede. A atuação abrangeráempresas provedoras de acesso à in-ternet, de jogos eletrônicos, de manu-tenção, prestadoras de serviços, esco-las e instituições públicas.

ENIO TAVARES

A realização do vestibular para os cursos de tecnologia em automação industrial eredes de computadores chancela a entrada definitiva do Senai no ensino superior

Área de automação industrial ganha curso superior no Senai, cujo trabalho é classificado com conceito A pelo MEC

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33G O I Á S I N D U S T R I A L

SENAI

Após uma concorrênciaacirrada no processo seletivo,começou em janeiro o ano leti-vo no Senai, com 5 mil alunosmatriculados em cursos de lon-ga duração, fora os de aperfei-çoamento, de curta duração. Aprevisão é de preparar até de-zembro 36 mil pessoas, nas oitounidades de educação profissi-onal do Estado, instaladas emGoiânia, Anápolis, Catalão,Itumbiara, Rio Verde e Minaçu.O número deverá crescer, de-pendendo da demanda das in-dústrias, como ocorreu no anopassado.

Foi de 12 candidatos porvaga a concorrência médiapara ingresso na instituição,superior à de cursos como me-dicina veterinária (10,8) e en-genharia civil (9,3), registradano vestibular de 2004 da Uni-versidade Federal de Goiás(UFG). Houve disputa de até20 candidatos por vaga, casodo curso de designer gráfico.

Nas modalidades de habili-tação técnica e qualificaçãoprofissional, a concorrênciados cursos de mecatrônica(6,3) e operador de processosmíneroquímico (16,6) superou,respectivamente, direito/matu-tino (5,96) e enfermagem(9,48), do vestibular de 2004da Universidade Católica deGoiás (UCG).

A forte concorrência mos-tra a grande demanda por qua-lificação profissional diante do

Disputa é grande por vaga

aquecimento da economia goianae da abertura de vagas de empre-go, evidenciada também pelos re-sultados obtidos no ano passado,quando o Senai não só superou ameta prevista – de 35 mil conclu-intes –, como bateu recorde naformação de recursos humanos,com mais de 53 mil pessoas qua-lificadas.

AT UAÇÃO AMPLIADAA implantação de mais dois cur-

sos de graduação tecnológica –tecnologia em automação indus-trial e em rede de computadores–, além da abertura da segundaturma de química fármaco-indus-trial, consolida o ingresso da ins-tituição no ensino superior.

Com os novos cursos de gra-duação, o Senai tem renovado ediversificado sua atuação na áreade educação profissional paraatender às exigências do setor

Leonardo de Almeida e Lívia Avelar durante aula do curso de vendas no Senai

produtivo. Os recursos inves-tidos na modernização das uni-dades para implantação doensino superior também vãobeneficiar os demais níveis deformação profissional.

Na aprendizagem industrial,o Senai pretende preparar em2005 mais de 1,9 mil alunos, oque representa aumento de115,51% em relação a 2004. Oscursos de habilitação técnica(formação de técnicos de nívelmédio) devem receber mais de3,7 mil alunos. Na modalidadede qualificação profissional, aexpectativa do Senai é formar3,8 mil pessoas e, na de aper-feiçoamento (cursos de curtaduração), 25,6 mil. O Senai ain-da prevê para este ano receber400 inscritos nos 12 cursos depós-graduação (lato sensu) enos quatro de mestradoprofissional.

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34 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

SENAI

O ano de 2005 será especial para Divina Aparecida, donade casa, moradora de Goiani-

ra, que deixou de engrossar as esta-tísticas de desemprego no País. Emjaneiro, ela e mais 27 pessoas assumi-ram postos de trabalho na Ferrari Cal-çados, indústria instalada no pólo cal-çadista de Goianira.

A oportunidade de emprego veioapós os cursos ministrados pelo Senaireferentes ao projeto Arranjo Produ-tivo Local, promovido em parceria como Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior, Secreta-ria de Indústria e Comércio e Sindica-to das Indústrias de Calçados no Es-tado de Goiás (Sindicalce). “Estavasem emprego fixo há algum tempo, fuiselecionada para participar do cursode preparador de calçados e, hoje, te-nho uma profissão que me garantiutrabalho e novas possibilidades de atu-ação no mercado. Quero fazer outrasatividades no Senai para contribuircada vez mais com o crescimento daempresa”, planeja Divina Aparecida.

O curso veio atender às necessi-dades de 15 indústrias, habilitando 236pessoas nas funções de cortador, pre-parador, pespontador, montador e so-lador, além de modelagem de calça-dos, técnicas de estilismo, planejamen-to e controle da produção, chefia e li-derança, desenvolvimento de equipes,cronoanalista e de gestão de pessoas.Também foram desenvolvidas consul-torias e assessorias técnicas, com

Qualificaçãoseguida de empregoIndústrias do setor calçadista reforçam seu quadro de pessoal com pessoas maisqualificadas, preparadas pelo Senai para atender a necessidades localizadas

apoio do Senaide Jaú e Fran-ca, São Paulo.

