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Gotas de Sabedoria Livro II Silvio Dutra DEZ/2015

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Gotas de Sabedoria

Livro II

Silvio Dutra

DEZ/2015

2

A474g Alves, Silvio Dutra Gotas de sabedoria: livro II/ Silvio Dutra Alves. - Rio de Janeiro, 2015. 184p.; 14,8x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Amizade. 4. Esperança. 5. Graça. 6. Oração. I. Título.

CDD 230

3

Sumário 1 – Esperança

6

2 - Amigo é Algo Raro e Precioso

10

3 - Espiritual

15

4 - Dom

21

5 - Fé, Crer e Confiar

26

6 - Glória

31

7 - Graça

38

8 - O Modo Comum de Operação da Fé

42

9 - Significado de Ser Redimido

46

10 - Para Obedecer é Necessário Conhecer a Si Mesmo

56

11 - Oração, Súplica e Intercessão

62

12 - A Palavra Que é Alimento

69

13 - Perseverança, Paciência e Longanimidade

74

14 - Profecia 80

4

15 - Prosperidade e Progresso

87

16 - Puro e Incontaminado

92

17 - Quebrantamento e Contrição

95

18 - Regeneração

106

19 - Ressurreição

112

20 - Salvação

116

21 - Significado de Ser Santificado

122

22 - Significado Bíblico de Renovação da Mente

132

23 - Submissão

142

24 - Unidade e Comunhão

152

25 - Vida Eterna

158

26 - Vigilância e Prudência

163

27 - Visão e Audição Espiritual

169

28 - Zelo e Fervor

177

29 - Renúncia e Abnegação

181

5

NOTA GERAL:

As palavras associadas aos títulos de cada capítulo deste livro podem ser vistas em seu uso nas passagens da Bíblia em que ocorrem, sacadas do texto original em hebraico (Velho Testamento) ou grego (Novo Testamento). Para acessá-las basta acionar o link situado imediatamente ao final de cada capítulo.

6

1 - Esperança

Juntamente com a fé e o amor, a esperança é citada

pelo apóstolo Paulo como sendo os dons de Deus que

permanecem e que são maiores do que todos os demais.

A esperança é no que se fundamenta a fé, pois esta é a

firme certeza do que esperamos, conforme nos é

prometido por Deus.

Já entramos na posse imediata e presente de muitas

promessas que nos foram feitas por Deus em sua

Palavra, como a nossa justificação, a regeneração, a

operação do trabalho de santificação, tudo isto,

realizado pelo Espírito Santo que habita em nós como

um cumprimento da principal promessa, por termos

crido em Cristo.

Todavia ainda aguardamos por nossa herança na pátria

celestial e a glorificação de nossos corpos para

reinarmos juntamente com Cristo. Mas disto nos

7

apropriamos também pela fé, por meio da esperança

que é gerada pelo Espírito Santo em nossos corações.

Temos por certo de que tudo aquilo que ainda não

vemos, certamente se cumprirá no tempo determinado

por Deus, porque fiel é o que fez a promessa.

O que ele disse que cumpriria antes de sermos

arrebatados e que foi integralmente cumprido,

especialmente pela vinda do Messias prometido,

também cumprirá a seu tempo, todas as demais coisas

que completarão o seu propósito eterno.

Por exemplo, sabemos que todo aquele que crê em

Cristo já não pode mais morrer eternamente, porque foi

levantado dentre os mortos espirituais para a vida

eterna.

Sabemos que seremos perfeitos assim com Ele é perfeito

e que o veremos do mesmo modo pelo qual ele nos vê.

Sabemos que estaremos em comunhão eterna e perfeita

tanto com Deus quanto com todos os santos, inclusive

os que viveram no período do Velho Testamento.

8

Sabemos que seremos arrebatados e que este nosso

corpo físico será transformado em um corpo celestial

que já não mais enferma ou morre.

E é a esperança cristã aperfeiçoada progressivamente

pela fé, que nos faz estar cada vez mais convictos quanto

à fidelidade de Deus em cumprir tudo isto.

Por isso se diz que somos salvos na esperança do que

haveremos de ser, ou seja, perfeitos em santidade assim

como Deus é perfeito.

Esperamos não somente a ressurreição futura de nossos

corpos, mas também a execução da condenação eterna

de Satanás e de todos os demônios; a bem-aventurança

do nosso governo com Cristo no milênio; a glória dos

novos céus e da nova terra; a nova Jerusalém e tudo o

mais que se refira ao nosso estado eterno.

Temos uma esperança que não é incerta. Não se trata de

algo que aguardamos com a possibilidade de falhar. Mas

é esperança no sentido de certeza de cumprimento

9

pleno de tudo o que é prometido e que por ela

aguardarmos em Deus.

Não é também uma esperança passiva de quem se

resigna diante de tudo o que se lhe opõe e recua, mas é

esperança ativa que nos leva a seguir adiante com fé que

o nosso trabalho no Senhor não é vão e que ele é

galardoador dos que o buscam e o servem em

fidelidade.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas a palavra elpis (grego) – esperança; e outros

textos bíblicos sobre esperar em Deus; relativos ao

assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/es

peranca.html

2 - Amigo é Algo Raro e Precioso

10

A palavra amizade vem da raiz latina amicus, mas a

palavra que temos para amizade no texto original grego

do Novo Testamento é filos, que significa aquele que

ama ou gosta de algo ou alguém.

Agora, é óbvio que no sentido de amizade de intimidade

e comunhão é impossível que esta seja estabelecida

quando uma das partes envolvidas não o deseje, ou

então o deseje sob a condição de jugo desigual, a saber,

de comunhão das trevas com a luz, o que é impossível à

citada comunhão.

Daí Jesus definir como seus amigos íntimos, somente

aqueles que guardam os Seus mandamentos, porque

são estes que são nascidos do Espírito Santo, e tendo a

Sua habitação podem partilhar da comunhão espiritual

com o Senhor, o qual é espírito.

A rigor, não se pode chamar de verdadeira amizade

aquela que é fundamentada no mal, porque neste não

pode existir verdadeiro amor, pois o que caracteriza

uma amizade verdadeira é o amor.

11

Assim, há amigos íntimos, amigos não próximos, e em

nossos dias até amigos virtuais, como os das redes

sociais, que apesar de não se conhecerem

pessoalmente, em alguns casos, podem manter laços de

amizade pelo interesse comum de desejar o bem um do

outro.

Agora, devemos considerar que a amizade não é algo

que seja necessariamente permanente, pois é possível

que alguém assuma uma posição diferente e contrária a

quem antes amava, por motivo justificável ou não. A

Bíblia está repleta de exemplos relativos a isto, inclusive

de amigos que se tornaram até mesmo traidores, como

vemos por exemplo nas citações de Jeremias e de nosso

Senhor Jesus Cristo, nos textos a seguir:

“Pois ouço a difamação de muitos, terror por todos os

lados! Denunciai-o! Denunciemo-lo! dizem todos os

meus íntimos amigos, aguardando o meu manquejar;

bem pode ser que se deixe enganar; então

prevaleceremos contra ele e nos vingaremos dele.”

(Jeremias 20.10)

12

“E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis

entregues; e matarão alguns de vós;” (Lucas 21.16)

Todavia, a par de toda a prudência que devemos ter, é

necessário cumprir a ordenança bíblica de que no que

depender de nós devemos ter paz com todas as pessoas,

e não abrigar mágoas e ressentimentos em nosso

coração, mesmo em relação aos que nos têm ofendido.

E especialmente em relação aos nossos irmãos em Cristo

devemos seguir a instrução apostólica que diz:

“Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento,

compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos,

humildes,” (I Pedro 3.8)

“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor

fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros;”

(Romanos 12.10)

Mas mesmo neste caso devemos ter toda a prudência,

sabendo que uma verdadeira amizade demanda dos que

são amigos um caráter refinado e aprovado, pois o

simples nome de crente não nos valerá quando não se

13

anda de modo reto e fiel, e com certeza, os laços de

amizade sofrerão com isto, conforme somos alertados

no seguinte texto de Provérbios:

“O homem que tem muitos amigos, tem-nos para a sua

ruína; mas há um amigo que é mais chegado do que um

irmão.” (Provérbios 18.24)

Há somente um amigo que nunca falha, mais chegado

do que um irmão, que sempre nos é fiel, e este é Jesus

Cristo.

Todos os demais amigos falham ou podem vir a falhar...

daí a necessidade que temos de praticar o perdão, para

a continuidade com o relacionamento com aqueles que

nos amam de fato e que são sinceros no seu proceder.

Sigamos o exemplo de Jesus, conforme no caso da

restauração do apóstolo Pedro, que apesar de tê-lo

negado por ter sido pressionado pelas circunstâncias,

todavia jamais o havia negado em seu coração, porque

o amava verdadeiramente.

14

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – sod (hebraico) – intimidade, assembleia, conselho

(no sentido de ajuntamento);

2 – philadelfia (grego) – amor fraternal;

3 – philos (grego) - amigo;

4 – Outros versículos sobre amigo e amizade; relativos

ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/a

mizade-e-fraternidade.html

3 - Espiritual

15

A palavra “carne” (sarx, no grego) é usada no texto do

Novo Testamento, tanto para designar o corpo físico

natural, no qual não há inerentemente qualquer mal

moral, senão o mau uso que se pode fazer do mesmo, e

também, a condição da natureza terrena decaída no

pecado que se opõe a Deus e à Sua vontade.

A revelação bíblica apresenta um contraste entre o que

é espiritual e o que é natural e carnal, e não

propriamente material, como costumeiramente ocorre

ao modo de se pensar em geral.

Sendo que o carnal e o natural aqui referidos reportam,

respectivamente, o primeiro ao que é pecaminoso, e o

segundo ao que é pertencente à vida moral, que não é

espiritual, celestial, sobrenatural e divina.

O conceito de espiritual, conforme o encontramos

especialmente no Novo Testamento, transcende o de

espírito, porque os anjos caídos e o espírito de pessoas

ímpias não são ditos espirituais, pois esta palavra indica

a condição de espíritos que são conduzidos pelo Espírito

16

Santo de Deus, que se encontram a Ele voluntariamente

sujeitos, a saber, os anjos eleitos e as pessoas que foram

regeneradas pelo Espírito.

A condição do espírito pode ser tanto de luz ou de

trevas. A de luz identifica os que são espirituais, e a de

trevas, os que são carnais, ou seja, os que não são de

Cristo e não têm, por conseguinte o Espírito.

Como a geração que viveu nos dias de Noé não atendia

ao propósito da criação do homem por Deus, ou seja,

viviam como carnais e não permitiam o trabalho do

Espírito Santo em seus corações, então foi determinada

a destruição pelas águas do dilúvio (Gênesis 6.3), como

um sinal e aviso do que há de suceder a todos os que

viverem como carnais, resistindo ao Espírito.

Ao homem natural não ocorre o pensamento de ter sido

criado para viver no e pelo Espírito Santo. Se Deus não

abrir o seu entendimento para as coisas que são

espirituais e celestiais, ele jamais poderá topar com o

propósito da criação da humanidade por Deus. E, não há

nenhum jogo de esconde-esconde nisto; nenhuma

17

vontade caprichosa de Deus envolvida nisto, senão a

manifestação da vida eterna que está oculta em Cristo,

e à qual Ele dá acesso somente àqueles que têm

escolhido, e obedecem à Sua vontade.

Evidentemente, para muitos propósitos úteis e

convenientes à Sua exclusiva soberania e autoridade,

bem como a nós próprios, fomos criados por Deus sendo

espíritos dotados de um corpo natural, colocados a viver

num mundo também natural.

Por nossa relação com as realidades naturais, o nosso

espírito pode ser exercitado em cuidados providenciais

visíveis, que de outra forma, não poderiam ser

manifestados, e importava que Deus manifestasse,

segundo Seu propósito eterno, toda a Sua glória, em

demonstrações de Seu amor, Sua bondade, misericórdia

e justiça para com pecadores.

O homem deve se interessar em saber o que fazer, para

que seja encontrado como espiritual e não como carnal,

pois temos este dever da parte de Deus para que

possamos agradá-Lo.

18

O apóstolo Paulo afirma na parte final do quinto

capítulo da epístola aos Gálatas, que devemos andar no

Espírito Santo de modo a não satisfazer às cobiças da

carne – carne aqui considerada, como na maior parte

das passagens do Novo Testamento, como sendo a

nossa natureza terrena decaída no pecado, da qual

devemos nos despojar pelo trabalho de mortificação do

pecado, pelo Espírito Santo.

Essa vida espiritual, como já foi dito antes, não é

pertencente à nossa natureza terrena, ela nos vem do

Alto, descendo do Pai das luzes, e por isso, assim nos

exorta o apóstolo Paulo:

“Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo,

buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está

assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são

de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes,

e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.”

(Colossenses 3.1-3)

O oitavo capítulo de Romanos e o segundo de I Coríntios

discorrem sobre a verdade, de que o homem natural não

19

tem o pendor do Espírito Santo, porque a carne (aqui

também com o significado de natureza terrena

corrompida pelo pecado), não pode estar sujeita a Deus.

Nisto se evidencia e cumpre a seguinte palavra de nosso

Senhor Jesus Cristo: “o Espírito da verdade, o qual o

mundo não pode receber; porque não o vê nem o

conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita

convosco, e estará em vós.” (João 14.17).

Sem conversão, permanecendo carnal, o homem não

pode receber o Espírito Santo para nele habitar. Então,

o que nos torna espirituais é a habitação do Espírito

Santo.

Sendo feitos espirituais importa vivermos como

espirituais, andando continuamente no Espírito, e não

mais como carnais.

Você pode ler alguns versículos bíblicos com as

seguintes palavras destacadas do texto original:

1 – pneumatikos (grego) – espiritual;

2 – sarkikos (grego) – carnal;

20

3 – sarx (grego) – carne;

4 – pneuma (grego) – espírito; relativas ao assunto,

acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/es

piritual.html

4 - Dom

21

Um matuto estava sendo criticado duramente por um

incrédulo enfatuado, por seu conhecimento secular, por

causa da sua fé em Jesus. Enquanto isso, o matuto

sequer proferia qualquer palavra e continuava

chupando uma laranja. Quando a laranja acabou, ele

perguntou serenamente ao incrédulo: “estava doce ou

azeda?” – “como posso saber?” – respondeu

asperamente, como se tivesse sido indagado de forma

irracional. Então o matuto concluiu: “assim é a fé em

Jesus, não dá para saber como é, se não for

experimentada.”

Introduzimos esta parte de nosso presente estudo com

esta estória, porque ela é muito pertinente ao nosso

assunto.

O dom ao que se refere o Novo Testamento, com as

palavras gregas “dorea” e “charisma”, abrange tudo o

que temos que receber da parte de Deus para que possa

ser conhecido.

22

Todavia, o dom espiritual e celestial não pode ser

conhecido pelo mero exercício de nossos sentidos

naturais – visão, audição, olfato e tato – como a laranja

da nossa estória. Poderíamos dizer que necessitamos de

que sejam concedidos e criados em nós, outros sentidos

que sejam ajustados às realidades espirituais e divinas

que necessitamos conhecer por experiência pessoal,

para que sejam vinculadas às nossas vidas.

Não podemos desejar aquilo que não vemos, não

sentimos, não conhecemos, e que sequer pode ser

imaginado por nós. Sendo realidades pertencentes a

outra dimensão (espiritual, celestial e divina) sequer

podem ser desejadas, caso este desejo não seja

despertado também com um dom concedido por Deus

(a fé).

Então há muito mais a ser considerado neste assunto do

que a simples palavra dom (presente, gratuito) possa

sugerir, pois há realidades tremendas e sobrenaturais

envolvidas nisto.

23

A própria pessoa de Jesus e a do Espírito Santo são dons

de Deus para nós.

Também, a graça, a fé, os poderes, serviços e virtudes

espirituais citados por Jesus nos Evangelhos, por Paulo

em Romanos e I Coríntios, por Pedro e João em suas

epístolas, e pelos profetas do Velho Testamento e pelos

demais escritores do Novo Testamento.

A palavra dom extrapola, portanto em seu significado,

conforme vemos nas várias passagens das Escrituras, os

dons sobrenaturais extraordinários do Espírito Santo

relacionados por Paulo em I Coríntios 12 e 14, os quais

estão destinados a desaparecer quando não forem mais

necessários para manifestar a glória de Cristo ao mundo

através da Igreja.

Um aspecto relevante ao qual devemos dar a devida

atenção é o de que todos os dons devem ser exercitados

para que possam ser mantidos avivados, pois vemos

Paulo exortando a Timóteo que reavivasse o dom que

havia nele para o exercício do ministério de evangelista,

24

que lhe fora concedido por Deus com a imposição de

mãos dos presbíteros.

Isto nos ensina que os dons são recebidos para serem

usados para a glória de Deus, pela realização da obra

que nos tiver designado; e que estes dons que

recebemos serão ajustados às necessidades especificas

do nosso ministério, também recebido de Deus.

Tudo o que se refere ao reino espiritual e celestial deve

ser recebido como um dom, porque não são realidades

pertencentes ao mundo natural, ou seja, não se

encontram à nossa disposição em nossa própria

natureza – devem ser recebidas do Alto, descendo do Pai

das luzes, e comunicadas a nós pelo Espírito Santo,

através da nossa fé em Jesus Cristo.

Há dons que são eternos, como as virtudes do fruto do

Espírito Santo, e dons que não são eternos, como os

dons extraordinários do Espírito Santo, conforme

citados por Paulo em I Coríntios 13 (profecias, línguas –

e a isto inserimos dons de curar etc., pois não serão

25

necessários quando tudo estiver consumado e for

perfeito).

