Gota e ácido úrico

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    Gota e cido rico

    Saiba porque nveis elevados de cido rico esto relacionados ao aparecimento da gota edescubra quais alimentos evitar.

    A gota uma doena caracterizada por ataques episdicos de artrites (inflamao dasarticulaes) causada por elevados nveis sanguneos de cido rico.

    O cido rico uma substncia produzida no fgado, derivada do metabolismo da purina, um tipode protena presente no nosso corpo e nos alimento que ingerimos. Quanto maior a ingesto depurinas, maior a produo de cido rico.

    Durante a evoluo das espcies, o ser humano perdeu a capacidade de produzir uma enzimachamada uricase, que transforma o cido rico em alantoina, uma substncia muito mais solvelno sangue. Como resultado, os humanos apresentam nveis de cido rico muito mais altos doque a maioria dos outro mamferos e necessita do rim para elimin-lo de forma eficiente,impedindo o seu acmulo.

    Os nossos nveis normais de cido rico esto muito prximos do limite de solubilidade, epequenos aumentos na sua concentrao causam precipitao deste nos tecidos. O cido rico mais solvel em temperaturas acima de 37C, que a temperatura do sangue. Porm, nas nossasarticulaes, a temperatura mais baixa (toque no seu joelho e compare a temperatura deste coma coxas ou pernas) o que favorece a deposio de cristais nestes locais. O cido rico precipita naforma de urato de sdio.

    Resumindo: O cido rico fica dissolvido no sangue at nveis prximos das 7 mg/dl. A partir destevalor, quanto mais alto for sua concentrao, maior a chance de cristalizao e deposio nostecidos, primeiro nas articulaes que so as regies de menor temperatura do corpo, e conformeo nvel sanguneo se eleva, qualquer tecido pode ser acometido. So necessrios alguns anos de

    cido rico elevado sem tratamento para se desenvolver gota.Quando ocorre deposio de cristais de urato nas articulaes, estes provocam uma intensareao inflamatria (leia: O que o pus ? O que um abscesso? O que uma inflamao?)levando a uma artrite muito dolorosa. Isto a gota.

    A artrite ocorre primeiramente em apenas uma articulao por crise. As principais so asarticulaes do primeiro dedo do p (dedo do p) ou em um dos joelhos. A artrite to dolorosaque algumas pessoas no conseguem sequer cobrir os ps, pois s o contato do cobertor com area inflamada j causa uma fortssima dor. Pode haver calafrios e febre.

    Reparem nas 2 fotos abaixo de uma artrite gotosa do primeiro dedo, com edema e vermelhido domesmo.

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    O ataque de gota dura alguns dias e depois desaparece. O intervalo entre a primeira e segundacrises pode durar at 2 anos. Se no tratada, as crises de gota comeam a ficar mais frequentes eintensas, podendo acometer mais de uma articulao por vez.

    Ao longo dos anos a gota no tratada leva a formao de tofos nas articulaes, causados pordeposio crnica de cristais de urato, levando a deformidades como nas fotos abaixo de joelho emos. Essa fase chamada de gota tofcea.

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    O excesso de cido rico tambm pode levar a formao de clculos renais de cido rico edeposio de urato e formao de tofos nos rins, causando insuficincia renal crnica (leia:CLCULO RENAL (PEDRAS NOs RINS) e VOC SABE O QUE CREATININA? )

    Como j explicado, a gota causada por prologados nveis elevados de cido rico sanguneo.Porm, nem todo mundo que tem cido rico alto, chamado de hiperuricemia, desenvolve gota.Algumas pessoas mantm-se anos com nveis de cido rico maiores que 7 mg/dl e nuncaapresentam artrite gotosa ou doena renal. O porqu disto, ningum sabe.

    A gota muito mais comum em homens e ocorre entre 35 e 45 anos. Nas mulheres costumaocorrer apenas aps a menopausa.

    Os principais fatores de risco para gota so:

    Obesidade

    Hipertenso

    Trauma

    Longos perodos de jejum

    Consumo de lcool

    Grande ingesto de alimentos ricos em purina

    Uso de medicamentos que aumentam o cido rico, como diurticos

    Os alimentos ricos em purina so:

    Carnes: bacon, porco, vitela, cabrito, carneiro, midos (fgado, corao, rim, lngua)

    Peixes e frutos do mar: salmo, sardinha, truta, bacalhau, ovas de peixe, caviar, marisco,ostra, camaro.

    Aves: peru e ganso

    Bebidas alcolicas

    Alimentos com moderada quantidade de purinas:

    Carnes: vaca, novilho e coelho

    Aves: Frango e pato

    Frutos do mar: Lagosta e carangueijo

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    Leguminosas: feijo, gro-de-bico, ervilha, lentilha, aspargos, cogumelos, couve-flor,espinafre

    Alimentos com baixo ou nenhum teor de purina

    Leite, ch, caf, chocolate, queijo amarelo magro, ovo cozido, cereais como po, macarro, fub,batata, arroz branco, milho, mandioca, sagu, vegetais (couve, repolho, alface, acelga e agrio),frutos secos, doces e frutas (mesmo as cidas)

    O diagnstico da gota feito pelo quadro clnico associado a nveis elevados de cido rico. Nadvida pode-se puncionar lquido das articulaes e comprovar a presena de cristais de urato

    O tratamento da gota se divide em 2 fases: o tratamento da crise e a profilaxia das crises. A gotano tem cura, mas pode ser muito bem controlada.

