GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

162
miss grip Filipa Monteiro cenário Euro Big Game Nicky Cuba entrevista Bear D’Egidio entrevista millennium BASildon N.º 07 Setembro 2013

description

A melhor revista europeia de paintball

Transcript of GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

Page 1: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

1

miss gripFilipa Monteiro

cenárioEuro Big Game

Nicky Cubaentrevista

Bear D’Egidioentrevista

millennium

BASildon

N.º 07 Setembro 2013

Page 2: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

02 índice

índice06–07Equipa

9Editorial

10–11DestaqueSomos desporto

12-13Notícias

14–15PerfilAdrien Moison

16–39MillenniumBasildon

40–42Regras Domingos Leitão

44–46Project KAxel Gaudin

48–56EntrevistaBear D’Egidio

58–70Galeria Infamous

72–93CN72-83 V. F. do Rosário84-93 Marco de Canaveses

94-100IPBS

16-39Millennium

72-93 CN

14-15Perfil

48-56Entrevista Bear D’Egidio

102-119Entrevista Nicky Cuba

140-143Review -DROM

Page 3: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

03índice

102-119EntrevistaNicky Cuba

120-127Miss GRIPFilipa Monteiro

128-133CenárioEuro Big Game

134-139CenárioTippmann Challenge UK

140-143ReviewDROM

144-148ReviewGreg Hastings Paintball

150-152ReviewMacDev Clone GTI

154-157Backstage

160Agradecimentos

150-152Review - MacDev Clone GTI

102-119Entrevista Nicky Cuba

128-133Cenário - Euro Big Game

134-139Cenário - Tippmann Chalenge UK

120-127Miss GRIPFilipa Monteiro

140-143Review -DROM

Page 4: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

04

Page 5: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

05

Page 6: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

06 equipa

AXEL GAUDINNão precisa de apresentações. Quem melhor para vos ensinar de tácticas que um dos mestres da Project K?

PEDRO SIMÕES Editor de fotografia da GRIP. Fotojornalista credenciado e conhecido pelo seu mau feitio.

RITA PEREIRA Responsável pela paginação da GRIP. É designer de comunicação.

DANIEL TEIXEIRAO miúdo da GRIP. Responsável por todas as novidades do mundo da tinta.

ANDRÉ FARIAO homem do cenário. Se mete camuflados, réplicas de armas e diversão, este homem está lá.

DOMINGOS LEITÃOChefe de campo no Millennium e na Liga Portuguesa. Explica-te o bê-á-bá das regras.

Page 7: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

07equipa

DUARTE GOMESO grande mecânico de serviço. Poucos percebem tanto de marcadores e acessórios de paintball como ele.

HANDY TIMSQuem melhor para nos ajudar que um dos designers da RSH. Qualquer assunto relacionado com a imagem, é com ele!

ANDRÉ GOMESUm dos «putos» da equipa. Domina o Inglês e ajuda-nos a traduzir alguns milhares de palavras por edição.

GIL BELFORDCom um nome destes só podia ser tradutor… ou então era dono de uma casa de waffles.

RITA RISCADOA nossa «irlandesa» traduz e atura-nos à brava com as nossas dúvidas. Sem ela, vocês não nos entendiam!

ZANE KJ MAÑASCOSe não estiver a disparar está a fazer magia no computador. A loucura e genialidade de design numa única pessoa.

Page 8: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

08

A GRIP - Paintball Magazine ou André Filipe Sobreira Garrido não são responsáveis pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão das características e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformidade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias.

INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUAISQUER MEIOS

Propriedade de André Filipe Sobreira Garrido NIF: 227215290Redacção: Rua General Taborda Nº3 - 1º 1070-137 Lisboa Registo na ERC: Nº 126231 Periodicidade: Trimestral

DIRECTOR EDITOR

MARKETING E PUBLICIDADEFOTOGRAFIA

André Garrido ([email protected])André Garrido ([email protected])Carla Peixoto ([email protected])GRIP - Photo ServicesAxel Gaudin by Jani Andersson

publicidade

Page 9: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

09

editorial

Podíamos ter lançado este número mais cedo, é um facto! No entanto preferimos deixar que todos aproveitassem as férias, na praia, na neve, com a família e amigos ou simplesmente sozinhos. Apesar de o paintball ser o nosso vício, por vezes é preciso parar para saber apreciá-lo melhor quando voltamos.

Agora que todos estão concentrados podem ter tempo para ler a entrevista fantástica a Nicky Cuba, horas antes de ganhar o seu primeiro título do Millennium com os Infamous, ou conhecer Bear D’Egidio, um jogador extravagante sempre pronto a eliminar quem lhe aparece à frente.

Na parte de Competição temos como sempre a última prova do Millennium, num fim-de-semana de calor no Reino Unido, e ainda passámos pela Liga Italiana, onde o paintball é apenas um motivo para se festejar com pizzas, strips e piscina.

No Cenário não quisemos deixar de ir ao mais longo jogo na Europa — o Euro Big Game; ainda fomos aos Tippmann Challenge UK, onde o terreno decidiu dar cabo de um pé ao nosso correspondente.

Não podíamos deixar de rever o material mais interessante do momento. Desta vez foi a nova MacDev Clone GT e as sapatilhas da DROM completamente dedicadas ao nosso desporto. Ainda passámos horas agarrados ao iPad para vos dar a conhecer o novo Greg Hastings Paintball.

Como sempre os nossos «professores» não deixam de vos ensinar mais alguns truques ou pormenores do nosso desporto. E, para terminar em alta, temos a nossa Miss GRIP, completamente equipada com os últimos equipamentos ultraleves da DYE.

A época está quase a terminar — mas a tinta não!

Por André GarridoDirector GRIP

editorial

Page 10: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

1010 destaque

somosDESPORTOJay Ford deixou-nos há um ano.

Podíamos ter esquecido, ignorado ou desprezado a data; contudo, a comunidade juntou-se e em várias iniciativas recordou um dos jogadores mais humildes do paintball europeu. A mais marcante foi, provavelmente, a apresentação dos laços com as siglas e o número do Jay.

Desporto é competição, claro; mas acima de tudo é união. Hoje podemos dizer que, graças ao Jay, somos desporto!

Obrigado, e até sempre!

Page 11: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

1111destaque

somosDESPORTOJay Ford deixou-nos há um ano.

Podíamos ter esquecido, ignorado ou desprezado a data; contudo, a comunidade juntou-se e em várias iniciativas recordou um dos jogadores mais humildes do paintball europeu. A mais marcante foi, provavelmente, a apresentação dos laços com as siglas e o número do Jay.

Desporto é competição, claro; mas acima de tudo é união. Hoje podemos dizer que, graças ao Jay, somos desporto!

Obrigado, e até sempre!

Page 12: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

12 notícias

Já chegou ao mercado a nova

versão da JT ProFlex considerados por muitos como a máscara mais confortável do mundo. A nova versão

tenta melhorar ainda mais o conforto adicionando uma nova protecção para as orelhas e não esquecer que a mesma se encontra disponível em duas cores: Sky Blue/Grey e Orange/Grey. O preço rondará os 60 euros.

JT ProFlex – O regresso

Como forma de homenagear Jay Ford estão a ser sorteados prémios como forma de recolher fundos para a luta contra o cancro. Entre esses prémios encontram-se jerseys dos melhores jogadores mundiais, lugares na Div.3 do Millennium, cobertura fotográfica, marcadores, entre muitos outros. Para ajudares e ganhares basta ir ao SITE.

Luta contra o cancroSistema de Ar HK Army

Mudanças no Millennium

A organização do Millennium Series prometeu que Chantilly marcará uma nova etapa no paintball europeu. Para já as mudanças de relevo são as seguintes: as equipas de Div.1 e Div.2 passarão a jogar as finais no campo de CPL e o tradicional cumprimento entre equipas passará a ser feito em campo após o jogo.

Confirma-se a HK Army lançou para o mercado o seu primeiro sistema de ar que estará disponível em 2 cores: Retro e Static. Com 48ci ou 68ci de 4500 psi a empresa afirma que o regulador permitirá uma ultra consistência e precisão no que toca a disponibilizar o ar a alta pressão.

Page 13: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

13notícias

Portugal tem sido um dos países que mais tem feito por divulgar o paintball. Ao que a GRIP apurou passará a ser emitido um programa de televisão totalmente dedicado ao nosso desporto. Por trás deste projecto está a Federação deste país. Sem dúvida uma excelente notícia para a divulgação do nosso desporto.Mais novidades brevemente no nosso SITE.

Paintball na TV

Millennium cobra bilhetes

A par do que acontece com a liga norte-americana – PSP – a maior liga europeia de paintball passará a cobrar bilhetes para a bancada principal. Os bilhetes podem ser comprados por dia ou num pacote para os dias todos. O preço do pacote é de 20€. Aqueles que não comprarem bilhete podem assistir os jogos nas novas bancadas laterais.Após muita reivindicação por parte de muitos jogadores a organização veio dizer que esta foi a forma encontrada para não deixar fugir visitantes, principalmente acompanhados de família. Diz ainda que devido aos elevados custos são obrigados a encontrar formas extra de gerar receitas.

publicidade

Page 14: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

14

Adrien começou a jogar em 1994 com o seu irmão em qualquer sítio que desse para disparar a sua pump. Aos poucos foi-se desafiando

a jogar em alguns torneios, de modo melhorar a sua perícia.

A nível internacional sempre apostou no Millennium e mais recentemente no CPS, mas afirma que o seu sonho é ir jogar aos Estados Unidos, onde apenas esteve enquanto turista.

Já foi Campeão Francês por três vezes e nos diferentes formatos, de 5Man a Race-To-4. E não tem dúvidas ao dizer que o primeiro campeonato foi o momento mais alto da equipa, onde todos perceberam que poderiam cumprir grandes objectivos.

Adrien diz que os Outrage representam mais do que uma equipa; representam todos os sacrifícios, amigos e jogadores diferentes que trabalharam e estão a trabalhar para manter a equipa a jogar ao mais alto nível.

perfil

Adrien Moison

Page 15: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

15perfil

Adrien Moison NICKNAME Adri

DATA DE NASCIMENTO05/03/1979

PROFISSÃODiretor de Design e Engenharia Técnica numa planta nuclear.

COMEÇOU A JOGAR EM 1994

JOGA NOSOutrage Valence

EM QUE EVENTOS PARTICIPOU Millennium Series, Champions Paintball Series (CPS)

EVENTOS QUE GANHOUCampeão Francês em 2005, 2009 e 2011; 3º lugar no Millennium Series em 2010 em SPL e 2º na classificação geral em 2011.

MAIOR SUCESSO NO PAINTBALLA primeira vitória na liga nacional francesa em 2005 e a subida de divisão para CPL em 2011.

Texto: André Garrido

Page 16: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

1616 millennium

Page 17: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

17

Passámos por Basildon para a terceira etapa

da maior prova europeia de paintball.

