GRADE DE CORREÇÃO · Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São...

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NOME: LOCAL: IDENTIDADE: INSCRIÇÃO: DATA: 15/11/2018 Assinatura do Candidato: SALA: ORDEM: GRADE DE CORREÇÃO

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NOME:

LOCAL: IDENTIDADE: INSCRIÇÃO:

DATA: 15/11/2018

Assinatura do Candidato:

SALA: ORDEM:

GRADE DE CORREÇÃO

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GRADUAÇÃO DIREITO SP | 15/11/2018

GEOGRAFIA

QUESTÃO 1

A paisagem é uma herança (...) é uma herança em todo sentido da palavra: herança de processos fisiográficos e biológicos (antigos e recentes), e patrimônio coletivo dos povos que historicamente as herdaram como território de atuação de suas comunidades. Mais do que simples espaços territoriais, as nações e seus povos herdaram paisagens e ecologias, pelas quais certamente são responsáveis, ou deveriam ser responsáveis.

Aziz N. Ab’Saber. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo. Ateliê Editorial, 2003

A partir do fragmento acima,

A explique como as diferentes formas de extrativismo vegetal vêm ameaçando o Domínio Amazônico. Dê exemplos;

RESPOSTA O desmatamento e as queimadas eliminam de uma vez grande contingente e variedade de espécies, isto é, a biodiversidade com sua variedade genética

e seus benefícios farmacêuticos. Espécies valiosas e muitas vezes ainda desconhecidas são destruídas. Grande parte destes danos são feitos pela biopirataria, que não se trata apenas do contrabando de espécies e produtos da flora e da fauna amazônica, mas, também, do uso e domínio dos conhecimentos oferecidos pelas populações existentes na floresta. Os conhecimentos indígenas e os produtos são, muitas vezes, apropriados por multinacionais que têm ganhos sobre estes povos.

A exploração madeireira, além dos danos causados diretamente à floresta, a torna mais susceptível ao fogo. As aberturas de clareiras provocadas pela queda das árvores e por tratores permitem a penetração de radiação solar no interior da floresta, aumentando a inflamabilidade da vegetação e assim o número de focos de queimadas.

A retirada da floresta rompe com o sistema natural de ciclagem de nutrientes, que na Amazônia se realiza com pouca transferência para o solo. Os solos deixam de ser protegidos da erosão pelas chuvas.

Em torno dos polos de processamento de madeira realizam-se implantações de grandes obras de infraestrutura, como estradas, e ocorre a expansão dos núcleos urbanos, que por sua vez exercem pressão sobre os rios navegáveis.

O desmatamento ocasiona também mudanças climáticas. Em áreas florestais, com o desmatamento, os solos ficam expostos ao sol e às chuvas, são lixiviados, e perdem os minerais e nutrientes que são escoados pelas águas das chuvas. A retirada da vegetação, portanto, significa a alteração desse equilíbrio delicado e o empobrecimento dos solos.

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato apresentou, pelo menos, duas formas de extrativismo vegetal que vêm ameaçando o Domínio Amazônico com os respectivos exemplos. 75% – O candidato apresentou apenas uma forma de extrativismo vegetal que vem ameaçando o Domínio Amazônico com o respectivo exemplo. 50% – O candidato apresentou de modo impreciso formas de extrativismo vegetal que vêm ameaçando o Domínio Amazônico sem os respectivos exemplos. 25% – O candidato apresentou de modo impreciso apenas uma forma de extrativismo vegetal que vem ameaçando o Domínio Amazônico sem o respectivo

exemplo. 0 % – O candidato apresentou de modo incorreto as formas de extrativismo vegetal que vêm ameaçando o Domínio Amazônico sem os respectivos exemplos.

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GEOGRAFIA

QUESTÃO 1 (continuação)

B analise o que vem ocorrendo com o domínio do cerrado, a partir da seguinte afirmação: Nos últimos sessenta anos, o cerrado mudou como nenhum outro domínio brasileiro. O preço da transformação veio em forma de desequilíbrio;

RESPOSTA Os cerrados brasileiros, em contraste com as savanas africanas, são úmidos, apesar da sazonalidade da umidade (chuvas de verão). As estações chuvosas e

secas são bem marcadas, e as precipitações anuais estão acima de 1 000 mm. A vegetação é composta de árvores e arbustos de pequeno e médio porte, que podem aparecer dispersos na paisagem (campos cerrados) ou mais adensados na forma de matas (cerradões), e de grande quantidade de gramíneas.

