GRANDE Reportagem Furtos de Fios Transtornam a Vida de Moradores e Turistas da Baixada Santista

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Santos, 23 de outubro de 2006 CIDADES DIÁRIO DA BAIXADA Furtos de fios transtornam a vida de moradores e turistas na Baixada Santista Peruíbe e Praia Grande são as cidades mais atingidas. Na primeira, foram furtados em pouco mais de um ano cerca de 60 quilômetros de cabos, ocasionando prejuízos que chegam a R$ 300 mil O furto freqüente de cabos utilizados em redes de telefonia e eletricidade têm causado sérios prejuízos à população de diversas cidades da Baixada Santista. Praticado por quadrilhas e também de modo isolado, esse tipo de crime deixa, em uma única ação, cerca de 12 mil pessoas sem luz. São moradores e também turistas que vêm passar finais de semana ou férias no Litoral e que, de uma hora para outra, ficam sem energia, tendo que arcar com as despesas para a reposição do material furtado, além de outros inconvenientes. As empresas responsáveis pelo fornecimento de energia têm procurado amenizar os problemas enfrentados pelos moradores, enquanto as autoridades policiais lutam para desbaratar quadrilhas que se formaram para a prática desse tipo de furto. Várias são as causas que contribuem para a ação dos criminosos, mas a principal delas é a atração pelo cobre utilizado na confecção dos fios, que alcança valores cada vez mais altos no mercado. C-9 ‘Operação ferro-velho’ em Praia Grande apreendeu uma tonelada e meia de fios de cobre Em Peruíbe, os rolos de fios apreendidos pesam cerca de uma tonelada Empresa tenta coibir os furtos usando cabos multiplexados CPFL

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Grande reportagem sobre os Furtos de Fios de Cobre que Transtornam a Vida de Moradores e Turistas da Baixada Santista. projeto Apresentado no ano de 2006.

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Santos, 23 de outubro de 2006 CIDADES DIÁRIO DA BAIXADA

Furtos de fios transtornam avida de moradores e turistas

na Baixada SantistaPeruíbe e Praia Grande são as cidades mais atingidas.

Na primeira, foram furtados em pouco mais de um ano cerca de 60 quilômetros decabos, ocasionando prejuízos que chegam a R$ 300 mil

O furto freqüente de cabos utilizados em redes de telefoniae eletricidade têm causado sérios prejuízos à população de

diversas cidades da Baixada Santista. Praticado por quadrilhas etambém de modo isolado, esse tipo de crime deixa, em uma única

ação, cerca de 12 mil pessoas sem luz.São moradores e também turistas que vêm passar finais de

semana ou férias no Litoral e que, de uma hora para outra, ficamsem energia, tendo que arcar com as despesas para a reposição

do material furtado, além de outros inconvenientes. As empresas responsáveis pelo fornecimento de energia têmprocurado amenizar os problemas enfrentados pelos moradores,enquanto as autoridades policiais lutam para desbaratar quadrilhasque se formaram para a prática desse tipo de furto. Várias são as

causas que contribuem para a ação dos criminosos, mas aprincipal delas é a atração pelo cobre utilizado na confecção dos

fios, que alcança valores cada vez mais altos no mercado.

C-9

‘Operação ferro-velho’em Praia Grandeapreendeu uma toneladae meia de fios de cobre

Em Peruíbe, os rolosde fios apreendidospesam cerca de umatonelada

Empresa tenta coibir os furtosusando cabos multiplexados

CP

FL

Santos, 23 de outubro de 2006 DIÁRIO DA BAIXADA CIDADES

Peruíbe concentra 90% dos casos Peruíbe é a cidade mais

atingida pelos furtos de cabosde fios de cobre na Região Me-tropolitana da Baixada Santista.Ali se concentram 90% dos ca-sos. Os bairros com maior índi-ce de ocorrências são oArpoador, o Jardim Caraguava,a Vila Erminda, Vatrapuã e Re-creio Santista.

Segundo a concessionáriade energia Elektro Eletricidadese Serviços S.A., que atendePeruíbe, Itanhaém, Mongaguá,Praia Grande (bairro Melvi, sen-tido Mongaguá), Guarujá eBertioga, fornecendo energiapara 249 mil unidades consu-midoras na Baixada Santista, doinício de 2005 até agosto desteano foram furtados 60 quilôme-tros de cabos, em Peruíbe eItanhaém, ocasionando um pre-juízo de R$ 300 mil, somentecom a reposição de material,sem incluir a mão-de-obra. O va-lor é repassado para os clien-tes, nas contas de luz.

Diferentemente de outras ci-dades da região, os furtos emPeruíbe ocorrem em cabos dealta tensão (13.800 volts). Ou-tros tipos de furto visam as re-des de baixa tensão (250 volts)e o ramal de serviço (fio que saido poste da companhia para oposte do cliente).

Naquele município, porém,os alvos são os grandes circui-tos alimentadores, cada um de-les com capacidade para aten-der até 12 mil pessoas. Comoinforma a companhia, tanto fazum furto de 10 ou de 100 metros.Cerca de 5 a 12 mil pessoas fi-carão sem luz. No município,cerca de 21 quilômetros de ca-bos de alta tensão já foram fur-tados.

Conforme o apurado junto àElektro, os furtos de fios de co-bre são geralmente realizadospor andarilhos e quadrilhas queconhecem as configurações darede elétrica. Eles usam esca-das de madeira improvisadas

A situação traz perigo aos moradores

‘Deu umestrondo, um

curto eficamos sem luz’

Com a falta constante de energia, os comerciantes têm sérios prejuízos

para subir nos postes; serras outesouras de jardinagem paracortar cabos; além de bambuse canos de PVC isolados comborracha, câmaras de pneus decarro ou bicicleta para arrastá-los sem tomar choques.

Madalena Sales, 47 anos,que mora no bairro Arpoador Idesde 1978, conta um episódioque mostra como agem os la-drões. “Era meia noite, mais oumenos. Ouvi um barulho, o ca-chorro latia muito. Pensei quefosse gato, mas era um barulhomuito forte para ser de um ani-mal tão pequeno. Alguém pulouno meu quintal. Fiquei sabendodepois que foram dois ho-mens”.

A moradora prossegue como relato: “A luz caiu de repente.No outro dia acordei e fui me ar-rumar para levar minha filha àescola. Foi aí que percebi quenão havia luz. Tudo estava des-ligado, microondas, geladeira;aliás, estava tudo derretendodentro da geladeira, desligadahá horas. Encontrei o piso todomolhado. Quando saí à rua, nãovi nenhum fio no chão, só ummonte de braçadeiras, aquelasque unem os fios”, contaMadalena.

Ela ligou para o 0800 da con-cessionária de energia e depoisde algum tempo —ela não soube preci-sar quanto — o carroda empresa chegoucom a Polícia. Regis-traram a ocorrência,informando que naRua 12 também haviaocorrido um furto defio de cobre.

Apesar de não ternotado a falta de qual-quer objeto em sua residência,Madalena fala da dor de cabeçaque enfrentou: “Meu dia não foinormal. Não pude lavar roupa,minha comida toda estragou nageladeira. Tudo que dependiada luz, não pude fazer. Não vi TV,

não ouvi rádio. Fiquei na expec-tativa o dia todo, esperando a luzvoltar. Fiquei até as seis da tar-de sem luz”.

