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Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

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Fundamentos do Turismo 1

Sumário

Introdução ............................................................................................................. 2 Capítulo 1 Aspectos Gerais........................................................................................................ 8 Capítulo 2 Entendendo o Turismo.............................................................................................. 24 Capítulo 3 Estrutura do Turismo................................................................................................. 26

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Fundamentos do Turismo 2

Introdução ao Turismo

Panorama do Turismo Mundial

Panorama do Turismo no Brasil

Meios de Transporte

Considerando o papel extremamente significativo do lazer na vida das pessoas, observa-se que o turismo, nos mais variados segmentos, além de atender a essa necessidade, pode gerar investimentos, possibilitando o crescimento econômico.

Turismo e Hotelaria – Introdução

O turismo e a hotelaria são importantes setores para o desenvolvimento econômico e social para as diversas regiões do Brasil. A análise das informações permitirá uma reflexão sobre o desenvolvimento da área de turismo e hotelaria, visando a uma análise exploratória de um segmento economicamente viável. Considerando o papel extremamente significativo do lazer na vida das pessoas, observa-se que o turismo, nos mais variados segmentos, além de atender a essa necessidade, pode gerar investimentos, possibilitando crescimento econômico. Alguns aspectos importantes serão apresentados e analisados no conjunto de informações sobre o turismo receptivo: falhas estruturais, eficácia do planejamento e eficiência dos resultados. Segundo previsões da Organização Mundial de Turismo (OMT), o turismo, além de ser um dos setores que mais cresce e gera empregos no mundo, apresenta uma forte tendência a ser um dos mais importantes, no que se refere ao desempenho de um papel sociocultural. Considerando-o como um relevante setor de serviços, não podemos deixar de verificar que, além de alavancar o comércio, gerando empregos diretos e indiretos, o turismo pode ainda trazer desenvolvimento e investimentos para as cidades que fazem parte de um pólo turístico.

Check-in O turismo, como atividade internacional, deverá ter um crescimento nos próximos anos de 4% a 5% ao ano. No mesmo período, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), as viagens aéreas terão um acréscimo que oscilará entre 5,9% e 7%. Assim, a taxa média de crescimento anual ficará entre 4% e 4,8% de chegadas internacionais. (EMBRATUR, 1999)

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Panorama do Turismo Mundial Os pontos mais importantes para justificar o interesse em analisar o desenvolvimento do turismo municipal são: existência de um grande potencial turístico nas mais variadas regiões do Brasil; necessidade de criação de empregos; geração de receitas para os municípios; desenvolvimento sociocultural da população dos municípios com potencial turístico etc. Entre os vários outros setores da indústria – como energia, eletrônica, agricultura, manufaturados – a indústria do turismo é a maior do mundo. Considerando a economia global, observamos que ela ocupa lugar de destaque.

Em 1995, o número de viajantes que se deslocaram de um país para outro chegou a 529 milhões.

A OMT, já em 1996, divulgava um crescimento de 4,5% no número de viagens

Houve um aumento de 7,6% no número de divisas nas nações, ultrapassando a casa de US$ 423 bilhões. A OMT estima que em 2020 haverá mais de 1 bilhão de viagens internacionais.

O WTTC (World Travel & Tourism Council – Conselho Mundial de Viagens e Turismo) tem como objetivo, até 2010, que sejam criados 100 milhões de empregos relacionados ao turismo.

A OMT prevê que as correntes turísticas devam triplicar nesta década. Em 2020, espera-se o deslocamento de 1,6 bilhão de turista, gerando uma receita diária de US$ 2 a 5 trilhões.

Para 50% dos 178 países membros da ONU ( Organização das Nações Unidas), o turismo é o principal ou segundo maior negócio.

Fonte: OLIVEIRA, A.P. Turismo e desenvolvimento.

Um crescente número de países reconhece o interesse mundial por experimentar ambientes e culturas diferentes dos seus. Isso representa uma oportunidade econômica de prosperidade para qualquer país, principalmente o Brasil, que necessita de divisas. Países emergentes e do Leste europeu democratizados, mas carentes de maiores investimentos, buscam nos seus atrativos turísticos, isto é, no desenvolvimento turístico, um meio de acelerar o desenvolvimento econômico.

Check-in Muito se fala atualmente na indústria do turismo ou indústria turística. A expressão implica um sistema complexo que envolve: estrutura de atendimento local de saída do turista (como agências de viagem); transporte e meios que necessitam de uma estrutura que possibilite o deslocamento, a viagem propriamente dita; equipamento receptor no local de destino e relações entre visitantes e residentes do local visitado.

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Panorama do Turismo no Brasil A situação do turismo brasileiro, apesar dos atrativos, ainda é influenciada por falta de credibilidade. Estima-se que enquanto o turismo cresce mundialmente – 600 milhões de turista saíram a passeio pelo mundo -, o Brasil ainda procura formas de estabilizar-se e despertar a credibilidade nos turistas internacionais. Em 1992, a participação dos turistas estrangeiros que aqui chegavam foi de 73%, enquanto em 1998 foi de apenas 67%. Essa diminuição de entrada de turistas de aproximadamente 9% deu-se, principalmente, à falta de estrutura. Os turistas que visitam o Brasil são uma pequena parte dos que visitam outros países. Em 1996 a França havia recebido cerca de 61 milhões de visitantes; os Estados Unidos, 45 milhões; a Espanha, 42 milhões. Mesmo considerando que esses países possam ter muitos atrativos e uma infra-estrutura superior, devemos reconhecer que o Brasil pode e deve buscar um lugar de destaque. Um país como o México recebe cerca de duas vezes mais turistas que o Brasil. Os preços praticados no Brasil estão fora da realidade mundial. Por exemplo: como explicar que um hotel cinco estrelas no Brasil cobra em torno de US$350, quando a hospedagem em qualquer grande cidade do mundo com o mesmo conforto é a metade do preço? Alguns estabelecimentos hoteleiros, no Brasil, chegam ao cúmulo de cobrar valores exagerados por um café da manhã, por uma refeição simples ou qualquer produto, ou seja, os turistas que aqui chegam reclamam com razão. Tudo isso conspira contra o desenvolvimento do nosso turismo. A alternativa para a solução desses problemas seria adotar um plano de desenvolvimento e levar a sério uma política de turismo voltada para a limpeza, segurança e bons preços, a fim de remover esses constrangimentos num país com tantas belezas e carências de dólares. Os preços dos produtos turísticos e hoteleiros precisam ser reduzidos, para que o Brasil possa realmente ingressar numa nova fase do turismo. Para isso é necessário apenas aproveitar os potenciais turísticos que o País possui: 8 mil quilômetros de belas praias, o Pantanal com uma fauna maravilhosa e uma região amazônica coberta de beleza e exotismo.

Dos turistas que visitam o Brasil, cerca de 75% atestam que temos os mais belos atrativos turísticos. Mas eles reclamam de várias falhas, como por exemplo:

sinalização inadequada (20%);

falta de limpeza pública (19%);

insegurança (13%);

transporte urbano (12%);

sistema de táxi (11%).

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Check-in

De acordo com dados da OMT, a indústria do turismo no mundo é responsável por quase 193 milhões de empregos, número que, conforme estimativas deverá aumentar para 251,9 milhões até 2010.

Check-in

Crises como as ocorridas na Argentina em 2001 e 2002, altas do dólar e acontecimentos como os atentados ao World Trade Center em Nova York têm influência direta no turismo mundial e nacional. Para se ter ideia, graças à instabilidade criada com a desvalorização do peso argentino, segundo a ABIH, em dezembro de 2001 o número de turistas argentinos que visitou o Brasil caiu em 400 mil em comparação ao ano anterior. Entretanto, com a insegurança causada pelos atentados de 11 de setembro de 2001nos EUA, muitos brasileiros deixaram de viajar ao exterior e houve um crescimento de 20% no turismo interno.

Estatísticas

49,60%

30,90%

6,80%

6,10% 2,20%1,30%

1,00,% 2,10%

Turismo e Meio de Transporte/%

Ônibus de linha Carro próprio

Transporte aéreo Ônibus de excursão

Transporte marítimo / fluvial Trem

Carro alugado Outros

Fonte : EMBRATUR, 2000.

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Estatísticas

73,20%

11,50%

5,30%

2,40%

2,90% 4,70%

Tipos de Hospedagem /%

Ônibus de linha

Carro próprio

Transporte aéreo

Ônibus de excursão

Transporte marítimo / fluvial

Trem

Fonte : EMBRATUR, 2000.

Check-in Em 2000, conforme dados da Associação Brasileira das Agências de Turismo (ABAU), o número de turistas no Brasil representou algo em torno de 40 milhões de pessoas, sem contar as viagens de carro sem pacotes.

Motivos de Viagens no Brasil

Check-in Os fluxos, emissivo e receptivo do turismo brasileiro estão centrados em cinco principais estados: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Motivo % Visita a amigos Fuga da rotina

Atrações turísticas Outros

65,7 21,5 5,3 7,6

Total 100,0

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Vamos Pensar!

Por que as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro são as que recebem anualmente o maior número de turistas no Brasil?