    Durante a crise de gota o tratamento feito com antiinflamatrios comuns (leia: AO EEFEITOS COLATERAIS DOS ANTIINFLAMATRIOS ) e colchicina.

    Uma vez cessada a crise de gota, o tratamento se volta para a diminuio dos nveis de cidorico, e a droga mais usada para este objetivo o Alopurinol. importante ressaltar que no sedeve comear o Alopurinol durante as crises, pois h risco de piora do quadro. Quem j o usa,deve manter a mesma dose, no precisa suspend-lo.

    Sugere-se manter a colchicina para evitar novas crises enquanto os nveis de cido rico aindano tiverem sido reduzidos pelo alopurinol. Podem ser necessrios alguns meses de tratamentoat se atingir valores desejveis.

    Como a maioria dos pacientes com cido rico elevado no apresentam gota ou clculo renal, oconsenso atual indica no usar alopurinol nestes casos. S se comea teraputica se houver umprimeiro episdio de crise de gota, clculo renal, ou se os nveis de cido rico forem acima de 13mg/dl no homem e 10 mg/dl na mulher.

    Com uma dieta correta e reduo dos nveis de cido rico, o paciente consegue se ver livre dascrises e impede leses renais e das articulaes.

    Saiba os riscos e efeitos colaterais do uso indiscriminado dos antiinflamatrios

    Os antiinflamatrios no esteroidais (AINES) so uma das classes de medicamentos mais usadasno mundo. Existem mais de 20 drogas diferentes, sendo as mais famosas:

    - AAS ( acido acetilsaliclico)

    - Diclofenaco

    - Ibuprofeno

    - Naproxeno

    - Indometacina

    - Cetoprofeno

    - Acido mefenmico

    - Piroxican

    - Colecoxib

    So drogas que apresentam mecanismos de ao semelhantes, mas com particularidades entreelas. Todos os antiinflamatrios apresentam 3 efeitos bsicos: Antipirtico (abaixa a febre),analgsico (reduz a dor) e antiinflamatrio. As diferenas costumam ser na potncia de cada umadas 3 aes e nos efeitos colaterais, alguns indesejveis, outros teis em algumas patologias noinflamatrias.

    Os AINES agem inibindo uma enzima chamada ciclooxigenase que produz outra chamada

    prostaglandina. So essas as substncias responsveis pela inflamao e dor. Porm, existemmais de um tipo de prostaglandina e ciclooxigenase, apresentando outras funes alm de mediar

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    processo inflamatrios. Como a inibio realizada pelos antiinflamatrios no seletiva, alm deabortar a inflamao, ocorre tambm uma alterao nos efeitos benficos dessas substncias.

    As prostaglandinas so responsveis pelos seguintes efeitos no organismo:

    - Proteo do estmago contra cidos produzidos no seu interior=> Quando as prostaglandinasso inibidas, aumenta-se o risco de formao de gastrite e lceras. Uma das principais causasde hemorragia digestiva uso indiscriminado de AINES. O Colecoxib de uma classe

    chamada inibidores da COX2 que no afeta as prostaglandinas do estmago e por isso causammenos leses gstricas.

    - Fluxo de sangue no rins => Pessoas normais conseguem tolerar essas alteraes, maspacientes com problemas renais dependem muito das prostaglandinas para funo dos rins, e suainibio pode levar a um quadro de insuficincia renal aguda. No existe nenhumantiinflamatrio que no piore a funo renal em pacientes com insuficincia renal. Sotodos contra-indicados neste caso.

    - Coagulao sangunea => Todos os AINES atuam nas plaquetas, diminuindo sua atividade. OAAS a substncia que mais inibe a funo das plaquetas. Esse efeito colateral frequentementeaproveitado em doentes com risco de infarto e AVE. o que os leigos chamam de "afinar osangue". Neste caso, o efeito colateral benfico. Mas essa inibio das plaquetas e dacoagulao pode ser perigosa em doentes que se submetero a cirurgias ou que apresentemalgum traumatismo. Deve-se sempre suspender o AAS 7 dias antes das operaes.

    Os AINES so drogas seguras se administradas com indicao mdica. O problema que estatalvez seja a classe de drogas mais auto-prescrita pela populao. Existem inmeros efeitoscolaterais e interaes com outros medicamentos que devem ser levados em conta antes detom-los.

    Alm dos efeitos j descritos acima, tambm podem ocorrer:

    - Piora da hipertenso

    - Inibio da ao dos diurticos

    - Piora da insuficincia cardaca- Piora da funo renal em pacientes com doena avanada de fgado

    - Sndrome nefrotica- Hepatite medicamentosa

    - Interao com Varfarina]

    - Reao alrgica

    Portanto, apesar de ser uma droga muito usada e segura, ela est longe de no apresentarcomplicaes. Seu uso sem critrios pode levar a consequncias graves.

