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Módulo Unip unidade 1

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  • Esta apostila tem por objetivo descrever os mtodos de governana em TI, que atualmente so

    voltados para a gesto de tecnologia da informao e so amplamente discutidos no mbito

    acadmico e empresarial. O atual uso de tecnologia, assim como a dependncia destinada

    para o funcionamento das corporaes, indica que os controles de recursos tecnolgicos

    tornam-se fundamentais para a manuteno e melhoria do uso destes recursos.

    Os desenvolvimentos de novas tecnologias computacionais e o emprego destes recursos nos

    sistemas de comunicaes criaram uma nova viso sobre produtos e processos nas indstrias.

    A convergncia de redes altera as demandas na contrao de servios e equipamentos

    tecnolgicos. Estas modificaes causam variaes organizacionais, e sua origem passa pelo

    desenvolvimento de tecnologias nos sistemas de informaes (Wind; Main, 1998). As

    operadoras de telecomunicaes se transformam em provedores de servios de aplicativos

    (Figueiredo; Bremer; Maldonado, 2003), Internet, telefonia e dados, visando atender as

    necessidades de seus clientes.

    Dentro deste contexto, temos empresas que utilizam os sistemas para reduo de custos e

    aprimoramento de produo, e outras que procuram criar diferenciais de processos e em seus

    negcios. Para isso, as melhoras prticas de gesto de tecnologia da informao so

    relacionadas nesta apostila, que se prope a descrever o atual cenrio com uma viso

    histrica; alm disso, sero relacionado os modelos de prestaes de servios em Tecnologia

    da Informao ITIL (Information Technology Infrastructure Library), ser demonstrado o

    CobiT (Control Objectives for Information and related Technology), que descreve as melhores

    prticas para Governana em TI e, por fim, apresentar-se- o modelo de mapeamento de

    processos para Telecomunicaes, eTOM (enhanced Telecom Operations Map).

    1 HISTRICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAO E A SUA RELEVNCIA

    Neste captulo, estudaremos um pouco da histria dos sistemas de comunicao e de

    informao, possibilitando uma reviso das dependncias e da ascenso destas tecnologias,

    indicando a relevncia desta indstria para a compreenso da importncia da razo do uso de

    mtodos de governana em Tecnologias da Informao (TI). Sero descritos os contextos

    mercadolgicos, o histrico e a evoluo das redes de telecomunicaes e de computadores e,

    por fim, as dependncias do mercado.

    No contexto mercadolgico, os mtodos que propiciam automao de processos produtivos

    sempre foram levados em considerao como um atributo fundamental nas corporaes.

    Segundo Mauro Caon e Henrique Luiz Correa (2008), as empresas procuram melhorias

    constantes como diferencial de seus servios ou produtos no mercado.

    Os usos de recursos computacionais desenvolveram os processos em diversos aspectos e

    criaram novas situaes que outrora no eram evidenciadas nas empresas, tais como a

    velocidade no armazenamento e envio de informaes. No quadro 1, so destacados alguns

    exemplos sobre as atividades afetadas pelas ferramentas de tecnologia da informao,

    relacionando as tarefas, as melhorias proporcionadas por TI e as suas ferramentas

    tecnolgicas.

  • Quadro 1: Atividades melhoradas pelas ferramentas de tecnologia da informao

    Aps a verificao do uso prtico e atual de algumas ferramentas, demonstra-se que o

    desenvolvimento da indstria da tecnologia da informao se tornou primordial para o avano

    da produo das empresas, podendo-se tecer que o atual estgio do capitalismo corroborou o

    uso destas ferramentas significativamente com o atual modelo de competitividade (Porter,

    2004).

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    ERP (Enterprise Resource Planning) ou Sistema de Gesto Empresarial: conjunto de softwares que

    integram os modelos empresariais no ponto de vista, sistmicos e de sistemas da informao (Padoveze,

    2004).