Calor, gelados e muitos resultados

inesperados foram o mote desta prova. Texto: André Garrido

17millennium

Page 18: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

18

Basildon é a etapa a que o Millennium gosta de dizer que se situa em Londres. A prova de Bas-Vegas, como muitos gostam de lhe chamar, situa-se a 40 quilómetros de capital de Inglaterra, o que significa que quem aterra no aeroporto mais movimentado deste país está ainda um pouco mais longe, tendo de fazer cerca de hora e meia de viagem. Quem vem de carro do seu país terá de atravessar o canal e rumar até à cidade.

Poucas são as provas que fogem da política do Millennium em que se aposta em ter jogadores e staff a dormir imediatamente ao lado dos campos de jogo. Contudo, Basildon foge um pouco

millennium

a esta regra. Tenta-se colmatar esta falha com a possibilidade de se acampar numa zona verde mesmo ao lado do estacionamento.

Tal como o ano passado a prova foi realizada na quinta de Barleylands,

que é dona de uma espaço a perder de vista e com muitas e excelentes opções para montar uma prova da dimensão do maior evento europeu de paintball.A GRIP soube que existiu

uma preocupação por parte da organização em montar toda a

estrutura de uma forma diferente dos anos anteriores. É interessante relembrar que essa foi exactamente uma das críticas que

O Deus da chuva tirou

férias duranteos primeiros

dias de Julho.

Page 19: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

19

preparam tornam o nosso desporto um dos mais desorganizados à vista comum.

A preocupação geral quando se vem a esta prova é o clima. Mesmo olhando para todos os prognósticos, mesmo vendo os ícones dum sol radiante alinhados no monitor, já se sabe que o mais provável é chover. Mas se existe um Deus da chuva, tirou férias durante os primeiros dias de Julho, pois fez-se sentir um calor digno dos países do sul da Europa.

O layout do campo foi dos mais agressivos que foi visto no Millennium este ano. Apesar do lado da cobra ser muitas

millennium

fizemos o ano passado, devido a ter os campos de CPL e SPL distantes um do outro. Este ano os dois campos principais passaram a estar lado a lado enquanto os restantes campos estavam numa das laterais, como é habitual nas restantes provas.

Os caixotes do lixo foram uma das novidades mais interessantes, onde enormes caixas de madeira recebiam todo o lixo indesejado. Devia ser uma atitude a ter no futuro, pois como é normal o nosso desporto produz muitas caixas de cartão, muitos sacos de plástico, muita bola solta que quando abandonados nas zonas onde os jogadores se

Page 20: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

20 millennium

Page 21: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

21

vezes dos mais decisivos, era comum ver-se ataques tanto pelo M como pelas chamuças. Apesar desta agressividade, era comum os jogos ficarem presos na primeira fase de jogo, principalmente com equipas mais experientes.

Fez exactamente um ano que vimos desaparecer um dos jogadores mais humildes do paintball europeu. Falamos de Jay Ford, jogador dos Nexus. Foi interessante reparar que ninguém se esqueceu e foram feitas algumas homenagens de tributo a Jay, através de murais ou outras iniciativas. A melhor de todas foi lançada por Steven Wilson, fotógrafo da Merv, que está a angariar fundos através do sorteio de muitos e valiosos prémios, ao mesmo tempo que distribuía autocolantes com o famoso laço da luta contra o cancro e com um JF21 inscrito no seu interior.

A Divisão 3 é aquela que mais equipas trás ao Millennium. Nesta prova tiveram presentes 36 equipas e como já é costume apenas jogaram no sábado. É tipicamente a divisão de entrada a equipas locais ou a equipas que desejem experimentar o campeonato europeu. Como é normal a qualidade de jogo é a mais fraca de toda a prova, também muito devido à pontuação ser race-to-2 que torna os jogos menos emocionantes. O facto de entrarem novas equipas em cada prova faz com que a pontuação geral seja uma verdadeira montanha russa, nunca havendo um vencedor à partida como acontece nas

divisões fechadas. De todas equipas, 18 fizeram a sua estreia em Basildon, sendo 15 delas provenientes do Reino Unido.

Os favoritos nesta divisão são os Belgas Apocalypse Brussels, que já contavam com dois primeiros lugares e não queriam deixar de fazer o pleno. Os seus rivais directos são os Evil Men de Toulouse que conseguiram dois quartos lugares.

Nas preliminares nenhuma equipa conseguiu ganhar todos os jogos, sendo que os melhores resultados contavam com uma derrota. Quem provocou algum furor foram os Assala que após umas preliminares

em grande estilo, perderam logo na fase seguinte contra os

estreantes Middlesbrough Lethal Bizzle. As duas equipas do topo da tabela não tiveram muita dificuldade em ultrapassar os seus rivais

até às semifinais, fase em que também os Evil Men foram

derrotados pela mesma equipa Inglesa. Os Apocalypse Brussels venceram os London Fearless relegando também esta equipa estreante para a luta pelo terceiro lugar.

Na única fase que é disputada a race-to-4 os Evil Men foram superiores aos London Fearless que venceram por 4:2. No jogo que disputava o primeiro lugar a equipa sensação desta divisão – Middlesbrough Lethal Bizzle – derrotou os favoritos Apocalypse Brussels num jogo muito renhido por 4:3.

Seria arrogância pensar que a equipa Belga já tinha o campeonato ganho, mas dificilmente deixarão o primeiro lugar

É importante que equipas

femininas e de jovens consigam

singrar.

millennium

Page 22: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

22

se continuarem a manter o nível que têm demonstrado, principalmente quando contam com 38 pontos de diferença para os Evil Men. Seria preciso a equipa francesa ficar em primeiro lugar e os Apocalypse num terrível nono lugar.

A Divisão 2, como todas as restantes, exceptuando a Divisão 3, começa logo na sexta-feira. Apesar de não ser a equipa favorita, as Poison Ivy têm sido a equipa sensação desta divisão. Não é fácil uma equipa mostrar o que vale nesta prova europeia. E é certo que o facto de serem mulheres a controlar os marcadores daquela equipa faz com que dê muito mais nas vistas. O que não é comum é uma equipa totalmente feminina

ter tanto sucesso entre os tubarões da Divisão 2. Desta vez a sorte não sorriu às Norueguesas que ficaram com um décimo lugar, podendo esta etapa ter sido um duro golpe para a conquista do ouro desta

divisão. Os grandes favoritos são os Lucky 15s que com um jogo muito

sólido mostram que desejam estar no meio de outras lides.

24 equipas jogam nesta divisão logo na primeira fase. A única que conseguiu três

vitórias foram os Lucky 15s, enquanto todas as restantes

perderam pelo menos um dos jogos. Isto demonstra a rivalidade existente neste escalão, sendo muito difícil impor um resultado esmagador.

Na fase seguinte as três equipas

millennium

Tontons dão sovas

humilhantes quando estão em

desvantagem pontual.

Page 23: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

23millennium

femininas – Poison Ivy, Fat Ladies e Lady Carnage – perderam. Apesar do paintball ser literalmente um desporto de «ganhe o melhor», é importante que equipas femininas ou de jovens jogadores consigam singrar de modo a trazer mais jogadores de várias faixas etárias e géneros.

Até à fase final os Lucky 15s foram somando vitórias sendo parados pelos campeões desta prova Mamba Libreville, num jogo levado até ao último segundo do cronómetro. O outro jogo da semifinal também levou o relógio até aos zero, ditando a vitória dos Manchester Firm 2, deixando os Durham DV8 para trás. A luta pelo terceiro lugar tornou-se numa verdadeira final entre equipas inglesas,

muito devido á classificação geral que opunha o primeiro classificado da geral – Lucky 15s – com o seu rival directo – DV8. A «sorte» saiu aos mais experientes Lucky 15s que venceram por 4:0. Na luta pelo ouro, os Mamba, donos de uma das jerseys mais atractivas do torneio, venceram sem grande dificuldade os Manchester Firm 2 por 4:1.

A maior surpresa, pelo lado negativo, fora os Italian Idols que após dois quintos lugares ficaram-se por um modesto 15º lugar.

Também com 24 equipas é composta a Divisão 1, sendo a grande diferença o facto de ser uma divisão trancada. Não existem novas equipas para baralhar as contas. Nesta divisão a margem para erros é muito limitada, só quem está no topo

Page 24: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

24

constantemente consegue pensar em vencer no final do ano. Ao mesmo tempo é comum ver equipas que ficam na parte final da tabela numa prova e na seguinte ficar em primeiro lugar.

Mais uma prova da dificuldade deste escalão é visível logo na disputa da fase de grupos, onde ninguém tem vitórias garantidas. Mesmo os favoritos London Defiance têm dificuldade em vencer alguns jogos. Outro exemplo é o caso dos Scorpion Milano que passaram em segundo lugar do grupo. Esta classificação fez com que as duas equipas favoritas ao título se encontrassem nos quartos-de-final colocando em cheque o primeiro lugar da geral. Quis o destino que os Italianos ganhassem aos

Ingleses, ficando estes com o sétimo lugar desta prova e perdendo o primeiro lugar da geral, após duas provas a conquistar o lugar mais cimeiro do pódio.

Após esta vitória os Scorpion Milano tiveram o caminho livre para subir o máximo na pontuação, e cilindraram os Bad Boys Oss por 4:0. Os Bad Boys é uma equipa muito jovem, alguns dos jogadores são autênticos miúdos, tendo o mais novo 14 anos. No entanto, têm demonstrado muita garra numa divisão que não é nada fácil. Se se mantiverem juntos, prometem ser um das equipas a ter em conta no cenário europeu, não só pela experiência que vão acumulando em tão tenra idade, mas pela combatividade que já demonstram. No outro jogo da semifinal, os Ronholt Blast perderam contra os Vision PPC por 3:4. Na luta pelo bronze os Ronholt lutaram até ao último segundo contra os miúdos fixando o resultado em 3:2. Na final esperava-

millennium

Page 25: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

25

se que os Scorpion Milano dilatassem a vantagem para os London Defiance, mas foram surpreendidos por uns Vision PPC, que nunca tinham passado da décima segunda posição, mas mostraram-se muito fortes controlando o jogo dos Italianos desde o primeiro minuto e fazendo um expressivo 4:0.

A luta desta divisão está ao rubro, havendo uma diferença de quatro pontos entre o primeiro e segundo lugar. Paris vai ser uma prova de nervos para estas duas equipas que terão de dar tudo por tudo para não deixarem o lugar fugir. Certamente será uma divisão a

assistir na prova de Chantilly.Em SPL encontram-se as já habituais

32 equipas, pois também esta divisão é fechada. Tal como já tínhamos dito

noutras crónicas do Millennium, esta divisão é provavelmente a

mais desequilibrada de todas, visto existirem claramente dois grupos distintos: os que estão no topo da tabela, com muitos lugares no pódio, e

todas as restantes. De vez em quando existem alguns atrevidos

que conseguem intrometer-se entre os tubarões desta divisão, como aconteceu com os Dogs D amour. Esta equipa grega, que conseguiu um terceiro lugar em

Damian Ryan, fazendo jus

à sua máscara. Levava a morte aos adversários.

millennium

Page 26: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

26 millennium

Page 27: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

27millennium

Page 28: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

28

Bitburg, foi a surpresa da prova, que ao contar com a ajuda de Oliver Lang não conseguiu além de um modesto 29º lugar. Vai um bocado contra a corrente que afirma que as equipas que contratam nomes sonantes do paintball conseguem melhores prestações constantemente. O que é certo é que um jogador por si só nem sempre significa vitória garantida.

