Governo de Sergipe - 《东北杂志》中国专刊目录 · 2020. 8. 18. · 10. povo aCima de...

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刊首语Prefácio

中国—巴西:跨越山海的友谊 共建未来的伙伴 驻巴西大使 杨万明6. China e Brasil: amizade que venCe distânCias, parCeria para o futuroYang Wanming, Embaixador da China no Brasil

巴西—中国:值得纪念的时刻巴西国会中巴议员阵线主席 福斯托·皮纳托8. Brasil e China, ainda há muito o que ComemorarFausto Pinato, Presidente da Frente Parlamentar Brasil-China

抗击疫情篇 combate à coViD-19

人民至上,生命至上—中国抗击新冠肺炎疫情的经验做法驻累西腓总领馆10. povo aCima de tudo, vida aCima de todosConsulado Geral da China no Recife

地方交往篇 cooPerações Locais

阳光总在风雨后—介绍同巴西东北部合作情况驻累西腓总领事 严宇清12. após a tempestade vem a BonançaYan Yuqing, Cônsul-Geral da China no Recife

纪念巴西“中国移民日”伯南布哥副州长 卢西亚娜·桑托斯18. homenagem ao diada imigração Chinesano BrasilLuciana Santos, Vice-Governadora de Pernambuco

四川,不仅仅有大熊猫四川省外事办公室20. siChuan não só tem o panda giganteGabinete das Relações Exteriores da Pronvíncia Sichuan

尊重和友谊铸就中巴关系塞阿腊州长 卡米洛·桑塔纳 24. uma relação Construída Com respeito e amizadeCamilo Santana, Governadordo Ceará

良朋悠邈 万里为邻 做大洋两岸的真诚伙伴福建省外办主任 王天明26. amizade verdadeira supera distânCia geográfiCaWang Tianming, Diretor do Gabinete das Relações Exteriores da Pronvíncia

累西腓愿与中国共发展累西腓副市长 卢西亚诺·西凯拉30. reCife em sintonia Com a repúBliCa popular da ChinaLuciano Siqueira, Vice-Prefeito do Recife

祝福累西腓!祝愿中国巴西友谊常青!广州市外办欧美处处长 郑 钧32. que reCife aBençoado, que amizade sino-Brasileira seja eternaZheng Jun, Director do Departamento para Assuntos Europa-América do Gabinete das Relações Exteriores de Guangzhou

紧密联系,开拓合作北里奥格朗德州长 法蒂玛·贝塞拉34. estreitar laços e ampliar CooperaçãoFátima Bezerra, Governadora do Rio Grande do Norte

中国同塞尔希培州的合作、友谊和前景塞尔希培州长 贝利瓦尔多·沙卡斯36. Cooperação, amizade e perspeCtivas Com o estado de sergipeBelivaldo Chagas, Governador de Sergipe

中国在皮奥伊州投资可达150亿雷亚尔皮奥伊州长 威灵顿·迪亚斯38. investimentos da China no piauí podem Chegar a r$ 15 BilhõesWellington Dias, Governador do Piauí

《东北杂志》中国专刊目录

Índice

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Ano 14 | Número 163 | Agosto | 2020

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distriBuiçãoEmpresa Brasileira de Correios e Telégrafos

帕拉伊巴州国际化与帕中关系帕拉伊巴州长 若昂·阿泽维多、帕拉伊巴副州长 利贾·费利西亚诺40. inserção InternaCional da paraíBa e as relações paraíBa-ChinaJoão Azevedo, Governador da Paraíba, Lígia Feliciano, Vice-Governadora da Paraíba

中国—马拉尼昂:合作、友谊和前景马拉尼昂副州长 卡洛斯·布兰当46. Cooperação, amizade e perspeCtivas entre o maranhão e a ChinaCarlos Brandão, Vice-Governador do Maranhão

万里尚为邻 伯南布哥州议员 罗梅罗·萨勒斯48. a distânCia é apenas geográfiCaRomero Sales Filho, Deputado Estadual de Pernambuco

经贸合作篇cooPerações econômicas e comerciais

中国同巴西东北部经贸合作大有可为驻累西腓总领馆商务领事邵卫彤50. a promissora Cooperação eConômiCa e ComerCial entre China e nordeste do Brasil tem muito mais para expandirShao Weitong, Cônsul Comercial da China no Recife

努力当好服务中巴合作的轻骑兵巴西中资企业协会秘书长 张 鑫54. dediCar-se a servir do impulsionador da Cooperação sino-BrasileiraZhang Xin, Secretário-geral da Associação Brasileira de Empresas Chinesas

中巴战略合作与友谊巴西商业领袖组织—中国区56. a Cooperação estratégiCa e a amizade sino-BrasileiraLIDE China

相通共进,擘画中巴基础设施合作蓝图中国交建南部美洲区域公司董事长 常云波58. traBalhando juntos no desenho de um plano de Cooperação sino-Brasileira no âmBito de infraestruturaChang Yunbo, chairman da CCCC South America Regional Company

互利合作 发展共赢—国家电投在巴西国家电投巴西公司董事长 袁 蕊60. Cooperação e desenvolvimento para BenefiCio mútuoYuan Rui, Presidente da SPIC Brasil

CPFL新能源公司:用行动谱写中巴友谊CPFL新能源公司CEO黄富涛62. Cpfl: aprofundar a amizade sino-Brasileira Com açõesHuang Futao, Conselheiro e CEO da CPFL Renováveis

坚定国际化主战略,奋力开启巴西经营新征程徐工巴西制造有限公司董事长王岩松66. implementar fortemente a prinCipal estratégia de internaCionalização, lutando para iniCiar uma nova jornada de negóCios no BrasilWang Yansong, Presidente da XCMG Brasil

医保行动,使命必达中国医药公司项目经理陈玉帅 70. meheCo avança, missão CompletaChen Yushuai, Gerente de projetos da CHINA MEHECO

人文交流篇intercâmbios cuLturais

中国侨民为中巴友谊增光添彩驻累西腓副总领事 尚思远72. Comunidade Chinesa Brilha a amizade sino-BrasileiraShang Siyuan, Cônsul-Geral Adjunto da China no Recife

中国—巴西:友谊与合作布里佐拉基金会佩德罗·约瑟夫、阿里松·费尔南德斯74. China e Brasil amizadee Cooperação entredois povosPedro Josephi, Arison Fernandes, dirigentes da Fundação Leonel Brizola

汉语为桥,中巴友好伯南布哥大学孔子学院中方院长彭现堂76. mandarim Como ponte de amizade China-BrasilPeng Xiantang, Diretor Chinês do Instituto Confúcio da Universidade de Pernambuco

文化中国:焕发现代气息的千年传统累西腓儿童公民乐团团长若昂·塔尔基诺80. China Cultural: tradição milenar que irradia na modernidadeJoão Targino, Idealizador e Coordenador Geral da Orquestra Criança Cidadã

不忘历史,做中巴合作的金纽带前外交官 刘正勤82. não se esqueCendo da história e ser laço de ouro na Cooperação sino-BrasileiraLiu Zhengqin, Ex-Diplomata da China

从《中国与巴西东北部相通》一书谈起瓦加斯基金会法学院中国研究中心主任 高文勇86. “China: o nordeste que deu Certo”: pouCo mais de quatro déCadas depoisEvandro de Carvalho, Professor e Coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV Direito Rio

“后疫情时期”的中巴关系中巴社会文化研究中心主席 罗士豪90. o futuro das relações Brasil-China no pós-pandemiaThomas Law, Presidente do Instituto Sociocultural Brasil-China

移民与价值观:团结让我们更强大巴西友人 埃德加·阿尔布开克92. imigração e valores: juntos somos mais fortesEdgar Albuquerque, Conselheiro da LIDE China

密切中巴伙伴关系责无旁贷孔子学院奖学金获得者 罗薇圆93. responsaBilidade pelo estreitamento da parCeria sino-BrasileiraAna Paloma Luo, Bolsista do Instituto Confúcio da Universidade de Pernambuco

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/20204 5Agosto/2020

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Foto: Divulgação

Por Yang Wanming - embaixador extraordinário e Plenipotenciário da china no brasil

china e brasiL: amizaDe que Vence Distâncias, Parceria Para o futuro

amizade sino-brasileira vem de longa data, apesar da grande distância geo-gráfica que separa os dois

países. Há mais de dois séculos, um grupo de chineses atravessou o ocea-no e desembarcou no Brasil. Eles não apenas trouxeram a técnica do cultivo do chá, como também iniciou a his-tória da imigração chinesa neste país. Hoje, mais de 300 mil imigrantes chi-neses vivem nesta terra maravilhosa e multicultural. Com sua laboriosidade e honestidade, eles foram acolhidos com carinho pela sociedade brasileira e injetam novo vigor no desenvol-vimento socioeconômico local. São eles também uma importante força que reforça a amizade entre a China e o Brasil.

A história dos imigrantes chineses também é retrato do crescimento da parceria sino-brasileira. No dia 15 de agosto deste ano, ao comemorar mais um Dia da Imigração Chinesa no Brasil, também é celebrado o 46º ani-versário do estabelecimento das rela-ções diplomáticas entre os dois paí-ses. Ao longo desses anos, a confiança política mútua vem se aprofundando, as cooperações pragmáticas têm ren-dido frutos e os intercâmbios cultural e interpessoal têm sido cada vez mais dinâmicos. O Brasil foi a primeira nação latino-americana a estabelecer uma Parceria Estratégica Global com a China, que, por onze anos conse-cutivos, mantém a posição de maior parceiro comercial e maior destino de exportações do Brasil, além de ser

uma importante fonte de investi-mentos estran-geiros. Floresceu a parceria bilate-ral em múltiplas áreas como ciên-cia e tecnologia, cultura, educa-ção, arte, espor-tes e turismo, c on s o l i d a n d o cada vez mais as raízes dessa ami-zade.

Diante dos de-safios impostos pela pandemia, a China e o Brasil têm sido solidá-rios um ao ou-tro. No momen-to mais difícil da luta contra a COVID-19 na China, recebe-mos a preciosa solidariedade do Nordeste e de toda a sociedade do Brasil. Nos últimos meses, o governo chinês disponibilizou ao Brasil dois lotes de materiais de saúde. Várias províncias, municípios e empresas da China também doaram respiradores, máquinas de tomografia, roupas de proteção, kits de teste, lei-tos hospitalares e outros suprimen-

tre especialistas chineses e autoridades de saúde do governo federal e de 12 estados, assim como profissionais na linha de frente. Além disso, auxiliou o Brasil na aquisição de centenas de toneladas de equipamentos médicos na China. Há também parcerias entre instituições de pesquisa biofarmacêu-tica para o desenvolvimento de vaci-nas. O povo brasileiro pode contar com o nosso firme apoio para vencer esta luta contra a COVID-19.

Com seu cabedal de recursos na-turais, seu ímpeto e seu potencial de crescimento, o Nordeste destaca-se não só como importante polo econô-mico, mas também como elo das par-cerias externas do Brasil, além de ser um ator dinâmico nas cooperações com a China, atraindo um número crescente de empresas e imigrantes chineses a investir e se estabelecer na região. O Nordeste brasileiro pode contar com a China para firmar par-cerias durante e sobretudo depois da crise sanitária, trazendo mais benefí-cios para os nossos povos. Que a amizade sino-brasileira se re-nove com o tempo! Saúde e paz para todos os leitores!

a

Embaixador no Brasil, Yang Wanming: novos desafios com respeito à história

Conta oficial de Twitter da Embaixada da China no Brasil

中国驻巴西使馆官方推特账号

中国和巴西虽相距遥远,但两国友谊源远流长。200多年前,一批中国茶农远渡重洋来到巴西,为当地民众带来了茶叶种植技术,开启了中国移民巴西的历史。现今,超过30万中国侨民生活在这个美好、包容的国度。他们勤劳敬业、诚信守法,得到巴西社会的热情接纳,为当地经济社会发展注入活力,也为增进中巴友好做出重要贡献。

中国移民在巴西的成长史,是中巴关系持续深入发展的缩影。今年8月15日,既是巴西中国移民日,也是中巴建交46周年纪念日。46年来,两国政治互信不断深化,务实合作成果丰硕,人文交流日益活跃。巴西是首个同中国建立全面战略伙伴关系的拉美国家。中国已连续十一年保持巴西全球最大贸易伙伴和第一大出口目的地国地位,也是巴主要投资来源国。中巴在科技、文教、艺术、体育、旅游等各领域合作热情高涨,两国友好的根基不断巩固。

新冠肺炎疫情暴发以来,中巴守望相助、共克时艰。在中国抗疫最艰难的时刻,我们收到了来自包括东北部在内巴西各界的宝贵声援。近段时间来,中国政府已向巴方援助两批紧急医用物资。多个中国省市和企业向巴各地捐赠医疗物资,包括呼吸机、CT、防护服、检测试剂、病床等,总价值超过4000万雷亚尔。大量在巴华侨也在尽己所能捐款捐物。中方已组织医疗团队同巴联邦政府和12个州的卫生部门及医护人员开展10余场在线交流,并协助巴方自华采购数百吨医疗设备。两国生物制药机构正加紧开展疫苗研发合作。中方将继续坚定支持巴西人民战胜疫情。

东北部地区资源禀赋优越,发展势头强劲、潜力巨大,是巴重要经济中心和对外合作门户之一,也是开展对华务实合作的活跃力量,正吸引着越来越多的中国企业和移民到此投资兴业。中方愿同东北部地区各界一道,密切抗疫及疫后各领域合作,造福彼此人民。

祝福中巴友谊历久弥新!

祝福贵刊读者健康平安!

中国—巴西:跨越山海的友谊 共建未来的伙伴

中华人民共和国驻巴西特命全权大使杨万明

tos, com um valor total superior a R$ 40 milhões. Muitos imigrantes chineses também participaram dessa campanha com suas ações solidárias. A parte chinesa organizou mais de 10 videoconferências de intercâmbio en-

Prefácio

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/20206 7Agosto/2020

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brasiL e china, ainDa há muito o que comemorar

Foto: Divulgação

巴西—中国:值得纪念的时刻

巴西国会中巴议员阵线主席 福斯托·皮纳托

在即将到来的8月15日,我们将再次庆祝中国移民日。我当初提案中国移民日,就是为了加强两国之间的兄弟情谊和伙伴关系。过去四十多年以来,中巴两国一直保持着友好关系。近年来,两国关系取得进一步发展,中国成为我们最大的贸易伙伴,两国也成为互惠互利和相互尊重的互补经济体。

尽管今年疫情爆发给全球都带来了挑战,但我们之间的合作仍将继续。当中国正努力控制新冠肺炎疫情时,在巴各界社会也动员起来,向中国兄弟伸出援手。同样,当巴西需要帮助时,中国政府积极与我们的卫生人员分享抗疫经验,捐赠了医疗设备。实践再次证明,解决困难的取胜之匙是加强各国合作。因此,中巴合作关系在世界上是国家关系的典范。巴西必须加强同中国的关系,以推动社会发展和恢复经济。

近期我们再次明白,我们在同一个大海中航行。合作与团结将帮助我们战胜暴风雨,并变得更加强大。没有团结就没有胜利。给中国兄弟们一个大大的拥抱。我们将团结在一起,共同为下一代建设一个更好,更团结,更安全的世界。

Por fausto Pinato, Presidente da frente Parlamentar brasil-china

o dia 15 de agosto come-moramos mais um aniver-sário do Dia da Imigração Chinesa no Brasil. A insti-

tuição da data, no calendário nacional, surgiu do Projeto de Lei de minha au-toria, com o objetivo de selar a irman-dade e a parceria entre as duas nações.

Brasil e China possuem mais de quatro décadas de uma amistosa rela-ção, tendo sido intensificada ao longo dos últimos anos, culminando com a coroação da China como a nossa-maior parceira comercial. Duas gran-des economias complementares, com benefícios e respeito mútuos.

A cooperação não foi diferente ante o desafio global, imposto pelo surto repentino do novo vírus.

Quando a China estava lutando para controlar os primeiros casos do coro-navírus, em seu território, a comu-nidade sino-brasileira se mobilizou e enviou ajuda aos irmãos chineses. O contrário também aconteceu, no momento em que o Brasil necessitava de ajuda, foi a vez do governo chinês compartilhar com os nossos profis-sionais da saúde a sua experiência no combate à pandemia, além da doação de equipamentos de prevenção.

O gesto prova, mais uma vez, que a chave para o enfrentamento das di-ficuldades está na cooperação entre as nações. Neste sentido, as relações sino-brasileiras continuam sendo um grande exemplo para o mundo. O

n

Brasil, sem dúvidas, deverá estreitar ainda mais os laços que as unem em prol do desenvolvimento social e da recuperação econômica.

Os novos tempos nos mostram que estamos navegando juntos no mesmo mar. A nossa parceria e solidarieda-de, uns com os outros, que irão nos ajudar a enfrentar as tempestades e sair ainda mais fortalecidos das tor-mentas. Não há vitória sem união.

Um forte abraço a todos os nossos irmãos chineses. Estaremos juntos, na construção de um mundo melhor, mais unido e mais seguro para as próximas gerações.

Deputado federal Fausto Pinato é autor da lei que celebra dia 15 de agosto como data da Imigração Chinesa no Brasil

Prefácio

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/20208 9Agosto/2020

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Foto: Divulgação

PoVo está acima De tuDo, mas ViDa acima De toDos

s vésperas da data come-morativa ao dia da Imigra-ção Chinesa, o Consulado da China no Nordeste sol-

tou Nota considerando que “salva-guardar firmemente a vida do povo e construir uma comunidade global de saúde para todos.”

E acrescenta: A pandemia global da COVID-19 é

a mais extensa a afligir a humanidade em um século, tornando-a um desafio enorme e rigoroso. Ao enfrentar esta doença desconhecida e inesperada, a China foi o primeiro país a lançar uma batalha resoluta para prevenir e controlar a sua propagação. Uma nova “Grande Muralha” contra a pandemia é criada por 1,4 bilhões de chineses persistentes e solidários, que têm, en-fim, o surto sob controle.

A China é defensora da vida e da saúde do povo. Logo no início do surto, o Partido Comunista da Chi-na(PCC) e o governo chinês atri-buíram grande importância e agiram rapidamente, cabendo ao Xi Jinping, secretário-geral do comitê central do

PCC, comandar e coordenar pessoal-mente as ações durante a batalha.

Tendo como prioridade a vida e a saúde da população, a China adotou medidas extensas, rigorosas e minu-ciosas de contenção, tais como: im-plementar respostas na saúde pública numa larga escala sem precedentes; coordenar entidades relevantes em cada nível; obstruir de imediato to-dos os canais para a transmissão do vírus; controlar severamente focos de infeção; utilizar os megadados e a inteligência artificial para preciosas prevenções e controles, consolidar es-tas ações conjuntas em comunidades urbanas e rurais, assim como manter a comunicação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com ou-tros países e regiões. Todas estas me-didas foram tomadas para reajustar e melhorar a pronta resposta, a fim de aperfeiçoar continuamente a capaci-dade de reação.

Todo o povo se uniu como um só. A China mobilizou 42.600 médicos e mais de 900 especialistas de saúde pública, em apenas um mês e meio,

para apoiar a província de Hubei. Fo-ram registrados mais de 8,81 milhões de voluntários. Foram respectivamente construídos em 10 e 12 dias o Hos-pital Huoshenshan e o Hospital Lei-shenshan com mais de mil leitos. Foram publicadas 7 edições do plano de trata-mento que ilustravam todos os tipos de paciente. As instituições médicas, cen-tros de controle e prevenção de doenças e cientistas chineses publicaram deze-nas teses de alto nível e resultados de es-tudos em The Lancet, Science, Nature, The New England Journal of Medicine e em outras revistas acadêmicas com renome internacional. Além disso, a China leva sempre em consideração os cidadãos que se encontram no exterior. Todas as missões diplomáticas se es-forçam no cumprimento de suas fun-ções de proteção consular, ao divulgar avisos e conselhos de proteção contra o COVID-19 através de multicanais, e ao distribuir aos estudantes chineses mais de um milhão de kits de proteção individual, além de ajudar a voltar para a China os cidadãos que realmente se encontravam com dificuldades.

Graças aos esforços árduos, após pouco mais de um mês, as medidas para a contenção da evolução da CO-VID-19 provaram serem eficazes no país. Após cerca de dois meses, me-nos de dez novos casos locais eram registrados diariamente e três meses depois, alcançamos vitórias decisivas na batalha de salvaguarda da cidade de Wuhan e da província de Hubei. Em maio, a pandemia na China ficou a ser geralmente estável. Atualmente, enquanto tenta impedir a importação de novos casos e o ressurgimento do vírus dentro do país, e garantir todas as respostas de forma constante e regular, a China está promovendo a retomada do trabalho e produção.

No dia 7 de junho, o governo chi-nês emitiu um livro branco, intitulado “Combate à COVID-19: China em Ação”, para manter um registro dos esforços do país em sua própria luta contra o vírus a fim de compartilhar a sua experiência com o resto do mun-do e para esclarecer suas ideias sobre a batalha global. A China é um dos primeiros países a conseguir controlar

com êxito o surto internamente, salvaguardando não só a vida e a saúde do seu povo, como também a segurança e a saúde pública regional e mundial.

A China é construtora em cooperação internacional con-tra a pandemia. Esta guerra antiviral é perante toda a hu-manidade. Desde o surto da COVID-19, a China, com ati-tude de abertura, transparência e responsabilidade e com visão da comunidade de futuro com-partilhado da humanidade, tem informado tempestivamente a OMS e os países relacionados sobre a COVID-19, além de ter disponibilizado na primeira hora a sequência genética do vírus, e compartilhado, sem re-serva nenhuma, as experiências do controle e tratamento com

todas as partes. A China enviou suprimentos médi-

cos para mais de 150 países e 4 orga-nizações internacionais, doou à OMS U$50 milhões e enviou 26 equipes de especialistas médicos para 24 países, além de ter organizado reuniões vir-tuais de especialistas médicos com mais de 170 países. Todos os setores nunca hesitaram em ajudar. Empresas chinesas despacharam grandes quan-tidades de suprimentos médicos para mais de 100 países.

De acordo com as estatísticas adua-neiras, de 1 de março a 16 de maio, o valor total de materiais anti-epidêmi-cos inspecionados e liberados atingiu ¥134,4 bilhões, compostos de 50,9 bilhões de máscaras, 216 milhões de trajes de proteção, 81,03 milhões de óculos de proteção, 162 milhões de kits de testes para COVID-19, 72,7 mil de ventiladores incluindo 63,9 mil de não invasivos, 177 mil de monitores de paciente, 26,43 milhões de termô-metros infravermelho e 1,04 bilhão de luvas cirúrgicas.

Em 18 de maio, o presidente Xi

participou da abertura virtual da73ª Assembleia Mundial da Saúde e fez um discurso, onde ele apelou pela so-lidariedade e cooperação de todos os países a no combater à COVID-19, e declarou cinco iniciativas: A Chi-na vai oferecer em dois anos U$ 2 bilhões aos países, particularmente os em desenvolvimento, que foram afetados, para apoiar na sua resposta à COVID-19 e no desenvolvimento econômico e social.

A China vai trabalhar com a ONU para estabelecer na China um arma-zém e hub de resposta humanitária global, a fim de garantir o funciona-mento da cadeia de suprimentos an-ti-epidêmicos e criar “canais verdes” de rápido transporte e desalfandega-mento. A China também vai estabe-lecer um mecanismo de cooperação para seus hospitais emparelharem-se com 30 hospitais africanos, além de acelerar a construção de quartel do centro de controle e prevenção da África para ajudar o continente a ficar mais preparado e ter maior capacidade de controle de doenças. Assim que a vacina chinesa esteja desenvolvida e aplicada, ela será disponibilizada como um bem público global. Será o que a China contribui para garantir a disponibilidade e acessibilidade de preço da vacina nos países em desen-volvimento.

A China vai trabalhar com os ou-tros membros do G20 para imple-mentar a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida para os países mais pobres. Portanto, a China está dis-posta a trabalhar com todo o mundo, por ocasião do combate contra a CO-VID-19, a fim de melhorar o sistema de governança para a segurança da saúde pública, responder mais rapi-damente às emergências da saúde pública, estabelecer centros globais e regionais de reserva de suprimentos anti-epidêmicos, e construir junta-mente uma comunidade global de saúde para todos.

à

Livro Branco, Combate à

COVID-19: China em Ação

人民至上,生命至上—中国抗击新冠肺炎疫情的经验做法

Por consulado geral da china no recife

combate à coViD-19

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202010 11Agosto/2020

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aPós a temPestaDe, Vem a bonançaCônsul faz apresentação com detalhes das cooperações entre a China e o Nordeste do Brasil

Fotos: Divulgação

ano de 2020 é certamen-te um ano extraordinário que deixará uma marca gravada na história do

desenvolvimento humano, tendo descrito uma página da luta perse-verante contra a nefasta pandemia travada pela humanidade. Deixou também uma marca vibrante na cronologia relativa a intercâmbios sino-brasileiros. “Golpeado mil ve-zes por grandes ondas, surgirá um herói de verdade e em momentos duros forjam um companheiro per-pétuo”.

15 de agosto é o dia do estabele-cimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil, como tam-bém é o “Dia da Imigração Chinesa” no Brasil. Para comemorar esta im-portante data, o Consulado Geral da China e a Revista Nordeste pu-blicam conjuntamente, o presente exemplar exclusivamente relativo à China, com o objetivo de mostrar plenamente aos amigos leitores, os intercâmbios e a cooperação entre os dois países, especialmente com o Nordeste brasileiro, registrando momentos emocionantes da China e do Brasil combatendo juntos a pandemia causada pela covid-19, e também de perspectivas no “perío-do pós-pandêmico”. Como cônsul

oPor Yan Yuqing cônsul geral da china no recife

revista nordeste - o mundo, em especial o Brasil, convive com efei-tos do Coronavírus. na sua opinião, como a China tem contribuído com os estados brasileiros, em especial do nordeste?Yan Yuqing: A pandemia não respeita fronteiras e o vírus não distingue raças. O governo chinês sempre aderiu ao conceito da comunidade humana com um futuro compartilhado e apoia nes-sa luta contra a pandemia por todos os países do mundo, incluindo o Brasil, nosso parceiro estratégico global. Em 3 de julho, a Embaixada da China no Brasil entregou ao governo brasileiro seu primeiro lote de mais de 2 tone-ladas de materiais de solidariedade. O segundo lote de materiais foi exclusi-vamente dedicado na assistência aos índios situados na Amazônia no combate contra a co-vid-19. Além do mais, mui-tas províncias, municípios e empresas chi-nesas doaram supr imentos médicos para mais de 30 entes governamentais, dentre estados e municípios brasi-leiros. A China ainda tem organi-zado videoconfêrencias entre equi-

阳光总在风雨后—介绍同巴西东北部合作情况

pes e organizações médicas chinesas com colegas especialistas brasileiros do governo federal e local. De acordo com os dados da mídia brasileira, des-de abril o governo federal brasileiro comprou 240 milhões de máscaras da China, organizando 39 voos para transporte. A China ofereceu todas as facilidades no processo. O consu-lado chinês também vem apoiando

geral da China em Recife, estou disposta a responder as perguntas de todos.