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – dorea (grego) – dom, presente;

2 - charisma (grego) – dom, presente; relativas ao

assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/do

m.html

26

5 - Fé, Crer e Confiar

O texto de Habacuque 2.4, no qual se diz que o justo

viverá pela sua fé, tem esta palavra “fé” vertida do

hebraico emunah, que ocorre em outras 48 passagens

do Velho Testamento com o significado de ofício

ministerial ou fidelidade, e isto é muito instrutivo para

entendermos que a qualidade de fé aludida pelo

profeta, e que nos justifica para a vida eterna que está

em Cristo Jesus, tem este caráter de fidelidade a Deus e

de o servirmos ministerialmente conforme o ofício que

tiver designado a nós.

A fé salvífica bíblica, que é um dom de Deus, tem sempre

a propriedade de gerar em nós esta ligação com Deus

para que o sirvamos em fidelidade.

Daí, etimologicamente, nossa palavra portuguesa fé

vem do latim fides, raiz de fidelidade.

Mas no original grego do Novo Testamento temos pistis,

cujo sentido é bem mais amplo, pois significa crer,

27

confiar, assentir e concordar com algo como sendo

verdadeiro, ficar firme e seguro

Então, sempre que pensarmos na fé, ou falarmos da fé

que procede de Deus, devemos ter em conta que não

estamos tratando com algo que seja simplesmente

nocional, ou uma afirmação de crença em algo ou

alguém que não opere eficazmente no nosso interior, e

que não nos conduza a buscar um aumento progressivo

desta fé, pois ela sempre tem este caráter de busca de

crescimento, pois o crescimento na graça e no

conhecimento de Jesus é proporcional ao crescimento

na fé, porque ela é o instrumento de recepção das graças

e da intimidade com Deus.

O povo de Israel nos dias do Velho Testamento, apesar

de ser o povo da aliança, e ter recebido a revelação da

Palavra de Deus, não chegou a alcançar em sua grande

maioria, e em todas as gerações, o descanso de Deus, ou

seja, a salvação da alma pela comunhão com Ele, pois

segundo o autor de Hebreus, “a palavra da pregação

nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada

com a fé naqueles que a ouviram.”(Hebreus 4.2).

28

Quantas vezes se afirma no texto bíblico que eles creram

em Deus e nos sinais que Ele fazia, e no entanto isto de

nada lhes aproveitou porque tinham um fé morta, uma

crença nocional, e não uma confiança e certeza interna

na pessoa de Deus, que os levasse a observar os Seus

mandamentos, a temê-lo e a Sua Palavra, por um firme

impulso espiritual em seus corações.

Por isso Deus não se fiava a eles pois bem conhecia a

incredulidade dos seus corações. Tinham uma fé de boca

mas não de coração.

O apóstolo Paulo ensina em Romanos 10 que é por se

crer em Cristo no coração que somos salvos, e não

simplesmente por confessar com nossos lábios que Ele é

o Salvador e Senhor.

Não é forçoso pois reconhecer que a vida de fé em toda

a sua plenitude, em todas as nações da terra, e não

apenas em Israel, estava reservada para a dispensação

da graça - para a glória e honra de Jesus Cristo, por quem

recebemos a bênção de habitação do Espírito que fora

prometida desde os dias de Abraão (Gál 3.14).

29

Esta fé evangélica é fruto do Espírito Santo que habita

nos crentes (Gál 4. ), de modo que pode-se dizer que a

rigor, a vida de fé dos crentes esperada por Deus haveria

de ter cumprimento somente depois que o Espírito

Santo fosse derramado para que o evangelho fosse

anunciado em todas as nações. De modo que se afirma

em Gálatas 3.23: “Mas, antes que a fé viesse, estávamos

guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé

que se havia de manifestar.”

Temos então a fé no Novo Testamento não apenas

ligada à ideia de crer e confiar, pois ela é apresentada

como algo que recebemos do alto, algo que não se

encontrava inerentemente em nós, algo vivo e operante

que realiza toda a dinâmica da vida espiritual e celestial

em nós.

Tal é o caráter da fé no Novo Testamento que em muitas

passagens bíblicas ela é citada como fé objetiva, a saber,

como sendo o próprio sistema do evangelho em toda a

sua totalidade, como incorporado à vida do crente, e

não apenas como sendo o dom subjetivo que opera no

30

interior do crente levando-o a experimentar o que é

espiritual, celestial e divino.

Graças a Deus portanto por nos ter dado Jesus Cristo e

esta fé que nos mantém firmemente ligados a Ele em

espírito.

Graças a Deus por nos ter dado o Espírito Santo porque

é Ele quem opera esta fé em nós. Sem a habitação do

Espírito Santo não poderíamos ter esta qualidade de fé

que nos desvenda e introduz aos mistérios da pessoa de

Deus.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras

1 – pistis (grego) – fé;

2 – pisteuo (grego) – crer, confiar

3 – aman (hebraico) – ser fiel;

4 – emunah (hebraico) – fidelidade, verdade; relativas

ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/fe-

crer-e-confiar.html

31

6 - Glória

Somente a glória de Deus é eterna e incomparável.

A glória da criatura é passageira. Ela cessa por perda ou

na morte. E se permanece é porque lhe é comunicada na

medida designada por Deus para cada uma delas, como

no caso dos anjos e dos santos glorificados.

Importa que Deus Pai seja o comunicador e o concessor

de toda a glória, para que ninguém se ensoberbeça.

Nós vemos o próprio Senhor Jesus, apesar de ser Deus

com o Pai e o Espírito Santo, orando para que o Pai o

glorificasse. Se Ele assim orou, quanto mais importa que

nós o façamos e esperemos somente pela glória de

Deus, e nunca pela glória dos homens.

O que torna um ser digno de glória é a soma de suas

virtudes, na proporção em que elas se aproximam das

virtudes do caráter do próprio Deus; de Sua santidade,

32

beleza, justiça, verdade, amor, bondade, misericórdia,

enfim, em tudo que O torna digno de louvor e adoração.

A ninguém pode ser comparado o Santo de Israel, na

excelência de Sua grandeza e majestade, até mesmo

porque tudo foi criado por Ele e para Ele. Foi dEle, que

até mesmo as estrelas que brilham no céu receberam a

luz com que brilham no universo. Foi dEle que os

espíritos excelentes receberam sua sabedoria, amor e

santidade.

Importa, portanto que toda glória que a criatura receba,

volte para Aquele que foi o doador, o iniciador e o

causador desta glória recebida. Daí, que tudo o que

façamos seja sempre para a glória de Deus, pois é nisto

que somos honestos e verdadeiros. Como poderíamos

furtar para nós, algo que não nos pertence?

Aqui repousa a perfeição da paz e harmonia no plano da

criação, pois tudo vertendo para a glória, honra, e louvor

do Criador, ninguém se sentirá diminuído ou

engrandecido em relação a seus semelhantes, por saber

que tudo que qualquer pessoa possua, afinal, não é

33

propriamente seu, mas fora recebido da mesma e única

Fonte da qual toda glória procede.

Por isso, nosso Senhor Jesus Cristo rejeitou

peremptoriamente toda iniciativa da parte dos homens

em Lhe conferir honrarias, dizendo que não recebia

glória da parte dos homens senão somente da parte de

Deus Pai. Não o fizera por motivo de desprezar o louvor

dos homens, mas porque ninguém pode glorificar a Deus

colocando-o no lugar de honra e destaque que Ele

merece. Isto é atribuição exclusiva de Deus Pai,

conforme já comentamos anteriormente.

Lembram da resposta do Senhor à mãe de João e Tiago,

que lhe havia pedido que um deles se assentasse à Sua

direita, e o outro à esquerda?

Ele disse que isto já estava decidido pelo Pai, para todos

os crentes, de modo que posições no reino de Deus não

são conquistadas por nossos méritos ou maquinações

para obtê-las, pois Ele tem um novo nome escrito numa

pedra branca, para cada um, designando qual é a

posição de honra que tem designado para cada um

34

deles. Ele pode fazê-lo porque é Deus presciente e

onisciente. E para Ele tudo se encontra num eterno

agora, como tendo sido consumadas todas as coisas que

Ele chama à existência pelo Seu próprio poder.

Jesus tem um nome que é sobre todo o nome, porque

foi o que mais se humilhou para fazer a vontade do Pai.

Ninguém pode superá-Lo nisto. E de igual modo, nós,

seremos grandes no porvir na medida da proporção do

serviço humilde que tivermos prestado para a glória de

Deus neste mundo, e não pela importância e louvor que

os homens nos atribuam.

Também por motivo de Sua grande sabedoria, Deus tem

fixado a glorificação do Seu povo para o porvir. Aqui

temos que carregar uma coroa de espinhos. A coroa de

glória é para depois do arrebatamento da Igreja. O corpo

glorificado, também para a mesma ocasião, quando

formos arrebatados. Isto, porque as obras dos santos

continuam contando para o seu galardão futuro mesmo

depois da sua morte, pois todos aqueles que foram

salvos, abençoados ou edificados por elas, ainda que

35

pela intermediação de outros, será levado em conta

para eles.

Quão grande então, será o galardão de Paulo e dos

demais apóstolos; de Spurgeon, que morto, ainda fala, e

de todos que têm sido uma inspiração para o povo de

Deus por causa fé que tiveram!

De forma que toda busca de glorificação pessoal neste

mundo é um grande erro por parte daqueles que assim

procedem. E, deve ser tido em consideração que a glória

não é contada pelo nosso interesse de obtê-la, mas pelo

nosso amor voluntário e desinteressado ao Senhor e à

Sua obra; ainda que estejamos conscientes que a nossa

fidelidade estará sendo contabilizada por Ele, de

maneira perfeitamente justa para o nosso galardão, pois

é da Sua natureza galardoar os que procedem fielmente.

Deveríamos sempre ponderar em que consiste

principalmente, a glória de Deus. Sua glória está em ser

compassivo, longânimo, misericordioso e perdoador. É

principalmente pela exibição do Seu amor que é

glorificado tanto pelos homens quanto pelos anjos.

36

Quando Moisés desejou ardentemente que lhe

mostrasse a Sua glória, o próprio Deus passou por ele

pronunciando as seguintes palavras:

“Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou:

Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio

em irar-se e grande em beneficência e verdade;” (Êxodo

34.6)

Foi o Seu caráter que Deus revelou a Moisés, como

sendo a Sua glória. É deste caráter que decorre o brilho

da Sua majestade.

A glória dos que servem a Deus decorrerá da medida do

mesmo tipo de caráter, e não de poder, grandezas

terrenas e tudo o mais que o homem natural considera

elevado e precioso.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras

1 – doxa (grego) – glória, honra, louvor;

2 – kabod (hebraico) – honra, glória;

37

3 – doxazo (grego) – glorificar, honrar, magnificar;

relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/gl

oria.html

38

7 - Graça

Há um grande paradoxo no entendimento carnal

relativo à graça divina, uma vez que se costuma

considerar como sendo graça exatamente o oposto

daquilo que a graça que nos foi dada em Cristo é na

verdade; pois os dons naturais e comuns de Deus para

toda a humanidade são buscados por pessoas religiosas

como se fossem o grande propósito da vida cristã.

Geralmente visa-se tão somente ao que é externo, e não

propriamente o que seja espiritual, celestial e divino,

para ser aplicado à transformação do próprio caráter e

vida, segundo o propósito de Deus na concessão da Sua

graça que nos foi dada em Cristo.

Todavia, a Bíblia não nos deixa cegos quanto a este

importantíssimo assunto, conquanto podemos observar

na grande maioria das passagens bíblicas referentes à

graça, qual é o propósito de Deus quanto à sua

concessão.

39

Antes de tudo a graça não é dogma, mas o poder de

Deus para o atingimento do objetivo da fé, a saber, a

nossa salvação. E é no conhecimento da mesma graça

que devemos crescer com vistas ao nosso

aperfeiçoamento espiritual.

O maior dom que temos recebido da graça de Deus é a

vida do próprio Cristo e a habitação do Espírito Santo em

nós. As demais graças são consequência desta referida e

gravitam em torno da mesma.

Quando estamos na graça, esta produz um bom estado

na alma que pode ser discernido em espírito tanto por

nós, quanto por aqueles que estiverem na mesma

condição.

A graça divina é o maior poder operante neste mundo,

pois somente ela é mais forte do que o poder do pecado.

O nosso acesso a esta graça, na qual estamos firmes, e

sem correr o risco de sermos rejeitados por Deus, custou

um alto preço a nosso Senhor Jesus Cristo – o preço do

40

seu sofrimento e derramamento do seu sangue numa

terrível morte de cruz.

É impróprio, por conseguinte, o pensamento associado

à palavra graça, de ser algo fácil ou barato.

A salvação é de fato gratuita, mas custou o preço de

morte para Cristo, carregando os nossos pecados, e para

nós, ela exige o pagamento do preço da nossa

consagração a Deus, uma vez tendo sido convertidos

mediante a simples fé no Senhor.

Fomos comprados por preço para vivermos para Deus.

Com o advento de Jesus Cristo foi inaugurada uma nova

dispensação para substituir a antiga que vigorou desde

os dias de Moisés. Daí ser chamada de dispensação da

graça, enquanto a antiga era chamada de dispensação

da Lei.

Deus está sendo longânimo nesta dispensação em

relação a todos os pecadores, concedendo-lhes assim a

oportunidade de se arrependerem e crerem em Cristo,

de modo a serem livrados da condenação eterna. Esta é

41

uma das características essenciais da citada

dispensação.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacada

a palavra charis (no original grego) – graça; acessando o

seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/gr

aca.html

42

8 - O Modo Comum de Operação da Fé

Nós temos fartamente exemplificado na Bíblia, em que

consiste a vida prática de fé com Deus, notadamente nas

muitas batalhas que a nação de Israel teve que travar no

Velho Testamento.

Apesar de estarmos na dispensação da graça e nos ser

vedado tomarmos da espada aqui, contudo o princípio

de operação continua o mesmo, pois se exige de nós que

também batalhemos para vermos o cumprimento das

promessas de Deus em resposta às nossas orações.

É muito comum a ideia errônea de que basta orarmos,

porque tudo o mais é por conta de Deus. Podemos dar

vários exemplos sobre isto, porém é mais interessante

que o façamos no sentido contrário, a saber, na

demonstração prática da interação existente entre a

ação sobrenatural do Senhor e os passos que devemos

dar, para ver a realização do cumprimento das coisas

que formos direcionados pelo Espírito Santo a fazer.

43

Primeiro, temos esta direção sobre o que deve ser feito.

E oramos incessantemente para que Deus dirija os

nossos passos e mova os corações daqueles que Ele

levantará para solucionar nossos problemas.

Depois saímos em campo para tomar as providências

práticas necessárias, sabendo antes de tudo que a nossa

paciência, sabedoria e discernimento estarão sendo

colocados à prova pelo Senhor, de modo que

poderemos encontrar nas portas em que batermos;

resistências, e aparentes frustrações, que em vez de nos

demoverem de seguir adiante, devem nos estimular a

buscar novas alternativas.

É possível que tenhamos a solução imediata logo de

início, mas não é desta forma que Deus costuma agir

para nos fazer vencer nas questões práticas da vida;

senão, de outro modo, não aprenderíamos a ser

perseverantes.

Caso Ele fizesse tudo por nós, e nossa parte fosse apenas

a de pedir-Lhe, certamente ficaríamos mimados e

inexperientes para lidar com os problemas que a vida

44

nos apresenta, inclusive pela oposição que sofremos da

parte de espíritos malignos.

Assim, vemos Davi se esforçando, lutando e sofrendo

enquanto fugia de Saul, mesmo quando era rei sobre

todo o Israel. Ele era um homem de fé, mas sabia que

deveria agir e lutar para que as vitórias fossem

alcançadas com a ajuda de Deus.

Não pensemos então, que a vida de fé seja cômoda e

confortável, e tudo quanto se exige de nós é que apenas

confiemos em Deus e fiquemos de braços cruzados

esperando que Ele faça tudo por nós sem que

precisemos mover sequer uma palha.

Portanto, não duvidemos de Seu cuidado, bondade e

ajuda quando as coisas não estiverem acontecendo

conforme pensávamos que elas ocorreriam, e por

estarmos enfrentando mais resistências do que

pensávamos que teríamos que enfrentar, ou

dificuldades além do ponto que pensávamos que

poderíamos suportar.

45

Em todo este processo a nossa fé está sendo refinada, e

no final, para a nossa a nossa perplexidade e a glória de

Deus, veremos que Ele fará muito mais, além do que

possamos imaginar.

46

9 - Significado de Ser Redimido

É muito usado o título de Redentor sendo aplicado a

nosso Senhor Jesus Cristo, mas poucos conhecem qual é

o significado de tal adjetivo, e como ele define uma

parte muito importante da Sua obra em relação a nós.

No assunto da nossa redenção, nada há mais de

descabido do que a falsa noção de que o preço que Jesus

pagou com o Seu precioso sangue para nos redimir

(comprar para Deus) teria sido feito a Satanás em razão

de Adão ter transferido para ele a autoridade que havia

recebido de Deus.

Nada há para ser pago ao diabo, até mesmo porque ele

nada possui de seu por um ato legítimo e reconhecido

por Deus. Ele nada criou e nada governa legalmente com

o consentimento do único e verdadeiro Criador de tudo

e de todos. Ele é o grande rebelde e usurpador cujo

pagamento que receberá é de uma condenação eterna.

47

A compreensão do real significado da redenção,

remissão, resgate, compra que Jesus efetuou, é muito

ajudada pelo conhecimento da lei de resgate de

propriedades que foi prescrita por Deus à nação de

Israel nos dias do Velho Testamento.

Quando alguém perdesse uma herdade e não tivesse

posses suficientes para reaver o bem perdido, este

poderia ser resgatado pelo parente mais próximo da

pessoa em seu nome.

Nós vemos isto por exemplo no livro de Rute, quando

Boaz resgatou a herança do marido de Noemi, que havia

morrido na terra de Moabe, em favor de Noemi.