O furto de cabos tem atingi-do também bairros humildes de

Peruíbe, como o Jar-dim Caraguava, localonde Sebastião Na-talino da Costa morahá 37 anos. A históriade Sebastião é umpequeno retrato dequem sofre rotineira-mente com a falta deenergia decorrentedos furtos. “A minhaesposa tem pressão

alta, e de uma hora para outra agente precisa de socorro médi-co. Em alguma emergência,sem luz é difícil. Outro dia aca-bou a luz e ficamos cerca deuma hora e meia sem energia”.

O morador conta que tem fal-

tado luz sempre e já aconteceude ele ter que chamar a ambu-lância e enfrentar o escuro emsua casa e na rua. Desabafou:“Como eu faço? A gente depen-de da luz. Como eu não tenhotelefone, preciso ir a um orelhão,e no escuro é complicado”, dizele.

No bairro Recreio Santista,Everaldo de Oliveira — conheci-do pelo apelido de Sorriso — re-lata que está faltando luz no bair-ro freqüentemente e que essasituação é perigosa para os mo-radores: “Sempre há unsapagões à noite. Ainda em abril,um homem subiu no poste, emfrente à minha casa. Foi cortar ofio com uma tesoura de jardina-gem, tomou um choque e caiupara trás, ficou roxo. Era de ma-drugada, umas duas horas. Deuum estrondo, um curto e fica-mos sem luz. Chamaram a am-bulância, que demorou. Fiqueisabendo que ele morreu”.

Sorriso conta que por causada freqüente falta de luz, os mo-radores perderam a confiança ea credibilidade na empresa. Porisso, é taxativo quando diz que ocarro de manutenção da empre-sa não entra mais na rua. “Quan-do acaba a luz e tem que mexerno poste, eu mesmo arrumo. Éperigoso, mas sem luz não dápra ficar”.

Outros moradores do bairroonde mora Sorriso e de áreasvizinhas, como Vatrapuã e VilaErminda, também reclamam dafalta de luz quase todos os dias.E Sorriso continua: “Os morado-res até queriam fazer um abaixoassinado porque diariamente, àmeia-noite, uma hora da ma-nhã, tem apagão. Às vezes, a luzsó volta no outro dia. Além dis-so, a luz parece que só faltaaqui, porque do outro lado dapista, sentido praia, sempre temenergia”.

O mecânico Gilmar Franco,que trabalha no bairro VilaErminda, é outro que comenta afalta de energia que vem ocorren-do há meses. “Eu liguei para o0800 da Elektro para avisar da faltade luz. Eles me pediram para es-perar e falaram que a causa po-

deria ser os furtos de fios na rede”.O problema atinge, igualmen-

te, escolas e comércio, causan-do preocupações e danos. Na E.E.Luiz Abel, localizada no bairro VilaErminda, toda quarta e quinta-fei-ra falta energia no período notur-no, prejudicando as aulas. “Ficaquase uma hora sem energia. Omotivo da falta de luz eu não sei.Existem várias versões. Uma de-las é de que jogaram uma cor-rente nos fios para arrebenta-lose acabar com a luz. Quando aca-ba, não tem como segurar os alu-nos. Só funciona a luz de emer-gência, o que não é suficiente. Ojeito é dispensar”, explica o pro-fessor de Matemática MárcioMoreira Filho, que ministra aulasnoturnas para alunos do 1º ao 3ºcolegial.

No Vatrapuã, a dona do esta-belecimento Boteco’s Bar, LéiaSoares de Carvalho, lamenta oprejuízo que sofreu recentemen-te. “Nós temos uma máquina demúsica, o cliente coloca uma mo-eda de um real para ouvir duasmúsicas. Quando a luz acaba, apessoa quer o dinheiro de volta,porque quando ligam a energia,a música não toca mais e a moe-da fica na máquina. Além disso,eu perdi um freezer cheio de sor-vetes. Derreteu tudo, deformou,não tinha como vender. Acabeidando. Fiquei tão traumatizadaque nunca mais comprei sorve-tes”.

O estabelecimento de Léia fe-cha por volta das três da manhã.Ela afirma que falta luz sempreàs quintas-feiras. Nessas noites,encerra seu trabalho “de manei-ra romântica”: à luz de velas. “Nãotem como falar para quem estáno bar ir embora. O jeito é impro-visar”.

Rita Rosa Silva, que mora naparte superior do prédio onde fun-ciona seu comércio, o Mercadoda Família, no Jardim Caraguava,afirma que por causa da falta deenergia deixou clientes sem ocafé da tarde. “Perdi uma forna-da de pão que não terminou deassar. Eram 200 pães”. Além dis-so, a TV do circuito interno de se-gurança queimou depois de umaqueda brusca de energia.

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O furto de fios de cobre na ci-dade de Peruíbe aumentou qua-se quatro vezes em relação ao to-tal de ocorrências verificadas noano anterior. Em 2005 foramregistrados 17 ocorrências. Nes-te ano, até o dia 18 de setembro,haviam sido registrados 64 casos.

Segundo o delegado TiagoLucarelli Tucunduva, titular do 1ºDistrito Policial, que fica no bairrodo Caraguava, os motivos para osfurtos são diversos: desemprego,muitas áreas de periferia, grandeextensão de fios na área rural,além de trechos despovoados ecom muitos marginais.

Tucunduva afirma que a faltade emprego é maior que nas ou-tras cidades do Litoral Sul. Issoporque o centro da cidade dePeruíbe provoca grande expectati-va em quem não tem emprego,mas ela não consegue atender àdemanda existente nos bairrosafastados, onde a concentração depessoas é elevada. “É uma cida-de rica para quem vive no centro,mas nas áreas afastadas é muitopobre, não tem empresas ou ativi-dade agrícola”, reforça.

Outro motivo que leva ao au-mento dos furtos, de acordo como delegado, é a grande extensãodos fios da subestação, em loca-lidades que não são muito povoa-das e margeiam a rodovia ou alinha férrea.

Confrontando a situação dePeruíbe, Mongaguá e Itanhaém, odelegado Tucunduva acredita quePeruíbe tenha o maior índice decriminalidade porque é fácil sairdo município pelo Vale do Ribeira.Não há necessidade de ir até SãoPaulo.

No caso dos furtos de fios decobre, o delegado afirma que hádois investigadores cuidando doscasos em Peruíbe, trabalhando in-clusive no período da madrugada.“Se a Elektro informa que estáocorrendo um furto, eles vão ime-diatamente até o local para tentaruma autuação em flagrante”.

Tucunduva comenta as diver-sas implicações desse tipo de cri-me: “Não se trata só de furto decabos, mas de prejuízos graves àpopulação, que fica sem energia.Além disso, há o perigo para quempratica esse ato. Se a pessoa que

Tucunduva: falta especialização da polícia para solucionar os casos

Durante a reportagem foramrealizados diversos contatoscom a Telefônica com sede emSão Paulo. A assessora de im-prensa do Grupo Telefônica noBrasil, Juliana Paula Souza, in-formou em todos eles que não épolítica da empresa divulgar da-dos e conceder entrevistas quesejam relacionadas a furtos defios.

