Gribel

7
Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, N” 3 - MAI./JUN. - 1999 1 Entrevista Uma nova sessªo na Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial A partir do prximo nœmero da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, serÆ criada uma nova seªo dedicada Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) por iniciativa de seu editor, Dr. Laurindo Z. Furquim, com a anuŒncia de seu Corpo Editorial. Terei, aps aceitar o honroso convite deste importante veculo de divul- gaªo da Odontologia brasileira, junta- mente com a Dra. Edna Khoury, o privilØ- gio e a oportunidade de coordenar nesta seªo, os esforos dos Ortopedistas Fun- cionais Brasileiros e estrangeiros, em di- vulgar, discutir, e informar, sempre com discernimento e isenªo, sustentado na investigaªo criteriosa, clnica e de matØria bÆsica, o que pertinente for a esta instigante Ærea da Odontologia. Parodiando um grande carnavalesco carioca, diria que a Ortopedia Funcional dos Maxilares nªo Ø melhor nem pior que a Ortodontia ClÆssica; apenas diferen- te. Diferente nªo por ser ou querer ser di- ferente, mas por apresentar princpios, ca- ractersticas, bases operacionais e tØcnicas, que em si nªo estªo presentes em nenhum outro campo da Odontologia. Sendo dife- rente, Ø preciso buscar conhecŒ-la melhor, nas suas virtudes e deficiŒncias, nas suas diferenas. Da a necessidade de uma ses- sªo exclusiva para a OFM. Esta sessªo serÆ portanto, um frum para discussªo e apresentaªo da pesquisa e investigaªo que deram, dªo e darªo sus- tentaªo Ortopedia Funcional dos Maxila- res (OFM), tanto do ponto de vista clnico, quanto do ponto de vista da investigaªo nas Æreas mais bÆsicas da pesquisa. A publi- caªo de artigos originais, traduıes autori- zadas de publicaıes de outros veculos de divulgaªo cientfica, casos clnicos, entre- vistas, perguntas e respostas, entre outros, serªo os meios a serem empregados. muito importante que, nos dias de hoje, alØm do know how, se tenha tam- bØm o know why: nªo basta apenas sa- ber Como Fazer; Ø preciso saber porquŒ Fazer. Nªo basta tambØm ter o Conheci- mento - discernir entre diferentes; Ø preciso que se tenha a Sabedoria - discernir entre semelhantes . Coisa que se consegue com o tempo, com tentativas e erros, com a bus- ca incessante, com troca de informaªo. Na quase alvorada do Terceiro MilŒnio - O MilŒnio da Informaªo - nada mais natu- ral do que elas sejam trocadas tambØm no terreno da OFM, o que tenho certeza, mui- to contribuirÆ para tornÆ-la mais madura, mais conhecida e compreendida, menos mistificada ou endeusada, menos privilØ- gio de alguns iniciados nos seus mean- dros e labirintos. Convoco portanto, todos aqueles que, com seriedade, responsabilidade, e porque nªo dizer ansiedade, desejem contribuir de alguma forma, para o esclarecimento e o engrandecimento da OFM, para que parti- cipem conosco deste esforo, que nªo tem outro objetivo, que nªo a transmissªo de informaªo, conhecimento, sabedoria e questionamentos, ligados mesma. A Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, acreditando ser uma importante coadjuvante na disseminaªo da pesquisa, do conhecimento e informaªo para os profissionais de Ortodontia, abre espao para duas destacadas Æreas ligadas nossa especialidade - a Ortopedia Funcional dos Maxilares e a Fonoaudiologia. Acreditando ser a busca constante do conhecimento e a interaªo das Æreas afins, de maneira multidisciplinar, as principais ferramentas para o aprimoramento dos bons profissionais, convidamos o Dr. Marcos Nadler Gribel e a Dr“. Esther Bianchini para que coordenassem as seıes de Ortopedia e Fonoaudiologia, respectivamente. Confira, a seguir, as consideraıes feitas pelo Dr. Marcos Gribel a respeito da nova seªo. Na seqüŒncia saiba um pouco mais sobre Ortopedia Funcional dos Maxilares e Fonoaudiologia, lendo as respostas das interessantes entrevistas que o Dr. Marcos e a Dr“. Esther concederam a esta Revista. Conselho Editorial da Revista Marcos Nadler Gribel - Especialista em Ortodontia pelo Conselho Federal de Odontologia. - Fundador da Academia Brasileira de Fisiopatologia Crnio-oro-cervical

Transcript of Gribel

Page 1: Gribel

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 1

Entrevista

Uma nova sessão na RevistaDental Press de Ortodontia eOrtopedia Facial

A partir do próximo número da RevistaDental Press de Ortodontia e OrtopediaFacial, será criada uma nova seção dedicadaà Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM)por iniciativa de seu editor, Dr. LaurindoZ. Furquim, com a anuência de seu CorpoEditorial. Terei, após aceitar o honrosoconvite deste importante veículo de divul-gação da Odontologia brasileira, junta-mente com a Dra. Edna Khoury, o privilé-gio e a oportunidade de coordenar nestaseção, os esforços dos Ortopedistas Fun-cionais Brasileiros e estrangeiros, em di-vulgar, discutir, e informar, sempre comdiscernimento e isenção, sustentado nainvestigação criteriosa, clínica e de matériabásica, o que pertinente for a esta instiganteárea da Odontologia.