“E eu resolvi informar-te disso e dizer-te: Compra-a

diante dos habitantes, e diante dos anciãos do meu

povo; se a hás de redimir, redime-a, e se não a houveres

de redimir, declara-mo, para que o saiba, pois outro não

há senão tu que a redima, e eu depois de ti. Então disse

ele: Eu a redimirei.” (Rute 4.4)

48

Como este resgate era realizado por meio de um ato de

compra, então a redenção por Cristo é também

comparada a uma compra.

Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso parente mais próximo,

apresentou-se como resgatador, tal como Boaz, para

resgatar o nosso direito de propriedade que havíamos

perdido em razão do pecado, de modo que podemos

herdar a vida eterna, e tudo o que se relaciona àquilo

que temos da parte de Deus por direito adquirido em

Jesus Cristo.

Boaz resgatou a propriedade para Noemi.

Jesus nos resgatou como propriedade para Deus.

Jesus pagou o preço total da nossa redenção, de modo

que nada temos que pagar para a nossa salvação, até

mesmo porque não tínhamos como liquidar o alto preço

exigido pela justiça e santidade de Deus para a nossa

redenção. Esta é a razão de ser gratuita para nós, porque

custou para Jesus um alto preço.

49

Afinal não nos pertencíamos, antes mesmo da queda no

pecado, porque o homem foi criado para ser

propriedade de Jesus Cristo e de Deus Pai.

Deus não poderia jamais ser frustrado em Seu propósito

eterno de ter muitos filhos semelhantes a Cristo, então

o óbice do pecado deveria ser vencido pelo resgate

efetuado pelo Senhor para que tal propósito pudesse ser

cumprido.

Não fomos vendidos por Deus a ninguém quando

pecamos. Simplesmente perdemos a posse de nossa

herança eterna por causa do pecado, mas em Jesus

Cristo, pelo preço que Ele pagou com o Seu sacrifício,

fomos resgatados da maldição da Lei, da condenação

eterna, da miséria eterna, e fomos reintroduzidos, pela

esperança e pela fé, à posse de tudo o que Deus

planejou conceder àqueles que o amam.

O fim da redenção, ou seja, o seu propósito, segundo

Deus, é o de libertar os que estavam aprisionados para

que pudessem usufruir da liberdade de verdadeiros

filhos de Deus.

50

A causa de perda da nossa herança não foi Satanás, mas

o nosso próprio pecado. E este pecado não poderia ser

coberto com prata ou ouro, senão somente com o

sangue de Jesus.

Assim, Satanás não tem parte nesta transação que é

realizada entre Deus Pai, nosso Senhor Jesus Cristo, e

nós pecadores.

Deus não tem que dar qualquer satisfação ao diabo para

libertar qualquer alma que esteja debaixo da sua

influência maligna.

Lembremos que o próprio diabo e todos os demônios

são também criaturas de Deus e já se encontram

condenados por Ele para um sofrimento eterno no lago

de fogo e enxofre.

Mas os que foram redimidos por Cristo, aguardam a

redenção final com a ressurreição de seus corpos por

ocasião do arrebatamento da Igreja, quando o Senhor

virá para reunir todo o Seu rebanho, de todas as épocas,

no aprisco celestial.

51

1 – apolutrosis - resgatar, libertar

Lucas 21.28 Ora, quando estas coisas começarem a

acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças,

porque a vossa redenção está próxima.

Romanos 3.24 Sendo justificados gratuitamente pela sua

graça, pela redenção (apolutrosis) que há em Cristo

Jesus.

Romanos 8.23 E não só ela, mas nós mesmos, que temos as

primícias do Espírito, também gememos em nós

mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção

(apolutrosis) do nosso corpo.

I Corintios 1.30 Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para

nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação,

e redenção (apolutrosis);

Efésios 1.7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a

remissão (apolutrosis) das ofensas, segundo as riquezas

da sua graça,

52

Efésios 1.14 O qual é o penhor da nossa herança, para

redenção (apolutrosis) da possessão adquirida, para

louvor da sua glória.

Efésios 4.30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no

qual estais selados para o dia da redenção (apolutrosis).

Colossenses 1.14 Em quem temos a redenção (apolutrosis)

pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;

Hebreus 9.15 E por isso é Mediador de um novo testamento,

para que, intervindo a morte para redenção

(apolutrosis) das transgressões que havia debaixo do

primeiro testamento, os chamados recebam a promessa

da herança eterna.

2 – exagorazo – resgatar, redimir

Gálatas 3.13 Cristo nos resgatou (exagorazo) da maldição da

lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito:

Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;

Gálatas 4.5 Para remir (exagorazo) os que estavam debaixo

da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.

53

3 – lutroo - redimir

Lucas 1.68 Bendito o Senhor Deus de Israel, Porque visitou

e remiu (lutroo) o seu povo,

Lucas 2.38 E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a

Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção

(lutroo) em Jerusalém.

Lucas 24.21 E nós esperávamos que fosse ele o que remisse

(lutroo) Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o

terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.

Tito 2.14 O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir

(lutroo) de toda a iniquidade, e purificar para si um povo

seu especial, zeloso de boas obras.

I Pedro 1.18 Sabendo que não foi com coisas corruptíveis,

como prata ou ouro, que fostes resgatados (lutroo) da

vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes

dos vossos pais,

54

Hebreus 9.12 Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por

seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário,

havendo efetuado uma eterna redenção (lutroo).

4 – agorazo – comprar, redimir

I Corintios 6.20 Porque fostes comprados (agorazo) por bom

preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso

espírito, os quais pertencem a Deus.

I Corintios 7.23 Fostes comprados (agorazo) por bom preço;

não vos façais servos dos homens.

II Pedro 2.1 E também houve entre o povo falsos profetas,

como entre vós haverá também falsos doutores, que

introduzirão encobertamente heresias de perdição, e

negarão o Senhor que os resgatou (agorazo), trazendo

sobre si mesmos repentina perdição.

Apocalipse 5.9 E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno

és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste

morto, e com o teu sangue nos compraste (agorazo)

para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação;

55

Apocalipse 14.3 E cantavam um como cântico novo diante do

trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e

ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento

e quarenta e quatro mil que foram comprados (agorazo)

da terra.

Apocalipse 14.4 Estes são os que não estão contaminados

com mulheres; porque são virgens. Estes são os que

seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os

que dentre os homens foram comprados (agorazo)

como primícias para Deus e para o Cordeiro.

56

10 - Para Obedecer é Necessário Conhecer a Si Mesmo

São inúmeras as passagens bíblicas que afirmam nosso

dever de guardar e cumprir a Palavra de Deus. Estamos

obrigados por um dever de consciência, a cumprir tudo

o que nos é ordenado pelo Senhor, e aqueles que

resistem à Sua vontade estão, por conseguinte sujeitos

ao Seu juízo.

Em nossa época se coloca mais ênfase nos direitos do

que nos deveres, e isto explica, em parte, a decadência

moral de nossa sociedade, porque sendo pecadores, o

único direito natural que possuíamos era o de uma

condenação eterna por Deus, da qual escapamos

somente pelo cumprimento do dever de atender ao que

nos é ordenado por Deus em Sua Palavra – por

deixarmos nossos maus caminhos pelo arrependimento

e fé em Jesus Cristo, para o perdão dos nossos pecados,

de modo que possamos nos consagrar a Ele revestindo-

nos de Suas virtudes.

57

Necessitamos de libertação para podermos nos dedicar

à execução dos nossos deveres em relação a Deus e ao

próximo, e esta libertação somente pode ser achada em

Jesus Cristo.

Aos pecadores que se achavam condenados fica bem se

ocuparem continuamente em saber quais são seus

deveres para com Deus, e para com seu próximo, de

modo a se viver justa, sábia e piedosamente.

A graça que nos é concedida em Cristo, e tudo mais que

recebemos da parte de Deus não é por motivo de termos

direitos naturais a isto, senão que somos alvo da

exclusiva misericórdia de Deus, que nos concede Seus

dons imerecidos.

Dizemos que Jesus comprou para nós o direito de

sermos filhos e herdeiros de Deus, e isto é verdadeiro;

mas note-se que não é um direito de nascença, ou seja,

um direito natural, senão um direito que foi adquirido

para nós pelos méritos de outro, a saber, do nosso

Salvador e Senhor.

58

É, por conseguinte, no cumprimento dos nossos deveres

para com Deus, que entramos na posse dos direitos

adquiridos por Jesus, mas isto é sempre feito por pura

graça e misericórdia.

Estamos todos colocados em determinadas relações;

como marido e mulher, pais e filhos, irmãos e irmãs,

senhores e servos. Há algumas relações sobre as quais

não temos controle, e outras, que podemos controlar

em certa medida; mas em ambos os casos não podemos

fugir às responsabilidades. Cada nova posição traz uma

nova responsabilidade com ela.

Não deve haver nenhuma atitude de brincadeira ao

entrar em um novo relacionamento, como o casamento,

e não deve haver nenhuma esquiva das obrigações

presentes que repousam sobre nós em qualquer

relacionamento. Esposas, maridos; pais, filhos; servos,

patrões são intimados a agir de acordo com seu lugar e

função em suas respectivas esferas, mas não

isoladamente.

59

Todo dever está associado a um direito; e todo o direito

traz consigo um dever correspondente.

Os deveres dos homens e mulheres nas relações da vida

são mútuos; não são unilaterais, mas equilibrados em

ambos os lados. A esposa deve respeitar o marido e o

marido por seu turno deve amar a esposa. Os filhos

devem obedecer a seus pais, e estes não devem irritar

seus filhos. Os servos devem servir a seus senhores, mas

estes devem ser justos e generosos em relação a eles.

Ao pensarmos em nossos direitos devemos pesá-los

com nossos deveres em relação àqueles dos quais

cobramos esses direitos.

Estendendo esta relação para seu nível mais elevado,

que é o do homem para com Deus, vemos Deus

executando com perfeição todos os deveres que atribui

a Si mesmo, para nos fazer bem, então, em

contrapartida, devemos servi-Lo em tudo, por amor e

com zelo.

60

Não é de se esperar do empregado que sirva bem ao

patrão, que é generoso e justo para com ele?

O direito adquirido não determina em contrapartida, e

em consequência um dever?

E leve-se em conta que Deus não age em relação a nós

como um patrão, mas como um pai amoroso, portanto

deveria receber de nossa parte uma maior aplicação em

nossos deveres para com Ele, até mesmo porque Ele

detém um direito legal sobre nós por ser não apenas o

nosso Criador, como também o nosso Salvador.

Para saber tudo isto e nos dispormos a obedecer a Deus

voluntariamente em tudo o que é necessário para o

nosso próprio bem e o de outros, especialmente os que

se relacionam conosco, necessitamos ser convencidos e

ensinados pelo Espírito Santo quanto à nossa real

condição e o que necessitamos mudar em nossas vidas.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras

1 – teleo (grego) - cumprir, completar;

61

2 – peitharcheo (grego) – obedecer;

3 – hupakoe (grego) - obediência, submissão;

4 – tereo (grego) – guardar;

5 - dei (grego) – dever;

6 – mishemereth (hebraico) - encargo, mandado;

relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/ob

edecer-guardar-cumprir-e-dever.html

62

11 - Oração, Súplica e Intercessão

Petições podem ou não fazer parte de nossas orações,

mas a oração não consiste meramente em pedir; porque

ela é o principal meio de ligação do nosso espírito com a

pessoa de Deus.

Assim como o principal meio de comunicação entre

pessoas é o da conversação, estando nela incluídas

todas as demais formas de expressão por sentimentos,

emoções e ideias, e tanto mais profunda e extensa será

esta conversão quanto maior for a intimidade dos

interlocutores, de igual modo se dá em relação a Deus,

só que neste caso, necessitamos também da ajuda do

Espírito Santo, pois somente Ele conhece a mente de

Deus, e pode nos conduzir a orar da maneira que

convém fazê-lo.

E quanto for maior a intimidade do crente com Deus,

maior será a sua comunicação com Ele através da

oração, pois nos agrada estar na companhia da pessoa

63

amada, tendo comunhão com ela através da expressão

de nossos pensamentos e sentimentos.

Importa que a oração seja no Espírito (Judas 1.20)

porque se presume que toda oração verdadeira implica

uma real comunicação com Deus, e não uma mera

articulação de palavras da nossa parte.

Vemos assim que nem tudo o que é chamado de oração

é verdadeiramente oração, por faltar este elemento

essencial da ligação com Deus.

A oração é muito mais do que uma simples ponte de

ligação entre o crente e Deus – ela é o elo de ligação

entre ambos– é como um imã de atração do espírito do

crente com o espírito de Deus.

Quando percebemos a presença de Deus se movendo

pelo Espírito Santo em nosso espírito é quando

podemos saber que estamos orando de fato.

Não raro o próprio Espírito Santo trará motivos de

intercessão às nossas mentes e inspirará nossos lábios

64

ao louvor e às petições que brotarão espontaneamente

em nossos corações.

Por isso importa continuar elevando o pensamento a

Deus e implorando humildemente que atenda à nossa

oração, até que sintamos a presença do Espírito Santo

nos movendo a orar como convém.

Por isso, a oração é designada muitas vezes nas

Escrituras como sendo uma batalha que devemos

empreender até que possamos prevalecer com Deus.

Esta insistência em permanecer na presença do Senhor

é uma das formas pelas quais Ele coloca à prova a nossa

fé e o nosso sincero desejo de estar em comunhão com

Ele.

Que o Espírito Santo nos ajude a orar desse modo, e que

nos mova da posição cômoda de se limitar a dirigir

poucas palavras, muitas vezes repetitivas, e que chegam

a se tornar para nós como sem sentido em algumas

ocasiões, para que possamos estabelecer um canal de

65

comunicação verdadeiro com Deus em nossos espíritos

– e assim, o adoremos em espírito e em verdade.

Nosso Senhor, com as palavras que proferiu em Marcos

11.25, nos revela claramente que o propósito da oração

é sobretudo o de estabelecer a nossa comunhão com

Deus, tanto que se ao nos dispormos a orar, nos

lembrarmos que temos motivo de queixa contra

alguém, devemos nos dispor a perdoar, porque,

certamente, um coração magoado e ressentido não

pode manter comunhão com Deus que é totalmente

amoroso e perdoador.

Pressupõe-se portanto que toda oração verdadeira é

aquela que procede de um coração puro, perdoador e

amoroso, e de uma mente que busque ou esteja em paz.

Importa que até mesmo em nossas orações, seja a paz

de Cristo o árbitro da real condição de nossos corações.

Ao promover a nossa comunhão com Deus por meio da

oração, somos fortalecidos espiritualmente, de modo

que somos exortados a orar continuamente – sem

66

cessar, porque a falta de oração indica que estamos

fracos, e portanto, em vez de andarmos no Espírito,

seremos vencidos pela carne.

É por este fortalecimento espiritual que é promovido

pela oração que podemos vencer as tentações (Lucas

22.40).

Se a oração é o meio de nosso fortalecimento espiritual,

seria então de se supor que os motivos em nossas

intercessões, petições e súplicas a Deus deveriam estar

sobretudo relacionados às bênçãos espirituais que

temos em Cristo nas regiões celestiais, e não meramente

para atender interesses seculares e materiais.

Deus espera que pelas orações sejamos cada vez mais

conformados à semelhança com nosso Senhor Jesus

Cristo, e para tanto necessitaremos ser transformados e

amadurecidos espiritualmente, pois adoramos ao Jesus

que não vemos com os olhos da carne, senão com os

olhos da fé, que permitem que não somente o

contemplemos em espírito, como também a que

participemos da sua própria vida.

67

Nós temos um exemplo prático desta verdade na oração

sacerdotal de nosso Senhor no décimo sétimo capítulo

do evangelho de João, na qual intercedeu

principalmente pela santificação e unidade dos crentes.

Nossas orações deveriam ter portanto em foco muito

mais os interesses do reino de Deus e a sua justiça do

que propriamente os nossos interesses – o que respeita

ao progresso e triunfo do evangelho, do que às nossas

próprias vitórias.

Daí a importância de nos aprofundarmos no

conhecimento da Palavra de Deus, de maneira que

nossas orações possam ser feitas segundo a vontade do

Senhor, e assim tenhamos a certeza de que somos

ouvidos.

Nossa vida espiritual está em Jesus Cristo, e a oração é o

meio pelo qual nos apropriamos dessa vida espiritual,

de modo que teremos mais desta vida tanto quanto

mais orarmos. Isto explica a razão pela qual o próprio

Senhor Jesus Cristo estava sempre em oração – para que

a viva comunhão que tinha com Deus Pai fosse mantida.

68

Paulo também orava sem cessar porque havia

aprendido que sem a oração não poderia viver em

permanente comunhão com Deus, estando fortalecido

em espírito para cumprir o ministério que lhe fora

designado por Ele.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras

1 – proseuche (grego) – oração

2 – entugchano (grego) - interceder

3 – enteuxes (grego) – intercessão

4 – proseuchomai (grego) – orar,suplicar

5 – tephilah (hebraico) – oração, intercessão, súplica

6 – palal (hebraico) – orar, suplicar, interceder; relativas

ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/or

acao-suplica-e-intercessao.html

69

12 - A Palavra Que é Alimento

“Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão

viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de

Deus.” (Mateus 4.4)

Por que o nosso espírito vive de toda palavra que sai da

boca de Deus?

Porque assim como o pão é alimento para a vida do

corpo, a palavra de Deus é o alimento da vida do

espírito.

Em relação a Deus, a Sua palavra é muito mais do que

simples definição de objetos e realidades, pois somos

informados que tudo foi criado por Ele mediante a

expedição de Sua palavra de ordem.

Ele ordenou: “haja luz” e a luz foi criada. E assim se fez

em todos os atos da criação. Vemos então, que a palavra

é a expressão operativa da Sua vontade e poder.

70

Isto foi visto no ministério terreno de Jesus quando

operou milagres, expulsou demônios, e acalmou a fúria

do mar, pelo simples uso da sua palavra de ordem. Deus

possui, portanto o poder de dar à Sua palavra uma

faculdade operativa e criativa.