O projeto re-cebeu investi-mentos de R$200 mil e asações ficaram acargo da Facul-dade de Tecno-logia Senai Íta-lo Bologna, deGoiânia, unida-de responsávelpela formaçãode profissionais para o setor e creden-ciada recentemente pelo Ministério daEducação para atuar também no en-sino superior.

CURSOS DIRECIONADOSPara o gerente de produção da Fer-

rari Calçados, Ismair Braga, o aper-feiçoamento que ele fez no Senai aju-dou a melhorar seu desempenho nafábrica. “Tenho 33 funcionários sobminha supervisão. No curso de ges-tão de pessoas, aprendi muito sobrerelações interpessoais e como traba-lhar em equipe buscando aumentar aprodutividade da indústria”, explicou.

O presidente do Sindicalce e pro-prietário da Ferrari Calçados, FlávioFerrari, disse que o principal benefíciodo projeto foi a capacitação de recur-sos humanos da própria região paraatender as indústrias. “Pretendo darcontinuidade à parceria com o Senai.

Temos muitas empresas e vamos pre-cisar cada vez mais de mão-de-obraqualificada”, disse.

Paulo Vargas, diretor regional doSenai, destacou a importância do pro-grama para o crescimento do pólo cal-çadista de Goianira e para a comuni-dade da região. “A instituição desen-volve atividades que estejam sintoni-zadas com as necessidades das em-presas para formar profissionais comperfil adequado à realidade do mer-cado”, disse.

O superintendente de Administra-ção e Finanças da Secretaria de In-dústria e Comércio, César Gomes, dis-se que o sucesso do projeto deve-se,principalmente, à parceria com o Se-nai. “A instituição é referência emeducação profissional e está compro-metida com a modernização e o de-senvolvimento industrial do Estado”,ressaltou.

Divina Aparecida fala em nome da turma e conta com entusias-mo as mudanças ocorridas após os cursos feitos no Senai

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35G O I Á S I N D U S T R I A L

SENAI

Assim como a pequena Be-lém, na Palestina Antiga,ficou conhecida com o nas-

cimento de Cristo, a cidade de Fai-na, em Goiás, ganhou visibilidade emtodo o País, no dia 24 de dezembrodo ano passado. O Jornal Nacio-nal, da Rede Globo, mostrou o Na-tal do Sertão, projeto desenvolvidopela segunda vez por voluntários, amaioria moradores, e que nesta edi-ção teve o apoio do Sistema Fieg.

Os habitantes do município, naregião do Vale do Araguaia, a 200quilômetros de Goiânia, criaram en-

Festa resgata tradições

tre os dias 17 e 19 de dezembro, umNatal diferente, modelado pelos seuspróprios aspectos culturais. A Igre-ja da Matriz recebeu milhares delâmpadas e no centro da cidade ha-via uma aldeia com oito ranchos re-tratando a casa do Papai Noel, o pre-sépio vivo e personagens que carac-terizam a cultura local, como partei-ras e benzedeiras.

Uma das principais atrações dafesta foi a chegada do Papai Noel.O lendário velhinho, acostumado atrenó, renas e neve, chegou de car-ro de boi, numa perfeita tradução da

simplicidade do homem do campo eda valorização das raízes culturaisdo povo goiano.

Desta vez, a unidade móvel de pa-nificação do Senai integrou as atra-ções do Natal do Sertão. A organiza-dora do projeto, Márcia Coutinho, ex-plicou que na festa todas as atraçõessão representadas por personagens.Do mesmo modo, a oficina móvel pro-porcionou aos visitantes acompanharao vivo o processo da fabricação depanetones e roscas em formatos deguirlandas e quitandas.

Produtos da região, como doce delaranja, cajuzinho do Cerrado, cristaisde rapadura, banana passa e castanhade baru, substituíram as tradicionais fru-tas cristalizadas. Ainda foram feitos pa-netones salgados, com lingüiças produ-zidas pelos moradores de Faina.

“A unidade de panificação des-pertou a curiosidade dos visitantes.Nos dois dias em que esteve emFaina, cerca de sete mil pessoas vi-sitaram o local”, disse o responsá-vel pela fabricação dos produtos daunidade de panificação, Marcelo Al-meida, que contou com a ajuda de12 voluntários da comunidade.