    Um dos mais famosos casos de presso da indstria farmacutica na aprovao de drogasaconteceu sobre os inibidores da COX2. No havia estudos suficientes sobre efeitos colaterais e

    h suspeitas de ocultao de dados. Aps ser lanada com grande repercusso pela poucatoxicidade gstrica, o Rofecoxib (VIOXX) foi retirado do mercado quando um estudo que tentavaprovar seu benefcio no cncer de clon, mostrou um aumento de infartos e AVEs nos pacientesque estavam tomando esta droga.

    Saiba quais so os remdios que podem lesionar os rins e so contra-indicados para quemtem doena renal

    Vrias drogas podem causar leso aos rins e algumas delas so contra-indicadas em pacientescom insuficincia renal. So chamadas de drogas nefrotxicas.

    Vrias delas so extremamente comuns e muitas vezes vendidas sem prescrio mdica.Voufalar um pouquinho das principais:

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    ATENO: esse texto no tem como objetivo assustar ningum, nem fazer propaganda contramedicamentos. O objetivo mostrar como a auto-medicao pode ser perigosa e trazer prejuzosque as pessoas nem imaginam que possam acontecer.

    Tenho costume de prescrever todas as drogas citadas abaixo e quase no vejo intercorrnciasporque costumo indic-las com critrio.

    1.) ANTIINFLAMATRIOS

    Ogrande vilo dos rins so os antiinflamatrios. O principal efeito a reduo na filtrao renal.Pessoas normais toleram essa alterao sem maiores complicaes. O problema ocorre naquelesque tem insuficincia renal (principalmente em fases avanadas), e portanto, j apresentam afiltrao renal diminuda de base. Esse grupo apresenta grande risco de falncia renal aguda e svezes necessitam de hemodilise de urgncia. O risco cresce a partir do 3 dia de uso.

    Outra leso relacionada ao antiinflamatrios a nefrite intersticial, uma espcie de reao alrgicalocalizada no rim. A nefrite intersticial pode ser causada por vrias drogas, e se apresentaprincipalmente como uma insuficincia renal aguda, com rpida elevao da creatinina (VOCSABE O QUE CREATININA ?). No caso dos antiinflamatrios ela apresenta uma caracterstica

    especial que a presena concomitante de proteinria e sndrome nefrtica ( leia PROTEINRIA,URINA ESPUMOSA E SNDROME NEFRTICA )

    bom deixar claro que a nefrite intersticial no uma reao comum, principalmente se levarmosem conta a quantidade de pessoas que tomam antiinflamatrios no mundo.

    Um terceiro tipo de leso, mais incomum ainda, o induzido por uso crnico de antiinflamatrios,mesmo em pessoas normais. Parece que, para pessoas com rins normais desenvolverem lesorenal pelo uso prolongado, so necessrios no mnimo 5000 comprimidos ao longo da vida. Issoequivale a 7 anos de antiinflamatrios dirios em um regime de 12/12 horas.

    2.) ANTIBITICOS

    Os antibiticos tambm so causa de nefrite intersticial. Diferentemente da nefrite pelosantiinflamatrios, no caso dos antibiticos a proteinria pequena, mas outros sintomas comofebre e manchas vermelhas pelo corpo associado a insuficincia renal aguda, ocorrem com maiorfrequncia.

    Vrios antibiticos podem causar nefrite intersticial, principalmente as penicilinas, rifampicina,ciprofloxacina e trimetoprim/sulfametoxazol (Bactrim)

    Alguns antibiticos so nefrotxicos por natureza e devem ser evitados em doente renaiscrnicos. So eles:

    - Aminiglicosdeos: Gentamicina, Amicacina, Estreptomicina, Tobramicina e Neomicina

    - Anfotericina B- Pentamidina

    3.) ANALGSICOS

    A leso renal renal pelo uso prolongado de analgsicos era muito comum at a dcada de 80, ecaiu vertiginosamente aps a retirada da Fenacetina do mercado. Hoje as leses relacionadas aosanalgsicos so causados pelo uso dirio e prolongado do Paracetamol (acetaminofeno),principalmente se associado ao cido acetilsaliclico (AAS). Tambm so leses raras, mas queexistem.

    A Dipirona muito pouco usada na Europa e nos EUA, por isso existem poucos estudos sobreseu toxicidade renal.

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    4.) CONTRASTE DE EXAME RADIOLGICO

    Doentes com insuficincia renal devem evitar contrastes radiolgicos sempre que possvel. Se oexame for imprescindvel, deve-se realizar uma preparao do paciente para minimizar os efeitos.Os principais exames que usam contrastes nefrotxicos so:

    - Tomografia computadorizada

    - Cateterismo cardaco- Urografia excretora

    - Angiografia

    - Ressonncia magntica (perigoso apenas em insuficincia renal avanada)

    5.) OUTRAS DROGAS

    - LTIO: usada principalmente no distrbio bipolar ( antigo distrbio manaco-depressivo)

    - ACICLOVIR: anti-viral

    - INDINAVIR: anti-retroviral usado na SIDA (AIDS)- CICLOSPORINA: imunossupressor usado em transplantes e doenas auto-imunes

    - TACROLIMUS: igual ciclosporina

    - CICLOFOSFAMIDA: imunosupressor usado em doenas auto-imunes e algumas neoplasias

    Existem cada vez mais relatos sobre casos de leso renal induzidas pelas chamadas ervaschinesas tradicionais. J so mais de 150 casos de pessoas que usavam essas ervas paraemagrecer e desenvolveram insuficincia renal aguda com necessidade de hemodilise.