Por isso, Jesus afirma que Suas palavras são espírito e

vida, e o apóstolo Pedro reconheceu que eram de fato,

palavras de vida eterna.

Se lermos a Bíblia ou a ouvirmos sendo pregada e

ensinada, com espirito de reverência e devoção, com

certeza a fé será despertada e tornará a palavra lida ou

ouvida, em espírito e vida para nós, pela ação do Espírito

Santo em nossas mentes e corações. Isto ocorre, porque

as Escrituras foram produzidas pela inspiração do

Espírito Santo. Elas possuem a vida que nelas foi

insuflada pelas verdades ensinadas e reveladas pelo

Espírito.

Essas verdades enchem a alma de vigor, paz e alegria.

Elas renovam a mente e santificam a vida. Elas elevam o

71

espírito à presença de Deus e o modelam à semelhança

do caráter de Cristo.

São palavras puras, poderosas, celestiais, espirituais e

divinas. Elas inspiram bons sentimentos e propósitos.

Inclinam o espírito a amar a Deus e ao próximo.

A elas, assim se expressou o salmista:

A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o

testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.

Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração;

o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.

O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre;

os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente

justos.

Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito

ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos

favos.

72

Também por eles o teu servo é advertido; e em os

guardar há grande recompensa.” (Salmo 19.7-11)

Ele havia aprendido e reconhecido a qualidade de vida

que é achada na Palavra de Deus, quando observada e

praticada por nós.

Quando a nossa conversação se afasta do padrão divino

estamos em sério perigo, pois é por nossas palavras que

somos condenados ou justificados.

A boca fala do que está cheio o coração. Nossa

conversação revela o que somos de fato em nosso

interior. Palavras fúteis procedem de um coração fútil.

Palavras amargas, de um coração amargo. Palavras

impuras, de um coração impuro.

Então, pela torpeza do falar se conhece a torpeza do

nosso interior. Precisamos da lavagem de purificação

pela Palavra de Deus, para que o nosso coração seja

feito uma fonte da qual procedam palavras

abençoadoras e edificadoras.

73

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – rhema (grego) – palavra;

2 – logos (grego) – palavra; relativas ao assunto,

acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pa

lavra.html

74

13 - Perseverança, Paciência e Longanimidade

A perseverança ou paciência ensinada pela Bíblia e

que é esperada dos crentes é muito mais definida pela

ação objetiva do Espírito Santo em levá-los em

segurança à condição em que devem ser achados,

sobretudo na glória, do que pela ação subjetiva dos

crentes em atingi-la pelo próprio esforço deles.

Obviamente, deve haver um esforço da nossa parte para

que a perseverança tenha a sua obra perfeita, todavia,

quem nos habilita à condição de permanecer na fé e em

Cristo até o fim é o poder do Espírito Santo.

Deus, que começou a boa obra de santificação dos

crentes pelo Espírito Santo, há de completá-la, Ele

mesmo, até o dia da volta de Jesus Cristo.

Temos esta certeza e esperança conforme prometido

amplamente nas Escrituras, de modo que não há o

perigo de que algum crente venha a se perder

definitivamente.

75

Quedas e interrupções no trabalho de santificação serão

curadas no tempo próprio pela graça de Jesus, ainda que

isto ocorra somente na glória.

De modo que a segurança eterna da nossa salvação é

apontada nas palavras de Jesus pela evidência da nossa

perseverança até o fim, a saber, Ele ensina claramente

que aqueles que salvou não serão rejeitados por Ele de

modo nenhum, pois garantirá, pelo Seu próprio poder,

que perseverem em amá-lo até o fim.

Contra o testemunho das próprias Escrituras muitos

afirmam que pecados eventuais podem levar um crente

genuíno à perdição eterna, e se assim fora de fato,

ninguém poderia ser salvo, pois não há quem não peque

(I João 1.8,10 ).

É o sangue de Jesus e o Seu trabalho Sacerdotal que nos

garantem a eternidade da nossa salvação. Deve ser

assim para que toda a glória seja dele, e para que

ninguém se glorie diante de Deus quanto à obtenção e

manutenção da sua salvação.

76

Pecados eventuais são tratados pela mesma graça que

nos salvou quando nos convertemos ao Senhor, por

meio da confissão e do nosso sincero arrependimento.

A fraqueza momentânea do crente não pode diminuir o

poder de Deus para restaurar.

Quando o apóstolo Paulo declara que aquele que pensa

estar em pé vigie para que não caia, nisto se expressa

claramente que o poder de permanecer firme na graça

não é propriamente de qualquer crente, senão

exclusivamente do Senhor, de maneira que ninguém

seja presunçoso em seu coração pensando que pode

fazê-lo de si mesmo, gloriando-se na própria

consagração.

Ouvimos muitos dizendo que são mantidos firmes

porque têm pago o preço exigido da consagração.

Apesar de haver verdade em tal afirmação, deve-se ter

o cuidado para que o coração não se eleve julgando que

isto é propiciado pela própria consagração pessoal e não

pela graça de Jesus, como efetivamente o é.

77

Agora, se é pela nossa perseverança na fé em

santificação que se evidencia, que se comprova a nossa

eleição (II Pe 1.10,11), então devemos nos armar do

pensamento que a perseverança é o elemento atestador

da nossa saúde espiritual, de modo que nunca

abriguemos o pensamento errôneo de que podemos

cruzar os braços desde que sabemos que a salvação do

crente é segura e eterna. Tal modo de pensar é ofensivo

à graça de Deus e ao alto preço que Jesus pagou para a

nossa libertação.

Sem perseverar, sem permanecer em Jesus, jamais

poderemos ser santificados, e a santificação deve,

obrigatoriamente, se seguir à conversão, porque fomos

salvos para o propósito de sermos santificados por Deus.

Como a fé do crente é provada, e em consequência,

tribulações e aflições lhe aguardam neste mundo, ele

necessitará de longanimidade e paciência no

sofrimento, de modo que acrescentamos versículos

bíblicos no final de nosso estudo que se referem a

ambas, por serem irmãs siamesas da perseverança, pois

78

sem longanimidade e paciência, não é possível

perseverar.

Temos um grande exemplo de longanimidade, paciência

e perseverança nos profetas e nos apóstolos, mas o

maior exemplo de todos foi o do próprio Senhor Jesus

Cristo pela muita paciência com que tudo suportou e

sofreu, jamais se desviando do seu grande objetivo de

obter a nossa salvação. Por isso somos chamados a

imitá-lo sobretudo em seus sofrimentos para que com

Ele reinemos, já que importa estarmos conformados a

Ele em tudo, quer na Sua glória, quer nos seus

sofrimentos.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as seguintes palavras do texto original:

1 – (hupomeno) (grego) – perseverar, permanecer

2 – (hupomone) (grego) – perseverança, paciência,

constância

3 – makrotumeo (grego) – ser paciente, ser longânimo

79

4 – makrotumia (grego) – paciência, longanimidade;

relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pe

rseveranca-paciencia-e-longanimidade.html

80

14 - Profecia

O profeta é aquele que fala da parte de Deus aos

homens, e o sacerdote é o que fala da parte dos homens

a Deus.

Quanto aos profetas temos que distinguir entre aqueles

que o são por ofício de profetizar, daqueles que têm

apenas o dom de profecia. Por exemplo, todos os

profetas escritores do Velho Testamento eram profetas

por ofício, assim como houve profetas por ofício nos

primeiros dias da Igreja, entre os quais podemos citar

Ágabo. Este ofício se estendeu ao início do Novo

Testamento, em face da implantação da Igreja e do

evangelho em todo o mundo, de maneira que os

profetas confirmavam e antecipavam as coisas que

seriam operadas pelo Espírito Santo, principalmente

através dos apóstolos do Senhor.

Uma vez estabelecido o evangelho em todo o mundo

conhecido de então, pela confirmação da exatidão da

Palavra revelada de Deus quanto ao cumprimento das

81

promessas, o ofício de profeta foi se extinguindo assim

como o de apóstolo.

Todavia, o dom de profecia permaneceu, e ainda

continua na Igreja do Senhor para especialmente

exortar, consolar e edificar os santos, para que sejam

confirmados na fé, depois de terem se convertido a

Cristo.

Ora, se a finalidade principal do dom é a de exortar

(incentivar, encorajar), consolar e edificar os santos na

prática da Palavra de Deus podemos entender que este

dom está distribuído principalmente, entre aqueles que

labutam na pregação e ensino do evangelho, a saber, os

pastores e mestres; pois não há maior e melhor profecia

do que a Palavra revelada de Deus nas Escrituras. Assim,

pregar e ensinar esta Palavra equivale a falar da parte

de Deus aos homens, ou seja, profetizar.

Nós podemos inferir isto, de textos como o de Atos

15.32 onde lemos “Depois Judas e Silas, que também

eram profetas, exortaram os irmãos com muitas

palavras e os fortaleceram.”

82

Estas “muitas palavras” ditas por Judas e Silas, que

acompanhavam Paulo em sua viagem missionária,

estando na ocasião em Antioquia, evidentemente

consistiram na pregação do mesmo evangelho que

Paulo pregava, e havia recebido por revelação de nosso

Senhor Jesus Cristo. Diz-se de ambos, que também eram

profetas, e pelo contexto, podemos inferir que tal

referência está vinculada ao exercício do ministério da

Palavra.

Mas, não podemos limitar o dom de profecia, sendo um

dom sobrenatural extraordinário do Espírito, como

outros relacionados em I Coríntios 12 e 14, pois servimos

um Deus vivo que se comunica com Seu povo, e não

raro, sempre que necessário, pode revelar Sua vontade

através de visões, sonhos, e outras formas de revelação

ao espírito daqueles que pretende usar para se

comunicar com outros, que têm sido incapazes de

discernir a Sua vontade através da Sua Palavra, e do

ministério regular da Igreja.

A importância de manter a verdade do evangelho entre

os crentes é de tal ordem, que o apóstolo Paulo afirma

83

a necessidade de se julgar as profecias, de maneira que

seja recepcionada pela Igreja somente aquilo que

estiver em plena conformidade com a verdade revelada

na Bíblia.

Eu mesmo tive uma experiência da qual me recordo

agora, em que me fora revelado em visão vários

detalhes sobre a vida de uma pessoa que estava

pensando em suicidar-se – pessoa que eu não conhecia

- e foi-me revelado seu nome completo e telefone, pelos

quais fiz contato com a mesma e lhe falei do amor de

Jesus Cristo por ela. Todavia, a par do livramento, não

houve nenhum mérito especial da citada pessoa para

receber tal mensagem, daquela forma, porque se tivesse

um coração mais sensível ao evangelho poderia ter se

achegado ao Senhor, conforme sucede com a maioria

dos que creem em Cristo sem necessitar de sinais

extraordinários do poder de Deus.

Os Tomés não têm de fato do que se gloriar, nem

tampouco os que creem em Cristo sem tê-Lo visto.

84

Deus é soberano e onisciente, de modo que conhece os

corações que necessitam de operações especiais para

serem trazidos à fé. Então devemos deixar este assunto

da ação sobrenatural em Suas mãos divinas, e ocupar-

nos em sermos fiéis em anunciar a Palavra já revelada

na Bíblia, porque a fé é por se ouvir esta Palavra, e não

propriamente por se ver sinais e prodígios; os quais a

propósito foram extraordinariamente abundantes nos

dias apostólicos, em razão da implantação inicial, já

citada, da Igreja e do evangelho no mundo, e geralmente

sempre acompanham a pregação do evangelho em

áreas pioneiras, como ocorreu na Coréia do Sul, no

continente africano etc., bem como quando o Senhor

promove avivamentos em igrejas, cidades e até mesmo

em nações.

Tenhamos a firme convicção de que se temos sido

habilitados a conhecer e a proclamar o evangelho no

poder do Espírito Santo, é porque temos sido

contemplados com o dom de profecia, com o qual o

corpo do Senhor pode ser edificado, muito mais do que

85

com o uso do dom de línguas, conforme o apóstolo se

expressa a esse respeito na primeira carta aos Coríntios.

Finalmente, lembremos na consideração sobre o

assunto profecia, que Deus proibiu expressamente o

espírito de adivinhação e a curiosidade para o

desvendamento do futuro, que se encontra em Suas

mãos.

Quando pensamos na profecia com este espírito

estamos indo na direção oposta à vontade do Senhor,

pois tudo quanto nos importa saber em relação ao

futuro é que devemos estar santificados para o retorno

de Jesus. Que, os que se consideram profetas no meio

da Igreja, se apliquem a despertar o povo para a

necessidade de vigilância com vistas à santificação,

porque o dia do arrebatamento da Igreja está muito

próximo. E assim, a profecia cumpra o propósito de Deus

de exortar, consolar e edificar os santos.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

86

1 - propheteia (grego) – profecia;

2 – textos sobre profetizar; e

3 – prophetes (grego) – profeta; relativos ao assunto,

acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pr

ofecia.html

87

15 - Prosperidade e Progresso

Ao se falar de prosperidade dos crentes, deve-se antes

de tudo se falar do progresso (prosperidade) do próprio

evangelho, porque a prosperidade individual de cada

crente deve estar vinculada a isto, pois é assim que

somos ensinados na Bíblia.

O grande interesse do crente deve estar focado no

aumento do reino de Deus, e é a isto que deve estar

associado o seu interesse de crescimento pessoal.

Até porque qualquer tipo de prosperidade pessoal

terrena ficará por aqui mesmo e não poderá ser levada

com o crente depois da sua morte. Fazer da vida um

investimento prioritário nas coisas que são visíveis e

passageiras não é de fato uma opção sábia para um filho

de Deus.

Jesus nos alerta sobre o perigo e o dano disto com a

parábola que contou do rico que ajuntou em celeiros e

88

era pobre para com Deus, e que repentinamente perdeu

a sua alma, deixando tudo para trás.

Deveríamos então ser cautelosos com uma dita

proclamação do evangelho que esteja centralizada tão

somente em obtenção de prosperidade material, a bem

do estado eterno de nossas almas.

Somos ordenados na Bíblia a crescer na graça e no

conhecimento de Jesus (II Pedro 3.8) e nunca nas coisas

que são terrenas e passageiras.

Somos ordenados a juntar tesouros no céu e não na

terra.

Somos ordenados a não servir a Mamom e a não amar o

dinheiro, porque este amor ao dinheiro é a raiz de todos

os males.

Oseias 10.1: “Israel é vide frondosa que dá o seu fruto;

conforme a abundância do seu fruto, assim multiplicou

os altares; conforme a prosperidade da terra, assim

fizeram belas colunas.”

89

Deus protesta contra Israel neste versículo do profeta

Oséias quanto a que tinham usado toda a prosperidade

material que haviam recebido para construírem belas

colunas e altares aos falsos deuses. Há que considerar

este aspecto de que se é tão comum fazer-se um mau

uso de toda a prosperidade mundana que possamos

alcançar.

O fruto que Israel dava como vide frondosa era riqueza

material, pois foi somente isto o que buscaram, e como

a abundância deste fruto era muito grande,

multiplicaram a idolatria deles servindo àquilo que

dominava seus afetos e corações.

Servir a Deus com os nossos bens e a nossa fazenda é um

imperativo bíblico. Mas quantos estão efetivamente

dispostos a isto, mais do que acumular para si mesmo?

Lembro-me ao escrever estas linhas de que há muitos

anos atrás Deus me pediu que ofertasse o meu carro a

um missionário que trabalhava em várias frentes de

trabalho e que não tinha facilidade de se deslocar com

90

sua esposa e filhos que serviam juntamente com ele,

integralmente, na obra do Senhor.

Recordo como se fosse ainda hoje que o Senhor me disse

que ofertar um carro era muito fácil, pois o que lhe

interessava de fato era que eu lhe ofertasse a minha

vida, que depositasse tudo o que tinha e sou em Suas

mãos. Com lágrimas nos olhos pedi-lhe que aumentasse

a minha fé para que o fizesse como convinha fazer.

Não importa para mim o quanto Deus possa me dar das

coisas deste mundo, mas quanto eu posso lhe dar de

volta cada vez mais do tempo e de todos os dons, até

mesmo os espirituais, que ele me tem concedido.

Convém que Jesus e a Sua obra cresçam e que eu

diminua.

Somos informados que o crescimento (prosperidade) de

Jesus foi o de ficar fortalecido em espirito diante de

Deus e dos homens, e não que ele acumulou riquezas

mundanas ou que andou buscando fama e aplauso dos

homens para si.

91

Somos chamados a imitá-lo sobretudo nisto, a saber, a

crescer em santidade pelo fortalecimento na graça.

Somos convocados a tudo fazer e buscar para a exclusiva

glória de Deus.

Selecionamos várias passagens bíblicas em que

podemos constatar claramente a qual tipo de

prosperidade somos incentivados a buscar.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – eudoo (grego) – prosperar, progredir, ir bem;

2 – procope (grego) – progresso, avanço, proveito;

3 – procopto (grego) – avançar, progredir, crescer;

4 – auxano (grego) – crescer, aumentar;

5 – yatab (hebraico) – ir bem, prosperar; relativas ao

assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/pr

osperidade-e-progresso.html

92

16 - Puro e Incontaminado

Depois de purificado pelo sangue de Jesus, na

conversão, o crente permanece no mundo, apesar de

não pertencer mais ao mundo.

A manutenção e aumento desta purificação produzida

pela conversão não significa portanto que o crente deve

deixar o mundo e viver em reclusão, pois importa dar

testemunho de Cristo a toda criatura e em todos os

lugares.

Não é o contato com o que é exterior que contamina o

crente mas o que sai do seu próprio coração. De maneira

que é o coração que deve ser mantido puro; pela

edificação de uma consciência e um caráter puros, ou

seja, que não sejam dominados pelo pecado, mas pela

graça de Deus.

Tão importante e vital é a nossa purificação do pecado,

que a Lei de Moisés está repleta de mandamentos de

Deus cerimoniais e figurativos da grande purificação

93

realizada pelo sangue de Jesus; sobretudo nos diversos

tipos de sacrifícios ordenados e na distinção de coisas

limpas e imundas.