Além disso, a assessoragarantiu que a empresa nãopossui dados específicos daBaixada Santista.

Sobre os furtos de cabos,Juliana disponibilizou apenasinformações gerais sobre asocorrências no Estado de SãoPaulo.

Segundo dados da Asses-soria de Imprensa da Telefôni-ca, cerca de dois milhões de li-nhas no Estado de São Paulo— incluídos hospitais, escolase outros serviços públicos —foram afetadas durante o últimoano, em razão de furtos de ca-bos. Em 2005 foram furtados2.850 quilômetros de cabos te-lefônicos em território paulista.

A respeito das providências,a empresa alega que faz arecolocação dos cabos, para orestabelecimento das linhas erepassa às autoridades todasas informações que possamcontribuir para que este tipo deocorrência seja evitado.

A Telefônica possui o Dis-que-Denúncia, 181 para receberinformações relacionadas a fur-tos de cabos. A empresa garan-te o anonimato do informante.

Telefônicapreferenão se

manifestar

Rota de fuga é facilitada pela localização dos bairros: próximos à Rodovia Padre Manoel da Nóbrega

está furtando cabos toma um cho-que de 13.800 volts, ela morre ins-tantaneamente.

O delegado acredita que nosfurtos, muitas vezes quem leva ochoque nem procura atendimen-to médico, e que no caso de mor-te, nem familiares ou amigos le-vam o corpo para um hospital,para não terem que prestar escla-recimentos.

Quadrilhasespecializadas

Segundo Tucunduva, emPeruíbe os furtos de cabos sãopraticados por quadrilhasespecializadas, que conhecemas configurações da rede elétri-ca. “As quadrilhas atuam no fur-to, na queima do material, na re-venda e até na compra”.

De acordo com o delegado,quando o ladrão é pego com o fio,o material pode ser facilmenteidentificado pela empresa que foifurtada. Depois de queimado, jánão pode mais ser reconhecido.Aí não se consegue deter os auto-res e nem os receptadores. O má-ximo que a polícia faz é identificaro local da prática do furto e a qua-drilha.

Os furtos geralmente ocorremna margem direita da Rodovia Pa-dre Manuel da Nóbrega, sentidoSantos-Peruíbe. Os bairros maisatingidos são onde têm menosiluminação pública, menos fluxode pessoas e irregularidades composse de terras. São exemplos oJardim Caraguava, Vatrapuã, Re-creio Santista e a Vila Erminda, ex-plica o delegado.

A ação da polícia de Peruíbeinclui batidas periódicas em fer-ros-velhos da cidade, que são pe-quenos e espalhados por váriosbairros, como Jardim Caraguavae Vila Erminda.

Ainda segundo Tucunduva, asquadrilhas que furtam os cabosnão são as mais perigosas. “Naverdade, elas são a ponta doiceberg. A estrutura maior é de re-venda e tenho notícias da regiãodo ABC de que as próprias em-presas terceirizadas de manuten-ção compravam os materiais fur-tados”, revela.

Delegado busca razões parao elevado índice de furtos

Casos nãoesclarecidos

O índice de esclarecimentodos casos é muito baixo, cerca de1%. “Não só aqui, mas em outroslocais do Brasil, acontece o mes-mo”, diz o delegado TiagoTucunduva, destacando que umadas razões para isso é a falta deespecialização da polícia.

Segundo ele, não existe força-tarefa — a união de vários órgãosdo Estado e do Município, como aPolicia Militar, Civil, Guarda Muni-cipal, empresas particulares alémda prefeitura — em Peruíbe. Masa Polícia Civil, Militar e a Elektrotrabalham juntas, na tentativa decoibir o furto.

Punição ainda é branda

A pena para quem for preso e

condenado por furto de fios é deum a quatro anos de reclusão. Odelegado Tucunduva, entretanto,afirma que essa punição fica sóna teoria, pois, na prática, o ladrãopermanece uma semana preso.“Quando detido, ele aguarda o jul-gamento em liberdade e, se forcondenado, geralmente é à penamínima de um ano, convertida mui-tas vezes em prestação de servi-ços à comunidade”.

Tucunduva firma que a policiatenta enquadrar os ladrões napena de interrupção de sistema deenergia e saneamento (art.265 doCódigo Penal). “Qualquer atenta-do a esse tipo de sistema é umcrime maior, só que o MinistérioPúblico entende, muitas vezes,que é apenas um crime de furto.Seria a mesma situação do ladrãoque bate carteira”, argumenta.

O delegado afirma que os au-tores dos furtos de cabos de ener-gia em Peruíbe não representamum tipo específico. “Eles aprovei-tam a ocasião. Os dois últimos quenós prendemos nem tinham pas-sagem pela polícia. Existem aindamenores que praticam esse crimee não ficam presos por furtar ca-bos”.

PCC envolvido?

Tucunduva acredita que o PCCesteja envolvido com os furtos decabo em Peruíbe, apesar de nãoter provas dessa ligação. No en-tanto, afirma que existem mem-bros do PCC na cidade. “A orga-nização age onde o lucro é fácil,e eles têm a mão-de-obra baratapara cometer o crime. Muitas pes-soas estão presas, talvez nemsaibam que trabalharam paraeles”.

Ainda segundo o delegado,quem comete o furto não costu-ma ser membro da organizaçãocriminosa. Trabalha para alguémque seja ou que pague para a re-alização do serviço.

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Empresas montam esquemaspara inibir os furtos

‘Autoridadespoliciais

enfrentam oproblema emtodo o país’

Magueta: os furtos ocorrem desde os anos 80

Localização do parque de distribuição facilita as fugas

Para tentar combater os fur-tos de fios de cobre, a Elektrocontratou uma empresa especi-alizada em segurança. Comoexplica Ricardo Magueta, consul-tor institucional da Elektro emItanhaém e ex-coordenador téc-nico em Peruíbe, são realizadasrondas e levantamentos de infor-mações com o objetivo de iden-tificar as quadrilhas que agem naregião. Além disso, sãoefetuadas opera-ções em conjuntocom a Polícia Civil,Militar, Prefeitura eDefesa Civil nocombate à recepta-ção nos ferros-ve-lhos da cidade.

S e g u n d oMagueta, o fio rou-bado não volta paraa empresa, porqueela trabalha comcadastro e homologação de to-dos os fornecedores e, estes,têm que comprovar a posse detodos os materiais colocados àdisposição do mercado. Alémdisso, o material para redes elé-tricas utilizado não é encontra-do com facilidade no mercado,o que torna fácil a identificaçãoquando há um furto.

O consultor afirma que os fur-tos de cabos não são novidadeem Peruíbe. Já ocorriam no finalda década de 80, mas de ma-neira desarticulada. De 2003 emdiante é que começou a aconte-cer de forma organizada e maisintensa. Do início de 2005 atéagosto de deste ano foram aten-didas 669 ocorrências de furtos.