As espécies de plantas arbóreas estão adaptadas para retirar água do solo, com raízes que atingem até 15 m. A água não é limitante para o extrato arbóreo. O solo contém uma capacidade de reserva suficiente para manter a transpiração das plantas funcionando mesmo com altas taxas de perda para a atmosfera (xerofitismo - vegetais que desenvolvem estruturas especiais para sobreviver em meio semiárido e desértico). A baixa fertilidade natural do solo é a principal causa da origem dessas formações.

As espécies típicas do cerrado se desenvolveram em solos ácidos, extremamente pobres em base trocáveis, principalmente cálcio. São, naturalmente, pobres de nutrientes. A formação dos cerrados é controlada pela composição do solo mais do que por qualquer outro fator.

Ocupam terrenos planos, predominantemente. Essa topografia influencia a drenagem, onde rios perenes são ladeados por matas de galeria. Os cerrados, durante muito tempo, foram considerados improdutivos. Embora tenha sido objeto de grandes pesquisas, em meados do século XX, as

informações valiosas sobre conservação dos cerrados não foram incorporadas aos projetos econômicos. Hoje, o Domínio do Cerrado, que representa em extensão, o segundo maior domínio vegetal do país, encontra-se ameaçado pelos projetos de monocultura e pastagens, com significativa perda da biodiversidade.

Foi um dos domínios brasileiros que mais alterações sofreu com a ocupação humana. E encontra-se entre ecossistemas do planeta com alto risco de extinção. A queimada é a maneira mais barata de manejo para os criadores de gado e monocultores. As queimadas de grandes proporções prejudicam também a rica e diferenciada fauna. O fogo também destrói as matas-galeria que protegem os mananciais.

Obs: as queimadas de pequenas extensões são integradas ao ecossistema dos cerrados. As gramíneas, na ausência do fogo, podem dominar a diversidade dos cerrados e tornar as áreas impróprias para a rica fauna do cerrado. Os cerrados estão desaparecendo rapidamente ou sofrendo completa descaracterização com as pastagens e a soja, principalmente. O próprio governo tem apoiado programas agropecuários e de silvicultura em extensas áreas de cerrados.

Jutandyr L. S. Ross. Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

A área de sua ocupação original configura-se, hoje, como o principal local fornecedor de grãos do Brasil, com destaque para a soja, que é voltada, principalmente, para o mercado externo. Tal processo ocorreu graças aos avanços dos sistemas de cultivo, que permitiram a instalação de lavouras em locais antes considerados pouco propícios, pois os solos do Cerrado são muito ácidos e apenas a aplicação da calagem (correção do pH do solo através da adição de calcário) pode corrigir essa dificuldade.

Embora o seu ambiente apresente importantes funções ambientais para espécies animais, vegetais e, também, para as nascentes e leitos de rios, o seu processo de devastação acentuou-se e boa parte de sua formação original foi destruída. Dados revelam que menos de 48% da vegetação original encontra-se total ou parcialmente conservada. Seu desmatamento é maior até mesmo que o da Amazônia.

O Cerrado é cortado pelas três maiores bacias hidrográficas da América do Sul; seus índices pluviométricos regulares garantiam sua grande biodiversidade. Mas, se as chuvas tinham data para começar e período certo de ação, agora são perseguições diárias dos meteorologistas. Se jorrava água pelas nascentes, os rios e reservatórios estão cada vez mais secos. O que compromete o abastecimento potável em todo o Brasil, já que seus grandes mananciais de água abastecem as grandes bacias hidrográficas do país.

A perda de cobertura vegetal nativa e a consequente modificação no ambiente impactam no ciclo hidrológico, com lençóis freáticos cada vez mais vazios, chuvas mais esparsas e fortes, e rios com vazão menor.

No Cerrado, 60% da área total é destinada à pecuária e 6% ao cultivo, principalmente da soja. De fato, cerca de 80% do Cerrado já foram modificados pelo homem por causa da expansão agropecuária, da urbanização e da construção de estradas - aproximadamente 40% conservam parcialmente suas características iniciais e outros 40% já as perderam totalmente. Somente 20% correspondem a áreas nas quais a vegetação original ainda está em bom estado.