O alvo era o de que ficasse gravado na mente e no

coração dos ofertantes e executores dos atos de

purificação cerimonial a necessidade de se estar puro

para que se pudesse ter aceitação da parte de Deus, e

ter comunhão com Ele.

Mesmo depois de ter sido lavado pela Palavra e pelo

sangue do Senhor, o crente necessita se purificar

continuamente dos resquícios do pecado que

permanecem na carne; através da confissão e do

arrependimento.

Quando se esquece desta necessidade de purificação

contínua, tudo o mais na vida espiritual fica seriamente

comprometido e detido.

Daí se afirmar que devemos guardar puro o nosso

coração porque é dele que procedem as fontes da vida

eterna e celestial.

94

Quando a consciência e o coração nos condenam,

quanto a não estarmos santificados diante dos homens

e do Senhor, nossas orações ficam impedidas, e toda a

nossa religião torna-se sem significado e sentido.

Você pode ler alguns versículos bíblicos com as

seguintes palavras destacadas do texto original:

1 – katharos (grego) – puro, limpo;

2 – barar (hebraico) – puro, purgado, limpo;

3 – katharizo (grego) – purificar, purgar, limpar;

4 – taher (hebraico) – purificar;

5 – tohorah (hebraico) – purificação ceremonial ou

moral; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/12/pu

ro.html

95

17 - Quebrantamento e Contrição

Deveríamos dar uma atenção especial a este assunto

uma vez que Deus afirma em Sua Palavra que em relação

aos que têm o coração quebrantado e contrito, Ele

habita, vivifica, salva, está perto, valoriza, e contempla.

Salmo 34.18 Perto está o Senhor dos que têm o coração

quebrantado, e salva os contritos de espírito.

Salmo 51.17 O sacrifício aceitável a Deus é o espírito

quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não

desprezarás, ó Deus.

Isaías 57.15 Porque assim diz o Alto e o Excelso, que

habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e

santo lugar habito, e também com o contrito e humilde

de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para

vivificar o coração dos contritos.

Isaías 66.2 A minha mão fez todas essas coisas, e assim

todas elas vieram a existir, diz o Senhor; mas eis para

96

quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que

treme da minha palavra.

O sofrimento não tem o propósito de ser algo em vão

nas nossas vidas, do ponto de vista de Deus, pois tem

determinado principalmente que através dele sejamos

transformados segundo a Sua vontade e Palavra, para

que Ele seja glorificado. A paciência na tribulação, no

sofrimento que ela produz, é de grande valor para Deus,

e também para nós, porque é por meio disto que

aprendemos a ser pacientes e perseverantes nas coisas

do Senhor, ensinando-nos a amar com o mesmo amor

de Deus, que é sofredor, isto é, longânimo em sofrer em

razão do pecado que há no mundo.

Uma visão correta da aflição é completamente

necessária para um comportamento verdadeiramente

cristão sob elas.

Carregar a cruz voluntariamente faz com que ela se

torne leve, mas carregá-la com a mente perturbada por

inquietações à busca de respostas fora de Deus para

aquilo que se esteja experimentando, quando estas

97

provas vêm da Sua parte, somente serve para aumentar

o peso da cruz que carregamos.

Ter um espírito contrito e quebrantado na aflição é algo

muito apropriado para acalmar as agitações do coração,

e nos fazer pacientes debaixo dela.

Como Deus tem afirmado que que é com o coração

quebrantado e contrito que Ele trabalha e dá sua

especial atenção, então importa sabermos que Ele

mesmo há de providenciar os meios para este

quebrantamento e contrição, já que naturalmente não

somos isto, senão altivos e autoconfiantes além da

medida que convém.

Por isso Jesus nos deixou um legado de aflição no

mundo, para o propósito mesmo de sermos

aperfeiçoados por Deus em santidade.

Cruzes nos são trazidas no curso de nossas vidas para

que as carreguemos, com o alvo de nos quebrantarem.

Importa carregarmos pacientemente estas cruzes e ver

a mão de Deus nisto, porque, efetivamente, não há

98

nenhuma aflição aqui embaixo que não tenha sido

ligada ou permitida no céu.

A Palavra ensina que tanto o dia da prosperidade quanto

o da adversidade procedem da parte de Deus, “que fez

assim este como aquele para que o homem nada

descubra do que há de vir depois dele.”, isto é, para que

ninguém saiba o que lhe reserva o futuro, e assim vivam

dependendo inteiramente de Deus, confiando suas

almas ao fiel Criador na prática do bem, enquanto

caminham neste mundo.

A adversidade e a nossa vontade não se harmonizam

porque nossa alma não acha sossego enquanto debaixo

das situações que a afligem.

Então necessitamos do poder da graça divina para nos

sustentar sobretudo nas adversidades para as quais não

há em nós qualquer poder ou habilidade para superá-

las.

Mas, na renúncia à nossa própria vontade, ficamos

abertos à vontade de Deus, e este é o bom serviço que

99

as tribulações podem nos prestar; de maneira que o

apóstolo Paulo afirma que importa entrarmos no reino

dos céus por meio de muitas tribulações, e o apóstolo

Tiago que deveríamos tê-las por motivo de grande

alegria.

A humildade e a mansidão de espírito nos qualificam

para o relacionamento e a comunhão amigável com

Deus por meio de Cristo. O orgulho fez de Deus nosso

inimigo. Nossa felicidade e futuro aqui dependem do

nosso relacionamento amigável no céu.

Assim a humildade é um dever que agrada a Deus, e o

orgulho um pecado que agrada ao diabo. Por isso Deus

exige de nós que sejamos humildes, especialmente

debaixo da aflição. “Cingi-vos todos de humildade...” (I

Pe 5.5).

O humilde e manso de coração terá paz e descanso em

sua alma e mente, enquanto o orgulhoso terá a aflição

reinando em ambas.

100

O subjugar de nossas paixões é mais valioso do que ter

todo o mundo debaixo da nossa vontade.

O trabalho de carregar a cruz deve ser em cada dia, em

todos os dia da vida, porque se removermos a cruz, a

vontade própria prevalecerá.

Portanto é melhor ter um espírito humilde e

quebrantado do que ter a cruz removida.

Se alguém não tomar voluntariamente a sua cruz a cada

dia, não poderá fazer a obra de Deus de modo constante

e agradável a Ele, porque o ego se levantará e se oporá

àquilo que for da Sua vontade.

Quão perigoso é para aqueles que estão envolvidos na

seara do Senhor desejarem que a cruz seja removida.

Quando aspiram por total falta de problemas, de

oposições, de perseguições, de dificuldades, e começam

a se encantar de novo com a alegria puramente

mundana, eles constatarão que a infidelidade a Deus

terá invadido os seus corações, e que já não amam tanto

a Sua obra e vontade quanto antes.

101

Por isso não se pode lançar a mão do arado e olhar para

trás. Envolver-se na guerra do Senhor exige que seja

considerado o custo relativo à necessidade de

consagração e renúncia à própria vontade.

Ninguém será um apóstolo como Paulo enquanto não

estiver crucificado para o mundo e o mundo crucificado

para ele.

O levar no corpo o morrer de Jesus é o que gera a

verdadeira vida eterna. Se o grão de trigo não morrer ele

ficará só. Não há frutificação na lavoura de Deus sem

este morrer operado pela cruz. É neste sentido que o

estar apegado à vida nos leva a perdê-la, e o perdê-la

por amor de Cristo, a achá-la.

E muito desta mortificação da carne, desta auto negação

está exatamente em se seguir à exortação do apóstolo

Pedro em sua primeira epístola, na qual exorta todos à

submissão de uns para com os outros e particularmente

às linhas de autoridade estabelecidas por Deus: os

servos a seus senhores, as esposas aos esposos, os filhos

102

aos pais, os cidadãos às autoridades, as ovelhas aos

pastores, os jovens aos anciãos.

E toda esta submissão de coração somente será possível

caso se tenha humildade. Estas duas atitudes estão

ligadas inseparavelmente por Deus, assim como Ele

ligou o arrependimento à fé.

E a seu tempo Deus exaltará o que se humilha. Ele

elevará aquele que se humilhou debaixo da sua potente

mão, no tempo que Ele tiver determinado. Então o

caminho para a elevação é se humilhar. É neste sentido

que o maior de todos é o que mais serve.

Afligir o nosso espírito especialmente nas aflições, e não

somente nelas, é o nosso dever, mas o elevá-lo é

trabalho exclusivo de Deus. E todo aquele que a si

mesmo tentar se exaltar será humilhado por Deus. Mas

todo o que se humilhar será exaltado (Mt 23.12).

O recusar-se a se humilhar é portanto recusar o único

caminho para a verdadeira exaltação.

103

E é interessante observar que a exaltação é geralmente

proporcional ao nível da humilhação. Ninguém se

humilhou ou poderá se humilhar mais do que Cristo

porque Ele se rebaixou, se esvaziou se humilhou sendo

Deus, e sendo homem perfeito, sem pecado, e portanto

ninguém poderá ser mais exaltado do que Ele, e por isso

recebeu um nome que é sobre todo nome.

E este feliz evento da exaltação acontecerá no tempo

próprio. No tempo próprio nós colheremos se não

desfalecermos. Mas há aquela raiz de orgulho que está

no coração de todos os homens que vivem na terra, que

deve ser mortificada antes que eles possam ser

considerados aptos para o céu, e por isso Deus os levará

a circunstâncias humilhantes com vistas a atingir o

referido fim. Foi por isso que Deus conduziu o povo de

Israel naqueles quarenta anos no deserto, para os

humilhar, provar e saber o que estava no coração deles.

E o coração é naturalmente hábil para se revoltar contra

estas circunstâncias humilhantes, e por conseguinte a

mão poderosa do Senhor as traz e as mantém lá. O

homem redobra suas forças naturais para fugir da

104

dificuldade levantando a sua cabeça, e murmura por

causa das suas aflições, e poucos dizem que confiam que

o seu Criador por fim os abençoará.

Há muitas imperfeições naturais e morais em nós.

Nossos corpos e nossas almas, em todas as suas

faculdades, estão em um estado de imperfeição. O

orgulho de toda a glória está manchado; e é uma

vergonha para nós não nos humilharmos em tudo o que

se refere a nós, e tentarmos nos apresentar a Deus como

pessoas que não têm do que ser perdoadas e lavadas. É

certo que no caso dos crentes o Espírito fez uma grande

obra de regeneração e iniciou o processo de

santificação, mas enquanto permanecem no mundo há

muitas corrupções que remanescem na carne, e das

quais devem se humilhar, se arrepender, e abandonar (II

Crôn 7.14).

E uma das maiores provas da nossa humilhação é

exatamente a de se submeter, de se render à vontade

de Deus debaixo das nossas aflições, porque é

exatamente nestas horas que o velho homem mais se

levanta em seu orgulho e procura resistir com todas as

105

suas forças procurando o modo de se livrar das coisas

que o afligem sem contar com o fato de que é somente

se submetendo ao Senhor que é possível ser livrado das

aflições que Ele mesmo determinou para nos provar.

Então permita que as circunstâncias humilhantes

tornem o seu espírito humilde, e assim você será útil nas

mãos de Deus e será poupado de muitas aflições, porque

elas têm em sua maioria exatamente este grande

propósito de nos humilhar. E se somos achados

humildes, então é nesta condição que o Senhor nos

exaltará pois não haverá o risco de que sejamos

vencidos pelo orgulho.

106

18 - Regeneração

São poucas as pessoas que sabem que, para alcançar o

céu é necessário nascer duas vezes neste mundo. O

primeiro nascimento é natural, do qual todos os homens

são participantes, mas o segundo nascimento é

espiritual, e nem todos chegam a nascer esta segunda

vez, pela qual nos é dado acesso ao reino do céu.

Se a lagarta morrer antes de virar crisálida, ela não

poderá se transformar em borboleta; de igual modo, se

o homem morrer sem passar pela experiência deste

segundo nascimento, ele não pode voar para dentro do

reino de Deus.

Na verdade, desde o primeiro casal formado no Jardim

do Éden, Deus iniciou a nova criação espiritual, e um dos

seus primeiros integrantes foi Abel, filho de Adão e Eva,

e esta ainda se encontra em pleno curso pelos filhos que

são gerados para Deus, por meio da fé nEle.

107

É a isto que o apóstolo Tiago se refere em sua epistola,

ao dizer: “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou

pela palavra da verdade, para que fôssemos como que

primícias das suas criaturas.” (Tiago 1.18)

Na verdade, o que ocorre é uma ressurreição espiritual,

um novo nascimento de quem estava morto em delitos

e pecados. Em Cristo, o pecador sai da morte espiritual

para renascer numa nova vida que é eterna.

Daí o apóstolo Paulo ter afirmado o seguinte: “Pelo que,

se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas

velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (II

Coríntios 5.17), ou seja, faz parte desta nova criação

espiritual que Deus está fazendo em meio ao mundo

natural ao longo dos séculos. Esta nova criação somente

será concluída quando o número dos salvos estiver

completo, o qual é conhecido tão somente pelo Senhor.

O apóstolo João se refere aos que são gerados de tal

forma, com as seguintes palavras: “os quais não

nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da

vontade do homem, mas de Deus.” (João 1.13)

108

Estando de posse destas informações podemos

entender melhor o diálogo que foi travado entre nosso

Senhor e Nicodemos:

“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo

que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino

de Deus.

Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem

nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar

no ventre de sua mãe, e nascer?

Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que

se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode

entrar no reino de Deus.

O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do

Espírito é espírito.

Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é

nascer de novo.

109

“O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não

sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo

aquele que é nascido do Espírito.” (João 3.3-8)

Desde o Velho Testamento, Deus havia prometido este

novo nascimento; daí Jesus ter repreendido a ignorância

de Nicodemos sobre este assunto, apesar de ser um

mestre religioso em Israel.

“E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um

espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de

pedra, e vos darei um coração de carne.”(Ezequiel 36:26)

Somos informados que este novo nascimento é

produzido pelo Espirito Santo, para que alcancemos a

condição de sermos espirituais, pois é dito que o que é

nascido da carne é carne, e espiritual é somente aquele

que é nascido do Espírito Santo. E também, que

permanece debaixo da vontade de Deus gerar este novo

nascimento, porque somente Ele sabe quem será gerado

de novo pelo Espirito.

110

Esta regeneração, assim como quando uma criança é

trazida do ventre de sua mãe para a luz do mundo,

ocorre uma única vez, no momento mesmo em que a

pessoa se converte a Cristo, e é justificada e perdoada

de seus pecados.

Por ela há uma transformação muito grande no coração

que é regenerado (nascido de novo) que passa agora a

se inclinar para Deus e adorá-Lo, bem como a amar Seus

mandamentos; e por outro lado, a odiar toda forma de

pecado.

A consciência é mais do que despertada na regeneração,

pois é vivificada pelo Espírito Santo, de modo que o

senso do que é aprovado e do que é reprovado por Deus

é restaurado.

A fé que passa a habitar no coração regenerado leva-o a

compreender as coisas relativas ao reino de Deus, e

mesmo aquilo que não pode ser visto ou ouvido pelos

sentidos naturais, passa a ser conhecido em espírito

pelo crente.

111

Na regeneração Deus começa a destruir tudo o que

pertence ao velho homem, e começa a formar um novo

homem semelhante a Cristo.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – gennao (grego) – nascer;

2 – Paligennesia (grego) – restauração, regeneração;

3 – anagennao (grego) – gerar de novo;

4 – kaynos (grego) – novo;

5 – neoteros (grego) – novo, regenerado; relativos ao

assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/re

generacao.html

112

19 - Ressurreição

Antes de tudo deve ser dito, que seres morais como

os anjos e a humanidade não podem deixar de existir

quanto ao espírito.

Então, quando a Bíblia fala de ressurreição, esta possui

os seguintes significados:

1 – a ressurreição futura do corpo físico dos crentes em

corpo celestial, por ocasião do arrebatamento da Igreja

por Jesus Cristo; e a dos ímpios condenados ao lago de

fogo e enxofre por ocasião do grande juízo final de Deus.

2 – a ressurreição da morte espiritual, no momento em

que nos convertemos a Cristo;

3 – o retorno à vida neste mundo de corpos que

morreram, como foi o caso de Lázaro.

4 – a ressurreição do corpo de nosso Senhor Jesus Cristo,

que é a primícia dos que morrem quanto a ter entrado

na posse do corpo glorificado e celestial depois da Sua

113

morte, para termos a firme convicção do cumprimento

da promessa de recebermos um corpo celestial como o

dEle no porvir.

A maior parte dos textos bíblicos alude à ressurreição de

nosso Senhor Jesus Cristo, dado sua importância e

necessidade para a nossa própria justificação e

ressurreição.

A justificação do pecador está fundamentada tanto na

morte quanto na ressurreição de Jesus, conforme

ensinado pelas Escrituras.

Enquanto Seu corpo jazia no sepulcro de José de

Arimatéia, em espírito, o Senhor havia entrado no céu

juntamente com o ladrão que havia morrido a Seu lado

na cruz, e dali, somos informados pelo apóstolo Pedro,

que foi aos espíritos rebeldes dos dias de Noé, que se

achavam na prisão.

Ele poderia ter permanecido apenas em espírito, mas

era necessário que Seu corpo fosse levantado ao

terceiro dia, para efeito da nossa justificação e plena

114

identificação com Ele no porvir, quando também

teremos um corpo igual ao que Ele possui

presentemente.

Jesus tem preservado, portanto a Sua natureza humana

com a divina, e nós além de mantermos a nossa natureza

humana temos sido feitos participantes também, por

meio dEle, da natureza divina. Daí, a grande importância

da ressurreição no cumprimento do propósito eterno de

Deus.

Nós relacionamos os versículos sobre ressurreição no

Novo Testamento, em nosso anexo, mas cabe ressaltar

que Deus não deixou as pessoas no Antigo Testamento

sem testemunho acerca do Seu poder para ressuscitar,

como vemos na narrativa de Ezequiel sobre o vale de

ossos secos, e as ressurreições operadas nos ministérios

dos profetas Elias e Eliseu.