Entrega de materias de EPIs a Pernambuco e Recife, doados por Sichuan e Guangzhou

ativamente o trabalho antipandêmico dos estados da região sob a jurisdi-ção consular. Eu, pessoalmente, enviei cartas aos governadores relacionados, apresentando-lhes as experiências chinesas no combate à pandemia e expressando nossa determinação de lutar juntos nessa guerra; fornecemos às instituições médicas estaduais o fo-lheto compilado em português sobre as experiências chinesas no combate contra a pandemia e publicamos con-juntamente o guia de prevenção con-tra a epidemia; auxiliamos regiões nas compras de equipamentos médicos na

“15 De agosto é Dia De renoVar o esta-beLecimento Das reLações DiPLomá-ticas entre china e brasiL”

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202012 13Agosto/2020

Page 8: Governo de Sergipe - 《东北杂志》中国专刊目录 · 2020. 8. 18. · 10. povo aCima de tudo, vida aCima de todos Consulado Geral da China no Recife ... amizade sino-brasileira

“a china semPre aDeriu ao PrinciPio De resPeito mútuo, De tratamento iguaLitário, De cooPeração e ganhos comPartiLhaDos”

Fotos: Divulgação

Vídeoconferência entre Consulado Geral da China no Recife e Governo do Maranhão e Ceará, sobre combate ao Covid-19

Caridade Pública da Comunidade chinesa

China; doamos máscaras e outros ma-teriais antipandêmicos para estados mais afetados, tais como: Ceará, Ma-ranhão, Pernambuco. Os governos da Província de Sichuan e do Município de Guangzhou, num gesto sincero de carinho e amizade, enviaram supri-mentos antipandêmicos, que atraves-saram oceanos, destinados ao Recife e à Pernambuco; o consulado tem doado, repetidas vezes, trajes de prote-ção, máscaras e materiais congéneres

as instituições médicas e às policias locais. Além disso, milhares chineses residentes aqui contribuíram esponta-neamente a ajudar sua “segunda terra natal”. “Ações falam mais alto que pa-lavras”. Queremos demonstrar com as ações e fatos a coragem e a convicção do povo chinês para superar dificulda-des juntos com os irmãos brasileiros.

nordeste - existem imagens e fa-tos mostrando o empenho chinês em

minimizar os efeitos do vírus em di-versos países. qual a orientação do governo chinês na relação com as nações no mundo?Yan Yuqing: A China sempre aderiu aos princípio de respeito mútuo, de tratamento igualitário, de cooperação e ganhos compartilhados, mantendo suas relações amistosas com outros países do mundo. Perante a pandemia global, com o espírito humanista e o amor sem fronteiras, oferecemos todo o apoio e

assistências dentro das nossas capaci-dades aos países em necessidade. Além dos suprimentos médicos oferecidos já mencionados, identificamos os pató-genos causadores e desenvolvemos os kit teste, em curto período de tempo; informamos imediatamente à OMS e os países e regiões relacionados sobre a COVID-19, compartilhamos a se-quência gênica do vírus, desenvolvemos a cooperação internacional na pesquisa e testes clínicos de vacina; enviamos grupos de especialistas médicos aos paí-ses gravemente afetados, etc.; todas estas medidas importantes são tomadas na intenção de ajudar outros países a mi-nimizar os danos da pandemia.

nordeste - há estudos já em teste a partir de diálogos entre cientistas e instituições de pesquisa da China e do Brasil. quando vamos ter a va-cina para o Covid? em 2020 ainda?Yan Yuqing: O presidente chinês Xi Jinping anunciou na 73ª sessão da Or-ganização Mundial da Saúde que as-sim que a vacina chinesa for desenvol-

vida e aplicada, ela será dis-ponibilizada como um bem público global para tornar as vacinas acessíveis aos países em desenvolvimento como uma forma de contribuição chinesa. Atualmente, mui-tas instituições na China já desenvolveram vacinas com sucesso, e algumas delas já se encontram na fase final de testagem humana. As insti-

tuições de pesquisa científica de ambas partes estão estreitando a cooperação. Por exemplo, uma empresa chinesa de biotecnologia-- Sinovac Biotech está cooperando com o Instituto Butantã nos ensaios clínicos da vacina. E tam-bém há outras instituições chinesas de desenvolvimento e pesquisa de vacina aprovadas pela OMS que estão nego-ciando e cooperando ativamente com os departamentos brasileiros relacio-nados e acreditam que contribuirão

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202014 15Agosto/2020

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“nestes mais De 200 anos, miLhares De chineses che-garam a esta terra fértiL onDe existem miLhares De Pessoas Da comuniDaDe chinesa”

Fotos: Divulgação

à população brasileira eliminando o risco epidêmico.

nordeste - Como tem sido o diálo-go do Consulado com governadores nordestinos?Yan Yuqing: Nos dois anos desde que assumi o cargo de cônsul geral, sempre me comprometi em promover a coo-peração bilateral em vários campos, como político, econômico e comercial, cultural, educacional, esportivo, de saúde, turístico, etc. com os estados da região sob jurisdição consular. Tenho muita consideração em manter boas relações com todos os governadores. Encontro-me frequentemente com o governador de Pernambuco onde fica o consulado, promovendo conjunta-mente uma cooperação de benefício recíproco entre PE e Sichuan, e outras províncias e cidades chinesas. Estou satisfeita de ter visitado os estados de Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e Paraíba, na compa-nhia de representantes das empresas e da mídia, a convite dos respectivos governadores. Os governadores do Piauí e de Sergipe visitaram o consu-lado a meu convite, como nossos ilus-tres convidados a fim de intensificar os projetos de cooperação nos seto-res de infraestrutura, energia renová-vel, agronegócio, cidades inteligentes (Smart City) e segurança. Por causa da pandemia, ultimamente não pode-mos nos reunir fisicamente, mas man-temos contato próximo via correspon-dência, videochamadas e outros meios para discutir medidas antipandêmicas e as futuras cooperações.

nordeste - de que forma a sra., analisa a migração chinesa no Brasil, em especial nos 9 estados do nor-deste? qual a contribuição da colô-nia chinesa entre nós? e como têm sido tratados?Yan Yuqing: Há mais de 200 anos, um grupo de produtores de chá de-sembarcaram em solo brasileiro,

abrindo o prelúdio dos intercâmbios amistosos entre os dois povos. Nestes mais de 200 anos, milhares de chi-neses chegaram a esta terra fértil, e somente em Recife, existem milhares de pessoas na comunidade chine-sa, que trabalham árdua e diligente-mente, destacando-se no comércio, commodities, gastronomia, medicina chinesa, entre outros setores, inte-grando-se e retribuindo à sociedade local. No dia das crianças e no Na-tal, os chineses contribuíram pelo bem-estar da sociedade brasileira, em casos de desastres naturais esten-deram as mãos em solidariedade às vítimas. Especialmente no presente período de pandemia, a comunidade chinesa mostrou seu espírito gene-roso de amor sem fronteiras. Muitos chineses fizeram espontaneamente doações materiais e financeiras aos governos e instituições médicas lo-cais, e ofereceram, também, máscaras e desinfetantes aos funcionários e aos vizinhos.“Pessoas boas são re-compensadas”. Eles se entregaram de corpo e alma à “segunda terra natal” e receberam o sincero gesto de amizade do povo brasileiro. No ano passado, a Prefeitura do Recife identificou o dia 15 de agosto como o “Dia da Imigração Chinesa” o que significa o reconhecimento dos imigrantes chineses por suas contribuições para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

nordeste - do ponto-de-vista his-tórico como andam os investimen-tos culturais e sociais da China com

segmentos brasileiros/nordestinos?Yan Yuqing: Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa de Pernam-buco condecorou a China com o Prêmio Internacio-nal “País Amigo de Per-nambuco”, um dos fatores importantes é que a Chi-

na fez contribuições importantes em promover o desenvolvimento social, os intercâmbios locais e culturais, bi-lateralmente. Nos últimos anos, a rica cultura chinesa continua se propa-gando para o exterior, e ganha muita popularidade entre outros países do mundo. O Brasil igualmente tem seus encantadores recursos culturais, como o canto, a dança, os costumes e fol-clore nordestinos são bem peculiares. Tenho muito orgulho de ter feito duas coisas: uma é promover a Orquestra Criança Cidadã de Recife para visitar a China, para que o público chinês pudesse apreciar o charme único da música e da dança do nordeste; a ou-tra foi organizar em conjunto com a Prefeitura de Recife, a celebração do “Feliz Ano Novo Chinês” permitindo a população brasileira apreciar a fes-ta do Kung Fu e da dança folclórica

Confúcio no papel de “ponte”; farei esforços para que a celebração do “Fe-liz Ano Novo Chinês” se expanda a mais lugares; apoiarei a troca de visitas mútuas e intercâmbios entre a mídia e instituições culturais de ambos os países no sentido de aumentar a com-preensão e a amizade entre os povos.

nordeste - quais os novos planos chineses pós pandemia? Yan Yuqing: “Após a tempestade vem a bonança”. A atual pandemia na Chi-na tem sido basicamente controlada, é claro que será ainda uma batalha de longo prazo. A situação antipandê-mica do Brasil não tem um cenário otimista no entanto, mas acredita-mos que o amanhecer já está próxi-mo. Nos últimos meses, a cooperação sino-brasileira no combate contra a covid-19 obteve resultados eficazes, o relacionamento da parceria estratégi-ca global se fortalece cada vez mais. A luta antipandêmica em conjunto tem

aprofundado o sentimento de amor entre os dois povos. A China con-tinuará assistindo ao Brasil na luta contra a pandemia até a vitória final. Estamos dispostos a trabalhar com o Brasil para mapear as áreas de coope-ração no "período pós-pandemia". Es-pero especialmente que o Nordeste do Brasil agarre a oportunidade e fique na dianteira da cooperação com a China, fazendo um bom uso de sua posição geográfica estratégica, dos abundan-tes recursos naturais, desenvolvendo os recursos humanos qualificados e políticas de atração de investimentos atrativas, como uma ponte de inter-câmbios locais para promover a coo-peração com a China, focado nas áreas de: infraestrutura, energia renovável, comércio, agropecuária, tecnologia avançada, proteção ambiental e turis-mo. Ao mesmo tempo, continuaremos a aprofundar os laços de amizade entre os dois povos por meio de intercâm-bios culturais.

chinesa. Promover os laços entre as pessoas através da construção de pon-tes culturais é sempre nosso objetivo. Estou cheia expectativa para as trocas culturais do período “pós-pandêmi-co”. Continuarei apoiando o Instituto

Apresentação de Orquestra Criança Cidadã e Feliz Ano Novo Chinês

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202016 17Agosto/2020

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Por Luciana santos - Vice-governadora do estado de Pernam-buco e Presidenta do Partido comunista do brasil

homenagem ao DiaDa imigração chinesa no brasiL

o comemorarmos em 15 de agosto de 2020, o Dia da Imigração Chinesa no Brasil, consubstanciada

em Lei número 13686/18, lembramos as palavras de nossa então deputada Federal Jô Moraes (PCdoB-MG) em sessão solene realizada na Câmara dos Deputados para comemorar a da-ta:“Eles trouxeram valores humanos, conseguiram introduzir em nossa eco-nomia a prática da agricultura e apre-sentaram valores de intensificação da tecnologia”.

Ao mesmo tempo, observamos o crescimento vertiginoso de nossas re-lações comerciais com a China -- que a partir de 2009 passou a ser o maior comprador da produção agrícola na-cional -- e que no cômputo geral de todas as exportações, em 2019, situou-se no patamar de US$ 62,87 bilhões, o que significou 19,9% das exportações brasileiras naquele ano, patamar bem maior que o segundo colocado na pauta de exportações que foi os Estados Unidos, com 13,1% das exportações do Brasil. Por ou-tro lado, a balança comercial com a China atingiu um saldo a favor do

Brasil, em 2019, da ordem de US$ 35,27 bilhões.

Segundo os anais do Parlamento brasileiro, a imigração de chineses ao Brasil teve início em 15 de agosto de 1900. Nessa época, um grupo formado por 107 chineses desembarcou no Rio de Janeiro, vindo de Lisboa, no navio Vapor Malange, para mais tarde se estabelecer em São Paulo em busca de empregos e oportunidades. Com o passar do tempo, eles desenvolveram o cultivo do chá e trabalharam na implantação de uma ferrovia no Rio de Janeiro. Com o estabelecimento de relações diplomáticas entre o Brasil e a República Popular da China em 1974 – portanto há 46 anos – o país fortaleceu seus laços com a China, ele-vando-os a uma Parceria Estratégica ainda no final do século XX.

o exemPLo Da rePúbLicaPoPuLar Da chinaConsideramos de grande relevân-

cia o exemplo recente da Repúbli-ca Popular da China ao demonstrar grande unidade e coesão de seu povo na decidida luta que trava contra a pandemia do novo corona vírus, que

assombrou o mundo. Da mesma for-ma, tem sido extraordinária a capaci-dade que o grande país asiático tem demonstrado pelo domínio da tecno-logia de ponta, inclusive na pesquisa de fatores que contribuem no combate ao corona vírus.

Com a crise sanitária sob controle, foi possível ao governo do presidente Xi Jinping enfrentar na esfera econô-mica os grandes desafios de retomar o desenvolvimento na pós-pandemia, ao registrar 3,2% de crescimento no segundo trimestre deste ano, o que mostrou as condições da China van-guardear a retomada do crescimento em escala global.

Quando se analisa a evolução con-temporânea dos países asiáticos, veri-fica-se que a China -- por sua conti-nentalidade e sua imensa população, sua civilização e cultura matriciais, sua antiguidade e continuidade his-tórica -- desempenha igualmente um papel central de múltiplo vetor do desenvolvimento de toda a pan-região asio-oriental.

A República Popular da China foi protagonista dos famosos cinco prin-cípios da coexistência pacífica esta-belecidos na época por Zhou Enlai (Primeiro Ministro da China) e Ja-warharlal Nehru (Primeiro Ministro da Índia), e que até hoje servem de fundamento da política externa da China e de países amantes da paz. Apresentados ao mundo na famosa conferência de Bandung, na Indoné-sia, em 1955, os Cinco Princípios da Coexistência Pacífica (Respeito mú-

tuo à soberania e integridade terri-torial; Não agres-são mútua; Não interferência nos assuntos internos de outros países; Igualdade e mútuo benefício; Coexis-tência pacífica) de-sempenharam um grande papel na criação de um con-texto internacional favorável à luta dos povos, em particu-lar nos países afri-canos e asiáticos.

Além dos prin-cípios de relações diplomáticas com os outros países, a China tem desen-volvido com os po-vos irmãos a prática da cooperação e da amizade. Assim foi que Pernambuco participou do Fórum Internacional de Governadores de Estados-Irmãos - o "Belt and Road Sichuan International Sister-Cities" que se realizou de 14 a 18 de outubro passado, na Província de Sichuan, na China, e que resultou num aprofundamento significativo das relações entre nossos dois povos e países.

a transição sociaListana atuaLiDaDeA República Popular da China,

perseverando no caminho socialista, orientou-se, a partir de 1978, sob a direção do presidente Deng Xiaoping, pelo caminho da “reforma e abertura”, o que impulsionou o desenvolvimento chinês a níveis sem precedentes. Esta política foi responsável também por um grande avanço teórico e prático na compreensão do socialismo con-temporâneo e na sua perspectiva. O

grande país asiático passou a viver – segundo seus líderes – a experiência da etapa primária de socialismo, cujo fundamento básico é o de uma econo-mia socialista de mercado.

Foi construindo o socialismo com características chinesas que, em mais de 40 anos, a China transformou-se em uma grande potência, estando hoje prestes a ser considerada a maior economia do planeta.

A China tem uma civilização de cin-co mil anos, e um Estado nacional que já conta dois mil e quinhentos. Com grande extensão territorial e imensa população, ao buscar atingir uma ele-vada produtividade do trabalho e atin-gir tecnologia e inovação modernas, a China galgou a posição de país que desenvolve tecnologia de ponta.

Enfim, a China cresce e aponta um rumo socialista novo para o mundo. A pandemia colocou em xeque o neoli-

beralismo e sua politica de austerida-de econômica para a maioria, e para os países dependentes e aprofunda a transição do centro de poder mundial.

Desta forma, a China foi para o cen-tro das atenções no mundo, passando a ser acompanhada por observadores e especialistas de todos os quilates. Os Estados Unidos, por seu turno, inten-sificou seu arsenal de Fake News e da guerra híbrida anti-chinesa. Partem agora para provocações abertas.

A República Popular da China, di-rigida pelo Partido Comunista, deixou transparecer o resultado de uma estra-tégia exitosa, após mais de 70 dias de quarentena.

É deste enorme país, constituído por diferentes etnias, que busca a constru-ção de uma nova sociedade, que hoje nos lembramos quando reverenciamos aqueles primeiros imigrantes chineses que aqui chegaram.

a

Foto: Divulgação

Luciana Santos: “a China está no centro das

atenções do mundo”

Valores humanos, agricultura e alta tecnologia compõem a maior herança recebida da imigração Chinesa no Brasil

纪念巴西“中国移民日”

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202018 19Agosto/2020

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sichuan não só tem o PanDa gigante

Fotos: Divulgação

uando nos referimos ao Brasil normalmente lem-bramos logo do samba apaixonante, do futebol meticuloso e flexível e do

churrasco saboroso; e quando falamos da China, lembramos com certeza do simpático panda gigante. A província de Sichuan tem mais de 1.300 pandas gigantes selvagens, que são 75% do to-tal da China. Sichuan constitui o cen-tro histórico e presente deste animal, por isso, é tratada como terra natal do panda gigante.

No entanto, a província de Sichuan não só tem o panda gigante.

Como uma província chinesa de grande eco-nomia, população, agri-cultura, abundantes re-cursos e ciência e tecno-logia, ela fica numa po-sição muito importante quanto à economia na-cional. Sichuan é uma das fontes de origem da reforma e abertura chi-nesa; é uma importan-te barreira ecológica e área de conservação de água situada no curso superior do rio Yangtze; é, também, um centro estratégico na construção do “Cinturão e Rota” e no desenvolvimento ligado ao Cinto Econômico do Rio Yangtze. A pro-víncia tem 21 municípios e 183 distri-tos com 91,22 milhões de habitantes, ocupando o 4º lugar na China; cobre uma área de 486 mil quilômetros qua-drados, ocupando o 5º lugar na China;

eletrônica informá-tica, fabricação de equipamentos, ali-mentos e bebidas, materiais avança-dos, indústrias de energia e química, bem como acelera a economia digital.

No novo pon-to de partida, Si-chuan se encontra no período chave de transformação, inovação e desen-

volvimento avançado, especialmente na construção do “Cinturão e Rota”, no desenvolvimento do Cinto Econô-mico do Rio Yangtze, na nova rodada de abertura e exploração do oeste, im-portante estratégia nacional, na es-fera econômica das “cidades-gêmeas” Chengdu/Zhongqing, na nova região “terra fértil”, na experimentação de plena reforma e inovação e de zona franca, tudo isto constitui importante disposição estratégica nacional, dei-xando grande potencial e espaço para o desenvolvimento.

Abertura total. Neste primeiro se-mestre, o volume total de importação e exportação de bens foi de 365,91 bilhões de yuans (cerca de US$52,27

em 2019 o PIB atingiu 4,66 trilhões de yuans (cerca de US$665,714 bilhões), um aumento de 7,5% em re-lação ao ano anterior, ocu-pando o 6º lugar no país, e a taxa de crescimento é 1,4 pontos percentuais acima da média nacional.

Com montanhas e rios pitorescos, a província possui amplas planícies fér-teis, inúmeras serras de alturas varia-das, além de imponente geleira alpina e prados do planalto. Existe até um ditado histórico sobre a província:“a paisagem de montanhas e águas se en-

contra em Sichuan”. Lo-cais em Sichuan como Jiuzhaigou, Huanglong (Dragão Amarelo) e o habitat do panda gigan-te são heranças naturais mundiais; Dujiangyan (açude), a montanha Qingcheng é uma he-rança cultural mundial; e a montanha Emei, onde se encontra o Buda gi-gante Leshan, que está

incluso na lista do patrimônio cultural e natural do mundo.

Sichuan tem fama de “terra fértil” desde a antiguidade, as suas bonitas e ricas montanhas e aquíferos vêm for-mando antigos e modernos proemi-nentes intelectuais.É também a terra natal do Sr. Deng Xiaoping, criador geral da reforma, da abertura e da mo-dernização da China.

Sichuan é uma maravilha cultural.

A história milenar tem forjado uma cultura diversificada e esplêndida. As ruínas de Sanxingdui e de Jinsha re-presentam a antiga civilização de Si-chuan e a cultura religiosa budista e taoista, assim como as minorias étnicas representativas de Zang, Yi e Qiang. Pratos picantes e apetitosos de Sichuan constituem uma das 4 gastronomias chinesas e são famosos mundialmente. Os vinhos provinciais, como por exem-plo o da marca “Cinco Cereais” que é o mais conhecido, os chás aromáticos e a ópera de Sichuan, que é famosa por uma técnica artística chamada “mu-dança de rosto”, são muito populares.

A província é rica em recursos. Os recursos hidroelétricos são capazes de gerar cerca de 150 milhões de quilo-watts e a capacidade instalada ultrapas-

Culinária de Sichuan

Buda gigante Leshan com história de 1100 anos

Chengdu, Capital de Sichuan

Sistema de Irrigação de Dujiangyan com história de 2000 anos

bilhões), um aumento de 21% em relação ao ano passado. 352 das 500 empresas mais poderosas do mundo firmaram suas filiais em Sichuan, en-tre as quais 247 são estrangeiras, fican-do em 1º lugar na área centro-oeste do país. O Aeroporto Internacional Shuangliu de Chengdu, capital pro-vincial, abriu 128 rotas Em 2019, a movimentação de passageiros ultra-passou 55 milhões. É considerado o 4º aeroporto-chave da China, mas com o funcionamento do Aeroporto Tianfu em 2021, Chengdu irá se tornar a 3ª cidade com dois aeroportos interna-cionais. Atualmente, há 20 institui-ções consulares em Chengdu. Além disso, o relacionamento internacional de irmandade e cooperação amistosa cresceu para 312, de modo que a “o círculo de amigos” com o estrangeiro se amplia cada vez mais.

Apesar da longa distância, o Brasil sempre foi um precioso “velho amigo” no “círculo de amigos” de Sichuan e a província sempre atribuiu gran-de importância ao intercâmbio e à cooperação com o Brasil em vários campos. No contexto atual em que os dois países mantêm e desenvolvem em conjunto uma parceria estratégica abrangente, as trocas entre ambos la-dos se estreitam dia após dia.

sa 76 milhões de quilowatts, ocupando o 1º lugar na China. A reservas geoló-gicas de gás natural, de xisto e recupe-ráveis estão no 1º lugar na classifica-ção nacional. As reservas de minérios também são ricas, as altas quantidades de reservas de vanádio, titânio, lítio e de terras raras também se encontram em 1° lugar da China. Além disso, é a maior base de remédios tradicionais chineses e também a maior base de transmissão elétrica do leste para o oeste do país.

Referente à indústria, ela é completa. A província possui as três principais bases de fabricação de equipamentos de energia da China e uma das quatro principais indústrias de informações eletrônicas: cerca de 50% dos chips de notebooks do mundo são embalados e testados em Sichuan. A sua produção de equipamentos elétricos é campeã do mundo por sucessivos anos. Agora tem prioridade de desenvolver a indústria

q

四川,不仅仅有大熊猫

Por gabinete das relações exteriores da Pronvíncia sichuan

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202020 21Agosto/2020

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No âmbito das chamadas “cida-des irmãs”, Sichuan estabele-ceu irmandade com o estado

de Pernambuco e o estado do Pará, em 1992 e em 2009, respectivamente, com os quais tem mantido constan-temente intercâmbios amistosos. Sob o forte apoio do consulado geral da China em Recife, em novembro de 2018, o Sr. Qumu Shiha, dirigente provincial visitou Pernambuco par-ticipando da “Conferência de inter-câmbio e cooperação entre Sichuan e Pernambuco” o que ativou ainda mais as trocas e cooperação pragmáticas bi-laterais; em dezembro de 2019, a Sra. Luciana Santos, vice-governadora do Pernambuco, retribuiu a visita de Si-chuan participando do “Fórum sobre desenvolvimento e cooperação entre cidades irmãs”, o que foi uma página marcante na cronologia do relaciona-mento bilateral.

No âmbito econômico comercial, dependendo ativamente da “Cúpula de Empresários Sino-latino ameri-canos”, uma importante plataforma nacional, Sichuan criou mecanismos de colaboração, de longo prazo, com organizações de liderança empresa-riais brasileiras. Em 2019, o volume de importações e exportações entre Sichuan e o Brasil ultrapassou 7,56 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 1,08 bilhão), aumento de 21,2% em relação ao ano anterior.

No âmbito humano e cultural, entre 2017 e 2019, Recife e Rio de Janeiro enviaram grupos de baile e samba para participar da Semana Musical Juvenil Internacional de cidades-irmãs que teve lugar em Chengdu e os quais foram bem sucedidos. Em julho de 2019, no Rio de Janeiro, em home-nagem ao 45º aniversário do estabe-lecimento das relações diplomáticas dos dois países, o governo de Sichuan organizou, com sucesso, uma série de

Visita do Qumu Shiha, líder do governo de

Sichuan, a Pernambuco em Novembro de 2018

Visita da Luciana Santos, Vice-Governadora de Pernambuco a Sichuan, em Outubro de 2019

cidade considerada irmã de Pernambuco

atividades comemorativas intituladas “Pratos de Sichuan, sabor do mundo” que causou grande entusiasmo entre as pessoas.

Um provérbio chinês diz “Irmãos unidos, é corte invencível”, tanto Si-chuan quanto os estados irmãos bra-sileiros mantêm sempre a boa tradição de solidariedade mútua e permanente.

Em 2005, quando ocorreu a grande inundação em Pernambuco, o gover-no provincial de Sichuan forneceu suprimentos gratuitos de solidarie-dade no valor de 1 milhão de yuans (aproximadamente US$142,9 mil). Na primavera deste ano, quando o surto do novo coronavírus se pro-pagou impetuosamente no território chinês a Sra. Luciana Santos, vice-go-vernadora de Pernambuco, gravou um vídeo de apoio ao combate antiepidê-mico de Sichuan e enviou uma carta ao governador Shen Li expressando “disponibilidade em oferecer apoio e assistência à Sichuan dentro de todo o alcance”.

À medida que a pandemia foi con-

trolada na China de forma eficaz, Si-chuan adere ao conceito de construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade e apoia ativamente as cidades irmãs do Brasil no combate à pandemia, dando ânimo e assistência. A província tem oferecido sucessivamente suprimen-tos antiepidêmicos à Pernambuco e ao Pará, as caixas de embalagem carre-gam versos poéticos, como “o presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas” e que estão cheios de carinho e amizade profunda de Sichuan para com os irmãos brasileiros.

Hoje em dia, a globalização é uma tendência inevitável que impulsiona o desenvolvimento dos países, como também uma gigantesca corrente que promove o progresso da humanidade. Respondendo a esta corrente, o gover-no e o povo de Sichuan trabalham com pessoas de conhecimento no Brasil para compartilhar experiências e resul-tados de desenvolvimento, e alcançar uma prosperidade comum.

Fotos: DivulgaçãoRevista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202022 23Agosto/2020

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uma reLação construÍDa com resPeito e amizaDe

Foto: Divulgação

á 46 anos o Brasil estabele-ceu relações diplomáticas com a China, tendo como marco a abertura das Em-

baixadas do Brasil em Pequim e da China em Brasília. Nesse tempo, nem os chineses nem os brasileiros ima-ginariam o tamanho da importância dessa amizade entre povos de cultura tão distintas e distantes fisicamente. As relações entre os dois países só vem crescendo e trazendo mútuos benefí-cios em diversas áreas, principalmente no setor econômico, mas que extrapo-lam os números pela forte presença da solidariedade e fraternidade entre seus povos. Desde 2009, a China é o prin-cipal parceiro comercial do Brasil e tem sido de forma inquestionável uma das principais fontes de investimento externo no País, movimentando a eco-nomia de forma dinâmica e inovadora.

O Ceará tem muito orgulho da re-lação que construiu ao longo dos anos com a China. Trata-se de uma parce-ria sólida, pautada em muito respeito, amizade e confiança. Nesse histórico, temos marcos importantes, quando o Ceará tornou-se estado-irmão da pro-víncia chinesa de Fujian, em 2001, uma relação que foi iniciada ainda em 1996, com a assinatura de um protocolo de intenções para estabelecer relações de amizade entre as duas partes, para in-tercâmbio em seis diferentes setores

econômicos: instalação de hidrôme-tros, eletrômetros, informática, apare-lhos eletrônicos, processamento de sal marinho e setor de comunicações.

Como estados irmãos, Fujian e Cea-rá possuem características em comum: um território costeiro, com costumes ligados ao mar, consumo de frutos do mar, pesca, uma zona industrial por-tuária organizada, também com uma zona de livre comércio com vanta-gens fiscais para estimular o comércio com o mundo e uma população muito acolhedora. A província de Fujian é altamente orientada para o comércio exterior e investimentos externos e o Ceará vem buscando a internaciona-lização de sua economia como uma alternativa, consolidando-se como a “esquina do Atlântico”, como a porta de entrada e saída do Brasil para o mundo.

Por conta dessa relação com Fujian e também com o país de uma forma geral, tivemos a honra de receber no Ceará, por duas vezes, o atual presi-dente da China, Xi Jinping. Em 1996, Xi Jinping, que na ocasião era vice-governador da província de Fujian foi um dos impulsionadores dessa rela-ção, sendo signatário do protocolo de intenções que estabeleceu relações de amizade entre Ceará e Fujian. Outro marco para o Estado que também contou com a presença do presidente

chinês uma segunda vez na capital cearense foi durante a abertura da VI Cúpula do BRICS, em 2014, que aconteceu no Centro de Eventos, em Fortaleza. Durante o evento, um dos principais temas discutidos foi a cria-ção de um banco de desenvolvimen-to, que posteriormente resultou na criação do New Development Bank (NDB).

Essas contextualizações são impor-tantes para sinalizar na área das rela-ções internacionais a importância da China para o Ceará. Desde o início do meu governo, em 2015, já tivemos várias missões para cidades chinesas (Pequim, Dalian, Xangai, Hangzhou, entre outras) visando prospecção de investimentos, intercâmbios diversos em áreas como educação, esportes, saúde, infraestrutura e tecnologia e outras ações na área da diplomacia. Também tivemos a satisfação de re-ceber algumas comitivas oficiais para visita ao Estado, quando apresenta-mos nossos diferenciais competiti-vos, como o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), com sua Zona de Processamento de Exporta-ção, que é a primeira free-trade zone brasileira em operação.

Na área da Educação, tivemos uma expressiva interação com a cidade chi-nesa de Dalian. Em abril de 2019, assinei com o Governo Municipal um protocolo de intenções para reali-zar o intercâmbio de jovens estudan-tes entre si. A partir desse convênio,

um grupo de 10 alunos e a diretora de Escola Estadual do município de Barbalha, participaram da “Belt and Road, Stars Shine in Dalian”-Semana Internacional de Intercâmbio Cultu-ral e Artístico de Jovens, em Dalian, que aconteceu de 14 a 19 de agosto de 2019, com participação de cerca de 20 países. O Ceará foi a única delegação do Brasil a participar do evento.

No mesmo ano, em novembro, a nossa vice-governadora do Estado, Izolda Cela, também esteve em Da-lian para conhecer o modelo de edu-cação chinês, encaminhando impor-tantes parcerias para a implantação do curso de mandarim nos Centros Cearenses de Idiomas, além de ou-tras parcerias nos diferentes níveis de educação.

Os resultados dessas interações nos abriram várias oportunidades e cami-nhos a serem explorados. A cada en-contro, a cada viagem, a cada recepção, aprendemos muito com a cultura e a organização de um povo de sabedoria milenar, que soube acolher o Ceará e os cearenses de uma forma calorosa e igualitária.