Espécies exóticas invasoras competem com plantas nativas, como algumas gramíneas forrageiras africanas, usadas na pecuária desde os anos 1970. Ainda nessa década, começou a ser comum também a ocorrência de pinheiros e eucaliptos usados na silvicultura.

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato analisou corretamente duas mudanças ocorridas no cerrado e indicou, pelo menos, dois desequilíbrios decorrentes dessas mudanças. 75% – O candidato analisou corretamente duas mudanças ocorridas no cerrado e não indicou desequilíbrios decorrentes dessas mudanças. 50% – O candidato analisou apenas uma mudança ocorrida no cerrado e indicou desequilíbrios decorrentes dessa mudança. 25% – O candidato analisou de forma imprecisa uma mudança ocorrida no cerrado e indicou também de forma imprecisa desequilíbrios decorrentes dessa mudança. 0% – O candidato não analisou as mudanças ocorridas no cerrado e não indicou desequilíbrios decorrentes dessas mudanças.

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GEOGRAFIAQUESTÃO 1 (continuação)

C indique duas ações ambientalmente corretas, capazes de reverter o atual quadro de devastação desses domínios.

RESPOSTA

Entre as ações ambientalmente corretas:• colocar realmente em prática, ou mesmo aperfeiçoar a legislação ambienta (o Brasil possui uma legislação ambiental bastante avançada, e que faz parte da

Constituição Federal, estabelece o conjunto de direitos e deveres que a sociedade – cidadãos, empresas e governos, têm em relação ao meio ambiente, definindo normas para o uso e a exploração econômica);

• controlar, aplicar penas, punir aqueles que tem desrespeitado a legislação (função do poder público);• desenvolver estratégias conjuntas para as áreas naturais a serem preservadas, com a potencialização da relação entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente;• aumentar o número de Unidades de Conservação (de Proteção Integral ou de Uso Sustentável), que, sabemos, podem ser criadas tanto pelos governos municipal,

estadual e federal;• dar maior atenção à bioprospecção (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - Cgee (2006) define a bioprospecção como a exploração da diversidade biológica por

recursos genéticos e bioquímicos de valor comercial e que, eventualmente, pode fazer uso do conhecimento de comunidades indígenas ou tradicionais (diversas atividades econômicas podem ser beneficiadas, tais como agricultura, cosméticos e fitomedicamentos);

• incrementar a educação ambiental (para além das iniciativas governamentais, devendo envolver um amplo leque de forças, mobilizando os variados níveis de organização da sociedade para a formação de uma consciência ambiental);

• criar parcerias entre diferentes instituições (ONGs, etc);• incrementar a criação de Corredores Ecológicos (corredor ecológico ou corredor de biodiversidade é uma faixa de vegetação que liga fragmentos florestais ou unidades

de conservação separadas pela atividade humana. O principal objetivo desses corredores é possibilitar o deslocamento da fauna entre as áreas isoladas e garantir a troca genética entre as espécies).

E mais:• recuperar os solos já degradados e preservar os sistemas naturais remanescentes;• denunciar e criticar ações predatórias ao meio natural;• divulgar movimentos em prol da conservação da natureza;• criar uma consciência ecológica, por meio da educação ambiental;• participar dos processos de decisão em políticas públicas em nível federal, estadual e municipal, o que nos remete diretamente ao exercício da cidadania – uma

prática que em nosso país ainda está sendo construída;• respeitar a Política Nacional de Recursos Hídricos;• organizar a sociedade civil, por meio de ONGs, buscando alternativas voltadas para a redução dos impactos causados pela sociedade;• manter ações para a preservação e defesa dos biomas brasileiros;• evitar o desperdício de água;• preservar os mananciais e recuperar os já danificados;• racionalizar a realização de grandes obras, como as barragens que modificam os cursos dos rios e seus débitos;• aumentar a eficiência dos sistema de produção agropecuária com o objetivo de preservação da natureza, em detrimento dos lucros desmedidos.