A produção de panetones, ros-cas e quitandas foi doada ao Lardos Idosos de Faina, contempladotambém com todo o dinheiro arre-cadado com a venda dos produtosfabricados durante o Natal do Ser-tão. Os voluntários que participa-ram da organização do evento tam-bém ganharam parte da produção.Originalidade da festa de Faina é destaque no noticiário nacional

Comunidade revive tradições em grande festa popular. O Sistema Fieg participa pela primeiravez, colocando a unidade móvel de panificação do Senai para fabricar produtos típicos

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36 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

IEL

Soluçõessob medidaUniversitários colocam em prática o que aprenderam na escola por meio de projetosque colaboram para a competitividade de empresas em arranjos produtivos locais

Durante seis meses, oito uni-versitários goianos recebe-ram bolsas para buscar solu-

ções para problemas de gestão em em-presas vinculadas a arranjos produtivoslocais (APL). A idéia é aumentar a com-petitividade das empresas por meio dodesenvolvimento de competências or-ganizacionais. Esses são os objetivosdo projeto Bolsa de Gestão Empresari-al em Micro e Pequenas Empresas, re-alizado em parceria entre o IEL local, onacional e o Sebrae.

Em Goiás, o projeto piloto abran-geu oito micro empresas da área deinformática, oito alunos e sete su-pervisores da Universidade Salga-do de Oliveira. Entre as atividadesprogramadas, houve trabalhos vol-tados para o aperfeiçoamento de

modelos de gestão, atendi-mento ao cliente, implanta-ção de projetos de qualida-de, de marketing, de cargose salários, aumento de espa-ço físico e instalações e con-tratação de novos colabora-dores. “A intenção é aumen-tar o nível competitivo dasempresas, ao acrescentarconhecimentos no seu dia-a-dia e formar recursos huma-nos de alto nível”, diz MariaLúcia Macedo, coordenado-ra do programa por Goiás.

Além da metodologia, ou-tros fatores contribuem para osucesso do programa. Ao abriras portas de suas empresas,os executivos percebem quealunos e professores têm con-dições de trazer experiênciasdo meio acadêmico capazesde promover mudanças inter-nas positivas para suas organizações.A universidade, ao assumir o desafiode realizar um projeto piloto comoeste, se certifica que, com um acom-panhamento constante, o aprendiza-do se completa com o conhecimentoempírico.

C A PACITAÇÃO EINFORMAÇÃO

“Com esse projeto obtive mais in-formações sobre o cotidiano das em-presas, e o apoio que recebi da alta

direção foi decisivo para colocá-lo emprática”, diz a estudante Tânia MaraRabelo, que desenvolveu trabalho demarketing para a empresa Net 4 U,co-orientado pelo empresário RegnerSantos, um dos diretores, que consi-derou produtivo o relacionamentocom o meio acadêmico. “Para a em-presa, o projeto foi fundamental namudança de idéia corporativa e demercado”. Os resultados foram tãoconsistentes, que a Net 4 U decidiumudar, inclusive, sua marca.

Cânion Equipamentos deInformática

C&S Informática

Data Shopping

DR Sistemas

Ilion Soluções em Internet

Laffit Informática

Net 4 U

Web do Brasil

Empresas participantes doprograma Bolsa de Gestão

Empresarial

Tânia Rabelo e Regner Santos: bons resultados

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37G O I Á S I N D U S T R I A L

IEL

Treze empresas de engenha-ria, do ramo de conservaçãorodoviária, participam do

projeto 3ª Via, para implementaçãodo Sistema de Gestão da Qualida-de em conformidade com a NBRISO 9001:2000. O projeto é desen-volvido pelo IEL Goiás em parce-ria com a Associação das Empre-sas de Conservação Rodoviária(Ascor) e com o Sindicato da In-dústria da Construção (Sindus-con).

A busca pela qualificação étida como fundamental para se al-cançar um serviço de alto padrão,diz o diretor técnico da Ascor, RuyCésar Silvestre, ao enfocar a pre-ocupação da entidade em prepa-rar as empresas para atender hojeas exigências futuras do merca-do. Nesse segmento, o principalcliente é o governo do Estado, pormeio da Agetop (Agência Goianade Transportes e Obras Públicas),órgão responsável pelas rodoviasgoianas. “Em um mercado globa-lizado, não se concorre mais sócom os vizinhos, mas com empre-sas de todo o País e do mundo”,acrescenta Silvestre, ao ratificarque o gestor público deve ser exi-gente na seleção de empresas queprestam serviços à população. Aterceirização de obras de conser-vação rodoviária prevê controlede qualidade já no edital de con-corrência.

Estrada boa, viagem seguraEmpresas do setor rodoviário adotam sistema de gestão da qualidade e obtêm resultadospositivos com a diminuição de custos e melhoria de um serviço que atinge todos os cidadãos

Um exemplo é a Interenge Cons-trução, que, mesmo com pouco tem-po trabalhando com o Sistema deGestão da Qualidade, já contabilizabenefícios com a iniciativa. A empre-sa define qualidade como “a buscaincessante da satisfação do cliente eda excelência organizacional”. Se-gundo a Representante da Direção(RD), Josélia Carnielo, desde a or-ganização funcional ao atendimentoexterno, a empresa está mais efici-ente após a implantação do sistema.“Toda a equipe tornou-se companhei-ra, a comunicação interna foi enri-quecida e estamos reduzindo custoscom o aprimoramento dos serviçosexternos”.