Parodiando um grande carnavalescocarioca, diria que a Ortopedia Funcionaldos Maxilares �não é melhor nem pior quea � Ortodontia Clássica;� apenas diferen-te�. Diferente não por ser ou querer ser di-ferente, mas por apresentar princípios, ca-racterísticas, bases operacionais e técnicas,que em si não estão presentes em nenhumoutro campo da Odontologia. Sendo dife-rente, é preciso buscar conhecê-la melhor,

nas suas virtudes e deficiências, nas suasdiferenças. Daí a necessidade de uma ses-são exclusiva para a OFM.

Esta sessão será portanto, um fórumpara discussão e apresentação da pesquisa einvestigação que deram, dão e darão sus-tentação à Ortopedia Funcional dos Maxila-res (OFM), tanto do ponto de vista clínico,quanto do ponto de vista da investigaçãonas áreas mais básicas da pesquisa. A publi-cação de artigos originais, traduções autori-zadas de publicações de outros veículos de

divulgação científica, casos clínicos, entre-vistas, perguntas e respostas, entre outros,serão os meios a serem empregados.

É muito importante que, nos dias dehoje, além do �know how�, se tenha tam-bém o �know why�: não basta apenas sa-ber �Como Fazer�; é preciso saber �porquêFazer�. Não basta também ter o Conheci-mento - discernir entre diferentes; é precisoque se tenha a Sabedoria - discernir entresemelhantes . Coisa que se consegue com otempo, com tentativas e erros, com a bus-ca incessante, com troca de informação.Na quase alvorada do Terceiro Milênio - OMilênio da Informação - nada mais natu-ral do que elas sejam trocadas também noterreno da OFM, o que tenho certeza, mui-to contribuirá para torná-la mais madura,mais conhecida e compreendida, menosmistificada ou endeusada, menos privilé-gio de alguns �iniciados� nos seus mean-dros e labirintos.

Convoco portanto, todos aqueles que,com seriedade, responsabilidade, e porquenão dizer ansiedade, desejem contribuir dealguma forma, para o esclarecimento e oengrandecimento da OFM, para que parti-cipem conosco deste esforço, que não temoutro objetivo, que não a transmissão deinformação, conhecimento, sabedoria equestionamentos, ligados à mesma.

A Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, acreditando ser uma importante coadjuvantena disseminação da pesquisa, do conhecimento e informação para os profissionais de Ortodontia, abreespaço para duas destacadas áreas ligadas à nossa especialidade - a Ortopedia Funcional dos Maxilarese a Fonoaudiologia.

Acreditando ser a busca constante do conhecimento e a interação das áreas afins, de maneiramultidisciplinar, as principais ferramentas para o aprimoramento dos bons profissionais, convidamoso Dr. Marcos Nadler Gribel e a Drª. Esther Bianchini para que coordenassem as seções de Ortopediae Fonoaudiologia, respectivamente.

Confira, a seguir, as considerações feitas pelo Dr. Marcos Gribel a respeito da nova seção. Naseqüência saiba um pouco mais sobre Ortopedia Funcional dos Maxilares e Fonoaudiologia, lendo asrespostas das interessantes entrevistas que o Dr. Marcos e a Drª. Esther concederam a estaRevista.

Conselho Editorial da Revista

Marcos Nadler Gribel

- Especialista em Ortodontia pelo Conselho Federal de Odontologia.- Fundador da Academia Brasileira de Fisiopatologia Crânio-oro-cervical

Page 2: Gribel

01 � O que o Sr. pensa sobre oemprego da Ortopedia Facialpara tratamento das Disfunçõesde ATM e Dores Orofaciais? Con-selho Editorial da Revista

A Ortopedia Funcional dos Maxilares temuma atuação muito favorável em várias al-terações funcionais das ATMs e também emvários tipos de Dores Orofaciais (DOF). Cer-ca de 60 a 90% das dores Orofaciais, varian-do de autor para autor este percentual, sãodo tipo tensional, com algum envolvimentomuscular e/ou articular. Na OFM, busca-seo tratamento das alterações de forma e fun-ção do Sistema Estomatognático (S.E.), atra-vés da Excitação Neural (Primeiro Princípioda OFM. SIMÕES, WILMA A., 1974) ou seja,através da produção de estímulos que ve-nham a desencadear adaptações nos diver-sos componentes do S.E. Graças às váriasinvestigações feitas sobre a propriocepçãono S.E. em geral (MORIMOTO, T.; INOUE,T.; MASUDA, Y.; NAGASHIMA, T., 1989)(YAMAMURA, C.; KOSUGI, S.; ONO, K.;SHIMADA, K., 1993) (JUCH, P.J.; VANWILLIGEN, J.D.; BROEKHUIJSEN, M.L.;BALLINTIJN, C.M., 1984), e em especial àPropriocepção Periodontal, hoje sabemos queao estimularmos, por exemplo os incisivos -(KOHNO, 1993, 1995) (OSAKA 1990) , po-demos interferir na atividade dos músculosMasseter Superficial, Temporal (Anterior, Oblí-quo e Posterior), Digástrico, Pterigoideo La-teral, Esternocleidomastóideo, Omohióideo,etc.; MANNS, A.E.; GARCIA, C.; MIRALLES,R.; BULL, R.; ROCABADO, M., (1991) de-monstraram a importância da PropriocepçãoCanina para o nível de atividade dos múscu-los elevadores da mandíbula; KARLSSON,S.; MOLIN, M. (1995) demonstraram a va-riação da capacidade de discriminaçãointerdental quando se usa materiais restau-radores não metálicos em dentes posteriorese o que interfere no nível de atividade dosmúsculos mastigatórios, etc. Portanto, é pos-sível, através de estímulos adequados, pro-duzidos por Aparelhos Ortopédicos Funcio-nais (AOFs), interferir especialmente nestesquadros de disfunção com dor orofacial dotipo tensional. Obviamente, não se pode es-quecer dos outros mecanismos e processos,bio-psico-sociais, envolvidos tanto nas DTMquanto nas DOF, infelizmente ainda muitopouco conhecidos, e que requerem uma ação