Para Magueta, o aumentodos furtos de fios de cobre estárelacionado, principalmente, àquestão social: “É a falta de opor-tunidade, de emprego. É a situa-ção em que o país vive”. Alémdisso, ele acredita que o preçodo material é outro fator que tam-bém incentiva os furtos. O quilodo cobre custa de R$ 6,00 a 10,00e um cabo de alta tensão chegaa pesar um quilo por metro. Na

‘Para o clientefica a impressão

de paralisiada empresa,o que não é

verdade’

região litorânea existe uma gran-de concentração de material decobre por sua maior resistênciaà erosão e à salinidade.

Segundo o consultor, Peruíbeé a mais atingida exatamentepelo parque de distribuição deenergia construído na cidade. Asubestação é próxima à Rodo-via Padre Manoel da Nóbrega,onde grande parte dos circuitosalimentadores passam por vias

marginais que bei-ram a pista, man-gues e áreas demata de difícilvisualização.

Ainda de acor-do com o consultor,o fato de o local serermo também con-tribui para que asquadrilhas possamfugir. A Rodovia Pa-dre Manoel da

Nóbrega corta a cidade dePeruíbe em um trecho longe dapraia, onde o movimento de pes-soas e veículos é menor. Alémdisso, as quadrilhas agem no fi-nal da noite e início da madruga-da.

Magueta explica que no mo-mento em que há o corte dos fios,sensores instalados nasubestação desligam o circuitode alimentadores imediatamen-te. “Essa ação é voltada para asegurança. É feito o que nós cha-mamos de manobra de transfe-rência de carga, ou seja, é iden-tificado o local do furto, e inicial-mente é necessário transferir amaior parte da carga de energiapara outro circuito de apoio, paraminimizar o impacto nas resi-dências. Elas, porém, já sofre-ram a queda de energia”. Segun-do ele, essa transferência demo-ra, em média, de 25 a 30 minu-tos. A reposição dos cabos e ma-nutenção da fiação na rua demo-ra de uma a 12 horas, dependen-do do momento que ocorreu, as-sim como o acionamento de re-cursos e da quantidade demetros que foram furtados.

O coordenador afirma que aárea atingida pelos furtos geral-mente é ocupada por pessoasque lêem pouco jornal, não têmacesso à internet e, às vezes,nem rádio ouvem. “Para o clien-te fica a impressão de paralisiada empresa, o que não é verda-de. Justamente os 40% que nãotêm acesso às informaçõestransmitidas pela Rádio Elektro,nosso site e as matérias enca-minhadas aos jornais, são osque reclamam e sofrem a falta

de energia”, lamenta ele.Sobre a dificuldade de aces-

so a alguns bairros, nos quais apopulação impediria a entradada empresa por desacreditarnela, Magueta nega. “Desconhe-ço esse fato, mas nos locais dealto índice de criminalidade eonde há pessoas que seintitulam autoridade, nós orien-tamos nossos eletricistas a bus-carem o acompanhamento daPolícia Militar”.

Com relação ao apagão queocorre toda quin-ta-feira nos bair-ros de Peruíbe,situados na mar-gem direita (sen-tido Santos -Peruíbe), o coor-denador afirmaque o caso émesmo de furtode cabos. “A cida-de é iluminadapor circuitos.Existe um circuito que abrange aVila Erminda, o Recreio Santista,Vatrapuã e a estrada ArmandoCunha. Já no sentido oposto darodovia existe outro circuito. Cadaum deles é alimentado separa-damente. Por isso, às vezes, ascasas de um lado da rua estãosem energia, mas os morado-res que ficam em frente têm luz”.

O coordenador cita, ainda, oscasos de vandalismo como o queocorria na Avenida Seis, na VilaErminda, em frente à escola E.E.João Abel. “Foi uma ação local,identificada pela reincidência epela coincidência dos horários.

Alguns alunos, em semana deprovas jogavam uma corrente narede elétrica para arrebentar osfios e interromper o fornecimen-to de energia. A diretora da esco-la, para não deixar o prédio noescuro, dispensava os alunos eeles acabavam não realizando aprova, como queriam os autoresdo ato”.

Por outro lado, Magueta ob-serva que os furtos de cabos defios de cobre é um tipo de crimede âmbito nacional, por isso é

difícil a Elektrocombatê-lo. “Oque compete àempresa, comoprestadora de ser-viço, é criar meiospara que seus cli-entes sintam o me-nor reflexo possí-vel desse tipo deação. As autorida-des policiais, porsua vez, enfrentam

esse problema em todo o país,em todos os estados, do maisrico ao mais pobre, de uma ma-neira generalizada”, observa.

A concessionária de energiaElektro disponibiliza dois canaisde comunicação com o consu-midor: o 0800-7010102 e o tele-fone da ouvidoria da empresa,o 0800-124050. A maior partedas pessoas que entram emcontato com o tele-atendimentonão são os clientes atingidospela falta de energia, mas pes-soas que percebem um furto emandamento ou algum procedi-mento irregular.

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Em Praia Grande o alvo dos ladrões são os ramais

Na casa de Raimundo Gabriel o portão foi quebrado pelosladrões

A reposição de fios tornou-se uma tarefa freqüente

Casa de veraneio fechada com a fiação pendurada apóstentativa de furto

‘Fui roubado três vezes em umúnico mês. Gastei

quase R$ 4 milpara repora fiação’

Igualmente ao que ocorre nacidade de Peruíbe, alguns bair-ros de Praia Grande também vêmsofrendo com o furto de cabos. Aprincipal diferença entre os fur-tos nas duas cidades consisteno tipo de ligação. Em Peruíbe,furtam-se fios nas ligações dealta tensão, atingindo grandecontingente de consumidores.Cerca de 12 mil pessoas, che-gam a ficar sem energia numúnico furto. Em Praia Grande, ofurto já ocorre no ramal de liga-ção (do poste da empresa, parao poste do cliente), prejudicandouma única residência.

Praia Grande é a mais atingi-da pelos furtos de cabos, entreas cidades atendidas pela Com-panhia Paulista de Força e Luz(CPFL). A cidade também é aten-dida pela Elektro,do bairro Caiçaraao Solemar.

No último feri-ado de 7 de se-tembro, a repor-tagem percorreuos bairros maisatingidos comoVila Mirim, VilaCaiçara, Balneá-rio Paquetá, Jar-dim Real, JardimImperador e segundo registrosde ruas e casas furtadas forne-cidos pela CPFL, constatou queas casas afetadas são de turis-tas, pois das 14 casas visitadas,todas eram de veraneio e ape-nas três tinham veranistas.

O aposentado RaimundoGabriel, que tem casa de vera-neio na Rua Raja Atique, no Bair-ro Vila Mirim há 18 anos, contaque foi vítima de três furtos emsua residência em menos de ummês. “Da primeira vez cheguei emcasa e não havia luz. Saí pergun-tando aos vizinhos se eles esta-vam com o mesmo problema.Disseram que não. Aí percebi quetinham furtado os cabos que le-vam energia à minha casa.”

Da última vez, o aposentado

relata que saiu de Praia Grandepor volta das 11 horas. Quandochegou a sua residência, em SãoPaulo, sua esposa recebeu umtelefonema da vizinha de PraiaGrande informando que tinhamlevado toda a fiação da casa dolitoral. “As três vezes que me rou-baram foram no período da tar-de. Até o meu portão da frentequebraram. Levaram tambémum portão de alumínio, que se-para a casa da edícula. A políciaprendeu as três pessoas que fur-taram os fios. Eram dois meno-res de idade e um adulto. A vizi-nha da frente os viu furtando echamou a polícia. Os três forampresos em flagrante”, conta oaposentado.