Os grandes favoritos são os London Tigers, que vinham para Basildon com um primeiro e um terceiro lugar e estavam sedentos por repetir a proeza e chegar a outro pódio. Os Hellwood Paris são os seus principais rivais embora até à data tenham ficado sempre fora dos pódios por muito pouco.

Nas preliminares os Drammen Solid não deram qualquer hipótese aos restantes tendo vencido todos os jogos por 4:0. Na verdade os jogos do grupo onde esta equipa estava foram todos vencidos por 4:0 ou 4:1, tal era a disparidade entre as várias equipas.

Até às semifinais os London Tigers não sentiram grande dificuldade, enquanto os Hellwood logo nos 16 avos, tiveram de lutar até ao final não conseguindo fazer pontuação máxima. Por sua vez os Comin At Ya não tiveram a vida facilitada com os Paris Triade, conseguindo uma vitória mínima de 4:3.

A equipa alemã apanhou a equipa inglesa London Tigers perdendo por 2:4. No outro jogo os Drammen Solid, que tinham vindo a fazer uma excelente

prova, perderam pela mesma pontuação. Os Drammen Solid parecem ter perdido o ímpeto após esta derrota, pois na luta pelo terceiro lugar perderam por 4:0 contra os Comin At Ya.

A final recebeu as duas melhores equipas desta divisão. Uma final que saiu de feição aos franceses Hellwood que ganharam por 4:2, ficando assim a apenas 18 pontos dos London Tigers, dando esperanças para que consigam ultrapassar os Ingleses na próxima prova.

Em CPL, muitos torciam pelos franceses Tontons que após duas vitórias seguidas

nesta divisão tornaram-se autênticas lendas do paintball europeu.

Apesar de serem uma equipa com uma história invejável, devido aos anos que existem a nível profissional e às muitas personalidades do

nosso meio que por lá passaram, o que é certo é que

tirando o ano passado em Londres nunca tinham ganho qualquer prova

de Millennium. O único grande feito desta equipa remonta a 2006 quando venceram o Millennium, sem qualquer primeiro lugar e devido a uma primeira etapa desastrosa dos Joy. Ganharem duas provas seguidas, num ano em que também estão a competir na maior prova norte-americana, e acima de tudo no ano mais competitivo que o Millennium viu nos últimos anos, elevou-os ao nível das grandes estrelas Mundiais. O facto de terem contratado os irmãos Samuelsson foi sem dúvida a melhor aposta desta equipa. Estariam

millennium

Fedorov dispara por cima da base e acerta no jogador dos

Impact.

Page 29: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

29millennium

Page 30: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

30

os franceses capazes de vencer mais uma prova e finalmente ter uma equipa que vencesse todas as provas do Millennium?

Na fase de preliminares o Grupo A trouxe algumas surpresas. Logo à partida pelo facto de os Tontons terem perdido 5:1 contra os Syndicate, equipa que não tinha ido além de um décimo lugar este ano. Os Alemães ainda foram responsáveis pela segunda surpresa deste grupo passando em primeiro lugar, deixando os Tontons em segundo e deixando os Houston Heat e os Instinct fora das fases finais.

No Grupo B o primeiro lugar estava praticamente assegurado para os Impact, coisa que conseguiram sem grande

dificuldade ao ganharem dois jogos por 5:0 e um terceiro por 5:1. Os Breakout Spa passaram em segundo, tendo sido apenas derrotados pelos Canadenses.

No Grupo C tudo estava em aberto, pois três das equipas tinham sempre passado às finais. Se antes da prova todos apostavam nos Nexus como os favoritos deste grupo, o que é certo é que tiveram uma prova desastrosa perdendo os dois primeiros jogos por 5:2 e 5:4, conseguindo apenas uma vitória de 5:0 sob os Ducks. Os Infamous ficaram com o primeiro lugar, mostrando que estavam concentrados e com um jogo muito estudado. Na segunda posição passaram os Icon que apenas

millennium

Page 31: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

31millennium

Syndicate faziam

lembrar um pitbull

que quando morde, nunca

mais larga.

perderam contra os Infamous.Para os Art Chaos o Grupo D não podia

ser melhor. Após a falta de homogenia a que estão habituados muitos se questionam se os Russos ainda têm gás para continuar a jogar ao nível que nos habituaram. Estando inseridos num dos grupos mais fáceis desta divisão, se é que é possível haver algum grupo fácil, os Art Chaos tiveram alguma dificuldade para vencer os seus compatriotas Polar Bears, por 4:3, enquanto venceram os restantes jogos por 5:1 e 5:2 contra os Carnage e Vision. Em segundo lugar passaram os Carnage que há seis provas que não passavam uma fase de grupos. Não

tendo passado à fase final, os Polar Bears comprometeram a sua prestação em 2013, visto estarem a ter uma prestação de sonho desde que subiram o ano passado de SPL.

Nos quartos-de-final os Syndicate continuaram com uma prestação

fantástica, tendo ganho por 5:1 contra os Carnage. A mesma pontuação tiveram os Impact e os Infamous que venceram sem grande dificuldade os Icon e os Breakout Spa

respectivamente.O grande jogo destes quartos-

de-final foi feito entre os Tontons e os Art Chaos, jogo que os Art Chaos não teriam grande dificuldade de vencer o ano passado. Este ano tiveram de se

Page 32: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

32

esmerar e levar o relógio até ao limite para conseguirem derrotar os franceses por 4:3. Uma coisa é certa, não queiram ter os Tontons do outro lado quando estão em desvantagem pontual, chega a ser humilhante para equipas de topo levarem sovas em poucos segundos. Infelizmente, para esta equipa, não conseguiram vencer os Russos e tiveram de se contentar com o quinto lugar da geral, obrigando-os a esmerar-se na próxima prova para não deixarem o campeonato fugir.

A apenas uma prova de se decidir quem é a equipa campeã, as contas são impossíveis, não havendo um cenário ideal

para esta equipa francesa. Uma coisa é certa, têm de pelo menos conseguir ficar em quarto lugar para ter a certeza que os Impact não se sagram campeões Europeus.

Nas semifinais os Syndicate continuaram a dar ares de sua

graça quando defrontaram os Infamous. Não saíram vencedores mas obrigaram os norte-americanos a controlar o jogo de modo

a não deixarem os Alemães pontuarem mais, fixando o

resultado em 4:3. Os Infamous continuaram a mostrar um jogo muito

típico deles. Calmos, muito controladores e com muita comunicação dentro de campo. Damian Ryan, fazendo jus à sua

Não existe

paciência para tanto hino!

millennium

Page 33: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

33

máscara, parecia trazer a morte aos adversários. Se tivéssemos de eleger um MVP para esta prova certamente Damian estaria entre os três primeiros. Uma visão de jogo soberba, conseguindo compreender as linhas de tiro adversárias como poucos e arrancando pelo campo oposto tirando vários adversários. Escrever aqui o que vimos seria injusto para Damian, porque iríamos pecar por defeito.

No outro jogo da semifinal, os Art Chaos quiseram calar aqueles que ainda duvidam deles e mostraram que ainda

estão cá para vencer e por uma larga vantagem. Não é qualquer equipa que se pode gabar de fazer 5:1 aos Impact. Para a posteridade ainda ficou um momento de génio, ao alcance de poucos jogadores. Fedorov, a jogar na base da cobra, tenta acertar num dos seus adversários saltando e disparando por cima do obstáculo. Após um grande salto e falhar o tiro, percebe que o público adorou a jogada e repete novamente. Desta vez acerta em cheio no jogador dos Impact o que levou a que que uma bancada inteira entrasse em

millennium

Page 34: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

34

êxtase, sendo retribuído por gestos de apreço do jogador. Uma coisa é certa, e já o dissemos variadas vezes, Fedorov é provavelmente o jogador mais criativo da história do paintball. Consegue achar soluções onde elas parecem não existir ou onde elas ainda não foram exploradas.

Na luta pelo terceiro lugar os Syndicate faziam lembrar um pitbull que quando morde, nunca mais larga. Um resultado curto de 3:2 demonstra exactamente a dificuldade que os Impact tiveram que passar para conseguir vencer os Alemães, conseguindo assim mais um terceiro lugar.

A final opôs Infamous e Art Chaos.

Pela experiência e historial diríamos que os favoritos eram os Russos, mas não podíamos estar mais enganados. O jogo lento, calculado e minucioso chegava a ser aborrecido em certos momentos. Os primeiros minutos de cada ponto eram para ver quem conseguia eliminar um ou dois jogadores da equipa adversária e só aí se atreviam a avançar. O que é espantoso é pensar que este é o típico jogo dos Art Chaos, mais calculado e com muita bola no ar, com rasgos de genialidade de Fedorov. No caso do Infamous percebe-se que é um jogo adaptado ao adversário. Nesta prova a equipa norte-americana

millennium

Page 35: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

35

teve jogos onde mal parava nos seus obstáculos e teve outros onde só faltava trazer o banquinho. O problema das equipas com jogo adaptado é que andam sempre a correr atrás do prejuízo, o que significa que se o adversário for mais experiente e tiver capacidade de jogar fora da sua zona de conforto trará grandes problemas a estas equipas. Neste jogo em questão, tudo saiu como os Infamous desejavam que acontecesse. E à partida podia parecer que os Art Chaos controlavam o jogo, mas simplesmente esperaram pela morte, nunca chegando a ter realmente uma hipótese. O último

ponto foi marcado por Thomas Taylor, que a par de Damian Ryan, foi um dos responsáveis desta conquista. Taylor está

longe do jogador que era nos tempos dos XSV, onde era um autêntico

assassino quando jogava na cobra mas continua a um nível elevadíssimo ao alcance de muito poucos. Ao marcar este ponto, o 5:1, Taylor

parecia não querer acreditar que esta vitória fosse possível.

Saltou, esbracejou, ajoelhou-se e agradeceu a Deus, juntou-se à sua

equipa e obrigou-os a ir agradecer a todos os fãs que os apoiaram. No final, já sozinho em campo, ajoelhou-se mais uma vez e numa prece mais longa agradeceu

millennium

Chantilly vai ser

uma prova de nervos.

Page 36: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

36

esta vitória.Desta vez a prova «marginal» foi

o European Champ Men, onde se defrontavam as nações europeias pela conquista do título de Campeão Europeu. Apesar de ser algo que todos os atletas desejam participar nota-se alguma resiliência no que toca a estes torneios. De alguma forma parece ser uma forma da organização encaixar mais uns largos milhares de euros à conta dos jogadores ou federações. Existe alguma dificuldade em perceber porque é que existe uma prova por etapa e com que objectivo. Os jogadores sentem-se sobrecarregados pelos calendários ao final do dia, principalmente quando têm de jogar no dia seguinte muito cedo. E sejamos sinceros, não existe paciência para ouvir tanto hino. O ano passado mencionámos isto e foi melhorado, mas continua a ser difícil de aguentar oito hinos seguidos, tendo as equipas de vir cantar o hino num campo que nem sequer vão jogar. Não bastava tocar o hino de cada selecção a primeira vez que vão jogar e no final o hino dos três vencedores?