O reflexo desse relacionamento construído ao longo dos anos, sem dúvidas, impulsiona nossa economia. Hoje, a China é o segundo destino das exportações cearenses e também o segundo país origem das importações cearenses, no acumulado de janeiro a junho de 2020. A China importou o valor histórico de US$ 104,9 milhões, impulsionado pela procura de produ-tos do setor siderúrgico e do setor de minérios. As exportações para o país cresceram 397,3% apenas no acumu-lado desse ano.

No ano de 2019, o Ceará importou da China cerca de US$ 413,9 milhões em produtos, destacando o país como segundo lugar nas importações cea-renses. No acumulado de 2020, nas importações, a China forneceu cerca de 20,3% do valor total demandado pelo Ceará por produtos no mercado

VID-19, momento ainda desafiador para todo o mundo, adquirimos da China Meheco Group respiradores de alta tecnologia para atender nos-sos pacientes, bem como insumos, testes e equipamentos de proteção individual. Recebemos a solidarieda-de de autoridades chinesas no Brasil e também da província do nosso irmão Fujian e do município de Dalian, demonstrando que essa relação entre Ceará e China ultrapassa as frontei-ras dos negócios e encontra morada na amizade e fraternidade entre seus povos.

Por camiLo santan - governadora do ceará

internacional. Grande fornecedora de partes e peças automotivas e produtos da indústria química, como glifosato e compostos de flúor, o Ceará com-prou cerca de US$ 245,5 milhões em produtos, o que corresponde a um crescimento de 24,7%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Temos um grande potencial para ampliar ainda mais nossas relações, nas trocas comerciais, de conheci-mentos, de experiências em áreas di-versas e ainda no estreitamento dos nossos laços de amizade e solidarie-dade. Durante a pandemia da CO-

Camilo Santana: “temos um grande potencial para ampliar ainda mais nossas relações”

尊重和友谊铸就中巴关系

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cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202024 25Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por Wang tianming - Diretor do gabinete das relações exteriores da Província de fujian

á mais de dois mil anos, os nossos ancestrais criaram uma próspera rota da seda, que provocou uma con-

vergência das civilizações oriental e ocidental, e que foi uma ponte, carac-terizada por amizade e paz, de coope-rações entre elas. Há mais de 400 anos, os navegadores europeus abriram uma rota marítima da seda que ligou a Ásia Este e a América Latina, o que mar-cou o clímax desta rota antiga. Em 2013, o presidente chinês, Xi Jinping, proporcionou a iniciativa do Cinturão e Rota, que foi não só uma base sólida como também um apoio forte para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado da humanidade.

Na qualidade de um dos berços da antiga rota marítima da seda e de uma das zonas núcleo da Nova Rota Marítima da Seda do Século XXI, a Província de Fujian tem preservado o espírito de paz, cooperação, abertura, diversidade, intercâmbio e benefício recíproco, tem ampliado a abertura ao exterior e estendido as cooperações internacionais. Fujian possui relações de irmanamento com mais de 100 províncias/estados e cidades em mais de 40 países, dentre elas o Estado do Ceará, que desempenha um dos seus parceiros mais significantes no Brasil e até na América Latina.

A aproximação entre Fujian e o Brasil data de janeiro de 1996, com a

primeiro estado-irmão de Fujian na América do Sul, o que mar-cou um passo importante para Fujian ampliar as cooperações com outros paí-ses da América Latina.

À m a r g e m do Atlântico, é no Ceará onde se encontra um porto industrial

(Porto de Pecém) e a primeira zona de processamento de exportação em funcionamento no Brasil (ZPE-CE). Além disso, o estado tem um setor desenvolvido de serviços e é pilo-to na energia limpa no país. Fujian, um dos pioneiros do litoral sudeste

visita ao Ceará da delegação liderada por Xi Jinping, então vice-secretário do Comitê Provincial de Fujian do Partido Comunista da China(PCC) e então secretário do Comitê Muni-cipal de Fuzhou do PCC, que assinou a Carta de Intenção sobre o Estabe-

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lecimento da Relação de Província-Irmã com Tasso Ribeiro Jereissati, então governador cearense. Em 2001, as duas autoridades estaduais assina-ram oficialmente o Acordo do Esta-belecimento da Relação de Amizade, permitindo que o Ceará se tornasse o

chinês na abertura ao exterior, pos-sui três pilares da indústria: equi-pamentos mecânicos, tecnologia da informação e petroquímica. Aliás, a província está acelerando a constru-ção do núcleo da Rota Marítima da Seda do Século XXI, zona piloto de livre comércio, zona nacional piloto de civilização ecológica, zona nacio-nal da inovação, etc., o que contribui para Fujian ser reconhecido como uma das províncias mais desenvol-vidas e competitivas da China. É uma coincidência que, a cidade de Xiamen-Fujian e Fortaleza-Ceará, foi palco respectivamente uma das Cúpulas dos BRICS. Ao longo do tempo, as duas partes, tendo aprovei-tado as suas vantagens competitivas, têm ampliado e diversificado as rela-ções. Após os esforços construídos, as cooperações pragmáticas foram realizadas com grande êxito.

as reLações entre asautoriDaDes De aLto nÍVeLestão se estreitanDoPor um lado, depois da visita de Xi

Jinping, várias autoridades da provín-cia visitaram o Ceará e os dois lados trataram sobre as cooperações em re-lação à economia, comércio, cultura, educação, turismo, mineração, pesca, recursos hídricos, indústria automo-tiva, entre outros. Por outro lado, vá-rios representantes governamentais cearenses visitaram Fujian e partici-param da Conferência Internacional de Cidades-Irmãs da Província de Fujian, do Fórum da Cooperação com Cidades-Irmãs, da Feira Internacio-nal para Investimento e Comércio da China (CIFIT). Através das visitas, foi apresentado ao povo chinês um perfil completo do estado, além do seu ambiente de investimento e os setores privilegiados.

Visita do Governador do Ceará a Fujian

Wang Tianming: Ceará dispõe de porto industrial e primeira zona de processamento de exportação

amizaDe VerDaDeira suPera Distância geográfica 良朋悠邈 万里为邻 做大洋两岸的真诚伙伴

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202026 27Agosto/2020

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Com base no estreitamento da amizade entre Província-Esta-do, ambas as partes tem procu-

rado intensificar o intercâmbio. Em setembro de 2016, chegou a Fujian uma missão liderada pelo Sr. An-tonio Balhmann, Deputado Federal e então Assessor para Assuntos In-ternacionais do Governo do Ceará, que assinou um protocolo para criar a Comissão Mista de Cooperação e Desenvolvimento entre o Estado do Ceará e a Província de Fujian. As duas partes concordaram em lançar reuniões regularmente e de impulsio-nar sob o quadro da comissão mista, as comunicações e cooperações ami-gáveis nas áreas do agro business,

educação, turismo e amizade, etc., a fim de criar uma garantia eficaz e confiável para as cooperações bila-terais.

os intercâmbiosPessoaL e comerciaLestão senDo reaLizaDossucessiVamenteEm novembro de 2015, o Sr. An-

tonio Balhmann e o Sr. Mário Lima Júnior, diretor presidente da ZPE-CE visitaram conjuntamente Fujian e participaram do 3º Seminário para Oficiais de Ligação das Cidades-Ir-mãs da Província de Fujian, um dos programas patrocinados pela provín-cia. Durante duas semanas de for-

mação e pesquisa in loco, eles conhe-ceram de modo abrangente não só o desenvolvimento socioeconômico, caraterísticas dos setores, cooperações internacionais desta província, como também as culturas tradicionais na-cional e provincial, contribuindo-lhes um conhecimento mais aprofundado tanto da China como de Fujian. Em 2016 e em 2017, o Sr. Mário Lima participou da CIFIT em Xiamen-Fujian, presente com um estande da ZPE-CE, além de organizar um se-minário de promoção de investimento do CE, levando ao conhecimento dos empresários de Fujian as oportunida-des de investimentos e as políticas de comércio no Ceará.

a nossa amizaDe estáse consoLiDanDoDesde o surto e a propagação da

COVID-19, enquanto estava tentan-do garantir o controle e prevenção interna, o governo provincial de Fu-jian se esforçava para dar a mão à co-munidade internacional no combate à pandemia, apesar de ter encarado a carência de EPIs e a diminuição do transporte aéreo de carga inter-nacional. Acreditamos que, amigos do peito, mesmo distantes, se sentem próximos. Por isso, o povo de Fujian sempre leva em consideração as difi-culdades dos amigos brasileiros. Em junho, chegaram ao Brasil os supri-mentos médicos carregados de bons votos dos 39 milhões de habitantes de Fujian. Sendo amigos certos em ho-ras incertas, Fujian e Ceará se apoiam reciprocamente, o que impulsiona-rá as relações amistosas a um novo patamar. Durante os vinte anos da

o mecanismo de comunicaçãoe cooperação está melhorando

EPIs ao Ceará doados por Fujian

Seminário dos estados irmãos de Fujian

aproximação, os dois governos pro-vincial e estadual têm atingido certos êxitos. Entretanto, existe ainda muito mais para conseguirmos lá na frente. As duas partes precisam trabalhar em conjunto de modo a elevar o nível de comunicação e cooperação em todos os aspectos.

DeVemos intensificara coorDenação De PoLÍticasSerá favorável para as entidades re-

levantes governamentais se coorde-narem mútua e regularmente, para que as duas partes sejam informadas e esclarecidas das suas políticas, e que as áreas em cooperação sejam consolida-das, expandidas e asseguradas.

DeVemos fortaLecer acooPeração De ProjetosTanto Fujian como Ceará contém

uma zona de livre comércio e um por-to favorável. Por um lado, Fujian é

privilegiado tradicionalmente em ves-tuário, sapatos, produtos cosumíveis e decorativos, e é notado nacionalmente por doces, conservados, comida en-latada, pescado congelado e chás de qualidade, etc. Por outro lado, o Ceará tem vantagens comparativamente em serviços, energia limpa, têxtil, floricul-tura, lacticínio, pescado, mel e palmei-ra, etc. Podemos descobrir que existe uma similaridade e complementari-dade dos setores entre os dois estados. É ideal que exploremos a potência e a oportunidade onde possamos avançar e difundir os nossos projetos.

DeVemos imPuLsionara amizaDe entre os PoVosComo dito pelos brasileiros “Ami-

zade vale ouro” e pelos chineses “A chave da amizade entre os países é a entre os povos”. Mesmo separados pela distância, o povo de Fujian sem-pre desejou conhecer a terra onde flui o Rio Amazonas. Portanto, será agra-dável que nos esforcemos, ao intensi-ficar o intercâmbio interpessoal, para que os povos aprofundem o conheci-mento mútuo, aceitem as diferenças culturais, a fim de semear a amizade nos seus corações.

Hoje, estão ocorrendo mudanças profundas e complexas no nosso mun-do, onde a humanidade se torna cada vez mais próxima e interdependente por causa da globalização econômi-ca e sociedade informatizada. Vamos insistir na mesma visão de desenvolvi-mento, trabalharemos conjuntamente contra os desafios e nos empenhare-mos na construção da sociedade futu-ra compartilhando com a humanida-de, para podermos realizar o ganha-ganha e beneficiar os nossos povos. A Província de Fujian está disposta a fortalecer as relações com o Ceará em todas as áreas e a promover as coope-rações de benefício recíproco, a con-cretizar o desenvolvimento comum e a construir em conjunto uma parceria sincera ligada pelo Pacífico.

Fotos: DivulgaçãoRevista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202028 29Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por Luciano siqueira - Vice-Prefeito da cidade do recife

recife em sintonia com a rePúbLica PoPuLar Da china

á 483 anos, a cidade do Re-cife surgiu como porto des-tinado a exportar produtos primários para Portugal e

Europa e importar manufaturados. Desde então, construiu uma tradi-ção de diálogo com outros povos e outras culturas. Uma cidade cosmo-polita desde a sua origem, portanto, que trocou mercadorias e influências e absorveu idéias avançadas. Uma das razões para que em nosso território (e no Estado de Pernambuco) tenham se realizado páginas marcantes das lutas libertárias do nosso povo e da forma-ção da nacionalidade.

É nesse espírito que assinalamos com entusiasmo o 15 de Agosto, ani-versário de estabelecimento das rela-ções diplomáticas entre China e Brasil e o Dia da Imigração Chinesa. É certo que as relações diplomáticas entre os dois países se dão a partir dos seus governos centrais. No escopo federa-tivo brasileiro, a cidade apenas com-plementa essas relações, explorando, quando possível, o intercâmbio com cidades de outros países a partir de interesses comuns.

Recife guarda relações de irmana-mento com Guangzhou, capital da Província de Guandong, desde 2007 e com Chengdu, capital da província de Sichuan (província-irmã do Estado de Pernambuco) desde 2016. Nossa cidade também abriga em seu territó-rio o Consulado Geral da República Popular da China para o Nordeste. Tem sido possível, em variados ins-

tantes, compar-tilhar com auto-ridades chinesas o elevado espí-rito que preside as relações entre povos amigos.

Comprovamos o empenho da República Popu-lar da China no estabelecimento de um padrão de relacionamento entre as nações pautado pelo progresso mútuo e pela paz. Desde 30 de setembro de 1949, quando se reuniu a Conferência Política Con-sultiva do Povo Chinês, que desem-penhou o papel de uma Constituição Provisória para os primeiros anos da República Popular, se firmaram os princípios da política externa funda-dos na salvaguarda da independência, da liberdade e da integridade soberana e territorial do país; no apoio à paz in-ternacional duradoura e à cooperação amistosa entre os povos e de oposição à política imperialista de agressão e guerra. A política de reforma e aber-tura inaugurada em 1978 pela Re-pública Popular da China reafirmou as bandeiras da paz e do desenvolvi-mento como temas centrais da época presente. Já a primeira Constituição da Nova China promulgada em 1954,

anunciou solenemente que “em rela-ção aos assuntos internacionais, nosso princípio firme e invariável está em trabalhar pelo nobre objetivo da paz mundial e do progresso humano”.

Em 1978, com a adoção da política de Reforma e Abertura, a China – em função das mudanças importantes ocorridas no cenário internacional – assumiu as bandeiras da paz e do de-senvolvimento como os temas centrais da presente época. Nesse contexto, o ir-manamento de cidades da China com cidades do mundo floresceu e ganhou importância na diplomacia chinesa.

Visita para Guangzhou em 2019

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Vice-prefeito, Luciano Siqueira: referência de Recife

Recentemente, liderei uma delega-ção da Prefeitura do Recife nas come-morações dos 40 anos das Relações Internacionais de Guangzhou, que tem muito a ensinar ao mundo com sua história de luta e de resiliência, de desenvolvimento e prosperidade na região.

Relações em que prevalece o ideal

propugnado pelo presidente Xi Jinping, assinalado em seu livro “A governança da China”, da busca do intercâmbio interpessoal, no pres-suposto de que “a amizade entre as pessoas é a chave para as boas rela-ções entre os países. Somente com cuidados intensivos, a árvore da ami-zade e da cooperação poderá crescer

exuberante. Valorizar o intercâmbio entre nossos povos e ver o espírito de parceria incorporado por todos é uma causa digna que merece o nosso compromisso duradouro.”

Relações assim amistosas e solidá-rias se coadunam com a construção de um novo padrão de convivência entre as nações em decorrência das transformações geopolíticas em curso, aceleradas em meio à pandemia do novo coronavírus, no sentido de um novo mundo multipolar.

A ascensão da República Popular da China, nesse contexto, fortalece o ideal do progresso e da paz. Como bem assinala o presidente Xi Jinping, “devemos permanecer comprome-tidos com o multilateralismo e as normas básicas que regem as rela-ções internacionais, trabalhar para um novo tipo de relações internacio-nais e fomentar um ambiente pacífico e estável para o desenvolvimento de todos os países, Precisamos tornar a globalização econômica aberta, in-clusiva, equilibrada e benéfica para todos, construir uma economia mun-dial aberta, apoiar o regime mul-tilateral de comércio e opor-se ao protecionismo. Devemos avançar a reforma da governança econômica global, aumentar a representação e a voz dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento entre o Norte e o Sul e impulsionar o cres-cimento global.”

Que as águas do Rio Capibaribe que percorrem o território do Reci-fe possam se aproximar sempre das águas do Rio das Pérolas, que banham Guangzhou.

累西腓愿与中国共发展

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202030 31Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por zheng jun - Director do Departamento para assuntos europa-américa do gabinete das relações exteriores de guangzhou

que recife abençoaDo, que amizaDe sino-brasiLeira seja eterna

uangzhou, localizado no sul da China, é uma cidade cujas quatro estações são tão amáveis como a prima-

vera, pelo que é intitulada de “Cidade das Flores”. Durante o Ano Novo Chinês, ou seja, o Festival da Prima-vera, acontece sempre uma festa das flores onde as pessoas se reúnem para compartilhar orações e pensamentos prósperos para o ano que vai chegar. No outro lado do hemisfério, se en-contra uma cidade linda e lendária, Recife, cujo povo celebra normalmen-te no mês de fevereiro, quase no mes-mo momento do ano novo chinês, a sua festividade colorida: o Carnaval. Ambas são cidades com clima agradá-vel, com povo feliz, conta com um fes-tival alegre no início de cada ano e que se tornaram cidades-irmãs em 2007.

Cidades-irmãs, gêmeas na realida-de. Guangzhou e Recife fazem parte de uma família pelos intercâmbios pessoal e cultural. Durante mais de dez anos da irmandade, as duas ci-dades têm mantido regularmente as visitas mútuas das missões lideradas por prefeitos e representantes legisla-tivos, que têm trazido não só amizade e vigor, como também comunicações e cooperações (ganha-ganha) nos as-pectos do comércio, investimento, cul-tura, turismo, educação, construção portuária e entre outros, o que revita-liza a amizade e a cooperação. A ami-zade faz diminuir a distância. Mesmo sendo separados geograficamente, os povos da China e do Brasil são ín-timos. O carinho entre Guangzhou

a sua delegação e na ocasião, represen-tando o governo de Guangzhou, doou em comemoração ao aniversário da

Visita do Chen Jianhua ao Recife

Símbolo de Guangzhou-Escultura Cinco Cabras

Zheng Jun

g

recebemos cumprimentos e apoios dos nossos irmãos. O prefeito can-tonês, Sr. Wen Guohui, recebeu uma carta do seu vice-prefeito recifense, Luciano Siqueira, que manifestou as condolências e solidariedade do povo recifense e ao governo e ao povo cantonês. Graças ao empenho do go-verno e a solidariedade das pessoas, Guangzhou conseguiu controlar a pandemia. Porém, pouco tempo após esta boa notícia, a pandemia chegou ao Brasil e consequentemente, ao Recife. Ao saber disso, Guangzhou expressou a sua preocupação e ofere-ceu os possíveis suportes para apoiar o Recife a resolver em conjunto as dificuldades correntes.

Ao preparar a doação de suprimen-tos médicos ao povo recifense, eu e os meus colegas colamos etiquetas em cima das caixas, com um slogan “Ami-zade eterna entre China e Brasil”, cuja parte foi escrita em caligrafia chinesa com um pincel tradicional pelo pai de um dos nossos colegas, carregando nas letras o nosso amor e das nossas famílias.

No início de maio, os suprimentos carregado de amizade e bênção, “atra-vessaram mares e montanhas” e che-garam ao Recife. Aproveitando esta ocasião, queríamos apresentar os nos-sos desejos para que o povo recifense e brasileiro possa vencer rapidamente a COVID-19 e retome a vida feliz e próspera. Devemos ter em mente que a pandemia dura apenas um instante na história, enquanto que o Recife com os seus quinhentos anos de his-tória vai continuar brilhando com a sua beleza e vitalidade. Em 2012, por causa da preparação do Prêmio Inter-nacional de Guangzhou para a Ino-vação Urbana, só passei por Curitiba. Foi uma pena não ter conseguido ir ao Recife devido ao tempo limitado. Espero que, em um futuro bem próxi-mo, eu e os meus colegas consigamos visitar o Recife tão formoso e vigoroso como temos ansiado.

e Recife é um retrato vivo da relação bilateral amistosa.

E m 2 0 1 7 , quando marcou o 10º aniversário do estabecimen-to da relação de cidades-irmãs, o Sr. Chen Jian-hua, Diretor do Comitê Per-manente da As-sembleia Popu-lar Municipal de Guangzhou, vi-sitou Recife com

cidade, uma es-cultura que re-presenta a flor Kapok, símbolo da cidade chine-sa, desejando que o desabrochar da flor simbolize a prosperidade e a amizade en-tre as duas cida-des. Em 2019, Guangzhou re-cebeu a missão liderada por Sr. Luciano Siquei-ra, vice-prefeito do Recife, que foi participar da Comemoração do 40º Aniversá-rio das Cidades-Irmãs Interna-cionais em Gan-gzhou. Através desta ocasião, a presença do vice-prefeito conse-guiu impulsionar as relações amis-tosas.

Em fevereiro de 2020, o Fes-tival da Prima-

vera em Guangzhou foi interrom-pido pela presença inesperada da COVID-19. No pico da pandemia,

Etiquetas nas caixas de EPIs

祝福累西腓!祝愿中国巴西友谊常青!

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202032 33Agosto/2020

Page 18: Governo de Sergipe - 《东北杂志》中国专刊目录 · 2020. 8. 18. · 10. povo aCima de tudo, vida aCima de todos Consulado Geral da China no Recife ... amizade sino-brasileira

Foto: Divulgação

Por fátima bezerra - governadora do rio grande do norte

estreitar Laços e amPLiar cooPeração

história da civilização chi-nesa remonta a mais de 5.800 anos. Nos últimos 70 anos, essa civilização

passou a se organizar na forma de uma República Popular, que alcançou no século atual seu período áureo. Nunca antes a China teve tamanho destaque na geopolítica e no comércio internacional, e nunca antes seu povo viveu tão bem. Nas últimas décadas, mais de 800 milhões de pessoas deixa-ram a pobreza extrema, com a China se comprometendo a extirpar esse mal até o fim do presente ano.

Não sem motivo, o alvorecer desse esplêndido momento da civilização chinesa se dá concomitantemente ao fortalecimento das relações bilaterais entre Brasil e China, marcada por um importante período no qual esses dois países continentais lideraram um es-forço para a mudança das relações de poder e economia global, e o enfren-tamento da miséria e desigualdade no mundo.

O dia 15 de agosto marca o primeiro passo dessa jornada, quando ainda em 1974 foram estabelecidas as relações diplomáticas entre a República Fede-rativa do Brasil e a República Popular da China. Em pouco tempo, a dou-trina da reforma e abertura passaria a guiar as políticas interna e externa chineses, moldando a China, e apro-ximando-a cada vez mais de parceiros como o Brasil.

Se a década de 80 fica marcada

pelo início das hoje costumeiras visi-tas entre os Chefes de Estado, e pelo lançamento do importante e exitoso Programa CBERS - China-Brazil Earth Resource Satellites, destaca-se na década de 90 a declaração de apoio do Brasil à entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), passo crucial para o estabele-cimento da China como maior expor-tador e, em breve, o maior importador do mundo.

Os anos 2000, então, foram de gran-de evolução das relações entre os dois países. Com a eleição de Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Traba-lhadores, a Presidência do Brasil, o foco de nossa política externa se trans-fere da então costumeira submissão às “potências” tradicionais do G7 para o fortalecimento das relações com outros países tidos como “em desen-volvimento”, em defesa dos interesses e na busca de solução para os pro-blemas enfrentados pelas economias emergentes.

O que se inicia com a criação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Ní-vel de Concertação e Cooperação – COSBAN, principal mecanismo de coordenação da relação bilateral entre os países até hoje, e o reconhecimento da China como economia de mercado pelo Brasil, ainda no segundo ano do governo do Presidente Lula, resulta na criação dos BRICS e com a China alcançando o posto de maior parceiro comercial do Brasil, em 2009.

A década seguinte tem especial re-levância para a relação da China com os Estados do Nordeste do Brasil, e notadamente para o Rio Grande do Norte. Foi no Ceará, por ocasião da Sexta Cúpula dos BRICS, onde foi as-sinado o acordo oficializando a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, NBD ou banco dos BRICS, impor-tante passo para garantir a autono-mia dos países em desenvolvimento, como bem destacou a Presidenta Dil-ma Rousseff naquela oportunidade.

Logo em seguida, no ano de 2016, foi criado o Consulado Geral da Re-pública Popular da China em Recife, com jurisdição sobre os oito Estados do Nordeste. E, em 2018, ao mesmo tempo que o povo do Rio Grande do Norte elege em mim a primeira Governadora de origem popular do Estado, e a única mulher a governar atualmente um Estado no Brasil, a Senhora Yan Yuqing assume como Cônsul Geral da China em Recife.

Assim, o ano de 2019, é marcado pelo fortalecimento dos laços do Rio Grande do Norte com a China, que, sem dúvida alguma, posso atribuir em grande parte a verdadeira relação de amizade e admiração mútua que esta-beleci com a Senhora Yan Yuqing. As conversas e visitas entre os represen-tantes do Consulado Geral e do meu Governo tornaram-se cada vez mais frequentes, e resultaram na visita ao nosso Estado de uma representativa comitiva de empresários e dignitários

chineses, ocasião em que pudemos apresentar nossas potencialidades e oportunidades de negócios, além da participação de delegações de servido-res públicos e empresários Potiguares em seminários de promoção das re-lações bilaterais realizados na China.

No final daquele ano, tive a opor-tunidade de visitar novamente a Chi-na após quase 25 anos. Se em 1995, quando estive em Beijing por ocasião da Conferência Mundial da Mulhe-res da Organização das Nações Uni-

das, a China já se mostrava como uma potência em franca ascensão, o país que encontrei em 2019 é, sem dívida, uma locomotiva a frente do crescimento da economia mundial. Chamou-me a atenção não só o cres-cimento e desenvolvimento tecnoló-gico tão presentes na Capital, que ao mesmo tempo não se descuida de sua história e tradição de tantos séculos, mas a preocupação com a susten-tabilidade. Essa foi vista por mim concretamente ao visitar o Centro de

Esportes de Wukesong, que sediará as Olímpiadas de Inverno de 2022, arquitetado em uma antiga siderúrgi-ca totalmente adaptada, em marcante feito de desenvolvimento sustentável e rejuvenescimento urbano.

A viagem foi, ainda, uma impor-tante oportunidade para desenvolver conversas com empresas chinesas de diversos setores. Concretamente, fir-mamos Protocolos de Intenções com duas grandes empresas do setor de energia, que já possuem investimen-tos na geração de energias renováveis em nosso Estado, e pretendem ex-pandi-los além de instalar fábricas de equipamentos de geração de energia, como painéis fotovoltaicos e turbinas eólicas.

Se nossos planos foram atrasados pela Pandemia da Covid-19, que as-solou o mundo inteiro, com a Chi-na sofrendo seus primeiros impactos, esse momento de tamanha tristeza e dificuldades, também foi oportunida-de de, mais uma vez, a China mostrar sua liderança e visão de um destino compartilhado de toda a humanidade. Ainda em março, recebemos, através da Senhora Consul Geral, não só de-monstrações de preocupação, como oferta de apoio a nosso Estado no enfrentamento dessa terrível doença.

Mas esse momento há de passar, e nossa relação com a China tem os olhos para o futuro. Buscamos dar saltos técnicos na infraestrutura do nosso Estado, mas também na meta civilizacional de retirar da miséria e da pobreza nossos habitantes, como fez a China ao elevar para patamares acima da pobreza quase um bilhão de pes-soas, e avançar no desenvolvimento educacional, científico e tecnológico.

Nosso governo está focado em ala-vancar a economia e gerar empregos. A partir da inspiração Chinesa, quere-mos garantir o crescimento econômi-co sem causar degradação ambiental, garantindo a harmonia entre a huma-nidade e a natureza.

Fátima Bezerra: “ a pandemia e suas dificuldades mostraram a China liderando e compartilhando com a humanidade”

a紧密联系,开拓合作

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202034 35Agosto/2020

Page 19: Governo de Sergipe - 《东北杂志》中国专刊目录 · 2020. 8. 18. · 10. povo aCima de tudo, vida aCima de todos Consulado Geral da China no Recife ... amizade sino-brasileira

Foto: Divulgação

Por beLiVaLDo chagas - governador do estado de sergipe

cooPeração, amizaDe e PersPectiVas com o estaDo De sergiPe

Estado de Sergipe se alegra com a chegada do dia 15 de agosto, data que marca o início da imigração chine-

sa para o Brasil e o aniversário de 46 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a República Fede-rativa do Brasil e a República Popular da China.

A institucionalização das relações bilaterais entre o Brasil e a China inaugurou uma política externa coo-perativa que permitiu a construção de um sólido diálogo cultural, o estabe-lecimento de centenas de acordos bi-laterais e uma pujante relação comer-cial. A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil e sua maior fonte de investimento estrangeiro, tendo se instituído uma profunda amizade en-tre os povos e parcerias positivas em diversas áreas.

Nação mais populosa do mundo, o país asiático chegou, em 2019, à marca dos 70 anos da “Nova China”, fruto da revolução que abriu caminho, sobretudo a partir de 1978, a uma notável experiência de crescimento econômico. Mais recentemente, o país tem chamado atenção também pelo rápido processo de urbanização e pela ascensão do setor de serviços e da nova economia intensiva em conhecimen-to, fruto de um esforço bem sucedido em Pesquisa e Desenvolvimento que posicionaram a China como um dos expoentes da inovação tecnológica em escala global.

A parceria da China com o Brasil se

nas importações, os principais pro-dutos são máquinas e aparelhos elé-tricos; filamentos; calçados; produtos químicos orgânicos; além de reatores, caldeiras, máquinas, aparelhos e ins-trumentos mecânicos.