Cidades Brasileiras mais Visitadas PRINCIPAIS CIDADES DESTINO

CIDADES % TOTAL DE TURISTAS

1. São Paulo 4,1 1.566.528 2. Rio de Janeiro 3,5 1.337.280 3. Fortaleza 2,5 955.200 4. Recife 1,9 725.952 5. Salvador 1,6 611.328 5. Curitiba 1,5 611.202 6. Porto Seguro 1,4 573.120 7. Brasília 1,2 458.596 7. Natal 1,2 458.496 7. Cabo Frio 1,2 458.496 7. Praia Grande 1,2 458.496 8. Belo Horizonte 1,0 382.080 9. Vitória 0,8 305.664 9. Ubatuba 0,8 305.664 9. Florianópolis 0,8 305.664 9. Caraguatatuba 0,8 305.664 9. São Luiz 0,8 305.664 9. Maceió 0,8 305.664 9. João Pessoa 0,8 305.664 9. Guarapari 0,8 305.664 10. Santos 0,7 267.456 10. Camboriú 0,7 267.456 10. Goiânia 0,7 267.456 10. Aracajú 0,7 267.456 11. Belém 0,6 229.248 12. Teresina 0,4 152.832 13. Porto Alegre 0,3 114.624 13. Manaus 0,3 114.624 13. Cuiabá 0,3 114.624 13. Campo Grande 0,3 114.624 Outras Cidades 65,8 25.140.864

Total 100,00 38.208.000

Fonte: EMBRATUR, 2000.

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Aspectos Gerais - Capítulo 1

1. Introdução ao Turismo

1.1. Conceitos de Turismo

1.2. Alterações nos Conceitos de Turismo

1.3. Fases do Turismo no Século XX

1.4. Geografia do Turismo

1.4.1. Turismo e Meio Ambiente

1.4.2. Impactos sobre o Ambiente Natural

1.4.3. Impactos sobre o Ambiente Urbano

1.4.4. Turismo e Cidades no Brasil

1.4.5. Turismo e Eventos em Espaços Urbanos

1.4.6. Patrimônio Histórico – arquitetônico

Urbano e Turismo

1.4.7. Turismo em Áreas Naturais

(Ecoturismo)

1.4.8. Resorts

1.5. Hotelaria: um pouco de História

1.5.1. A Origem da Hospitalidade

1.5.2. Como surgiu a palavra Hotel

1.5.3. Os Meios de Hospedagem

1.5.4. Inns e Hotéis

1.5.5. O Início das Agências de Viagens e os Tour Operators

1.5.6. A Grande Hotelaria

1.5.7. A Indústria Hoteleira no Século XX

1.5.8. Os Pioneiros

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Atividade que se desenvolveu rapidamente após a Segunda Guerra Mundial, o turismo, da forma como conhecemos hoje, como atividade de massa, representa mundialmente um negócio rentável, que movimenta a economia de diversos países e gera milhões de empregos em todo o mundo.

Aspectos Gerais

Introdução ao Turismo

O turismo, esse fenômeno que hoje é tão comum, poderia ser explicado por meio de literaturas de longínquas raízes. Mais por curiosidade do que por qualquer outro fundamento, trazemos à tona a idéia daqueles que recorrem a Bíblia para encontrar as raízes da viagem, do turismo, referindo-se àquela passagem em que alguns homens foram enviados à terra de Canaã em busca de informações com relação às condições (agrícolas, demográficas, topográficas etc.) daquele país.

Essa ação de viajar em busca de conhecimento corresponde à palavra hebraica “tur”.

1.1. Conceitos do Turismo

O fenômeno turístico possui numerosas definições e interpretações. Cada posicionamento enfoca e caracteriza um determinado ponto de vista. A seguir, podemos observar vários outros enfoques sobre como definir o turismo.

No final do século XIX, interpretava-se o turismo como “pessoas denominadas e conhecidas como viajantes, que percorriam vários países estrangeiros por curiosidade e por falta de alternativas para seu tempo disponível. Esses passeios eram como uma espécie de tournée nos principais países habitualmente visitados por seus compatriotas (visitantes ingleses na França, Suíça e Itália)”.

Essas viagens tinham como foco principal a Europa e, pela descrição, percebe-se que no século XIX o conceito de turismo era ligado a idéias de “curiosidade e ócio”, ou seja, a idéia de que apenas pessoas com grande poder aquisitivo tinham acesso a essa prática.

Já no século XX, surgem novos posicionamentos e propostas para definir o turismo. Uma das propostas de definição foi estabelecer as viagens como o gosto ou total prazer por deslocamentos.

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Entre 1930 e o fim da Segunda Guerra Mundial tem início o turismo de massa e várias definições para essa atividade são elaboradas por diversos órgãos ou instituições. Entre elas, podemos destacar:

1) Turismo pressupõe a dimensão de uma conquista do espaço por pessoas que afluem a uma determinada localidade (cidade, estado, país, continente), onde não buscam fixar ou estabelecer residência. Assim, o turismo caracterizava-se pela soma das relações existentes entre as pessoas que se encontram passageiramente em uma localidade, que seria o núcleo receptor, e os habitantes desta.

2) O turismo como o conjunto de movimentos de pessoas que abandonam o lugar onde mantêm residência permanente, em geral temporariamente, por motivo psíquico, físico ou profissional.

No conceito turismo também foi incorporado um aspecto cultural, por exemplo: turismo é grupo de pessoas, consumidores em potencial, de bens econômicos e culturais que em tráfego se afastam do seu lugar residencial fixo para outro, temporariamente, com objetivo de satisfazer suas necessidades pessoais, culturais ou outros desejos diversos.

Podemos perceber nessa última definição o desligamento do conceito de turismo á idéia de ociosidade. Outros conceitos como economia, conquistas em relação a espaço e profissão e relações sociais também aparecem.

Considerando que existe restrição na prática do turismo e que a condição é limitada por razões de caráter econômico, podemos entendê-lo como uma manifestação de libertação do homem, ou seja, a liberdade de ir e ver. Mesmo sendo considerado um bem de luxo, a maioria dos povos tem acesso ao turismo nos dias atuais.

Segundo a OMT, o turismo é a soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência temporário e voluntário. Ainda conforme as definições dadas pela OMT, o turista é um “visitante temporário”.

As atividades turísticas e de hospedagem são tão antigas quanto a própria humanidade, percorrendo um caminho que vai desde os tempos romanos e gregos, ou mesmo das antigas estalagens medievais, até os sofisticados hotéis das grandes cidades de hoje em dia, como São Paulo, que concentram diferentes tipos de hotéis.

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1.2. Alterações nos Conceitos de Turismo

As viagens de negócios não são sempre consideradas como uma parte legítima da indústria do turismo, principalmente nas localidades ou regiões em que os povos estão viajando por prazer ou por lazer.

Entretanto, há muitas definições de turismo. Uma delas, adotada pela Autoridade Britânica de Turismo, o define como: “uma estada ou mais de uma noite, a uma longa distância, em feriados, visando a visitar amigos, negócios, conferências ou outra finalidade”.

É importante ressaltar que são excluídas dessa definição situações especiais, como escola interna (internato) ou emprego semipermanente.

Outro aspecto importante é que existem diversos aspectos do turismo que necessitam de definição (ou pelo menos de uma descrição) antes da análise de seus componentes. Os principais obstáculos para uma definição do turismo são:

1. Falta de estudos sérios sobre o assunto (fenômeno notavelmente recente);

2. Confusão difundida (mesmo dentro da indústria do turismo) sobre o significado das palavras turista e turismo;

3. Somente a minoria das pessoas que trabalha no setor compreende a larga escala das atividades e os tópicos que compõem o turismo.

Turismo é um setor que transcende a esfera das meras relações da balança comercial, ou seja, não se limita a aspectos econômicos, sendo um importante ramo das ciências sociais.

De forma mais abrangente, tenta-se definir turismo com busca de mudança de lugar no tempo livre das pessoas e, a partir disso, são gerados fenômenos sociais, econômicos, políticos, culturais e jurídicos.

Check-in É da Grécia Antiga, do santuário de Olímpia, por ocasião dos jogos olímpicos, que se têm os primeiros registros sobre estabelecimentos de hospedagem. Para os eventos, foram construídos o estádio e o pódio – onde se homenageavam os vencedores e ficava a chama olímpica – e, mais tarde, balneários e uma hospedaria, com cerca de 10 mil m², para abrigar visitantes. As termas romanas destinadas não propriamente à hospedagem e sim ao lazer dispunham de água quente, instalações de até 100 mil m² e cômodos para descanso.

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A integração desses fenômenos dá origem a um conjunto de atividades, bens e serviços que se planejam, desenvolvem, operam e são oferecidos a uma determinada sociedade. São elas: recreação, saúde, descanso, negócios, esporte, cultura etc.

1.3. Fases do Turismo no Século XX

A história do turismo internacional no século XX mostra curiosas evoluções, que podem ser resumidas desse modo:

De 1900 a 1915 – Desenvolvimento e crescimento tímido, cortado bruscamente pela Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). Não existem maiores informações e são poucas as estatísticas nacionais e internacionais para uma melhor análise.

De 1919 a 1929 – Sinais de desenvolvimento, porém sem qualquer estrutura. Onda ascendente, mesmo considerando todas as adversidades da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

De 1929 a 1932 – Com o mundo inteiro enfrentando uma profunda depressão econômica por conta do “crack” de 1929, nesse período ocorre profunda crise do turismo.

De 1933 a 1939 – Nova fase de crescimento até 1937. Porém, surge uma nova crise em 1938, em função da hostilidade iniciada na Europa com a Segunda Guerra Mundial, que começa em setembro de 1939.

De 1939 a 1945 – A Segunda Guerra Mundial provoca paralisação quase total nas atividades do turismo. Além do mais, há um período de pós-guerra de aproximadamente cinco anos para a recuperação dos países europeus.

De 1949 a 1973 – Período de grande crescimento e desenvolvimento mundial, em contraste com um setor turístico pouco estruturado. Aproximadamente dez milhões de turistas visitaram outros países, caracterizando um fenômeno social que marca profundamente a segunda metade do século XX.