multi e interdisciplinar para obtenção deresultados mais rápidos, seguros e estáveis,com menor produção de efeitos colateraisdeletérios. Também nesta área estamos maispara o �know how� do que para o �knowwhy�; sabemos mais ou menos �como�, masnão o �porquê�. Mas chegaremos lá, comtrabalho sério, de investigação clínica e dematéria básica.

02 - Como o Sr. encara a esta-bilidade no tratamento ortopé-dico facial? Conselho Editorial da Re-vista

Na minha experiência pessoal, a esta-bilidade das alterações ortopédicas, produ-zidas por AOFs, é muito boa, especialmen-te quando estas são conseguidas em ida-des bem precoces. Creio serem as alteraçõesortopédicas a base fundamental para o cor-reto assentamento das peças dentárias, eportanto indispensáveis na maioria dos tra-tamentos. E volto a insistir: são mais está-veis quanto mais precoces forem produzi-das, se possível na infância, antes dos seisanos de idade. Em breve publicarei, na Re-vista Dental Press, um artigo demonstran-do a importância do crescimento craniofa-cial antes dos seis anos de idade. CitandoDAVID HAMILTON (1998): �Observar o pa-ciente durante os seus anos de maior cres-cimento, com o intuito de realizar cirurgiaortognática ou tratamento camuflagem emuma idade tardia, não é a resposta�.

03 - Como o Sr. analisa a ex-pansão rápida da maxila emcomparação com a expansão or-topédica facial? Conselho Editorial daRevista

Realizei a Expansão Rápida da Maxila(ERM) por vários anos, em muitos pacien-tes. Recordo-me de uma paciente, 32 anos,cirurgiã dentista em Belo Horizonte, querespondeu muito bem a este tratamento,apesar da idade não muito favorável. Po-rém, o custo biológico me parece muito alto,especialmente em crianças. Atualmenteemprego a ERM em raros casos. E vejabem, ao fazer uma excitação de crescimen-to/desenvolvimento transversal da maxi-la, ortopédica funcional, onde o AparelhoOrtopédico Funcional (AOF) atua por pre-sença, sem entrar �apertado� ou inclinan-

do dentes, fazendo o papel da língua e dosmúsculos peribucais e labiais, durante osestágios iniciais de desenvolvimento emuma criança, podemos obter algo como 1,5a 2,0 milímetros de excitação transversal decrescimento ao mês, sem qualquer dano oulesão às estruturas da maxila. Se levarmosem conta o tempo necessário para promo-ver e consolidar a �fratura� na suturamediana do palato (cerca de 6 meses), tere-mos o mesmo período de tratamento nasduas técnicas. É muito importante apren-der também com as patologias: veja o exem-plo da Distrofia Muscular Progressiva(Síndrome de Duchenne). A falta desincronia entre a perda da tonicidade e po-tência entre os músculos da língua, osmúsculos peribucais e labiais, leva a for-mas de maxila e mandíbula extrema-mente largas (transversalmente aumen-tadas), em decorrência da atividade mus-cular alterada pela doença. Sugiro a leiturade L. ECKARDT, (Facial structure andfunctional findings in patients withprogressive muscular dystrophy . AJODO,p.185-190, aug 1996). Na literatura estamosinformados que a Respiração Bucal, é ca-paz de alterar a forma do palato (PalatoOgival); os mecanismos e processos quelevam à esta deformação, são basicamenteadaptativos (nos Sistema Nervoso, Muscu-lar, Ósseo, Vascular, etc.), ou seja, músculoscontrolados e trabalhando de maneiraalterada, levam à adaptações no âmbito doS.E. (e outros sistemas), que fogem aospadrões da normalidade, tanto do ponto devista morfológico quanto do ponto de vistafuncional. Se pudermos produzir e induzirestímulos adequados, os mesmos mecanis-mos e processos que permitem a deforma-ção, permitirão a �deformação da deforma-ção inicial� (portanto, a correção morfo-fun-cional), recolocando o carro nos trilhos e per-mitindo que o próprio organismo se man-tenha na faixa da normalidade, a partir deestímulos corretos à manutenção da ho-meostase. O resultado é que as �Pontas deIcebergs� (vulgo dentes), terão chance dese apresentarem bem distribuídos paraajudar o �resto do Sistema Estomatogná-tico� a desempenhar as suas 26 funções(KAWAMURA, 1985). Insisto mais uma vez:é na infância, antes dos seis anos de ida-de, quando estes fatores etiológicos

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 2

Page 3: Gribel

epigenéticos têm maior poder de ação, queas nossas terapêuticas poderão produzirefeitos mais rápidos, estáveis e seguros, commenor risco de efeitos colaterais deletérios.