Apesar de todas estas adversidades não existe jogador que não queira vencer com as cores da sua selecção ao peito, mesmo sabendo que à partida não são uma das equipas favoritas. O eterno favorito é a Rússia, vencedor do ano passado, mas tem sempre uma forte oposição de equipas como o Reino Unido ou França.

Na fase de preliminares o Reino Unido

sentiu algumas dificuldades para passar a sua fase de grupos, tendo vencido os dois primeiros jogos por 3:2 contra a Áustria e Bélgica. O único jogo que venceram por 4:0 foi contra os Gregos, que após o primeiro jogo desistiram, supostamente por impossibilidade de adquirir mais bolas. Todas as restantes equipas passaram sem grande dificuldade, tendo feito resultados com diferenças consideráveis. No Grupo D, essa tarefa também foi facilitada pelo facto de a Turquia não ter comparecido.

Nos quartos-de-final os resultados foram os esperados, tendo a Rússia ganho por

4:1 à Noruega, a França fez o mesmo resultado frente à Áustria. O Reino

Unido levou a Ucrânia ao tapete por 4:0 enquanto a Alemanha ganhou por 4:1 à Letónia.

Na fase seguinte as coisas tornam-se mais difíceis.

Literalmente foi feita uma triagem pelas melhores

selecções Europeias até chegar a esta fase e cada jogo é uma possível

final. Na primeira semifinal a Rússia venceu a França por 4:2, embora tenha tido algumas dificuldades em alguns momentos do jogo. No outro jogo a Alemanha obrigou o Reino Unido a gastar o tempo todo para que conseguisse a vitória.

Na luta pelo terceiro lugar a França venceu a Alemanha por 4:2.

A final recebia assim a campeã em título e a campeã de 2011. Todos queriam ganhar este jogo, mesmo nas bancadas isso transpirava. Não deixa de ser interessante ver colegas de equipa

Thomas Taylor, sozinho

em campo, ajoelhou-se e rezou por esta

vitória.

millennium

Page 37: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

37millennium

Page 38: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

38 millennium

publicidade

Page 39: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

39

a ajudarem selecções que não são as suas, como é o caso de Marcello Margott, jogador dos Nexus, que fazia coaching nas redes à equipa do Reino Unido.

Se não tivéssemos visto todo o evento e não soubéssemos que se tratava de uma final, bastava ver o estilo de jogo em campo para perceber a importância do jogo. As finais de paintball estão cada vez mais a tornar-se num verdadeiro jogo de xadrez, com largos minutos sem qualquer emoção, com dez jogadores a disparar quantidades intermináveis de bola, à espera de um erro dos adversários para se conseguir tirar alguma vantagem. Só por este motivo se consegue compreender que uma final destas fique com um resultado de 2:1. O vencedor justo foi a Rússia, que

se torna assim Bicampeã Europeia.Mais uma etapa da maior prova

europeia terminada mas ninguém abandonava o local sem antes comer um dos deliciosos gelados da carrinha do Mr. Whippy, pois já são uma das maiores atracções do evento de Basildon.

Fica a faltar a última prova, num novo «palco» que promete ser arrasador. É de relembrar que há vários anos se ouviam boatos da saída do Millennium do recinto da Disney, e isso finalmente aconteceu este ano. O cepticismo é muito, pois é difícil substituir um evento com aquela localização. No entanto a organização promete que o palácio de Chantilly será uma nova etapa no Mundo do paintball. Estaremos lá para contar para ver! •

publicidade

Page 40: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

40

Hoje vamos falar sobre a importância da comunicação numa equipa de arbitragem.

Por uma questão de enquadramento vamos entender por comunicação toda e qualquer forma que uma pessoa tem de fazer chegar uma determinada informação ou mensagem a um ou vários destinatários.

No paintball, e em particular numa equipa de arbitragem, essa mensagem pode ser transmitida de diversas maneiras, a sinalização por gestos curtos e precisos a que mais frequentemente se utiliza. Este facto tem uma explicação simples: grande parte da comunicação dos árbitros decorre durante o jogo em si, no qual existem vários ruídos exteriores, desde os sons produzidos pelos marcadores à tinta a embater nos obstáculos ou até mesmo o público a interagir com os jogadores (nos formatos race to).

Nos períodos em que não decorre nenhum jogo é possível utilizar a comunicação oral, mas todos sabemos que nestas fases não existe tempo suficiente para transmitir informação a oito ou dez

árbitros em tempo útil, de forma a não prejudicar o fluxo natural dos jogos. Por isso, só em caso de necessidade extrema é que o chefe de campo se desloca a um ou vários árbitros para obter informações orais mais precisas sobre um determinado acontecimento que possa ter suscitado dúvidas.

Aos árbitros interessa sobretudo comunicar com três grupos durante um

jogo: com os jogadores (dando informação básica do jogo como «limpo», «fora», «tempo», sinalizar uma penalização ou indicar os últimos 60 segundos do jogo); com outros árbitros na sua linha de comunicação visual (por exemplo, dando informações acessórias, tais como indicar se determinada mancha é oriunda do obstáculo e não de um impacto de um adversário, caso não tenha tido tempo para removê-la sem interferir com o

regras

comunicação e sinalização

Por Domingos Leitão

Aos árbitros interessa comunicar com os jogadores, outros árbitros

e com o chefe de campo.

Page 41: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

41regras

comunicação e sinalização

A comunicação torna-se ainda mais fundamental quando num grupo de árbitros nem todos falam o mesmo idioma ou uma língua mais comum, como o inglês. Nesses casos, a comunicação gestual torna-se ainda mais vital e necessita de ser afinada antes do torneio ou dos jogos começarem, para evitar inconsistências ou incoerências das decisões e da

decurso natural do jogo); e com o seu chefe de campo (mantendo-o informado de todas as situações que possam condicionar o jogo, desde aplicação de regras dentro do campo a requisitos de segurança do campo, como a existência de buracos nas redes que possam pôr em perigo os espetadores e/ou jogadores, entre outros).

Page 42: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

42

sinalética usada, dessa forma minimizando a ocorrência de decisões erradas.

A sinalética usada pelos árbitros pode ser dividida em convencional e não-convencional. A primeira são todos aqueles gestos que qualquer jogador ou árbitro conhece e que são normais — «limpo», «fora», «tempo», entre outros; a segunda engloba todos os gestos que uma equipa de arbitragem deve estipular antes ou durante o torneio, para garantir que a

informação chega depressa e de forma precisa ao chefe de campo, que por sua vez a deverá transmitir, sempre que se justifique, ao seu scorekeeper e aos capitães de equipa.

Resumindo a linguagem usada por um árbitro deve ser clara, directa e sem evitar a mínima confusão. Só assim se consegue não só evitar distracções como passar a mensagem o mais fidedigna possível. •

regras

Page 43: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

43

DYE EUROPE-UK Dye House, 7-8 Commerce Way, Croydon, Surrey CRO 4XA United Kingdom, P +44 (0) 20-8649-6330 F +44 (0) 20-8649-6339DYE GERMANY Albert Einstein Str. 2 B 77656 Offenburg, Germany, P +49 (0)781 639 349 91 F +49 (0)781 120 302 99

DYE Precision, Inc. USA 10637 Scripps Summit Ct. San Diego, CA 9213, P 858-536-5183 F 858-536-5191DYE ASIA No. 253, Guojhong Rd., Dali City, Taichung County 412, Taiwan (R.O.C.), P +886 (0) 4-2407-9135 F +886 (0) 4-2407-2090

Copyright ©2013 DYE Precision, Inc. The stylized “dye” logo, the “sphere” logo, and the “rotor logo” are either registered trademarks, trademarks, or design trademarks of DYE Precision, Inc. For a complete list of patents please visit www.dyeprecision.com/patents

FOR MORE TECHNICAL INFORMATION PLEASE CONTACT YOUR LOCAL DEALER OR VISITWWW.DYEPAINTBALL.COM

ROTOR LOADER available iN new coloUrs and patterns.

cUBIX atlas dYetree

DYE ROTOR™

THE CHOICE OF CHAMPIONS™

tHe perFect coMBInatIon oF stYle and perForMance

Page 44: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

44

Para deixar um pouco de lado as técnicas básicas decidi abordar uma outra noção — para mim, essencial e comum a todos os desportos, sendo o padrão mais importante para avaliar a qualidade do jogo. Falo da recolha de informação.

Em todos os desportos a técnica não é o único elemento fundamental: é também necessário saber estar em campo. Por exemplo, no futebol não nos devemos colocar numa posição que não é nossa. O mesmo acontece no paintball, especialmente porque a nossa atenção não está concentrada nas bolas ou nas armas.

Imagino que todos nós já vimos paintball do lado de fora de um campo, de pé, ou pela televisão. A observação é óbvia: somos os melhores do lado de fora dizendo o que faríamos se estivéssemos no lugar de um qualquer jogador.

As escolhas feitas do lado de fora da rede são claramente mais simples, pois consegue-se ver tudo e ter o máximo de informação.

A diferença entre essas duas figuras

— jogador e espetador — é apenas a quantidade de informação que possuem para decidir o que fazer em campo.

Ao mais alto nível, a «guerra» principal é a recolha de informação. Tentamos que os nossos adversários não entendam o que se passa do nosso lado e ao mesmo tempo desejamos obter o máximo de informação para agir em acordo com a situação.

Talvez seja um mito, mas posso garantir que as equipas do TOP 10

mundial não tentam logo disparar contra um adversário, mas sim obter um bom posicionamento em campo.

Graças à paintballaccess.com, podemos visionar os jogos da PSP ao vivo via web, e é uma ferramenta incrível. Conseguimos compreender que os jogos são longos e calmos, e que a luta é apenas utilizada para fazer esconder os adversários de modo a seguir em frente, jogando num

project k

Por Axel Gaudin

recolha de informação

As dez melhores equipas mundiais não tentam logo disparar mas sim obter

um bom posicionamento em campo.

Page 45: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

45

segundo alvo ou obtendo informação de modo a que a equipa saiba o que se passa.

Se prestarmos atenção, não existem muitos G’s feitos através de um tiroteio direto; vemos é o jogador a forçar os avanços e fazer tiro cruzado.

É assim que acontece ao mais alto nível. Não damos tiros para atingir alguém mas sim para encurralá-lo, dominá-lo e em seguida realizar um movimento, ou obter mais informação de modo a lucrar da nossa posição.

project k

Esta noção de recolha de informação é importante em qualquer momento, como nos exemplos seguintes:

Antes do encontro, devemos observar o jogo para ver o que o adversário faz.

Antes dos pontos, devemos observar quais os jogadores em campo, e perceber o posicionamento na base de arranque.

Durante o ponto, devemos tentar possuir o relatório mais completo da situação para tomar a melhor decisão.

Basicamente, quanto menor for a

Page 46: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

46

quantidade de informação que temos em nossa posse maior é a dependência nas técnicas e táticas para ganhar durante o jogo, correndo o risco de ser atingido durante um movimento ou tiroteio. Quando se possui toda a informação necessária até se pode parar de dar tiros a um jogador e apostar noutro adversário.