De 1973 a 1974 – Tem como aspecto importante a crise mundial do petróleo, as tendências inflacionárias oriundas do período anterior e agravamento da crise política mundial. Com a guerra entre Israel e Mundo Árabe, em setembro de 1973, o petróleo sobe de preço e desencadeia um período de recessão, com profundos reflexos até 1974. A parir de 1974, com a crise contornada, ressurgem as correntes turísticas mundiais.

De 1974 a 2001 – Observa-se certa recuperação do turismo em 1978, que sofre nova queda e paralisação com novas altas do petróleo em 1979. Grandes agitações e busca por conciliação entre os

Check-in Várias são as causas e os motivos que levam as pessoas a permanecerem fora de suas

residências e alavancarem o turismo: conferências, trabalho, negócios, cursos, celebrações, competições esportivas, visita a moradores de outras localidades, curiosidade em conhecer

lugares etc.

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países, que podem se dividir em grupos segundo sua situação econômica. Em 1980, com crises amenizadas e o mundo um pouco mais despreocupado com as guerras, 270 milhões de turistas visitaram outros países. Outro aspecto de fundamental importância é que o turismo alcança no final do século o status de um dos setores que mais cresce no mundo e que mais emprega mão-de-obra direta e indireta.

2001 – Com os ataques terroristas aos EUA, e a guerra “contra o terror” no Afeganistão e Iraque, inicia-se um declínio mundial no mercado turístico, impedindo um diagnóstico exato.

1.4. Geografia do Turismo

1.4.1. Turismo e Meio Ambiente

A implementação da atividade turística em qualquer localidade implicará resultados positivos ou negativos.

Partindo da premissa de que o palco dessa atividade tenha sua paisagem caracterizada ainda pelo ambiente natural, haverá um mínimo de degradação. Os recursos naturais serão erodidos, o acesso a esse atrativo será aprimorado – comprometendo o seu entorno -, as praias serão poluídas, a paisagem e a arquitetura local passarão a conviver com novas construções que fatalmente quebrarão a harmonia contemplativa e a cultura local será afetada pelos visitantes oriundos de diversos pólos emissores. Claro que esse prognóstico apocalíptico acontecerá em maior ou menor escala, dependendo de como o planejamento para a exploração do atrativo for gerido.

O turismo também pode resultar em um quadro totalmente oposto ao anteriormente descrito, desde que a idéia de proteção ao meio ambiente seja reforçada, garantindo a exploração turística por mais tempo. Em muitos casos, a população local é beneficiada pelo incremento da atividade econômica na localidade e pela possibilidade de aprimoramento da mão-de-obra local.

Muitas tendências e ideologias são usadas para avaliar se essas transformações são boas ou não para a localidade que tem o turismo como fonte de receita.

1.4.2. Impactos sobre o Ambiente Natural

Check-in Uma das primeiras definições de turismo remonta a 1911 e foi dada pelo economista austríaco Hermann von Schullern zu Schattenhoffen: “o turismo é o conceito que compreende todos os processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista de um determinado município, país ou estado”.

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Devemos ter em mente que qualquer atividade humana realizada neste planeta sempre acarretará um impacto. No turismo não seria diferente, porém há algumas ressalvas. Ao falarmos a palavra impacto pensamos em algo relacionado à transformação e não raro à idéia de destruição.

Há casos no turismo em que o impacto causado numa área já degradada e com vocação turística promove sua recuperação/proteção.

Também não devemos esquecer que, para o turismo, o meio ambiente é muito importante e, se for degradado, comprometerá a atividade turística na área. Em princípio, o ecoturismo é o menos degradante ao meio ambiente, por ter a natureza como principal atrativo. Para mantê-la necessita-se do mínimo possível de infra-estrutura, ao contrário do turismo de massa.

No turismo de massa vemos constantemente cidades litorâneas com capacidade de suporte muito inferior ao número de turista que se recebe, acarretando a poluição das praias – água e areia -, lixo em excesso e racionamento de água. As atividades do ecoturismo têm seus impactos que, em menor escala, saltam aos olhos, pois é comum a construção de mirantes para contemplar a paisagem em áreas totalmente sensíveis e cavernas com luz, portão e cadeado! Pode parecer exagero, mas estudiosos sabem o quanto pode ser desastroso para o meio ambiente a trilha formada numa mata, devido ao esmagamento de algumas plantas pelos passos dos ecoturistas.

Para que a atividade turística não se torne predatória e não cause impactos agressivos sobre o meio ambiente, é muito importante o trabalho de conscientização. A educação familiar é um doas primeiros caminhos.

1.4.3. Impactos sobre o Ambiente Urbano

As cidades – como palco da atividade turística – sofrem com vários estresses ambientais (Pearce, 1991), provenientes da implantação da infra-estrutura do turismo, como também da implantação da infra-estrutura do turismo, como também da implantação da infra-estrutura para o uso deste.

Mas deve-se lembrar que a qualidade dessa infra-estrutura, bem ou mal projetada, é que compromete o ambiente urbano, pois o que não é bom para a população local não é bom para o turista.

Remetemos novamente às cidades que vêem sua população triplicar na alta temporada. A capacidade de suporte dessas cidades é bem aquém do que elas são capazes de receber. É só verificar as enormes filas nos caixas 24 horas de bancos, nas filas de supermercados e outros estabelecimentos.

1.4.4. Turismo e Cidades no Brasil

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A atividade turística tem papel importante na formação da paisagem brasileira. Antes, notemos alguns fatos: o Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial; possui aproximadamente 170 milhões de habitantes e 7.600 quilômetros de litoral, o Brasil tem em suas praias um dos principais atrativos turísticos.

Como o turismo de massa em todo o mundo requer infra-estrutura urbana, não é de se estranhar que a modalidade de turismo predominante no Brasil é a litorânea – região de maior concentração populacional. De todo o aspecto histórico e sócio-econômico do país, podemos dividir nosso litoral em três partes: Litoral Norte (turismo incipiente, pouco relevante para a urbanização); Nordeste (turismo como um dos principais responsáveis pela urbanização, angariando forte rede hoteleira) e Centro-Sul (caracterizado pelas casas de segunda residência, essa região possui maiores condições de manter casas de veraneio, principalmente no litoral paulista e carioca).

1.4.5. Turismo e Eventos em Espaços Urbanos

O turismo de eventos tem-se tornado uma importante fonte de receita para as cidades. As grandes metrópoles são as maiores beneficiadas, pois as feiras, exposições, seminários e shows têm seu público e entidades envolvidas, geralmente residindo nas metrópoles e cidades do entorno. Essa modalidade contribui para a rede hoteleira manter seus índices de ocupação, pois esses eventos ocorrem tanto na alta quanto na baixa temporada. A rede hoteleira também está se adequando, providenciando salas reuniões, business center e todos os tipos de serviço para esse seguimento. Segundo a EMBRATUR, o turismo de eventos cresce em média 12% ao ano (dado de 1999).

1.4.6. Patrimônio Histórico-arquitetônico Urbano e Turismo

Comparando a história do Brasil com a de outros países, somos um país muito jovem. São pouco mais de 500 anos contra séculos ou milênios de história de países europeus e asiáticos, por exemplo.

Nesses países, é possível encontrar visitação a palácios, ruínas e castelos medievais, cuja construção é bem anterior a descoberta do Brasil. Esse patrimônio histórico e arquitetônico conta por si só com boa parte da história desses países. Não é por acaso que países como Espanha e França, com inúmeros atrativos que atam do período medieval, são uns dos maiores polos receptores de turistas no mundo.

O Brasil, mesmo sendo um país jovem, também apresenta um patrimônio arquitetônico que remete a seu passado histórico. Tais atrativos como fortes e igrejas, datam, no máximo, do século XVI. Com a intensificação da urbanização no país, hoje é possível observar construções desse período e entender a forma de ocupação do espaço, como as cidades históricas mineiras – Ouro Preto, Mariana e Congonhas do Campo – e as igrejas de Salvador.

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Esses patrimônios arquitetônicos são apropriados pelo turismo, principalmente o turismo urbano, em que atrativos são inseridos como parte dos roteiros. Com a revitalização e recuperação, áreas ganham força e apelo turístico, uniformizando paisagens. Entretanto, muitos prédios antigos perdem sua forma e cor original.

O lado positivo dessa inserção do patrimônio histórico e arquitetônico no turismo refere-se à tendência de revitalização de áreas antigas das cidades, que geralmente estão degradadas e possuem altos índices de criminalidade. Os projetos de revitalização destas áreas, de seus edifícios e monumentos são convertidos para total usufruo do turista, pois os prédios transformam-se em bares, restaurantes e lojas suvenires. Exemplos dessas áreas revitalizadas são os bairros do Pelourinho, em Salvador, BA; e do Recife Antigo, na cidade de Recife, PE.

A ressalva sobre esses bairros revitalizados é a uniformização da paisagem, pois geralmente os prédios são pintados com cores fortes, destoando da paisagem. A uniformização dessas paisagens é tanta que, às vezes, podemos observar a semelhança entre os bairros, o que pode desestimular de o turista conhecê-los.

1.4.7. Turismo em Áreas Naturais (Ecoturismo)

Por sua diversidade quanto è paisagem natural, o Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento do turismo em áreas naturais. Por essa razão, a partir dos anos 90, a prática do turismo nessas áreas passou a ser fomentada com diretrizes e metas, determinando, de acordo com a característica de cada área, visitação aberta ou segmentada para estudos científicos ou educativos.

Essas áreas são divididas em APAS (Área de Preservação Ambiental) e RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural).

De acordo com o IBAMA, existem dês tipos de unidades de conservação discriminadas no país, alguma com visitação aberta ao público e outras com visitação restrita.