4 - Quais os meios que o Sr. uti-liza para controle da dimensãovertical durante o tratamento or-topédico facial? Conselho Editorial daRevista

A OFM dispõe de vários recursos técni-cos para gerenciar a dimensão vertical. Ba-sicamente eles utilizam as Quatro ForçasNaturais (SIMÕES, WILMA A.,1985), asaber: Crescimento e Desenvolvimento,Erupção Dentária, Postura e Movimentosde Língua, e Postura e Movimentos de Man-díbula. Mudanças de postura não são ex-clusividade da mandíbula; podem ser ini-ciadas a partir da língua, como nos AOFsSimões Network 2 (SN2), e influir nas dire-ções de crescimento, especialmente na man-díbula. Atuando também sobre a língua,lábios, guiando a erupção dentária, etc.,permite-se uma nova adaptação e compen-sações para a má-oclusão inicial, fechan-do as mordidas abertas. No extremo opos-to AOFs que executam Mudança de Postu-ra da mandíbula (2o Princípio da OFM) ouestão associados a um acessório � oEquiplan (Planas 1987 e 1992) - podendopermitir a recuperação da dimensão verti-cal do paciente, reeducando a musculatu-ra elevadora da mandíbula, para o novadimensão vertical criada pela orientação docrescimento e da erupção dentária. É im-portante relembrar que os músculosmastigatórios, elevadores da mandíbula,intrínsecos e extrínsecos da língua, supra einfra-hióideos, cervicais, etc., são múscu-los esqueléticos e portanto podem ser tra-balhados em sua força e potência, tônus,volume, etc. como fazem os Fisioterapeu-tas com os músculos esqueléticos de qual-quer parte do corpo, ou as Fonoaudiólogascom os músculos da língua, lábios, etc. OEquiplan, além de diminuir o crescimentodento-alveolar anterior e permitir o cresci-mento dento-alveolar posterior (não é ex-trusão dentária posterior, portanto), reeducaos músculos elevadores, diminuindo suaforça, potência e tônus.

Em alguns casos, posso lançar mãodos recursos tradicionais da Ortodontia

Clássica, nas técnicas de Ricketts (ArcoBase, elásticos, etc.) e Straigh Wire (Curvade Spee reversa, elásticos, etc.) ou mesmo aCirurgia Ortognática.

05 - Considerando que clínica ecefalometricamente as respos-tas com uso de AOF são muitosemelhantes para padrõesrotacionais A e R da análise deLavergne-Petrovic, qual a suaopinião com relação à tabela desugestões de tratamento apre-sentadas por esses autores? Con-selho Editorial da Revista

A tabela com as sugestões para esco-lha de condutas terapêuticas, presente naspublicações de PETROVIC, A.; STUTZMANN,J. e LAVERGNE, J. , a partir dos TiposRotacionais e Categorias Auxológicas, foidesenvolvida pela equipe de ortodontistaschefiada pelo Dr. LAVERGNE. O arsenal deterapêuticas utilizado por aquela equipe,difere daquela normalmente empregadapor mim. Desta maneira, não me sintocapaz de criticar ou opinar sobre as reco-mendações terapêuticas presentes no re-ferido trabalho. Gostaria de fazer apenasum comentário. As reações dos padrõesrotacionais A e R (Anterior e Neutra), nemsempre são semelhantes, seja com OFM sejacom Ortodontia. Podemos encontrar rota-ções Anteriores e Neutras em CategoriasAuxológicas diferentes, que reagem de ma-neira muito diferente. Por exemplo, o TipoRotacional A2D, Categoria Auxológica 2,tem uma resposta muito lenta a qualquertipo de tratamento. Já o Tipo RotacionalA1D, Categoria Auxológica 5, tem alta ca-pacidade de resposta. Interessante, é que oaspecto da má-oclusão é muito semelhantenos dois casos. Dentro do limite do meu co-nhecimento, é a única informação capaz dediferenciar os indivíduos com característicasde Rotação Anterior, que são �bons e mauscrescedores�. Se eu pudesse escolher, trata-ria apenas dos pacientes A1D, A1N, R1N,R2D, P1N, Tipos Rotacionais mais favorá-veis, falando de maneira geral.

6 - Em sua última entrevista paraa Revista Dental Press, o Dr.Wieslander comenta sobre a uti-lização do monobloco como con-

tenção no pós-tratamento pre-coce com o Aparelho de Herbst,nas Classes II severas. A princi-pal justificativa para este proce-dimento é que o Herbst, comoaparelho ortopédico mecânico,devolve mais rapidamente à cri-ança uma melhor condição esté-tica e, a diminuição do overjet, aprotege contra traumas nos inci-sivos superiores. Qual a suaopinião sobre o tratamento comortopedia mecânica em idadesprecoces? Conselho Editorial da Revista

Alexandre Petrovic demonstrou em se-res humanos, convém frisar (in CranialGrowth Series, Univ. Michigan, 1990), queé mais importante a Categoria Auxológicado que o aspecto inicial da má-oclusão. AsClasses II severas, identificadas pela chavede caninos e molares, overjet excessivo po-dem levar à falsas expectativas. Volto à res-posta da pergunta anterior. Podemos en-contrar dois indivíduos com sinais clínicosde Classe II severa, porém com ótimo prog-nóstico para tratamento com Ortopedia,seja Mecânica ou OFM. Por exemplo , osTipos Rotacionais A1D e A1N, ambos daCategoria Auxológica 5, apresentam sinaisclínicos muito semelhantes ao TipoRotacional A2D, que já tem prognósticomuito menos favorável quanto à duraçãodo tratamento ativo. Respeito, embora nãofaça uso, o emprego da Ortopedia Mecâni-ca, como o Aparelho de Herbst, em idadesprecoces. Porém, como também demons-trou Alexandre Petrovic (PETROVIC et al,Revista Iber. Ortodoncia, abril/87), em ní-vel molecular, o Aparelho de Herbst promo-ve mais movimentos sagitais dos dentesdo que propriamente alterações ortopédi-cas. O uso do Monobloco como aparelhode contenção foi iniciado na Europa noprincípio do século e se mostrou eficaz. OsAOF são muito bem aceitos e tambémmuito eficazes na infância, antes dos 6anos de idade, quando o nível de coopera-ção é excelente (Kiyak, H. A., 1997 e Tung,1998). São a minha primeira opção paratratamento, com aparelhos, na infância.