No caso específico do domínio amazônico: o extrativismo vegetal é uma atividade complexa, que por uns é vista como uma estratégia de desenvolvimento para a Amazônia e para outros como desgastada e com um fim em si mesma. Esta economia tem características bastante frágeis em decorrência da desestruturação do sistema tradicional de produção de borracha, ainda um importante produto do extrativismo, da falta de políticas de apoio à produção, de preços e mercados que estimulem o beneficiamento artesanal ou industrial dos produtos na região, “bem como do limitado conhecimento científico direcionado à identificação do potencial de aproveitamento dos recursos naturais da região em bases sustentáveis”. O extrativismo é um sistema de produção característico das populações tradicionais da Amazônia, estando presente na economia, em maior ou menor intensidade ao longo do tempo, ou seja, pela extração de látex, coleta de castanha do Brasil e /ou extração de madeira. É necessário criar mecanismos e oportunidades para que as populações que vivem no interior ou nas imediações possam se relacionar de maneira mais equilibrada com o meio natural, e assim, conciliar a relação sociedade natureza de modo que se apontem os rumos de um futuro sustentável de nossos domínios/biomas.

O extrativismo vegetal na Amazônia: os desafios desta atividade diante de uma educação ambiental.Wilma Marinho Craveiro da Silva. Eremilda Silveira Rocha. Heloane do Socorro Sousa da Silva. Revista Eletrônica EXAMÃPAKU | ISSN 1983-9065 | V. 07 – N. 01 | Janeiro. Abril/2014 | http://revista.ufrr.br/index.php/examapaku.

GRADE DE CORREÇÃO 100% – O candidato apresentou corretamente duas ações ambientalmente corretas capazes de reverter o quadro de devastação dos domínios citados. 75% – O candidato apresentou apenas uma ação ambientalmente correta capaz de reverter o quadro de devastação dos domínios citados. 50% – O candidato apresentou de forma parcial duas ações ambientalmente corretas capazes de reverter o quadro de devastação dos domínios citados. 25% – O candidato apresentou de forma parcial apenas uma ação ambientalmente correta capaz de reverter o quadro de devastação dos domínios citados. 0% – O candidato apresentou de forma incorreta ações ambientais capazes de reverter o quadro de devastação dos domínios citados.

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GEOGRAFIA

QUESTÃO 2 Fábrica do século XIX. Fábrica do século XXI.

Em duzentos e cinquenta anos, aproximadamente, homens e mulheres presenciaram quatro revoluções na forma de produzir bens industriais. Cada uma dessas grandes transformações está relacionada ao uso de novas matérias primas e à adoção de novas tecnologias aplicadas aos processos produtivos e à vida cotidiana dos indivíduos. Ao longo do tempo, os intervalos entre elas foram cada vez menores. Alguns homens assistiram, ao longo de suas vidas, às mudanças entre os modos de produzir fordista e toyotista e veem, hoje, estupefatos, novas tecnologias, como a inteligência artificial, a robótica e a nanotecnologia, serem aplicadas às formas de produzir, assim como os reflexos delas em seu cotidiano.

A partir do texto,

A apresente duas características da organização da produção e/ou do trabalho no modo de produção fordista;

RESPOSTA O fordismo surge, nos países de industrialização avançada, a partir das primeiras décadas do século XX, tendo seu auge de dominação nos anos 50 e 60. Organização da produção – nas grandes indústrias longas esteiras rolantes levam o produto semiacabado até os operários, formando uma cadeia de

montagem. A produção dos diversos componentes é feita em série. O resultado é uma produção em massa que utiliza maquinaria cara e que por isso o tempo ocioso deve ser evitado a todo custo. Acumulam-se grandes estoques extras de insumos e trabalhadores para que o fluxo de produção não seja desacelerado. Os milhares de produtos finais padronizados são feitos para mercados de massa. Os setores industriais mais destacados são os de bens duráveis de consumo (automóveis e eletroeletrônicos) e os bens de produção, destacadamente a petroquímica. Entre as décadas de 40 e 60 surge uma interminável sequência de novos produtos, tais como: rádios portáteis transistorizados, relógio digitais, calculadoras de bolso, equipamentos de foto e vídeo.