O ecoturismo proporciona à comunidade local:

Diversificação da economia regional, por meio do estabelecimento de micros e pequenos negócios;

Geração local de empregos;

Fixação da população no interior;

Melhoramento das infra-estruturas de transporte, comunicações e saneamento;

Criação de alternativas de arrecadação de receita para as unidades de conservação;

Diminuição do impacto sobre o patrimônio natural e cultural;

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Diminuição do impacto no plano estético-paisagístico;

Melhoria nos equipamentos das áreas protegidas.

Por questão de infra-estrutura, visando à conservação da área pelo ecoturista, essa modalidade é praticada com menor número de pessoas, se comparada com o turismo de massa. Por essa razão os custos ao consumidor são mais elevados, já que para proteger o meio físico, que é o principal atrativo do ecoturismo, é preciso regulamentar a capacidade de circulação que a área suporta. O preço é uma maneira de restringir o acesso à massa. Exemplos disso são os lodges na floresta amazônica e os hotéis-fazenda no Pantanal, ambos com serviços similares aos hotéis de alto padrão dos centros urbanos. Não é por acaso, que freqüentemente, há notícias de astros de Hollywood visitando a Amazônia, pois os serviços de hospedagem são destinados a esse público.

O ecoturismo busca utilizar de forma sustentável o patrimônio natural e cultural de uma região, procurando formar nas pessoas uma consciência ambientalista. Assim, todos se conscientizam de que uma floresta é formada por um conjunto, que envolve desde um pequeno inseto até grandes árvores, daí a importância da preservação.

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Visitação restrita (destinada à pesquisa científica e visitação com objetivos educacionais).

Reservas florestais;

Reservas biológicas;

Áreas de relevante interesse ecológico;

Estações ecológicas.

1.4.8. Resorts

Visitação aberta ao público

Parques (nacionais estaduais e municipais);

Reservas de desenvolvimento sustentável (nem todas são abertas a visitação pública);

Áreas naturais tombadas (visitação permitida, mas controlada) Observação: As Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN) são abertas para visitação, desde que consentida pelo proprietário. Os destinos mais conhecidos e visitados no país são (em ordem alfabética):

- Amazônia Bonito (MS) - Brotas (SP) - Chapada Diamantina (BA) - Chapada dos Guimarães (MT) - Fernando de Noronha (PE) -Lençóis Maranhenses (MA) - Pantanal

Check-in O ecoturismo é uma modalidade que envolve viagens para áreas naturais, pouco modificadas pela ação do homem e livres de contaminação. É o turismo dedicado à apreciação da natureza, objetivando conhecer, interpretar valores naturais e culturais existentes.

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O Brasil passou, principalmente nessa última década, a ser cenário de inúmeros empreendimentos de hospedagem de alto padrão: os resorts. As praias do litoral brasileiro são o principal foco de atração turística dos resorts. Os resorts são estabelecimentos localizados em áreas com forte atração turística. Nesses hotéis há intensa atividade recreativa e esportiva, com serviços 24 horas, fazendo com que o hóspede permaneça no empreendimento o dia inteiro. Outro fator que mantém o hóspede no hotel é o isolamento da cidade, pois localizam-se distantes dos centros urbanos, tendo, geralmente, praias e matas em seu entorno. Esses empreendimentos têm como público-alvo turistas nacionais de alto poder aquisitivo e turistas estrangeiros. Normalmente não há uma identificação coma população local, já que o hóspede permanece no hotel. É comum os resorts terem atendimento padronizado em relação aos demais da rede espalhados pelo mundo, ou seja, caso o hóspede vá à Bahia ou à Jamaica, por exemplo, terá o mesmo atendimento. Quando se hospeda num resort, o hóspede vai somente a ele e não à Bahia, pois dessa só desfrutou do aeroporto e traslado. Os resorts brasileiros estão prioritariamente localizados no litoral, tendo a praia como maior chamariz. Como a faixa do litoral brasileiro é a região do país com maior número de habitantes, conseqüentemente há maior infra-estrutura de circulação e transporte – rodoviária e aeroportos. Até 2000, a Bahia era o estado brasileiro com maior número de resorts em funcionamento e em construção, com 11 empreendimentos: Costa do Sauipe (5 resorts), Praia do Forte, Club Méd Itaparica, Transamérica Comandatuba, Toca do Marlin, Busca Vida e Terravista.

1.5. Hotelaria: um Pouco de História

1.5.1. A Origem da Hospitalidade

Possíveis origens do termo hospedar:

árabe → berge;

gótico → haribergen, originando o verbo hospedar e a palavra albergue.

Em Roma, o lugar onde as pessoas conseguiam instalações com alimentação e repouso em caráter temporário era conhecido como hospitium. Esse termo era usado para todos os casos de hospitalidade.

Check-in Foi a partir da Revolução Industrial que se delineou a forma de turismo contemporânea. A partir da Segunda Guerra Mundial o turismo passou a ser de massa, ou seja, passou a ser considerado como um negócio rentável.

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Tanto comercial quanto familiar, ou seja, paga ou gratuita. Já a casa dos hóspedes (hospes, hospitus) era designada por hospitale, hospitaculum – hospedaria. O vocábulo hospício – no sentido de hospedaria, albergue – foi usado pela primeira vez na língua portuguesa no século XVI; já o emprego do termo hospital no nosso idioma foi registrado no século XIII. Com o passar do tempo, o sentido dessas palavras foi limitado às instituições de saúde, sendo que hospício foi restringido aos estabelecimentos especializados no tratamento de deficientes mentais. O tipo de casa de hospedagem, em Roma, determinava o tipo de hóspede a ocupá-la. Naquela época, quem vinha de outras cidades e mantinha laços de amizades com residentes romanos ficava em suas casas como hóspedes. Os anfitriões que dispunham dessa hospitalidade domiciliar eram pessoas de destaque na sociedade local superior, além disso o ato de hospedar dava-lhes status. Somente as pessoas de poucos recursos e menos exigentes quanto aos serviços de hospedagem/ alimentação necessitavam dos serviços pagos.

Alguns meios de hospedagem romanos:

ganeas→ eram albergues frequentados por bêbados e prostitutas, eram os de menor padrão de atendimento;

cauponae → hospedarias simples, frequentadas por uma clientela diversificada, de hábitos rudes;

diversorium → geralmente afastadas das estradas, eram hospedarias luxuosas.

O stabulum era um outro meio de hospedagem em Roma, que oferecia acomodações ao viajante e ao seu meio de transporte, no caso, o cavalo. Essas hospedarias eram seletivas, pois eram restritas a quem possuía o meio de transporte, pouco acessível às massas. Os stabulum ofereciam razoável conforto a seus hóspedes, pessoas com recursos que por alguma razão não usufruíam a hospedagem de parentes ou amigos residentes nessas localidades. Fora o stabulum, havia também as mutationes e as mansiones. As mutationes localizavam-se nas grandes vias coma função principal de troca de animais e descanço dos viajantes. As mansiones serviam

como abrigo para as tropas militares em marcha, além dos demais viajantes que necessitavam de acomodações para si e um local para tratar e descansar sua montaria. Nas estradas também havia estabelecimentos que serviam alimentos e bebidas, eram as tabernae.

Seus donos, pequenos agricultores, vendiam produtos provenientes de duas terras. As propinae serviam comidas e bebidas, já as oenopolia eram encarregadas de vender somente bebidas alcoólicas, enquanto bebidas quentes eram servidas nas thermopolia.

Esses estabelecimentos de hospedagem e serviço foram de fundamental importância para a expansão territorial do Império Romano, pois facilitavam o contato entre regiões distantes, além de favorecer a economia local. No entorno dessas hospedarias e tabernas surgiram algumas edificações e posteriormente pequenas aldeias e até cidades. Acredita-se que cidades alemãs como Heildeberg, Mannheim, Stuttgard, entre outras, surgiram dessas primitivas hospedarias do Império Romano; o mesmo pode ter ocorrido na Gália, Lusitânia, Britânia e outras regiões. Por volta do século XI, em Portugal, surgiram os albergues. Estes estabelecimentos serviam para

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hospedar as pessoas que vinham de lugares santos, eram geralmente anexos a mosteiros. Tais estabelecimentos localizavam-se nas antigas estradas romanas – rostos peregrinos. Devido ao número e freqüência de pessoas transitando nessas estradas, o entorno desses albergues eram ocupados por inúmeros outros tipos de estabelecimentos que disponibilizavam serviços aos peregrinos e transeuntes, inclusive serviços médicos, daí o surgimento do nome hospital. As primeiras albergarias dos mosteiros fundadas pela Coroa nos mosteiros e por particulares, visando ao lucro. As albergarias portuguesas dos mosteiros eram principalmente para religiosos em viagem, e eram conhecidas como hospício. Com o advento desse tipo de hospedagem, houve por parte da nobreza a instituição da albergaria passiva. Isso significava que o vassalo devia abrigar, compulsoriamente, seu senhor e sua comitiva em sua residência, quando estes estivessem de passagem. Essa hospitalidade incluía o fornecimento de alimentos, roupa de cama e mesa e os serviços domésticos. Foi a solução que a nobreza encontrou de ter hospedagem, quando preciso, sem a necessidade de ficar sob o mesmo teto que os pobres e doentes, freqüentadores de albergues e hospitais. Posteriormente, os hospitais passaram a abrigar somente doentes. Com o passar do tempo, foram instituídas e estimuladas normas e regulamentações para a criação de estalagens ou estáus – também conhecidas por estáos ou hostáos – casa de aposentadoria pública da Corte. Essas regulamentações representaram um avanço nas relações entre as pessoas e o progresso da civilização. Foram criadas normas para a padronização no atendimento, no intuito de garantir qualidade mínima das hospedagens. Na França, nesse mesmo período (século XIII), o ato de hospedar já era algo difundido e profissionalizado, com cobrança de tributo por parte do governo. A partir de 1577, só era permitido abrir casa de hospedagem, taverna ou cabaré com autorização legal.