Sergipe vem se destacando por suas potencialidades no setor energético, especialmente no que diz respeito ao gás natural, com a descoberta de seis campos de exploração dos quais se espera extrair 20 milhões de m³ de gás natural ao dia, equivalente a 1/3 da produção total brasileira.

Está em terras sergipanas a maior usina termelétrica da América La-tina, com capacidade de 1551 MW, utilizando gás natural. O projeto in-tegrado conta com um terminal com capacidade de armazenamento de 170 mil m³ e de regaseificar até 21 milhões de m³/dia de gás natural liquefeito. A usina e o Terminal Marítimo Inácio Barbosa formam o núcleo do Com-plexo Industrial-Portuário, uma zona especial voltada à atração de empresas intensivas em energia e tecnologia que oferecerá toda infraestrutura ne-cessária, além de incentivos fiscais e locacionais.

Todo esse potencial de Sergipe na cadeia produtiva do Gás Natural en-seja muitas oportunidades de parce-rias, tais como a ampliação do merca-do de gás natural liquefeito (GNL), tecnologia de interesse da China e do Estado de Sergipe.

Não é de hoje que a China é parcei-ra do nosso Estado em questões ener-géticas. Em 2013 foi inaugurado o Parque Eólico Barra dos Coqueiros, financiado com recursos do China

Development Bank (CDB) e consti-tuído por vinte e três unidades de ae-rogeradores, que totalizam 34,5 MW de capacidade instalada e 10,5 MW médios de garantia física de energia. O empreendimento se tornou um marco na produção de energia reno-vável em Sergipe. Ainda no setor de

lógica, industrial e de transporte, saú-de, educação e saneamento. Quanto a esse último setor, tendo em vista a nova lei do marco regulatório, refor-ça-se a importância das parcerias para garantir o amplo acesso da população aos serviços de águas e esgoto.

A troca de experiências de plane-jamentos e gestão governamentais é outra oportunidade frutífera de par-ceria. Em 2019, a convite da Embai-xada da China no Brasil, técnicos do governo de Sergipe participaram de um profícuo seminário sobre o setor de serviços intensivos em conheci-mento da China. Sergipe, por sua vez, está implantando uma robusta sistemática de planejamento estra-tégico integrada a uma plataforma de planejamento de longo prazo – o Sergipe 2050.

Também foram estreitadas as rela-ções de empresários e do governo de Sergipe junto à Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, através de reuniões e missões oficiais, bem como apresentados projetos de cooperação entre universidades e instituições de pesquisa de Sergipe e da China.

Nós, os sergipanos, somos um povo fraterno e acolhedor, que nutre grande esperança em um futuro de justiça, paz e bonança. Nesse espírito, exaltamos a amizade de Sergipe com a China e reconhecemos a importância do in-tercâmbio sociocultural e das relações comerciais entre nossos povos. Reafir-mamos o compromisso de cooperação e de amizade que edificamos nos últi-mos anos e que continuaremos a cons-truir para a felicidade e a prosperidade de Sergipe, do Brasil e da China.

o configura a partir de premissas como a diplomacia sem inimigos, a coe-xistência pacífica, o respeito mútuo à soberania e à integridade nacional e os benefícios recíprocos. Merecem destaque, alguns marcos: o primeiro acordo comercial firmado em 1978; o lançamento do satélite de senso-riamento sino-brasileiro, nos anos da década de 1990 e, mais recentemente, a criação da Comissão Sino-Brasi-leira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN); o Plano de Ação Conjunta Brasil-China; a “parceria estratégica global” em 2012; além da forte cooperação entre os países em organismos multilaterais, como os BRICS.

Sergipe orgulhosamente faz parte da região Nordeste do Brasil, com uma população de aproximadamente 2,3 milhões de habitantes, e come-mora em 2020 o bicentenário da sua emancipação política, pedra funda-mental da construção da identidade sergipana caracterizada pelo amor à terra natal, pela riqueza das mani-festações culturais e pelo apreço ao trabalho.

A parceria sino-sergipana tem cres-cido em importância a cada dia que passa e se revela muito promissora, com perspectivas de desenvolvimento em diversas áreas.

Do ponto de vista comercial, a Chi-na apresenta uma participação cres-cente no comércio exterior de Sergipe. Na pauta de exportações, destacam-se os produtos agroindustriais, enquanto

energias limpas, vale destacar a implantação de um grande pro-jeto de geração de energia solar, com capacidade de 1200 MW no município sergi-pano de Canin-dé do São Fran-cisco.

Nas demais áreas de infraes-trutura, desta-cam-se perspec-tivas de grandes projetos através da integração do Estado de Ser-gipe nos investi-mentos chineses em iniciativas pensadas no âm-bito do Consór-cio Nordeste e da integração do Brasil na Inicia-

tiva “Um Cinturão, Uma Rota”.No setor turístico, há muitas opor-

tunidades de negócios, especialmente nos segmentos do ecoturismo e do tu-rismo de experiência, com roteiros que integram a grande riqueza de atrativos naturais e as diversas manifestações culturais sergipanas.

Em outros setores Sergipe também oferece diversas oportunidades de in-vestimentos. No âmbito das Parcerias Público-Privadas, existem projetos e estudos na área de turismo, serviços administrativos, infraestrutura tecno-

Governador de Sergipe aposta em avanços para seu estado

中国同塞尔希培州的合作、友谊和前景

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202036 37Agosto/2020

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este ano em que come-moramos os 46 anos da imigração e investimentos da China no Brasil, mar-

cados pela instalação de embaixadas dos dois países nos territórios um do outro, o Piauí e a China confirmam quem essa aproximação se fortalecer ainda mais. A segunda maior eco-nomia do mundo é hoje o principal destino dos produtos piauienses, com 80% das compras. Embora importem basicamente produtos agrícolas, como a soja, os chineses agora têm investi-do, em solo piauiense, seu capital em infraestrutura e tecnologia.

Nós, enquanto unidade da Fede-ração com bom relacionamento com todas as nações, temos fortalecido o contato com o país asiático com a in-tenção de mostrar as oportunidades que o Piauí oferece. Desde que fui go-vernador a primeira vez, em 2003, até ano passado, fizemos quatro viagens à China para captar investimentos. O resultado já apareceu e ainda temos bons frutos a colher para os próximos anos.

A CGN Energias, por exemplo, faz aqui seu maior aporte no Brasil, na região de Lagoa do Barro, de R$ 2,1 bilhões. Atualmente atua com dois in-vestimentos no Estado. Um é na área de energia solar, com o projeto Nova Olinda, na região de Ribeira do Piauí. O projeto foi vendido à empresa pela Enel Green Power e é a maior usina solar em operação da América Lati-na, com quase um milhão de painéis

Foto: Divulgação

Por WeLLington Dias - governador do Piauí

inVestimentos Da china no PiauÍ PoDem chegar a r$ 15 biLhões

fotovoltaicos instalados em 690 hec-tares e capacidade para produzir 600 GWh de energia por ano no meio do semiárido piauiense.

O outro investimento é na área de energia eólica, com o Complexo de Lagoa do Barro, que entrou em ope-ração em dezembro de 2018 e possui 195 Megawatts (MW) de potência instalada, gerados por 65 aerogerado-res distribuídos por oito parques em uma área de aproximadamente 2.850 hectares.

Ano passado, a CGN anunciou mais investimentos no Piauí, ampliando para 3,6 bilhões de dólares os inves-timentos na região Ribeira do Piauí, São João do Piauí, Queimada Nova. A CGN Energias podia tomar a de-cisão de investir em qualquer lugar do mundo, mas escolheu o Piauí.

O Piauí foi o único estado do Nor-te-Nordeste convidado a participar, em agosto de 2019, do GRI Chi-na-Latam Infra Summit & Week 2019, a mais renomada reunião de infraestrutura entre líderes chineses e latino-americanos. A exclusividade do convite ao Piauí foi devido aos avanços em seu programa de Parceria Público-Privada (PPP).

Na ocasião, a nossa comitiva apre-sentou a cerca de 500 empresários asiáticos vários projetos nas áreas de energias, eólica e solar, tecnologia da informação, telemedicina e infraes-trutura.

Quando olhamos a China, vamos falar de grandes investimentos, pois,

provavelmente, serão os que chamarão mais a atenção. É o caso de saneamento – são cer-ca de R$ 3,5 bilhões [em aportes previstos] –, ferrovias – investi-mentos que poderão chegar a R$ 15 bilhões – e energias renováveis. De todo modo, esta-mos abertos a trabalhar [com os chineses em] todas as demais áreas.

Estivemos também conversando com a Huawei, sobre possi-bilidades na área de tecnologia. Temos em execução uma rede de aproximadamente 5 mil km de fibra ótica e agora queremos conec-tar os demais municí-pios por rádio, satélite e trabalhar telesseguran-ça, telemedicina e te-lessaúde, além de mo-dernizar nosso sistema administrativo.

A ZTE, que já investe no Piauí e é parceira da Global Task, ficou inte-ressada no centro tecnológico para a segurança.

Em 26 de novembro do ano passa-do, mais de dois meses após a minha viagem à China, estive em audiência com o ministro conselheiro da China, Qu Yaneipara, para tratar de acordos

bilaterais que estão sendo realizados entre investidores chineses e o Gover-no do Piauí. Empresas como a CCC e a Concremat estão estudando o Porto de Luís Correia, a ferrovia em dire-ção a Teresina, a Transnordestina e a Transcerrados.

Certamente a atração da China ao Piauí não é à toa. Somos um Esta-

do de oportunidades e mostramos isso. É o Estado que mais tem acu-mulado crescimento real nos últimos anos. De 2002-2003 até 2019, tivemos um crescimento real na economia de aproximadamente 100%. Em termos nominais, saltamos de cerca de R$ 7,4 bilhões para algo como R$ 50 bilhões, e mantemos a perspectiva de evolução.

O Estado tem uma situação ad-ministrativa só-lida e ocupa hoje a quinta posição em eficiência de gestão na com-paração com os demais. O Piauí tem nota B [de capacidade de pagamento] na avaliação do Te-souro Nacional e não possui dívida com a União.

O Piauí tem ficado entre os cinco estados com maior capa-cidade de inves-timento do País – em 2017, ocu-pou o segundo lugar e, em 2018, o quarto – e va-mos seguir nessa direção.

Estamos sem-pre nos adian-tando pra agili-zar o fechamen-to nas negocia-

ções. Antes da nossa viagem à China, em agosto, recebemos o presidente da multinacional China Commu-nications Construction Company (CCCC), Luo Jun, especializada em investimentos em infraestrutura, por-tos e ferrovias, para debater e entender as potencialidades do estado e as pos-síveis parcerias na área.

nGovernador

Welington Dias: comemorando 46 anos de relações

diplomáticas

中国在皮奥伊州投资可达150亿雷亚尔

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202038 39Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por joão azeVeDo- governador da Paraíba e LÍgia feLiciano - Vice-governadora da Paraíba

inserção internacionaL Da ParaÍba e as reLações ParaÍba-china

República Popular da Chi-na tem-se tornado um ator cada vez mais relevante no cenário global. Alguns se

referem ao século XXI como o século da China, assim como o anterior foi protagonizado pelos Estados Uni-dos. O país é importante fonte de investimentos e o principal parceiro comercial brasileiro. A parceria entre Brasil e China possui elevado grau de institucionalização em decorrên-cia dos diversos temas de interesses mútuos e é entendida por especialis-tas em assuntos internacionais como uma parceria estratégica global, ca-racterizada por um aprofundamento de discussões em três grandes áreas: político-diplomática, econômica-co-mercial e científica-tecnológica.

A consolidação da aproximação po-lítica e econômica entre os países, que vem sendo criada desde 1973 e inten-sificada a partir da década de 1990, reflete e cria oportunidades para as unidades federativas na constituição do diálogo em diversas áreas como cultura, educação, comércio interna-cional e atração de investimentos.

Conhecida na área de Relações In-ternacionais como diplomacia fede-rativa ou paradiplomacia, a atuação internacional de entes subnacionais, como estados e municípios é um fe-nômeno crescente, o que o tornou ob-jeto de pesquisas no meio acadêmico e impulsionou a institucionalização e profissionalização dessa atividade no âmbito das administrações estaduais e municipais.

a

Assinatura do Protocolo de Intenções para instalação do estaleiro de Lucena

帕拉伊巴州国际化与帕中关系

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202040 41Agosto/2020

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Na Paraíba, o volume de proje-tos de cooperação técnica e as políticas de desenvolvimento

encampadas pelo Estado, em grande medida centradas em agendas inter-nacionais, como a Agenda 2030 da ONU, criam uma demanda por políti-cas de inserção internacional, voltadas para o desenvolvimento regional.

Portanto, a formulação de políticas de inserção internacional da Paraíba privilegia a cooperação internacional para o desenvolvimento, por meio do estabelecimento de parcerias em áreas estratégicas como cultura, ciência e tecnologia, pavimentando, assim, o caminho para o estabelecimento de relações comerciais e da atração de in-vestimentos produtivos para o estado.

É sob esse prisma que devemos con-siderar as relações entre a Paraíba e a China.

No campo da ciência e tecnologia também há vastas possibilidades para o estabelecimento de cooperação com a China. As universidades paraiba-nas contam com polos de pesquisa de excelência, que reúnem todas as con-dições para a troca de expertise com contrapartes chinesas.

Nesse sentido, é válido destacar a vi-sita, em abril de 2019, de empresários chineses ao Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba e ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB), acompanhados pelo secretário esta-dual de turismo e desenvolvimen-to econômico e pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (CINEP). A vinda da comiti-va chinesa também ocorreu na esteira do protocolo de intenções firmado

o suporte profissional especializado necessário à formulação e condução de sua agenda internacional. Vale observar que a Paraíba conta, ainda, com a produção de conhecimento

especializado e de formação profis-sional de alta qualidade na área de Relações Internacionais, no nível de graduação e pós-graduação, tanto na universidade estadual como na

Reunião com ministros em Brasília para discutir a intalalação do estaleiro em Lucena

Reunião na empresa de energia China General Nuclear Power Corporation

Visita a Beijing Fisheries Com. LTD

Fotos: Divulgação

governador joão azevêdo dialoga sobre introdução de mandarim em intercâmbio

Reunião na empresa de energia China General Nuclear Power Corporation

entre o governo e as empresas chinesas acerca do estaleiro de reparos navais em Lucena. A parceria com os pesquisadores da UFPB pode ge-rar subsídios para novas pesquisas, estágios e inter-câmbios no cam-po da tecnologia e da inovação.

Para dar continuidade e sistema-tização a esse trabalho, o governo conta, desde 2019, com o suporte ins-titucional especializado da CINEP, que dispõe de umdepartamento es-pecífico para atração de investimen-

tos e de uma assessoria internacional. O primeiro conduz as tratativas com investidores internacionais que che-garem ao estado por meio da Com-panhia, enquanto a assessoria inter-nacional presta ao governo do estado

federal. O curso de Relações Inter-nacionais da UEPB, criado em 2006, é pioneiro entre as universidades pú-blicas do Nordeste e Norte do Brasil.

Ainda em termos de instituciona-lização da atividade internacional, no âmbito do Poder Legislativo, a As-sembleia da Paraíba (ALPB) instalou a Frente Parlamentar Paraíba-China, como vistas a fomentar e facilitar a consolidação de parcerias com o país asiático.

Os esforços aqui mencionados têm o objetivo comum de alçar a Paraíba a um outro patamar no cenário in-ternacional. Adjacente a todos eles, está a ideia de isso é possível, com base numa diplomacia federativa ativa, profissionalizada, voltada para o estabelecimento de relações de coo-peração mútua e sustentáveis não apenas com a China, mas com outros parceiros internacionais, com o intui-to de promover o desenvolvimento do nosso estado em todas as suas dimensões.

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202042 43Agosto/2020

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Rômulo S. Polari F. – Diretor Presi-dente – CINEPLígia Feliciano – Vice-Governadora do Estado da ParaíbaJoão Azevedo – Governador do Esta-do da Paraíba.

A China é um parceiro estratégi-co para o Nordeste. A Paraíba ressalta esta parceria. De 2010 a

junho de 2020, o volume de comércio entre o País e o nosso Estado superou US$ 1,4 bilhão. Na pauta de exporta-ção para aquele País , vendemos calça-dos, fios têxteis, minérios e concentra-dos dos metais de base, frutas e sucos, entre outros produtos. O Estado quer estreitar as relações para tornar mais amplo o volume de negócios.

Em julho de 2019, por dele-gação do governador João Azevêdo, li-derei uma comitiva de paraibanos, em visita de oito dias à China. Participa-ram da delegação integrantes do go-verno como o secretário do Turismo e Desenvolvimento Econômico, Gus-tavo Feliciano, o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), Rômulo Polari Filho, a presidente da Companhia Docas da Paraíba (Docas-PB), Gilmara Te-móteo, o deputado estadual Melchior Batista, além do secretário de Desen-volvimento, Indústria e Comércio de Lucena, José Maria Pereira, e o presi-dente do Sindicato Sucroalcooleiro da Paraíba, Edmundo Coelho.

Em Pequim, a delegação se reuniu na Embaixada do Brasil na China, no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi-mentos (Apex) e na China General Nuclear Power Corporation (CGN), empresa que atua na área de energia, por todo o mundo.

Na cidade de Zhoushan, estivemos no estaleiro IMCYY, considerado o maior operador de reparos de navios do mundo. Na ocasião, me reuni com o presidente da empresa, Mr. Chen e discutimos o protocolo Brasil-China com vistas à implantação do esta-

governo paraibano foca projetos e investimentos com chineses

leiro de reparos em Lucena com perspectiva de injetar R$ 3,5 bilhões na eco-nomia do estado durante a cons-trução e gerar seis mil empre-gos. Conversa-mos também sobre disponibi-lidade de mão-de-obra qualificada e equipamentos para o estaleiro que a ser instalado na Paraíba. a implantação do estaleiro vai transformar a realidade dos mu-nicípios diretamente beneficiados e de toda a Paraíba.

A comitiva participou de várias re-uniões e rodada de negócios com o objetivo de atrair investimentos de

Foram oito dias de muito trabalho para trazer boas repostas para os paraibanos. Toda a comitiva da missão Paraíba-Chi-na esteve empenhada em levar as poten-cialidades do nosso estado por cada can-to que passamos. A experiência da visita ao País foi muito im-portante e alcançado o objetivo de cumprir uma das etapas do protocolo de inten-ções que foi firmado entre o Governo do Estado e as empresas. E não temos dúvidas de que a implan-tação do estaleiro vai transformar a realidade dos municípios diretamente beneficiados e de toda a Paraíba.

É válido destacar que em 2019, fui recebida pela Cônsul-geral da China em Recife, Yan Yuqing, onde conver-

empresas chinesas nas áreas de pes-quisa, energias renováveis, turismo, pesca, agricultura e infraestrutura para o estado. A visita foi encerrada na ci-dade de Hangzhou, em uma reunião que participei com demais membros do grupo com o vice-governador da Província de Zhejiang, ZhuCongjiu.

samos sobre as parcerias já existentes entre o país e a Paraíba. Também par-ticiparam do encontro o cônsul-geral adjunto da China no Recife, Shang Siyuan, e o cônsul comercial, Shao-Weitong.

A Cônsul-geral da China em Reci-

fe, Yan Yuqing, manifestou também a disposição de realizar um encontro entre empresários e investidores chi-neses para discutir também parcerias econômicas.

Após a pandemia da Covid-19, va-mos dar continuidade aos seminários e reuniões, entre a Paraíba e a China. O povo paraibano, nordestino, brasi-leiro é amigo do povo chinês.

Nesse mês, quando os dois países completam 46 anos de relação diplo-máticas, ressaltamos que foi um perío-do significativo e não tenho dúvidas que o relacionamento vai ficar cada vez mais forte. Reitero que a sólida amizade Brasil-China é leal e confiável, não refletindo apenas na área comer-cial, mas também na política, cultura e educação. E tem como base os ensina-mentos do filósofo chinês Confúcio: “ Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa”.

Comitiva do Governo do Estado visita estaleiro IMCYY

Vice-governadora Lígia Feliciano com o vice-governador da

Província de Zhejiang, Zhu Congjiu

Fotos: DivulgaçãoRevista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202044 45Agosto/2020

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claramente focados em crescer juntos, respeitando, cada um, o espaço do ou-tro e, essencialmente, sua soberania.

Nosso estado está ansioso por pro-jetos ainda maiores. Sua gente se pre-para e o governo prepara o Maranhão. Obras adequam nossa infraestrutura a grandes movimentações. Nosso Porto do Itaqui, que segue batendo recordes de escoamento de grãos, continua se modernizando; hoje temos 14 obras rodoviárias em andamento, incluin-do pontes e construção de rodovias; temos ampliado investimentos em tecnologia e inovação, e muito mais. Nossa intenção é continuar a tarefa de estreitar os laços comerciais, re-conhecendo a grandeza de um país que soube reinventar seus processos e que pode nos ajudar no caminho ao desenvolvimento.

Foto: Divulgação

Por carLos branDãoVice-governador do estado do maranhão

cooPeração, amizaDee PersPectiVas entreo maranhão e a china

China é um país de cultu-ra milenar que teve que se reinventar muitas vezes ao longo da história. Entre tan-

tas batalhas - além de pobreza e fome -, com a reforma do sistema econômico e a abertura de suas fronteiras em 1978, o país alcançou um crescimento sus-tentado do PIB e se tornou a segunda maior economia do mundo. Resultado de um grande esforço nacional e muito planejamento. Por seu trabalho e von-tade política, o país se transformou e chamou a atenção do mundo. Muitos olhares se voltaram para a China em busca de conhecê-la melhor. Com uma massa trabalhadora gigante e investindo em tecnologia, o país enxergou opor-tunidades e vem construindo diversas pontes com muitas nações.

O Maranhão, desde o início do go-verno Flávio Dino, em 2015, reconhe-ce a importância do país asiático para a economia mundial e busca estabelecer uma parceria sólida com os chineses, em prol do desenvolvimento do nosso estado. Avançamos muito e, hoje, a China já é um dos nossos principais parceiros comerciais. Uma ampla via de mão dupla, onde exportamos grãos e minério de ferro e compramos com-ponentes e insumos agrícolas para os produtores locais. No entanto, tra-balhamos e acreditamos que pode-mos expandir ainda mais essa relação,

pautada em confiança e segurança jurídica. Desde 2017 que, sob o acom-panhamento da vice-governadoria, a Secretaria de Indústria, Comércio e Energia do Maranhão realiza missões empresariais, com o objetivo de parti-cipar da maior feira multissetorial do mundo, a Canton Fair.

Mas, temos ido além. O governo maranhense se empenha em garantir o sucesso de diversos investimentos diretos, com a certeza de que pro-duzirão efeitos positivos para nossa gente. Outro ponto de interseção é a possibilidade de se trazer para cá inovação tecnológica; novas técnicas empresariais e administrativas, além de outros ganhos que podem resultar na expansão de nossa capacidade pro-dutiva, impulsionando a geração de emprego e renda em nosso estado. Na busca por novos projetos, já temos em andamento a construção de um porto privado na Ilha de São Luís – um in-vestimento de, aproximadamente, R$ 2 bilhões, que pretende movimentar 10 milhões de toneladas de carga ao ano; gerar, na fase de instalação, 2.500 empregos diretos, no pico das obras, e 7.500 empregos indiretos; e na fase de operação, gerar 800 postos de trabalho – cuja principal investidora é a em-presa chinesa China Comunication Construction Company (CCCC). Também, estamos numa longa jor-

nada de negociação para a instalação de um complexo siderúrgico – um investimento de US$ 1 bilhão, com a estimativa de gerar algo em torno de cinco mil empregos. E ainda temos buscado projetos de cooperação na produção de grãos e para a instalação de uma esmagadora de soja, no intuito de expandir nossa produção e aprovei-tar melhor nossa infraestrutura local, que conta com portos, rodovias, ferro-vias e hidrovias.

O melhor de tudo é que nossa re-lação não está sendo construída de uma hora para outra. Nosso governo recebeu a primeira delegação chinesa ainda em abril de 2015. Depois dis-so, vários encontros foram realizados; viagens e eventos foram pensados em conjunto. Assim, iniciamos nossa his-tória de amizade e cooperação. E já tivemos algumas conquistas impor-tantes, embora a jornada seja longa e árdua. E nessa estrada, ouvimos um belo conselho de Confúcio, o mais famoso filósofo e pensador político da China: “você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer”.

Em solo chinês, pessoalmente pela primeira vez em novembro de 2015, tive a honra de conhecer sua história, sua cultura, grandes empresas e ouvir muito sobre como são construídos o seu planejamento econômico e das próprias cidades. Além disso, apre-sentei nosso estado e tive contato com estratégias de negociação de possíveis investidores. No Brasil, aproximando

um pouco mais o Maranhão da China, implantamos em terras maranhenses, em 2018, o Instituto Confúcio. Por tudo isso, participar das comemora-ções do dia da Imigração Chinesa, para mim, é uma honra.

A amizade entre nossos povos tam-bém está sendo fundamental na luta contra a pandemia da Covid-19. Os chineses se mostraram parceiros nessa hora, tanto na doação de EPIs quanto no fornecimento de equipamentos médicos.

Sentimos que já poderíamos ter avançado mais em nossa relação co-mercial. Porém, a instabilidade da economia e dos próprios movimen-tos políticos nacionais, dificultaram a obtenção de resultados melhores para ambos. A crise sanitária mundial, desacelerou ainda mais o processo.

Mas, o Maranhão acredita em uma retomada. Até porque, pensamos que uma forte amizade Brasil/China seja fundamental para a retomada de nos-so crescimento econômico.

Os chineses seguem expandindo seus investimentos através do projeto da Nova Rota da Seda, conhecido como “One Belt, One Road”. E, cer-tamente, seria bom para o Maranhão fazer parte dessa rota. Temos uma economia com grande potencial; uma localização privilegiada; uma boa in-fraestrutura para o escoamento da produção; recursos naturais e um po-tencial turístico enorme. Nós só pre-cisamos de oportunidades, e as temos buscado ao longo desses cinco anos, com a certeza de que a nossa aproxi-mação com a China é de ganhos mú-tuos, o que se consegue com governos

a

Carlos Brandão: “o Maranhão reconhece a

importância da China”

中国—马拉尼昂:合作、友谊和前景

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202046 47Agosto/2020

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m maio, por indicação mi-nha, a China venceu a 3ª edi-ção do Prêmio Internacional País Amigo de Pernambuco,

um título conquistado por ter desen-volvido projetos e ações ambientais, culturais, educacionais, comerciais, econômicas e sociais que trouxeram benefícios ao estado, além de todo o suporte dado durante a pandemia da Covid-19. Para além do título e do fato de ter sido instalado em Pernam-buco o Consulado Geral Chinês no Brasil, a promoção da amizade entre o estado e o gigante asiático se dá pelo contínuo desenvolvimento de um elo estratégico que reafirma as contri-buições e progressos da comunidade chinesa residente em Pernambuco.

É de extrema importância estrei-tarmos cada vez mais os laços com esse país, que, além da riqueza cul-tural, tem muito a nos ensinar sobre infraestrutura, inovação e negócios, além de ser modelo quando o assunto é estabilidade, já que seu modus ope-randide fazer política é por meio de planejamento e projetos a longo prazo. A China, acertadamente, não protela ações: ela avança.

E é seguindo o exemplo de avan-ço chinês que trabalhamos para que Pernambuco siga avançando. Nosso estado é reconhecidamente o centro

Foto: Divulgação

Por romero saLes fiLho - Deputado estadual

a Distância é aPenas geográfica

e de comércio, indústria e transporte do Nordeste. A tradiçãoagrícola, o Porto de Suape - um dos maiores do país - o Polo Automotivo de Pernambucoe o Porto Digital, referência de parque tecnológico e inovação, são potencia-lidades pernambucanas reconhecidas, mas esse potencial ainda não é total-mente aproveitado.

Brasil e China mantêm importantes relações comerciais, já temos quase 300 empresas chinesas no país. Só em 2018, foram 100 bilhões de dólares investidos. Mas, infelizmente, apenas uma pequena parte desse montan-te veio para Pernambuco e para o Nordeste.O Brasilé o quarto maior destino de investimentos externos da China. Todavia, o Nordeste repre-senta uma irrisória fatia de 3% desse universo de investimentos. É hora de valer-se de todo esse intercâmbio e aprendizado para gerar novas opor-tunidades para o povo pernambucano.

Vamos juntos olhar para frente, e é esse olhar para o futuro que gostaria de destacar. Hoje, a China é quem mais investe em energias renováveis no mundo, e o Nordeste tem uma vo-cação natural para a geração solar e eó-lica, concentrando 85% do potencial eólico do Brasil.Destacamos também, em Pernambuco, áreas de agronegócio com as culturas da cana-de-açúcar e a

da fruticultura irrigada e o maior con-junto de jazidas de minério de gipsita do País, com reservas estimadas em 1,22 bilhões de toneladas.

Alguns passos já foram dados. Em Ipojuca (PE) está instalada a maior central de operação logística do setor solar do Brasil. Possui estrutura supe-rior a 30.000 m², para atender as vo-lumetrias dos principais Players mun-diais:Canadian Solar; Risen; Longi e Yingli Solar. Operando mais de 200 containers por mês, importados da China, volume este superior a R$ 700 milhões em mercadoria no seguimen-to solar. Só a Canadian Solar repre-senta o maior volume geral, dentro do Brasil, com operações acima de 4 bilhões de reais ao ano, sendo que 30% em média dessa operação em Pernambuco.