A metodologia desenvolvidapelo IEL é suporte para este fu-turo próximo que pode vir para asempresas de conservação rodovi-ária, no âmbito do Programa Bra-sileiro da Qualidade e Produtivi-dade do Habitat (PBQP-H), cria-do pelo governo federal com ob-jetivo de apoiar o esforço de mo-dernização do setor da construçãoe infra-estrutura. “A implementa-ção do sistema de gestão da qua-lidade é muito positiva, e as em-presas já estão sentindo avançono dia-a-dia com a padronizaçãodos procedimentos administrativosjunto à Agetop”, acrescenta o di-retor da Ascor.

Recuperação de estradas: conduta padrão visa serviços de melhor qualidade

Interenge Construção

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38 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

ICQ BRASIL

Segurança alimentarA norma ISO 22000, que será publicada este ano, é um documento de referência mundialpara a certificação no setor de alimentos e vem atender um mercado cada vez mais exigente

Diante da progressiva deman- da por gêneros alimentícios de qualidade, vem se tornan-

do imperativo o estabelecimento decondutas padrões que sirvam de di-retriz para o crescimento das indús-trias, com atenção à saúde dos con-sumidores. Considerando não so-mente o mercado interno, mas tam-bém o externo, já se discute uma ade-quação normativa para atender àsexigências de países parceiros co-merciais quanto à qualidade e segu-rança alimentar. Esse movimentoestá determinando que as organiza-

ções que produzem e/ou industriali-zam gêneros alimentícios implantemsistemas que garantam a segurançados produtos fornecidos ao merca-do. O resultuado foi a criação de umgrupo de trabalho com representan-tes de 14 países de todos os conti-nentes, que iniciou o desenvolvimen-to do projeto ISO/AWI 22000. Oobjetivo: harmonizar os processos in-dividuais e as normas voluntárias quediversos países criaram de acordocom suas realidades, visando esta-belecer requisitos de acreditação àsempresas do setor.

Segurança alimentar é assuntoestratégico, de interesse mundial, nãosomente porque envolve saúde pú-blica, no âmbito interno, mas tambémo aspecto da competitividade de qual-quer país no mercado externo. Aunião comercial no mundo vem sen-do acompanhada por uma reduçãodas barreiras tarifárias. De tal for-ma, órgãos governamentais compe-tentes têm atualizado a legislação eimplementado mecanismo de contro-le específico, até transformando-osem barreiras não tarifárias. Por suavez, as empresas vêm buscando fa-

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39G O I Á S I N D U S T R I A L

ICQ BRASIL

zer as adequações necessárias. As-sim, dispor de um sistema de garan-tia da qualidade dos alimentos ante-cipa ações para adequar os produtosbrasileiros a essas exigências.

A ISO 22000, em sua versão final,deverá ser uma alavanca efetiva paraa produção e a manufatura de alimen-tos seguros, atendendo às legislaçõese exigências dos mercados consumi-dores e das empresas.

OBJETIVOS ECONSTITUIÇÃO

Está sendo desenvolvida pela In-ternational Organization for Standar-dization (ISO) a norma para a certifi-cação de sistemas de gestão de segu-rança alimentar. A ISO 22000, que serápublicada este ano, é a oportunidadepara se atingir uma padronização in-ternacional no campo das normas desegurança alimentar, propiciando ain-da a implementação da APPCC (Aná-lise de Perigos e Pontos Críticos deControle), para todos os interessadosda cadeia de alimentos.

A norma que será referênciamundial para a certificação no se-tor de alimentos terá como objeti-vos: 1) atender aos princípios daAPPCC estabelecidos no CodexAlimentarius; 2) harmonizar asnormas internacionais e setoriais deutilização voluntária; 3) proveruma base única de referência paraas auditorias de primeira, segundae terceira parte; 4) alinhar a es-trutura do modelo de gestão aomodelo proposto na norma ISO9001:2000, e; 5) proporcionar in-tegração e comunicação com osconceitos de APPCC adotados in-ternacionalmente.

Basicamente, a ISO 22000 for-necerá diretrizes para a implemen-tação do sistema de segurança ali-

mentar, de maneira a integrar os trêspilares técnicos que constituem anorma – ISO 9000 (gestão), APPCC(princípios do Codex Alimentarius)e Boas Práticas de Fabricação(BPF) – ao pilar da comunicação.

A publicação e utilização da nor-ma pelas organizações alimentíciaspossibilitarão melhor eficácia dessessistemas, resultando num produto se-guro ao consumo e objetividade paraum sistema certificável único e reco-nhecido mundialmente.

SISTEMA DE GESTÃOA norma que constitui ferramenta

para implementar o sistema de gestãode segurança de alimentos das orga-nizações tem os requisitos desenvol-vidos por especialistas em APPCC detodas as partes do mundo. Portanto,as companhias que já estão certifica-das por uma norma de segurança dealimentos estarão aptas a atualizarseus sistemas com os requisitos adici-onais da ISO 22000, tendo a oportuni-dade de serem certificadas. Isso de-penderá do nível de conformidade danorma certificada com a nova normaISO 22000.