1.5.2. Como Surgiu a Palavra Hotel

A palavra hotel vem do francês hôtel – hoje sem acentuação na língua portuguesa. Designava, em princípio, a moradia do rei da França. Posteriormente, a palavra hotel passou a designar todas as construções que se destacavam em relação ao seu entorno, seja pela imponência arquitetônica, suntuosamente ou qualquer outro fator. Hoje em dia é comum vermos a palavra hôtel em edifícios que não são estabelecimentos de hospedagem, mas que possuem as características acima descritas, como Hôtel de Ville (prefeitura), o Hôtel de Dieu, que hoje funciona como museu, mas que socorriam enfermos carentes, em sua maioria, entre outros tipos de estabelecimentos.

Check-in O inglês Thomas Cook, em 1841, organizou uma viagem de um dia partindo de Lancaster para Loughborug, reunindo 570 pessoas. O objetivo era participar de um congresso antiálcool e Cook cobrou pelos seus serviços. Esse fato é considerado um marco na história do turismo.

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Era comum em países como a França e Itália, apesar de hoje ainda haver este costume, a aristocracia alugar quartos ou até mesmo todo seu hôtel (ainda no sentido de residência suntuosa, não como meio de hospedagem) às pessoas, quando se ausentava por um período. Hoje essas locações são mais aplicadas para casais em férias, eventos de empresas e casamentos. Geralmente são palácios e castelos antigos.

A palavra hotel popularizou-se para qualquer tipo de estabelecimento onde há locação de quartos mobiliados, quando falamos em hotel, sempre relacionamos àquele estabelecimento mais luxuoso, distinguindo-se dos demais meios de hospedagem.

1.5.3. Os Meios de Hospedagem

O surgimento das estâncias balneárias (resorts) ocorreu entre os séculos XVII e XVIII, período considerado a gênese do turismo. Os spas (estações de água) originaram-se na crença de que as águas minerais tivessem eficácia em tratamentos médicos, seja ingerindo-a ou por meio de banhos. Para distrair os pacientes que lá se internavam foi necessário implantar equipamentos visando ao lazer e entretenimentos desses hóspedes-pacientes. Hoje em dia, esses tipos de estabelecimentos (termalismo), visando ao tratamento médico, já são comuns, porém ainda existem alguns famosos, como o Baden-Baden na Alemanha. Quando falamos em spas no Brasil, estes apresentam a mesma concepção, porém com sentido mais restrito à obesidade e a tratamentos de dependentes químicos.

Aos spas eram creditados os tratamentos a doenças por águas termais, no interior dos países. Nessa mesma época, meados do século XVII, surgiram os resorts no litoral, fomentados graças à disseminação da tallasoterapia (cura e tratamento de doenças com o banho do mar). De qualquer maneira, os spas (interior) e os resorts (litoral) foram as matrizes dos polos turísticos.

Nota-se que para entender a evolução dos meios de hospedagem, temos que entender também a história do turismo e dos transportes, uma vez que estes encontram numa tríade: espaço – deslocamento – alojamento. Os hotéis são o meio de hospedagem comercial mais comum.

Check-in A hotelaria pode ser definida como um sistema comercial de bens de tipo materiais e intangíveis, dispostos a fim de satisfazer às necessidades básicas de alimentação e descanso de usuários que estão fora do domicílio.

Check-in Até 2002, o maior hotel do Brasil era o Blue Center, em São Paulo, um complexo de 3 prédios, 656 unidades e 2 salões para eventos, feiras e convenções.

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1.5.4. Inns e Hotéis

Até o século XVIII, o meio de transporte mais comum era o cavalo. Posteriormente a carruagem passou a ser amplamente utilizada, o que aumentou a autonomia das viagens. Até então, os viajantes eram pessoas com bons recursos financeiros e que, como já foi exposto, hospedavam-se em ambientes familiares. Somente quem, mesmo com recursos, não tinha essa regalia locava os quartos inn.

Em 1774, foi aberto em Londres o primeiro hotel familiar, na casa de Lord Archer, situado em Convent Garden. Esse empreendimento foi o protótipo do hotel moderno, oriundo do aumento do número de viagens. Os hotéis de trânsito (tanto os inn – estalagem ou hospedaria, como os staging inns – hospedarias de diligência) tiveram seu desenvolvimento no século XIX graças à popularização das viagens por diligência. Nessa época, esses tipos de estabelecimentos eram os maiores responsáveis pela maior parte das acomodações em route, tendo sido substituídos gradualmente pelos hotéis nos locais de destino.

Os hotéis de terminais, ou seja, situados nos destinos das viagens, tornaram-se populares somente com o desenvolvimento dos meios de transporte (ferrovias).

1.5.5. O Início das Agências de Viagem e os Tour Operators

No século XIX, coma modernização da sociedade e as evoluções tecnológicas, principalmente no âmbito dos meios de transporte – a ferrovia e o navio a vapor – as viagens por motivos turísticos começaram a ter aumento de escala, sendo ampliadas a mais pessoas da sociedade, pois, com o advento da ferrovia, aumenta-se a capacidade de transportar pessoas – em média 100 pessoas a cada viagem, o equivalente a uma vila. O tráfego que estava nas estradas passou para os trilhos, criando-se os hotéis de destinos (os terminus hotéis, situados nas estações rodoviárias). Com tais fatores associados à complexidade que ganha a vida comercial e industrial, há a necessidade de alguém que possa organizar viagens e excursões, resolvendo os possíveis problemas referentes ao deslocamento e estadas.

Para essa tarefa, surgiram os operadores de turismo ou os tour operators. Esses profissionais tinham como estratégia conseguir um volume considerável de transporte e estada a preços bem abaixo do mercado. O “pai da viagem organizada moderna”, Thomas Cook (1808-1891), leva, a partir de 1841, pessoas em viagens organizadas por ele. Essas viagens utilizam trens, hotéis e, se necessário, companhias de navegação – ou seja, uma estrutura toda preparada para o turismo (transporte e hospedagem). Conhecido como fundador da agência de viagens, Thomas Cook deu sua maior contribuição ao turismo como tour operator pela iniciativa de formular viagens em pacotes e ter se esmerado na organização de roteiros, promoções e pelo acompanhamento e atenção dados ao viajante/turista.

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As viagens ao exterior – para países europeus, EUA ou demais continente – também são inauguradas por T. Cook, em 1850. Em 1867 Cook cria mais uma novidade: trata-se de um cupom hoteleiro, o voucher. Esse cupom permitia ao viajante, estadas e refeições nos hotéis de sua escolha no período que lhe fosse conveniente, desde que estivesse pago antecipadamente. O cupom poupava o viajante de preocupações com reservas, comunicação, pagamentos, entre outros. A receptividade do voucher entre os hoteleiros que em 1890 já havia 1200 hotéis espalhados pelo mundo adepto desta forma de pagamento.

Em 5 de Julho de 1941, organizou-se uma viagem de trem com rota Leicester – Longhborough.

Esta viagem ficou conhecida como circular, pois o caminho percorrido na viagem era o objetivo de muitos passageiros (trata-se da busca por roteiros contemplativos).

1.5.6. A Grande Hotelaria

Por volta de 1830, o mundo dos albergues e pousadas passa por uma importante “revolução”; surgem nos lagos suíços os primeiros grandes barcos a vapor. Para a época era um acontecimento extraordinário e, concomitantemente, surge a grande hotelaria ou indústria hoteleira, com hotéis voltados exclusivamente para turistas. Em princípio, esse tipo de hospedagem chegou a ser criticada e ter seus dias contados, de acordo com certos críticos, porém, as viagens organizadas – concebidas por T. Cook – contribuíram para o desenvolvimento desse setor, juntamente com a evolução do sistema de transporte. A ferrovia, com sua maior capacidade de transporte, influenciou muito no tipo e na quantidade de acomodações utilizadas em viagens. Com a chegada das ferrovias, as diligências praticamente desaparecem e a rede hoteleira que delas dependia sofreu um duro golpe, já que as ferrovias eram um meio de transporte muito mais rápido, o que resultava em viagens de menor duração. Muitos hoteleiros não conseguiram se adaptar aos novos tempos, já que estavam habituados com determinadas regras de hospedagem. Esses tipos de hotéis tiveram de esperar a popularização do automóvel para se restabelecerem. Com a crescente urbanização da sociedade, os hotéis e inns absorveram o mercado local e, nas cidades mais importantes, os hotéis de trânsito resistiam, mesmo com o fim das diligências de passageiros. Com a mudança no perfil dos transportes, os mercados que se tornaram obsoletos readequaram seus serviços para atender à nova demanda provinda das viagens ferroviárias, como é o caso dos donos de diligências que passaram a prestar serviços de alimentação e dos hotéis que se adaptaram ao maior número de viagens e, conseqüentemente, de hóspedes. Posteriormente, outra modernização dos meios de transporte, os aviões de passageiros, obrigaram a existência de hotéis em aeroportos; outro meio de hospedagem que

Check-in O primeiro guia de viagens foi editado pelos ingleses, em 1589, e incluía os diferentes tipos de acomodações disponíveis para viajantes a negócio ou passeio.