Temos estes relatos para que fique comprovado para

nós que Ele não é Deus de mortos, mas de vivos, de

maneira que importa vencermos a morte espiritual em

que nos encontramos naturalmente por causa do

115

pecado, e sejamos ressuscitados para a vida eterna por

meio da fé em Jesus Cristo.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras

1 – anastasis (grego) – ressurreição;

2 – anistemi (grego) – ressuscitar;

3 – egeiro (grego) – ressuscitar, levantar; relativas ao

assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/re

ssurreicao.html

116

20 - Salvação

Quando a Bíblia fala na salvação do pecador, o que está

em foco é muito mais do que simples livramento de

perigos iminentes, pois é, sobretudo a restauração do

pecador caído para que nele se cumpra o propósito

eterno de Deus, de ter muitos filhos semelhantes a Jesus

Cristo.

Somos a rigor salvos de nós mesmos, de nossa condição

de miséria e morte espiritual e eterna. Somos livrados

de uma inclinação constante para o mal, a fim de nos

inclinarmos para o bem e tudo o que se encontra na

natureza de Deus.

Jesus nos livra do pecado; do consequente estado de

morte espiritual que se transforma em morte eterna

quando morre o corpo; e também da consequente ira,

da condenação, e do juízo eternos de Deus; da servidão

ao diabo; das enfermidades do corpo e da alma; da

maldição da Lei – mas, além disso, Ele nos purifica,

santifica, nos reveste de Suas próprias virtudes, nos

117

reconcilia com Deus e nos torna Seus filhos amados,

fazendo-nos herdeiros juntamente com Ele de toda a

glória que possui no céu.

Para este propósito, desde que houve a queda do

primeiro casal no pecado, Deus sujeitou a criação à

vaidade, ao vazio, à maldição de ter que enfrentar

tantos males e tribulações. Pode parecer um paradoxo,

mas se não fosse por isto, jamais seríamos resgatados da

nossa condição de orgulho e rebelião contra a justiça e

a santidade.

Necessitamos das tribulações para sermos tornados

humildes e vermos o quanto dependemos da graça e

misericórdia de Deus.

Para além das tribulações há os braços estendidos de um

grande Pai de amor, que deseja que estejamos

conscientes de nossa plena aceitação por Ele, apesar de

sermos pecadores, por causa da visitação em juízo dos

nossos pecados em Jesus.

118

Ele nos amou tanto que nos deu o Seu próprio Filho

Unigênito, sem qualquer mancha ou pecado, cheio de

glória e majestade, para que pudesse morrer a nossa

morte, e assim tivéssemos acesso a tudo o que havíamos

perdido por causa do pecado, e que Ele havia planejado

para nós, para toda a eternidade.

Daí ter sido anunciado pelo anjo à virgem Maria, que

Aquele que nela seria gerado pelo Espírito Santo era o

eterno Yeshua (em hebraico), que significa o Salvador,

ou Aquele que salva. No texto original grego esta

palavra foi transliterada para iesous, de onde também

por transliteração vem o nosso Jesus, em português.

Ele, que é o Grande Eu Sou (YWHW – hebraico)

juntamente com o Pai e o Espírito Santo, tomou este

nome por causa do trabalho de livramento e

restauração que operaria em favor da humanidade, pois

a salvação inclui tanto uma coisa quanto outra.

Muitas são as operações que estão vinculadas à salvação

que Jesus veio consumar. Antes de tudo; a eleição,

depois a chamada, o convencimento do Espírito, a

119

justificação, a regeneração, a santificação e por fim a

glorificação.

Que grande trabalho de paciência e sabedoria eterna

está envolvido em tudo isto!

Quem seria suficiente para tanto; algum homem ou

anjo?

A resposta óbvia é não. Senão somente Deus de Deus,

feito perfeito homem, nascido em corpo de homem

poderia realizar uma obra tão maravilhosa, celestial e

espiritual.

Não temos um Salvador que foi estabelecido na hora da

nossa emergência, mas Alguém que foi designado para

tal, antes mesmo da fundação do mundo. Alguém que

foi anunciado por muitas profecias no Velho

Testamento, e até mesmo nos dias anteriores a Moisés,

como a promessa feita a Adão, do descendente da

mulher que esmagaria a cabeça da serpente, e a feita a

Abraão, de abençoar no Seu descendente (Cristo) todas

as nações da Terra.

120

Outro ponto importante a ser considerado na salvação é

que ela é segura e firme. Nada pode apagá-la ou destruí-

la. É uma obra de caráter eterno para adentrar a

eternidade, assim como é eterno o nosso Salvador e

Senhor.

O crente está firmemente seguro na graça que lhe foi

concedida em Jesus, para nunca mais ser daí removido

de uma forma final. Ainda que caia será levantado pelo

poder do Senhor, porque tem prometido não lançar fora

por motivo algum, a qualquer que tenha sido salvo por

Ele.

E, tantas são as profecias que temos em relação a esta

salvação no Velho Testamento, que não teríamos

espaço suficiente para enumerá-las, senão citar apenas

algumas no anexo em que apresentamos vários textos

relativos a este assunto.

Cabe lembrar que todo o mobiliário do tabernáculo, o

ofício dos sacerdotes, profetas e reis, os sacrifícios de

animais do Velho Testamento, tudo isto era uma figura,

121

um tipo, do grande Salvador que se manifestaria ao

mundo na plenitude dos tempos.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as seguintes palavras do texto original:

1 – soterion (grego) – salvação;

2 – soteria (grego) – salvar;

3 – soter (grego) – salvador; e

4 – alguns textos do Velho Testamento sobre a salvação

em Jesus; relativos ao assunto, acessando o seguinte

link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/sal

vacao.html

122

21 - Significado de Ser Santificado

Nós vemos em várias passagens do Velho Testamento

que havia ordenanças para que se santificasse tanto

coisas quanto pessoas, sendo que o significado mais

usual desta prática estava relacionado à sua separação

para o serviço sagrado de Deus, ou seja, à sua dedicação

ou consagração para tal mister.

Todavia, ensinava-se também a necessidade de

purificação para a referida consagração. Assim, os

principais significados da santificação se relacionam aos

atos de separar e purificar, sendo que a purificação

deveria ser cuidadosa e progressiva no caso de pessoas,

em razão da luta constante contra o pecado.

Como não há no próprio homem o poder de vencer o

pecado, subentende-se que o trabalho de santificação

deve ser realizado e conduzido pelo próprio Deus. Daí

Ele afirmar desde o Velho Testamento que é Ele quem

santifica o seu povo (Lev 21.8; João 1.17.17).

123

A razão da santificação está em que Deus é santo, de

modo que os que são seus também devem ser santos

(Lev 11.44; 20.26; I Pe 1.16).

O meio ou instrumento da santificação do crente é a

Palavra de Deus e não a observância de cerimônias e

rituais religiosos externos porque estes não têm o poder

de purificar e transformar nossas mentes e corações. A

causa de tal instrumentalidade da Palavra está

relacionada ao fato da nossa necessidade de

transformação moral e espiritual segundo o caráter do

próprio Cristo, e a verdade relativa a este caráter está

contida na revelação escrita inspirada pelo próprio

Deus, ou seja, na Bíblia.

O campo da santificação é o homem total, a saber, do

seu espírito, alma e corpo (I Tes 5.23)

Há falsos ou equivocados pastores e mestres na Igreja

de Cristo que ensinam erroneamente contra o

testemunho abundante das Escrituras relativo à

necessidade de santificação de todos os crentes, sob a

alegação de que somente Deus é santo, e que portanto,

124

falar de tal necessidade de santificação dos crentes é

coisa de fanáticos e presunçosos.

Podemos ver quanto isto é perigoso para as almas

debaixo de tal ensino errôneo, pelos vários textos

bíblicos que apresentamos a seguir, relativos à

santificação, destacando em cada versículo a palavra

encontrada no texto original grego do Novo

Testamento.

Leia-os e tire as suas próprias conclusões quanto a quem

devemos realmente ouvir, se a eles ou a Deus, através

da Sua revelação escrita!

1 - Hagiosune - santidade, propriedade de ser santo

2 Coríntios 7.1 Ora, amados, pois que temos tais promessas,

purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do

espírito, aperfeiçoando a santificação (hagiosune) no

temor de Deus.

125

I Tessalonicenses 3.13 Para confirmar os vossos corações, para

que sejais irrepreensíveis em santidade (hagiosune)

diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor

Jesus Cristo com todos os seus santos.

2 – (Hagiasmos) – santificação, processo de purificação,

de separação do mal

Romanos 6.19 Falo como homem, pela fraqueza da vossa

carne; pois que, assim como apresentastes os vossos

membros para servirem à imundícia, e à maldade para

maldade, assim apresentai agora os vossos membros

para servirem à justiça para santificação (Hagiasmos).

Romanos 6.22 Mas agora, libertados do pecado, e feitos

servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação

(Hagiasmos), e por fim a vida eterna.

I Coríntios 1.30 Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para

nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação

(Hagiasmos), e redenção;

126

I Tessalonicenses 4.3 Porque esta é a vontade de Deus, a vossa

santificação (Hagiasmos); que vos abstenhais da

fornicação;

I Tessalonicenses 4.4 Que cada um de vós saiba possuir o seu

vaso em santificação (Hagiasmos) e honra;

I Tessalonicenses 4.7 Porque não nos chamou Deus para a

imundícia, mas para a santificação (Hagiasmos).

II Tessalonicenses 2.13 Mas devemos sempre dar graças a Deus

por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus

elegido desde o princípio para a salvação, em

santificação (Hagiasmos) do Espírito, e fé da verdade;

I Timóteo 2.15 Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se

permanecer com modéstia na fé, no amor e na

santificação (Hagiasmos).

Hebreus 12.14 Segui a paz com todos, e a santificação

(Hagiasmos), sem a qual ninguém verá o Senhor;

(Nota: a santificação, seja ela de qual grau for, pequeno

ou grande, contínuo ou intermitente, é algo que sempre

127

acompanha a justificação e a regeneração, de modo que

se há ausência total deste processo divino na vida de

uma pessoa, ela não pode afirmar com certeza que está

segura da sua salvação. Assim, a perseverança em

santificação é a melhor evidência da nossa salvação (II

Pe 1.10,11).

I Pedro 1.2 Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em

santificação (Hagiasmos) do Espírito, para a obediência

e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos

sejam multiplicadas.

3 – Hagiazô – ser santificado, purificado, separado,

consagrado

Mateus 6.9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás

nos céus, santificado (Hagiazô) seja o teu nome;

João 17.17 Santifica-os (Hagiazô) na tua verdade; a tua

palavra é a verdade.

João 17.19 E por eles me santifico (Hagiazô) a mim mesmo,

para que também eles sejam santificados (Hagiazô) na

verdade.

128

Atos 20.32 Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à

palavra da sua graça; a ele que é poderoso para vos

edificar e dar herança entre todos os santificados

(Hagiazô).

Atos 26.18 Para lhes abrires os olhos, e das trevas os

converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim

de que recebam a remissão de pecados, e herança entre

os que são santificados (Hagiazô) pela fé em mim.

I Coríntios 1.2 À igreja de Deus que está em Corinto, aos

santificados (Hagiazô) em Cristo Jesus, chamados

santos, com todos os que em todo o lugar invocam o

nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e

nosso:

I Corintios 6.11 E é o que alguns têm sido; mas haveis sido

lavados, mas haveis sido santificados (Hagiazô), mas

haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo

Espírito do nosso Deus.

I Coríntios 7.14 Porque o marido descrente é santificado

(Hagiazô) pela mulher; e a mulher descrente é

129

santificada (Hagiazô) pelo marido; de outra sorte os

vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.

Efésios 5.26 Para a santificar (Hagiazô), purificando-a com a

lavagem da água, pela palavra,

I Tessalonicenses 5.23 E o mesmo Deus de paz vos santifique

(Hagiazô) em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e

corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis

para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

I Timóteo 4.5 Porque pela palavra de Deus e pela oração é

santificada (Hagiazô).

II Timóteo 2.21 De sorte que, se alguém se purificar destas

coisas, será vaso para honra, santificado (Hagiazô) e

idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa

obra.

Hebreus 2.11 Porque, assim o que santifica (Hagiazô), como

os que são santificados (Hagiazô), são todos de um; por

cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos,

130

Hebreus 10.10 Na qual vontade temos sido santificados

(Hagiazô) pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma

vez.

Hebreus 10.14 Porque com uma só oferta aperfeiçoou para

sempre os que são santificados (Hagiazô).

Hebreus 10.29 De quanto maior castigo cuidais vós será

julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e

tiver por profano o sangue da aliança com que foi

santificado (Hagiazô), e fizer agravo ao Espírito da graça?

Hebreus 13.12 E por isso também Jesus, para santificar

(Hagiazô) o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora

da porta.

I Pedro 3.1515 Antes, santificai (Hagiazô) ao Senhor Deus em

vossos corações; e estai sempre preparados para

responder com mansidão e temor a qualquer que vos

pedir a razão da esperança que há em vós,

Judas 1.1 Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos

chamados, santificados (Hagiazô) em Deus Pai, e

conservados por Jesus Cristo:

131

Apocalipse 22.11 Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é

sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, seja justificado

ainda; e quem é santo, seja santificado (Hagiazô) ainda.

132

22 - Significado Bíblico de Renovação da Mente

Muitos séculos antes de o homem se entregar à

pesquisa científica da mente, o escritor da inspiração

sagrada a ela se referiu estando, portanto, totalmente

livre da influência das especulações filosóficas e das

práticas empíricas, recentes, relativas ao estudo da

mente, e muito menos ocupado em tratar as

enfermidades cuja origem está relacionada ao cérebro.

Também não se ocupa a Bíblia em analisar o

inconsciente freudiano e todos as demais funções

cerebrais relacionadas ao sistema nervoso

parassimpático uma vez que a ação da graça divina trata

e opera em justa cooperação com o consciente. As

manifestações do inconsciente são imaginárias e não

estão sujeitas a qualquer linha racional e lógica,

conforme pode-se constatar nos sonhos e notadamente

nos pesadelos.

De modo que ao falar sobre a mente a Bíblia alude

simplesmente ao intelecto, ao entendimento racional,

133

que ainda que esteja no seu melhor estado, livre de

qualquer anomalia psicossomática, necessita ser

renovado pelo Espírito Santo.

Em nenhuma parte da Bíblia somos incentivados a

adorar e a servir a Deus num culto que se baseie

exclusivamente em sentimentos, emoções, e muito

menos em estados alterados de mente produzidos pela

manipulação de técnicas psicológicas, até mesmo

porque ajuda a empanar a compreensão e prática

racional dos mandamentos de Deus quando as pessoas

buscam somente experimentar sensações agradáveis e

não propriamente conhecer e fazer a vontade do

Senhor.

Evidentemente que os sentimentos e as emoções

acompanham geralmente a nossa adoração, mas não

deve ser neles que devemos basear o nosso

conhecimento de Deus e comunhão com Ele, mas

exclusivamente na prática racional da Sua Palavra.

Todavia, deve ser considerado que Deus utiliza de

variados meios para abrir caminho nos corações de

134

pedra, de modo a produzir conversões, para a habitação

do Espírito Santo.

Isto explica porque muitas das conversões narradas no

Novo Testamento foram produzidas com o simples

anúncio do nome de Jesus Cristo como sendo o salvador

prometido nas Escrituras. Veja o caso do centurião

Cornélio com a visita de Pedro, do cego de nascença e da

mulher samaritana por Jesus, do coxo no templo com

Pedro e João, da mulher que ungiu os pés de Jesus na

casa do fariseu Simão, do coxo que foi introduzido pelo

telhado em Cafarnaum, o ladrão na cruz, e em tantos

outros exemplos narrados na Bíblia.

A grande comprovação de que a salvação é de fato

somente pela graça está em que esta é concedida por

Deus quando o conhecimento acerca da Sua completa

vontade for ainda muito pequeno, ou até mesmo

inexistente.

Nos dias dos grandes avivamentos nos dias dos irmãos

Wesley, de Jonathan Edwards, Evan Roberts, etc, foi a

intensidade da forma de culto com cânticos e êxtases

135

espirituais que produziu a abertura do caminho nas

mentes, pelas emoções, para que o Espírito Santo

produzisse as conversões.

Por isso vemos o apóstolo Paulo ensinando em Romanos

10 que o ato de confessar a Jesus como Senhor e

Salvador com os lábios, crendo no coração que Deus o

ressuscitou entre os mortos, pode produzir conversões.

Para o mesmo efeito, exortava os crentes a entoarem

hinos e cânticos espirituais, uma vez que trabalhando

nas emoções podem abrir o caminho para o mesmo

efeito esperado.

Então a proclamação do nome de Jesus por aqueles que

o conhecem de fato e que praticam a Sua palavra em

vidas santificadas e consagradas pode ser honrada por

Deus com a produção de conversões.

Todavia, esta proclamação, pregação do evangelho, da

boa nova de que há salvação disponível em Cristo para

todo aquele que nele crer, e simplesmente olhar para

136

ele com os olhos da fé, não é tudo quanto se espera do

ministério cristão.

O Senhor ordenou que se pregasse o evangelho, mas

que também se fizesse discípulos em todas as nações

ensinando-lhes tudo o que ele ordenou para ser

guardado, ou seja, cumprido por eles.

Isto demanda, portanto, não apenas conhecimento das

Escrituras por parte do discipulador, como também o

cuidado de instruir na verdade todos aqueles que se

converteram recentemente.

Sem isto, dificilmente alguém perseverará na fé ou

mesmo terá a sua vida edificada na verdade.