    CRM (Customer Relationship Management) ou Gesto de Relacionamento com o Cliente um sistema

    de gerncia de informaes sobre dados dos clientes, para manuteno do relacionamento com os

    clientes e a viso estratgica para novos produtos ou servios.

  • No entanto, com o amadurecimento dos processos e o crescimento da competitividade,

    compreende-se que o atual contexto tecnolgico criou uma espcie de comoditizao3 de TI,

    segundo Carr (2003), no qual indicado que os sistemas se formaram como elementos sem

    importncia nos conceitos de vantagens competitivas ou atributos de relevncia corporativa,

    sendo assim muito parecidos com os sistemas eltricos.

    Ou seja, os elementos de informao, tais como hardwares e softwares sero apoio e devero

    funcionar como a energia, tendo o liga e o desliga para usufruto das corporaes. No

    entanto, esta comparao, apesar de simples, dirigida sem levar em conta a complexidade e

    as tendncias de TI na cadeia produtiva.

    A figura 1 ilustra tal situao indicando que todos os elementos da cadeia produtiva so

    identificados como dependentes e muito mais complexos do que se imagina, com as vises

    tticas, sistmicas com infraestrutura, sistemas voltados aos negcios e s aplicaes pontuais

    como servios e relacionados ao mercado.

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    Comoditizao a transformao de bens e servios com pouco valor agregado, tais como produtos

    primrios; por exemplo, arroz, carne, minrios etc. A palavra deriva da expresso inglesa commodity.

  • Para melhor compreenso destas dependncias, so destacados os atuais segmentos,

    resumidos e propostos, de tecnologia da informao:

    hardware para plataforma alta e baixa,4

    rede de computadores;

    banco de dados;

    Enterprise Resorce Planning (ERP);

    desenvolvimento de softwares;

    telecomunicaes;

    automao de processos;

    Internet e seus aplicativos;

    armazenamento de dados;

    sistemas operacionais, entre outros;

    as geraes de computadores.

    As tecnologias citadas se relacionam com suas aplicaes nas empresas, estas utilizadas direta

    (softwares correlacionados com os processos de negcios) ou indiretamente (ferramentas de

    apoio e suporte) no negcio. Este desenvolvimento tecnolgico se destacou pelas diversas

    geraes computacionais, segundo Straubhaar e Larose, 1997:

    primeira gerao (1937 a 1953): vlvulas a vcuo;

    segunda gerao (1954 a 1962): transistores e diodos semicondutores;

    terceira gerao (1963 a 1972): circuitos integrados em pequena escala;

    quarta gerao (1972 a 1984): circuitos integrados;

    quinta gerao (1984 a 1990): processamento paralelo e redes;

    sexta gerao (1990 atualidade): evoluo das redes e da Internet.

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    4 Expresso utilizada para denominar o ambiente cliente-servidor de PC (Personal Computers e

    servidores) como baixa plataforma; j os mainframes so destacados como alta plataforma.

    Todo o movimento tecnolgico se deu por meio das geraes supracitadas e com a revoluo

    das comunicaes a partir das telecomunicaes, e hoje com a integrao entre as redes

    computacionais.

    1.1 Histrico e evoluo das redes de telecomunicaes e de computadores

    A comunicao a ao consciente para transmisso de informaes entre dois indivduos.

    Esta ao, desde os primrdios da humanidade, procura estabelecer elos entre diferentes

    distncias e suas aplicaes so diversas, tais como formas de comrcio, informaes sobre

  • guerras, relacionamentos pessoais etc. A compreenso da comunicao realizada pelos

    quatro conceitos bsicos:

    a. protocolo: estrutura lgica que possibilita a compreenso dos dados,

    transformando-os em informao;

    b. sinalizao: meio no qual a informao ou o dado transmitida/o;

    c. emissor: elemento que transmite a informao;

    d. receptor: elemento que recebe e compreende a informao.

    Observao: ambos os elementos devem conhecer o protocolo de comunicao para

    transformar o dado inicial advindo do emissor em informao no receptor, de acordo com a

    figura 2.