O esforço será menor para as com-panhias certificadas com um sistemade APPCC, dada a semelhança deinterface de gestão, mas, para aque-las que são certificadas com base emoutras normas, a adaptação vai reque-rer maior trabalho.

INMETROAPRESENTA APPCC

O sistema de gestão APPCCacreditado pelo Inmetro conside-ra, além dos aspectos técnicosapresentados pelo Codex, algunselementos de gestão. Isso propor-cionará, para as empresas que de-cidirem implementar seus requi-sitos, uma ferramenta para geren-ciar a prevenção da contaminaçãode seus produtos por agentes físi-cos, químicos e biológicos, assimcomo as ações para minimizar osefeitos quando da ocorrência doproblema. Esse sistema permite le-vantar os perigos que podemocorrer na produção de um deter-minado alimento numa linha deprocessamento e controlá-los du-rante a produção.

O Programa de Acreditação deSistemas APPCC foi apresenta-do pelo Inmetro durante o Encon-tro Nacional dos OrganismosAcreditados, em dezembro do anopassado.

A Análise de Perigos e PontosCríticos de Controle é apresenta-da no documento da comissão doCodex Alimentarius, integrante dogrupo de elaboração da ISO 22000.Os princípios do Codex são utili-zados por se tratar de um Progra-ma Conjunto da Organização dasNações Unidas para a Agriculturae a Alimentação (FAO) e da Or-ganização Mundial da Saúde. OCodex é um fórum internacional denormalização sobre alimentos.Suas normas têm como finalidadeproteger a saúde da população, as-segurando práticas eqüitativas nocomércio regional e internacionalde alimentos, criando mecanismosinternacionais dirigidos à remoçãode barreiras tarifárias.

Segurançaalimentar éassunto

relevante eestratégico

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40 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

GIRO PELOS SINDICATOS

SINQUIGO-SINDIPÃO-SINDIREPA

Desde o dia 3 de janeiro, o Sindicato das Indústrias Químicas do Estado de Goiás (Sinquigo) tem nova diretoria, integradapor: Eduardo Cunha Zuppani (presidente), Jaime Canedo (vice-presidente), Agripino G. de Sousa (2º vice-presidente), JairJosé de Alcântara (diretor-tesoureiro), Marcelo Mendes (diretor-secretário), Ronaldo Aspesi, Antônio de Queiroz Neto eBaltazar de Castro Júnior (conselheiros fiscais). Mudanças também ocorreram no Sindipão (Sindicato das Indústrias dePanificação e Confeitaria) e no Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios) que contam comnovos dirigentes: Luiz Gonzaga de Almeida e Aldrovando de Castro Júnior, respectivamente.

Novos presidentes

SINVEST

O novo presidente do Sindicato dasIndústrias do Vestuário no Estado deGoiás (Sinvest) é Roberto GuimarãesMendes. José Antônio Simão, que estáno setor desde 1974, renunciou ao car-go no dia 30 de dezembro. “Chegou ahora de me afastar das lides sindicais,não apenas por motivos de saúde, maspor sentir que já dei minha participa-ção, no máximo de minhas forças, ecom o melhor dos meus ideais. Deixoo sindicato, mas não abandono a lutapelo desenvolvimento de Goiás e pelocrescimento e fortalecimento da nossaclasse”, disse José Simão, que conti-nua membro do Conselho de Repre-sentantes Junto à Fieg e vice-presidenteda Federação das Indústrias.

Trabalhopela classe

SINDICARNE

A Secretaria da Fazenda vai atender parte das reivindicações apresentadaspelo Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Goiás (Sindi-carne) no que se refere à mudança da política tributária para empresas exporta-doras. O secretário José Paulo Loureiro ficou de definir o teto do crédito à expor-tação. O valor deve variar entre 3% e 5% da carga tributária do ICMS. Foiacatado o pedido para manter o crédito outorgado de 9% sobre as transferênciasde carne sem osso entre os estabelecimentos. A transferência da carne comosso, entre frigoríficos de uma mesma empresa, será feita sem a concessão debenefício fiscal. Para a venda da carne, o crédito outorgado permanece em 9%.Falta definir, porém, se a cobrança ao programa Protege Goiás permanece emtodas as operações ou somente sobre as vendas, como querem os frigoríficos.