07 - Na sua interpretação daRevisão da Teoria de Moss,quais os aspectos mais impor-

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 3

Page 4: Gribel

tantes da investigação que dãosuporte científico para o que ob-servamos na clínica ao traba-lharmos com a OFM? Dra. Edna Araú-jo Khoury

Este tema será muito discutido em bre-ve nesta mesma revista, em duas edições,quando o Dr. Melvin Moss responderá avárias perguntas sobre o assunto, em en-trevista recentemente formulada. Porémgostaria de realçar que a Revisão da Hipó-tese da Matriz Funcional, publicada emquatro números do AJODO (Julho a Outu-bro de 1997), traz um corpo enorme deevidências, demonstrando a grande impor-tância dos fatores epigenéticos na forma-ção do Sistema Estomatognático. Investi-gações como a de CARVALHO, R.; SCOTT, J.ELLIOT; BUMANN, AXEL; YEN, EDWIN(1997, 1998) demonstram a grandeplasticidade dos tecidos duros, que são ca-pazes de perceber as deformações a que sãosubmetidas (estímulos) e elaboram respostaapropriada (Reabsorção, Manutenção ouFormação da matriz extra-celular),acionando o programa genético específico,para reagir ao estímulo (deformação) per-cebido. Evidências de uma propriedade de-nominada Tensegridade, ou EstabilidadeTensional (INGBER, DONALD E., 1995,1998), onde os diversos componentes doesqueleto celular, interferem na atividade dosgenes, que são estimulados a produzir res-postas tão diversas quanto a apoptose (mortecelular) ou a divisão celular, a partir de de-formações no citoesqueleto; a constataçãode que campos eletromagnéticos gerados du-rante a atividade muscular fisiológica, sãopercebidos, na mesma freqüência, pelas cé-lulas dos tecidos duros, enfim, um conjuntode evidências muito grande e forte que dãorespaldo e sustentação no âmbito das maté-rias básicas, para vários fenômenos obser-vados clinicamente quando se emprega aOFM e Reabilitação Neuro-Oclusal. Quemviver, lerá.

08 - Você poderia nos explicarpor que é importante o toque emDA (Determinada Área) numaMPT (Mudança de Postura Tera-pêutica)? Dra. Edna Araújo Khoury

Como vimos na resposta à primeirapergunta, a Propriocepção Periodontal pode

desencadear uma série de eventos Neuro-Musculares. O toque dos incisivos, supe-riores e inferiores, em posição de topo-a-topo, é um potente inibidor da atividadedos músculos elevadores da mandíbula, es-pecialmente o Temporal Anterior, o Massetere o Pterigoideo Medial. Já o toque das facespalatinas dos incisivos superiores com aface vestibular dos incisivos inferiores, di-minui a atividade dos músculos protrusoresda mandíbula e aumenta a atividade dosmúsculos retrusores da mandíbula. Quan-do se faz uma MPT, com a AOF, buscando ocontato dos incisivos, um dos objetivos éeste: permitir uma diminuição da atividadedo Músculo Pterigoideo Lateral, feixe infe-rior, e ativar o Músculo Digástrico e Tem-poral Médio e Posterior, para permitir umrecuo da mandíbula. Porém, o AOF conti-nua presente, e leva a mandíbula à frentenovamente - em um caso de Disto-oclusão- Portanto, o toque dos incisivos, funcionacomo se fosse um �relay� (interruptor) queaumenta e diminui a atividade dos mús-culos que projetam e recuam a mandíbula,ou que projetam e desviam a mandíbula,em movimento latero-protrusivo. Este vai-e-vem da mandíbula, ativa o fluxosangüíneo na região do coxim-retro-discal,nas ATMs, o que ativa o metabolismo naregião da Cartilagem Condilar, cartilagemsecundária, local de adaptação, conformeconcordam os investigadores do crescimen-to craniofacial (Petrovic, Moss, Vardimond,Graber, Voss, Rakosi, Enlow, etc.) e confor-me descreve o Servo-Sistema de Petrovic eStutzmann. Este mecanismo está muitoclaro em publicação de SIMÕES, WILMA A.(1991); PETROVIC, ALEXANDRE eSTUTZMANN, JEANNE. A recomendação defazer o toque dos incisivos em Determina-da Área (terço incisal por palatino superiorcom terço incisal por vestibular inferior),vem a partir da observação clínica de queos resultados clínicos são mais rápidos na-queles indivíduos onde este toque foi con-seguido (respeitando os limites fisiológicosindividuais para a mudança de posturasagital, vertical e lateral da mandíbula). Embreve, a partir de investigações em anda-mento, teremos o �know why�. Por en-quanto temos �apenas� o �know how�,resultado da observação clínica, de investi-gadores como a Dra. Wilma A. Simões.