    Poucos so os procedimentos mdicos isentos de riscos. A auto-medicao perigosa e importante conhecer os principais efeitos colaterais para poder detect-los precocemente. No atoa que grande maioria dos mdico passa por uma formao de pelo menos 10 anos.

    Saiba o que pode causar sangue na urina e quais os seus riscos

    Hematria o nome que se d a presena de sangue na urina.

    Existem algumas maneiras de caracteriz-la:

    - Macroscpica, quando pode ser vista a olho nu, ou microscpica, quando s detectada emanlises de urina.

    - Hematria com ou sem cogulos.

    - Hamtria dismrfica ou monomrfica (explico adiante).

    - Hematria persistente ou intermitente.

    - Hematria isolada ou acompanhada de outros sinais e sintomas.

    A hematria pode ter origem em qualquer stio do trato urinrio: rins, ureter, bexiga, prstata ouuretra.

    As principais causas so:

    Cncer(renal, bexiga e prstata)

    Clculo urinrio

    - Infeco urinria (Cistite ou pielonefrite)- Hiperplasia da prstata (aumento benigno)

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    - Glomerulonefrite

    - Anemia falciforme

    - Rins policsticos

    - Trauma

    - Drogas

    - Tuberculose urinria

    - Esforo fsico

    - Excesso de clcio na urina

    J deu para perceber que as causas so mltiplas e que nem sempre a investigao tosimples.

    importante salientar que mulheres durante o perodo menstrual podem apresentar hematria,que nada mais do que sangue vaginal que cai na urina. A anlise precisa ser feita fora damenstruao para ter valor.

    Algumas vezes os sinais e sintomas que acompanham a hematria, tornam o diagnstico fcil:

    - Mulheres jovens com ardncia ao urinar => Cistite.

    - Febre, calafrios e vmitos => Pielonefrite.

    - Intensa dor lombar com irradiao para virilha => Clculo urinrio

    - Idoso com jato urinrio fraco => Hiperplasia de prstata

    Outras vezes a histria clnica ajuda, como no caso de anemia falciforme, traumas, uso demedicamentos ou esforo fsico.

    Quando no h causa aparente, inicia-se uma investigao mais complexa. O primeiro passo

    diferenciar se o sangue vem dos glomrulos (o glomrulo est para o rim como os neurniosesto para o crebro) ou de outro ponto do trato urinrio. Para isso, pede-se o exame dedismorfismo eritrocitrio (feito em uma coleta simples de urina), que em caso de positivo, indicauma glomerulonefrite (leia: O QUE UMA GLOMERULONEFRITE ?)

    A presena de cogulos na urina, praticamente excluiu o diagnstico de glomerulonefrite.

    Uma vez excluda causa glomerular, indica-se investigao radiolgica com ultra-som (ecografia)ou tomografia computadorizada.

    Outro exame importante a citologia urinria para avaliar presena de clulas cancergenas naurina. A cistoscopia (exame endoscpico) pode ser feita para pesquisar neoplasia da bexiga.

    A hematria pode aparecer aps intenso esforo fsico e costuma no ter nenhum significado

    clnico. Sangramentos em jovens, sem outros sintomas ou sinais associados e sem alterao dacreatinina, tambm costumam ser benignos e devem ser apenas acompanhados periodicamente,assim como hematria transitria.

    Os 2 principais diagnsticos de hematrias sem causa aparente mais investigados, so o cncer ea glomerulonefrite. O primeiro por motivos bvios e o segundo por poder levar a insuficinciarenal.

    O cncer deve ser sempre descartado em pessoas com mais de 50 anos, fumantes, comemagrecimento ou dor ssea associado.

    Na suspeita de doena glomerular muitas vezes necessrio recorrer a bipsia renal praidentificar a doena que est acometendo o rim.

    importante saber que uma urina escurecida, alaranjada ou mesmo avermelhada pode nosignificar sangue. S o exame de urina que pode confirmar a presena ou no de hematria.

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    Antibiticos e antiinflamatrios so duas drogas completamente diferentes. Entenda.

    Qual a diferena entre antibiticos e antiinflamatrios ?

    So classes de drogas distintas, mas que causam uma tremenda confuso nos pacientes. Noso poucas as pessoas que confundem um com outro.Antibiticos

    So drogas usadas para combater infeces causadas por microrganismos, em geral bactrias,que invadem nosso corpo.

    O termo bio vem do grego bos, que significa vida, ser vivo. Por isso, biografia, biologia, biosfera,micrbio etc..

    Os antibiticos esto indicados em diversas patologias, todas elas tem em comum o fato de seremcausadas por microrganismos. Podemos citar a pneumonia, infeco urinria, amigdalite,meningite e tuberculose, s para ficar nos mais comuns.

    Os antibiticos no agem sobre os vrus. Contra esses existem os antivirais. Por isso que doenascomo gripe, HIV, herpes e dengue no so tratadas com antibiticos.