Não é demais dizer quão importante é jogar com a cabeça em vez de com o marcador. Tomem o exemplo dos melhores jogadores em outros desportos e verão que todos eles, de tempo em tempo, obtêm informação:

Messi, ao driblar, não olha para os seus pés, enquanto a maioria dos restantes os jogadores de futebol o faz.

Antes de responder a uma jogada, Federer observa o posicionamento do seu adversário. Ele não procura a pancada final mas sim a pancada tecnicamente perfeita

colocada no lugar de maior dificuldade para o seu adversário.

Na final da liga dos campeões, Zidane olhou para a baliza antes de fazer o seu famoso remate.

Trabalhem e abram os vossos olhos!

project k

MAIS DICAS EM:Project K – Axel GaudinFacebook – Axel Gaudin

Page 47: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

47

Page 48: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

48 entrevista

Falar com Bear é como beber três bebidas energéticas uma a seguir à outra. Qualquer questão, por mais simples que seja, dá assunto para passar um bom momento com este jogador. Apresentamos-vos o Mr. World Wide.Texto: André Garrido

Bear D’Egidio

«Sou perfeito para o paintball.»

Page 49: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

49entrevista

GRIP: A tua nacionalidade no teu perfil do Millennium é italiana e o teu nome é claramente italiano, mas nasceste nos EUA. De onde vem esta ligação?Bear D’Egidio: A minha família nasceu em Itália e por volta… (pausa para pensar) Não sei muito bem em que ano a minha

família foi para a América. O meu pai nasceu nos EUA e eu estou a tentar obter a cidadania italiana para que possa tentar ir à selecção nacional. Ajudar um pouco Itália, porque vou muitas vezes aos eventos italianos. Sou 100% italiano, a minha mãe é da Cecília. Comemos massa e pizza todos os domingos.

GRIP: O teu pai é um dos maiores nomes no mundo da nossa indústria. Como é que isso te influenciou a tornares-te jogador de paintball?BDE: Desde que sou pequeno que o meu pai me leva para os campos. Eu cresci a jogar na SC Village com todas as equipas pros: os old school IronMan, os old school Aftershock, os old school Avalanche. Eu era muito pequeno quando o Chris Lasoya estava a começar. Por isso eu tenho estado à volta deste jogo toda a minha vida, sempre conheci todos os jogadores, vi vários jogadores a partir e a chegar, e dessa forma fui trazido para o paintball. Nos últimos anos tenho ajudo a gerir os parques, faço marketing ou eventos e somos donos da Giantz Sports. Fazemos muita coisa no paintball. Por causa disto tudo, eu sempre estive no paintball. Fiz um pouco de wrestling, algum MMA, mas o meu foco é sempre o paintball desde que sou pequeno. Por isso agora viajo à volta do mundo para jogar.

GRIP: És provavelmente o jogador que mais novo começou a jogar paintball, com apenas oito anos. Como é que um rapaz tão novo começa a jogar este jogo?

Bear D’Egidio

«Sou perfeito para o paintball.»

Page 50: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

50

BDE: Com oito anos joguei no Campeonato 1on1 Bob Long no SC Village. Foi em 1999 e joguei contra jogadores como o Oliver (Lang), David Williamson, Billy Ceransky, Bob Long… Alguns dos maiores nomes que alguma vez jogaram este jogo, e eu tinha oito anos. Não ganhei um único jogo, mas foi muito divertido. A partir daí sempre estive no paintball, joguei todos os fins de

semana, comecei a jogar com mais equipas e a viajar um pouco para todo o mundo. Actualmente jogo durante a semana porque trabalho no parque, onde ensino

miúdos pequenos e faço alguns clinics. E nos fins-de-semana tenho

treinos ou viajo pelo mundo a jogar.

GRIP: Actualmente jogas com os Philadelphia Energy nos EUA, uma equipa nova e promissora. No entanto os resultados não têm sido os melhores. O que se passa?BDE: Basicamente é uma equipa composta por um tipo dos Dynasty, temos o Ian Trainer que veio dos Dynasty, e eu que joguei em algumas das melhores equipas do Mundo, como é o caso dos Russian Legion, Dynasty ou Entourage. Com esta base pegámos em mais dois miúdos dos Dynasty e juntámo-los a esta equipa cheia de jovens talentos. Eu sou provavelmente o mais velho, talvez haja apenas um mais velho que eu… Sim, eu tenho 22, ainda sou novo, mas existe apenas um tipo mais velho do que eu, com 24. Sabemos como jogar bom paintball mas nem sempre conseguimos jogar em conjunto, o que é frustrante, ou por vezes não fazemos o click devido à pouca experiência pro, mas nós temos uma grande equipa. Nos treinos saímo-nos bem. Temos muito, muito talento. Se ficarmos juntos, esta equipa pode vir a ser uma das melhores equipas do mundo. Não tenho qualquer dúvida. Mas vai levar tempo a jogar em conjunto como uma unidade. Na NPPL quando perdemos é sempre por 2:1, 3:2, são jogos

entrevista

«Sou 100% Italiano. Como massa e pizza

aos domingos.»

Page 51: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

51

muito renhidos, mas é a experiência extra que faz ganhar este tipo de jogos e é o que nos falta. Estamos a começar a dar a volta a isto, e no final do ano espero levar estes miúdos ao Top4.

GRIP: Também estás a jogar na Europa. Como surgiu esta hipótese?BDE: Comecei a jogar na Europa há dois anos. Joguei com os Italian Idols o ano passado para o CPS, ficámos sempre no Top3 em todos os eventos e ganhámos o Series. Também comecei a jogar Millennium com eles. Na última prova ficámos em quinto, e no evento anterior ficámos em

quinto. Vou a Itália uma vez por mês e faço uma clinic ou jogo com os Italian Idols, e a partir daí passei a jogar CPS e a jogar o campeonato italiano. Tento jogar tantos torneios Europeus quanto possa, e tento sempre jogar com os Italian Idols porque são a minha equipa na Europa.

GRIP: Jogas no Millennium e no CPS, os circuitos europeus mais importantes. Para além da enorme estrutura do Millennium, que diferenças encontras entre eles?BDE: O Millennium tem uma estrutura maior no que toca a equipas que vêm

«Tinha oito anos quando joguei contra Oliver, David Williamson, Billy Ceransky, Bob Long… Não ganhei um

único jogo, mas foi divertido.»

entrevista

Page 52: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

52

cá treinar e todo o talento que cá vem. O Millennium tem um sistema de ranking fantástico, bem como um sistema de identificação e árbitros fantásticos. É apenas um degrau acima do CPS. Fazem tudo o que o CPS faz e o CPS faz quase o que o Millennium faz, mas o Millennium fá-lo muito melhor porque estão cá há muito tempo. Têm mais experiência em montar um grande evento. Têm mais vendedores, mais meios de comunicação.

GRIP: És o responsável pelos excelentes

entrevista

«Podemos ser uma das melhores equipas do Mundo. Não tenho dúvidas!»

resultados dos Italian Idols. O que lhes tentas ensinar quando jogas com eles?BDE: O grande problema dos Italian Idols é a falta de experiência. Não têm a capacidade para no final do jogo, num dois contra dois, matar o jogo. Por isso, o meu trabalho nesta equipa, e a razão porque eu penso desempenhar um papel tão importante, é ficar vivo. Não quero saber se fico numa chamuça ou na cobra dos cinquenta ou no B. Eu sei que tenho de ficar vivo em todos os pontos, tenho de falar e depois temos grandes miúdos na

Page 53: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

53entrevista

equipa, o Andrea, o Enrico, e estes miúdos jogam bom paintball, mas precisam de ter quem os guie. Eles estão a aprender a começar a fazer por si. O meu papel nesta equipa é ficar vivo e ser a voz da equipa. Meter a equipa a andar para a frente e planear o jogo por eles. A melhor coisa que lhes posso ensinar é: «Vocês têm de falar, têm de comunicar e como equipa têm de trabalhar em conjunto para matar o jogo. Não tentem ser vedetas porque são as equipas que ganham torneios, não são as vedetas.»

GRIP: Quantas vezes e como é que treinas com esta equipa?BDE: Eu venho a Itália uma vez por mês para jogar com os Italian Idols. Faço um clinic em Itália ou noutro local da Europa. Praticamos, jogamos de manhã e à noite no All Star Paintball Park de Pádua e a partir daí concentramo-nos em drills. Eu gosto de ajustar ao pormenor os jogadores, definir, estudar e ensinar o layout e focarmo-nos no que desejamos obter, o que vamos trabalhar e que lado queremos pressionar. É o que eu gosto de fazer quando vou a Itália e eu vou lá muito. As festas são divertidas, as miúdas são fantásticas, o paintball é ainda melhor.

GRIP: Porque jogas numa equipa de Div.2 e não com uma equipa de SPL ou CPL?BDE: Tenho jogado profissionalmente toda a minha vida, e quer seja numa equipa de topo, do meio ou do fim da tabela tento sempre jogar a nível profissional. Tenho jogado em Pro desde que sou pequeno.

«O Millennium está um degrau acima do CPS.

O Millennium fá--lo muito melhor porque estão cá

há mais tempo.»

Page 54: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

54

Eu com 14 anos jogava «Ten Man Pro», algo que a maioria das pessoas nem sabe o que é hoje em dia. Agora sinto que sou um embaixador do paintball no mundo. Faço a gestão de vários parques de paintball e sei para onde caminha a indústria, por isso às vezes gosto de sair dessa posição

de jogar numa equipa Pro e ajudar a construir uma equipa no mundo. Esse tem sido o foco nos últimos dois anos. Sim, eu posso jogar numa equipa de CPL, mas estou focado nisto. Estou concentrado em ir a estes países, ajudar estes miúdos a crescer, jogar nas suas equipas e construir estes países… Em Itália começaram com um parque e agora têm uns 50. Estamos a construir talento, chegamos aqui e portamos-mos bem, o que faz com que Itália pareça profissional porque vêm aos eventos e as pessoas têm medo deles, as pessoas pensam que eles são bons jogadores de paintball. Por isso estamos a ajudar a melhorar o paintball a nível mundial. É esse o foco!

GRIP: Quais são as principais diferenças entre os torneios europeus e os norte-americanos?BDE: Os eventos norte-americanos são um pouco mais intensos. Quando digo intensos quero dizer que sinto que na Europa todos se estão a divertir, os eventos são mais numa onda de todos se juntarem para jogar paintball. O Millennium é muito bom, fazem um grande trabalho em montar este grande evento, mas penso que o PSP e a NPPL fazem um pouco melhor no que toca à intensidade, às rivalidades. Existe mais camaradagem, dentro e fora do campo, mas também mais competição, porque nos EUA todos nos conhecemos. Eu estou com aquele pessoal todos os fins de semana. Curtimos de segunda a sexta, vamos ao ginásio de segunda a sexta e jogamos ao fim-de-

entrevista

«Com 10 anos jogava

«Ten Man», a maioria nem

sabe o que é isso hoje em dia. »

Page 55: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

55

«Em Itália as festas são divertidas, as miúdas são fantásticas, o paintball é ainda melhor.»

semana. Quando vamos para os torneios não existe qualquer diferença, apenas que estamos em hotéis diferentes. Por isso, o meu trabalho é ter a certeza de que vamos para campo e ganhamos, porque não quero ir para casa e ouvi-los durante dois meses a dizer que me ganharam. Por tudo isto a intensidade é muito diferente, o nível de competição é muito díspar porque as equipas são movidas pelo dinheiro, existem pessoas que apoiam as equipas e querem vê-las vencer. É um pouco mais profissional. Na Europa faz-se um grande trabalho em trazer grandes equipas e em ter muitos participantes, mas se calhar não é tão movido pelo: «Ei, nós somos uma equipa profissional,

estamos a ser pagos para jogar. Precisamos de ganhar, temos de ir para o ginásio.» Penso que é essa a diferença.