09 - No sentido sagital a OFMsó é eficiente no retrognatismomandibular, ou também é efi-ciente no prognatismo maxilar?Qual a principal diferença téc-nica para se trabalhar com es-sas duas má-oclusões? Dra. EdnaAraújo Khoury

Bastaria que a OFM fosse eficiente noscasos de Retrognatismo Mandibular, querepresentam cerca de 85% dos casos comsinal clínico de Classe II de Angle, na fai-xa etária dos 9 aos 12 anos de idade(MCNAMARA 1981, 1983, 1994). Na fai-xa etária dos 6 aos 9 anos, cerca de 95%dos casos de Classe II de Angle (Sinal Clí-nico) se apresentam com RetrognatismoMandibular (YERKES, 1994). Por esta ra-zão denominamos com freqüência �Dis-to-oclusão� os casos de Classe II de Angle.Porém, como demonstrou WOODSIDE(1998), a correção de uma má-oclusãotipo �Classe II� não se faz somente à cus-ta de crescimento mandibular. Há um efei-to restritivo sobre o crescimento postero-anterior da maxila a partir da ação dosmúsculos retrusores da mandíbula, quesão ativados quando da Mudança de Pos-tura. Lembre-se que um AOF atua semprebimaxilarmente (2o Princípio da OFM) eportanto está ancorado na Mandíbula ena Maxila. Além disto, há remodelamentodento-alveolar na maxila, na mandíbula,reinserção de fibras musculares, etc. Esteefeito restritivo é a resposta para os casosde Prognatismo Maxilar, muito menosfreqüentes conforme vimos acima, espe-cialmente em idades menores. É precisolevar em conta também, mais uma vez, aCategoria Auxológica de cada paciente.Um paciente com prognatismo maxilar,pertencente a uma Categoria Auxológica5 (alto potencial de crescimento na man-díbula), por exemplo, não deve ter umagrande estimulação para o crescimentomandibular. Neste caso, AOF menos elás-ticos (Bioplásticos) estariam mais indica-dos do que AOF muito elásticos (Bioelás-ticos). O grande atrativo para mim, entreoutras coisas, na OFM, é que é precisopensar. Não existe uma �Mecânica de clas-se II Padrão OFM�, nem um aparelho queseja �tiro-e-queda� para esta ou aquelamá-oclusão. Cada paciente é um desafio,

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 4

Page 5: Gribel

cada caso é literalmente um caso. Preci-samos pensar em cada indivíduo e proporas suas:

a) necessidades de Excitação Neural(Estímulos necessários)

b) estabelecer aquelas prioritárias (Es-tímulos Prioritários)

c) determinar as necessidades de Anco-ragem

d) escolher (CRIAR, RECEITAR) o AOFindicado para aquele paciente, naquelaetapa do tratamento, com os componen-tes de acordo com o observado nos itensacima.

10 - Atualmente a OFM tem sidomuito importante nos tratamen-tos de DTM, em pacientes adul-tos. Na sua experiência clínica,em quais problemas a OFM temsido mais eficiente? Dra. Edna Araú-jo Khoury

O conceito de DTM varia muito na li-teratura. Para alguns, ruído articular ésinal de disfunção; para outros não.

Abrasão dentária idem. Outros acreditamque só exista disfunção quando há dor.No conceito mais amplo de Disfunção eDor, eu diria, como disse na resposta àprimeira pergunta, que a OFM pode aju-dar e tratar, não só adultos mas tambémcrianças e adolescentes. Já a eliminaçãode ruído articular e a recaptura de discoarticular, na minha experiência, são mui-to difíceis de serem alcançados, com OFMou qualquer outra terapêutica de meu co-nhecimento e domínio. Dores do tipotensional, parafunções do tipo bruxismo(frendor), briquismo, etc. são muito bemgerenciadas com a OFM, associada à Fisi-oterapia, Fonoaudiologia, Neurologia,Medicina Geral, etc. O enfoque multi einterdisciplinar é muito salutar. Os prin-cípios, mecanismos e processos da OFMpara os casos de DTM e DOF são pratica-mente os mesmos daqueles presentes notratamento e prevenção de má-oclusões:estímulo adequado para se obter a adap-tação desejada (neuro-muscular, óssea,articular, vascular, etc.)

11 - Qual a importância do NovoConceito de Extração Seriada esua aplicação em OFM? Dra. EdnaAraújo Khoury

O Novo Conceito de Extração Seriada(NCES) foi desenvolvido pela Dra. WilmaAlexandre Simões e propõe o uso de exo-dontias de dentes temporários, para inter-ferir na seqüência, velocidade e direção deerupção de dentes permanentes. Não é uti-lizado para criar espaços, como no VelhoConceito de Extração Seriada. Os dentestemporários são extraídos para dar lugar tãosomente ao permanente correspondente.Nos casos indicados, com curvas erupção dedentes permanentes alteradas, interrompi-das, ou entrelaçadas, faz-se a exodontia dodente temporário correspondente ao dentepermanente mais próximo do Plano Oclusal,com o intuito de acelerar sua erupção e liberaro corredor de erupção dos outros dentes. Su-giro a leitura do livro da Dra. Wilma Simõespara maiores e melhores informações. É umrecurso terapêutico muito eficaz, a que recor-ro sempre que necessário.