    Os antibiticos mais comuns e mais antigos so do grupo da penicilina, descoberta em 1928, mass usada com sucesso em humanos em 1942. Hoje existem vrias classes de antibiticos, comcaractersticas diferentes que as tornam mais ou menos eficientes, dependendo da bactria queest causando a infeco.

    No existe um antibitico que cubra todas as bactrias. Por isso, existem vrias classes destadroga. De acordo com a bactria responsvel pela infeco, ns mdicos escolhemos um tipo deantibitico mais indicado.

    O uso indiscriminado de antibiticos pode levar ao surgimento de bactrias resistentes, logo, nose automedique, pois poder em vez de tratar a infeco, criar uma difcil de ser erradicada.

    Antiinflamatrios

    A inflamao uma resposta do nosso corpo a uma agresso sofrida. Ela faz parte do nossosistema imune. Toda vez que alguma rea do nosso organismo sofre uma agresso, existe umrecrutamento das clulas de defesa para o local. So as reaes qumicas deste processo quelevam a inflamao, caracterizada na clnica pelos seguintes sinais e sintomas: calor, rubor, dor einchao.

    Para entender melhor o processo inflamatrio, leia: O que o pus ? O que um abscesso? O que uma infeco?

    O exemplo mais fcil de se dar so os traumas. Quem nunca bateu com fora com alguma reado corpo e ficou como mesmo, vermelho, inchado e dolorido?

    As inflamaes podem ter vrias origens, entre elas trauma, processos alrgicos, queimaduras,contato com substncias txicas e microrganismos.

    O termo infeco dado a toda inflamao causada por um microrganismo. Por isso, no incomum associarmos antiinflamatrios com antibiticos. O primeiro trata os sintomas e osegundo o agente causador.

    Portanto, antiinflamatrios so substncias usadas para diminuir os efeitos indesejveis destareao de defesa do organismo.

    Estes medicamentos tm como caracterstica alm de diminuir os sinais de inflamao, o alvio dador e da febre. As substncias mais comum desse grupo so: Diclofenac, ibuprofeno, meloxicam,piroxicam e cetoprofeno.

    Resumidamente, infeces so tratadas com antibiticos e processos inflamatrios ( seminfeco) com os antiinflamatrios.

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    No h nenhum problema em se associar um antiinflamatrio a um antibiticos. Pelo contrrio, oprimeiro alivia os sintomas da inflamao enquanto o segundo ainda no fez efeito.

    Saiba as indicaes e quais so os principais remdios diurticos disponveis.

    A classe dos diurticos uma das mais usadas na medicina, estando indicada em vrias

    doenas como hipertenso, insuficincia cardaca, cirrose heptica e outros que falarei com maisdetalhes abaixo.

    Quais so os principais diurticos na prtica clnica ?

    Diurticos de ala

    - Furosemida

    Diurticos tiazdicos

    - Hidroclorotiazida

    - Clortalidona

    - Indapamida

    Diurticos poupadores de potssio

    - Espironolactona

    - Amilorida

    - Triantereno

    Ainda existem o Manitol e a Acetazolamida que so usados apenas em situaes especficas.

    E diurtico tudo igual? No, cada uma das 3 famlias descritas acima age em um local do tbulorenal, apresenta efeitos diferentes e consequentemente indicaes para doenas distintas. Comoagem em locais diferentes, no se assustem se o seu mdico eventualmente prescrever 2 classesde diurticos ao mesmo tempo. No h nada de errado nesta conduta.

    Mas, apesar do mecanismo de ao distinto, todos eles apresentam uma caracterstica emcomum: aumentam a excreo de sdio (sal) e gua pela urina. Na verdade, os diurticos agemprimariamente aumentando a excreo de sdio. Como no podemos urinar sal, o rim aumenta aquantidade de gua excretada para poder diluir e eliminar esse sdio todo na urina.

    Para o diurtico apresentar efeito mximo, necessrio uma dieta pobre em sal. O objetivo diminuir a quantidade de sdio do organismo, e isso s possvel se excretarmos mais sdio doque consumirmos (a perda tem ser maior que o ganho). Se o paciente consome muito sal, mesmoque o diurtico aumente sua excreo, o balano ainda ser positivo.

    Vou falar um pouquinho das 3 principais classes e suas indicaes

    1) Diurticos de ala

    O mais famoso diurtico de ala a furosemida (mais conhecida como Lasix). o diurtico maispotente. Para se ter uma idia, em pessoas normais apenas 0,4% do sdio filtrado nos rins sai naurina, os 99,6% restantes retornam para o sangue. Com o incio da furosemida, o sdio excretadopula para 20%.

    Por isso a furosemida est indicada em doenas que apresentam reteno de sdio e lquidoscomo insuficincia cardaca, cirrose, sndrome nefrtica e insuficincia renal.

    A furosemida no um bom diurtico para hipertenso em pessoas que no tenhamconcomitantemente as doenas citadas acima. Seus resultados neste grupo de pacientes somuito inferiores aos tiazdicos.

    Seu efeito dura apenas 6 horas, por isso normalmente administrado 2x por dia.