Em Suape, aconteceu a aquisição do terminal de tancagem e do grupo Total Combustíveis pela PetroChina, nascendo um novo grupo, aPetronac. Com sede no Recife (PE), escolheu nosso estado para lançar os primeiros postos com bandeira própria, pela po-sição estratégica privilegiada. A rede está entre as cinco maiores distribui-doras de combustível do Brasil, pos-suindo quatro quatro bases próprias de distribuição (Bahia, São Paulo, Goiás e Distrito Federal). A força do

portfólio de atuação da PetroChina Internacional (Hong Kong) Corpo-ration Limited (PCIHK) no mun-do trouxe vantagens competitivas na atuação no Brasil.

Em 2014, no Recife, foi inaugu-rado, no Instituto Federal de Edu-cação, Ciência e Tecnologia de Per-nambuco (IFPE), um datacenter dos Centros de Dados Compartilhados

(CDC). Uma iniciativa dos Ministé-rios da Ciência, Tecnologia e Inova-ção (MCTI) e da Educação (MEC), coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), em par-ceria com instituições de ensino e pesquisa nas regiões Norte e Nordes-te, com a empresa chinesa Huawei, responsável pela doação e instalação dos equipamentos.

Pernambuco também tem o pri-vilégio de ter o primeiro e único Instituto Confúcio de referência no Nordeste, um reconhecido instituto de ensino da língua e da cultura chi-nesas. A implementação do Instituto nasceu do convênio entre a UPE e a Sede Central do Instituto Con-fúcio (Hanban), em parceria com a Universidade Central de Finanças e Economia, em Beijing.

Pernambuco e Recife estabelecem intercâmbios amigáveis que saem do campo econômico e entram no cul-tural e social. O Festival de Feliz Ano Novo Chinês, realizado em Pernam-buco, e o Festival Internacional, que contou com a participação da Or-questra Criança Cidadã na China re-forçam essa importante troca cultural.

No campo social, o governo de Per-nambuco e a Prefeitura do Recife ma-nifestaram a solidariedade a Sichuan e Guangzhou, diante do sofrimento dessas localidades com a Covid-19. Por meio do intercâmbio entre as ci-dades-irmãs, mais de 20 províncias e cidades, e mais de 30 empresas da China fizeramdoações a cidades bra-sileiras. O consulado chinês ofereceu roupas de proteção, máscaras e ou-tros materiais à Polícia Federal e aos hospitais, assim como a comunidade chinesa em Pernambuco que dedicou o seu amor e mostrou o sentimen-to com o projeto “grande amor sem fronteiras”.

No próximo dia 15 de agosto, é ce-lebrado o Dia do Imigrante Chinês no Recife. A data, que marca a retoma-da das relações diplomáticas entre os dois países, deve ser muito celebrada, pois a China não é apenas um grande catalisador do desenvolvimento, mas também de humanidade.Traçamos uma rica história até aqui, mas ain-da há muita cooperação pela frente. Agradecemos ao povo chinês, certos de que China e Pernambuco perma-necem unidos, provando que distancia geográfica não é barreira.

Romero Sales Filho expõe posição

como parlamentar pernambucano

万里尚为邻

cooperações Locais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202048 49Agosto/2020

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Consulado Geral da República Popular da China no Recife possui jurisdição consular so-

bre 8 (oito) estados da região Nor-deste, incluindo: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Ser-gipe. Apesar do estado da Bahia não fazer parte da nossa jurisdição consular, ele tinha e tem vínculo com os outros 8 (oito) estados do Nordeste e promoveu a criação do Consórcio Nordeste, integrando todos os 9 (nove) estados nordes-tinos do Brasil, ampliando ainda mais a perspectiva de coopera-ção do Nordeste brasileiro com a China.

A região Nordeste desempenha um papel de destaque na história brasileira. O Cabo de Santo Agos-tinho, em Pernambuco, por exem-plo, é considerado o primeiro local de chegada do navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón ao Brasil, em 26 de janeiro de 1500, ocorrida aproximadamente três meses antes da descoberta do Brasil, creditada inicialmente à chegada do des-bravador português Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro, na Bahia, em 22 de abril de 1500.

Em função de suas diferentes características físicas, a região é dividida em 5 (cinco) biomas, pos-sui belas paisagens, ricos recursos

a Promissora cooPeração econômica e comerciaL entre a china e o norDeste Do brasiL tem muito mais Para exPanDir

Fotos: Divulgação

Por shao Weitong - cônsul comercial da china no recife

o naturais e locali-zação estratégica privilegiada: fica próxima ao ca-nal principal do Atlântico Sul e do Canal do Pa-namá, além de ser a região do Brasil mais pró-xima da Europa e da África. Vale ressaltar que, de-vido à proximi-dade do equador magnético, fo-ram estabeleci-dos respectiva-mente Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) em Natal, no estado do Rio Grande do Norte e Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) em São Luís, no estado do Maranhão.

A região nordeste do Brasil tam-bém foi a primeira área desenvolvida durante o período colonial. A base da economia colonial era a agropecuária, além do engenho de açúcar, destacou-se, também, a produção de tabaco e de algodão. Após séculos de desen-volvimento, a indústria e o turismo estão desempenhando um papel cada vez mais importante no desenvolvi-mento econômico local. Além disso, atualmente, os principais segmentos

em ser o primeiro cônsul comercial a oferecer ativamente serviços nos seto-res econômico, comercial, e de inves-timentos entre os dois países.

Estabelecemos laços estreitos de cooperação com as Secretarias Es-taduais de Pernambuco, dentre elas a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDEC), a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), a Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação (SETEQ), a Secretaria de Turismo e Lazer (SE-TUR), a Secretaria de Infraestrutu-ra e Recursos Hídricos (SRHE), e outras. Ainda no âmbito estadual, estabelecemos fortes parcerias com

o Complexo Industrial Portuário de Suape (SUAPE) e com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD DIPER) e, no âm-bito federal, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e In-vestimentos (APEX-Brasil) e a Su-perintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Também construímos intensas cooperações com os representantes e autoridades governamentais da área de desen-volvimento econômico dos outros 7 (sete) estados do Nordeste brasileiro sob a nossa jurisdição, tendo realizado rodadas de negócios, exposições de promoção comercial, além de semi-

nários sobre investimentos, infraestrutura, energias re-nováveis, proteção ambien-tal, dentre outros eventos relevantes, os quais conta-ram com a participação de representantes de empre-sas chinesas e convidados das delegações econômicas e comerciais dos governos provinciais chineses de Si-chuan e de Qinghai.

A Cônsul-Geral, Sra.Yan Yuqing, também chefiou co-mitivas empresariais chine-sas em visitas ao Maranhão, Alagoas e Rio Grande do Norte, dentre outras unida-des da federação brasileira, no intuito de manter tratati-vas econômicas e comerciais com os governos estaduais, além de avaliar projetos de

investimento recomendados pelos go-vernos locais.

Nosso consulado também auxilia empreendedores do Nordeste a par-ticiparem da Exposição Internacional de Importação da China, da Chi-na Import and Export Fair (Feira de Cantão), dentre outros eventos em território chinês. Além de realizar 2 (dois) seminários bilaterais na China sobre tópicos econômicos e comer-ciais, também viabilizamos várias va-gas em cursos e treinamentos inter-nacionais na China para servidores públicos e empresários brasileiros de várias instituições nos estados sob a nossa jurisdição consular.

industriais também incluem software, mineração, pesca, alimentos e bebidas, produtos biofarmacêuticos, álcool, pe-troquímico, indústria automotiva e construção naval.

Inaugurado em 2016, o Consula-do Geral da China no Nordeste do Brasil está sediado em Recife, capital do estado de Pernambuco, e atende a todos os 8 (oito) estados da nossa ju-risdição consular, além de desenvolver ativamente as relações econômicas e comerciais bilaterais. Para fortalecer a cooperação econômica e comercial entre o Brasil e a China, o consulado geral criou um posto dedicado a ser-viços comerciais e me sinto honrado

Seminário de intercâmbio dos empreendedores

Cônsul comercial em

Recife,Shao Weitong:

Nordeste com destaque

中国同巴西东北部经贸合作大有可为

cooperações econômicas e comerciais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202050 51Agosto/2020

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Atualmente, a cooperação econô-mica e comercial entre a Chi-na e o Nordeste do Brasil vem

se desenvolvendo de vento em popa. Os governos estaduais reforçaram as vantagens e os planos de desenvolvi-mento disponíveis com o intuito de atrair ativamente o investimento chi-nês através da oferta de incentivos fis-cais e facilitações comerciais. A escala de investimento das empresas chinesas está crescendo cada vez mais, e com áreas de investimento cada vez mais diversificadas. Ambas as partes têm amplas perspectivas de cooperação nos segmentos de energias renováveis, in-fraestrutura portuária, comunicações, saneamento, agronegócio e pesca. Com aquisições junto à CPFL Energia, a State Grid Brazil Power Participações S.A. (SGBP) possui hoje um grande estoque de ativos na CPFL Renová-veis. Em 2019, a SPIC Brasil Energia Participações S.A. estabeleceu uma nova empresa em Natal, capital do Rio Grande do Norte, com a aquisição de novos projetos de energia eólica e solar no Brasil.

Com a aquisição da Gamma e Atlantic(incluindo a maior usina so-lar atual Nova Olinda), a CGN Brasil Energia e Participações S.A. entrou no mercado brasileiro de energia lim-pa, com foco no desenvolvimento e operação de energia eólica e solar.

A CCCC South America Regio-nal Company investe em um pro-jeto greenfield chamado Porto de São Luís, no estado do Maranhão. A China Unicom do Brasil Teleco-municações Ltda. realizou o Projeto South Atlantic Inter Link (SAIL) com construção e implementação do cabo submarino que interliga Forta-leza, no Brasil, a Kribi, no Camarões.

Em setembro de 2018, o grupo CNPC finalizou oficialmente a aqui-sição de uma participação de 30% de TT Work. Em setembro de 2019, a PetroChina do grupo CNPC enviou oficialmente uma equipe de opera-ção e gerencia-mento para joint venture para de-sempenhar as responsabilida-des dos acionis-tas em nome de Petrochina. Com a participação de TT Work, a Pe-troChina se tor-nou a primeira empresa inter-nacional de ener-gia que entra no mercado brasi-leiro nacional de distribuição de combustível.

É importan-te ressaltar que, devido ao vasto território bra-sileiro e ao alto custo de logística e distribuição, é difícil cobrir efe-tivamente toda a região Nordeste a partir do cen-tro econômico de São Paulo. As empresas si-no-bras i le i ras podem aumen-tar sua atuação no mercado da região Nordeste, através de inves-

timento em fábricas para atenderem todo o mercado regional, além de po-derem distribuir para todo o mercado nacional e internacional a partir daqui. A ZTT do Brasil Ltda. e a Eletra Indústria e Comércio de Medidores

Visita da cônsul geral, Yan Yuqing ao Rio Grande do Norte

governos estaduais reforçam a expansão dos investimentos

Elétricos Ltda. realizaram investi-mentos bem-sucedidos.

Desde 2009, a China é o maior par-ceiro comercial do Brasil e, assim, por 11 anos consecutivos, tem se mantido como o maior mercado de exportação e fonte de importações do Brasil. A China e o Brasil têm fortes comple-mentaridades econômicas e amplas perspectivas de cooperação comercial e de investimentos. Da mesma forma, a China e o Nordeste do Brasil têm

um grande potencial de cooperação econômica e comercial. No futuro, nosso consulado continuará a apoiar os profissionais que promovem o de-senvolvimento econômico e comercial entre a China e o Brasil, continuará a realizar os intercâmbios que ser-vem como plataforma para promo-ver visitas mútuas de delegações das províncias chinesas e dos estados do Nordeste brasileiro.

Promoveremos a visita à China dos

representantes do Consórcio Nordes-te no momento mais apropriado. Con-tinuaremos a auxiliar os empresários a participarem de feiras e exposições, facilitando e apoiando a cooperação mútua entre os dois países. Faremos todos os esforços para aprimorar o desenvolvimento de uma cooperação abrangente, multissetorial e sólida en-tre a China e o Brasil, fortalecendo o desenvolvimento da parceria estraté-gica ampla entre dois países.

Foto: DivulgaçãoRevista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202052 53Agosto/2020

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Foto: Divulgação

Por zhang xin - secretário-geral da associação brasileira de empresas chinesas (abec)

DeDicar-se a serVir De imPuLsionaDor Da cooPeração sino-brasiLeira

Associação Brasileira de Empresas Chinesas (ABEC), nasceu na onda de desenvolvimento vi-

goroso da cooperação econômica e comercial entre a China e o Brasil. Desde a fundação, a ABEC tem rece-bido apoio forte das empresas chine-sas. Atualmente 31 empresas dos seus associados são de Fortune Global 500 e a sua influência continua a aumen-tar. Também estabelecemos sucessi-vamente seis comitês profissionais, incluindo o de finanças, de manufatu-ra, de energia, de transporte e infraes-trutura, de agricultura e de tecnologia da informação, que fornecem um bom fundamento para o desenvolvimento da cooperação industrial e o fortaleci-mento da autogestão dos setores.

corremos no caminhoDa cooPeração sino-brasiLeira A China mantém-se como o maior

parceiro comercial do Brasil há onze anos consecutivos. O volume de co-mércio bilateral de 2019 ultrapassou US$ 115,3 bilhões. Também é uma das principais fontes de investimento estrangeiro no país. O estoque acumu-lado do investimento no Brasil chegou a US$ 80 bilhões. Diante da boa base da cooperação, comunicamo-nos com o governo, os estados, os municípios e

as empresas brasileiras para estabele-cer uma boa imagem de investimento chinês e de Made in China e criar ati-vamente um ambiente público favorá-vel à amizade sino-brasileira. Organi-zamos várias atividades econômicas e comerciais e visitas de negócios para promover intercâmbio e cooperação aprofundadas entre comunidade in-dustrial e comercial dos dois lados e ajudar as empresas chinesas a receber oportunamente informações de negó-cios e descobrir mais oportunidades de investimento. Coletamos infor-mações e acompanhamos o progresso das reformas no Brasil de modo que as empresas chinesas possam conhe-cer o ambiente de negócios e evitar riscos de mercado. Além disso, tenta-mos oferecer serviços jurídicos, como arbitragem e mediação para ajudar as empresas a resolver disputas. Acredi-tamos firmemente que a estrada da cooperação sino-brasileira será capaz de ficar cada vez mais ampla.

Praticamos atiVamentea resPonsabiLiDaDe sociaL.Desde o início deste ano, o surto de

coronavírus ocorreu nos vários países do mundo, ameaçando a segurança de saúde pública global e saúde das pessoas, causando consequências ne-gativas, como recessão econômica e interrupção da cadeia de suprimen-

mas econômicas. Recentemente, rea-lizamos webinars com Ministério da Infraestrutura e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-cial (BNDES) para apresentar os pro-jetos de concessões de infraestrutura e os projetos de privatização, ajudando as empresas chinesas a planejar negó-cios no mercado brasileiro do período pós-pandemia, e também mostramos a nossa confiança nas perspectivas econômicas do Brasil. Estamos dis-postos a continuar trabalhando estrei-tamente com o governo brasileiro para apresentar as sugestões sobre aperfei-çoamento do ambiente de negócios, a fim de apoiar e elevar a competitivi-dade da economia brasileira.

DeDicamo-nos a PromoVero aProfunDamento DacooPeração internacionaLDo norDeste Do brasiLA região Nordeste possui vanta-

gens de localização, recursos naturais abundantes, energia renovável, povo caloroso e amigável, além de poten-cial de desenvolvimento econômico, ocupando uma posição importante no mapa político e econômico do Brasil. O investimento das empresas chinesas no Nordeste, como no setor de porto, de energia, de agricultura, de tecnologia da informação e ou-tros está aumentando. Realizamos o evento de apresentação dos proje-tos de infraestrutura de Pernambuco com os nossos parceiros brasileiros

a tos. A ABEC solidarizou-se ao povo brasileiro e uniu os associados a as-sumirem a responsabilidade social. Até meados de julho, foram doados mais de R$ 15 milhões de materiais, que incluem ventiladores pulmona-res, monitores, macacões de proteção, máscaras e outros equipamentos e materiais de saúde urgentes. Além disso, providenciamos a tradução do Manual de Prevenção e Controle da Covid-19, organizando vários we-binars que introduzem para o Brasil as experiências da China em relação à prevenção, controle da pandemia e retomada da produção com os gesto-res das empresas chinesas de energia, telecomunicações, finanças, água e saneamento, entre outros, estando fir-mes nos seus postos de comando para garantir o funcionamento normal du-rante a pandemia dando importantes contribuições no combate à pandemia no Brasil.

estamos firmementeotimistas sobre asPersPectiVaseconômicas Do brasiLEmbora a pandemia tenha um

grande impacto no Brasil, os recursos naturais abundantes e um enorme potencial de desenvolvimento do Bra-sil não mudaram a determinação do governo brasileiro de acelerar refor-

Zhang Xin: “nos dedicamos a

respeitar o Nordeste”

努力当好服务中巴合作的轻骑兵

e organizamos as empresas chi-nesas para visi-tar Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas com a Cônsul Geral do Con-sulado-Geral da República Popu-lar da China em Recife. Estamos dispostos a dar continuidade no desenvolvimen-to e a revitaliza-ção do Nordeste com a cooperação pragmática entre a China e o Brasil, buscando o maior divisor comum e organizaremos lançamento de proje-tos, matchmaking de empresas, visita de negócios e mais outras atividades com os estados do Nordeste, para ajudar mais empresas chinesas a co-nhecerem e investirem no Nordeste, encontrando as melhores oportuni-dades de negócios.

cooperações econômicas e comerciais

Por ocasião do Dia Nacional da Imigração Chinesa e do aniversário do estabelecimento das relações di-plomáticas China-Brasil, estamos dispostos a buscar o consenso entre os dois Chefes de Estado, superando o impacto da pandemia, criar novas oportunidades no processo de reto-mada econômica e da produção no Brasil e abrir o novo capítulo da coo-peração entre a China e o Brasil.

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202054 55Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por LiDe china

a cooPeração estratégica e a amizaDe sino-brasiLeira

Brasil foi o primeiro país da América Latina a de-senvolver comércio bila-teral com a Chinaemní-

velacima de USD 100 bilhões. Após o estabelecimento das relações di-plomáticas em 1974, Brasil e China elevaram as relaçõesaonível de par-ceria estratégica global em 2012 e o gigante asiático é o maiorparceiro comercial do Brasil desde 2009.

Vale dizer que a China e o Bra-sil sãointerdependentes e podem se beneficiar substancialmente dessa-relaçãoganha-ganha, vez que essa-relaçãosul-sul é vista por ambos os países como umarelação estratégi-ca de longo prazo, pacífica e sem histórico de guerras, sendo nítida a intensificação do comércio, o au-mento do fluxo de investimentos, a promoção de parceria concreta e a efetivaintegração para atingirem resultados mutuamente positivos, tanto que foiconstituída a Comis-são Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COS-BAN) em 2004 como mecanismo de diálogo político regular entre os dois países e foi firmado o Plano Decenal de Cooperação e do Diálogo Estra-tégico Global (2012-2021), como objetivo de assinalar as áreas priori-tárias e os projetos-chave emciência, tecnologia e inovação, cooperaçãoe-conômica e intercâmbio entre os povos sino-brasileiros.

Nesse sentido, é importante res-saltar que o Plano Decenal de Coo-

José Marcelo Braga NascimentoChairman do LIDE

China

Everton Gabriel MonezziVice-Chairman do LIDE ChinaJosé Ricardo dos

Santos Luz JúniorCEO do LIDE China

leo, celulose e proteína animal, além do comércioeletrônico, mas poderá intensificar a parceria de investi-mento com a China na área de alta tecnología, principalmente no con-texto da indústria 4.0, através da re-volução dos meios de produçãocom o desenvolvimento do machine lear-ning, internet das coisas e o big data.

Dados os recentesdesafiosao mul-tilateralismo, a necessidade de re-forma da governança mundial, dada a nova arquitetura global na era da quartarevolução industrial, a coo-peração pragmática sino-brasileira deve superar as ideologias e respei-tar os diferentes sistemas sociais, buscando sempre o caminho de de-senvolvimento e coexistência pacífi-cos, como objetivo de construirmos juntos a ponte econômica, política e

toeconômico e social da China, bem como as metas e prioridades do país, o mundo vive numaaldeia global e é hora de superarmosem conjunto as diferenças para promovermos a construção de futuro compartilha-docom toda a humanidade.

O LIDE China espera que a data de 15 de agostosejasemprecomemo-rada para relembrarmos a importân-cia do estabelecimento das relações diplomáticas entre China e Brasil, como também o Dia da Imigração-Chinesa.“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha” (Confúcio).

o

peração Brasil-China (2022-2031) émaisumaoportunidadepara explo-rar o arcabouço institucional sino-brasileiro e um momento singular para se debater acerca da implemen-tação de projetos simbólicos, como por exemplo a ferroviabioceânica para interligar a malhaferroviária entre Brasil e Peru, pois é indiscu-tível o peso muitomaior da Ásia e especialmente da China nos fluxos de comércio, investimentos e tec-nologiasmundiais e o Brasil precisa adotaressavisão global e estratégica para o desenvolvimento doméstico interno.

Semprejuízo, Brasil e China po-demaindaestabelecerumacordo de livrecomércio, bem como têmu-maoportunidade de estreitarain-

damais os laçoseconômicos e co-merciaisatravés da adesão do Brasil à política de Cinturão e Rota estabe-lecida pelo Governo do Presidente Xi Jinpingem 2013, com o principal objetivo de conectar a China aos-seusparceiros por meio do desenvol-vimento das frentes de infraestrutu-ra, tecnologia e saúde.

É inquestionável a possibilidade da China desenvolver e aprofundar a relaçãocom o Brasil no momento pós-pandemia nas áreas agrícola, energialimpa, mineração, infraestru-tura, comércioeletrônico, manufa-tura inteligente e telecomunicação, especialmente comênfase natecno-logia 5G. O Brasil játemcooperação pragmática na área de commodities-como soja, minério de ferro, petró-

中巴战略合作与友谊

social sino-bra-sileira.

C o n s o a n t e inclusive enfa-tizado na últi-ma reunião das duassessõeschi-n e s a s e m m a i o de 2020, consti-tuídas pela As-sembleia Popu-lar Nacional e pela Conferên-cia Consultiva Política do Po-voChinês – cru-ciaisreuniõesem que são trans-mitidas as infor-mações sobre o desenvolvimen-

cooperações econômicas e comerciais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202056 57Agosto/2020

Page 30: Governo de Sergipe - 《东北杂志》中国专刊目录 · 2020. 8. 18. · 10. povo aCima de tudo, vida aCima de todos Consulado Geral da China no Recife ... amizade sino-brasileira

Fotos: Divulgação

Por chang Yunbo, chairman da cccc southamerica regional company

trabaLhanDo juntos no Desenho De um PLano De cooPeração sino-brasiLeira no âmbito De infraestrutura

Chairman Chang Yumbo, comandando grandes ações e investimentos

Porto de São Luiz

m 2016, guiada pela es-tratégia “desenvolvimen-to prioritário no exterior”, a China Communications

Construction Company (denominada doravante como “CCCC”) respondeu instantânea e ativamente à iniciativa “ um Cinturão uma Rota”, criando assim a sua primeira unidade com persona-lidade jurídica no exterior –a CCCC South America Regional Company (denominada adiante como “CCCC S.A.”) em São Paulo, Brasil. Nos úl-timos quatro anos, graças ao relacio-namento sino-brasileiro cada vez mais estreito e ao constante desenvolvimen-to da cooperação bilateral, sob a lide-rança da sede do grupo, da embaixada e dos consulados chineses no Brasil, a CCCC S.A. tem contribuído muito no âmbito da cooperação bilateral. Após a implementação do plano de "três etapas", composto pela integração de recursos, pela construção de uma plata-forma local e por excelência na atuação como concessionária, a CCCC S.A. está desempenhando também o papel de construtora, investidora, desenvol-vedora e operadora de infraestrutura para fortalecer ainda mais a cooperação entre Brasil e China.

1. crie uma PLataformaLocaL e atue com efeitosinérgicoApós muita pesquisa e uma seleção

minuciosa e me-ticulosa, a CCCC S.A. concluiu em 2017 o proces-so de aquisição de participação e controle na maior empresa priva-da de consultoria e engenharia do Brasil, a Concre-mat. A CCCC S.A. planejou uma transforma-ção personalizada para a Concremat, transformando o modelo horizon-tal de negócios e inserindo padrão de competividade, a tecnologia e os recursos do Grupo CCCC como benefícios. Preservando as “vantagens locais” e desenvolvendo suas principais capacidades de negócios por meio da combinação da consultoria e engenharia, forjou-se uma preemi-nência exclusiva da Concremat. Simul-taneamente, a Concremat também se tornou um ponto de apoio firme à ope-ração local no Brasil, inspirando o efeito sinérgico de uma forte aliança.

2. aProVeitanDo asoPortuniDaDes eDestacanDo a marca “cccc”Em 2018, através de aumento de

capital, a CCCC S.A. tornou-se acio-nista controladora do Porto São Luís, no Maranhão. O porto é o primeiro projeto greenfield de infraestrutura de transporte do qual as empresas chi-nesas participam no Brasil e tratando também de um modelo para imple-mentação da iniciativa “um Cinturão uma Rota” no Brasil. Após a conclu-são do projeto, ele se tornará um dos maiores portos de carga a granel em águas profundas do Brasil e um im-portante centro de MTR na região nordeste do país. O porto otimizará e integrará o sistema de logística no norte do Brasil, aumentando sua ca-pacidade, além de melhorar o ambien-

te local e impulsionar as indústrias portuárias, promovendo a economia do interior.

Em 2019, um consórcio chinês li-derado pela CCCC (composto por CCCC e China Railway 20th Bu-reau) venceu a licitação da Ponte Salvador-Itaparica no Brasil. Após a conclusão do projeto, ela se tornará a maior ponte marítima no Brasil e na América Latina. O projeto carrega em seu bojo o “sonho centenário” do povo da Bahia e servirá como testemunho histórico da cooperação amistosa en-tre a China e o Brasil.

3. suPeranDo DificuLDaDese mostranDo resPonsabiLiDaDe

No início de 2020, um surto repen-tino da epidemia de Covid-19 passou a provocar estragos no mundo todo. Inicialmente, quando o povo chinês estava sofrendo com a epidemia, os funcionários da Concremat trabalha-ram incansavelmente para levantar mais de 10.000 peças de materiais antipandêmico no Brasil, na Bolí-via, da Dominica e de outros países

para enviá-los à China. Alguns meses depois, quando a pandemia no Bra-sil se agravou, a CCCC S.A. não se esqueceu de suas responsabilidades sociais. Na circunstância de escassez de materiais antipandêmicos globais, contando com a sede e as unidades fraternas, doamos ao governo do es-tado do Maranhão cinquenta mil lu-vas descartáveis e dez mil máscaras descartáveis de modo que, conjun-tamente com a Concremat, foram doados dezenas de milhares de reais à Cruz Vermelha Brasileira e a outras organizações. A CCCC S.A. envidará todos os esforços para ajudar o povo brasileiro a lutar contra a pandemia e contribuir de maneira devida.

4. trabaLhar juntosPara Desenhar o PLanoDa infraestruturabrasiLeiraTanto a China quanto o Brasil são

grandes países em termos de infraes-trutura, com vasto território e uma grande população. Nos últimos anos, a cooperação em infraestrutura tornou-se um dos importantes norteadores

para a cooperação pragmática bila-teral. Um grande número de projetos específicos está progredindo de forma constante. Desde 2020, a Covid-19 se espalhou pelo mundo, com um forte impacto na economia mundial. Na era pós-pandêmia, a construção de infraestrutura se tornará um meio essencial para amenizar o impacto da pandemia, estimulando o investi-mento e impulsionando a economia. Também proporcionará novas opor-tunidades para a cooperação entre os dois países.

Seguindo seu espírito corporativo de “estamos construindo um mun-do conectado”, a CCCC S.A. conti-nuará acompanhando ativamente os projetos de infraestrutura lançados pelos governos federal e estaduais, de modo a fornecer soluções chine-sas abrangentes e otimizadas para a infraestrutura de transporte brasilei-ra. Desejamos trabalhar em conjunto com empresas brasileiras, desenhando um plano para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil.

Olhando para o futuro, o potencial da cooperação Sino-Brasileira na era pós-pandemia é enorme. O plano de estímulo econômico, que assume o investimento em infraestrutura como pilar central, permitirá aos dois países aprofundarem ainda mais esta parce-ria. Como investidora, construtora e operadora de infraestrutura, a CCCC S.A. continuará otimizando a sua es-trutura de projetos de investimento no Brasil, elevando a cooperação bilateral a um patamar superior.

e

相通共进,擘画中巴基础设施合作蓝图

cooperações econômicas e comerciais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202058 59Agosto/2020

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State Power Investment Group Co., Ltd. (SPIC) é uma empresa estatal chi-nesa de grande porte e im-

portância, com negócios que abrangem energia elétrica e térmica, minério de carvão e alumínio, logística, finanças, proteção ambiental, energia fotovol-taica, serviços para usinas, entre outros. Com um capital social de 45 bilhões Yuans, a SPIC faz parte das 500 maio-res empresas de energia do mundo, sendo a maior em geração de energia fotovoltaica. No final de 2019, sua ca-pacidade total instalada de energia foi de 151 GW e a de energia limpa repre-sentou 50,5%, mantendo uma posição de liderança entre as empresas do mes-mo setor. A SPIC está comprometida com o desenvolvimento internacional e com a implementação da Iniciativa do "Cinturão e Rota", uma estraté-gia de desenvolvimento adotada pelo governo chinês envolvendo desenvol-vimento de infraestrutura e investi-

Fotos: SPIC Brasil

cooPeração e DesenVoLVimento Para beneficio mútuo

aPor Yuan rui - Presidente da sPic brasil

互利合作 发展共赢—国家电投在巴西

Presidente Yuan Rui: empresa com 2 parques eólicos

no Nordeste

dente da China, Xi Jinping, e o atual Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, oficializaram os projetos de coope-ração. Nesta ocasião, a SPIC Bra-sil, o Grupo Prumo (uma companhia controlada pelo EIG Global Energy Partners) e Siemens AG assinaram “o Acordo de cooperação para inves-timento, desenvolvimento, construção e operação das usinas de gás GNA”. O Presidente da SPIC, Sr Qian Zhimin, também estava presente na cerimônia deste pronunciamento em Brasília.