    Telecomunicaes Telegrafia

    As telecomunicaes se diferenciaram destes processos visuais pelo uso de sinais e pulsos

    eltricos. Quando Samuel Morse transmitiu a primeira mensagem em uma linha entre

    Washington e Baltimore (Cdigo Morse), este sistema acompanhou os exploradores de

    territrios virgens at a inveno do rdio; na figura 3 demonstrado um dos exemplares da

    poca.

    A sua aplicao foi governamental, para facilitao de informaes entre longas distncias

    para a poca, lembrando que no existia ainda a primeira gerao de computadores, conforme

    anteriormente demonstrado.

  • Telefonia

    Em 1876, Alexander Graham Bell revolucionou as comunicaes com a inveno do telefone

    com um microfone que transmite sinais eltricos com um circuito fechado, possibilitando uma

    conversa remotamente por meio de fios de cobre. A priori, o uso foi governamental; todavia,

    esta tecnologia foi estendida a todos os agentes da sociedade e, conforme se verifica

    atualmente, o seu uso ajudou nos negcios. Esta tecnologia (forma tradicional) encontra-se em

    vias de substituio pelos meios digitais e computacionais comumente chamados de voz sobre

    IP (Internet Protocol).

    Satlites

    Em 1957, foi lanado o primeiro satlite artificial (Sputnik). Em 10 de junho de 1962, foi

    colocado em rbita o primeiro satlite ativo de comunicaes (o Telstar), que permitiu

    transmisso de conversaes telefnicas, telefoto e sinais de televiso a cores.

    Atualmente, todo monitoramento de longa distncia e baseado em GPS (Global Positioning

    System), ou, do portugus, geo-posicionamento por satlite, destacado na indstria e em

    diversas aplicaes vinculadas ao microchip, como a mobilidade e os novos sistemas de

    telefonia mvel.

    Cabos ticos

    Em 1870, o fsico ingls Tyndall demonstrou que a luz podia acompanhar um feixe (tubo) de

    gua, mesmo quando curvado. Estavam lanados os fundamentos da fibra tica: um delgado

    filamento flexvel de slica que conduz um feixe de luz, capaz de transportar dezenas de

    milhares de conversaes simultneas a grandes distncias.

    Histria da telefonia

    Conforme demonstrado, na evoluo das telecomunicaes, a visualizao de seu histrico

    fundamental para a compreenso da convergncia digital, corroborando a complexidade das

    tecnologias de comunicao e da informao junto a sua governana de TI, o que ser

  • explorado posteriormente neste material. Abaixo, segue a evoluo da telefonia no contexto

    brasileiro segundo o Ministrio das Comunicaes (2010), disponvel no stio:(...)

    3 de maro de 1847 - Nasce Graham Bell, inventor do telefone. Desde menino se

    interessa pela atividade profissional do pai, que criara um mtodo para correo da

    fala e treinamento de surdos-mudos.

    17 de maro de 1865 - Fundada a Unio Internacional de Telecomunicaes (em

    ingls, International Telecommunication Union - ITU), a mais antiga instituio da

    Organizao das Naes Unidas (ONU), sediada em Genebra, Sua. Seus principais

    objetivos so coordenar o trfego internacional de telecomunicaes, a utilizao do

    espectro de rdio freqncias, bem como manter e desenvolver a cooperao

    internacional, dar suporte ao desenvolvimento tecnolgico e prestar assistncia

    tcnica aos pases em desenvolvimento.

    1866 - O primeiro cabo telegrfico transatlntico foi posto em funcionamento entre

    Valentia (Irlanda) e Hearts Content (Terra Nova).