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 5

Page 6: Gribel

01 - Quais são os campos de atu-ação do fonoaudiólogo ? ConselhoEditorial da Revista

A Fonoaudiologia é a ciência que estu-da e atua com a comunicação, seja estaoral ou escrita. Nossa área abrange diver-sos campos de atuação relativos à lingua-gem e seus problemas. Recentemente, apartir de 1995, foram oficializadas quatroespecialidades profissionais: Audiologia,Linguagem, Voz e Motricidade Oral. Estasespecialidades ainda são poucas diante daampla possibilidade de atuação do fonoau-diólogo. Situo-me no campo da Motricida-de Oral , sendo este o que relaciona-se coma área odontológica.

02 - Qual é a formação neces-sária para tornar-se um espe-cialista e qual a importânciadesta formação? Conselho Editorialda Revista

Para tornar-se especialista é necessá-rio cursar os cursos de Especialização quesejam regulares junto ao Conselho Fede-ral de Fonoaudiologia, pois é este quemfornece o �Título de Especialista� em âm-bito profissional. São cursos com dura-ção mínima de 500 horas, voltadas parao campo escolhido. É esta a principal im-portância desta formação: fazer com queos profissionais deixem de ser generalistase tenham um aprofundamento científicopara o desempenho de sua atividade pro-fissional clínica, com mais instrumentosque possibilitem um melhor diagnósticoe terapêutica.

Acredito que a formação de um profis-sional não termina nunca; o importante éque ele esteja continuamente desenvolven-do seu aprimoramento profissional, melho-rando sua atuação clínica e/ou docente. Porisso, temos lutado para que o fonoaudiólo-go desenvolva pesquisas em nossa área emantenha-se vinculado aos novos cami-nhos que constantemente surgem.

03 - Qual é o papel do fonoau-diólogo no campo da Motricida-de Oral? Conselho Editorial da Revista

Nosso objetivo maior é o restabeleci-mento das funções estomatognáticas; res-piração, sucção, mastigação, deglutição earticulação da fala. Nossa atuação pode

ser no sentido de prevenir problemas, rea-bilitar funções ou até dar condições paraque estas funções ocorram mesmo na emi-nência de grandes modificações estrutu-rais. Atuamos com indivíduos com ou semalterações anatômicas, assim sendo nos-sos objetivos modificam-se diante das pos-sibilidades de cada um.

Nosso papel envolve a realização dediagnóstico das alterações miofuncionaisorais, encaminhamentos para profissionaisde áreas afins que possam ser necessários,elaboração de plano terapêutico e efetivaçãodo tratamento fonoaudiológico.

04 - Quais são as áreas afinsque mais se relacionam ao cam-po da Motricidade Oral? ConselhoEditorial da Revista

Em decorrência da mútua preocupa-ção com o Sistema Estomatognático, aOdontologia, mais especificamente a Orto-dontia, Ortopedia Funcional dos Maxilarese Cirurgia Maxilo-facial possuem uma es-treita relação com a Fonoaudiologia volta-da à Motricidade Oral. Na realidade, quan-do se pretende tratar de alterações da pos-tura bucal, da respiração, deglutição e fala,muitos caminhos se entrelaçam envolven-do profissionais também da Medicina comoOtorrinolaringologistas, Neurologistas,Oncologistas e Cirurgiões, entre outros.

05 - Quem são os pacientes dofonoaudiólogo que atua com a

Motricidade Oral? Conselho Editori-al da Revista

Atuamos com maior freqüência asso-ciados a trabalhos realizados pela ortodon-tia de maneira geral e mais recentementepela ortopedia funcional dos maxilares. Osortodontistas ao constatarem alteraçõesfuncionais orais, como por exemplointerposição lingual em repouso edeglutição, que dificultam seu tratamen-to, ou na intenção de conseguir maior es-tabilidade de sua terapêutica, costumamencaminhar tais pacientes para uma ava-liação fonoaudiológica. O mesmo costu-ma ocorrer nos casos de pacientes que se-rão ou que já foram submetidos à cirurgiaortognática. Atuamos muito com portado-res de distorções ou alterações da fala ecom os pacientes respiradores bucais. Es-pecialmente nestes casos a integração pro-fissional é fundamental.

Atualmente recebemos também pacien-tes em tratamento odontológico devido àsdisfunções da ATM. Nestes casos nossa aju-da é ainda limitada, porém temos desen-volvido trabalhos bastante significativosque tem auxiliado no tratamento deste pro-blema.

Trabalhamos ainda com reabilitação depacientes com alterações anatômicas comoos fissurados, pacientes submetidos àressecção e radioterapia, pacientestraumatizados e com paralisia facial. Nos-so trabalho também tem se mostrado efe-tivo quanto aos problemas do idoso e dedoenças degenerativas. Nossa atuação temse diversificado e encontramos fonoaudió-logos em hospitais atuando com neonatosde alto risco e com pacientes disfágicos.

06 - Qual a melhor época do tra-tamento ortodôntico para se en-caminhar o paciente para umtratamento fonoaudiológico?Conselho Editorial da Revista

É muito difícil responder a esta per-gunta, assim como é difícil dizer qual é amelhor idade para se realizar o trabalhofonoaudiológico. Temos investido muitosdos nossos estudos e pesquisas em diag-nóstico fonoaudiológico e quanto mais es-tudamos, maior certeza temos de que oque guia a terapêutica fonoaudiológica econseqüentemente a melhor época para

Esther MandelbaumGonçalves Bianchini

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 6

- Especialista em Motricidade Oral pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia- Mestre em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Page 7: Gribel

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 3 - MAI./JUN. - 1999 7

que ela ocorra é a natureza do proble-ma. Existem casos em que a morfologiaalterada é que está determinando a mo-dificação da funcionalidade oral. Nessasituação torna-se necessária a interven-ção ortodôntica ou ortopédica prévia aotrabalho fonoaudiológico. Por outrolado, constatam-se situações funcionaisque agravam ou até mesmo determinammodificações dentárias e por vezes es-queléticas. Estes pacientes necessitam deintervenção fonoaudiológica antes oudurante a terapêutica ortodôntica. Noscasos cirúrgicos nossa atuação é princi-palmente após o reposicionamento dasbases ósseas, porém existem pacientesque se beneficiam com as orientações etrabalho proprioceptivo prévio.