GRIP: És um tipo grande conhecido por passar muitas horas no ginásio. Nos dias de hoje pensas que é possível um jogador profissional jogar ao mais nível sem estar fisicamente preparado?BDE: Penso que não! Se queres ser um jogador profissional e queres levar o teu jogo para o patamar acima, ir para o campo e jogar 20 pontos seguidos e ganhar e ser capaz de correr tão rápido quanto possas, tens de ir ao ginásio. Tens de treinar a tua energia, tens de encarar o desporto como um profissional.

entrevista

Page 56: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

56

E penso que no próximo ano os tipos que são um pouco maiores, sem preparação, os tipos que não se focam no ginásio, não irão conseguir continuar a competir ao mesmo nível porque esta modalidade está-se a tornar num desporto profissional como o futebol ou o baseball. Precisas de aperfeiçoar o teu corpo, tens de estar preparado, tens de comer em condições. Ir para um evento e encomendar McDonald’s para o jantar é coisa do passado. Tens de fazer a tua própria comida ou comer de uma forma saudável porque vais precisar dessa energia. E tudo isto resume-se em entender a atmosfera do ginásio. O ginásio tem um papel muito importante no paintball!

GRIP: Não achas que és grande demais

para o paintball? BDE: Não! Penso que sou perfeito para o paintball. Sou grande o suficiente para estar sozinho num aeroporto e deitar três ou quatro pessoas ao chão. Não tenho de me preocupar com nada quando viajo. Sou o Mr. World Wide, baby! Wooooow (risos).

GRIP: Vamos ver-te na Europa para o ano?BDE: Já disse aos Italian Idols que se vieram ao Millennium eu jogo com eles novamente. Esperemos que ganhemos o lugar na Div.1 e que os ajude a chegar ao topo. Caso isso não aconteça, terei sempre opção, porque já me convidaram para ir jogar com algumas equipas de CPL e SPL, mas eu estou sempre a procurar. Não faço isto pelo dinheiro, faço isto porque amo este desporto. •

«Não quero ir para casa e ouvir durante dois meses que me ganharam.»

entrevista

Page 57: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

57

Page 58: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

58

Fotos: RSH Media Design: Handy Tims

58 galeria

Page 59: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

5959galeria

Page 60: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

60

Page 61: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

6161galeria

Page 62: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

6262 galeria

Page 63: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

63

Page 64: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

6464 galeria

Page 65: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

65

Page 66: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

6666 galeria

Page 67: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

67

Page 68: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

68

Page 69: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

6969galeria

Page 70: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

7070 galeria

Page 71: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

71

Page 72: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

72

Vila Franca do Rosário

cn

A terceira etapa do Campeonato Nacional trouxe muitas surpresas às grandes equipas de 2013. Muitos ficaram de fora das finais, colocando em risco a conquista desta prova.Texto: André Garrido

72

Page 73: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

73cn 73

Page 74: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

74

A terceira etapa do Campeonato Nacional (CN) decorreu durante os dias 22 e 23 de Junho em Vila Franca do Rosário, concelho de Mafra.

É de relembrar que esta prova esteve inicialmente programada para ser realizada no Centro Cultural de Belém mas que devido a alguns problemas não relacionados com a Federação Portuguesa de Paintball (FPP) teve de ser adiada.

Apesar deste contratempo a FPP conseguiu substituir o local desta etapa para uma zona perto de Lisboa, tendo

ficado a organização do evento a cargo da equipa Os Belenenses.

O local em si era bastante agradável apesar de ser um pouco escondido. O estacionamento foi um dos maiores problemas para todos os participantes que tiveram colocar alguns carros a trancar outros. Os obstáculos foram montados no centro do piso sintético do Clube Desportivo de Vila Franca do Rosário, o que permitia que todos os presentes circulassem em volta do campo ou até assistissem da pequena bancada coberta.

cn

Page 75: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

75

Até as lojas pareciam ter um local apropriado, tendo sido montadas logo à entrada do recinto. O bar também foi muito elogiado muito devido ao facto de terem mesas para almoçar e acima de tudo de terem conseguido fugir às típicas refeições menos saudáveis. A zona de jogadores também tinha uma secção própria, suficiente para as equipas de Sábado, no entanto foi necessário recorrer a outros espaços no dia seguinte.

O piso sintético é uma mais-valia para o paintball mas é uma péssima solução para dias de maior calor. O calor intenso que

se fez sentir em Mafra é absorvido pela borracha o que provoca muito desconforto nos elementos que têm de ficar mais do

que um jogo em campo, como é o caso da equipa de arbitragem. Além

disto a borracha, pensada para ser apenas pisada, suja os equipamentos dos atletas que têm de jogar no chão.

O layout usado nesta etapa do CN era o mesmo que

iria ser usado no Millennium Series em Basildon. Como já

tem vindo a ser reportado pela GRIP esta é uma prática comum por parte da FPP que assim tenta preparar as equipas que pretendem deslocar-se à prova

Layout muito

agressivo, propício a uma mentalidade de jogo de controlo.

cn

Page 76: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

76 cn

internacional. Este desenho era muito agressivo, ao mesmo tempo que permitia às equipas com uma mentalidade de jogo de controlo tornarem-se superiores. Era comum ver jogadores a subir pelas chamuças, cobra ou até pelo M central. No entanto, a cobra era muitas vezes o local onde a maior luta acontecia, principalmente quando havia um grande apoio do outro lado do campo.

Sábado, como é costume, recebeu as equipas da Liga Swell. Esta foi a etapa com menos equipas neste escalão, visto se tratar de uma divisão que não é trancada, logo as equipas jogam quando lhes é conveniente. Também é sabido que este escalão tem uma maior adesão quando as etapas são realizadas no norte do país.

Este dia é por norma um dia divertido, que começa geralmente a uma hora simpática, o que permite que as equipas venham no próprio dia sem terem de gastar dinheiro extra em dormidas.

Nesta divisão alguns «tubarões» foram surpreendidos. Falamos dos Mad Dogs e dos C4=RTU, duas equipas que lutam pelo título desta divisão que ficaram em último lugar com a mesma pontuação de 18 pontos. Este deslize pode ditar o fim da corrida para estas duas equipas que viram os seus rivais directos passarem à fase final, como é o caso dos Brothers and Friends e dos C02+Ribaliz. Para piorar ainda mais a situação, os Brothers and

Friends ficaram em segundo lugar, ficando a ocupar o primeiro da geral, enquanto os C02+Ribaliz ocuparam a primeira posição, ficando em segunda da geral. O terceiro e quarto lugar desta etapa foram atribuídos a duas equipas estreantes nas finais, falamos do Guimarães e ao 1º Comando Cidade Berço. Os C4=RTU conseguiram manter o terceiro lugar da geral, logo seguidos pelos Mad Dogs.

Domingo começou pouco depois das oito da manhã, atraso que foi facilmente recuperado durante o dia. O horário é pesado para a equipa de arbitragem

que tem de arbitrar com apenas uma pausa para almoço, ainda por

cima durante um dia de muito calor. É ainda de salientar a lesão de João Ramos, que logo nos primeiros jogos do dia lesionou-se no joelho

obrigando a que o Presidente da FPP, e chefe de arbitragem

no Millennium Series, o substitui-se para que todos os jogadores

ficassem o mais bem servidos possível a nível de arbitragem.

Durante este dia jogam as equipas da segunda divisão – Liga GRIP, e da primeira divisão – Liga O JOGO. Estes jogos foram intercalados durante o dia, dentro dos vários grupos existentes. O nível é elevado em qualquer dos escalões e a prova disso é a dificuldade de todas as equipas conseguirem passar à fase final.

No caso da Liga GRIP houve de logo uma surpresa quando o Damaiense, equipa favorita a conquistar o título este ano, não

O Beira-Mar teve o caminho

aberto para vencer as restantes

equipas.

Page 77: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

77cn

Page 78: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

78 cn

Page 79: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

79cn

Page 80: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

80 cn

conseguiu passar às finais. Estes pequenos detalhes demonstram que hoje em dia até uma boa equipa sente dificuldades em ultrapassar certas fases do seu jogo, muito devido a qualidade de jogo das equipas adversárias. Outra surpresa foram os Metralhas Silver que também ficaram de fora das finais, quando nas duas últimas provas tinham conseguido ficar em 4º lugar.

Sendo assim as equipas que passaram às finais foram o Beira-Mar, os Trolls Ink e os estreantes nestas lides em 2013, os Titans e os Blue Falcon. Com a saída prematura do Damaiense, o Beira-Mar teve o caminho aberto para vencer os restantes. Outra

coisa não seria de esperar, pois contam com uma equipa de luxo para esta divisão. No entanto, devido a ser o seu primeiro ano ainda andam um pouco aos encontrões para definirem o seu estilo de jogo enquanto equipa. Na segunda posição ficaram os Trolls Ink, deixando os Titans e os Blue Falcon para os últimos lugares das finais. Desta forma, o Beira-Mar passou a ocupar o primeiro lugar da geral, deixando o Damaiense a nove pontos no segundo lugar, enquanto o terceiro lugar está ocupado pelos Metralhas Silver.

Quem ainda tem sentido algumas dificuldades são os Relâmpagos que ainda

Page 81: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

81cn

não conseguiram habituar-se ao elevado nível da Liga GRIP. Felizmente para eles não poderão descer de divisão, devido à subida provocada pela desistência do Leiria na primeira prova.

Entre os jogos da Liga GRIP existem sempre jogos da Liga O JOGO, a maior liga do campeonato nacional. Nesta etapa a novidade foi o regresso de um dos melhores jogadores Portugueses, «Tony Meister», jogador do Benfica, que há praticamente dois anos estava nos Açores para fazer o seu curso superior. A dedicação ao nosso desporto fez com que pedisse a transferência para Lisboa de

forma a tornar-se ainda melhor jogador do que já foi considerado. Este regresso ainda foi motivo de algum gozo por parte da sua equipa que no jogo contra os

Paintland ergueram um cartaz a dizer: «Tony eles estão aqui

deste lado». É interessante ver que algumas equipas de topo conseguem manter o nível de competição elevado ao mesmo tempo que se

divertem a custa deles mesmo.A grande questão deste

escalão era se os Prophecy iam voltar a meter-se na piscina dos crescidos ou se a vitória da última etapa tinha sido sorte de principiante. O que é certo é que com a

A grande novidade foi o regresso de

«Tony Meister» ao Benfica.