    1876 - Alexandre Graham Bell apela para seu auxiliar falando junto ao transmissor do

    aparelho a que se dedicava: - Senhor Watson, venha c. Preciso do Senhor. Ao que

    Thomas August Watson, o eletricista ajudante, responde: Senhor Bell, ouvi cada

    palavra que o senhor disse, distintamente. No dia 14 de fevereiro de 1876, Graham

    Bell solicita o registro de patente do seu invento, duas horas antes de Elisha Gray, que

    pesquisava sobre o mesmo assunto ao mesmo tempo que Bell. Obtida a patente, Bell e

    Watson retornam a trabalhar com afinco no transmissor de induo, aperfeioando-o,

    tendo em mente a Exposio do Centenrio da Independncia dos Estados Unidos

    naquele mesmo ano. A Exposio do Centenrio aberta no dia 4 de julho com a

    participao de milhares de pessoas, entre elas personalidades de fama internacional,

    inclusive o imperador do Brasil, D. Pedro II.

    1877 - D. Pedro II ordena a instalao de linhas telefnicas interligando o Palcio do

    Quinta da Boa Vista s residncias dos seus Ministros. Isso aconteceu em 1877, atravs

    dos servios de montagem da Western and Brazilian Telegraph, que inaugurava

    efetivamente a telefonia no Brasil. Naquele mesmo ano, o sucesso do telefone j

    despertara o interesse do comrcio e da indstria. A firma Rodd & Chaves determinara

    a ligao de sua sede na atual rua do Ouvidor ao quartel do Corpo de Bombeiros.

    Foram instaladas vrias linhas telefnicas, a pedido do Ministro de Estado dos

    Negcios da Agricultura, para ligar o Ministrio s reparties da Corte.

    15 de novembro de 1879 - A primeira concesso para construir e explorar linhas

    telefnicas da capital do Imprio foi concedida a Charles Paul Mackie. Entretanto essa

    empresa no chegou a ser organizada.

    1881 - Aps deciso do Conselho de Estado, era concedida Telephone Company do

    Brasil, atravs do Decreto n 8065, de 17 de abril de 1881, a permisso para fazer

    negcio de construir e fazer trabalhar linhas telefnicas da cidade do Rio de Janeiro e

    seus subrbios e na cidade de Nictheroy, no Imprio do Brasil, que sero postas em

  • comunicao com a dita capital por um cabo submarino Esta empresa foi, portanto,

    a primeira a explorar os servios de telefonia no Brasil com fins comerciais.

    1882 - Atravs do Decreto n 8.453-A, foram estabelecidas as bases para a concesso e

    linhas telefnicas no Pas.

    1883 - Institudo um Regulamento para concesso de linhas telefnicas pelo Decreto

    n 8.935.

    1890 - Outorgada concesso para implantao da primeira linha telefnica interurbana

    no Pas, entre Rio de Janeiro e So Paulo, ficando autorizado o concessionrio, a

    empresa alem Brasilianische Elektricitats Gesellschaft, a instalar centrais telefnicas

    nas cidades terminais. Em 1912, essa empresa foi incorporada no Canad Brazilian

    Traction Light & Power.

    11 de janeiro de 1923 - A subsidiria brasileira da Brazilian Traction passou a

    denominar-se Companhia Telephonica Brasileira (CTB).

    27 de maio de 1931 - O presidente da Repblica, Getlio Vargas, assina o Decreto n

    20.047, nico instrumento legal, ao lado do Decreto n 21.111, de 1 de maro de 1931,

    que o regulamentou at a criao do Cdigo Brasileiro de Telecomunicaes. 1946 -

    Instalado entre Aldeburgh (Inglaterra) e Domburg (Alemanha) o primeiro cabo

    moderno com um comprimento de 80 milhas nuticas e uma capacidade de 60 canais

    telefnicos.

    1956 - Instalado o primeiro cabo transatlntico entre Oban (Esccia) e Clareville (Terra

    Nova), com distncia de 1.526 milhas nuticas e 36 canais.

    1957 - Estabelecida a primeira instalao telefnica interurbana atravs de enlaces por

    microondas no Brasil entre o Rio de Janeiro e So Paulo. No mesmo ano, foi inventado

    o transistor, que, substituindo as antigas vlvulas, permitiu que os equipamentos de

    telecomunicaes fossem modernizados e diminussem de tamanho.