Raimundo Gabriel, arcoucom um prejuízo de quase 4 mil

reais, entre fia-ção e mão-de-obra nas três ve-zes que sua re-sidência foi furta-da. Da últimavez, toda a comi-da que estava nageladeira estra-gou.

O aposenta-do registrouqueixa no 2º

Distrito Policial da Vila Caiçara,no dia 11 de julho. No Boletimde Ocorrência constam os no-mes dos três acusados, presosem flagrantes e indiciados porfurto.

Eliana Oliveira, que mora emfrente à casa de RaimundoGabriel, chamou a Polícia Militarapós ouvir barulho em casas vi-zinhas. Ela conta que a políciachegou e conseguiu prender emflagrante três pessoas que esta-vam furtando fios nas três casasda frente. “Os fios roubados en-cheram dois porta-malas da via-tura”, lembra.

Embora o gerente de servi-ços de rede da CPFL na BaixadaSantista, Carlos Zamboni Neto,afirme que apenas três casos de

furtos foram registrados na cida-de de Praia Grande, os morado-res dizem que essa situação éfreqüente.

Para Eliana que tem casa naVila Mirim há 12 anos, os furtosnas redondezas vêm acontecen-do freqüentemente desde 2005.“O que me surpreendeu é a ou-sadia deles. Roubam em plenaluz do dia, às 11 da manhã comofoi o caso do meu vizinhoRaimundo Gabriel. Aqui a situa-ção está ruim. De um ano paracá, vem piorando”.

No Balneário Paquetá, NilsaRodrigues Bastos, que tem casade veraneio há 10 anos na RuaJosé Demar Perez, sofreu umprejuízo de R$ 120,00 para reporos fios de cobre furtados de suacasa. A reportagem passava pelolocal no momento em que o ele-tricista recolocava a nova fiação.

“Eu moro em São Paulo e ficoàs vezes meses sem vir aqui.Meu filho me chamou para pas-sar o dia na praia. Quando che-guei, percebi que estava sem luz.Olhei o relógio da luz, e vi quetinham cortado todos os fios”, re-lata Nilsa, que não chegou a re-gistrar Boletim de Ocorrência.

O prejuízo de Nilsa só não foimaior porque o trabalho de re-posição dos fios foi realizado poruma pessoa que não cobroupelo serviço. Ela diz que destavez mandou modificar o modo deligação dos fios, para que elespossam ser retirados e guarda-dos dentro de casa. “Eu acreditoque estão roubando desse jeitoporque o cobre está caro. É o quevejo e ouço nos telejornais”, con-clui.

Na Vila Caiçara a situaçãonão é diferente. A veranistaTerezinha dos Santos, que temcasa na Rua Amapola há 26 anose visita Praia Grande uma vez pormês afirma que foi a primeira vezque furtaram a fiação do imóvel.“Em maio, a pessoa que limpa acasa, ligou para a minha residên-cia em São Paulo, dizendo quenão tinha luz, nem telefone eachava que tinham roubado osfios. Nós chegamos no sábado,vimos o que tinha acontecido emeu marido quis ir embora nomesmo dia, nervoso com a situ-ação.

A veranista explica que sofreuum prejuízo de R$ 300,00 e per-deu tudo que estava na geladei-ra. “Furtaram toda a fiação inter-na, inclusive o fio do poste da ruapara minha casa”, conta.

Casas vazias

Percorrendo as ruas de diver-sos bairros, a reportagem cons-tatou que em algumas residên-cias não havia fiação. Havia sidofurtada. Na casa da RuaJurubaíba, por exemplo, o fio deenergia estava amarrado a umvaso, no quintal da casa.

Outro caso aparece na RuaRaja Atique, no Bairro Vila Mirim.Ali toda a fiação de uma casa edo poste foram furtados. O imó-vel tem aspecto de abandono.Está sem portão, a porta da salafica aberta, as paredes estão sórebocadas. Há muitas folhas,

entulho e lixo no chão. O vizinhoda casa diz que ela está aban-donada. “O dono não vem maispara a praia. Está desiludido edesanimado com o que aconte-ceu”.

O grande problema dos fur-tos de fios em Praia Grande é

que a empresa concessionáriasó é comunicada da interrupçãode energia quando o veranistavem passar as férias no litoral. Eem muitos casos, os consumi-dores nem registram Boletim deOcorrência, o que dificulta aquantificação dos furtos.

C-13

Santos, 23 de outubro de 2006 DIÁRIO DA BAIXADA CIDADES

Imóveis de veraneio sãoos mais atingidos

Desde 2003 uma força-tare-fa vem agindo em Praia Grandeno combate a furtos de fios decobre. O comandante da GuardaCivil de Praia Grande, MarcoAlves dos Santos, acredita quehouve uma estabilização no nú-mero de furtos em função do tra-balho realizado: “Toda vez quenós iniciamos uma operação deforça-tarefa para coibir a ação defurtos de fios de cobre, o resulta-do é muito positivo porque con-seguimos fechar as portas dequem dá condição para que issoocorra: os ferros-velhos. Comisso, o ladrão deixa de ter paraquem vender”.

Força-tarefa é a integração devários órgãos do Estado e doMunicípio, e, em alguns casos,até da União. Normalmente a for-ça-tarefa é integrada pela Poli-cia Militar, Civil, Guarda Munici-pal, Conselho Tutelar, Juizado deMenores, empresas particulares,além de secretarias das prefei-turas como Receita, Obras, Fis-calização. Para cada tipo de ação,

Em Praia Grande os furtos geralmente ocorrem dentro das residências

Para o comandante, a força tarefa é decisiva no combate aosfurtos

como em ferros-velhos ou bati-das em casas noturnas, é desti-nada uma força-tarefa.

Segundo o comandante daGuarda Civil, há um sistema demonitoramento na cidade quetambém auxilia no combate aocrime, através de 1100 câmerasespalhadas em todos os bairros,em pontos estratégicos, vias defuga, orla da praia e viadutos. Ascâmeras têm giro de 360 graus.A prioridade da prefeitura local éatender a área situada entre oForte de Itaipú até a Vila Mirim.Dali em diante existem câmeras,mas em número menor. Justa-mente nesses locais sãoregistrados os maiores índicesde furtos de fios de cobre na redeelétrica.

“As reclamações chegam aténós, vindas das companhias deenergia CPFL ou Elektro queatendem o município. Normal-mente é feito o Boletim de Ocor-rência na delegacia, e a partirdessa estatística a polícia criauma ação para combater esse

tipo de crime”, explica o coman-dante Santos.

Os bairros mais atingidos pe-los furtos de fios de cobre são oJardim Imperador, Jardim Reale a Vila Caiçara. Na tentativa decoibir essa ação é montada umaforça tarefa específica para fur-tos, que age durante a semanae, especificamente na quarta-fei-ra, visita os ferros-velhos.