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    Os efeitos colaterais mais comuns da furosemida: baixa de potssio, baixa de magnsio,desidratao, cimbras, hipotenso, aumento do cido rico. Edema de rebote pode ocorrer apssuspenso sbita.

    2) Diurticos Tiazdicos

    Os 2 mais famosos so a hidroclorotiazida e a indapamida. Promovem uma diurese menor que afurosemida, mas por terem um efeito que dura at 24h, a perda de sdio e gua constante. So

    os diurticos mais indicados na hipertenso em doentes com funo renal normal, pois alm dediminuir o sdio eles tambm tem ao vasodilatadora. Em pacientes com menos de 30% defuno renal, os tiazdicos no funcionam. Se no houver contra-indicaes, devem ser a primeiraou no mximo a segunda escolha no tratamento da hipertenso.

    Os efeitos colaterais mais comuns dos tiazdicos: Todos da furosemida, alm de aumento daglicose e do colesterol em algumas pessoas.

    3) Diurticos poupadores de potssio

    O mais usado a espironolactona. Essa classe possui esse nome porque a nica que noaumenta a excreo de potssio na urina. Um dos efeitos colaterais dos tiazdicos e furosemida a diminuio deste eletrlito no sangue por excesso de perda urinria. Os poupadores de potssio

    agem excretando sdio e diminuindo a excreo de potssio. Isso timo para quem tempotssio baixo e perigoso para quem tem alto. o grupo de diurticos mais fraco e esto contra-indicados na insuficincia renal avanada. So muito usados em associao com outrosdiurticos.

    A espironolactona tambm inibe um hormnio chamado aldosterona ( leia sobre a supra-renal),que quando aumentado, piora a insuficincia cardaca e a cirrose. Por isso, ela muito usadanessas 2 doenas junto com a furosemida.

    Os efeitos colaterais mais comuns da espironolactona so o aumento do potssio, ginecomastia,aumento de pelos e alteraes menstruais.

    Doenas em que indica-se o uso de diurticos:

    - Insuficincia cardaca- Insuficincia renal

    - Hipertenso

    - Sndrome nefrtica

    - Cirrose

    - Hipercalemia ou hipocalemia ( potssio elevado e baixo respectivamente)

    - Diabetes Inspidus ( No confundir com diabetes melitus)

    - Edema cerebral

    - Glaucoma- Hipercalcemia ( aumento do clcio)

    Saiba o que significa uma urina muito espumosa.

    Nas minhas revises sobre quais os termos de procura do Google que mais trazem pessoas aomeu blog, descobri que a proteinria (presena de protena na urina) era uma palavra queaparecia com certa frequncia, apesar de no haver nenhum texto especifico sobre o assunto.

    Provavelmente so pessoas que apresentam esse diagnstico e no recebem a devida explicaodo significado do quadro.

    Ento, vamos falar de proteinria, microalbuminuria e sindrome nefrtica.

    Uma das funes bsicas dos rins excretar na urina as substncias em excesso, txicas ou queno tenham funo. Obviamente, as protenas no se enquadram nesta definio, e portanto, nodevem ser excretadas na urina. Na verdade, pequenas quantidades podem sair, algo em torno de

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    150mg por dia, que considerado o valor limite da normalidade. A principal protena circulante nosangue a albumina e seus valores na urina no devem ultrapassar 30mg/dia.

    Portanto, uma urina normal no pode ter mais de 150mg de protenas, sendo que dessas, nomximo 30mg podem ser de albumina. As outras 120mg de protenas so basicamenteimunoglobulinas (anticorpos) e aminocidos. A presena de valores acima destes normalmenteindica mal funcionamento do rim.

    Ento vamos as definies:Proteinria - Excreo urinria de protenas (todas somadas) > 150 mg por dia.

    Microalbuminria - Excreo urinria de albumina entre 30 e 300 mg em 24h.

    Um paciente pode ter microalbuminria com ou sem proteinria associada (120mg de protenas e60mg de albumina excretadas, por exemplo). Em geral, proteinrias maiores que 300mg/dia sobasicamente por albuminria.

    Todos os resultados anormais devem ser repetidos para confirmao, uma vez que proteinriasisoladas podem ocorrer. Para ser considerada patolgica, a proteinria (e albuminuria) deve serpersistente.

    A microalbuminria no causa sintomas e o primeiro sinal de doena renal em pacientesdiabticos. A sua presena um sinal de leso renal precoce e indica maior risco de desenvolverinsuficincia renal crnica. TODO DIABTICO DEVE REALIZAR PESQUISA ROTINEIRA DEPROTEINRIA E MICROALBUMINRIA.

    Proteinrias abaixo de 300 mg/dia costumam ser assintomticas. A partir desse valor podemosencontrar uma urina com excesso de espuma. Quanto maior for a proteinria, mais sintomticaesta ser. A partir de 3000 mg por dia, ocorre a sndrome nefrtica.

    A sndrome nefrtica se caracteriza por uma urina muito espumosa, associado a inchaos(edemas) generalizados, baixos nveis de albumina no sangue e colesterol elevado. Os edemasocorrem principalmente em pernas, face e abdmen. Todo doente com edema generalizado deveser investigado para proteinria e doena renal. ( leia: INCHAOS E EDEMAS )

    A sndrome ocorre por leso do glomrulo que um conjunto de capilares e clulas responsveispela filtrao do sangue.