Organização do trabalho - O trabalho passa a organizar-se baseado em métodos racionais, conhecidos como taylorismo. Este separa as funções de concepção (administração, pesquisa e desenvolvimento, desenho) das funções de execução. Subdivide ao máximo as atividades dos operários, que podem ser realizadas por trabalhadores com baixos níveis de qualificação, mas especializados em tarefas simples, de gestos repetitivos. E retém as decisões nas mãos da gerência. Esse “método americano” de trabalho se constitui de rígidas linhas hierárquicas com uma estrutura de comando partindo da alta direção e descendo até a fábrica. Os operários perdem o controle do processo produtivo como um todo e são rigidamente controlados por técnicos e administradores.

Organização dos trabalhadores – Crescimento e fortalecimento dos sindicatos. Os contratos de trabalho são assinados coletivamente. Os salários são ascendentes. Importantes conquistas de cunho social são realizadas, tais como garantia de empregos, salário-desemprego e aposentadoria.

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato apresentou corretamente duas características da organização da produção e/ou do trabalho no modo de produção fordista. 75% – O candidato apresentou apenas uma característica da organização da produção e/ou do trabalho no modo de produção fordista. 50% – O candidato apresentou de forma parcial duas características da organização da produção e/ou do trabalho no modo de produção fordista. 25% – O candidato apresentou de forma parcial apenas uma característica da organização da produção e/ou do trabalho no modo de produção fordista. 0% – O candidato apresentou de forma incorreta características da organização da produção e/ou do trabalho no modo de produção fordista.

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GEOGRAFIA

QUESTÃO 2 (continuação) B analise duas diferenças entre o modo de produção fordista e o toyotista (rígido e flexível, respectivamente);

C cite os avanços que têm permitido a atual eficiência tecnológica de nossos smartphones.

RESPOSTA Os países de economias mais avançadas precisam criar internamente condições de competitividade. A saturação dos mercados propicia uma produção

diversificada para atender consumidores diferenciados. Os contratos de trabalho passam a ser mais flexíveis. Diminui o número de trabalhadores permanentes. Cresce o número de trabalhadores temporários. Flexibilizam-se os salários – crescem as desigualdades salariais, segundo o grau de qualificação dos empregados e as especificidades da empresa. Em muitas empresas, junta-se o que o taylorismo havia separado: o trabalhador agora pensa e executa. Os sindicatos veem reduzido seu poder de representação e de reivindicação. Amplia-se o desemprego. Os compromissos do Estado do Bem-Estar Social vão sendo pouco a pouco rompidos em muitos países. Eliminam-se, gradativamente, as regulamentações do Estado. As políticas keynesianas, que se revelaram inflacionárias, à medida que as despesas públicas aumentavam e a capacidade fiscal estagnava, forçam o enxugamento do Estado.

A transformação do modelo produtivo se apoia nas tecnologias que já vinham surgindo nas décadas do pós Segunda Guerra Mundial – automação e robotização – e nos avanços das novas tecnologias da informação. O método de produção americano é substituído pelo método japonês de produção enxuta que combina máquinas cada vez mais sofisticadas com uma nova engenharia gerencial e administrativa de produção – a reengenharia, que tende a eliminar a organização hierarquizada. Agora, engenheiros de projetos, programadores de computadores e operários interagem face a face, compartilhando idéias e tomando decisões conjuntas.

O novo método, rotulado por muitos como toyotismo, numa referência a empresa japonesa Toyota, utiliza menos esforço humano, menos espaço físico, menos investimento em ferramentas, menos tempo de engenharia para desenvolver um novo produto. A empresa que possui um inventário computadorizado, juntamente com melhores comunicações e transportes mais rápidos, não precisa mais manter enormes estoques. É o just in time (de entregas na hora), o que lhe permite variar a produção de uma hora para outra, atendendo as constantes exigências de mudança do mercado consumidor e das mudanças aceleradas nas formas e nas técnicas de produção e de trabalho. A ordem é: estoques mínimos.

As grandes empresas repassam para pequenas e médias empresas, subcontratadas, um certo número de atividades, tais como de concepção de produtos, pesquisa e desenvolvimento, produção de componentes, segurança, alimentação e limpeza. Com essa chamada terceirização as grandes empresas reduzem suas pesadas e onerosas rotinas burocráticas, reduzem as despesas com encargos sociais e concentram-se naquilo que é estratégico para a empresa.