Para Santos, os ferros-ve-lhos que funcionam legalmentena cidade procuram evitar qual-quer tipo de problema. “Eles nãovão agir como receptadores dematerial ilegal, porque surgiriaa dúvida: onde conseguiramaquela quantidade de fios? Por-que alguns têm até a marca daempresa. Como irão explicarisso. Receptação dá cadeia. Écrime”.

Quando ocorre uma ação daforça-tarefa, os donos de ferros-velhos justificam o material en-contrado como comprado decatadores de lixo. “Normalmen-te a capa do fio de cobre já está

queimada, o material é pesadoe comprado dos catadores. Osresponsáveis pelos ferros-ve-lhos, no entanto, acabam fazen-do a receptação do material epodem responder por isso”, ex-

plica o comandante.Os principais ferros-velhos

ilegais de Praia Grande se lo-calizam na Vila Antártica, no Sa-mambaia, Jardim Real, TudeBastos, Boqueirão.

Apesar de as empresas deenergia informarem que os fur-tos de fios ocorrem nas liga-ções entre os postes dos cli-entes e os postes da fornece-doras, o delegado titular do 2ºDistrito Policial da Vila Caiçara,em Praia Grande, CarlosAugusto Miura, afirma que 99%dos casos registrados aconte-cem dentro dos imóveis, prin-cipalmente os de veraneio. Se-gundo ele, as empresas CPFLe Elektro, que atendem o muni-cípio, só comunicam os furtosquando há ruptura de cabos.

Os furtos em residênciassão registrados pelos veranis-tas quando chegam ao imóvele percebem que não há fiação.Há também denúncia de vizi-nhos dos imóveis furtados e al-gumas detenções. “Não hácomo fazer um policiamentopreventivo em toda a nossa

área de atuação”, explica o de-legado Miura.

O delegado Miura respondepelo 2º DP há três anos e afir-ma que desde 2003 houve umaredução de 60% nos furtos defios. Isso se dá, principalmen-te, pela da ação da força tarefana cidade, desde o início doano.

Entrada é feita pelotelhado

Em imóveis de veraneio, ofurto é feito com entrada pelotelhado. Quem o pratica chegaà laje, corta o fio com um alica-te e puxa toda a fiação da casa.A quantidade de fios furtadosestá relacionada ao tipo deimóvel. Se as casas foremgeminadas — como ocorre namaioria dos bairros atendidospelo 2º DP de Praia Grande —

as duas sãofurtadas aomesmo tem-po.

O delegadoMiura informaque os bairrosmais afetadospelo furto def ios em resi-dências de ve-raneio são oPaquetá e oCaiçara. Pr i -meiro porqueali há poucosmoradores eas ruas sãodesertas à noi-te. Segundoporque é mais

fácil os ladrõesverif icam quais

residências estão desabitadaspara praticar o furto.

Os autores são quase sem-pre desempregados, menoresde idade, que trocam o materi-al por drogas ou vendem paraos ferros-velhos.

Praia Grande possui mui-tos ferros-velhos ilegais. Porisso, esses locais sãofreqüentemente visitados porfiscais da Prefeitura, e pelas po-lícias Civil e Militar. Aquelesque não possuem Alvará. têmo material apreendido.

Ação nosferros-velhos

Furtos levam à morte

Ação conjunta tentaisolar o receptador

C-14

Furtos inutilizam os relógios de luz

Se for comprovada a recep-tação, o dono do ferro-velho éautuado em flagrante e o mate-rial apreendido encaminhadoao pátio de recolhimento daPrefeitura. Caso seja identifica-do pelo dono do imóvel furtado,ele é devolvido. “Se inibirmos areceptação, quebramos a ca-deia que é formada por quemfurta e quem compra o materi-al”, diz Miura acrescentando quea meta da polícia é prender oreceptador, pois é ele que aca-ba incentivando a prática dosfurtos.

Entre os casos registradosem Praia Grande, o delegado

Miura conta o que envolveu umapessoa que morreu no momen-to em que foi cortar os cabos dealta voltagem.

“O cabo de alta tensão tem13.800 volts. Se uma pessoaencostar no fio tomará um cho-que e morrerá instantaneamen-te porque não usa o equipa-mento de segurança que os fun-cionários das empresas utili-zam quando fazem reparos narede elétrica”, alerta o delega-do.

Mesmo os cabos de baixatensão, que são os 250 volts,provocam choques, queimadu-ras graves e até morte quandomanuseados sem o equipa-mento de segurança apropria-do.

Santos, 23 de outubro de 2006 CIDADES DIÁRIO DA BAIXADA

CPFL atribui a queda nos furtosà ação da força-tarefa

A ação da força-tarefa emPraia Grande têm contribuídopara reduzir a quantidade de fur-to de fios, conforme constata aCompanhia Paulista de Força eLuz (CPFL).

Contrariando as informaçõesda polícia, entretanto, o gerentede Serviços de Rede na BaixadaSantista, Carlos Zamboni Neto,insiste em dizer que em PraiaGrande os furtos ocorrem em ra-mais de ligação (fiação que ligao poste da rua ao poste do con-sumidor). Os bairros mais atin-gidos são o Caiçara, BalneárioPaquetá, Jardim Imperador e Mi-rim, que juntos somam 98% dosfurtos da cidade.

Em 2005 aproximadamenteforam furtados cinco quilômetrosde cabos de cobre, distribuídosem 249 ramais de ligação. Osmaiores índices de furtos ocor-rem nos bairros com populaçãoflutuante (veraneio), onde o mo-rador do imóvel só percebe quan-

Zamboni: orientação aos ferros-velhos

Delegacia de cabos atua há 30 anos

Delegado Abreu garante que soluciona 100% dos casos quando abre inquérito

A Delegacia de Furtos de Ca-bos do Departamento Estadualde Investigações Criminais(DEIC) de São Paulo existe há 30anos. Seu objetivo é investigar asquadrilhas que furtam cabos noEstado, prendendo o receptador.“É ele que está com o dinheiro equando se elimina o receptador,quebra-se a cadeia criminosa.Ele não é substituído como o la-drão”, explica o delegado titularValter Sérgio de Abreu.

Segundo o delegado, o furtode fios é um problema que existehá muitos anos, atualmente, sómudou o perfil do autor e o mon-tante dos furtos. O delegado Abreuconta que há cinco anos a Dele-gacia de Furtos de Cabos foi pro-curada pela Telefonica para resol-ver um problema grave de furtode cabos. Só em Mogi das Cru-zes o furto atingia 40% das insta-lações elétricas. Por conta disso,a delegacia especializada elabo-rou um plano de ação e em 10meses houve uma redução de70% nas ocorrênci-as. Prosseguindocom as apurações,os policiais da dele-gacia perceberamque outras empre-sas poderiam estarsofrendo o mesmoproblema. Reuni-ram, então, 23 empresas de tele-fonia, energia e transporte ferro-viário para uma avaliação geralda situação. A partir daí, a delega-cia especializada em furto de ca-bos intensificou seu trabalho.

A delegacia inicia ações a par-tir de denúncias das empresasconcessionárias de energia, te-lefonia e transporte. Monta umapatrulha para fazer as primeirasaveriguações no local do furto erealiza visitas às empresas paracolher mais dados. Quando ne-cessário, usa até grampos tele-fônicos. Além disso, efetua sema-nalmente duas ‘operações ferro-velho’, em diversos pontos do Es-

‘Ação policialse inicia

a partir dedenúncias das

concessionárias’

do chega para fins de semanasprolongados ou feriados.