    Algumas doenas que podem causar leso glomerular, proteinria e sndrome nefrtica:

    - Diabetes

    - Lpus

    - Doenas primrias do glomrulo ( leia: O QUE UMA GLOMERULONEFRITE ?)

    - Hepatite

    - Sfilis

    - SIDA (AIDS)- Reao a antiinflamatrios

    - Cncer

    - Eclmpsia

    - Obesidade

    Antigamente usava-se a coleta de urina de 24h para o diagnstico da proteinria. um examechato de ser feito e apresenta muitos erros de coleta. Hoje j se consegue avaliar a quantidade deprotenas em uma amostra simples de urina. Uma vez confirmada a proteinria, se a causa nofor bvia, como em um paciente com diabetes de muitos anos, muitas vezes necessrio a

    realizao de bipsia renal para se identificar a etiologia.A proteinria tratada de 3 maneiras:

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    - Controle rigoroso da presso arterial

    - Medicamentos que reduzem a perda de protenas (inibidores da ECA, exemplo: enalapril; eantagonistas dos receptores da angiotensina 2, exemplo: Losartan)

    - Tratamento da doena de base.

    ATENO: Toda urina causa alguma espumao pelo turbilhonamento da gua do vaso com o

    jato urinrio. Alguns produtos qumicos para limpeza podem produzir uma espuma maior. Aproteinria leva a uma espumao muito exuberante e que demora a desaparecer. Normalmenteo paciente nota uma mudana do padro na espuma habitual. Na dvida deve-se fazer o exame

    Entenda o que o Lpus e saiba quais rgos so mais acometidos

    Para uma melhor compreenso do texto, sugiro antes a leitura do texto sobre doena auto-imune

    As doenas auto-imunes tem aparecido com uma certa freqncia naquelas listas de "causas de

    doenas" que eu costumo escrever. um tipo de doena comum, mas pouco conhecida dapopulao em geral.

    Ns possumos um complexo sistema contra invases externas. o chamado sistema imune.

    O processo evolutivo criou um mecanismo de defesa que capaz de reconhecer praticamentequalquer tipo de invaso ou agresso. A complexidade do sistema est exatamente em conseguirdistinguir entre o que danoso ao organismo, o que faz parte do nosso prprio corpo comoclulas, tecidos e rgos, e o que no nosso, mas no causa danos, como alimentos porexemplo.

    Existe algo como uma "biblioteca de anticorpos" armazenada no nosso organismo. O corpo capaz de lembrar de todos as substncias, organismos ou protenas estranhas que j entraramem contato conosco desde o nascimento. A estes d-se o nome de antgenos. A partir de agorasempre que eu falar de antgeno, estarei me referindo a qualquer partcula capaz de desencadearuma resposta imune.

    Durante nossa formao enquanto feto, nosso organismo comea a criar o sistema imune. Oprimeiro trabalho reconhecer tudo o que prprio, para mais tarde poder reconhecer o que estranho. O tero materno um ambiente estril, ou seja, livre de agentes infecciosos. Assim quenascemos somos imediatamente expostos a um "mundo hostil" com uma enormidade deantgenos. Desde o parto, o corpo comea a reconhecer, catalogar e atacar tudo que no original de fbrica.

    Esse contato com antgenos nos primeiros anos de vida importante para a formao desta"biblioteca de anticorpos". O corpo consegue montar uma resposta imune muito mais rpida se j

    houver dados sobre o invasor. Se o antgeno for completamente novo, necessrio algum tempoat que o organismo descubra quais os anticorpos so mais indicados para combater aquele tipode partcula.

    A Doena auto-imune ocorre quando o sistema de defesa perde a capacidade de reconhecer oque "original de fbrica", levando a produo de anticorpos contra clulas, tecidos ou rgos doprprio corpo.

    Exemplo: No diabetes tipo I (leia sobre diabetes), ocorre uma produo inapropriada de anticorposcontra as clulas do pncreas que produzem insulina, levando a sua destruio e aoaparecimento do diabetes.

    Existem inmeras doenas auto-imunes, as mais comuns so:

    - Diabetes tipo I- Lpus

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    - Artrite reumatide

    - Doena de Crohn

    - Esclerose mltipla

    - Vitiligo

    - Tireoidite de Hashimoto (leia sobre tireide e hipotireoidismo)

    - Esclerodermia

    - Doena celaca

    - Hepatite auto-imune

    - Sndrome de Guillain-Barr

    - Anemia hemoltica

    - Granulomatose de Wegner

    O tratamento das doenas auto-imunes consiste na inibio do sistema imune atravs de drogasimunossupressoras. Como ainda no conseguimos realizar uma imunossupresso seletiva aos

    anti-corpos indesejveis, acabamos por criar um estado de imunossupresso geral que predispeesses pacientes a infeces por bactrias, vrus e fungos. a famosa histria do cobertor curto.

    O diagnstico das patologias auto-imunes feita baseada no quadro clnico e na pesquisa dosauto-anticorpos no sangue. O principal exame a dosagem do FAN (fator antinuclear).