    1958 - Implantado o sistema de Discagem Direta Distncia (DDD) entre So Paulo e

    Santos atravs de um cabo coaxial.

    1962 - Neste ano, o pas contava com pouco mais de 1 milho de telefones para uma

    populao de mais de 70 milhes de habitantes. Mais de 900 concessionrias de

    servios telefnicos operavam no pas.

    27 de agosto de 1962 - Editada a Lei 4.117, o Cdigo Brasileiro de Telecomunicaes,

    de 27 de agosto de 1962. Esta lei possibilitou a criao do sistema Nacional de

    Telecomunicaes, atribuiu Unio a competncia para explorar diretamente os

    servios, regulamentou o artigo 151 da Constituio de 1946, que tratava das tarifas,

    autorizou o Poder Executivo a criar uma empresa pblica para explorar os servios,

    definiu uma fonte de recursos (o Fundo Nacional de Telecomunicaes - FNT) para

    implantao dos meios necessrios execuo dos servios - a partir de uma sobre

    tarifa de 30% sobre as tarifas dos servios pblicos de telecomunicaes e definiu o

  • relacionamento entre o poder concedente e o concessionrio no campo das

    telecomunicaes. Em seu artigo 42, autorizou o poder executivo a criar uma

    empresa para explorar os servios de telecomunicaes, batizada de Empresa

    Brasileira de Telecomunicaes - Embratel.

    1964 - Criao do sistema INTELSAT. Sociedade comercial internacional, com a

    participao do Brasil, destinada a planejar, implantar e controlar o sistema mundial

    de comunicao por satlites. Neste ano, instalado o primeiro cabo coaxial entre o Rio

    de Janeiro e Petrpolis, que aumentou a capacidade de ligaes nos dois sentidos.

    16 de setembro de 1965 - Criada a Empresa Brasileira de Telecomunicaes

    (Embratel), iniciando o processo de modernizao das telecomunicaes e constituio

    do Fundo Nacional de Telecomunicaes - FNT, que era formado por uma tarifa

    cobrada em todos os servios de telecomunicaes, fornecia recursos para a

    EMBRATEL. Lanamento do primeiro satlite artificial, o INTELSAT-I ou Early Bird, com

    apenas 240 canais de voz ou telefnicos e um de transmisso de imagens ou televiso.

    20 de fevereiro de 1967 - O Decreto-Lei n 200 criou o Ministrio das Comunicaes,

    exclusivo para promover o seu desenvolvimento.

    15 de maro de 1967 - Instalao do Ministrio das Comunicaes, no mesmo dia da

    posse do presidente Costa e Silva.

    1969 - Brasil inaugura sua primeira estao de comunicao com satlites, no

    municpio de Itabora, no Rio de Janeiro. Tambm neste ano, foi inaugurado o Tronco

    Sul, permitindo a interconexo do Rio de Janeiro com Porto Alegre, via So Paulo e

    Curitiba. Inaugurado o Tronco Sul, permitindo a interconexo do Rio de Janeiro a Porto

    Alegre, via So Paulo e Curitiba, por microondas. No final deste ano, foi ativado o

    sistema DDD (Discagem Direta a Distncia).

    1970 - Firmado convnio entre EMBRATEL e a Companhia Telefnica Nacional da

    Espanha (Cine), para a instalao do sistema que tomou a denominao de BRACAN-1

    (BRAsil + CANrias).

    1971 - A utilizao de novos tipos de cabos e ampliadores transistorizados permitiram

    a instalao de cabos submarinos de grande profundidade e grande capacidade para

    canais telefnicos. O navio Recorder, da firma Cable and Wireless Ltd., finaliza o

    estudo de levantamento da rota do BRACAN-1, o primeiro cabo eletrnico submarino

    que, com seus 160 circuitos de voz, permitiu uma comunicao direta entre a Amrica

    do sul e Europa. Foram determinados como pontos extremos, no Brasil, Recife (Praia

    de Boa Viagem) e na Espanha, Ilha Gran Canria (Praia Arinaga). Coube, entretanto, ao

    navio Mercury, de propriedade da Cable and Wireless Ltd., a operao de

    lanamento do sistema BRACAN-1. Lanado o INTELSAT IV com 9 mil canais de voz e 2

    de televiso, com capacidade de transmisso simultnea.