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato apresentou corretamente duas diferenças entre os modos de produção fordista e toyotista. 75% – O candidato apresentou apenas uma diferença entre os modos de produção fordista e toyotista. 50% – O candidato apresentou de forma parcial duas diferenças entre os modos de produção fordista e toyotista. 25% – O candidato apresentou de forma parcial apenas uma diferença entre os modos de produção fordista e toyotista. 0% – O candidato apresentou de forma incorreta diferenças entre os modos de produção fordista e toyotista.

RESPOSTA Os avanços que têm permitido a atual eficiência tecnológica de nossos smartphones ocorrem devido aos avanços: nas novas gerações de microchips com

seus diminutos transistores; na capacidade de armazenamento (memória), e nas redes de comunicação que criaram uma nova plataforma de tecnologia. O atual processo de mudança tecnológica se desenvolve ao se apoiar nos seus próprios avanços, cada geração de invenções toma como base seus próprios avanços (mais aceleradamente a partir da década de 2000).

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato apresentou corretamente os avanços que têm permitido a atual eficiência tecnológica dos smartphones. 75% – O candidato apresentou apenas um avanço que tem permitido a atual eficiência tecnológica dos smartphones. 50% – O candidato apresentou de forma parcial dois avanços que têm permitido a atual eficiência tecnológica dos smartphones. 25% – O candidato apresentou de forma parcial apenas um avanço que tem permitido a atual eficiência tecnológica dos smartphones. 0% – O candidato apresentou de forma incorreta avanços que têm permitido a atual eficiência tecnológica dos smartphones.

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GEOGRAFIA

QUESTÃO 3

Nos dias de hoje, o horizonte do migrante não se restringe à cidade mais próxima, nem à capital do estado ou do país. Seu horizonte é o mundo - vislumbrado no cinema, na televisão, na comunicação entre parentes e amigos. O migrante vive em um mundo em que a globalização dispensa fronteiras, muda parâmetros diariamente, ostenta luxos, esbanja informações, estimula consumos, gera sonhos e, finalmente, cria expectativas de uma vida melhor.

MARTINE, George. A globalização inacabada: migrações internacionais e pobreza no século XXI. São Paulo: Perspectiva, vol.19. 2005.

A partir do texto,

A indique regiões e países de onde, atualmente, saem os maiores fluxos de migrantes internacionais. Apresente as razões da emigração;

RESPOSTA

Países da América Latina (destaque para o México e países da América Central), Ásia (destaque do sul e do sudeste) e África (norte e sul do Saara) Países destacados, atualmente, de origem de migrantes/refugiados: Síria, Afeganistão, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Iraque, Eritreia, Paquistão, Nigéria. Dentre as razões da emigração no mundo, podemos apresentar: A eclosão de guerras civis e atuação de grupos radicais ou insurgentes controlando territórios interferiram no modo de vida de populações locais,

principalmente no Oriente Médio e na África e foram responsáveis por movimentos migratórios internos e internacionais. Neste início do século XXI, novos conflitos geopolíticos reordenaram os fluxos migratórios. Hoje, com a globalização, acentuaram-se as diferenças

socioeconômicas entre as diversas regiões do globo, o que leva grandes contingentes a buscar melhores condições de vida em outros países. Ampliaram-se também os meios de comunicação e com isso as informações sobre outros modos de vida.

Fatores econômicos: pobreza, falta de oportunidades de trabalho ou emprego, falta de perspectivas. Fatores políticos-ideológicos: perseguições políticas ou religiosas, guerras e conflitos (militares, civis, de causas étnico-raciais). Fugas em busca de segurança.

Fatores de ordem natural: desastres ou catástrofes ambientais (secas, inundações, terremotos, erupções vulcânicas, tsunamis, entre outros).

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato indicou, pelo menos, duas regiões ou países de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e as razões que os explicam.

75% – O candidato indicou duas regiões ou países de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e apresentou parcialmente as razões que os explicam.

50% – O candidato indicou apenas uma região ou país de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e apresentou parcialmente as razões que os explicam.

25% – O candidato apresentou apenas as regiões e países de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e não apresentou as razões que os explicam.

0% – O candidato não indicou as regiões e países de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e não apresentou as razões que os explicam.

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GEOGRAFIA

QUESTÃO 3 (continuação) B explique como a União Europeia e os Estados Unidos, maiores receptores de imigrantes, vêm enfrentando, politicamente, a questão da imigração;

C avalie as razões da frustração de grande parte dos emigrantes, quando esses se integram aos países que os recebem.