Acordo em andamento

A Multiplus, empresa organiza-dora da Feira de Fornecedores eAtualização Tecnológica da Indús-tria de Alimentação (Ffatia), se pre-para para o crescimento que o even-to deverá ter este ano, uma vez quea renovação dos contratos está sen-do maior do que na edição anterior.A projeção é de que estarão presen-tes cerca de 250 expositores, 70 amais do que em 2004. No caso dasempresas goianas, a maioria já tem

Ffatia devecrescer em 2005

SIAEG

presença confirmada. A Ffatia 2005acontece de 25 a 28 de outubro, noCentro de Convenções de Goiânia,e trará as principais novidades, pro-dutos e serviços voltados para a pro-dução industrial de alimentos e be-bidas. O evento é promovido peloSindicato das Indústrias de Alimen-tação no Estado de Goiás (Siaeg) epela Fieg. Mais informações sobreo evento podem ser obtidas no sitewww.ffatia.com.br

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41G O I Á S I N D U S T R I A L

GIRO PELOS SINDICATOS

De 15 a 19 de março, na cidadede Bento Gonçalves (RS), aconteceua 7ª edição da Feira Internacional deMáquinas, Matéria-Prima e Acessó-rios para Indústrias Moveleira (Fim-ma Brasil 2005). Com apoio da Fieg,

do Sesi, do Senai e do Sebrae o Sin-dicato das Indústrias de Móveis e Ar-tefatos de Madeira do Estado de Goi-ás (Sindmóveis) levou uma carava-na de empresários ao evento, queapresenta as novidades mundiais nes-

Moveleiros em rodada de negóciosSINDMÓVEIS

sa área. No programa consta a reali-zação do Encontro Setorial Al-Invest/Fimma, uma rodada de negócios coma participação de empresas da UniãoEuropéia e América Latina e do se-tor madeireiro-florestal.

Prêmio CBICSINDUSCON

O presidente do Sindicato das In-dústrias da Construção no Estado deGoiás (Sinduscon), Joviano TeixeiraJardim, convida as empresas asso-ciadas a participar da primeira edi-ção do Prêmio da Câmara Brasilei-ra da Indústria da Construção

(CBIC) de Responsabilidade Soci-al. Promovida pelo Fórum de AçãoSocial e Cidadania da CBIC, a inici-ativa visa dar continuidade ao tra-balho de divulgação das ações soci-ais das empresas construtoras. Apremiação acontece durante o 77º

Encontro Nacional da Indústria daConstrução (Enic), de 17 a 19 deagosto, na cidade de Gramado (RS).As inscrições já estão abertas e se-guem até o dia 15 de abril. Outrasinformações podem ser obtidas pelosite www.cbic.org.br.

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42 JANEIRO/ FEVEREIRO 2 0 0 5

ARTIGO

De burocraciae outras chatices

Reinaldo Fonseca e economista e assessor da Fieg

REINALDO FONSECA

Assim como a morte e os impostos, a burocracia se tornou inevitável. Um estudioso poderá

atestar que suas origens remontam àposse de bens, à arrecadação de tribu-tos, à manipulação do poder político e,mais recentemente, à incompetência dealguns países e empresas de lidar com asimplicidade. Isso mesmo, pessoas e or-ganizações não são capazes de enxer-gar o simples, de avaliar a importânciado tempo na vida moderna, no desloca-mento entre espaços urbanos. Na erada informática, da comunicação, da vidadigital, existem milhões de pessoas emtodo o mundo realizando enorme esfor-ço para burocratizar. Vamos nos limitarao Brasil e comentar alguns exemplosque conflitam com a racionalidade, coma competitividade e com o bem-viver.

Tempos atrás, numa reunião quediscutia a melhoria do trânsito em Goi-ânia, me demandaram sugestões. To-dos se prepararam para ouvir as mes-mas de sempre, ou seja: viadutos, in-versões de mão, menos ou mais sinaisde trânsito, etc. Para espanto geral,sugeri que se os órgãos públicos agili-zassem o atendimento por telefone/fax,correio eletrônico, carta ou qualqueroutro meio que não fosse preciso sedeslocar até a repartição, o trânsito deGoiânia melhoraria.

Somos um país do papel, do carim-bo, das firmas reconhecidas, das au-tenticações; crescem assustadoramen-te os requisitos para ajuntar documen-

tos nas petições de qualquer natureza.Estamos na era do computador, afun-dando em papéis e enterrando a pala-vra. Mas não é só o poder público quedisputa a maratona da burocracia. Aempresa privada segue o mesmo rumo.Relatou-me um amigo que, anos atrás,era fácil comprar uma peça de trator.Hoje, se não souber o código da peça, asituação se complica. Outro amigo dis-se-me que para solicitar um serviço auma das telefônicas locais, teve que li-gar para uma central, digitar o númerodo seu telefone e o CPF, digitar o servi-ço que queria. Foi atendido por uma pes-soa que lhe pediu os mesmos dados quejá havia digitado e o remeteu a um ter-ceiro, para quem foi obrigado novamen-te a repetir os dados. Entre a ligação, achateação e o atendimento, decorreram20 minutos - é tempo demais para segastar com burocracia.