    11 de agosto de 1972 - A Lei 5.792 foi criou a Telebrs (Telecomunicaes Brasileiras

    S/A) constituda somente em 09/11/1972. Holding de um sistema destinado, entre

    outras atividades, a coordenar todo o desenvolvimento das telecomunicaes no pas,

  • sobretudo dos servios locais, ento caticos e carentes de investimentos muito mais

    pesados que os investidos na infra-estrutura de longa distncia. A Telebrs veio,

    portanto, preencher essa lacuna com a flexibilidade de uma organizao empresarial

    privada, que implementasse a poltica geral de telecomunicaes estabelecida pelo

    Ministrio das Comunicaes. A primeira grande tarefa da Telebrs foi a incorporao

    das operadoras locais e desta ao resultou o sistema Telebrs (STB), constitudo de 22

    subsidirias e 4 associadas.

    1973 - Inaugurado o Sistema BRACAN-1, com alcance, por intermdio de outros

    sistemas de telecomunicaes, praticamente qualquer pas estrangeiro.

    1974 - A Embratel implantou a primeira estao terrena de comunicaes por satlite,

    destinada ao trfego internacional, no municpio de Tangu, estado do Rio de Janeiro,

    e iniciou a implantao do sistema Brasileiro de Telecomunicaes via Satlite (SBTS),

    que conta hoje com quatro satlites (A2, B1, B2 e B3).

    1974 a dezembro de 1977 - Dos 2,5 milhes de telefones em servio, inicialmente,

    atingiu-se 4,5 milhes. O nmero de telefones pblicos era de apenas 13.000 em

    servio, e, ao final de 1977, ultrapassou os 31.000 em funcionamento, correspondendo

    a um crescimento superior ao dobro. Em 1974, o Brasil dispunha de 39.000 canais de

    voz instalados, esse nmero, ao final de 1977, chegou a cerca de 115.000, que

    corresponde a um crescimento de quase trs vezes.

    O sistema DDD - Discagem Direta a Distncia, que dispensa o auxilio da telefonia em

    1974 atendia a 156 localidades e, no final de 1977, esse nmero cresceu para 533

    cidades. Quanto aos troncos-trnsito interurbanos, ou seja, a possibilidade de

    execuo do DDD, estes totalizavam 51.000 em 1974, atingindo 216.000 ao final de

    1977, apresentando, portanto, um crescimento de 4 vezes mais ao valor inicial.

    5 de junho de 1975 - Assinado o acordo para construo e manuteno do cabo que se

    denominou BRUS (Brasil-Estados Unidos) e criou uma nova alternativa de comunicao

    entre os dois pases, at ento feita somente via satlite.

    1976 - Criado o CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento), vinculado diretamente

    Telebrs, a partir do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa. A

    principal funo do CPqD coordenar, em mbito nacional, a realizao de programas

    de intercmbio com as principais universidades do pas e parcerias com a indstria

    nacional. Com a privatizao do Sistema Telebrs, o CPqD foi transformado em uma

    fundao de direito privado. Inaugurada a segunda estao de comunicao com

    satlites, em Itabora (RJ), para atender no s aos servios internacionais, como

    tambm aos nacionais.

    15 de maro de 1982 - O Decreto n 87.009, instituiu a Ordem do Mrito das

    Comunicaes, galardoando personalidades nacionais e estrangeiras que, por servios

    relevantes prestados s comunicaes, se tenham tornado merecedoras dessa

    distino. A medalha homenageia D. Pedro II, com sua imagem cunhada no reverso.