Nossa intenção é conseguir realizar odiagnóstico precocemente, ou seja, o pa-ciente deve ser encaminhado para avalia-ção assim que for constatada alguma alte-ração miofuncional oral. Após o diagnósti-co deverá ser estabelecida a melhor épocapara o trabalho fonoaudiológico.

07 - Por falar em estudos e pes-quisas, como estas tem sido re-alizadas e como se pode ter aces-so a elas? Conselho Editorial da Revista

Este tem sido um ponto muito impor-tante para o fonoaudiólogo neste momen-to. Acredito que o intercâmbio de informa-ções científicas entre as áreas correlatas éque traz respeito e credibilidade para comos trabalhos realizados. O aprimoramentotécnico-científico dos fonoaudiólogos con-seguido por meio de educação continuadatem possibilitado o desenvolvimento de pes-quisas. Estas estão sendo realizadas juntoaos cursos de Pós-graduação Lato Sensu e/ou Estrito Sensu, e por iniciativa própriaem vários centros interdisciplinares.

A divulgação destes trabalhos tem sidoviabilizada principalmente por meio de pu-blicações em periódicos tanto da áreafonoaudiológica quanto de áreas afins.Para isso contamos com a abertura de es-paços em revistas de grande circulaçãocomo esta que oferece agora uma seçãofonoaudiológica que muito nos orgulha.

Neste caso parece-me ainda mais interes-sante por tratar-se de uma revista que iráatingir tanto dentistas quanto fonoaudió-logos, intensificando nosso vínculo e a trocade dados.

08 - O que o fonoaudiólogo devefazer para ter seu trabalho pu-blicado nesta revista? ConselhoEditorial da Revista

Solicitamos aos profissionais que te-nham desenvolvido algum trabalho de in-vestigação científica, relatos de casos clíni-cos ou de técnicas terapêuticas, que envi-em sua produção para o Corpo Editorialdesta revista para apreciação, aprovação eposterior publicação. As normas para pu-blicação dos trabalhos fonoaudiológicosencontram-se na pg. 98 da revista. Esteprocedimento está também sendo divulga-do por meio do jornal do Conselho Regio-nal de Fonoaudiologia - 2ª região, com ointuito de informar a todos os fonoaudió-logos da região desta nova possibilidade depublicação e aprimoramento.

Dr. Adilson LuizRamos

- Membro do ConselhoConsultivo da RevistaDental Press.

- Mestre em Ortodontia pelaFaculdade de Odontologiade Bauru - USP

- Professor de Ortodontia do Departamentode Odontologia da UEM/PR.

- Coordenador do I Curso de Aperfeiçoa-mento em Ortodontia promovido peloInstituto de Pesquisas Odontológicas, emconvênio com a UEM/PR.

- Coordenador do II Curso de Especializa-ção de Ortodontia promovido pela Assoc.Maringaense de Odontologia (RegionalABO - Maringá).

Dr. Hélio HissashiTerada

- Membro do ConselhoConsultivo da RevistaDental Press.

- Mestre e Doutorando emOrtodontia pela Faculdadede Odontologia de Araraquara - UNESP.

- Professor assistente do Departamento deOdontologia da UEM/PR.

- Professor do Curso de Especialização emOrtodontia promovido pela AMO-ABO.

- Ortodontista da Associação de Apoio aoFissurado de Maringá.

Dra. Rosely Suguino

- Membro do ConselhoConsultivo da RevistaDental Press.

- Especialista em Ortodon-tia pela AMO.

- Responsável pelo setor deCefalometria, Documentação Ortodônticae Assistente da Clínica Ortodôntica Dr.Laurindo Furquim.

Dra. Edna AraújoKhoury

- Cirurgiã dentista formadapela UEL - UniversidadeEstadual de Londrina em1984.

- Atividade profissionalexclusivamente clínica, na área de Orto-pedia Funcional dos Maxilares e Ortodon-tia.

Dr. Laurindo ZancoFurquim

- Editor Científico da Revis-ta Dental Press.

- Especialista em Ortodon-tia pela PROFIS (Socieda-de de Promoção doFissurado Lábio Palatal) Bauru/SP,

- Professor do I e II Curso de Pós-Gradua-ção (Latu Sensu) em Odontologia, Espe-cialização em Ortodontia pela AssociaçãoMaringaense de Odontologia - Maringá/PR, desde março de 1995.

- Professor da cadeira de Ortodontia daUniversidade Estadual de Maringá.

- Autor do 1º Dicionário Ilustrado de Orto-dontia, editado pela Livraria e EditoraSantos, que reúne mais de 180 páginasde conceitos e definições na ortodontia.

O Conselho Editorial da Revis-ta Dental Press agradece à Dra.Edna Araújo Khoury por esta par-ticipação na Seção Fórum, repre-sentando mais uma colaboração àciência ortodôntica e engrande-cendo a qualidade da informaçãopara nossos leitores.