Gregório de Matos

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Quem foi?O Gregório de Matos Guerra, nasceu em 7 de

abril de 1623 em Salvador, Bahia. Contemporâneo do Padre Antônio Vieira, era conhecido como "Boca do Inferno", em função de suas poesias satíricas. Influenciado por Gôngora e Quevedo.Filho de Gregório de Matos, fidalgo e proprietário de engenhos, e Maria da Guerra. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e trabalhou como curador de órfãos e de juiz criminal em Portugal. Regressando ao Brasil aos 47 anos de idade, apaixonou-se pela viúva Maria de Povos até encontrar-se no miséria. 

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O Passou então a viver na boemia, satirizando a todos com mordacidade. Irreverente e iconoclasta pôs muita autoridade civil e religiosa da época em má situação, ridicularizando-as de forma impiedosa. Acabou degredado para Angola pelo governador D. João de Alencastre, a fim de o afastar da vingança de um sobrinho de seu antecessor, Antônio Luís da Câmara Coutinho, por causa das sátiras que sofrera o tio. Voltou ao Brasil, depois de pacificar um levante em Luanda contra os soldados portugueses. Estabeleceu-se em Recife, Pernambuco, onde conseguiu fazer-se mais querido do que na Bahia, até que faleceu em 1696, ao 73 anos de idade. 

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Obras:O I- SacrasII- LíricasIII- GraciosasIV- SatíricasV- SatíricasVI- Últimas

ONenhuma de suas obras foram publicadas em sua época. Seus manuscritos de poesias foram conservados e publicados (por tema/estilo) em pleno movimento modernista, em seis volumes, de 1923 à 1933 pela Academia Brasileira de Letras.

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OPOEMAS

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 Inconstância dos bens do mundoO Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,O Depois da Luz se segue a noite escura,O Em tristes sombras morre a formosura,O Em contínuas tristezas a alegria.O

O Porém se acaba o Sol, por que nascia?O Se formosa a Luz é, por que não dura?O Como a beleza assim se transfigura?O Como o gosto da pena assim se fia?O

O Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,O Na formosura não se dê constância,O E na alegria sinta-se tristeza.O

O Começa o mundo enfim pela ignorância,O E tem qualquer dos bens por naturezaO A firmeza somente na inconstância.

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A uma damaO Vês esse Sol de luzes coroado,O Em pérolas a Aurora convertida;O Vês a Lua, de estrelas guarnecida;O Vês o Céu, de planetas adornado?O

O O céu deixemos: vês, naquele prado,O A rosa com razão desvanecida,O A açucena por alva presumida,O O cravo por galã lisonjeado?O

O Deixa o prado: vem cá, minha adorada:O Vês desse mar a esfera cristalinaO Em sucessivo aljôfar desatada?O

O Parece aos olhos ser de prata fina...O Vês tudo isto bem? Pois tudo é nadaO À vista do teu rosto, Catarina.

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Contemplando nas cousas do mundo

O Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:O Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:O Com sua língua ao nobre o vil decepa:O O Velhaco maior sempre tem capa.O

O Mostra o patife da nobreza o mapa:O Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;O Quem menos falar pode, mais increpa:O Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.O

O A flor baixa se inculca por Tulipa;O Bengala hoje na mão, ontem garlopa:O Mais isento se mostra, o que mais chupa.O

O Para a tropa do trapo vazio a tripa,O E mais não digo, porque a Musa topaO Em apa, epa, ipa, opa, upa.

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REFERENCIAS:O http://pt.shvoong.com/books/biograp

hy/1659828-greg%C3%B3rio-matos-vida-obra/#ixzz33gzj9Hy3

O http://dilsoncatarino.blogspot.com.br/2012/10/poemas-de-gregorio-de-matos-guerra-o.html

O http://pt.shvoong.com/books/biography/1659828-greg%C3%B3rio-matos-vida-obra/

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OPor: Joemille