Em 13 de agosto de 2019, o Presi-dente da SPIC se reuniu em Pequim com o Ministro de Minas e Ener-gia do Brasil, Sr. Bento Albuquerque, acompanhado por Shi Jialin, vice-ge-

mentos em países da Europa, Ásia e África. As três principais agên-cias internacio-nais de classifica-ção mantêm seus ratings de crédito Classe A e os ne-gócios pelo mun-do abrangem 64 países, incluindo o Brasil, que juntos somam uma capa-cidade instalada de 5,21 GW.

A SPIC iniciou sua operação no Bra-sil com a aquisição do controle da Paci-fic Hydro Brasil, incluindo a operação de dois parques eólicos no Nordeste e, posteriormente, com a aquisição da Usina Hidrelétrica São Simão em um leilão público ocorrido em setembro de 2017. Atualmente, somos acionis-tas majoritários na UHE São Simão, que possui capacidade instalada de 1,71 GWatts, além dos parques eóli-

cos Millennium e Vale dos Ventos (58.200 quilo-watts), em Ma-taraca, Paraíba,e três projetos de Green Field para energia eólica. A sede da empresa está localizada na cidade de São Paulo e cumpre rigorosamente as leis brasileiras de regulamentação

de energia e da proteção ambiental, com amplo reconhecimento todos go-vernos e da sociedade civil.

PrinciPais marcosDo crescimentoEm 10 de abril de 2017, a SPIC e

a IFM Investors fecharam o acordo para aquisição da Pacific Hydro Bra-sil (PHB) e concluíram a entrega dos ativos, marcando a entrada da SPIC no mercado brasileiro de energia.

Em 27 de setembro de 2017, a SPIC venceu a licitação pelo direito de con-cessão de 30 anos da Usina Hidrelétri-ca São Simão, localizada na divisa dos estados de Minas Gerais e Goiás, en-tre os municípios de São Simão (GO) e Santa Vitória (MG). A capacidade instalada de geração de energia da SPIC no Brasil alcançou 1.768MW, tornando-se uma das principais em-presas privadas de energia no país.

contatos e intercâmbios goVernamentaisEm 13 de novembro de 2019, du-

rante visita oficial ao Brasil, o presi-

rente geral da SPIC. As duas partes reiteraram os planos de investimento e a operação para hidrelétricas e ener-gias convencionais e novas no Brasil.

resPonsabiLiDaDe sociaLcorPoratiVaNo início de 2020, com a expansão

da pandemia de Covid-19 pelo mundo, a situação no Brasil também foi con-siderada grave. Mesmo assim, a SPIC Brasil manteve a sua operação estável e as ações de responsabilidade corpora-tiva ativas, com o intuito de garantir a geração de energia em todo o país, além do comprometimento com a segurança dos seus colaboradores.

Foram feitas doações de materiais de proteção, incluindo máscaras e ál-cool em gel, para o governo do estado

de São Paulo e muni-cípios de São Simão e Mataraca, junto com diversas ações internas que colaboraram para manter os funcioná-rios informados sobre o atual cenário, e, prin-cipalmente, motivados em se adequarem à nova rotina.

A implantação do projeto cultural Ilha da

Imaginação na cidade de São Simão, patrocinado pela SPIC Brasil, apoia-do pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e com realização do Insti-tuto Maker, Aktuellmix, Secretaria Especial de Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal, oferece gratuitamente às crianças e aos ado-lescentes das escolas da rede pública da região aulas de leitura, produção de conteúdo e audiovisual com o objetivo de despertar a criatividade e o interes-se por uma profissão... Atualmente, o projeto oferece cursos para mais de 10.000 adolescentes em idade escolar.

A empresa está comprometida em promover a implementação de siste-mas e ferramentas de gestão ambiental

de negócios. Todos os procedimentos e medidas de proteção ambiental da empresa são baseados na ISO14001, incluindo tópicos como eficiência energética, uso da água, emissões, meio ambiente e biodiversidade.

PersPectiVas futurasA SPIC está otimista em relação

ao mercado de energia do Brasil e está comprometida com o investi-mento e desenvolvimento de longo prazo no país a fim de colaborar com o desenvolvimento econômico local. A empresa analisou de forma abran-gente a demanda de energia,levando em consideração os recursos naturais locais, a composição energética e a estratégia de desenvolvimento, con-cluindo assim a preparação do Plano de Desenvolvimento da SPIC Brasil 2020-2024.

A empresa fortalecerá ainda mais a cooperação mútua com o gover-no e os parceiros brasileiros, buscará ativamente oportunidades de desen-volvimento de energia limpa, como hidrelétricas, energia solar e eólica, e promoverá o desenvolvimento e a construção de projetos integrados de geração de energia inteligente e gás natural de maneira ordenada. O ob-jetivo principal é continuar colabo-rando com crescimento do país, além de promover o desenvolvimento local, fortalecendo ainda mais o relaciona-mento entre Brasil e China.

cooperações econômicas e comerciais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202060 61Agosto/2020

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m 15 de agosto de 2020, Chi-na e Brasil comemorarão o 46º aniversário do estabele-cimento de relações diplo-

máticas. Apesar da distância de deze-nas de milhares de quilômetros entre a China e o Brasil, a compreensão entre as duas nações está consolidada, e o intercâmbio comercial e cultural entre os dois países torna-se cada vez mais pujante.

Como parte da cooperação prática entre China e Brasil, a CPFL Reno-váveis, subsidiária da State Grid, tem mantido seu foco no Brasil, operando em conformidade com leis e regula-mentos, fortalecendo a segurança da produção, melhorando a qualidade e a eficiência do desenvolvimento, cum-prindo plenamente as responsabilida-des sociais, e está fazendo seu papel em contribuir ao desenvolvimento sustentado e estável da amizade e da relação sino-brasileira.

No início de 2017, a State Grid Bra-zil Power Participações S.A. (SGBP) assumiu o controle acionário da CPFL Energia, uma empresa listada com mais de 100 anos.

A CPFL Renováveis, controlada pela CPFL Energia, é a maior empre-sa de geração de energia renovável no Brasil e possui o portfólio de 94 usinas em operação totalizando 2.130MW de capacidade instalada, com ativos de PCHs, fontes eólicos, biomassa e so-lar em 8 estados e 58 cidades no Bra-sil. Entre eles, a capacidade instalada de energia eólica é de 1,31GW, 91%

Fotos: Divulgação

Por huang futao - conselheiro e ceo da cPfL renováveis

cPfL: aProfunDar a amizaDe sino-brasiLeira com ações

eVista para o projeto eólico em construção de Gameleira

operação e manutenção do seu parque eólico Suzlon com 379MW de capa-cidade instalada. Consequentemente, a disponibilidade dos aerogeradores foi elevada e o custo de operação e manutenção caiu significativamen-te, trazendo um aumento de receita em mais de 700 milhões de reais no período total do ciclo de vida do pro-jeto. Além disso, nós criamos um pre-

dos quais estão localizados na região nordeste, nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, por exemplo. A empresa também opera uma usina de biomassa com capacidade instalada de 40MW no Rio Grande do Norte.

Em agosto de 2018, a empresa ven-ceu o leilão do projeto de PCH Che-robim no sul do Brasil e do projeto eólico de Gameleira no norte do

Brasil, atraindo vários fornecedores chineses de aerogerador e de constru-ção de grande escala para participar do leilão e promover ativamente o empreendimento da Iniciativa “Cin-turão e Rota”. Em novembro de 2019, a experiência madura em gerencia-mento e as boas práticas corporati-vas da State Grid permitiram que a CPFL realizasse a primarização da

cedente de realizar primarização de O&M de turbinas eólicas de grande escala no Brasil.

Após o desastre, a CPFL Renová-veis imediatamente executou o traba-lho de recuperação. A equipe de ges-tão conjunta China-Brasil trabalhou incansavelmente e superou o desafio duplo: pandemia e enchente. O traba-lho de recuperação está basicamente concluído e as usinas devem entrar em operação em agosto. Em termos de engenharia de construção, a em-presa concentra suas atividades na prevenção e controle da pandemia, assim como na produção e operação. O projeto eólico em construção de Gameleira no Estado de Rio Gran-de do Norte não foi paralisado, pelo contrário, a equipe conseguiu uma antecipação de 30 meses do projeto e o aumento de receita em 158 milhões de reais, melhorando bastante a taxa de retorno do projeto.

Superação da crise para o reparo dos PCHs atingidos por enchente

CPFL新能源公司:用行动谱写中巴友谊

cooperações econômicas e comerciais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202062 63Agosto/2020

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Desde a aquisição, a CPFL Renováveis tem cumprido proativamente sua respon-

sabilidade social na área onde o projeto está localizado, servin-do ao bem-estar das pessoas nas comunidades.Tomamos como exemplo o Complexo Eólico de Pedra Cheirosa que fica no estado do Ceará, por meio da construção e operação de 23 turbinas eólicas ao longo da costa, o projeto criou de forma direta e indireta 1.200 empregos e garantiu o forneci-mento da energia para 120.000 residentes na região. Além disso, a empresa iniciou em local um pro-jeto social chamado “Programa Raízes” com um investimento de mais de 3 milhões de reais. No projeto, são oferecidos cursos de culinária, instalação dos sistemas de irrigação, treinamento em plantio de vegetais, doação de equi-pamentos automáticos para a produção de farinha de mandioca, treinamento em tecnologia, higiene e gestão cola-borativa, além da construção da “Casa de Farinha” e o hospital maternidade respeitando os costumes indianos. No total, mais de 4 mil residentes foram beneficiadas.

No contexto do surto da pandemia e da alta taxa de desemprego no país, em vez de demitir, a CPFL Renováveis visitou e cuidou de seus funcionários brasileiros e respectivas famílias con-taminadas pela Covid-19, prestou as-sistência médica e adotou a política de trabalho remoto. Ao mesmo tempo, a companhia reforçou o treinamento de prevenção da pandemia para o pessoal de operação e manutenção no campo e realizou rapidamente a aquisição e distribuição dos suprimentos médicos para proteger a saúde e segurança dos

funcionários. Tudo isso mostra o cui-dado e a preocupação da empresa aos funcionários.

Em maio de 2020, A State Grid Corporation of China (SGCC), por meio da sua subsidiária integral brasi-leira SGBP, comprou 120 mil másca-ras para apoiar o combate à pandemia, onde 60 mil foram destinadas ao go-verno de Estado de São Paulo e outras 60 mil foram direcionadas à prefeitura de Campinas. A CPFL Energia, por meio da plataforma de investimento social do Grupo - o Instituto CPFL –, destinou 6 milhões para contribuir com as ações de combate ao novo co-ronavírus. Entre os valores doados, o Instituto CPFL destinou R$ 1 milhão ao Programa “Salvando Vidas”, do BNDES (Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social) e R$ 5 milhões a 20 hospitais de toda a área de concessão das quatro distribuidoras

turbinas em meio à convivência comunitária

Cerimônia de doação de material de combate à pandemia e local de

recepção de material

Casa de Farinha

Fotos: Divulgação

Complexo Eólico da Pedra Cheirosa da CPFL Renováveis

do grupo para aquisição de materiais médicos.

A estratégia dos negócios in-ternacionais da SGCC é focada na visão de longo prazo, orien-tação para o mercado e opera-ção local. Como subsidiária da SGBP, a equipe China-Brasil da CPFL Renováveis vai sem-pre manter sua missão em men-

te, assumir a responsabilidade social e se esforçar para garantir um fornecimen-to seguro e estável de energia limpa, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Nesse momento histórico especial de coope-ração pragmática entre China e Brasil a combater a pandemia, o destino dos dois países está interligado e estamos lutando juntos. As equipes chinesa e

brasileira se unirão como uma só, com-partilharão desafios e escreverão um novo capítulo na amizade sino-brasilei-ra com cada palavra e ação, para que o desenvolvimento da empresa atinja um novo patamar e faça mais contribuições na construção do “Cinturão e Rota”.

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202064 65Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por Wang Yansong - Presidente da xcmg brasil

imPLementar fortemente a PrinciPaL estratégia De internacionaLização, LutanDo Para iniciar uma noVa jornaDa De negócios no brasiL

XCMG Brasil Indústria LTDA. (referido como XCMG Brasil) é a primei-ra subsidiária integral da

XCMG no exterior. Em 2012, a rela-ção China-Brasil foi aprimorada para uma ampla parceria estratégica. No mesmo ano, a XCMG investiu mais de US $ 500 milhões no Brasil para estabelecer o primeiro e atualmente maior parque industrial de máquinas para construção no Brasil pela indús-tria chinesa.

Guiada por suas principais es-tratégias de internacionalização e inovação, a XCMG é a primeira empresa chinesa de máquinas para construção a se interessar pelo mer-cado brasileiro e a implementar uma estratégia internacional globalizada. O estabelecimento da XCMG no estado de Minas Gerais não apenas oferece oportunidades valiosas de emprego para a cidade, com 90% de seus funcionários sendo locais, mas também promove o desenvol-vimento coordenado entre recursos humanos, rede de fornecedores, as universidades, os serviços e outras cadeias industriais. O XCMG tor-nou-se uma força importante no desenvolvimento econômico do Es-tado de Minas Gerais e também

a

injetou mais vitalidade e ímpeto no desenvolvimento do Brasil, além de promover intercâmbios culturais e não-governamentais.

Em 16 de agosto de 2019, no 45º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre China e Brasil, realizado pela Câmara dos Deputados do Congresso do Brasil,

Carimônia de Expedição de 219 Máquinas da XCMG ao Tocantins

Wang Yansong, presidente da XCMG Brasil

a XCMG Brasil ganhou o SOBE-RANA ORDEM DA FRATERNA INTEGRAÇÃO BRASIL CHINA, premiada pelo CIHM - Conselho Internacional de Honrarias e Mérito, é a única empresa do setor a receber essa honraria. Ao mesmo tempo, ga-nhei o “Personalidade do Ano nas Relações Bilaterais Brasil – China”.

Este é o reconhecimento e o maior prêmio do governo brasileiro pela fir-me implementação da XCMG Brasil de sua estratégia de localização nos últimos cinco anos e pelo respeito do governo e do povo local. A premiação foi realizada pelo CIHM - Conselho Internacional de Honrarias e Mérito, sendo a única empresa do setor a re-

ceber essa honraria, por suas contribui-ções destacadas no avanço da coope-ração amistosa en-tre China e Brasil e no estreitamento da amizade entre os dois países.

坚定国际化主战略,奋力开启巴西经营新征程

cooperações econômicas e comerciais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202066 67Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Diante da complexa e mutável situação política e econômica do Brasil, a XCMG Brasil ado-

tou uma série de medidas, incluindo a exploração mais ampla do mercado, com a expansão da cooperação com o governo Federal e as forças armadas, a formulação de diferentes políticas e o desenvolvimento de produtos per-sonalizados para diferentes clientes, além de promover redes de clientes, apoiar distribuidores, inaugurar um banco e estabelecer um parque in-dustrial brasileiro para enfrentar os desafios e manter o desenvolvimento sustentável. Além disso, o XCMG melhorou efetivamente o gerencia-mento interno da empresa,elevando o nível gerencial, aumentando a eficiên-cia do trabalho e a qualidade da pro-dução. Como uma empresa represen-tativa da estratégia de “globalização” da China, a XCMG ficou em sexto lugar no merca-do brasileiro de máquinas para construção. Em 2019, se destacou como a primei-ra das empresas de capital chinês, com lucro opera-cional acima de 26% ao ano.

Em 2020, o Brasil se tornou um dos países com a pandemia de COVID-19 mais grave do mundo. A fim de efetivamen-te prevenir e controlar a pan-demia, manter

Terceiro: A XCMG cumpre ati-vamente suas responsabilidades so-ciais, doando centenas de milhares de máscaras e outros materiais EPI´s ao governo do Estado de Minas Gerais, Estado de São Paulo, organizações chinesas no Brasil, sindicatos locais e famílias de funcionários. O Ilmo. Ministro ROGÉRIO MARINHO, do Desenvolvimento Regional do

expansão de entendimentos com governo brasileiro

as operações comerciais normais e proteger a saúde dos funcionários, a XCMG Brasil estabeleceu um comitê de prevenção e controle de pandemia para estabelecer um protocolo de pre-venção a ser seguido pelos funcioná-rios. Ao aumentar a conscientização e a capacidade dos funcionários quanto ao cumprimento do protocolo de pre-venção, a XCMG alcançou algumas vitórias.

Primeiro: A empresa conseguiu crescimento no primeiro semestre do ano, apesar da pandemia, com lucro operacional acima de 28% em relação ao mesmo período do ano passado. Os indicadores de produção, remessa e de armazenamento aumentaram mês a mês, estabelecendo novos recordes de crescimento. A XCMG se tornou uma das marcas de máquinas mais ativas do mercado.

Segundo: A XCMG estabeleceu

Brasil e o senador ROBERTO RO-CHA, elogiaram o importante papel da XCMG Brasil no apoio à luta do Brasil contra a pandemia por meio de suas cartas dirigidas à empresa.

A estratégia de internacionalização é a escolha inevitável da XCMG e também é a estratégia de negócios que a XCMG está implementando. Como um projeto de referência da

cooperação econômica China-Bra-sil, a XCMG Brasil sempre execu-ta o posicionamento estratégico de “ENRAIZAR NO BRASIL, FOR-TIFICAR E EXPANDIR-SE NA AMÉRICA LATINA”, continuar a desenvolver e crescer no exterior, integrar-se à economia brasileira e ajudar o Brasil a alcançar crescimento econômico.

o primeiro banco no exterior para a indústria ma-nufatureira chi-nesa. Na manhã de 1º de julho de 2020, após mais de meio ano de preparativos, o BANCOXCM-GBRASILS.A. realizou aceri-mônia de abertu-ra pela Internet, indicando que as empresas chine-sas de máquinas de construção alcançaram um avanço na com-binação da in-dústria e finanças no Brasil.

Doação de 100 mil máscaras a Minas Gerais

Inauguração do Banco XCMG Brasil

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202068 69Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por chen Yushuai - gerente de projetos da china meheco

meheco aVança, missão comPLeta

HINA MEHECO Cor-poration, que pertence à CHINA MEHECO Co. Ltd, posiciona-se como um

prestador de produtoseserviços in-ternacionais e sistemáticos na área médica e farmacêutica, aproveitando as experiências da comercialização internacional e as vantagens da plata-forma de comércio exterior, estabele-cendo pontes dos recursos avançados internos e externos para os diversos mercados, adicionalmente providen-cia os produtos diversos e propoem solução ampla aos clientes no âmbito de produtos farmacêuti-cos, matéria-prima far-macêutica, equipamen-tos médicos, consumíveis médicos, aquisição go-vernamental, construção de hospital e fábrica de medicamentos, serviços de licitação e projetos de apoio ao exterior. Após décadas do desenvolvi-mento, com as vanta-gens de recurso como uma corporação estatal, a CHINA MEHECO Corporation integra os recursos do início até o fim da cadeia de supri-mentos, sendo reconhe-cido pela alta credibilida-de e reputação industrial.

EPIs doados pela CHINA MEHECO ao Ceará

c A CHINA MEHECO Corporation vem desenvolvendo o comércio com mais de 100 países e regiões mun-diais, com afiliados nos vários países e regiões, incluindo o México, o Brasil, Colômbia, o Equador, Oriente Médio e o Norte da África.

Desde março de 2020, o mundo tem sofrido com a pandemia do CO-VID-19. A situação é grave e conti-nua a piorar. O Brasil, como o país mais populoso da América Latina, enfrenta uma situação ainda mais

grave do surto e da propagação da pandemia. Baseando-se da sua expe-riência noBrasile do seu conhecimen-to do mercado, a CHINA MEHE-CO Corporation agiu rapidamente, pesquisando no setor médico local para conhecer melhor as necessidades reais antiepidêmicas, coordenando recursos nacionais e estrangeiros para fornecer melhores soluções de produ-tos aos governos estaduais e munici-pais. Com o rápido aumento de casos confirmados no Brasil, especialmente

a CHINA MEHECO Corporation cumpriu com sucesso os contratos, assim como as obrigações de forne-cimento e instalação em tempo hábil. Até agora, o volume total de entrega excedeu 12 voos fretados, proporcio-nando ao Brasil um forte apoio para lutar contra o Covid-19, o qual foi reconhecido com os elogios dos go-vernos brasileiros.

Como os dois membros principais dos países BRICS e também duas potências em desenvolvimento, o Bra-sil e a China têm aprofundado os intercâmbios e cooperaçoes. Nesta conjuntura, A CHINA MEHECO Corporation continuará empenhan-do-se na cooperação bilateral na área médica e de saúde, beneficiando-se da equipe profissional, das experiên-cias dos comércios internacionais, dos serviços integrados da alta qualidade e do gerenciamento integrado.

o estado do Ceará, uma grande pro-víncia no nordeste do Brasil, tornou-se a terceira área mais atingida no Brasil depois de São Paulo e do Rio de Janeiro. No início do surto, quando os recursos médicos eram extremamen-te escassos, a CHINA MEHECO Corporation, como empresa estatal chinesa com responsabilidades so-ciais, fez pleno uso de suas vanta-gens, superou todas as dificuldades e forneceu uma grande quantidade de produtos médicos e equipamentos de proteção individual (EPI´s) ao Estado do Ceará e ao município de Fortaleza, em tempo hábil. Entre os 6 voos fretados e um grande número de contêineres enviados até agora, estão inclusos equipamentos essenciais tais como ventiladores, monitores, ele-trocardiógrafos, bombas de infusão e suprimentos médicos tais como kits de teste rápida de COVID-19, más-

caras de proteção, óculos de proteção, aventais de proteção, o que forneceu apoio rápido, oportuno e firme para o combate à epidemia no Nordeste do Brasil.

Ao mesmo tempo, a CHINA MEHECO Corporation também está ativamente realizando serviços de suporte pós-venda, como instalação e treinamento de equipamentos local-mente, para garantir que os produtos entregues sejam utilizados da maneira mais correta e eficaz.

Além disso, como uma empresa líder no comércio internacional no campo médico-hospitalar da Chi-na, a empresa utilizou-se plenamen-te das suas vantagens para fornecer produtos e materiais antiepidêmicos para os governos locais brasileiros.Superando várias dificuldades, como escassez de materiais, logísticas in-terrompidas e despacho de pessoal,

医保行动,使命必达

cooperações econômicas e comerciais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202070 71Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por shang siYuan - cônsul-geral adjunto chinês no recife

m 2018, foi sancionada pelo governo federal a lei que criou o Dia Nacional da Imigração Chinesa. Em

2019, Recife foi a primeira cidade da região nordeste a criar o Dia Mu-nicipal da Imigração Chinesa, sen-do considerado um gesto de gran-de reconhecimento da sociedade às contribuições realizadas no desen-volvimento econômico e social pela imigração chinesa, o que refletiu num dia de imensa felicidade para a co-munidade.

O início da imigração chinesa ocor-reu em 1809, quando os primeiros agricultores de chá chegaram ao Bra-sil, o país mais extenso e fértil do con-tinente sul-americano. Os imigrantes chineses almejavam um futuro mais próspero e isso os fez desbravar esta terra remota e misteriosa durante mais de dois séculos. Os pioneiros trouxe-ram as tecnologias agrícolas e o espí-rito empreendedor, trabalhando com os brasileiros nas áreas da agricultura, construção ferroviária e mineração e, de mãos dadas, construíram a sua segunda “terra natal”.

No fim da década de 80 e no início da década de 90, por causa da Refor-ma e Abertura na China, cada vez mais os chineses foram conhecendo a potência do Brasil e naquela época, eles se habitaram principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ao passar do tempo, graças à profundida-de das relações bilaterais, os chineses obtinham um maior conhecimento sobre o país aumentando o interesse

No Brasil, a maioria dos imigrantes chineses se empenham no comércio e nos restaurantes, e outros na agri-cultura e na pesca. O comércio é tão popular que provém não só postos de trabalho à sociedade, como também, a divulgação de produtos importados da China, que são conhecidos pela sua boa qualidade e preço acessível, satisfazendo a necessidade diária dos cidadãos.

Por um lado, o Brasil é um país de múltiplas etinias e milticultural, o bra-sileiro é tão entusiasta e amigável que a comunidade chinesa tem sido bem acolhido pelo povo e pelos governos locais. Por outro lado, a China é uma civilização com cinco mil anos de his-tória e a nação chinesa tem preservado as virtudes tradicionais de retribuição, bondade e doação. Os bons méri-tos resultam em que, quando houver motivos de celebração, a comunidade chinesa sempre irá presentear o pú-blico e quando surgirem dificuldades, ela sempre dará a mão firme aos que

Divulgação de Presentes de Natal pela Associação da Comunidade

Chinesa do Recife

Carnaval no Dia das Crianças organizado pela Associação Sino-Brasileira de Indústria e Comércio Exterior junto com 19º Batalhão da Polícia Militar

necessitam de ajuda. A Asso-ciação da Co-munidade Chi-nesa do Recife tem dado, du-rante cinco anos consecutivos, presentes de Natal às famí-lias recifenses mais carentes e os membros da Associação Si-no-Brasileira de Indústria e Co-mércio Exterior e da Associação dos Chineses de Guangdong do Reci-fe-Brasil têm sempre participado das atividades de caridade. Neste ano, o Brasil está sendo severamente afetado pela COVID-19, e a comunidade chi-nesa, além de seguir as instruções de prevenção, também realiza doações à sociedade. Além disso, a comunidade

Shang Syuan: Recife foi a primeira cidade do Nordeste a reconhecer a imigração chinesa

comuniDaDe chinesa briLha a amizaDe sino-brasiLeira 中国侨民为中巴友谊增光添彩

A comunidade chinesa no Recife doa presentes ao Centro de Apoio

a Criança com Câncer

e

de expansão, assim permitindo a sua presença em mais cantos do país.

Embora o nordeste tivesse um de-senvolvimento lento comparado ao sul do país, as grandes oportunidades co-merciais e o desenvolvimento em po-

tencial atraíam milhares de imi-grantes chineses, oriundos prin-cipalmente de Fujian, Guang-dong, Zhejiang e Taiwan. Hoje, na capital do Estado de Pernambuco, é onde se con-centra o maior número de chi-neses residentes no nordeste. A comunidade chi-nesa que residem em Recife é ca-racterizada por ser cumpridora

das leis e por serem empreendedores. Aliás, ela é composta por três associa-ções, através das quais os imigrantes se apoiam mutuamente, se integram na cidade recifense e contribuem para a sociedade.

se esforça em contatar as autoridades e as pessoas da sua terra natal para garantir as doações de suprimentos. Os gestos explicam justamente o sig-nificado do amor sem fronteira, que é bem reconhecido pelos governos locais e pelo povo.

É considerável que, no decorrer da profundidade das relações sino-brasi-leiras, e da extensão das cooperações bilaterais sob a iniciativa chinesa do Cinturão e Rota, os imigrantes chine-ses no Brasil possam obter uma vida mais agradável e satisfatória, o que impulsionará as relações econômicas e comerciais entre a China e o Brasil, assim como os intercâmbios pessoais e culturais, preservando essa amizade para sempre.

intercâmbios culturais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202072 73Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por PeDro josePhi, arison fernanDes, Diri-gentes Da funDação LeoneL brizoLa

china e brasiL: amizaDe e cooPeração entre Dois PoVos

mês de agosto é simbó-lico para as relações si-no-brasileira. Neste ano, comemoramos 46 anos

de uma parceria bilateral que rendeu frutos para os dois países: a China e, como dizia o pernambucano Gilberto Freyre, a China tropical - o Brasil.

Realmente, Freyre tinha razão ao fazer esse comparativo. Os dois países têm dimensões continentais, diversi-dade cultural, étnica, são populosos e tiveram influência portuguesa em seu território - sendo Macau, ocupada por portugueses.

E é justamente aí que surge esse intercâmbio entre Brasil e China. Ob-viamente, foi de forma rudimentar e guiado por um colonizador, mas esse registro demonstra que a nossa cone-xão é histórica.

Na história mais recente, depois da revolução democrática e socialista, sob a presidência de Mao Zedong, o Brasil mandaria seu vice-Presidente, na ocasião, João Goulart, para visitar a China. Daí, então, se estabeleceu re-lações de amizade com o povo chinês.

Na época, Goulart, era do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - or-ganização que deu origem ao PDT, Partido Democrático Trabalhista, e que dirige a Fundação Leonel Brizola. Isso demonstra que, além de enten-dermos a China como um parceiro estratégico, também compreendemos a nação chinesa como irmã. Isso fica claro no trecho do discurso que João Goulart fez ao ser recebido:

"... Ao primeiro contato convosco,

que foi adaptada por Deng Xiaoping e se mostrou um grande sucesso para o desen-volvimento das for-ças produtivas chi-nesas, agora amarga-mos recessão e crise econômica.