    O lpus talvez seja a mais caracterstica das doenas auto-imunes. uma doena riqussima emachados clnicos e ainda pouco compreendida. Existem livros que dissertam somente sobre lpuse no tenho a pretenso de falar sobre tudo em uma postagem de blog.

    A doena caracterizada pela produo de vrios auto-anticorpos, entre eles, um contra o ncleodas clulas e contra o prprio DNA (ADN). S por a j d para imaginar o estrago que a doenapode fazer.

    No se sabe porque o corpo comea a produzir esses anticorpos. Existe provavelmente umaassociao de fatores genticos, j que a doena mais comuns quando h histria familiarpositiva, e fatores ambientais ainda no identificados.

    O lpus ataca pele, rins, articulaes, pulmo, corao,vasos sanguneos, clulas do sangue,sistema nervoso, trato gastrointestinal e outros. 9x mais comum em mulheres do que homens.Ocorre em todas as idades, mas mais comum entre 20 e 40 anos.

    uma doena de difcil tratamento e em casos graves requer uso de drogas imunossupressoraspesadas. Ao mesmo tempo que um desafio trat-la, uma patologia que mostra o quanto amedicina avanou nas ltimas dcadas. Na dcada de 50, mais de 60% dos pacientes morriamantes de completarem 5 anos de doena. Hoje 80% sobrevivem por pelo menos 20 anos.

    Alm de sintomas inespecficos como cansao, febre, perda de apetite e de peso, o LESapresenta com freqncia as seguintes manifestaes:

    -ARTRITE

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    A inflamao das articulaes ocorrem em 90% dos pacientes. Ficam inchadas, vermelhas,quentes e muito dolorosas. Costuma ser migratria e acometer mais de uma articulao aomesmo tempo. Joelhos e mos so os locais mais comuns.

    -PELE

    Outro local frequentemente acometido, principalmente quando exposto ao sol. Uma lesoavermelhada em volta do nariz e nas bochechas, chamado de rash malar conhecido como lesoem asa de borboleta, um sinal clssico de lpus. Nem sempre a leso to proeminente como ada foto abaixo.

    Leses de pele em forma de disco tambm so comuns. Ulceras orais, semelhantes a aftas, sque indolores, tambm so caractersticos.

    Doentes com LES no podem ficar expostos ao sol, pois este um fator de exacerbao dadoena.

    -RINS

    At 50% dos pacientes desenvolvem leses renais. O lpus causa uma inflamao dosglomrulos, as clulas bsicas dos rins (glomrulos esto para o rim como os neurnios estopara o crebro), levando a glomerulonefrite. uma complicao grave e deve ser tratadarapidamente para se evitar a necessidade de hemodilise.

    A glomerulonefite pode causar hematria (sangue na urina) e grandes perdas de protenas pelaurina (proteinrias), levando a que chamamos de sndrome nefrtica, situao na qual o pacientefica todo inchado (edema difuso) e com urina muito espumosa. A nefrite lpica leva a insuficinciarenal terminal se no controlada. (leia sobre a creatinina)

    -SANGUE

    Os doentes com lpus apresentam-se frequentemente com anemia e leucopenia (baixa dosleuccitos, os glbulos brancos).

    - SISTEMA NERVOSO

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    Alteraes de comportamento, muitas vezes semelhantes a quadros psiquitricos podem ocorrer. a chamada psicose lpica. Pode ocorrer tambm crises convulsivas e AVE por acometimentodos vasos cerebrais.

    - TROMBOSES (leia sobre trombos no texto sobre AVE)

    Doentes com lpus podem apresentar uma sndrome chamada de anticorpo antifosfolipdio. uma doena que favorece a coagulao do sangue e a formao espontnea de trombos nas veiae nas artrias em qualquer rgo do corpo.

    O diagnstico de lpus feito atravs dos achados clnicos e da dosagem de anticorpos nossangue. O principal o FAN (fator antinuclear), o anticorpo contra protenas do ncleo da clulas.O FAN est sempre presente no caso lpus, mas tambm pode ocorrer em doenas auto-imunescomo hipotireoidismo de Hashimoto, artrite reumatide, esclerodermia e outras. Pode inclusive,eventualmente estar positivo em pessoas normais. Portanto, a presena do FAN no confirma adoena, mas a sua ausncia afasta o diagnstico de lpus em quase 100%.

    O tratamento feito normalmente com cortisona (leia sobre corticdes em supra-renal) eantiinflamatrios. Casos mais severos necessitam de drogas mais pesadas como ciclofosfamida,micofenolato mofetil, azatioprina e o prprio corticide em doses elevadssimas.

    Os doentes com lpus apresentam fases de crises e fases de remisso, quando ficampraticamente assintomticos. Alguns fatores favorecem a reativao da doena.

    - Exposio ao sol

    - Estresse fsico ou mental

    - Gravidez

    - Infeces

    - Cigarro

    - Abandono do tratamento

    Quem quiser saber mais sobre a doena e ter contato com experincias pessoais, sugiro o blog"LPUS, Um blogue sobre a doena" que esta na minha lista de links ao lado direito. escritopelo marido de uma portadora da doena.