Vou dar agora um exemplo pesso-al. Por força da profissão, fico sempre

atento ao que se denomina “tempo emovimento”, ou seja, como é feita umatarefa e em quanto tempo. Reparei queos caixas bancários são obrigados adigitar, em média, para operações depagamento, cerca de 30 toques. Já con-tei mais de 40! Isso é resultado de ex-cesso de controle, pois na realidade oscaixas fazem o serviço administrativotambém. Quem perde: a saúde do fun-cionário, o cliente que espera mais tem-po e a produtividade do trabalho no País.Quem ganha: a burocracia, pelo exces-so de controle adotado na operação.

Outro dia, perguntei a um especia-lista em assessoria tributária como iaseu negócio. Ele respondeu que haviarestringido o serviço diminuindo o aten-dimento referente a um tributo em es-pecial. Perguntei por que. Imediata-mente, sem vacilar, respondeu: não es-távamos dando conta de acompanharas alterações deste imposto.

Recomendo às empresas, urgen-temente, refletir sobre o assunto, poiso bom atendimento, seja pessoal, sejapor telefone, representa uma chancede realizar o negócio e atender bemo cliente e respeitar seu precioso tem-po. À sociedade brasileira, faço umalerta: lute contra o monstro da buro-cracia, quer na administração públi-ca, quer na particular, pois a continu-ar assim, haverá perda de competiti-vidade da economia brasileira comoum todo frente às economias maiságeis do mundo global.

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43G O I Á S I N D U S T R I A L

SINDICATOS FILIADOS À FIEG

SIAEGSIAEGSIAEGSIAEGSIAEGSindicato das Indústrias de Alimentação no Estado de GoiásPresidente: Sandro MabelFone (62) 224-4253 Fax 224-9226 - [email protected]

SIEEGSIEEGSIEEGSIEEGSIEEGSindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e doDistrito FederalPresidente: Orlando Alves CarneiroFone (62) 212-6092 Fax 212-6092 - [email protected]

SIGEGOSIGEGOSIGEGOSIGEGOSIGEGOSindicato das Indústrias Gráficas no Estado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 223-6515 Fax 225-4988 - [email protected]

SIMELGOSIMELGOSIMELGOSIMELGOSIMELGOSindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas ede Material Elétrico do Estado de GoiásPresidente: Hélio NavesFone/Fax (62) 224-4462 - [email protected]

SIMPLAGOSIMPLAGOSIMPLAGOSIMPLAGOSIMPLAGOSindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado deGoiásPresidente: Jorge Luiz Biazuz MeisterFone (62) 229-2427 Fax 224-5405 - [email protected]

SINCAFÉSINCAFÉSINCAFÉSINCAFÉSINCAFÉSindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café noEstado de GoiásPresidente: Sávio Cruvinel CâmaraFone (62) 212-7473 Fax 212-5249 - [email protected]

SINDAGOSINDAGOSINDAGOSINDAGOSINDAGOSindicato dos Areeiros do Estado de GoiásPresidente: Carlos Alberto DinizFone/Fax (62) 224-5583 - [email protected]

SINDIALFSINDIALFSINDIALFSINDIALFSINDIALFSindicato das Indústrias de Alfaiataria e ConfecçãodeRoupas para Homens no Estado de GoiásPresidente: Daniel VianaFone (62) 223-2050

SINDIBRITASINDIBRITASINDIBRITASINDIBRITASINDIBRITASindicato das Indústrias Extrativas de Pedreiras do Estado deGO, TO e DFPresidente: Fábio RassiFone (62) 224-9983 Fax 223-6667 - [email protected]

SINDICALCESINDICALCESINDICALCESINDICALCESINDICALCESindicato das Indústrias de Calçados no Estado de GoiásPresidente: Flávio FerrariFone (62) 225-6412 Fax 225-6402 - [email protected]

SINDICARNESINDICARNESINDICARNESINDICARNESINDICARNESindicato das Indústrias de Carnes e Derivados noEstado de Goiás e Distrito FederalPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 229-1187 e 212-1521 [email protected]

SINDICATOS COM SEDE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS - FIEGAv. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia / GO, CEP 74043-010

SINDICATOS COM SEDE EM ANÁPOLISAv. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis / GO CEP 75113-630

Fone/Fax (62) 324-5768 / 311-5565e-mail: [email protected]

SIAASIAASIAASIAASIAASindicato das Indústrias da Alimentação de AnápolisPresidente: Wilson de Oliveira

SICMASICMASICMASICMASICMASindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário deAnápolisPresidente: Ubiratan da Silva Lopes

SIMEASIMEASIMEASIMEASIMEASindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de AnápolisPresidente: Elton de Teles Campos

SINCERAMSINCERAMSINCERAMSINCERAMSINCERAMSindicato das Indústrias de Cerâmica no Estado de GoiásPresidente: Laerte Simão

SIVASIVASIVASIVASIVASindicato das Indústrias do Vestuário de AnápolisPresidente: José Vieira Gomide Júnior

SIAGOSIAGOSIAGOSIAGOSIAGOSindicato das Indústrias do Arroz no Estado de GoiásPresidente: Pedro Alves de OliveiraRua T-45, n.º 60 - Setor Bueno - CEP 74210-160 - Goiânia - GOFone (62) 25l-3166 Fax 25l-3691- [email protected]