  • 1995 - O Brasil quebra o modelo monopolista de Telecomunicaes. Este modelo

    predominou em todo o mundo, at mesmo nos EUA, cujo monoplio privado foi

    exercido pela AT&T at 1984, enquanto que no resto do mundo predominava o

    monoplio estatal.

    1996 - Aprovada a Lei n 9.295 (Lei especfica ou Lei Mnima) que antecedeu a Lei

    Geral de Telecomunicaes (LGT) e abriu o mercado para os servios de telefonia

    mvel da banda B, servios via satlite, servios limitados, Trunking, paging e redes

    corporativas.

    16 de julho de 1997 - Aprovada a Lei 9.472, Lei Geral de Telecomunicaes (LGT), que

    define as linhas gerais do novo modelo institucional e cria um rgo regulador

    independente, a Agncia Nacional de Telecomunicaes (Anatel).

    Julho de 1998 - O governo federal privatizou o sistema Telebrs.

    Evoluo da tecnologia da informao

    A evoluo de TI a partir de seus estgios iniciou-se na dcada de 1950, com processamento

    centralizado; no entanto, seu uso era restrito pelo poder econmico, devido ao alto custo de

    aquisio. Sendo assim, apenas as universidades, autarquias governamentais e grandes

    empresas possuam tal acesso. Neste contexto, as empresas iniciaram o uso e o poder de

    processamento para diversas aplicaes empresariais, este sempre centralizado pelo

    computador central (mainframe); como ilustrado na figura 5 , as principais caractersticas

    eram:

    a. grandes centrais de processamento;

    b. equipamentos carssimos;

    c. todo o processamento era centralizado;

    d. incio das correlaes de sistemas de apoio ao negcio;

    e. mainframes e front-ends;

    f. uso de terminais burros e impressoras;

    g. circuitos de baixa velocidade;

    h. uso do protocolo de comunicao X-25;5

    i. processamento batch;

    j. dependncia de gerenciamento centralizado.

    _________________________________________________________________________________________________________________________

    5 X.25 um conjunto de protocolos que utiliza o meio de comutao de pacotes, sendo orientado a bit.

    Este foi padronizado pela ITU (International Telecommunication Union) para redes de longa distncia. O

    seu meio de transmisso ocorre via sistema telefnico ou ISDN (Integrated Services Digital Network).

  • No final dos anos 1970 e no decorrer dos 1980, introduziu-se a computao descentralizada

    por meio de computadores pessoais, ou seja, cada computador possua a sua prpria unidade

    de processamento, retirando a necessidade de um alto investimento parar aquisio de um

    mainframe. Esta nova Era democratizou o uso de sistemas para todos os atores de mercado,

    no apenas para as os governos, universidades e grandes empresas, mas sim a pessoas fsicas

    e jurdicas com menor poder aquisitivo ou de investimentos.

    Posteriormente a estes eventos, iniciou-se a corrida pelos domnios de tecnologias, nos quais

    os principais elementos so destacados abaixo:

    a. baixo custo de aquisio;

    b. processamento por equipamento;

    c. delegao de desenvolvimento ao usurio final;

    d. comunicao em rede para comunicao entre as estaes de trabalho;

    e. incio dos softwares de vrus, pirataria e duplicaes de informaes;

    f. crescimento da importncia das redes de computadores;

    g. aplicaes departamentais;

    h. compartilhamento de recursos via servidor;

    i. correio eletrnico corporativo;

  • j. transferncia de arquivos;

    k. principais tecnologias de redes locais: Ethernet;

    l. tecnologias diferentes dentro da mesma empresa.

    Na dcada de 1990, com o surgimento das redes corporativas baseadas em sistemas abertos,

    tornou-se possvel a interligao das diversas tecnologias de redes de computadores e a

    integrao delas com os mainframes e minicomputadores. A padronizao proposta pelas

    redes corporativas permitiu que os diversos computadores se comunicassem

    independentemente das suas arquiteturas de hardware e software.