Page 82: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

82

O Sporting tem sido uma das equipas sensação deste ano. A muita experiência existente no grupo tomou finalmente

forma e têm conseguido manter-se nos lugares de topo. É o lugar

merecido para uma das equipas com os jogadores mais batidos da competição nacional.

Após umas semi-finais renhidas, os Prophecy

jogaram com o Sporting para o terceiro lugar. A experiência

da equipa de verde veio ao de cima, que conseguiram parar a

agressividade dos Prophecy. A final foi entre os maiores rivais em

Portugal. Benfica de um lado, Metralhas Porto do outro. Desde que a equipa do

subida desta equipa, aquelas equipas que passavam às finais nas últimas posições passaram a ter mais dificuldades de estar presente na fase final.

Pela negativa destacaram-se os Paintland mais uma vez, que andam estranhamente perdidos em campo. Todos dizem que eles sabem bem mais do que demonstram, no entanto parecem ser os próprios culpados das suas derrotas pesadas. Ainda com uma prestação pouco comum, os Trolls ficaram em sexto lugar.

Para as finais passaram as quatro melhores equipas em prova: Prophecy, Benfica, Metralhas e Sporting.

cn

Iriam os Prophecy

voltar a entrar na piscina dos

crescidos?

Page 83: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

83cn

norte falhou as finais em Guimarães, a picardia entre as equipas tem sido constante. Acaba por ser um jogo além daquele que é jogado em campo. Alguns jogadores acusam a pressão, outros ficam mais motivados. O que é certo é que o Benfica não só ganhou como deu uma lição de paintball aos homens de azul. Não se esperava um resultado tão dilatado mas o Benfica venceu por um justo 4-0.

A equipa de vermelho apenas perdeu quatro pontos o dia inteiro. A presença de Tony foi uma ajuda muito grande, que apesar de não ter jogado muitos pontos é um elemento mentalmente muito forte

na estrutura do Benfica. Não deixa de ser fantástico como esta equipa, que pouco ou nada treina, e que não tem um jogador cobra puro, consegue estes resultados.

Na classificação geral os resultados foram muito idênticos ao desta prova. Benfica está em primeiro lugar a apenas cinco ponto dos Metralhas e logo a seguir está o Sporting com apenas nove pontos do segundo classificado.

Com esta pontuação ainda tudo está em aberto e certamente a próxima prova em Marco de Canaveses, apesar de não ser crucial, será importante para definir aqueles que se querem manter pela luta. •

Page 84: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

84 cn

No segundo ano em Marco de Canaveses a prova já é considerada por muitos como a melhor prova nacional. Como sempre a GRIP deixa-te a par de tudo.Texto: André Garrido Fotos: Hugo Sousa

84

Marco Canaveses

de

Page 85: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

85cn 85

Page 86: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

86

Marco de Canaveses já não é um palco desconhecido para os jogadores nacionais. Foi em Marco, como é normalmente chamado, que se realizou uma das melhores, senão a melhor prova da época passada.

O campo de futebol situado na lateral do estádio do Avelino Ferreira Torres serviu mais uma vez de palco para o nosso desporto nos dias 27 e 28 de Julho. Este campo, com as suas bancadas superiores, permite que o público assista de uma forma confortável, ao mesmo tempo que consegue ver todas as jogadas e movimentações de ambas as equipas.

Ao contrário do ano passado, que foram

montados dois campos lado a lado, este ano o único campo que foi montado foi encostado exactamente a essa bancada para que o público visitante tivesse forma de ver melhor.

O layout foi o mesmo usado no Millennium de St. Tropez, que caso não se recordem foi a primeira prova onde foi usado o novo M. Infelizmente em Portugal ainda não existem os M’s actuais disponíveis tal como a Federação Portuguesa de Paintball desejaria, o que implicou a substituição de duas das pernas deste obstáculo por dois cilindros normais. Na prática a substituição é válida, exceptuando algumas situações onde a volumetria do obstáculo é diferente da do

cn

Page 87: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

87

original provocando algumas disparidades para o que foi pensado no papel. Tal como em França este campo era pensado para se jogar com calma, disparar muita bola e estudar o jogo do adversário. Só assim se podia controlar o jogo e depois avançar. A cobra não era fácil de jogar muito devido aos muitos obstáculos que tinha.

Apesar de estarmos num dos meses mais quentes do ano o clima foi inconstante. Em certos momentos estava muito calor, como passado algum tempo chovia ou estava muito vento. O vento ainda foi um dos responsáveis por atirar o M ao chão durante algumas partidas, especialmente no Sábado.

Esta etapa é muitas vezes decisiva para muitas equipas, pois após o final desta quarta etapa já existem muitos campeões

virtuais em que basta pontuarem em meia dúzia de jogos para levarem

a taça para casa.Sábado é o dia de 5Man e

como já é habitual no norte do país, este escalão passa a ter mais algumas presenças o que

torna a competição muito mais interessante. Após uma terceira

etapa desastrosa para os campeões em título – C4=RTU – esperava-se que a

luta fosse renhida para compensar os pontos perdidos. Certo é que os Brothers and Friends estariam igualmente motivados

Benfica precisa ficar

fora das finais para os Metralhas

sonharem ser campeões.

cn

Page 88: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

88

para não deixar o primeiro lugar fugir.A luta foi constante durante todo o dia

havendo muitas equipas que se intrometiam entre esta batalha de tubarões. Apesar de não ser uma surpresa, pois têm vindo a subir de nível a cada prova, o primeiro lugar desta divisão coube à equipa Guimarães, logo seguida pelos C4=RTU que conseguiram amealhar apenas mais três pontos em relação aos seus rivais directos. Os Brothers and Friends levaram a taça do terceiro lugar para casa, no entanto conseguiram manter uma vantagem de 18 pontos . Apesar de difícil, não é impossível os Brothers and Friends descerem a segundo lugar, bastando para isso ficarem fora das

finais da próxima etapa.O Domingo foi um dia que trouxe algo

mais do que desejado, falamos da chuva. Mais uma vez este dia vê jogar as equipas

da Liga GRIP e da Liga O JOGO.A segunda divisão – Liga GRIP

– é a divisão mais instável, pois tirando o Beira-Mar não houve outra equipa que estivesse presente em todas as finais.

Com a saída dos Prophecy e o baixar de forma do Damaiense,

a equipa de preto e amarelo teve mais uma vez a porta aberta para a

vitória. Conseguiram assim, pela segunda vez seguida o primeiro lugar, o que os torna nos favoritos para passarem à divisão superior com mais 45 pontos que o segundo

Só o Beira-Mar esteve

presente em todas as finais da Liga GRIP.

cn

Page 89: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

89

classificado da geral. Em segundo lugar desta prova ficaram os Blue Falcon, que contaram com a nova contratação – Jorge Sá – que provou ser uma mais-valia ao ajudar a equipa a alcançar o lugar mais alto até à data. Após o deslize da terceira etapa os Metralhas Silver voltaram cheios de força e arrecadaram o terceiro lugar ficando a apenas 21 pontos do segundo lugar da geral.

A divisão de topo – Liga O JOGO – é onde estão os maiores tubarões. Desde cedo existem duas equipas favoritas – Benfica e Metralhas – que fizeram correr muita tinta, tanto em campo, como na GRIP, sobre as várias batalhas que foram travadas

entre eles. A rivalidade já vem de longe, principalmente porque os Metralhas sendo uma das equipas mais fortes a nível nacional há largos anos procuram o título nacional, mas com muita frustração lhes tem fugido. A surpresa deste ano tem sido o Sporting que após muitos anos com maus resultados apareceram e mostraram que ainda estavam cá para calar muitas bocas.

Desta vez os Prophecy não conseguiram passar às finais. Após terem feito o primeiro lugar na segunda etapa, o fulgor tem indo diminuindo provando que apesar de toda a qualidade técnica existente na equipa é preciso mais consistência para manter os

cn

Page 90: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

90 cn

Page 91: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

91cn

Page 92: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

92 cn

Page 93: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

93

excelentes resultados nesta liga. A maior surpresa foi o facto de os

Paintland terem aparecido apenas com quatro elementos na prova, o que vem prolongar os boatos de um eventual fim para esta equipa. Mesmo assim conseguiram ficar à frente d’Os Belenenses que ficaram em último lugar.

Nas finais defrontaram-se as quatro melhores equipas deste ano: Benfica, Sporting, Metralhas e Trolls. Após um desaire na última prova, os Trolls lutam para recuperar o terceiro lugar. Apesar de terem tentado, e muito, não conseguiram ir além de um terceiro lugar na prova de Marco de Canaveses. O título já está fora do alcance desta equipa, pois já estão a mais de 60 pontos de diferença do primeiro lugar.

A final foi entre o Sporting e o Benfica – um verdadeiro derby lisboeta. Nesta recta final

o Benfica tem sido difícil de parar apesar de no início do ano terem vacilado um bocado. Muitas vitórias com diferenças pontuais dilatadas tornam o Benfica o eterno favorito do nosso desporto. A vitória mais uma vez

sorriu-lhes levando mais um primeiro lugar para casa.

Com um quarto lugar na prova de Marco, os Metralhas ficaram a 25 pontos de distância do Benfica, o que obriga a que

o Benfica fique fora das finais para que a equipa do norte

tenha a possibilidade de ganhar o campeonato. As más notícias é que isso nunca aconteceu desde que os Azimut se transferiram para as águias.

A próxima prova em Viseu, nos dias 21 e 22 de Setembro, será certamente uma prova de nervos, com todos os que estão em primeiro lugar a tentar não ter qualquer deslize, ao mesmo tempo que todos os

restantes fazem para os ultrapassar ou deitar abaixo. •

Os Paintland

apareceram apenas com

quatro elementos em Marco de Canaveses.

cn

Page 94: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

94 ipbs94

Page 95: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

95

IPBSBoas infraestruturas com algumas boas equipas

criam um dos torneios mais recentes de paintball. Itália está definitivamente a tornar-se

uma potência do nosso desporto.

Texto: Juan Nevado Fotos: Tommaso Meneghin

ipbs

Page 96: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

96

Temos de dizer que em Itália o paintball já é um facto desde o ano passado. Um país com 60 milhões de pessoas, quase tanto como a França — mas com metade do território —, tempo ameno e boas estruturas é chamado para se tornar num dos principais actores de paintball na Europa.

Um grupo de distribuidores decidiu criar uma organização, IPBS, capaz de oferecer apoio à Federação Italiana de Paintball, encarregada de organizar os eventos da Liga Nacional, oferecendo experiência, excelente cobertura da imprensa e tudo o que os jogadores possam precisar.

Nasceu então a IPBS, apoiando a liga

com os melhores campos em Itália. Quatro eventos: 7 de Abril em Roma, 19 de Maio em Milão, 23 de Junho em Padova e o próximo a 8 de Setembro em Nápoles.

O último evento ocorreu no campo de paintball Bloom Padova All Stars. O campo fica situado numa vila de verão, com pizaria, restaurante, piscina e discoteca.