Contudo isso não prejudicou a balan-ça comercial entre os dois países. Sendo a China o país que mais rendeu supe-rávit na balança de comércio exterior, no

valor de 28 milhões de dólares. Regis-tramos também mais de 70 bilhões em exportações para a China, sendo a soja o principal commoditie.

Seminário organizado pela Fundação Leonel Brizola e Consulado Geral da China no Recife

Pedro César Josephi, vice-presidente da Fundação Leonel Brizola e Dirigente do Partido Democrático Trabalhista (PDT)

Arison Fernandes, Diretor de Formação Política da Fundação Leonel Brizola e Dirigente do Partido Democrático Trabalhista (PDT)

o diante da recep-ção calorosa que nos proporcio-naram, senti-me como se estives-se hospedado na casa de um velho amigo. Viva a amizade cada vez mais estreita en-tre a China Po-pular e o Brasil! Viva a amizade entre os asiáticos, africanos e latino americanos!"

E n t r e t a n t o , após o golpe mi-litar orquestrado pelos Estados Unidos em 1964 e com o apro-fundamento da guerra fria, Brasil e China rompem relações diplomáticas.

Mas a ruptura não durou muito tempo.

Após 10 anos, o Brasil e a China retomam relações. O governo militar brasileiro muda sua orientação geo-política e diplomática. Opta por um "pragmatismo responsável". Sendo assim, no dia 15 de agosto de 1974, sob o governo de Ernesto Geisel, rees-tabelecida a relação sino-brasileira. Na época, podíamos considerar que o Brasil era um país mais desenvolvido que a China. Tínhamos uma popula-ção dez vezes menor e praticamente o mesmo PIB.

A título de curiosidade, cabe dizer que o último presidente do período ditatorial militar e de direita, João Batista Figueredo, foi o primeiro pre-sidente brasileiro a visitar a China. Inclusive, teve a honra de conhecer o presidente Deng Xiaoping.

De lá para cá, muita coisa mudou na configuração socioeconômica de ambos os países. Nós, que outrora fo-mos exemplo para os chineses, como no caso da Zona Franca de Manaus que inspirou Xi Zhongxun, pai do presidente Xi Jinping, a idealizar o projeto das Zonas Econômicas Es-peciais (áreas de concessão a inicia-tivas capitalistas e de livre mercado),

Nosso partido, o PDT, e em especial a Fundação Leonel Brizola, não só preza como também idealiza o apro-fundamento da relação sino-brasileira.

Enxergamos na China uma oportu-nidade ímpar de estabelecer uma par-ceria de regime de preferência comer-cial. Acordos bilaterais que favoreçam ambas as partes, que aprofundem es-sas relações e intercâmbios.

Isso se concretizaria principalmente com transferências tecnológicas sen-síveis e de alto nível de sofisticação. Para exemplificar, a possibilidade de preferência na tecnologia 5G.

Essa é a nossa perspectiva. Relações bilaterais que sirvam para alavancar o desenvolvimento tecnológico de ambas as nações e que nos ajude no desenvolvimento de uma indústria independente.

Esse é o caminho que enxergamos para a so-berania brasileira e sua independência frente a geopolítica e a disputa comercial.

Que o futuro seja de uma prosperidade global compartilhada. Que os povos do terceiro mundo unam-se para um mun-do multipolar, pacífico e solidário. E que a ami-zade entre os povos do Brasil e da China sejam eternas.

中国—巴西:友谊与合作

intercâmbios culturais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202074 75Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por Peng xiantang - Diretor chinês do instituto confúcio da universidade de Pernambuco

manDarim como Ponte De amizaDe china-brasiL

Instituto Confúcio da Universidade de Pernam-buco no Brasil (doravan-te denominado “Instituto

Confúcio da UPE”) foi estabelecido pelo convênioentre a Universidade de Pernambuco no Brasil e a Univer-sidade Central das Finanças e Econo-mia da China em 26 de novembro de 2013. Foi aprovado como o primeiro Instituto Confúcio (doravante deno-minado “IC”) modelo em dezembro de 2014, sendo o único IC modelo no Brasil. O Instituto Confúcio da UPE sempre aderiu ao conceito de desenvolvimento de “promover in-tercâmbios culturais com o ensino da língua chinesa e fomentar o ensino da língua chinesa com intercâmbios cul-turais”, promoveu ativamente o traba-lho dos IC e desempenhou um papel ativo no aprendizado do chinês e na compreensão da cultura chinesa para o povo brasileiro, além de contribuir para a promoção de cooperação e in-tercâmbio cultural sino-brasileiro e de uma civilização mundial diversificada.

1. atiViDaDes De ensino(1) O número de matrículas está

aumentando ano a anoAlém da sede, o Instituto Confúcio

da UPE estabeleceu a Sala Confúcio da Universidade Católica de Pernam-buco, a Sala Confúcio do Colégio Santa Maria e a disciplina eletiva de

centro atende principalmente famílias com desafios econômicos, fornecendo o aprendizado do idioma e a prepara-ção de estudantes e profissionais para o mercado internacional. A abertura deste curso é uma tentativa impor-tante do ICpara servir a comunidade local. O jornalista do Jornal do Co-mércio Pernambuco Davi Souza pu-blicou um artigo enfatizando a impor-tância do desenvolvimento do ensino da língua chinesa no Brasil, e elogiou o papel de ponte desempenhado pelo Instituto Confúcio no estado. A inau-guração do curso foi reportado ao vivo pelo TV Pernambuco.

(2) Os objetos de ensino são di-versificados e o sistema curricular está gradualmente mais completo

O nível de ensino do Instituto Con-fúcio está cada vez mais abrangente, incluindocursos para alunos de ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, curso para o público geral, curso avançado de leitura e escrita, curso de caligrafia e pintura tradicio-nal chinesa, e aulas particulares, a fim de atender às necessidades de estu-dantes de diferentes idades e objetivos na aprendizagem do chinês e, ao mes-

mo tempo, busca promover a inte-gração do ensino chinês nas comu-nidades locais, escolas primárias e secundárias e realizar o desen-volvimento con-tínuo do apren-dizado de chinês.

(3) A qualida-de de ensino foi bastante apri-morada e a in-fluência social está aumen-tando

O Instituto Confúcio atribui gran-de importância à qualidade de ensino dos professores e adotou uma série de medidas, como aulas de demonstra-ção pré-semestre, observação em sala e seminários pedagógicos para ga-rantir que todos os professores pos-sam absorver estratégias de ensino e, por consequente, reter o interesse e melhorar as habilidades linguísticas dos alunos. Os alunos do Institu-to Confúcio alcançaram resultados significativos em várias competições eaplicações de bolsas de estudo em todos os níveis. Por exemplo, a taxa média de aprovação de estudantes que fazem o teste de proficiência em língua chinesa (HSK), o teste de pro-ficiência oral em chinês (HSKK) e outros testes excede 90% e o número de estudantes de nível avançado está

Pintura e Caligrafia Chinesa

Bolseiros Brasileiros na China

o chinês na POLI e FCAP-UPE. O Instituto Confúcio formou um siste-ma de ensino centrado na sede, duas Salas Confúcio, quatro postos de en-sino e dois cursos eletivos universitá-rios. Nos últimos seis anos, o Instituto Confúcio expandiu continuamente seu impacto de ensino e corpo dis-cente ano a ano, com um total de aproximadamente 6.500 estudantes inscritos.

Em 19 de março de 2019, o Institu-to Confúcio ofereceu cursos de chinês gratuitos no Centro de Educação Pro-fissional Jornalista Cristiano Donato, no bairro da Boa Vista, Recife. O

aumentando ano a ano. Atualmente, um aluno está fazendo doutorado na Universidade de Tecnologia Quími-ca de Pequim e quatro estão fazendo mestrado na Universidade Central das Finanças e Economia da China, 10 estudantes receberam uma bolsa de um ano e 4 estudantes receberam uma bolsa semestral do Hanban para estudar na Universidade Central das Finanças e Economia; em 2016, os concorrentes da Competição pon-te Chinesa Felipe e Diane do IC venceram no Campeonato Brasilei-ro, e o Felipe representou o Brasil nas finais da Competição Mundial de “Ponte Chinesa” para Estudantes Universitários. O aluno He Botong (Heberton Silva) conquistou o se-gundo lugar na competição regional brasileira em 2017.

Instituto de Confúcio da Univercidade de Pernambuco

汉语为桥,中巴友好

intercâmbios culturais

Peng Xiantang

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202076 77Agosto/2020

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2. atiViDaDes cuLturaisAs atividades culturais do Instituto

Confúcio são diversas em formatos e ricas em conotações, cobrindo toda a essência da cultura chinesa, como mú-sica folclórica, pintura tradicional chi-nesa, caligrafia, artes marciais, arte em chá, medicina chinesa, artesanato, tra-jes tradicionais, festivais tradicionais etc. Por meio de palestras, competi-ções, performances, exposições, aulas de experiência cultural, intercâmbios para a China e outras formas propor-ciona aos brasileiros oportunidades de experimentar a cultura chinesa. Nos últimos 6 anos, o Instituto Confúcio organizou mais de 200 eventos cul-turais, com um público total de mais de 30.000 pessoas. As atividades cul-turais do Instituto Confúcio têm as seguintes três características:

(1) Realizar regularmente ativi-dades seriais “Salão Cultural Chi-nês” e “Noite de Cinema Chinês”

O “Salão Cultural Chinês” e a“Noi-te de Cinema Chinês” são organizados todas as semanas pelo Instituto Con-fúcio, abrangendo palestras de artes marciais, medicina chinesa, caligrafia, pintura tradicional chinesa, artesana-tos, culinária, arte de chá, cerâmica e grupos étnicoschineses,assim como experiências culturais sobre instru-mentos musicais e apreciação de fil-mes chineses. Além disso, o Instituto Confúcio estabeleceu grupos de inte-resse culturais como coral, grupos de dança, orquestras folclóricas, aulas de caligrafia, oficinas de Kung Fu e de ar-tesanato. Os clubes de interesse, salões culturais e noite de cinema chinês-possuem complementaridade uns aos outros e têm atraído a participação de muitos estudantes e do público local

pela pluraridade de temas e da diver-sidade de apresentações.

(2) Promover o charme da cultura chinesa com projetos tradicionais como a “Ponte Chinesa”, o Dia Glo-bal do Instituto Confúcio e exposi-ções de arte

O Instituto Confúcio organiza a

nesa e a turnê “Os Dragões e Leões Soltam na América do Sul”em Recife para aprofundar o entendimento dos estudantes e do público sobre a cono-tação da cultura chinesa e promover intercâmbios culturais e aprendizado mútuo entre os dois países.

(3) Sair docampus, adentrar-se na comunidade e levar a cultura chine-sa para milhares de famílias

O Instituto Confúcio aproveita as plataformas e oportunidades locais como a Festa das Nações do Reci-fe, o Compaz Governador Eduardo Campos e os grandes shopping cen-ters para mostrar a cultura tradicional chinesa aos cidadãos do Recife; a “Se-mana Cultural Chinesa”é realizada na Universidade Federal de Pernambuco e em outros postos de ensino todos os anos. Essas atividades de promoção cultural permitem que mais pessoas locais conheçam e gostem a China. Além do mias, em junho de 2017, o Instituto Confúcio organizou to-dos os professores para ir à região de Catende, que foi severamente inun-

dada, para distri-buir alimentos e outros materiais de auxílio, espa-lhando atenção e amor pelas co-munidades me-nos favorecidas do Brasil. A Rede Globo convidou repetidamente professores dos Institutos Con-fúcio para parti-

cipar da gravação das atividades es-peciais do Carnaval, tornando o Car-naval mais diversificado e internacio-nalizado e promovendo o intercâmbio da arte e cultura sino-brasileira.

3. Pesquisa acaDêmicaPara transformar o Instituto Confú-

cio de uma instituição de treinamento

de idioma para uma plataforma de intercâmbio multicultural e explorar ativamente a pesquisa acadêmica para liderar a inovação e o desenvolvimen-to dos Institutos Confúcio, o Instituto Confúcio da UPE estabeleceu o Cen-tro de Pesquisas Socioeconômicas Si-no-Brasileiro em novembro de 2019 e realizou sucessivamente o 2ª Semi-nário Internacional Sino-Brasileiro sobre Economia e Desenvolvimento, convidando especialistas e pesquisa-doresdos dois países para conduzir discussões sobre as questões signifi-cativas como inovação em mecanis-mos de cooperação bilateral, educação urbana e rural, internacionalização do RMB e a construção da “Iniciativa do Cinturão e Rota”. O seminário será realizado anualmente, promovendo pesquisas acadêmicas eo avanço do Instituto Confúcio a uma diretriz com características mais distintas e con-teúdo enriquecido.

4. PersPectiVas futurasEm 2020, a nova epidemia de pneu-

monia Covid-19 ocorreu em todo o mundo e teve um grande impacto no trabalho, estudo e vida das pessoas na China e no Brasil. Conforme o prin-cípio de “suspensão das aulas sem pa-raro estudo”, o Instituto Confúcio da UPEpromove curso on-line de língua

instituto confúcio abrange essência da cultura chinesa

Inauguração do Centro de Pesquisas Socioeconômicas Sino-Brasileiro

Atividades no Instituto de Confúcio

chinesa para estudantes brasileiros, para que o ensino de chinês sob a epi-demia continue conforme o habitual. Um semestre de 2020 se passou e 18 turmas de chinês do IC realizaram prova final. Os 6 professores de chinês sempre se dedicam aos seus trabalhos, dando todas as aulas de chinês com diligência e combatendo a epidemia de mãos dadas aos povo brasileiro.

A comunicação entre os povos é o núcleo da construção de uma comu-nidade com um futuro compartilhado entre diferentes povos, e a comunica-ção por idioma é a chave para alcançar a comunicação a comunicação entre estes povos. Os Institutos Confúcios podem não apenas construir uma ponte de comunicação linguística e uma plataforma para intercâmbios culturais, mas também consolidar seu status como institução de confiança. O Instituto Confúcio da Universi-dade de Pernambuco continuará a desempenhar seu papel no ensino de idiomas, promover ativamente o de-senvolvimento dos professores, mate-riais e métodos de ensino, aprimoraro entendimento do povo brasileiro so-bre a língua e a cultura chinesa, for-talecer os intercâmbios educacionais e culturais entre a China e o Brasil, contribuindo para a longevidade da amizade sino-brasileira.

competição de chinês “Ponte Chine-sa”, a Competição de CantoChinês, as celebrações do Dia do Instituto Confúcio e do Festival da Primave-ra, a exposição de obras da Associa-ção Chinesa de Fotógrafos, as sessões musicais folclóricas, a entrevista com famosos diretores de cinema, o Sum-mer Campde Língua e Cultura Chi-

Dança de Leão

Fotos: DivulgaçãoRevista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202078 79Agosto/2020

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ive a imensa satisfação de visitar a China por duas oca-siões: a primeira, em 2009, às cidades de Pequim, Xiam,

Shanghai e Hong Kong, na condição de turista e, 10 anos depois, acom-panhando a delegação da Orquestra Criança Cidadã ao 11° Festival Inter-nacional de Arte Folclórica da China, em Hohhot (Huhehaote), capital da Região Autônoma da Mongólia In-terior.

Na primeira viagem, pude perceber que tudo, nesse país de dimensões territoriais e paisagens naturais tão abundantes como as nossas, remete à grandeza, a começar pela Gran-de Muralha, que, das 07 maravilhas do mundo moderno, as quais tive a oportunidade de conhecer, considero a mais imponente, a mais espetacular, a mais grandiosa erguida pelo homem. Aliás, posso dizer que foi o feito mais

Fotos: Divulgação

Por joão josé rocha targino - juiz de Direitoidealizador e coordenador geral da orquestra criança cidadã

china cuLturaL: traDição miLenar que irraDia na moDerniDaDe

t extraordinário que meus olhos já con-templaram.

Em 2019, após uma década da vi-sita inicial, tornei a visitar Pequim e Hong Kong e pude ver um país ainda mais industrializado, a revelar um gigantesco salto tecnológico, pro-piciador de um inegável crescimento na qualidade de vida de sua gente. De fato, se olharmos alguns dos principais rankings internacionais – econômi-cos, fabris, agrícolas, dentre outros –, constatamos a liderança chinesa na maior parte deles.

A governança chinesa na gestão dos avanços tem inspirado outros povos pelo mundo. No Brasil, por exem-plo, onde a população do país asiático já supera os 350 mil habitantes, de acordo com o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), a represen-tatividade da comunidade ultrapassa o comércio de eletrônicos e artigos

diversos, avançando para os mais di-versos setores da sociedade, inclusive o cultural e o político. Essa expansão deixa claro que a cooperação entre os dois países tem base sólida, enorme potencial e perspectivas amplas, tudo constituído em um ambiente de uma sólida amizade.

Ainda sobre as memórias que guar-do da China, não há como deixar de recordar a arquitetura, a engenharia, a escrita, a gastronomia e o vestuá-rio que tanto a caracterizam há milê-nios, passando de geração a geração. Em Hohhot, uma cidade maior do que o Recife, embora desconhecida da quase totalidade dos brasileiros, pude notar essa coexistência harmônica do novo com o antigo, pois, em meio a shoppings, hotéis, vilas residenciais e viadutos, encontrei parques, templos budistas, museus e teatros bem pre-servados e bastante frequentados pela população local.Por isso, a China, na minha visão, ostenta uma singular dua-lidade, na medida em que, a cada dia, toma a dianteira do mundo nos mais diversos segmentos da economia, sem abdicar de suas tradições milenares.

Essas tradições são irradiadas tam-bém em intercâmbios culturais que se manifestam das mais variadas formas ao longo do ano, em todo o território chinês, a exemplo do citado Festival Internacional de Arte Folclórica da China, que recebeu em sua cerimônia de abertura, no majestoso Teatro Wu-lanqiate, delegações de 13 países para apresentações artísticas e culturais.

Representando o Brasil, a Orquestra Criança Cidadã, ao lado do Maestro Spok e passistas convidados, levaram o frevo – ritmo musical mais expressi-vo da capital pernambucana –, aonde ele nunca havia chegado. Os aplausos e elogios aos músicos e dançarinos de nossa delegação nos gratificaram por

todo o empenho e critério do trabalho apresentado nos palcos, parques e ruas de Hohhot.

Tão significativo quanto esse inédito feito, de divulgar o frevo na China, foi o de vivenciar a verdadeira concretiza-ção da cultura do encontro, por meio da qual tivemos a chance de interagir

com grupos musicais e de dança de outras 12 nações. Essa experiência de cunho pessoal e artístico nos enrique-ceu sobremaneira, levando-nos a com-preensão de que o gigante chinês cres-ce impulsionado por duas admiráveis características de seu povo: disciplina e comprometimento.

Maestro João José Rocha Targino dialoga entre

gerações multinacionais

文化中国:焕发现代气息的千年传统

intercâmbios culturais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202080 81Agosto/2020

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Fotos: Divulgação

Por Liu zhengqin - ex-diplomata da china

não se esquecenDo Da história e ser Laço De ouro na cooPeração sino-brasiLeira

u e meu marido trabalhá-mos no Departamento de Tradução e Interpretação, no Departamento da América

Latina e Caribe, no Ministério das Relações Exteriores e nas Embaixa-das da China em Cuba, em Portugal e no Brasil por muitos anos. Após a aposentadoria, nos reencontramos com a família da minha filha no Bra-sil há mais de 20 anos atrás. Viemos trabalhando e vivendo sucessivamente nesta terra generosa por mais de 30 anos e somos praticantes e testemu-nhas do desenvolvimento das relações sino-brasileiras.

Os intercâmbios entre o povo chi-nês e brasileiro tem uma longa his-tória. Após a chegada ao Brasil, du-rante 16 anos seguindo o vestígio de imigrantes chineses, fizemos estudos e pesquisas sobreos fatos históricos deles plantando o chá e construindo ferrovias no Brasil no século 19 e es-crevemos o livro “História da Imigra-ção Chinesa ao Brasil no Século 19”.

Em 1809, o primeiro grupo de agri-cultores chineses veio ao Brasil para cultivar e transmitir a técnica do chá. Depois chegaram outros trabalha-dores chineses que participaram da construção da ferrovia, da rodovia, da exploração das minas de ouro e do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro. Em 1855, na primeira etapa da obra da Estrada de Ferro D. Pedro II,cerca de 5.000 chineses foram vítimas de cólera, sacrificando a própria vida. A ferrovia foi originalmente plane-jada para ser inaugurada na cidade

de Japeri (antiga vila de Belém), mas devido à tempestade e à epidemia, a obra foi adiada. Portanto, a família real teve que mudar a cerimônia de abertura para a cidade de Queimados. Tanto a cidade de Japeri quanto a ci-dade de Queimados acreditam que a

sil e muitos outros cultivos, como as árvores frutíferas e especiarias. Mui-tas das especiarias utilizadas hoje na cozinha brasileira foram trazidas pe-los chineses. Os ancestrais chineses deram uma contribuição inigualável ao desenvolvimento do Brasil, e mais ainda, trouxeram as virtudes tradicio-nais da diligência, da sabedoria e da bondade da nação chinesa. Podemos dizer que eles deram raízes às relações sino-brasileiras e que hoje estamos transformando as mudas de amizade semeadas em árvores gigantescas.

Conforme registros de especialis-tas, a imigração chinesa ao nordeste do Brasil ocorreu na década de 1920, quando vários chineses provenientes de Guiana entraram no Recife. Na década de 1940 e 1950, uma minoria de chineses emigrou de Xangai e de Hong Kong para o Brasil; nos anos 60 e 70, houve um auge da imigração chi-nesa de maioria vindo de Taiwan; en-tre os anos 80 e 90, ocorreu um grande aumento dos chineses imigrantes do continente da China. Os intercâm-bios entre chineses e pernambucanos já tem mais de 83 anos. Em 12 de fevereiro de 1936, o “Diário de Per-nambuco” publicou uma reportagem na página 10 sobre “Os chineses e suas atividades no Recife” juntamente com 3 fotos, informando que havia 103 chineses residentes.

No dia 15 de agosto de 1974, os dois países estabeleceram oficial-mente suas relações diplomáticas. O Brasil foi o primeiro país do mundo a estabelecer a parceria estratégica com a China e o primeiro da América Latina a elevar esse relacionamen-to à categoria de parceria estratégica

e

Diário de Pernambuco de 12 de fevereiro de 1936

sua própria fundação foi derivada dos construtores ferroviários chineses e planejam construir monumentos ho-menageando-os.Os produtores de chá chineses não trouxeram apenas mudas e sementes de chá, mas também ha-bilidades para plantar o chá no Bra-

global. Isto porque ambos são países gigantes em desenvolvimento e de economia emergente, cujos povos são trabalhadores e inteligentes e têm a mesma aspiração de crescer. Na dé-cada de 1950, o povo chinês levantou um grande ideal para si: “Um dia vale por 20 anos”, ao mesmo tempo, o en-tão Presidente da República brasileiro, Juscelino Kubitschek, pai da cidade de

Ex-diplomata Liu ZHengqin: “somos

testemunhas do desenvolvimento das

relações”

Brasília, lançou sua ambiciosa vonta-de de “50 anos em 5”. Nesses 46 anos desde a fundação das relações diplo-máticas, os dois países vem impulsio-nando ativamente o desenvolvimento das relações bilaterais. O volume total comercial bilateral no início era de apenas nemchegava a um milhões de dólares, hoje já ultrapassou de 100 bilhões de dólares.

不忘历史,做中巴合作的金纽带

intercâmbios culturais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202082 83Agosto/2020

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A comunidade chinesa vem de-sempenhando o papel de uma ponte no percurso do desenvol-

vimento das relações sino-brasileiras. E graças à ajuda dos chineses residen-tes, o município de Guangzhou e do Recife tornaram-se cidades-irmãs. A comunidade chinesa não só transmitiu a excelente cultura chinesa tradicional, como também se integra e retribui ati-vamente à sociedade local. Nas datas comemorativas como o natal e dia das criança, a Associação da Comunidade Chinesa de Recife e outras sociedades chinesas doaram, por anos sucessivos à população brasileira, cestas básicas e presentes; em casos de calamida-des climáticas, a comunidade chinesa sempre oferecea sua solidariedade e o seu apoio imediatamente, colaborando constantemente nos bons e nos maus

comunidade chinesa desempenha papel de diálogos

ses residentes no Recife ficaram muito preocupados, e espontaneamente co-letaram seus limitados materiais anti-epidêmicos (máscaras, álcool, luvas, etc.) para doar à Prefeitura de Recife. Além disso, os empregadores chineses ofereceram materiais de proteção e almoço aos seus empregados.

Os imigrantes chineses puderam se instalar, prosperar e crescer aqui não só por obra do próprio esforço, mas também graças ao caloroso acolhi-mento do povo brasileiro. Além disso, o amor desses chineses para com o Brasil, sua segunda terra natal, ganha

a sincera retribuição dos amigos bra-sileiros. Em 29 de setembro de 2017, a Câmara Municipal de Recife realizou uma reunião solene em homenagem à Associação da Comunidade Chinesa do Recife. Após o decreto de que o Presidente do Brasil assinou o “Dia da Imigração Chinesa” em 15 de agosto de 2018, a Câmara Municipal de Reci-fe também determinou “15 de agosto” como o “Dia da Imigração Chinesa” da cidade. Em 21 de maio de 2020, a Assembleia Legislativa de Pernambu-co condecorou a China com o “Prêmio Internacional de País Amigo” elogian-

do as contribuições da China ao Esta-do de PE, especialmente às assisências prestadas para o combateao covid -19.

Pode-se dizer que dedicamos a vida toda na promoção da amizade sino-bra-sileira. Hoje em dia, estamos muito fe-lizes com os resultados florescentes da cooperação bilateral em todas as áreas. Não podemos nos esquecer da história, valorizando ainda mais a amizade tradi-cional entre os nossos povos, desejamos levar a plena ação o papel da comuni-dade chinesacomo um laço de ouro para incrementar ao máximo a cooperação amistosa sino-brasileira.

momentos com os seus irmãos bra-sileiros. No presente ano de 2020, a pandemia da covid-19 se propagou no Brasil, e no dia 25 de março, os chine-

: Associação da Comunidade Chinesa do Recife doa materiais a Palmares, junho de 2017

Câmara Municipal do Recife entrega prêmio

à Associação da Comunidade Chinesa

do Recife, 29 de setembro de 2017

Associação da Comunidade Chinesa do Recife doa materiais de EPIs á Prefeitura do Recife, 2020

Fotos: DivulgaçãoRevista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202084 85Agosto/2020

Page 44: Governo de Sergipe - 《东北杂志》中国专刊目录 · 2020. 8. 18. · 10. povo aCima de tudo, vida aCima de todos Consulado Geral da China no Recife ... amizade sino-brasileira

hina: o Nordeste que deu certo” é o título do livro de autoria de Heloneida Stu-

dart publicado em 1978. Trata-se de um registro da viagem que a autora fez à China em 1977. Darcy Ribeiro, mesmo reconhecendo um certo deslocamento (“Não sei o que faço neste livro”), apre-senta a obra e com ela se identifica não só por conhecer a autora, uma “cearense arretada”, mas pelas associações e lições ali trazidas. “Heloneida nos demonstra que até o Nordeste poderia, em prazos razoáveis, se tivéssemos juízo, construir com suas mãos e os barros mais atoas deste mundo, não mais riqueza para os ricos – como produziu sempre – mas uma modesta, porém geral prosperidade chinesa”, escreveu Darcy Ribeiro.

Na leitura das crônicas da autora pude identificar ocorrências que também constatei nos três anos em que morei em Shanghai, de 2013 a 2015, tais como a presença do chá no cotidiano, as “copio-sas refeições chinesas” e suas deliciosas verduras, a ausência de saladas cruas às refeições, a aguardente Moutai“servida em cálices minúsculos”, as maratonas de visitaçõesquando se está seguindo um roteiro como integrante de uma delegação a convite dos chineses(“os chineses não se preocupam muito com a palavra repouso”1), os exercícios ma-tinais dos idosos, os casais que “nem

1 STUDART, Heloneida. China: O Nordeste que deu certo. Rio de Janeiro: Edições Nosso Tempo, 1978. p. 29.

Foto: Divulgação

Por eVanDro De carVaLho - Professor e coordenador do núcleo de estudos brasil-china da fgV Direito rio

“china: o norDeste que Deu certo”: Pouco mais De quatro DécaDas DePois

“c sequer se dão as mãos”2,etc. Contudo, apesar da permanência no tempo des-tes elementos do cotidiano, a realidade econômica e social da China atual tem outras particularidades que a diferem daquela testemunhada pela autora.

Se hoje, diante das modernas cidades chinesas, não se duvida da capacida-de do país de se tornar uma sociedade próspera, ter esta percepção no final da década de 1970 e início da década de 1980, como teve HeloneidaStudart, exi-giria de qualquer observador uma capa-cidade de interpretar a realidade chinesa para além das condições materiais que, naquela época, eram bem precárias. E é o que a autorafez ao reconhecer o prin-cipal recurso da China:o seu povo. Em certo momento, observando a austeri-dade com que o chinês estava acostu-mado a entregar-se, escreveu: “Aqui, só vale o que as pessoas têm por dentro”3.Tal austeridade,que se traduzia em sim-plicidade na ação e no pensamento,po-deria ser encarada como obstáculo para o desenvolvimento,mas foi o ponto de partida e o meio para uma longa cami-nhada de superação da extrema pobreza naquele país.

“Vejo um engenheiro diante de um computador. O que me espanta é o fato dele estar sentado num tamborete. Não de acrílico ou alguma matéria charmo-sa, modelado sob um design funcional. Trata-se de um tamborete de humilde madeira, rústico e lanhado, como tantos

2 Ibid., p. 71.

3 Ibid., p. 32.

que se encontram no interior do Ceará, irmão de vários existentes na bodega do meu compadre Ricardo, no Iguape. Essa convivência do computador com o tamborete me espanta, principalmente, ao me lembrar que, em meu país, qual-quer pequena agência bancária humilha com seus mármores e painéis murais os suntuosos palácios da Europa.