    As redes corporativas motivaram uma reengenharia das aplicaes, que comearam a fazer

    uso dos recursos de distribuio de dados e de processamento. Este aumento de demanda de

    trfego inter-redes estimulou o desenvolvimento de novas tecnologias de redes.

    O trfego local tambm cresceu, levando ao desenvolvimento de tecnologias de redes locais

    de alta velocidade, como o Fastethernet e o Gigabit Ethernet (1000Base-LX). Na dcada da

    Internet, que explode em nmero de usurios, proporcionando a padronizao das redes

    (locais, metropolitanas e de longa distncia) para o Protocolo TCP/IP (Transmission Control

    Protocol / Internet Prococol), obviamente este novo modelo foi imposto pela quantidade de

    usurios e pela magnitude alcanada pela rede mundial de computadores.

    Na mesma dcada, podem-se verificar as mudanas estruturais em todas as redes, estas

    corporativas ou pertencentes a provedores de servios, quando se criou a primeira rede

    convergente entre a antiga telefonia e os protocolos de comutao de dados por pacotes,

    redes como a TCP/IP; no entanto, o incremento de altas velocidades proporcionou novos

    servios integrados, como:

    a. voz sobre IP;

    b. videoconferncia;

    c. TV interativa;

    d. ensino distncia;

    e. realidade virtual.

    1.2 As dependncias e TI

    No atual modelo de mercado, a velocidade de informaes, a rapidez de entrega (just-in-

    time6), o relacionamento, a inteligncia de mercado etc. no poderiam ser realizados sem

    instrumentos eficazes e sem o uso de TI. Pesquisa realizada pelo Information Technology

    Governance (IT Governance) demonstrou que IT considerado muito importante por 51% das

    empresas e 36% indicam como relevante.7

    _________________________________________________________________________________________________________________________

    6 Just-in-time a expresso que se baseia no conceito de produo enxuta: o que se vende entregue

    rapidamente em uma quantidade grande de produtos estocados.

    7 Traduo da expresso somewhat important.

  • As corporaes necessitam manter os investimentos em tecnologia para retorno de novos

    produtos, manuteno da competitividade ou mitigao de riscos. Temos diversos exemplos,

    como fbricas que utilizam computadores nos seus processos fabris, lojas de departamentos

    totalmente informatizadas, postos de gasolina com computadores que auxiliam no processo

    de cobrana eletrnica, entre outros.

    Os benefcios das tecnologias podem ser descritos como:

    retorno direto ou indireto em um projeto que melhore a rentabilidade ou diminua

    custos;

    desenvolvimento de arquitetura de TI com integrao entre as diversas plataformas,

    incluindo softwares, rede e hardwares;

    automatizao de procedimentos manuais;

    impacto nos processos de negcios.

    Com os desenvolvimentos de novas tecnologias computacionais e o emprego destes recursos

    nos sistemas de telecomunicaes, criou-se uma nova viso sobre os processos de

    comunicaes. A evoluo das redes de telecomunicaes criou novas perspectivas no

    emprego de servios baseados em redes convergentes, e como os novos negcios so

    baseados em multisservios (Oliveira et al., 2007), estes procuram disponibilizar um processo

    integrado para dados, voz e multimdia.

    O atual conceito de multisservios procura suprir as novas demandas de servios, tendo,

    assim, o imperativo na adaptao, na criao e/ou na manuteno de processos operacionais

    eficientes e gerenciveis, para o suporte adequado diversificao de servios e os seus

    contratos, respectivamente (TMForum M.3050.1, 2004).

    Este captulo apresentou as dependncias e a evoluo tecnolgica dos dois mundos Telecom

    e TI; no entanto, temos um cenrio de integrao e multisservios e, neste ambiente cada vez

    mais complexo, as instituies devem possuir mtodos que auxiliem na conduo do negcio

    em conjunto com tcnicas e com mtodos eficientes que venham proporcionar segurana s

    corporaes.