Segundo Zamboni, o prejuízoestimado com a reposição doscabos foi de R$ 60 mil. O tempoestimado de trabalho para repo-sição total destes ramais foi deaproximadamente 224 horas.

O gerente de serviços de redeexplica que a empresa participoude uma Força Tarefa em conjuntocom a Polícia Militar, Civil, GuardaMunicipal, Fiscais da Prefeitura,que autuou ferros-velhos sem oalvará de funcionamento, lacran-do-os. “Nessas operações visi-tamos aproximadamente 40 fer-ros-velhos, sendo que dois foramautuados por receptação dolosae lacrados. Os proprietários fo-ram presos e respondem a pro-cesso. A quantidade de cobre ealumínio em forma de cabos, en-contrada nestes locais, chegou aquase uma tonelada e meia”,completa Zamboni.

A CPFL realiza paralelamen-

te, um trabalho de conscientizaçãojunto aos proprietários de ferros-velhos, com amostras de cabos,orientando-os a não comprar osmodelos de uso exclusivo da com-panhia.

Zamboni observa que os fur-tos de cabos, além de colocar emrisco a vida daquele que furta,desligar a energia de hospitais,creches e escolas, entre outroslocais públicos, causando prejuí-zos não só para a companhia,mas para todos os consumido-res afetados.

O gerente de Serviços deRede explica, ainda, que nemsempre o prejuízo chega ao con-sumidor de forma integral, porqueexiste um valor determinado a serrepassado e ele é embutido nocusto de operação que é definidopela Agência Nacional de Ener-gia Elétrica (ANEEL).

Zamboni comenta, por outrolado, que todo o material compra-do pela CPFL é adquirido de em-

presas cadastradas e todos osprodutos são homologados paraque não haja irregularidades.“Nós não compramos cabos fur-tados”.

A CPFL informa que na maio-ria dos ramais de serviço ainda

existe uma grande quantidade decobre, mas as construções anti-gas já estão sendo substituídaspor alumínio a medida que ne-cessita de reparos. Já os cabosem alta tensão o alumínio atinge100% da rede, e os de baixa, 99%.

tado, para orientar os sucateirossobre o que é permitido ou nãocomercializar. Quem estiver emsituação irregular pode ser detidopara averiguação. "É uma medi-da preventiva”, explica Abreu.

Ele afirmou que a partir daação da delegacia, a Telefônicadiminuiu o número de furtos de400 quilômetros/mês para 200quilômetros/mês, ou seja, umaredução de 50%. No último ano, aEletropaulo teve também uma re-dução de 30% nos furtos e aCompanhia Paulista de TrensMetropolitanos, CPTM, 13%.

Como agemas quadrilhas

Segundo o delegado, quemcostumava praticar os furtos defios eram os andarilhos. Hoje, operfil mudou. Há três tipos de au-tores: Os carrinheiros, que prati-cam cerca de 80% dos furtos.Eles furtam de metro em metro,põem no carrinho, procuram um

ferro-velho de peque-no porte e vendem omaterial com ou semo isolador que envol-ve o fio (uma espé-cie de plástico). Emuma semana, nomáximo, esse mate-

rial é adquirido pelos ferro-velhosmaiores que têm duas opções:vendem para uma empresa debeneficiamento, que derrete omaterial e o transforma em lingo-te — barra de metal fundido — oucontratam a empresa para bene-ficiar o material e devolver a eles.

A segunda forma de furto, eque corresponde a 20% dos ca-sos, é praticada por ladrões maisorganizados. Eles usam roupase carros semelhantes aos da em-presa que faz os reparos. A tercei-ra maneira — 5% do índice de fur-tos — é realizada por quadrilhasespecializadas. Estas, por suavez, têm dois modos de ação:

Agem em grupos de 15 pessoas,incluindo menores de idade e pro-curam o interior do Estado. Lá, vãopara áreas rurais de difícil acessoe furtam cerca de 4 quilômetrosde fios das torres de transmissãode energia. O segundo tipo dequadrilha é aquela que encomen-da o furto.

Ferros-velhos ilegais

De acordo com Valter Abreu,existem no Estado aproximada-mente 3 mil estabelecimentoscomerciais cadastrados pela de-legacia especializada. Sãosucateiros pequenos, médios egrandes. Destes, 65% são clan-destinos. Abreu acredita que osdonos dos estabelecimentos nãotêm interesse em se legalizar.“Quando alguém abre uma em-presa na Junta Comercial e naPrefeitura começa a receber fis-calização. Aí não pode mais deixarfios pendurados, baterias poluin-do o lençol freático ou descuidardas instalações, facilitando a pro-criação de mosquitos. Além dis-so, tem de pagar impostos. Porisso, eles se mantêm irregulares.É mais lucrativo”, diz o delegado.

Destino do material

A polícia não dispõe de espa-ço próprio para armazenar os ca-bos de cobre apreendidos. Porisso, o delegado faz um auto dedepósito e entrega o material apre-endido para a empresa que foi fur-tada guardar. Ela tem a obrigaçãode mantê-lo nas mesmas condi-ções que recebeu e devolvê-lo nodia que for determinado. A libera-ção definitiva é o Judiciário que faz.

Quando há uma grande con-centração de material inutilizávelno pátio das empresas, geralmen-te elas fazem leilões. O dono doferro-velho que vai ao leilão com-pra esse material por um preçoalto, mas com nota fiscal. Ele pega

a nota fiscal adquirida e sempreque alguém vier cobrar o cupomfiscal, será apresentada a mes-ma nota. Por isso, o principal alvoda polícia são os donos de ferros-velhos.

Furto ou fraude?

Todas as empresas furtadassão concessionárias de serviçopúblico. Utilizam firmas terceirizadasno serviço de manutenção e pos-suem equipes próprias para a fis-calização desse trabalho. Nos últi-mos cinco anos, ao investigar asocorrências de furtos, porém, apolícia começou a perceber quehavia algo errado com a quantida-de de fios furtados. Colocou, en-tão, uma equipe para acompanhara reposição dos cabos, alegandoque precisava colher dados paraa investigação.

Abreu afirma que os policiais,na verdade, estavam fiscalizandoquem fazia o reparo. “Com isso,caiu em 80% o índice de furtos emuma das empresas — o delega-do não quis revelar o nome. Te-nho convicção do que estou falan-do porque já prendemos funcio-nários de empresas terceirizadase temos inquéritos a respeito dasfraudes cometidas contra conces-sionárias de serviço público”.

De acordo com o delegadouma outra medida da PolíciaCivil para acabar com as frau-des é a investigação em indús-trias que ainda compram ma-terial furtado como matéria-pri-ma para produção de chapasde cobre.

“Enquanto o inquérito estáaberto a empresa não podecontinuar produzindo”. Ele diz,ainda, que uma semana comas contas, os caminhões, asvendas e os estoques parados,quebra a empresa.