RESPOSTA

A resposta do candidato deve ser encaminhada avaliando os problemas que os migrantes/refugiados encontram tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, a curto, médio e longo prazos.

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato avaliou corretamente as razões da frustração dos emigrantes e apresentou argumentos para embasar as razões apresentadas. 75% – O candidato avaliou corretamente as razões da frustração dos emigrantes, mas não apresentou exemplos esclarecedores. 50% – O candidato avaliou de modo parcialmente correto, as razões da frustração dos emigrantes e apresentou exemplos. 25% – O candidato avaliou de modo parcialmente correto, as razões da frustração dos emigrantes e não apresentou exemplos. 0% – O candidato avaliou incorretamente as razões da frustração dos emigrantes.

RESPOSTA

Em alguns países da Europa, o repúdio (e mesmo xenofobismo) em relação aos imigrantes é expresso em diferentes esferas: pelos partidos políticos de extrema direita, que exigem leis mais duras e restrições contra a entrada de estrangeiros; por grupos de jovens neonazistas e neofacistas, que praticam atos de violência contra negros, judeus, muçulmanos e outras etnias; pela sociedade, que toma atitudes de preconceito, exclusão, racismo e outras formas de perseguição. Além da rejeição de parte da população que encara os imigrantes como uma ameaça à sua identidade cultural e a seus empregos.

Relativamente à migração regular, a UE fixa as condições para as entradas legais e de residência. Os Estados-Membros mantêm o direito de determinar os volumes de admissão das pessoas oriundas de países terceiros em busca de emprego.

A União Europeia também lida com a migração irregular, especialmente através de uma política de repatriamento que respeite os direitos fundamentais. No que diz respeito à integração, não existe harmonização das legislações nacionais. No entanto, a UE pode desempenhar um papel de apoio, especialmente a nível financeiro.

Um dos principais pontos de atrito entre os países europeus diz respeito à distribuição dos imigrantes depois que estão na Europa. Sendo que boa parte da opinião pública é reticente quanto a recebê-los.

A recente crise da imigração, a pior desde o final da Segunda Guerra Mundial, agudizou os problemas em cada país e entre eles, quando volumosos fluxos de deslocados chegaram, principalmente nos anos 2015-2016 (2,5 milhões de pessoas pediram asilo, sendo a maioria deslocados ilegais). A crise migratória vem exigindo ações e reformas adicionais para garantir a segurança das fronteiras, bem como uma distribuição mais justa dos requerentes de asilo entre os países da UE. A chegada constante e em massa de imigrantes à Europa, há vários anos, tornou-se o principal tema de debate em vários países do continente.

O recente caso da embarcação Aquarius foi bem ilustrativo em relação à agudização das questões sobre a entrada de migrantes na Europa e sua circulação entre fronteiras.

Nos Estados Unidos: No governo do presidente Trump, a política migratória tem sido radicalizada. Sua promessa de campanha de construir um gigantesco muro na fronteira México-Estados

Unidos lhe garantiu numerosos votos nas eleições presidenciais. Este muro ainda não foi construído. Mas, em abril de 2018, o presidente americano determinou que todos os estrangeiros flagrados tentando entrar nos Estados Unidos sem documentação legal deveriam ser presos e julgados criminalmente. Como a legislação impede que menores sejam mantidos em prisões federais, os filhos desses imigrantes ilegais, que entraram juntos com seus pais, foram separados deles e levados para abrigos. Tem havido protestos e uma forte reação humanitária em relação a essas ações do governo norte-americano.

GRADE DE CORREÇÃO

100% – O candidato indicou, pelo menos, duas regiões ou países de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e apresentou corretamente as razões que os explicam.

75% – O candidato indicou duas regiões ou países de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e apresentou parcialmente as razões que os explicam.

50% – O candidato indicou apenas uma região ou país de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e apresentou parcialmente as razões que os explicam.

25% – O candidato indicou apenas uma região ou país de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e não apresentou as razões que os explicam.

0% – O candidato indicou incorretamente as regiões e países de onde, atualmente, saem os principais fluxos migratórios internacionais e não apresentou as razões que os explicam.