Fan (Iana) me olha severamente: ‘Aqui, não desperdiçamos nada’.

Eu teria oportunidade de verificar essa austeridade em todas as grandes – e pequenas – cidades da China que visitei. Não é apenas porque eles são pobres. Já vi, em casebres brasileiros, liquidifica-dores cromados para serem pagos em 50 prestações, fazendo o orgulho de fa-mílias que não vacinam suas crianças.”4

As semelhanças entre a China que a autora conheceu e o Nordeste brasileiro daquele tempodeviam-se à proximida-de de seus estágios de desenvolvimento econômico e social, das condições de vida marcada pela pobreza,do singelo trato das pessoas, da consideração com a sabedoria popular.5Eao notar estas similitudes, a autora percebeuque há um contraste muito maior dentro do Brasil, “havendo distâncias interplane-tárias entre uma apanhadeira de algo-

4 Ibid., p. 31.

5 “As melhores tradições culturais nordestinas nos empurravam para a utilização de tudo e para a simplicidade. Cheguei a ver muito avental bo-nito feito de plástico de embrulhar leite e muito caminhãozinho de brinquedo fabricado de lata de óleo comestível. Sentado num tronco de coqueiro, compadre Cardoso costumava dizer: ‘Um homem carece de bem pouca coisa para ser homem’. Essa simplicidade foi esburacada pelos meios de co-municação de massa – a serviço do lucro”. (Ibid., p. 34).

dão no Piauí e uma senhora colunável do soçaite carioca”6.

Talvez muitas das identificaçõesdo Nordeste com a China tenham origem nos resquícios do passado decorrentes da influência oriental sobre a vida e a cultura brasileira tão bemrevelados por Gilberto Freyre. Segundo o escritor per-nambucano, ao principiar o século XIX, e devido às navegações portuguesas que passavam por Macau, havia no Brasil colonialo palanquim,o chá da China, as sedas eas porcelanas chinesas, os “leques da China; e até ao costume de os adul-tos, e não apenas os pequenos, diverti-rem-se soltando fogos de vista orientais e empinando papagaios de papel de seda à maneira dos chineses”7, dentre outras

6 Ibid., pp. 19 e 20.

7 FREYRE, Gilberto. China Tropical: e outros escritos sobre a influência do Oriente na cultura

manifestaçõesasiáticas, mouras e ára-bes. “É como se ecologicamente nosso parentesco fosse antes com o Oriente do que com o Ocidente”, disseGilberto Freyre.8Mas esta influência que coloria a nossa paisagem foi desaparecendo à medida que o Brasil, uma vez indepen-dente de Portugal, tornou-se zona de influência da Grã-Bretanha, sucumbin-do ao “capitalismo industrial britânico” que teria conseguido “acinzentar, em tempo relativamente curto, a influência oriental sobre a vida, a paisagem e a cul-tura brasileiras”9. A razão disto era que, acrescenta Gilberto Freyre:

“o brasileiro do litoral ou de cidade viveu, durante a primeira metade do século XIX – na verdade durante o sé-culo inteiro –, sob a obsessão dos ‘olhos dos estrangeiros’. Preocupado com esses olhos. Sob o temor desses olhos como outrora vivera sob o terror dos olhos do jesuíta ou dos da Santa Inquisição. E os ‘olhos dos estrangeiros’ eram os olhos da Europa. Eram os olhos do Ocidente. Do Ocidente burguês, industrial, car-bonífero, com cujos estilos de cultura, modos de vida, composições de paisa-gem, chocavam-se as nossas particular-mente impregnadas de sobrevivências do Oriente.”10

Com todas as ressalvas dos diferentes

luso-brasileira. Org. Edson Nery da Fonseca. 2. Ed. São Paulo: Global, 2011. p. 43.

8 Ibid., p. 38.

9 Ibid., p. 38.

10 Ibid., p. 40. Vale destacar a ressalva que Gil-berto Freyre faz em relação ao Recife: “O Recife, menos conservador que a capital da Bahia e, sob alguns aspectos, mais aberto a influências transo-ceânicas do que o próprio Rio de Janeiro, não se deixou, entretanto, encantar de repente pro todas as vozes de sereia do Ocidente” (Ibid., p. 67).

contextos históricos,não há como não fazer algumas associações com os efei-tos das invasões britânicas na China-durante as Guerras do Ópio no século XIX. O imperador chinês, derrotado, foi obrigado a conceder privilégios aos invasores em várias cidades portuárias chinesas, como Shanghai, Fuzhou e Guangzhou, por exemplo. A entrega de Hong Kong ao domínio inglês foi uma das pesadas punições (“indenizações de guerra”) impostas à China.E assim o Ocidente forçou a sua entrada no terri-tório chinês. Não é por acaso que muitas destas cidades portuárias foram palcos de confrontos, décadas depois, entre os revisionistas imbuídos dos valores oci-dentais e os comunistas que ali também se organizavam.Aqueles choques de vi-sões de mundo também impulsionaram a China na sua busca gradual e assídua pela modernização.

A visita de HeloneidaStudartdeu-sepoucas semanas depois de a Revolu-ção Cultural ter sido encerrada com a realização do XI Congresso do Partido Comunista da China (PCCh), em se-tembro de 1977. A China estava no iní-cio dasQuatro Modernizações– slogan apresentado em 1964 e lançado nova-mente em 1975 por um dos mais hábeis políticos que o país conheceu, oZhou-Enlai. A expressãoreferia-se à moder-nização da indústria, da agricultura, das forças armadas, da educação e da pes-quisa. Como afirmou Jacques Gernet, tratava-se de “reabilitar a competência, o saber, as técnicas, a ciência, a produ-ção, tanto tempo considerados como reacionários ou muito secundários em relação à fé revolucionária.”11 Naquele

11 GERNET, Jacques. Le monde chinois: l’épo-

Evandro de Carvalho: lembra teses de Gilberto Freyre sobre influência dos chineses sobre brasileiros

从《中国与巴西东北部相通》一书谈起

intercâmbios culturais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202086 87Agosto/2020

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período, a China ainda não sofria com a poluição decorrente de seu rápido desenvolvimento econômico. Os chi-neses, disse HeloneidaStudart, “vivem da maneira sonhada pelos ecólogos. (...) O perfume do verde se evola contra um céu quase tão azul quanto o do nordeste e sem nenhuma fuligem”. As bicicletas existiam “aos milhares” e dominavam completamente as avenidas.12A China narrada pela autora era aquela que ainda iria experimentar a extraordinária trans-formação econômica produzida pela política de reforma e abertura lançada por Deng Xiaoping em 1978.

Quando a autora visitou a China, o PIB chinês era, aproximadamente, de US$170 bilhões, e o do Brasil era de US$ 176 bilhões. Praticamente idên-ticos.13Quatro décadas depois, a China que conhecijá era a segunda maior eco-nomia do mundo. Atualmente, o PIB chinês está acima de US$14 trilhões e o do Brasil está em torno de US$1.84 tri-lhão.14Com a rápida industrialização, a China passou a sofrer com a poluição do ar;e as bicicletas, muito embora tenham as suas faixas reservadas para circula-ção, perderam espaço para os carros. O maior mercado mundial de veículos está na China cujo volume de vendas é dois terços maior que o segundo colocado, os Estados Unidos.15 Com uma frota que ultrapassa os 200 milhões de veículos leves e pesados, somados à queima do

quecontemporaine. Tome 3. Paris: Armand Colin, 2005. pp. 100-101.

12 STUDART, Heloneida. China: O Nordeste que deu certo. Rio de Janeiro: Edições Nosso Tempo, 1978. pp. 22 e 24, respectivamente.

13 Banco Mundial. Disponível em:https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.CD.

14 Ibid. Disponível em:https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.CD.

15 CALMON, Fernando. “China vende 30 mi-lhões de carros por ano e acredite: há espaço para mais”.UOL.Publicado em 02 de maio de 2018. Disponível em: https://www.uol.com.br/carros/co-lunas/alta-roda/2018/05/02/china-vende-30-mi-lhoes-de-carros-por-ano-e-acredite-ha-espaco-pa-ra-mais.htm. Acessoem: 29 de julho de 2020.

carvão como recurso energético mais utilizado, a poluição tinha feito o céu azul desaparecer em algumas cidades chinesas. Em 2014 uma matéria do China Daily dizia que “Beijing é a se-gunda cidade mais ‘inabitável’ entre as 40 principais cidades globais, devido a sua grave poluição do ar”.16Naquele mesmo ano, o governo chinês, ciente da gravidade da situação,decidiu “declarar guerra” contra a poluição.Desde então, tem feito avanços significativos. Parte deste sucesso deve-se ao fato de a Chi-na investir maciçamente em tecnologia para a promoção do desenvolvimento verde. Hoje, o país é o que mais produz energias renováveis e é líder mundial em carros elétricos17. O resultado disto é que, embora ainda haja poluição, o céu de Beijing e de outras cidades do Norte da China está mais azul se comparado aos anos anteriores.

Mas o feito mais extraordinário da China está prestes a se realizar neste ano de 2020: a erradicação da extrema pobreza. A China cumprirá, com uma antecedência de 10 anos, o objetivo esta-belecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em sua Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.Desde 1978, aproximadamente 600 mi-lhões de pessoas deixaram a pobreza extrema. Para compreender o conjunto das medidas e ações tomadas para esta realização, importa conhecer a sabedo-ria chinesa. A este respeito, é muito elu-cidativo o livro do Xi Jinping intitulado “Upand Out ofPoverty” (“Livrar-se da Pobreza”). O presidente chinêscom-partilha a sua experiência e visão de administrador quando era secretário do Partido em Ningde, uma grande área empobrecida. Ele tinha a difícil missão

16 MORE young workers choose megacities over hometowns. China Daily. Beijing, China, 18 de março de 2014, p. 7.

17 POR QUE a China é líder mundial em carros elétricos?.Quatro Rodas. 30 de abril de 2018. Disponível em:https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/por-que-a-china-e-lider-mundial-em-carros-eletricos/ . Acesso em: 29 de julho de 2020.

de organizar o processo de melhoria das condições de vida naquela região. A geografia de Ningde, com suas muitas montanhas e sua localização costeira,-trazia inúmeros desafios, mas também continha nela as suas soluções.

O livro de Xi Jinping transparece uma dascaracterísticas da sabedoria chinesa que éapresentar e solucionar de forma simples situações e problemas comple-xos. A pergunta que eleformula já na primeira página do livroé reveladora desta abordagem:“Como pode um fi-lhote de pássaro fraco ser o primeiro a voar?”. Metáforas chinesas, tão pre-sentes no cotidiano do chinês até ho-je,são entalhadas na história. A partir de tal pergunta, o agora presidente da China elaborou caminhos que ajuda-ram Ningde a melhorar suas condições econômicas mesmo diante de todas as adversidades. Antes, porém, ele faz uma reflexão que soa como uma advertência preliminar essencial para se começar a caminhada para a transformação eco-nômica e social de um povo que vive em uma área pobre: “regiões empobrecidas não podem ter ideais empobrecidos”18.Tal conselho não é, todavia, um convite para se sonharcom os pés fora do chão e a cabeça nas nuvens.

“O povo de Ningde deve primeiro ter um bom entendimento de nossa própria terra. Se não o fizermos, como podemos amar Ningde, muito menos desenvolvê-lo? (...) O povo de Ningde precisa de autoconsciência; apenas nas-cer e crescer neste lugar não significa que se o conhece bem.”19

O ver-se, reconhecer-se e amar-se, graças e apesar das circunstâncias e de nós mesmos, é condição para assumir o protagonismo da própria história e destino. E esta autodescoberta das limi-tações e potencialidadesdeve se mover para a ação transformadora de cada um

18 XI, Jinping. Up and Out of Poverty: selected speeches in Fujian. Beijing: Foreign Language Press, 2018. p. 2.

19 Ibid., p. 25.

dos cidadãos e do conjunto da popula-ção. Escreveu Xi Jinping:

“Não devemos nos acostumar a falar sobre o quão pobre nosso município ou prefeitura é só porque o nosso mu-nicípio é designado como pobre. Com o tempo, veremos a nós mesmos como inferiores aos outros e perderemos o espírito, e esse sentimento de inferio-ridade levará a uma ‘mentalidade pobre de município’”.20

São lições não só da maior liderança da segunda maior economia do mundo, mas de um país que se levantou com o trabalho de suas próprias mãos e men-tes. Hoje, Ningde exporta, dentre outros produtos, cogumelos e chá; aaquicultura tem ajudado a melhorar a economia local; produz muitos recursos minerais não metálicos como granito e basalto, e possui recursos hidrelétricos que impul-sionam as indústrias metalúrgicas.

As lições que ficam é que a China se abriu para o mundo, mas não esperou dele as soluções para todos os seus pro-blemas. Como observouHeloneidaStu-dart,o campo continuava predominan-do “e foi sem dúvida baseado nele que se implantou a estratégia do desenvol-vimento chinês”21. A abordagem dos antigos dirigentes chineses de “cruzar o rio pisando as pedras”, de promover o “desenvolvimento científico” e tantas outras que dão ênfase à prática e às cir-cunstâncias concretas com que se pode contar, fizeram emergir a atual China urbana, tecnológica e moderadamen-te próspera ao ponto de poder sonhar com a revitalização da nação, superan-do as marcas deixadas pelas invasões estrangeiras e as humilhações sofridas no passado.

A Chinaé o maior parceiro comer-cial do Brasildesde 2009 e tem feito investimentos significativosna região Nordeste.Em 2013, a revista Época pu-

20 Ibid., p. 77.

21 STUDART, Heloneida. China: O Nordeste que deu certo. Rio de Janeiro: Edições Nosso Tempo, 1978.pp. 110 e 111.

blicou matéria com o título “Como o nordeste virou a China brasileira” mos-trando como a pobreza estava sendo superada com políticas públicas ade-quadas e, também, com otrabalho da população. Naquele ano, o Nordeste era a regiãoque mais crescia em relação à média nacional, tornando-se “um dos mercados mais dinâmicos do país”.22O Nordeste era o foco prioritário das obras de infraestrutura do governo federal. “O valor orçado era superior ao PIB da região”, disse o economista Alexandre Rands.23Hoje, o momento político e econômico é outro, agravado ainda pela pandemia, mas as potencialidades de seu território, seus recursos naturais e humanos permanecem os mesmos.

Desde 2000 os estados do Nordeste contam com o Fórum de Governadores do Nordeste. Em 2019, criaram o Con-sórcio Nordeste para operacionalizar ações importantes na região, baratear as compras públicas e permitir a aplicação mais eficiente dos recursos públicos. Em março de 2020, início da pandemia no Brasil, os governadores do Nordeste consultaram o governo da China para solicitar ajuda para os estados da região no enfrentamento da pandemia de co-ronavírus. A carta, assinada pelo gover-nador da Bahia e atual coordenador do Consórcio Nordeste, Rui Costa, diz: “Reafirmamos a admiração pela forma como o povo chinês enfrentou a epi-demia e pela imensa amizade que une nossos povos”.24No ano em que se co-memora o 46º aniversário das relações

22 COMO o nordeste virou a China brasileira.Época. Rio de Janeiro, 04 de julho de 2013. Link: https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2013/07/como-o-nordeste-virou-bchina-brasileirab.html. Acesso em: 28 de julho de 2020.

23 Ibid.

24 GOVERNADORES do NE consultam China e pedem material para tratar covid-19.UOL. 20 de março de 2020. Link: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/03/20/governadores-do-ne-consultam-china-e-pedem-material-para-tratar-covid-19.htm. Acesso em: 28 de julho de 2020.

diplomáticas Brasil-China, o Nordeste precisa cultivar esta amizade e ampliar a avenida de diálogo e cooperação com o gigante asiático que tem muitas lições para compartilhar e compreende os per-calços e limitações da pobreza. Mas, o mais importante, conhece caminhos para superá-la.

Visitando uma aldeia pobre que se tornou modelo para a China pela capacidade de suplantaras dificulda-des,Heloneida Studart ouviu o seguinte comentário de uma líder camponesa: “raciocinamos que todas as coisas más podem se transformar em coisas boas”25. Identifico uma certa influência taoísta-neste comentário. E, ao mesmo tempo, algo próximo da postura do nordestino que sempre procura enxergar o lado positivo diante da aridez ao seu redor.Os relatos e as impressões registrados por HeloneidaStudartmostram uma sinceridade desnudada na sua narrativa direta e simples para descrever o que viu e viveu naqueles dias na China. É não só um retrato de um período da história chinesa; é, sobretudo, um olhar brasilei-ro – e, em especial, nordestino.

A autora, recordando a sua infância, diz que seu primo, quando tomava o velocípede dela puxando-lhe o cabe-lo, costumava dizer: “Vá para China”.26Quase cem páginas depois derecordar este episódio do seu passado, Heloneida Studart, ao responder à intérprete que lhe questiona se resistiria uma viagem de 19 horas de trem para visitar uma outra região da China, talvez tenha res-pondido inconscientemente ao seu pri-mo: “nordestino está sempre indo”.27 E que possamos ir e olhar, cada vez mais, para a China.

25 STUDART, Heloneida. China: O Nordeste que deu certo. Rio de Janeiro: Edições Nosso Tempo, 1978. p. 40.

26 STUDART, Heloneida. China: O Nordeste que deu certo. Rio de Janeiro: Edições Nosso Tempo, 1978. p. 19.

27 Ibid., p. 115.

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202088 89Agosto/2020

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o dia 15 de agosto cele-bramos o Dia da Imigra-ção Chinesa no Brasil. Em 2019, completamos 45

anos de Relações Diplomáticas entre o Brasil e a China. No mesmo ano, a China comemorava os 70 anos da Re-pública Popular da China. A pergunta mais importante neste contexto é: o que isso significa hoje para os dois países?

São tantos aspectos que podemos abordar que decidir por onde começar é um desafio. Vamos começar por um tema que me é caro: a amizade. Se-gundo Confúcio: "Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e por tempos difíceis. No su-cesso, verificamos a quantidade e, nos tempos difíceis, a qualidade."

Fotos: Divulgação

Por thomas LaW - Presidente do instituto sociocultural brasil/china

o futuro Das reLações brasiL-china no Pós-PanDemia

n

Realizamos parcerias com o Olo-dum para promover a cultura brasilei-ra na China; com a Escola de Samba Acadêmicos de Vila Maria, que cul-minou no desfile "China: o sonho de um povo embala o samba e faz a Vila Sonhar", realizado este ano no Sam-bódromo do Anhembi; com o Insti-tuto Confúcio da Fundação Álvares Penteado, para as comemorações do Ano Novo Chinês, entre tantas outras

ações com universidades, institutos e governos municipais e Federal. Leva-mos startups brasileiras para eventos de inovação e tecnologia na China, como Rise Hong Kong em parceria com o Igloo Network. Foi um ano de grandes realizações na integração das nossas culturas e aprofundamento de laços de amizade.

Assim como acompanhamos os anos de prosperidade, agora vive-

mos um período de pandemia. O Brasil e o mundo estão em uma si-tuação delicada. Neste momen-to, as doações de empresas e do governo Chinês ao Brasil para o combate do co-ronavírus já ul-trapassam a cifra dos milhões e fa-zem a diferença em diversas ci-dades e Estados brasileiros. Tive-mos a felicidade de participar de algumas destas ações. Este apoio mostra, como es-creveu Confúcio, que a amizade entre o Brasil e a China é de qua-lidade.

Este ano, as ce-lebrações do Dia da Imigração Chinesa terão de

ser mais virtuais do que presenciais. Lamentamos a impossibilidade de encontrar pessoalmente nossos par-ceiros, mas entendemos o momento e a necessidade de adaptação. Deixamos a todos os amigos do nordeste nosso cordial abraço, e a certeza de que logo poderemos estar juntos,, trabalhando e realizando cada vez mais projetos que fortalecem esta profunda amizade entre os dois países.

O Brasil e a China passaram pelas duas fases juntos. O país asiático é o maior parceiro comercial de nosso país há mais de uma década. São anos de um relacionamento mutuamen-te benéfico que impulsionam a nos-sa economia e abastecem o mercado chinês. Ambos partilharam por anos desta prosperidade. Mas as raízes des-te relacionamento são mais antigas e profundas do que esta fase de grande sucesso.

Quando a China passou por um período de mudanças, o Brasil acolheu os imigrantes chineses que buscavam novas oportunidades. Meus avós e pais estavam entre eles. O país verde-amarelo oferecia seus desafios, como a língua e os costumes, mas também

muitas oportu-nidades para os t r aba lhadores chineses. Esta primeira geração aprendeu muito com os brasilei-ros. Hoje, mui-tos dos que nas-ceram na China afirmam que são chineses, mas sua alma é brasileira.

Pertenço à se-gunda geração: sou brasileiro descendente de chineses. Vejo com bons olhos a forma como a relação de amiza-de entre os dois países evoluiu nas últimas décadas. Por ser apaixo-nado pela cultura brasileira e ter la-ços de ancestrali-dade com a cultura chinesa, me tornei presidente do Instituto SocioCultural Brasil China - Ibrachina. Nossa missão é promover a integração entre os po-vos, o que realizamos através de even-tos culturais, acadêmicos e esportivos. Tivemos a felicidade de participar da própria criação do Dia Nacional da Imigração Chinesa no Brasil, realizada pela Frente Parlamentar Brasil China no Congresso Nacional.

Thomas Law: “vejo com bons olhos os avanços nas relações entre os dois paises

“后疫情时期”的中巴关系

intercâmbios culturais

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202090 91Agosto/2020

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Fotos: Divulgação Fotos: Divulgação

Por eDgar aLbuquerque - conselheiro da LiDe china

imigração e VaLores: juntos somos mais fortes

á muito interesse em saber como a China se revelou o gigante que é nos dias atuais. O denominador co-

mum a todas as respostas que já sabe-mos, como planejamento e execução, entre outras, é o trabaho.

De todos os chineses com quem tive o prazer de estar ao redor do mun-do, trabalhadores seria a característica mais marcante. É um povo que não tem medo de trabalho, de empenho, de cair e de levantar.

Após estarem destruídos, moral, social e economicamente após a guerra do ópio, o gigante usou todas as suas forças a seu favor. Após, hou-ve a fome no século XX. Mas o seu maior ativo, as pessoas, foi a razão de toda a ruptura com aqueles anos de amargor.

Embora o início da imigração chi-nesa no Brasil tenha sido no governo de Dom João VI, com o cultivo de chá vindo de Macau, então colônia portu-guesa, a grande onda deu-se por volta dos anos 60 e 70 do século passado, em que chineses fortaleceram um movi-mento de diáspora global em busca de melhores condições de vida e trabalho em tempos ainda difíceis.

A partir daí que nossa sociedade moderna pode perceber de perto as qualidades de um povo que sabe mui-to bem se reerguer, e encara a vida de frente. Além da gastronomia, da música, do idioma,que são qualidades mais fáceis de perceber, o ponto mais forte, a meu ver, é o modo guerreiro de viver as batalhas do dia a dia, o valor

dos chineses que ficaram na China, e que junto com o Brasil, construíram uma relação diplomática e comercial que veio a ser a principal para nossa economia.

O Brasil se beneficia duplamente dessa proximidade: com os chineses que vieram se reinventar na Ilha de Vera Cruz, e com os chineses que ficaram lá, reergueram o gigante mi-lenar, e agora investem no País e ou estimulam o comercio bilateral.

No décimo quinto dia do mês de agosto, deste 2018, comemora-se o Dia Nacional da Imigração Chinesa no Brasil. E eu não poderia deixar de me sentir honrado em parabenizar todos os chineses, amigos e parceiros, com quem tenho o prazer de aprender diariamente sobre o valor do trabalho, e por quê não,da perseverança. Essa é a receita que tento praticar diariamente, e uma das maiores influências para mim, um brasileiro em busca de ser melhor a cada dia.

h移民与价值观:团结让我们更强大

dispensado à família, e claro, repetido novamente, o trabalho incessante em várias frentes.

Atualmente, os chineses giram a economia de grandes centros no Bra-sil. Mas também temos a influência

Visita ao Porto Suape com a Cônsul Geral, Yan Yuqing

resPonsabiLiDaDe PeLo estreitamento Da Parceria sino-brasiLeira 密切中巴伙伴关系责无旁贷

Por ana PaLoma Luo - bolsista do instituto confúcio da universidade de Pernambuco

eu nome é Ana Palo-ma Luo, tenho 24 anos e sou brasileira com descendência chinesa.

Meus pais se mudaram na década de 90 e desde então firmaram raízes no Brasil. Portanto, cresci sob a influência de duas culturas e dois idiomas. Sou formada em Ciências Contábeis na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e, atualmente, faço mestra-do em Contabilidade na Universida-de Central de Finanças e Economia (CUFE) em Pequim.

Desde criança, meus pais sempre procuraram estabelecer um equilíbrio entre a cultura chinesa e a cultura bra-sileira. No colégio, eu aprendia portu-guês e em casa aprendia chinês. Mas como a presença da língua portuguesa ainda era muito maior do que a chine-sa no meu ambiente de crescimento, meus pais estabeleceram uma regra em casa para mim e para as minhas irmãs: nós só poderíamos assistir pro-gramas de televisão em chinês ou em inglês. E isso foi um dos fatores deter-minantes para o meu aprimoramento e fluência no mandarim.

Durante os estudos na faculdade, pude notar a presença das empresas chinesas cada vez mais frequentes na nossa economia brasileira e isso me fez ter um sentimento de responsabi-lidade de estreitar ainda mais os laços entre os dois países. No entanto, para me tornar uma profissional adequa-da para esta missão, ainda precisava aprimorar o meu chinês e aprovei-

m

tar o meu tempo na faculdade para procurar oportunidades de estágio nas empresas chinesas. E assim em 2017, iniciei meus estudos no Institu-to Confúcio da UPE e o meu estágio na Huawei Serviços do Brasil.

Foi durante o meu estágio na Hua-wei que pude ter a certeza de que estava no caminho certo. Isso se deve ao sentimento de familiaridade e de “casa” que senti dentro do escritório com as pessoas falando em chinês no dia-a-dia e à sensação de que eu es-

tava contribuin-do de alguma forma para au-mentar a parce-ria das relações sino-brasileiras. Mas em contra-partida, observei que para atingir o meu objetivo maior, tudo o que eu estava fa-zendo ainda não era o suficiente. Então assim que me graduei na UFPE, solicitei

no Instituto Confúcio uma bolsa de estudos de um ano na Universidade Central de Finanças e Economia em Pequim para ganhar a devida fluência no mandarim e, posteriormente, fazer um mestrado em chinês na minha área de formação.

No período de um ano aprimorando o meu mandarim na China, além de frequentar as aulas designadas pela faculdade, também frequentei como aluna ouvinte, aulas de contabilidade com estudantes nativos. E todo esse esforço foi recompensado com a bol-sa de mestrado que me foi concedida pela CUFE através do Hanban. Mas um fato importante a ser mencionado sobre essa bolsa de mestrado é que sou a única aluna estrangeira de todo o departamento de Contabilidade da faculdade e isso se tornou um dos meus maiores desafios.

intercâmbios culturais intercâmbios culturais

Edgar Albuquerque:

“povo sem medo de trabalho”

Revista NORDESTE Revista NORDESTEAgosto/202092 93Agosto/2020

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No começo, sofri um grande choque cultural mas conforme com o passar do período letivo,

aprendi e compreendi ainda mais da cultura, dos costumes e da realidade chinesa. À medida que eu ia criando laços de amizades, pude perceber que apesar de ter crescido numa famí-lia chinesa, ainda havia muitas coisas das quais eu precisava conhecer e, o mais importante, respeitar a diferen-ça cultural existente. Um outro pon-to do qual me deixou extremamente surpresa foi a dedicação e a ambição por conhecimento dos meus colegas chineses e isso me serviu de modelo e determinação para me tornar a ponte das relações sino-brasileira.

No começo deste ano, voltei ra-pidamente ao meu país para visitar a minha família. No entanto, nem

Universidade Central de Finanças e Economia-CUFE

tudo ocorre como planejamos. O novo coronavírus se espalhou pelo mundo provocando uma grande pandemia. Mas felizmente, a pan-demia não foi um empecilho que impediu a continuidade dos meus estudos. O meu segundo semestre do mestrado foi cursado inteira-mente via online, o que foi bastante difícil e desafiador porque tive que conciliar os estudos com as questões familiares, aprender a ter disciplina durante a quarentena e, principal-mente, aprender a lidar com o fuso de 11 horas de diferença entre o Brasil e a China. Por sorte, alguns dos meus professores foram bastan-te compreensíveis com o problema do fuso horário e com a nossa atual nova realidade, eles me concederam a permissão de assistir às videoaulas

conforme o fuso brasileiro. Além de ser grata por ter tantos professores bondosos, sou grata pelos colegas extremamente prestativos que tive a oportunidade de conhecer. E assim que normalizar mais a pandemia, espero ansiosamente em poder vol-tar para a China e focar no âmbito profissional em busca de estágios com foco nas empresas chinesas que tenham parceria com o Brasil.

Como uma brasileira com descen-dência chinesa, me sinto responsável em contribuir para o estreitamento da parceria sino-brasileira e, portan-to, espero atingir o meu objetivo com este mestrado do qual estou aprovei-tando o máximo possível e que me ensinou não só no âmbito acadêmico mas também no âmbito profissional e pessoal.

Foto: DivulgaçãoRevista NORDESTE Agosto/202094

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