Agora, não podemos esquecer também que conversões

baseadas em sentimentos e emoções, especialmente as

estimuladas pelos dirigentes de cultos religiosos

interesseiros, cujo propósito não seja o de glorificar

exclusivamente a Deus e honrar a Sua Palavra, devem

ser colocadas sob suspeita, uma vez que os frutos do

137

ministério dos falsos pastores e profetas não pode ser

um bom fruto de uma árvore boa.

Também deve ser considerado que estratégias

agressivas para abrir canais emocionais para um

trabalho de poder do Espírito Santo nos corações,

produzindo conversões, podem gerar mais escândalos e

resistências ao Espírito do que facilitar o seu trabalho,

como por exemplo ordenar que as pessoas caiam no

chão, e façam bizarrices para experimentarem o poder

de Deus. É de se esperar que pessoas com um mínimo

de bom senso não se sujeitem a isto.

Conhecendo o poder do impacto emocional sobre as

mentes o apóstolo Paulo tinha o cuidado de evitar que

até mesmo o uso descuidado de um dom sobrenatural

do Espírito Santo – o de línguas – pudesse evitar um

impacto negativo nos ouvintes, conforme podemos ver

em I Coríntios 14.14,15,19.

Ao se fazer uma análise detida das passagens bíblicas

destacadas abaixo, relativas ao assunto do nosso título,

observamos claramente que ao falar de mente a Palavra

138

de Deus a relaciona a entendimento espiritual da

revelação divina, mas de modo nenhum, exclui a

participação da nossa compreensão racional da

revelação escrita.

O Espírito Santo não põe à parte o nosso intelecto na

comunicação e ensino da verdade. Ao contrário, a via

comum da sua comunicação é a nossa mente,

especialmente pela aplicação à meditação da Bíblia.

A verdade já está revelada de uma vez por todas na

Palavra de Deus, de modo que tudo o que necessitamos

é que o nosso entendimento seja aberto pelo Espírito

para a correta compreensão e interpretação da mesma.

E para tal propósito Deus levanta mestres para o ensino

da Igreja, mestres estes que necessariamente devem ter

sido, eles próprios, instruídos pelo Espírito Santo para o

entendimento da Palavra.

É por esta via que se faz a renovação da mente ordenada

aos crentes nas Escrituras, e não por meio de êxtases

espirituais ou qualquer forma mística de se cultuar a

Deus, de maneira que somos orientados a fazer uma

139

renovação que se baseie num culto racional, ou seja, por

meio de uma mente devidamente instruída nas

Escrituras.

A mente foi despertada na conversão, e Deus passou a

ser conhecido pessoalmente, mas há necessidade de se

prosseguir neste conhecimento de Jesus e da Sua graça

(II Pedro 3.8).

O culto não deve ser fantasioso, fantástico, imaginário,

mas real e verdadeiro, conforme importa que Deus seja

adorado, a saber, em espírito e em verdade. E sem o uso

adequado de nossas faculdades mentais, de nosso

intelecto, de nosso pensamento, jamais poderíamos

adorar de tal modo, em razão do nosso

desconhecimento da Palavra revelada, notadamente no

que se exige de nós em relação aos mandamentos

divinos.

Todavia, não devemos ficar reféns do uso exclusivo da

razão para o conhecimento da vontade de Deus, uma

vez que necessitamos principalmente da convicção,

iluminação, instrução e direção do Espírito Santo, tanto

140

para a nossa conversão, quanto para a nossa

santificação.

Sem esta operação sobrenatural do Espírito Santo a

simples leitura da Palavra torna-se inócua, como a isto

se refere o apóstolo dizendo que a letra mata sem o

trabalho vivificante do Espírito Santo, porque não

podemos achar a salvação que nos conduz à vida eterna

por somente conhecermos a letra da Palavra,

conhecimento este que sem a salvação somente servirá

para agravar a nossa morte espiritual, pois que

estaremos sufragando a nossa própria condenação pelo

conhecimento da verdade não praticada.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 - Logikos – racional, razoável, da palavra;

2 – Metamorfoo – transformar, mudar, transfigurar;

3 – Nous – mente, intelecto, entendimento,

pensamento;

141

4 – Dianoia – mente, entendimento, pensamento; e

5 – Anakainosis – renovação; do texto original grego do

Novo Testamento relativas ao assunto, acessando o

seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/re

novacao-da-mente.html

142

23 - Submissão

Não há palavra que gere mais aversão ao homem

natural do que esta – submissão.

A razão disso reside no fato de que o homem é rebelde

por natureza em seu estado pecaminoso, cuja raiz é a

rebelião, que foi a causa principal da queda do próprio

Satanás e dos anjos que perderam o estado de glória

original que possuíam no céu.

Esta rebelião se caracteriza pela rejeição e resistência a

qualquer forma de governo, ainda que seja de Deus, ou

daqueles aos quais Ele tem dado o poder de governar,

sendo autoridades instituídas por Ele para manter a

ordem e a justiça na Terra.

A natureza terrena do homem decaída no pecado possui

o pendor de fazer e impor a própria vontade, e não

atender e fazer com prazer a vontade de outros.

Todavia, sem submissão não pode haver ordem, quer no

universo material, quer no moral e espiritual.

143

Há uma lei natural de governo e obediência que rege

não somente a criatura, como também podemos vê-la

na própria Trindade Divina, onde Jesus é submisso a

Deus Pai, e o Espírito Santo submisso a ambos. Todavia,

tanto Jesus quanto o Espírito Santo são da mesma

natureza e essência de Deus Pai.

A submissão de coração real a quem é de fato devida é

uma grande bênção para o que é submisso, porque está

na condição de espírito que é do agrado de Deus, e lhe

confere mansidão, paz e alegria.

A obediência de coração faz bem não somente a Deus,

como para o que obedece, e também para aquele ou

aqueles que são alvo da mesma.

Lares em que a submissão ordenada por Deus é

praticada são lares abençoados por Ele, nos quais Sua

paz reina; a esposa em relação ao marido e os filhos em

relação aos pais. Onde não há conflito e resistência o

resultado somente pode ser o de paz e segurança.

144

Não é, portanto sem razão que somos ordenados a

negarmos a nós mesmos e a carregar diariamente a

nossa cruz, para a crucificação do nosso ego, que é dado

naturalmente a se elevar e a não se submeter à vontade

de Deus, e à daqueles que são líderes por Ele

designados, que lideram em conformidade com a Sua

Palavra e vontade.

O hábito da submissão deve ser formado em nós, e

quando aprendido, quão felizes ficamos com o resultado

disso em nossas próprias vidas. Quão diferentes

ficamos! Mais semelhantes a Cristo, mais sábios,

razoáveis, temperantes, pacientes; enfim, adornados

com todas as virtudes que acompanham a submissão de

espírito.

Uma cerviz endurecida é um grande perigo, porque Deus

a abaterá, mas um coração quebrantado e contrito é

agradável a Deus, e será por Ele exaltado e alegrado.

Sem submissão não pode haver unidade e comunhão.

145

Devemos lembrar sempre, que fomos criados para viver

em unidade amorosa com Deus e uns com os outros,

conforme podemos ver na oração sacerdotal de Jesus

em João 17.

A submissão não é um princípio que foi ativado por Deus

por causa da entrada do pecado no mundo, ou da

rebelião de Satanás no céu. Ela é um princípio eterno

que emana da Sua própria autoridade imanente, e se

distribui por Suas criaturas conforme Sua exclusiva

determinação e vontade.

Quão belo e perfeito é o Seu governo, em sua forma

instituída com base na submissão! Pois onde estaria o

marido arrogante e dito “machão chauvinista”, se todos

os homens fossem submissos de coração a Jesus Cristo e

à Sua Palavra?

Onde estaria a esposa contenciosa e autoritária, se

todas as mulheres fossem submissas de coração aos

seus próprios maridos, como se estivessem sendo ao

próprio Cristo?

146

E o filho rebelde e contradizente, se todos os filhos

fossem obedientes de coração e honrassem a seus pais?

E isto pode ser estendido aos empregados, em relação

aos seus empregadores; aos alunos em relação a seus

professores; aos cidadãos em relação aos policiais, aos

governantes, aos magistrados e a todos aqueles que se

encontram em posição de autoridade.

Toda submissão verdadeira e aprovada por Deus é

aquela que é direcionada à justiça e à verdade. Não deve

haver submissão àquilo que contraria a vontade

revelada e expressa de Deus, pois importa antes

obedecer a Deus do que aos homens.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – hupotage (grego) – submissão, subordinação,

sujeição;

2 – hupotasso (grego) – submisso, sujeito, obediente;

147

3 – hupakoe (grego) – obediente; relativos ao assunto,

acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/su

bmissao.html

148

24 - Unidade e Comunhão

Comunhão e unidade é muito mais do que

simplesmente amizade, conforme se costuma pensar

geralmente.

A unidade e comunhão dos crentes entre si, e com Deus

é produzida pelo Espírito Santo quando caminham na

mesma fé, doutrina e amor. Onde isto faltar, o Espírito

não pode produzir a unidade e comunhão esperadas por

Deus.

Por isso nosso Senhor Jesus Cristo, quando orou em

favor da unidade dos crentes em João 17, Ele pediu ao

Pai que os santificasse na verdade, a saber, na Sua

Palavra, para tal propósito. Somente este vínculo, este

laço de união, é durável e inquebrantável.

Uma suposta unidade na Igreja que seja baseada em

mera concordância em pontos relativos a estratégias ou

deliberações tomadas em convenções e assembleias,

não podem ser eficazes ou duradouras, e pouco ou nada

149

poderão refletir daquela verdadeira união que é

promovida pelo Espírito Santo.

O amor aqui citado não é o simples amor fraternal de

amizade, ou fileo, mas o amor ágape divino que é

sacrificial e sobrenatural, cujas características são

destacadas no décimo terceiro capítulo de I Coríntios.

Atitudes carnais que são normalmente usadas para se

promover a unidade dos crentes nas congregações

locais, como exortações a que vistam a mesma camisa

de determinado líder, ou sigam as diretrizes assentadas

que sejam contrárias ao conteúdo e tom das Escrituras,

não podem de modo algum, gerar a verdade, unidade e

comunhão na Igreja.

Jesus orou por isto. E sem que o busquemos também

pela oração, e sem perseverar na doutrina dos apóstolos

como ocorria na Igreja Primitiva, jamais poderemos

desfrutar de uma comunhão espiritual e verdadeira em

nossas igrejas.

150

O apóstolo João que experimentou bem de perto a

comunhão com Cristo, nos alerta que sem andarmos na

luz em verdadeira santidade de vida, estaremos

mentindo se dissermos que temos tido comunhão com

Deus e uns com os outros:

I João 1.6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e

andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a

verdade;

I João 1.7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está,

temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus

seu Filho nos purifica de todo pecado.

Os crentes devem estar unidos no mesmo edifício

espiritual que está sendo erigido por Deus, em Jesus

Cristo.

Finalmente, neste assunto sobre a unidade e comunhão

dos crentes entre si e Deus, deve ser levado

principalmente em consideração, a verdade de que em

Cristo todos são membros de um só corpo espiritual que

foi planejado por Deus antes da fundação do mundo, do

151

qual nosso Senhor é a Cabeça. Há de se ver então, uma

justa e íntima cooperação entre os membros, cada qual

cumprindo sua função para o benefício do todo, de

forma que se cumpra o propósito de Deus, e Ele seja

glorificado.

“Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos

membros, e todos os membros, sendo muitos, são um

só corpo, assim é Cristo também.” 1 Coríntios 12:12

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – henotes (grego) – unidade;

2 – koinonia (grego) – comunhão; e

3 – textos sobre profetizar; relativos ao assunto,

acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/un

idade-e-comunhao.html

152

25 - Vida Eterna

Na Bíblia, a vida eterna é apresentada às vezes, em

contraposição a castigo eterno (Mateus 25.46).

Disto se depreende que esta expressão tem a ver com o

tipo, com a qualidade de vida de bem-aventurança com

Deus, além do seu significado usual, de algo que não

pode ser medido pelo tempo; que é duradouro, para

sempre.

Há de se destacar, que o castigo eterno é algo para o

qual todos estão destinados naturalmente, em razão do

pecado, mas a vida eterna é a reversão desta condição,

que pode ser obtida somente em e por Jesus Cristo.

Há uma infinidade de razões para isto, mas nos

deteremos em apontar apenas algumas que sejam

suficientes para melhor entendermos o que seja esta

vida eterna, que só pode ser obtida em Jesus.

153

Em João 17.3, nosso Senhor apresenta uma breve

definição do que seja a vida eterna, indicando o único

modo de alcançá-la, ou seja, pelo conhecimento pessoal

e íntimo de Deus Pai, por meio do Filho:

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o

único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu

enviaste.”

Nós podemos observar em várias passagens bíblicas,

que já entramos na posse da vida eterna quando cremos

em Cristo, mas a plenitude desta vida somente poderá

ser vista no porvir, quando todas as coisas estiverem

restauradas pelo poder do Senhor.

Por ora, ainda há a morte do corpo, que em certo

sentido é uma interrupção da vida, mas quando

estivermos na plenitude do estado de vida eterna, já não

haverá mais qualquer morte, nem mesmo nascimentos,

porque estará selado para sempre o destino daqueles

que hão de herdar a vida eterna, e o daqueles que

herdarão o desprezo e vergonha eterna (Daniel 12.2).

154

Estando limitados pela noção de espaço e tempo, que

são determinados pela matéria e pela velocidade, torna-

se muito difícil para nós, entendermos completamente

o significado da dimensão desta vida eterna que é

espiritual, e que, portanto não está subordinada a

tempo e espaço, assim como não está o nosso Deus, do

qual se diz que para Ele um dia é como mil anos, e mil

anos como um dia.

Não conseguimos manter permanentemente em

memória a visão que convém à vida eterna, quando esta

for estabelecida, e quando já não houver nem esta

Terra, nem todo este universo, uma vez que depois do

milênio será estabelecido o juízo do Grande Trono

Branco citado em Apocalipse, quando já não mais

existirá o ímpio e nem mesmo qualquer descendência

humana, porque o número dos eleitos terá sido

completado, e Deus porá um fim completo à

possibilidade de haver algum pecado entre aqueles que

foram por Ele completamente aperfeiçoados em Jesus.

Todos serão como os anjos, em corpos celestiais

glorificados imateriais, e teremos por morada eterna a

155

Nova Jerusalém, a cidade que não precisa da luz do sol e

não pertence a esta dimensão material e natural.

A glória de Deus será manifestada em plenitude em

todas as suas criaturas que herdaram a vida eterna, e já

não haverá qualquer mancha, ou ruga, ou coisa

semelhante.

Este estado eterno absoluto somente será estabelecido

quando o plano de Deus tiver sido cumprido totalmente.

E é neste sentido que a Bíblia diz que aguardamos por

esta vida eterna, ou eternidade em Cristo Jesus.

Por isso a redenção, a justificação, a regeneração, a

santificação, a aliança com Deus por meio de Jesus

Cristo; enfim, a nossa salvação deve possuir também

este caráter eterno, sendo inextinguível em sua

natureza, pois foi para a eternidade que estamos sendo

destinados, para fazermos parte do cumprimento do

propósito eterno de Deus. Especialmente o autor da

epístola aos e Hebreus, se refere a isto em várias

passagens.

156

Daí se infere que a segurança da nossa salvação é

também eterna.

Por haver uma coroação nos aguardando e uma vida que

terá um peso de glória que não pode ser comparado

nem o mínimo com o que vivemos aqui, o apóstolo

Paulo se expressou da seguinte maneira:

“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais

miseráveis de todos os homens.” (I Coríntios 15.19).

E também:

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste

tempo presente não são para comparar com a glória que

em nós há de ser revelada.” (Romanos 8.18)

Por tudo o que vimos podemos dizer que vida eterna é

muito mais do que viver para sempre, e podemos assim,

entender melhor o caráter da promessa que Jesus nos

faz por cremos nEle.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacada

a expressão:

157

. aionios zoe (grego ) – aionios –eterna; zoe – vida;

relativos ao assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/vi

da-eterna.html

158

26 - Vigilância e Prudência

O propósito da vigilância é o de guardar, o de manter-

se acordado e de pé ante tudo o que possa nos furtar ou

arrancar da posição firme em que nos encontramos.

É exigido portanto daquele que vigia que esteja em

atitude de alerta permanente, para que possa detectar

os perigos que o rodeiam, e que não raro se encontram

em seu próprio interior.

Outra atitude importante para o que vigia é a de

prudência.

Sem prudência é impossível haver uma vigilância que

seja eficaz.

A prudência nos leva a nos desviarmos do mal – a evitar

o confronto direto em provocações incitadas pelo

Inimigo para que percamos a nossa paz.

159

A vigilância requer também que sejamos sóbrios,

porque como poderíamos vigiar eficazmente estando

embriagados e com nossa capacidade de observação

prejudicada por estados de consciência alterados?

Precisamos também ser disciplinados e criteriosos, para

que sejamos determinados e constantes em nosso

procedimento para preservar o bom depósito da fé que

nos foi confiado por Deus para ser guardado.

E ainda necessitamos de sabedoria para discernir entre

o que é bom e o que é mau; entre o que é correto e

incorreto; entre o vil e o precioso, de forma a tomarmos

as decisões adequadas a cada situação que somos

chamados a viver.

Por se encontrar numa guerra constante, de muitas

batalhas e sem tréguas contra os poderes das trevas, o

crente, como bom soldado de Cristo, deve estar sempre

vigilante em seu posto, de maneira a não livrar somente

a sua alma como também a de muitos que se

encontrarem na mesma esfera da sua atuação.

160

Esta é uma vigilância para usar com autoridade e poder

todas as armas espirituais e componentes da armadura

espiritual, quer de ataque (espada da Palavra de Deus,

etc) ou de defesa (escudo da fé etc), sempre que for

necessário.

Esta é uma luta para ser vencida de joelhos e em oração

constante no Espírito Santo.

Se Pedro tivesse vigiado e orado conforme lhe ordenara

o Senhor, ao preveni-lo de que Satanás havia pedido

para cirandá-lo, em vez dormir como fizera na ocasião,

certamente teria vencido a tentação de negar a Jesus.