SIFAÇUCARSIFAÇUCARSIFAÇUCARSIFAÇUCARSIFAÇUCARSindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado deGoiásPresidente: Segundo Braoios MartinezPresidente Executivo: Igor Montenegro Celestino OttoRua C-236, nº 44 - Jardim América - CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 274-3133 Fax (62) 251-1045

SIFAEGSIFAEGSIFAEGSIFAEGSIFAEGSindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool no Estado deGoiásPresidente: Segundo Braoios MartinezPresidente Executivo: Igor Montenegro Celestino OttoRua C-236, nº 44 - Jardim América - CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 274-3133 (62) 251-1045 - [email protected]

SIMAGRANSIMAGRANSIMAGRANSIMAGRANSIMAGRANSindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado deGoiásPresidente: Luís Antônio VessaniRua T-30, nº 2.105 - Setor Bueno - CEP 74215-060 - Goiânia - GOFone/Fax (62) 285-7009 - [email protected]

SIMESGOSIMESGOSIMESGOSIMESGOSIMESGOSindicato da Indústria Metalúrgica, Mecânica e de MaterialElétricodo Sudoeste GoianoPresidente: Welington Soares CarrijoAv. Pauzanes de Carvalho, nº 1147 - Bairro Primavera - CEP 75900-00 - Rio Verde - GOFone (64) 623-0591 Fax (64) 612-7984

SINDUSCON-GOSINDUSCON-GOSINDUSCON-GOSINDUSCON-GOSINDUSCON-GOSindicato da Indústria da Construção no Estado de GoiásPresidente: Joviano Teixeira JardimRua João de Abreu, n.º 427 - Setor Oeste - CEP 74120-110 -Goiânia - GOFone (62) 3095-5155 Fax 3095-5176/5177 [email protected]

SINROUPASSINROUPASSINROUPASSINROUPASSINROUPASSindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral deGoiâniaPresidente: Frederico Martins EvangelistaRua 1.137, nº 87 - Setor Marista - CEP 74180-160 - Goiânia - GOFone Fax (62) 278-4477 - [email protected]

SINDICATOS COM SEDE EM OUTROS ENDEREÇOS

SINDICURTUMESINDICURTUMESINDICURTUMESINDICURTUMESINDICURTUMESindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estadode GoiásPresidente: João EssadoFone (62) 213-4900 Fax 212-3970 - [email protected]

SINDIGESSOSINDIGESSOSINDIGESSOSINDIGESSOSINDIGESSOSindicato das Indústrias de Gesso, Decorações, Estuques eOrnatos do Estado de GoiásPresidente: José Luiz Martin AbuliFone (62) 225-7888 - [email protected]

SINDILEITESINDILEITESINDILEITESINDILEITESINDILEITESindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de GoiásPresidente: César HelouFone (62) 212-1135 Fax 212-8885 - [email protected]

SINDIPÃOSINDIPÃOSINDIPÃOSINDIPÃOSINDIPÃOSindicato das Indústrias de Panificação e Confeitariano Estado de GoiásPresidente: Luiz Gonzaga de AlmeidaFone (62) 225-1076 Fax 225-1016 - [email protected]

SINDIREPASINDIREPASINDIREPASINDIREPASINDIREPASindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessóriosdo Estado de GoiásPresidente: Aldrovando Divino de Castro JúniorFone (62) 224-0121 - [email protected]

SINDMÓVEISSINDMÓVEISSINDMÓVEISSINDMÓVEISSINDMÓVEISSindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos deMadeira no Estado de GoiásPresidente: Carlos Alberto Vieira SoaresFone/Fax (62) 224-7296 - [email protected]

SINDTRIGOSINDTRIGOSINDTRIGOSINDTRIGOSINDTRIGOSindicato dos Moinhos de Trigo da Região Centro-OestePresidente: Aluísio Quintanilha de BarrosFone (62) 223-9703 - [email protected]

SININCEGSININCEGSININCEGSININCEGSININCEGSindicato das Indústrias de Calcário, Cal e Derivados no Estadode GoiásPresidente: Raimundo Viana DutraFone (62) 223-6667 Fax 224-9983 - [email protected]

SINPROCIMSINPROCIMSINPROCIMSINPROCIMSINPROCIMSindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado deGoiásPresidente: Marley Antônio da RochaFone (62) 224-0456 Fax 224-0338 - [email protected]

SINQUIGOSINQUIGOSINQUIGOSINQUIGOSINQUIGOSindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas no Estado deGoiásPresidente: Eduardo Cunha ZuppaniFone (62) 212-3794 Fax 225-0074 - [email protected]

SINVESTSINVESTSINVESTSINVESTSINVESTSindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de GoiásPresidente: Roberto Guimarães MendesFone/Fax (62) 225-8933 - [email protected]

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