Grato pela Obra Missionária - Church Of Jesus Christ · 05/04/2006  · coração. A neblina da...

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PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY O navio que me levou à Inglaterra atracou no porto de Plymouth na noite de 1º de julho de 1933. Nós, os três missionários a bordo, tomamos o trem que partia do porto para Londres, onde chegamos tarde da noite. No dia seguinte, recebi a designação de ir para Preston, Lancashire. Depois do que pareceu uma longa e solitária viagem ferroviária, fui rece- bido na estação por meu companheiro, que me levou a nossa humilde morada, perto da Capela Vauxhall, onde fora pregado o pri- meiro sermão missionário SUD em 1837. Meu companheiro anunciou então que iríamos para o centro da cidade para realizar uma reunião de rua. Fiquei apavorado. Cantamos um hino e fizemos uma oração. Em seguida, ele passou-me a palavra. Um grupo de pessoas formou-se a nossa volta. Sua fisiono- mia era ameaçadora. Na época, o mundo estava na fase mais crítica da Grande Depressão e a região de Lancashire fora duramente atingida. As pessoas eram pobres; calçavam tamancos de madeira. As roupas eram um reflexo dos tempos penosos em que viviam. Era difí- cil compreendê-las: eu vinha do Oeste dos Estados Unidos e elas falavam um dialeto de Lancashire. Nas primeiras semanas, fiquei desanimado. Escrevi para meu bom pai e confiei-lhe que sentia estar desper- diçando meu tempo e o dinheiro dele. Ele respondeu com uma carta muito curta que dizia: “Querido Gordon, recebi sua carta recentemente. Tenho ape- nas uma sugestão: esqueça-se de si mesmo e dedique-se ao trabalho”. Pouco antes, naquela mesma manhã, eu e meu compa- nheiro lêramos as seguintes palavras do Senhor: “Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará” (Marcos 8:35). Essas palavras do Mestre, seguidas da carta de meu pai, penetraram o âmago de meu ser. Fui ao nosso quarto, ajoelhei-me e fiz uma promessa solene ao Senhor. Fiz o convênio de que tentaria esquecer a mim mesmo e perder-me em Seu serviço. Aquele dia de julho de 1933 foi meu dia de decisão. Uma nova luz entrou em minha vida e uma nova alegria em meu coração. A neblina da Inglaterra pareceu dissipar-se e vi o sol brilhar. Minha experiência na mis- são foi enriquecedora e maravilhosa e sempre serei grato por isso. Demos graças ao Senhor pelo evangelho glorioso de Seu Filho Amado que foi restaurado na Terra. Lembremos que cada um de nós tem o privilégio e oportunidade de fazer nossa própria declaração de fé, coragem e verdade que culminará no cumprimento do mandamento divino de levar o evangelho ao mundo. De “Taking the Gospel to Britain: A Declaration of Vision, Faith, Courage, and Truth”, Ensign, julho de 1987, pp. 2–7, e “Missionary Journal”, Ensign, julho de 1987, pp. 8–11. A2 Grato pela Obra Missionária Quando jovem, o Presidente Hinckley serviu como missionário de tempo integral nas Ilhas Britânicas. Ele contou-nos algumas de suas experiências. VINDE AO PROFETA ESCUTAR

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P R E S I D E N T E G O R D O N B . H I N C K L E Y

Onavio que me levou à Inglaterraatracou no porto de Plymouth nanoite de 1º de julho de 1933. Nós,

os três missionários a bordo, tomamos otrem que partia do porto para Londres, ondechegamos tarde da noite. No dia seguinte,recebi a designação de ir para Preston,Lancashire. Depois do que pareceu umalonga e solitária viagem ferroviária, fui rece-bido na estação por meu companheiro, queme levou a nossa humilde morada, perto daCapela Vauxhall, onde fora pregado o pri-meiro sermão missionário SUD em 1837.

Meu companheiro anunciou então queiríamos para o centro da cidade para realizaruma reunião de rua. Fiquei apavorado.Cantamos um hino e fizemos uma oração.Em seguida, ele passou-me a palavra. Umgrupo de pessoas formou-se a nossa volta. Sua fisiono-mia era ameaçadora. Na época, o mundo estava na fasemais crítica da Grande Depressão e a região deLancashire fora duramente atingida. As pessoas erampobres; calçavam tamancos de madeira. As roupas eramum reflexo dos tempos penosos em que viviam. Era difí-cil compreendê-las: eu vinha do Oeste dos EstadosUnidos e elas falavam um dialeto de Lancashire.

Nas primeiras semanas, fiquei desanimado. Escrevipara meu bom pai e confiei-lhe que sentia estar desper-diçando meu tempo e o dinheiro dele. Ele respondeucom uma carta muito curta que dizia: “Querido Gordon,

recebi sua carta recentemente. Tenho ape-nas uma sugestão: esqueça-se de si mesmoe dedique-se ao trabalho”. Pouco antes,naquela mesma manhã, eu e meu compa-nheiro lêramos as seguintes palavras doSenhor: “Porque qualquer que quiser salvara sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer queperder a sua vida por amor de mim e doevangelho, esse a salvará” (Marcos 8:35).

Essas palavras do Mestre, seguidas dacarta de meu pai, penetraram o âmago demeu ser. Fui ao nosso quarto, ajoelhei-me efiz uma promessa solene ao Senhor. Fiz oconvênio de que tentaria esquecer a mimmesmo e perder-me em Seu serviço.

Aquele dia de julho de 1933 foi meu dia de decisão. Uma nova luz entrou emminha vida e uma nova alegria em meucoração. A neblina da Inglaterra pareceu

dissipar-se e vi o sol brilhar. Minha experiência na mis-são foi enriquecedora e maravilhosa e sempre sereigrato por isso.

Demos graças ao Senhor pelo evangelho glorioso de Seu Filho Amado que foi restaurado na Terra.Lembremos que cada um de nós tem o privilégio eoportunidade de fazer nossa própria declaração de fé,coragem e verdade que culminará no cumprimento domandamento divino de levar o evangelho ao mundo. ●

De “Taking the Gospel to Britain: A Declaration of Vision, Faith,Courage, and Truth”, Ensign, julho de 1987, pp. 2–7, e “MissionaryJournal”, Ensign, julho de 1987, pp. 8–11.

A2

Grato pela ObraMissionária

Quando jovem, o Presidente

Hinckley serviucomo missionário de tempo integral

nas Ilhas Britânicas.Ele contou-nos

algumas de suasexperiências.

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O AMIGO JUNHO DE 2006 A3

No Hyde Park em Londres, durante sua

missão nas Ilhas Britânicas, o jovem

Élder Hinckley atraía a atenção por

ser um excelente orador.

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