E assim também nós necessitamos de vigilância e oração

para não negarmos a Jesus não somente em nossas

atitudes como em nossas ações, em relação aos

mandamentos que Ele nos tem dado em Sua Palavra.

Necessitamos de vigilância para perseverar até o fim, e

por isso somos alertados pelo Senhor a termos todo o

cuidado e empenho e vigilância especialmente para que

161

sejamos achados dignos de sermos arrebatados por Ele

em sua volta.

Um grande peso de responsabilidade recairá sobre

todos os crentes que ainda estiverem vivendo neste

mundo por ocasião da proximidade do dia do

arrebatamento da Igreja, porque são diversos os alertas

da Palavra de Deus quanto à necessidade de santificação

para que sejamos arrebatados.

Aqueles crentes genuínos, que por descuido em sua

vigilância, deixarem de perseverar, ainda que não

percam a sua salvação, todavia perderão galardões e a

oportunidade de serem arrebatados, em razão da sua

infidelidade para com o Senhor, e se cumprirá neles o

que sucedeu às cinco virgens insensatas da parábola que

não vigiaram para recepcionar o noivo em seu retorno.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras

1 – gregoreuo (grego) – vigiar;

2 – nephaleos (grego) – vigilante, sóbrio, prudente;

162

3 – phronymos (grego) – prudente, cauteloso, sábio;

4 – arum (hebraico) – prudente; relativas ao assunto,

acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/vi

gilancia-e-prudencia.html

163

27 - Visão e Audição Espiritual

Ao sentido da visão natural corresponde o sentido da

visão espiritual, assim como ao da audição natural

corresponde o da audição espiritual.

Não que haja propriamente um olho como o físico para

enxergar o que é espiritual, ou um ouvido físico para

ouvir as mesmas coisas espirituais.

Todavia, sabemos que o olho e o ouvido simplesmente

captam os sinais do mundo exterior para que estes

sejam interpretados pelo cérebro. É, portanto na mente

que ocorre a visão e a audição.

De igual modo, as realidades espirituais são captadas e

interpretadas pela nossa mente e pelo nosso espírito,

tornando para nós realidades vivas o que ouvimos ou

lemos na Palavra de Deus.

Deve ser considerado então, que há um ouvir no ouvir,

e um enxergar no ver, pois a fé vem pelo que ouvimos

164

ou lemos do evangelho. Esta capacidade de entender

espiritualmente é um dom concedido por Deus, e sem

esta operação do Espírito Santo para nos revelar a

verdade, nada podemos fazer.

Uma das grandes provas desta comunicação espiritual

pode ser vista, no fato de que há pessoas com

deficiência auditiva e visual que se convertem a Cristo, e

chegam ao conhecimento da verdade.

Nós lemos várias passagens no livro de Atos nas quais o

Espírito Santo fala diretamente aos apóstolos, ou

através de mensagens transmitidas a eles por anjos ou

profetas, também guiados pelo mesmo Espírito. Não é

de se supor que o Espírito se comunicasse apenas com

eles, e deixasse de fazê-lo com outros ao longo da

história da Igreja.

Servimos a um Deus vivo que fala conosco, nos dá visões

espirituais para discernirmos a Sua vontade, e usa de

vários meios para se comunicar com Seu povo.

165

O Espírito Santo nos fala, sobretudo através da Bíblia,

cuja escrita inspirou. Por isso nós vemos Jesus dizendo

nos evangelhos e no livro de Apocalipse, que aqueles

que tivessem ouvidos espirituais para entender, que

ouvissem o que o Espírito Santo diz à Igreja, numa

referência às palavras que Ele, Jesus, havia

anteriormente proferido; ou seja, que poderiam crer

nelas e entendê-las pela iluminação do Espírito Santo

que as havia inspirado.

Mas, Deus se comunica conosco além da leitura ou

audição da Sua Palavra revelada, pois se manifesta

especialmente quando estamos orando no Espírito.

Sua comunicação que é, sobretudo a da Sua própria

presença enche o nosso coração de alegria, paz e santa

adoração. Se estivermos nos sentindo desanimados e

fracos, ficamos animados e fortalecidos, e isto ocorre

para que tenhamos a certeza da Sua presença

abençoadora.

Como a fé opera com o que é invisível, e por amarmos e

servirmos a Jesus, que é invisível, devemos

166

definitivamente desistir de tentar perceber e entender

as coisas que são divinas, espirituais e celestiais,

simplesmente com os sentidos naturais da visão e

audição.

Até porque, o som depende da existência de atmosfera.

No vácuo o som não se propaga. E a visão depende da

luz natural, sem a qual todo olho é cego. Não seria de se

supor então, que para se comunicar conosco Deus

dependesse da existência de ar e luz natural; ao

contrário, podemos nos comunicar melhor com Ele com

os olhos fechados e em ambientes totalmente

silenciosos.

Artifícios em sons e imagens para o propósito de levar

pessoas a sentirem a presença de Deus, quando menos

poderá contribuir para que sejam idólatras, por

substituir a adoração ao Senhor por tais sons e imagens,

pensando ter neles um encontro com a divindade.

Deus proibiu o ser adorado através de imagens de

escultura, ou de qualquer criatura existente no céu ou

na terra, para não incorrermos no grande erro de tentar

167

conhecê-Lo ou nos comunicar com Ele através de meios

visíveis, pois sendo espírito, não pode ser visto ou

percebido com os demais sentidos naturais.

Este tipo de conhecimento pode ser ilusório, pode ser

limitado; e com toda a certeza, temporário, mas o

conhecimento que nos vem pela fé, no que aprendemos

dEle pelo Espírito, apesar de ser invisível e inaudível

para os sentidos naturais, é uma forma de

conhecimento verdadeiro, pessoal, íntimo,

transformador e indelével.

Importa que seja conhecido de tal forma, pois o

fundamento de todo o nosso relacionamento com Ele é

vital, verdadeiro e justo.

Não há, portanto nenhuma desvantagem em não

vermos ou ouvirmos a Deus com nossos sentidos

naturais, até porque não estamos destinados a viver

eternamente como seres naturais, senão espirituais,

conforme Deus planejara desde antes da fundação do

mundo.

168

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – theoreo (grego) – ver, perceber;

2 – blepo (grego) – ver;

3 – apokalupto (grego) –revelar;

4 – apokalupsis (grego) –revelação;

5 – ous (grego) – ouvido;

6 – akouo (grego) – ouvir; relativos ao assunto,

acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/vis

ao-e-audicao-espiritual.html

169

28 - Zelo e Fervor

Lamentavelmente, já ouvi muitas vezes o texto de

Jeremias 48.10: “Maldito aquele que fizer a obra do

Senhor negligentemente, e maldito aquele que vedar do

sangue a sua espada!”, ser utilizado para exortar os

crentes a serem zelosos e fervorosos na obra do Senhor

para que não ficassem sujeitos, em caso contrário, à

maldição contida no citado texto.

O capítulo de Jeremias no qual este versículo se

encontra inserido é o quadragésimo oitavo, e neste

temos uma profecia dirigida contra Moabe.

As profecias de Is 15 e 16, e de Amós 2, contra Moabe,

se cumpriram nos dias dos assírios, sob o rei Salmanasar,

que havia invadido Moabe muito antes dos dias de

Jeremias.

Mas, as profecias aqui descritas contra todas as cidades

de Moabe, e a sentença do Senhor de que deixaria de

170

ser nação, foram cumpridas por Nabucodonosor de

Babilônia, cerca de 5 anos depois da destruição de Judá.

É importante lembrar que os moabitas, juntamente com

os amonitas haviam se juntado a Babilônia para a

ajudarem no cerco de Jerusalém, porque era

historicamente, grande o ódio que estas duas nações

tinham contra os israelitas, desde os dias de Moisés.

Então é profetizado aqui, o dia de ajuste de contas,

especialmente pelo modo como desprezavam a Israel,

sendo os moabitas e amonitas, descendentes de Ló, o

sobrinho de Abraão, o que servia somente para agravar

ainda mais o juízo deles.

O versículo décimo de Jeremias 48 tem sido muito mal

empregado na Igreja, onde se afirma que qualquer

pessoa que fizer a obra do Senhor negligentemente é

maldita, como forma de ameaça e incentivo a levar os

crentes a trabalharem com perfeição na obra de Deus, o

que de fato deve ser buscado, mas nunca, jamais,

debaixo de tal ameaça de maldição, porque a citação

deste versículo pode ser entendida no contexto

171

imediato e seguinte do próprio versículo, no qual se

afirma a quem se aplicaria a maldição proferida pelo

profeta: “aquele que vedar do sangue a sua espada!”, ou

seja, todo babilônio que estava sendo levantado por

Deus para uma destruição em todas as cidades de

Moabe pela espada. Então, o soldado de Babilônia que

embainhasse a sua espada e não a sujasse com o sangue

dos moabitas, seria considerado maldito.

Além disso, deve ser considerado que nenhum crente

genuíno está debaixo de qualquer condenação ou

maldição de Deus, uma vez que fora resgatado das

mesmas por Jesus Cristo, de uma vez para sempre. Então

devemos focar em que consiste o tipo de zelo e fervor

que são exigidos dos crentes na Palavra de Deus.

Falando dos judeus, Paulo afirma que eles têm zelo de

Deus, mas sem entendimento. Devemos, mesmo como

crentes, evitar esta mesma deficiência, pois é possível

ter um espirito fervoroso e muito zelo na obra do

Senhor, e no entanto, não ter discernimento ou um

conhecimento adequado do evangelho e da vontade de

Deus.

172

Isto é muito comum de se ver em nossa vida quando

somos novos convertidos, mas importa fazermos

progresso à medida que amadurecemos na fé,

equilibrando o zelo com o entendimento.

Devemos também ter o cuidado, porque é muito comum

ocorrer que ao se ganhar um melhor entendimento, se

perca muito do zelo e do fervor que tínhamos no

começo.

O próprio apóstolo Paulo diz que estava cheio de um

zelo errado antes da sua conversão, quando pensando

estar servindo a Deus, era perseguidor do evangelho, e

fizera isto por ignorância da verdade.

Os próprios crentes estão sujeitos a isto, por conta de

uma ignorância dos princípios fundamentais da Palavra

de Deus, que podem ser rejeitados e até atacados em

razão da citada ignorância, e do seu muito zelo em

querer fazer a obra, só que de maneira inconveniente e

errada.

173

1 – zelos (grego) – zelo

João 2.17 Lembraram-se então os seus discípulos de que

está escrito: O zelo da tua casa me devorará.

Romanos 10.2 Porque lhes dou testemunho de que têm

zelo por Deus, mas não com entendimento.

II Corintios 7.7 e não somente com a sua vinda, mas

também pela consolação com que foi consolado a vosso

respeito, enquanto nos referia as vossas saudações, o

vosso pranto, o vosso zelo por mim, de modo que ainda

mais me regozijei.

II Corintios 7.11 Pois vede quanto cuidado não produziu

em vós isto mesmo, o serdes contristados segundo

Deus! sim, que defesa própria, que indignação, que

temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo

provastes estar inocentes nesse negócio.

II Corintios 9.2 porque bem sei a vossa prontidão, pela

qual me glorio de vós perante os macedônios, dizendo

que a Acaia está pronta desde o ano passado; e o vosso

zelo tem estimulado muitos.

174

II Corintios 11.2 Porque estou zeloso de vós com zelo de

Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para

vos apresentar a ele como virgem pura.

Filipenses 3.6 quanto ao zelo, persegui a igreja; quanto

à justiça que há na lei, fui irrepreensível.

Filipenses 3.6 quanto ao zelo, persegui a igreja; quanto

à justiça que há na lei, fui irrepreensível.

Colossenses 4.13 Pois dou-lhe testemunho de que tem

grande zelo por vós, como também pelos que estão em

Laodiceia, e pelos que estão em Hierápolis.

2 – zeloo (grego) – zeloso

I Corintios12.31 Mas procurai com zelo os maiores dons.

Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo

excelente.

I Corintios 14.1 Segui o amor; e procurai com zelo os

dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.

175

I Corintios14.39 Portanto, irmãos, procurai com zelo o

profetizar, e não proibais o falar em línguas.

II Corintios 11.2 Porque estou zeloso de vós com zelo de

Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para

vos apresentar a ele como virgem pura.

Gálatas 4.17 Eles vos procuram zelosamente não com

bons motivos, mas querem vos excluir, para que

zelosamente os procureis a eles.

Gálatas 4.18 No que é bom, é bom serdes sempre

zelosos, e não só quando estou presente convosco.

Apocalipse 3.19 Eu repreendo e castigo a todos quantos

amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.

3 – zeo (grego) – fervoroso

Atos 18.25 Era ele instruído no caminho do Senhor e,

sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com

precisão as coisas concernentes a Jesus, conhecendo

entretanto somente o batismo de João.

176

Romanos 12.11 não sejais vagarosos no cuidado; sede

fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;

177

29 - Renúncia e Abnegação

Qual é o grande motivo da renúncia e abnegação que

nos são exigidas por nosso Senhor Jesus Cristo?

Creio que seja o compromisso total que é necessário ter

com Ele e com o evangelho.

Em várias passagens Ele ilustrou o caráter deste

compromisso pleno quando citou, por exemplo, que

quem lança mão do arado e olha pra trás não é apto para

o reino de Deus (Lucas 9.61); que quem começa a

construção de uma torre ou uma guerra deve concluí-las

empenhando-se até o fim (Lucas 14.28-32).

O arar o campo, a construção da torre ; e a declaração

de guerra devem ser minuciosamente calculados e não

podem ser abandonados ou interrompidos de modo

algum, sob pena de termos o nosso trabalho

prejudicado e não concluído.

178

Fomos empregados como lavradores e construtores, e

alistados como soldados de Cristo ao nos convertermos

a Ele, e para agradá-lo deveremos cuidar inteiramente

dos interesses do seu reino.

Em consequência teremos que renunciar a muitos

projetos e desejos pessoais; teremos que priorizar o

nosso tempo para Cristo e o reino, e isto certamente

encurtará o tempo que dispendemos sobretudo com os

nossos familiares e as pessoas que exigem muito da

nossa atenção em nossos relacionamentos, e por isso

Jesus disse que:

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a

mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à

própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26)

Como isto contraria os nossos sentimentos e vontade

naturais, então necessitaremos colocar em prática o que

Ele nos ensina:

Primeiro,

179

“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer

vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e

siga-me;” (Lucas 14.27)

E em seguida,

“Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a

tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.” (Lucas

14.33)

Não há outra alternativa para vencer nossos afetos

naturais que possam nos impedir de servir ao Senhor

inteiramente senão a crucificação do nosso ego com

todos os seus desejos.

Teremos que contrariar nossos desejos e até a própria

vida para que possamos servir a Cristo da maneira pela

qual convém ser servido.

Ele nos deu o exemplo supremo disto não fazendo a sua

própria vontade, senão a do Pai, para que pudesse

consumar a nossa salvação.

180

De igual forma isto se aplica a nós, porque não podemos

nos empenhar na obra de salvação de almas, sem que se

veja operando em nós, não a nossa, mas a vontade do

Senhor.

181

30 - Testemunho

A arca da aliança era chamada de arca do testemunho

(Êx 39.35), porque continha as duas tábuas de pedra nas

quais Deus havia escrito os 10 mandamentos.

O testemunho não era a arca, mas as tábuas, porque

continham a escrita do próprio Deus relativa à Sua

vontade. Disto aprendemos que o testemunho é a

própria Palavra revelada de Deus a nós, nas Escrituras,

tanto do Velho quanto do Novo Testamento.

No Novo Testamento temos o testemunho de Jesus e do

Espírito Santo, escrito pelos apóstolos. Os apóstolos e os

discípulos de Jesus eram suas testemunhas, porque

foram incumbidos de dar o seu testemunho ao mundo.

Cabe à testemunha testificar a verdade.

Assim, o próprio Jesus foi testemunha da verdade do Pai

testificando dela em Seu ministério terreno; o Espírito

Santo continua sendo testemunha da verdade, e com ele

são testemunhas todos os crentes porque têm sido

182

feitos participantes da verdade por meio da

regeneração e santificação do Espírito.

A garantia que temos de que a Palavra de Deus é a

verdade, nos vem do testemunho interno do Espírito

Santo em nossos corações, especialmente pela

aplicação da Palavra em nossas próprias vidas.

É-nos dado pelo Espírito, como crentes, não somente

crermos que a Palavra é a verdade, como também

participarmos das coisas em que cremos, pois são

traduzidas como realidades na nossa fé em Cristo.

Por exemplo, a Palavra afirma que se nos

arrependermos e crermos em Cristo somos

transformados em novas criaturas, e isto de fato ocorre

quando nos convertemos. Assim, a verdade vivida dá

testemunho da verdade prometida.

E todas as demais promessas da Palavra passam pelo

mesmo teste de veracidade, comprovando a completa

fidelidade de Deus em cumprir tudo o que tem

prometido.

183

De tal forma o testemunho está ajustado à nossa própria

vida, que é comum se dizer que devemos dar

testemunho de Cristo com nossas vidas exemplares.

Vidas santificadas é o melhor testemunho de que

servimos de fato a um Deus que é santo, e nos santifica.

Por que o crente deve ser testemunha de Jesus e da Sua

Palavra?

Não somente porque este dever lhe é imposto por Deus,

mas porque o testemunho de Jesus é o espírito da

profecia (Apo 19.10), ou seja, o Espírito Santo que habita

no crente move-o a falar do evangelho, pois este é

também o ministério do próprio Espirito Santo nesta

dispensação da graça.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo

destacadas as palavras:

1 – marturia (grego) – testemunho, testemunha;

2 – martureo (grego) – testemunhar, tetificar;

3 – martus (grego) – mártir, testemunha; relativas ao

assunto, acessando o seguinte link:

http://palavrasnooriginal.blogspot.com.br/2015/11/te

stemunho.html