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se expandiu no século XIX foi o resort. Outra importante transformação ocorreu na indústria hoteleira na segunda metade do século XIX: os hotéis passaram das mãos de um único dono ou família para grupos. Tanto na Europa quanto na América ocorreu esse fenômeno. Com a constante mudança nos meios de hospedagem, algumas transformações que necessitavam de capital, quantidade muitas vezes acima da capacidade dos proprietários tradicionais, fez com que ocorresse essa mudança na administração hoteleira. Surgem, então, as redes hoteleiras, caracterizadas por hotéis espalhados por vários lugares do mundo, com padrão de atendimento similar em todas as unidades. Esses hotéis geralmente tinham o mesmo nome em todas as filiais (as bandeiras hoteleiras). No final do século XIX, o automóvel começou a se desenvolver, mesmo que ainda restrito aos ricos. A viagem em estradas, comum antes do surgimento das ferrovias, voltou a ser interessante, tanto que na França, em 1900, Michelin publicou seu primeiro guia de hotéis.

1.5.7. A Indústria Hoteleira no Século XX

Nos quinze primeiros anos do século XX, o mundo assistiu a inúmeras inovações de caráter político, econômico e social, entre eles o advento do telefone, a industrialização e a formação dos sindicatos. Com a mecanização dos meios de produção e dos direitos trabalhistas, assistiu-se à redução do número de horas de trabalho. Enquanto isso, os EUA tornaram-se uma potência mundial. Junto ao crescimento do país, a indústria hoteleira americana pega carona. Nota-se que, enquanto a hotelaria americana preocupava-se com os aspectos físicos do hotel, sua funcionalidade, a hotelaria européia esmerava-se no atendimento, primando pela personalização do serviço.

A recessão gerada pela Primeira Guerra Mundial estagnou o setor, sendo este retomado na década de 1920, com a construção de inúmeros hotéis, entre eles o Stevens Hotel, em Chicago, com 3 mil unidades habitacionais (UH). Em 1927, porém, a crise de 29 fez com que 85% dos hotéis americanos fechassem suas portas na década de 1930.

Na Segunda Guerra Mundial, os homens americanos foram à guerra; as mulheres, então, treinadas para o setor de serviços e para suprir a ao de obra. Ocorreu um grande trânsito de pessoas, já que milhares de americanos foram à guerra e outros milhares vieram do interior para trabalhar nas indústrias armamentistas. Houve a necessidade de hospedar essas pessoas e, como não havia vagas para todos, o nível de atendimento caiu muito, pois os funcionários foram para a frente da batalha. Incrementou-se o camping e, com o aumento do poder aquisitivo desses trabalhadores, muitos foram se hospedar em hotéis.

Na década de 1950, surgiu o motel (junção de motor e hotel). São hospedagens para famílias em viagem de automóvel, caracterizadas por serem construções verticais e com o estacionamento anexo ao quarto, com o mesmo número de vagas e quartos.

No século XX, mesmo com as grandes depressões econômicas ocorridas pelas guerras mundiais e a crise de 1929, o turismo atingiu as demais camadas da sociedade, graças às redes hoteleiras e aos pequenos hotéis familiares.

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Mas a maior transformação no turismo no século XX foi a popularização da viagem aérea, proporcionando fácil acesso a qualquer região do mundo em tempos antes inimagináveis.

Na década de 1970, houve um crescimento das empresas aéreas regulares, graças às viagens de caráter turístico e de negócios. Nesse período, algumas companhias aéreas diversificaram suas atividades, como a Pan Am, que criou, em 1945, a cadeia hoteleira Intercontinental e, posteriormente, a Fórum e os Island Inns. Esse procedimento foi pouco a pouco copiado por outras empresas que, se não criaram cadeias hoteleiras, compraram algumas já existentes, como a TWA com os hotéis Hilton International; a Varig com a rede Tropical Hotel; a American Air Lines com os American Hotels; a Air France com os hotéis Méridien; a Lufthansa e a Alitalia com a cadeia European Hotel Corporation, e a United Airlines com os Trans International Hotels.

Essas parcerias entre empresas aéreas e redes hoteleiras visavam, a princípio, a meios para essas empresas conseguirem maior número de linhas aéreas, já que os destinos eram criados com a implantação de hotéis. Porém, nem todas conseguiram o retorno financeiro esperado, pois o investimento demandava retorno a longo prazo e muitas empresas sofreram com outras variáveis, como as crises petróleo. Para contornar essas crises, começaram a diversificar sua atuação, enfocando nicho de mercados tradicionais (turismo de alto poder aquisitivo e viajantes de negócios), além de seus outros filões de mercados com potencial, como as viagens organizadas e o turismo de massa.

Muitas companhias aéreas passaram a ter controle, além do transporte e acomodação, também dos meios de organização, tais como agências de viagens. Essas empresas – de um mesmo grupo – possuem interesses específicos e estratégias parcialmente autônomas.

1.5.8. Os Pioneiros

Há inúmeras pessoas que merecem destaque na história da hotelaria.

Conheçam algumas delas:

César Ritz: idealizador e dono do Ritz Hotel, considerado o introdutor do hotel de luxo. Sua característica era o detalhe e esmero no atendimento e serviço. Veja alguns exemplos: armários embutidos, banheiro no quarto, flores, orquestras, lojas de conveniência etc.

Check-in De acordo com estudos do BNDES sobre empregos no Brasil, de 1995 a 2000 as microempresas geraram 25,9% mais vagas do que as firmas de grande porte. No ano de 2000, em números de estabelecimentos, as pequenas e microempresas somavam 2,1 milhões do total de 2,2 milhões de firmas formais em operação no país. Em sua maioria, os hotéis brasileiros são de médias e pequenas empresas.

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Tubert Huyot: grande responsável pelo aperfeiçoamento de um nicho de mercado importantíssimo para o turismo nos dias de hoje: a hotelaria voltada para o viajante a negócios.

Conrad Hilton: com técnicas modernas e métodos racionais, construiu um império hoteleiro. O sistema de franquia na hotelaria também foi uma inovação creditada a ele.

Entendendo o Turismo - Capítulo 2

2. Tempo Livre

2.1. Aumento do Tempo Livre

Entre vários fatores que determinam o desenvolvimento do turismo, temos o aumento do tempo livre como um dos mais importantes. O lazer, na era moderna, é principalmente um valor, um tempo do qual deveria ser tirado o máximo em termos de descanso, recreação, saúde e cultura.

2. Tempo Livre

A fuga do estresse urbano em busca do lazer é uma constante necessidade do ser humano, que busca valorizar-se, destinando seu tempo livre à reflexão, ao lazer e às viagens. São Paulo, pólo emissor de turistas internos, e Ceará, pólo receptor, são exemplos.

A contribuição da tecnologia para o ser humano é incontestável, porém, ressalta-se um aspecto importante: a rapidez das mudanças tecnológicas foram fundamentais para a retomada da consciência em relação ao próprio ser humano.

As informações fluem com uma rapidez espantosa e isso faz com que as atividades sejam especializadas. O trabalho racionalizado permite considerável aumento do tempo livre, e o homem precisa de alternativas para utilizar esse tempo.

A oportunidade de realização plena do homem, recreação e criação, são aspectos relevantes do aproveitamento do tempo livre.

Check-in Entre os hotéis e estabelecimentos pioneiros no Brasil, podemos destacar a Casa Anchieta, que servia de abrigo a religiosos, em São Paulo, no sec. XVI; o Hotel da Light Company, de 1919; e o Hotel Esplanada, de 1923.

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Esse é um instrumento de produtividade das sociedades, desenvolvidas ou não. É uma oportunidade para as sociedades ganharem divisas, prestando serviços ás pessoas que dispõem de tempo livre. O desenvolvimento do turismo visa também a preencher o tempo livre do homem.

Entre os vários fatores do turismo que determinam o desenvolvimento do turismo, temos o aumento do tempo livre como um dos mais importantes.

2.1 Aumento do Tempo Livre

Na maioria dos países, a jornada de trabalho atual é de aproximadamente 8 horas diárias; no início do século XX, na Inglaterra, trabalhava-se cerca de 15 horas por dia.

Observa-se que o tempo livre vem aumentando consideravelmente, com a diminuição do tempo de trabalho. Em alguns países, a jornada de trabalho está reduzida a 6 horas diárias.

O tempo livre é visto como um tempo de lazer utilizado para outras atividades. O lazer, na era moderna, é um tempo do qual deveria ser tirado o máximo em termos de descanso, recreação, saúde e cultura.

Em outras épocas, o lazer como opção ao tempo livre fez-se presente de forma diferente. As sociedades antigas ou pré-industriais não tinham noção de lazer, embora tivessem o tempo destinado ao divertimento e à recreação.

Na sociedade moderna, porém, o lazer é visto como um aspecto fundamental e, por isso, busca-se mais qualidade.

A partir de diferentes estudos desenvolvidos e pesquisas efetuadas, a organização Mundial de Turismo estimou um aumento de 10% no tempo livre de 1990 a 2000, tempo que poderá ser preenchido com atividades de lazer.

A evolução do tempo foi de aproximadamente 4.380 horas/ano em 1990 para 4.818 horas/ano em 2000. Observe a seguinte tabela abaixo:

Evolução do Tempo de Trabalho / Tempo Livre (horas/ano)

Ano Repouso Trabalho Tempo livre

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1850 2890 h/a 33% 4096 h/a 56% 964 h/a 11%

1950 2890 h/a 33% 2453 h/a 28% 3417 h/a 39%

1960 2890 h/a 33% 2103 h/a 24% 3767 h/a 43%

1970 2890 h/a 33% 1840 h/a 21% 4030 h/a 46%

1990 2890 h/a 33% 1490 h/a 17% 4380 h/a 50%

2000* 2890 h/a 33% 1052 h/a 12% 4818 h/a 55%

* Previsão

Fonte: CASTELLI, Geraldo. Turismo, Atividade Marcante do Século XX. Caxias do Sul: EDUCS, 1996, p. 49.