Outra medida paralela parareduzir os furtos no Estado se-ria a regulamentação dos fer-ros-velhos. Abreu afirma que háum estudo para a elaboraçãode uma lei estadual relaciona-da à reciclagem. "Mas se exis-tisse uma lei municipal, ela jáconseguiria suprir a necessida-de do momento, de forma maisdireta, porque uma situação éa polícia chegar e querer vas-culhar o comércio, outra é ir umfiscal da Prefeitura e checar olocal. O fiscal municipal tem odireito de entrar sem mandatode busca e apreensão. Já exis-te lei regulamentando essa fis-calização em algumas cidades,como Mogi das Cruzes”, con-clui o delegado.

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Santos, 23 de outubro de 2006 DIÁRIO DA BAIXADA CIDADES

Nas novas redes de energia, a Elektro vem utilizando cabos multiplexados,que são feitos internamente de alumínio, ao invés de cobre. O consultorinstitucional da empresa, Ricardo Magueta, explica que a substituição nãoestá ocorrendo devido aos furtos, mas sim para melhoria tecnológica. Essamudança, entretanto, está provocando uma queda nos furtos.

O cabo multiplexado já é padrão da Elektro, para toda construção nova derede ou substituição de trechos danificados. Magueta afirma que o cabo éfacilmente identificado porque é colorido por fase (vermelho, preto e branco).

O novo cabo cumpre as mesmas funções do feito totalmente em cobre,com vantagens: tem melhor condutibilidade de corrente de energia; proteçãocontra curto-circuitos externos, provocados por objetos jogados na rede; e émais difícil de ser cortado. Além disso, o plástico que o envolve evita choquesem pessoas que o toquem, caso ele venha a ficar no solo por acidente outentativa de furto.

A CPFL está investindo em uma nova tecnologia para tentar barrar osfurtos de cabos de cobre que ocorrem dentro das subestações. O gerente deServiços de Rede na Baixada Santista, Carlos Zamboni Neto, explica que aempresa está substituindo os condutores de aterramento por cabos semvalor comercial, chamados popularmente de bimetálicos. Os novos cabossão confeccionados em aço e revestidos por uma fina camada de cobre oualumínio, sendo impossível a separação destes metais.

Nos locais onde os novos cabos foram implantados, a CPFL fixou placasinformando que o material não possui valor comercial. A empresa pretendesubstituir gradativamente, nos locais com maior incidência de problemas, oscondutores de aterramento de suas subestações por esse novo material. Aoutra vantagem desse tipo de fio é o preço, cerca de 15% mais barato que ofio fabricado totalmente de cobre.

Segundo Zamboni, o novo material está sendo aplicado na Baixada Santista,em locais com maior incidência de furtos e onde ele permite condutividade,uma vez que esse tipo de fio não oferece uma boa condução como o cabo decobre. Assim, a utilização e substituição pelo cabo bimetálico vai depender dacarga da corrente que irá transitar pelo fio, de sua função na transmissão daenergia (ramal, alta ou baixa tensão).

O departamento de engenharia de manutenção da CPFL já implantou 130metros do novo cabo na Subestação Quilombo, na cidade de Sumaré, em SãoPaulo. Nessa subestação ocorreram casos de furtos de cabos, acarretandomuitos transtornos, porque os condutores de aterramento são os responsá-veis pela estabilidade no sistema elétrico.

Cobre: metal caro e de altovalor tecnológico

Abbud ressalta a melhor condutibilidade do cobre

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIOFurto

Art.155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia, móvelPena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repousonoturno

§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juizpode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a doisterços, ou aplicar somente a pena de multa

§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenhavalor econômico

Furto Qualificado

§ 4º A pena de reclusão é de 2 (dois) a 8 (oito) anos, se o crime é cometido:I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destre-za;III – com emprego de chave falsa;IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas;V – a pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração deveículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para oexterior.

DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água,luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:

Pena – reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de um terço até a metade, se o danoocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dosserviços.

DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Quadrilha ou bando

Art. 288. Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, parafim de cometer crimes:

Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.

Parágrafo único. A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha oubando é armado.

Punição está baseada noCódigo Penal Brasileiro

Uso de cabo multiplexadopode ser a solução

O homem do início do séculoXX não imaginava que o cobre setornaria um metal de fundamen-tal importância e valor para o de-senvolvimento industrial etecnológico do final daquele sé-culo. Com a enormeaplicabilidade e variabilidade ometal presta-se, freqüentemente,a novos e diversificados usos.

Para o professor da discipli-na Materiais Elétricos do cursode Engenharia Elétrica da Uni-versidade Santa Cecília,Unisanta, José Roberto AbbudJorge, a chave para entender autilização do cobre está em suaspropriedades básicas: não émagnético, é totalmentereciclável, tem cor brilhante eatrativa. É um metal denso, comgrande resistência à salinidadee à corrosão, e possui altacondutibilidade térmica e elétri-ca. Por isso, o fio de cobre émais utilizado em regiões lito-râneas na fiação das redes elé-

tricas e telefônicas.O cobre tem um papel funda-

mental nas indústrias; no trans-porte, como nos metrôs Compa-nhia Paulista de Trens Metropo-litanos (CPTM); na eletrônica,para a fabricação de chips; naconstrução civil, para instalaçõesinternas de casas e prédios; naarquitetura e na arte; na distribui-ção de energia; na fabricação deutensílios de cozinha e tambémno setor de saúde onde é usadona fabricação de dispositivos an-ticoncepcionais intra-uterinos,por exemplo.

É utilizado também na explo-ração mineral, na produção deligas, de equipamentos quími-cos e farmacêuticos, de moe-das, em sistemas de refrigera-ção, em tubulação de água quen-te, além de ser utilizado nos pro-jetos de energia solar, acrescen-ta o professor.

Segundo Abud, dentre oscondutores mais utilizados estão

o cobre e o alumínio, sendo queo cobre tem uma condutibilidade60% maior do que o alumínio.Por outro lado, ele é mais pesa-do que o outro material.

O aumento do preço do co-bre decorre do fato de a Chinaestar comprando todo o cobre eaço produzido no mundo. ParaAbbud, esse fato está aconte-cendo, por causa do crescimen-to econômico que vem ocorren-do naquele país, nos últimosanos. Em 2005, a China teve umcrescimento médio de 9%. “De-vido à grande procura dos chi-neses pelo metal, nos últimostempos o preço do cobre teve umaumento absurdo”.

Atualmente, os ferros-velhosdas cidades compram o quilo docobre por cerca de R$ 12,00sendo que no início do ano cus-tava cerca de R$ 4,00. Na Bolsade Valores de Londres (LondonMetal Exchange – LME), que faza cotação do preço do cobre, no

Novo tipo de fio

Expediente

Trabalho de Conclusão de Curso — Grande Reportagem — apresentado àFaculdade de Artes e Comunicação da Universidade Santa Cecília (Unisanta)como requisito para a obtenção do título de bacharel em ComunicaçãoSocial, com habilitação em Jornalismo.

Textos, diagramação, fotografia e edição : Denise Diniz e Patrícia PontesOrientação: Prof ª Dr ª Taís Assunção Curi Pereira

mês de maio e junho deste ano,o valor duplicou. Chegou ao pa-tamar de U$ 8 mil (R$ 22 mil) a

tonelada para compra, sendoque no mês de fevereiro custavacerca de U$ 4 mil (R$ 11 mil).

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