Segundo cálculos da OMT, em 1999, o faturamento gerado com o turismo internacional foi de US$ 555 bilhões, superando resultados de tradicionais empresas do capitalismo moderno, como a indústria automobilística, produtos químicos, alimentos e combustíveis.

Estrutura do Turismo - Capítulo 3

3. Sistema do Turismo

Check-in O lazer é considerado uma necessidade das pessoas para recompor sua força de trabalho. Na civilização moderna, o tempo está dividido em quatro importantes aspectos:

Tempo de vida natural, biológico;

Tempo de trabalho;

Tempo dedicado a obrigações familiares e sociais;

Tempo livre, que se divide em tempo livre de fim de jornada; de fim de semana; e de férias. Para as crianças, o lazer é fundamental para preencher o seu tempo livre.

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3.1. Estrutura do Sistema de Turismo

3.2. Meio Ambiente Social

3.3. Meio Ambiente Econômico

3.4. Meio Ambiente Tecnológico

3.5. Meio Ambiente Político

3.6. Meio Ambiente Ecológico

3.7. Indústria do Turismo

3.8. Impactos do Turismo

3.9. Conscientização dos Impactos Ambientais

3.10. Responsabilidade com os Recursos Naturais

3.11. Aspectos Legais do Turismo

3.12. Influências Culturais no Turismo

3.13. Relação entre Atrativos Turísticos

3.14. Influências dos Atrativos Turísticos

3.15. Coleta de Informações sobre Turismo

3.16. Grau de Interesse de Segmentos de Turistas.

A estrutura do sistema de turismo representa o inter-relacionamento com várias outras atividades humanas, ou seja, o homem ocupando papel principal no cenário de turismo.

3. Sistema de Turismo

A estrutura do sistema de turismo demonstra uma inter-relação com outros sistemas, como o econômico, social, político, ecológico e tecnológico, não sendo o turismo uma atividade isolada. Diante disso, fica evidente a necessidade de uma linguagem comum entre as diferentes áreas.

3.1. Estrutura do Sistema de Turismo

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O desenvolvimento do turismo de um país ou de uma região está diretamente ou de uma região está diretamente relacionado com sua política econômica. Mesmo que um local atenda aos parâmetros estabelecidos para a viabilidade turística, ou seja, os pré-requisitos para o desenvolvimento do turismo, ainda assim é importante a integração na política econômica.

Os pré-requisitos de viabilidade turística devem ser analisados com muito cuidado, até por que se torna de fundamental importância determinar se a localidade tem ou não viabilidade turística.

São duas as principais condições necessárias para a viabilidade turística.

1) Um trabalho de análise aprofundada com objetivo de detectar a existência de capital turístico. O capital turístico pode ser entendido como três tipos de recursos:

Todo conjunto de bens e serviços que uma localidade possui e pode oferecer ao consumidor (turista), denominado recurso turístico;

Grupo de profissionais responsáveis pelo produto turístico que é formado de bens e serviços, chamado de recursos humanos;

Toda a verba ou recursos financeiros fundamentais no desempenho e na formação do capital turístico, chamado de recursos financeiros.

2) A capacidade atrativa da região. A política econômica contribui para o turismo de maneira significativa com três importantes objetivos: o desenvolvimento econômico; a estabilidade econômica e a eficiência na distribuição dos bens advindos do crescimento econômico.

A estrutura do sistema de turismo representa o inter-relacionamento do turismo com várias outras atividades humanas, ou seja, o homem ocupando papel principal no cenário do turismo.

Observa-se a interação entre empresas, organizações e localidades turísticas no subsistema que se apresenta como objeto turístico.

Podemos ver ainda a interação entre o subsistema – que se apresenta como objeto turístico – e o sistema turístico, que, por sua vez, interage com o meio ambiente (social, econômico, tecnológico, político e ecológico).

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3.2. Meio Ambiente Social

Meio ambiente social caracteriza toda a análise do processo que envolve aspectos demográficos, mobilização de grupos e desenvolvimento industrial.

O quadro natural, cultural e urbano de uma determinada região poderá sofrer profundas e rápidas transformações com a construção de hotéis, restaurantes, estradas etc.

O morador da região terá de comportar-se e viver de forma diferente. Esse processo, em busca do desenvolvimento, provoca transformações do habitat humano e custos sociais, como a poluição das águas, do ar, a poluição sonora, degradação da natureza etc.

Mesmo considerando a constante busca do desenvolvimento do turismo, deve-se acima de tudo ter preocupação com o impacto na região e nos seus moradores.

Em muitos locais, as feiras de artesanato e feiras típicas, normalmente organizadas e controladas por prefeituras, refletem a mobilização e interação de uma comunidade com a atividade turística.

3.3. Meio Ambiente Econômico

Meio ambiente econômico caracteriza o aumento da receita individual ou familiar, que permite o acesso de camadas da sociedade ao turismo. Observa-se ainda que a parte da receita consagrada ao lazer, às férias, tem aumentado significativamente.

O turismo apresenta um crescimento acentuado, porém é importante observar que nem sempre é um crescimento contínuo ou sustentável.

Ao mesmo tempo, observam-se ainda fatores que influenciaram nessa diminuição da taxa de crescimento do turismo:

Check-in O turismo predador, ou predatório é a atividade ocasionada normalmente pelo turismo em massa, que provoca perdas para o patrimônio natural e cultural. Praias sujas, rios poluídos e monumentos pichados reflexo dessa atividade. Por isso há a necessidade de conscientização e de acompanhamento de órgãos governamentais quanto ao crescimento e à exploração das regiões turísticas.

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Países com maior desenvolvimento e emissores de turistas apresentariam menor crescimento demográfico, repercutindo no crescimento do turismo;

Países e, desenvolvimento e receptores de turistas dedicariam-se aos problemas prioritários e deixariam o turismo para um segundo plano.

3.4. Meio Ambiente Tecnológico

Meio ambiente tecnológico; o desenvolvimento do turismo está atrelado ao progresso técnico dos meios de transporte e meios de comunicação.

3.5. Meio Ambiente Político

Meio ambiente político caracteriza-se por leis, decretos ou resoluções que dão as coordenadas ao desenvolvimento turístico, de acordo com o grau de prioridade que ocupa o turismo nacional. Ou seja, toda ordenação turística depende do poder político.

3.6. Meio Ambiente Ecológico

Meio ambiente ecológico refere-se ao ramo das ciências humanas que estuda a estrutura e o desenvolvimento das comunidades humanas em suas relações com o meio ambiente e sua conseqüente adaptação a ele.

Essa situação é cíclica: todo um conjunto de atividades humanas relacionadas com um sistema está sujeito ao turismo, que, por sua vez, se relaciona com as próprias atividades.

Placas informativas, além de apresentar a região e orientar visitantes, estruturam o atrativo turístico por meio de divulgação.

Observe a seguinte tabela abaixo sobre a Estrutura do Sistema de Turismo:

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Estrutura do Sistema de Turismo

Meio Ambiente Econômico

Meio Ambiente Social

Subsistema Sujeito

Turístico

Sistema Turismo

Localidade Turística

Empresa Turística

Organizações Turísticas

Meio Ambiente Tecnológico

Meio Ambiente Político

Meio Ambiente

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Fonte: Kaspar, C. Revue. In: Castelli, Geraldo. Turismo e marketing. Rio Grande do Sul; Sulina, 1984, p.22.

3.7. Indústria do Turismo

A estrutura do turismo industrial é altamente fragmentada em termos de tamanho, estilo, posição e padrão potencial de consumo. Entretanto, tem quatro principais características em comum:

Inflexibilidade da fonte: por exemplo, o quarto do hotel não pode ser ajustado às flutuações e não pode ser armazenado nos períodos de apogeu de demanda;

Os serviços do turismo são perecíveis, isto é, toda cama desocupada em um hotel, representa uma perda que afeta a probabilidade e habilidade da indústria;

Posição fixa: a consequente importância de métodos de comunicação, tais como anúncios e ou promoções das vendas, a fim de trazer o cliente, ou seja, o turista, ao destino de consumo;

Os investimentos financeiros relativamente grandes são requisitos para o estabelecimento turístico moderno e, consequentemente, o nível de risco sobre o investimento é de fundamental importância à gerência do turismo.

O inter-relacionamento com várias atividades humanas, considerando que o homem é a peça central dos mais variados aspectos do turismo, permite observar que a estrutura do sistema de turismo desempenha importante papel no desenvolvimento da arte e cultura.

Considera-se que os modelos econômicos aplicados de desenvolvimento do turismo geralmente seguem os mesmos aspectos das teorias econômicas usuais.

O fato mais importante para o turismo caracteriza-se no questionamento de como ir além dos fatores analisados nos modelos de desenvolvimento estritamente econômico.

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No modelo de desenvolvimento do turismo deve-se considerar também os impactos de valores do estilo de vida, desenvolvimento do ambiente tecnológico, urbanização, fatores sociodemográficos, gosto, prazer etc.

O modelo de desenvolvimento do turismo deve refletir não somente sobre mudanças em variáveis puramente econômicas, mas também em outros fatores gerados pela atividade nas localidades receptoras.

Em algumas regiões foram verificados impactos econômicos em nível local, regional, como nacional, em detrimento daqueles relacionados com o meio ambiente físico e sociocultural.

Isso ocorre porque os impactos econômicos são relativamente mais fáceis de medir do que os naturais e os socioculturais, que possuem certos componentes intangíveis e difíceis de mensurar, e sua avaliação é altamente subjetiva.

Além disso, apesar da constante queixa dos pesquisadores sobre a ausência de dados, em muitos países e localidades coletam-se rotineiramente dados quantitativos sobre a atividade turística, o que facilita a avaliação econômica dos seus efeitos.

3.8. Indústria do Turismo

Como riqueza oriunda do turismo, podemos observar que a atividade turística gera uma variedade de impactos econômicos.

Esses impactos podem se dividir em:

Check-in O Programa Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT), desenvolvido e coordenado pela EMBRATUR (Instituto Brasileiro do Turismo), de acordo com metodologias da OMT, adaptadas à realidade brasileira, tem como propósito implementar um novo modelo de gestão da atividade turística, simplificado e uniformizado, para os estados e municípios, de maneira integrada, buscando maior eficiência na administração da atividade turística. O PNMT busca também conscientizar e sensibilizar a sociedade para a importância do turismo como instrumento econômico, geração de empregos, melhoria da qualidade de vida da população e preservação de seu patrimônio natural e cultural.

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Impactos diretos – a comercialização dos produtos turísticos permitirá gerar um total da renda nos setores turísticos, como saldo da variação de custos financeiros ou gastos com esses produtos;

Impactos indiretos – os bens e serviços produzidos e ofertados por determinados setores do turismo gerarão um total da renda criada por gastos em setores correlatados;

Impactos induzidos – desenvolvimento e crescimento dos níveis de renda que se tem como resultado dos impactos diretos e indiretos das variações dos gastos turísticos; parte dessa renda adicional será gasta em bens e serviços produzidos internamente, ou seja, na própria região.

Os impactos positivos, ou a geração de riquezas, na economia de uma determinada região (país, estado, município), podem ser caracterizados por:

O turista que provém de outras regiões e seu capital representam e trazem importantes recursos para a região que pratica o turismo receptivo. O aumento da renda vem por meio da entrada de divisas para o local visitado (região receptiva);

A geração de empregos é um dos maiores e o mais importante aspecto oriundo dos investimentos estimulados pelo turismo. O turismo é uma indústria intensiva de mão-de-obra, isto é, proporciona e se apresenta como um meio eficiente de aumentar a oferta de empregos;

Os valores gastos pelo turista representam renda, pois ele sai de uma região-origem e se desloca para uma região-destino. Portanto, podemos concluir que o turismo é um importante meio de redistribuição de riquezas.

3.9. Conscientização dos Impactos Ambientais

Não considerar as conseqüências ambientais no desenvolvimento do turismo significa destruir os diversos recursos que os turistas procuram apreciar.

Conservação é um exemplo clássico das decisões individuais do investimento, que conduzem não diretamente ao benefício social máximo. Uma gerência pode estabelecer uma escala prática que avalie o aspecto organizacional e legislativo.

Entretanto, depende da participação, fazendo assim todo o esquema da análise ambiental com um objetivo sério de conservação. O objetivo principal da análise ambiental é conservar e melhorar o ambiente.

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A conservação é um ultimato à moral e, assim, temos na prática uma posição política baseada na instrução, na consciência e na aceitação da necessidade da utilização de nossos recursos.

3.10. Responsabilidade com os Recursos Naturais

Como podemos comprovar, o alocamento de recursos do turismo tem um impacto significativo em termos econômicos, sociais, culturais e políticos, por todo o mundo.

Para alguns países os benefícios econômicos atingíveis no funcionamento a curto prazo podem ser atrativos particulares, ma sé essencial a avaliação dos benefícios a longo prazo, que são denominados implicações socioculturais e ambientais.

Formular o objetivo inicial é fundamental e crucial no processo de alocamento de recursos. Os responsáveis pelas decisões onerosas têm a responsabilidade com as prioridades que são estabelecidas e determinam o desempenho subsequente e os efeitos sociais.

Inevitavelmente, os procedimentos de alocamento podem diferir em cada país, mas do ponto de vista do alocamento dos recursos globais é importante que todas as aproximações envolvam-se e sejam eficazes, eficientes e socialmente responsáveis.

Observa-se que é muito importante o modo como os recursos serão utilizados e como estarão disponíveis para as gerações futuras, dando continuidade ao processo.

3.11. Aspectos Legais do Turismo

Existe um conjunto de leis que se aplica ao comércio e ao consumidor de turismo. As leis gerais, a criminal e a civil, afetam todos os aspectos da operação do turismo, Nenhuma empresa comercial que fornece serviços ou atrações para turistas pode ignorar as considerações legais, e deve estar ciente sobre as implicações se empreender obrigações legais particulares.

A eficácia das empresas em lidar com seus problemas legais será determinada pelo uso dos dispositivos apropriados para o planejamento, monitorando e realizando suas atividades.

Check-in De um modo geral, a atividade turística está intimamente ligada à existência de bens públicos, como rodovias, segurança aos visitantes, limpeza de praias, preservação de monumentos etc.

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O impacto da lei na organização empresarial não é de interesse exclusivo de seus conselheiros legais, mas de uma parte crucial da consciência profissional necessária de toda a equipe de funcionários

3.12. Influências Culturais no Turismo

O desenvolvimento de indicadores culturais válidos está defasado. É difícil medir a quantidade de influência que há no índice de comunicação.

Embora usar dessas inferências da mídia seja a essência da análise da satisfação, elas seriam melhores em uma ciência mais exata.

A finalidade do marketing é a mesma que a da propaganda: anunciar especialmente os elementos influentes que devem ser conhecidos a fim de persuadir o possível cliente.

A análise da satisfação costuma determinar a influência de conceitos políticos, e esta técnica objetiva é igualmente boa para os publicitários que desejam compreender melhor os temas que influenciam os alvos internacionais.

Em certos momentos, os publicitários internacionais necessitam de melhor compreensão dos temas que prevalecem nas culturas que pretendem anunciar para o mercado.

Costuma-se vincular uma região a determinado atrativo turístico, quando na verdade a maioria das regiões pode possuir diversos atrativos interligados. Em Minas, igrejas oferecem como atrativo o turismo histórico-religioso. Angra dos Reis, RJ, pelas suas praias, é um pólo receptor de turistas internos no final do ano. Outras regiões, pelas suas reservas, vivem do ecoturismo.

Atualmente, entram em um mercado novo com compreensão inadequada do prevalecer social, das normas culturais, políticas e econômicas, o que é quase uma fórmula para o desastre.

A disponibilidade da análise da satisfação como um indicador de confiança é um desenvolvimento auspicioso para os comerciantes internacionais e que não deve ser negligenciado enquanto se monta uma disputa sofisticada de ferramentas da análise e do planejamento do marketing internacional.

3.13. Relação entre Atrativos Turísticos

Existe uma interligação entre todos os fatores sobre os atrativos turísticos. Os interparentescos secundários e terciários são maiores quanto maior for a variabilidade de seus fatores.

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As determinantes dos atrativos de regiões de turismo incluem hoje um grande número de variáveis cuja importância pode somente ser apreciada por completo dependendo do competidor.

Muitas alternativas de levantar ou reduzir os atrativos são possíveis de acordo com o grau de adoção do conceito do marketing, pois, se não for bem estruturada, a atividade turística não tem como se desenvolver.

3.14. Influências dos Atrativos Turísticos

Para algumas pessoas em férias, a escolha do destino pode ser influenciada pela provisão do entretenimento, por ver o evento específico ou a performance, ou por causa de uma consciência mais generalizada da disponibilidade.

O potencial de alguns entretenimentos como uma atuação turística talvez não seja apreciado inteiramente pelas indústrias turísticas. A maioria das pessoas em férias pode ser pouco influenciada e algumas podem mesmo preferir evitar destinos com abundância de entretenimento.

Pouco é sabido sobre o papel do entretenimento vivo, porém há um consenso de que este tem papel considerável como atrativo. Para turistas de negócios e amigos ou parentes em visita, a atração do entretenimento pode ser menor, mas pode, no entanto, ser uma atividade importante durante a visita.

3.15. Coleta de Informações sobre o Turismo

Toda informação coletada deve ser um ponto importante para começar uma análise sobre o turismo. Entretanto, é realmente justa essa pequena parcela que permite explorar o assunto mais adicional e ganhar a informação extra.

Para entender o turismo é necessário não somente aprender sobre carreiras no turismo e viajar por campos relacionados, mas aprender sobre a tarefa do marketing, o trabalho com turismo, levantar informações.

3.16. Grau de Interesse de segmentos de Turistas

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Observa-se que as comunidades étnicas não são entidades homogêneas. Em conseqüência, os esforços de marketing podem ser mais eficientes se forem detectados os segmentos do mercado mais favoráveis ao turismo. Assim, os profissionais da área podem empregar estratégias de marketing mais eficientes.

Considerando um estudo independente de uma amostra de pessoas de uma determinada nacionalidade, poderíamos identificar os traços ligados a tal curso estrangeiro entre esse grupo.

Tal medida indica o melhor procedimento de marketing a ser adotado e fornece meios baratos e eficientes de comunicação com os mercados lucrativos.

Embora os grupos étnicos possam se comportar de maneira diferente, é necessário estabelecer uma estrutura com base nos dados colhidos para a concepção e a realização do marketing do turismo a um grupo étnico.

Vamos Pensar!

O que é reciclagem e de que maneira ela pode atuar para minimizar impactos negativos?

Turismo – uma

introdução

YOUELL. Ray São Paulo Contexto 2002

Turismo & Hotelaria CRISÓSTOMO, Francisco Roberto

São Paulo DCL 2004

Bibliografia

Título/Periódico Autor Local Editora Ano

Turismo: princípios,

práticas e filosofias

GOELDNER,

CHARLES R.

Porto Alegre Bookmam

2002

Introdução ao

turismo

DIAS, Reinaldo São Paulo Atlas 2005

Manual de iniciação

ao estudo do

turismo.

BARRETO, Margarita São Paulo Papirus 2005

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Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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