Essa localização permitiu que o evento tivesse espectadores não relacionados com o paintball, nem com os seus jogadores, que foram surpreendidos com este desporto e com a realidade de terem uma liga italiana em frente dos seus olhos.

Sábado à noite, os jogadores

ipbs

Page 97: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

97

desfrutavam de uma piza… a ver o concurso de miss t-shirt molhada! Também tinham grandes bolas insufláveis transparentes para fazerem corridas de um lado ao outro da piscina.

Os dois encontros da divisão começaram logo pela manhã, sem nuvens no horizonte e com uma bela piscina em segundo plano. Além disso, cada equipa tinha uma tenda branca relaxante como área de jogadores.

O dia começou com sete equipas na primeira divisão — Serie A —, e seis na segunda divisão — Serie B —, pois duas equipas anunciaram dois dias antes do evento que não poderiam participar. Desta forma jogaram todos contra todos.

As equipas em faltam foram os Black

Sharks de Torino, classificados em 4.º lugar na geral, e os Polybus Effect de Roma.

Os Black Sharks estavam a ter uma grande época, sendo patrocinados pela DYE e tendo no seu plantel um jogador espanhol, Francisco Rios, e uma velha

raposa experiente, o venezuelano Derwin Casado. Estes dois jogadores forneciam consistência à equipa e simultaneamente melhoravam o nível dos jogadores, ensinando-os. Isto deve-se ao dono dos Black Sharks, Luis, que se encontra envolvido no crescimento do paintball na sua área, sendo ele também membro da organização da federação.

O campo ficava numa vila de verão com pizaria, restaurante, piscina e discoteca.

ipbs

Page 98: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

98

No evento de Padova, após alguns jogos a organização decidiu mudar para duas divisões de dois grupos, sendo a final a luta pelo primeiro lugar. Essa decisão foi tomada após algumas equipas perceberem que as suas despesas seriam enormes e que o seu orçamento iria ser ultrapassado.

De facto, os Scorpions Milano, classificados em 3.º lugar após dois eventos, e a sua segunda equipa decidiram abandonar o torneio, pois ficaram sem tinta. A organização em conjunto com o distribuidor de outras marcas ofereceram-lhes várias possibilidades de uso de outras marcas, mas eles rejeitaram e finalmente abandonaram.

Essa decisão fará com que a equipa perca qualquer possibilidade de ganhar o campeonato e que a equipa não irá ao evento final, realizado em Nápoles, que é o mais distante da sua cidade.

Na segunda divisão, o mesmo ocorreu com a segunda equipa dos Scorpions, não tão bem classificados mas ainda com bastante para aprender.

Após o segundo evento em Milão uma discussão entre a IPBS e a federação italiana, FIPS, resultou numa separação entre as duas organizações.

O efeito directo dessa separação foi que a organização EuroRefs não estaria, a partir de então, envolvida no torneio, pois apoiavam a IPBS em união com a federação, não enviando nenhum dos seus árbitros experientes nem o chefe de campo para o torneio.

Mas temos de dizer que os árbitros fizeram um grande trabalho, liderados

pela EuroRef italiana Alessandra Berretta e uma equipa de árbitros croatas que estavam a fazer uma arbitragem activa e inteligente sob um forte sol, até explicando e ensinando a equipas da segunda divisão.

A Serie B começou com um jogo muito bom devido à rivalidade existente entre os Extreme Neapolis 3 e os Scorpions Kids, que não foram capazes de dominar o encontro, perdendo o jogo por 3:0. Nesta segunda divisão existem duas equipas a demonstrar um grande nível de jogabilidade, sendo de certeza a revelação do torneio: Riddlers Padova e Alchemists. Esta última levou um rombo pelo plantel da primeira equipa, que possuía mais experiência. Depois, os

Hallucinate foram capazes de vencer os Oblivion, uma nova equipa na liga.

Após o intervalo para almoço, e mais uma vez devido à desorganização dos Scorpions, a sua segunda equipa anuncia que abandonaram o torneio, pois o seu stock de tinta tinha terminado.

Assim, as finais começaram após o intervalo, com os Extreme 2 contra os Oblivion e os Hallucinate Grosseto contra os Alchemist. Os Riddlers mantinham-se envolvidos devido à desistência dos Scorpions Kids.

Mesmo sendo uma equipa forte, os Hallucinate perderam o seu jogo,

Os árbitros fizeram um óptimo trabalho, liderados pela EuroRef

italiana Alessandra Berretta.

ipbs

Page 99: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

99ipbs

Page 100: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

100

terminando o torneio em quarto lugar. A final foi entre os Extreme Neapolis 2, superiores em ambos os jogos, e os Riddlers. Os 3:0 dos Extreme confirmou-os como a equipa mais forte do dia e da classificação geral, com apenas um evento por vir, surgindo no topo do pódio pela segunda vez e mostrando que, após o resultado menos bom no evento em Milão,

têm treinado duro para melhorar e serem uma equipa mais completa.

Para o último evento, em Nápoles, casa de Paolo Russo, presidente da IPBS, a organização terá um local que toda a Europa deverá olhar com cuidado: um resort relaxante na praia, com duas piscinas, restaurante e discoteca.

Que seja um grande final de época! •

O próximo evento será realizado em Nápoles.

ipbs

Page 101: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

101

Page 102: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

102

GRIP: Começaste a jogar paintball em Nova Iorque. Como eram os tempos em que passavas o tempo na pequena loja de paintball ao lado de tua casa?Nicky Cuba: Eu tinha dez anos quando comecei a jogar mas provavelmente já andava pela loja com oito anos. Era divertido, chamava-me a atenção. Eu só queria participar neste desporto porque o meu irmão mais velho e os miúdos do bairro tinham começado a jogar, então despertou o meu interesse. Era um desporto diferente: correr com a nossa arma, disparar nas pessoas, divertir-me, mas não estávamos a matar pessoas,

entrevista

«Fui lá para ganhar! Queria ser o número um!»

Nicky Cubaapenas estávamos a jogar um grande jogo.

GRIP: Achas que essa loja fez com que alguns miúdos ficassem longe das ruas, longe das más companhias e não fossem por maus caminhos?NC: 100%. Manteve-me longe dos problemas, com toda a certeza, ao estar

Texto: André Garrido

Horas antes de conquistar o primeiro título de Millennium com os Infamous, estivemos à conversa com Nicky Cuba, famoso pela sua agressividade, pela sua barba e pelas bocas que manda. Fica a conhecer tudo sobre uma das lendas do nosso desporto.

Page 103: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

103entrevista

«Fui lá para ganhar! Queria ser o número um!»

Nicky Cubarodeado das boas pessoas deste desporto. Conheci boas pessoas que fiquei mais esclarecido e que me mostraram o mundo. Estive em quinze países diferentes e tem sido uma experiência de vida fantástica.

GRIP: Agora tens 32 anos. Passaram mais de 20 anos. Por mais quanto

tempo pensas continuar a jogar profissionalmente?NC: Não tenho pensado muito nisso. O tempo e a vida dirão. Agora tenho uma família, por isso essa é a minha prioridade, mas amo este desporto mais do que tudo. Penso que consigo jogar pelo menos mais dez ou vinte anos, mas serei

Page 104: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

104

capaz? Não sei mas estarei neste desporto de qualquer das formas.

GRIP: Ser jogador profissional é a tua única profissão?NC: Bem, eu trabalho para a Kee Action Sports. Sou um dos tipos que representa a JT Splat Master, o novo produto que construímos e pensámos de forma a trazer a geração mais nova ao desporto porque o paintball não é como os restantes desportos. É muito intimidador para as mamãs, papás e miúdos. Se vierem jogar ao nosso nível onde se dispara a 300 pés por segundo e forem dumpados

ou atingidos de muito perto é provável que nunca mais joguem. Mas agora que fizemos este produto – JT Splat Master –, esperemos que os miúdos se divirtam, tenham a experiência do paintball e

adorem fazê-lo.

GRIP: Que obrigações tens para com as marcas que te patrocinam?

NC: Eu represento todas as marcas que alguma vez me patrocinaram

porque elas tomam conta de mim. De momento a Empire,

a Kee Action e a JT Splat Master têm tomado conta de

mim melhor que qualquer empresa. Eles são o topo da cadeia, são uma

empresa fantástica que se preocupa com os jogadores,

em construir o desporto e focada em mostrar o desporto ao Mundo.

Desta forma podemos ser reconhecidos como um desporto verdadeiro em vez de uma novidade.

GRIP: Falaste à pouca da tua família. És casado e tens uma filha fantástica. Como geres o facto de passar tantos fins-de-semana longe da família?NC: É difícil! Muito difícil! Tenho saudades deles mas felizmente nos dias de hoje temos o Skype e o Facetime por isso ainda consigo falar com eles e vê-los. Isso ajuda-

entrevista

«Sou de Nova Iorque, o que esperavas?»

Page 105: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

105

me a lidar com facto de estar longe deles por tanto tempo porque os amo muito. É mesmo muito difícil estarmos longe porque temos os treinos, os torneios e depois temos os eventos JT Splat Master ou tenho os clinics… Estive fora todos os fins-de-semana desde Janeiro até ao fim de Maio, e depois tive um fim-de-semana de descanso em Maio, e em Junho comecei com os treinos para Chicago, e depois fui para Chicago, e agora estou aqui. É non-stop!

GRIP: Há algum tempo publicaste uma fotografia da tua filha quando ela era muito pequena com uma JT Splat Master nas mãos. Gostavas que ela se tornasse

jogadora de paintball?NC: Não tem necessariamente de ser jogadora de paintball, mas se quiser disparar umas armas e divertir-se porque sabe que é o que eu adoro fazer, isso seria porreiro! Mas se ela quiser tentar e ser alguém neste desporto, ela pode. Tem

muitas oportunidades na vida e ela pode fazer o que entender. O que a fizer feliz!GRIP: Matt Marshall disse que eras tão rápido a mandar bocas como com os teus movimentos. Que tens a dizer disso?

«A Vanquish é o Rolls Royce. É de raça superior.»

entrevista 105

Page 106: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

106

NC: (Ri-se muito) Ele é um dos meus melhores amigos. Sou de Nova Iorque, o que esperavas? (ri-se).

GRIP: Ainda ontem passaste o dia inteiro a meter-te com o Marcello Margott dos Nexus…NC: Ele é como o meu irmão mais novo. Jogo com ele desde os seus 15 anos. Joguei com ele e contra ele. É uma coisa nossa. Se ele me acerta, ele vai gozar comigo e ele não faz isso com mais ninguém, mas a maioria das pessoas quando têm a oportunidade de se vingar, vai fazê-lo. (ri-se)

GRIP: Em muitos vídeos e entrevistas é visível o teu carinho pelos miúdos mais novos nas clinics e ao mesmo tempo estás ligado a causas sociais como a angariação de fundos para as vítimas do furacão Sandy. Este tipo de atitude não é muito comum nos jogadores de paintball. O que te leva a estar envolvido nestas causas?NC: Foi algo que aconteceu. Foi um desastre natural na minha zona, mesmo ali na esquina. Muitas pessoas foram afectadas em Long Island, de onde eu sou. Muitas pessoas de Nova Iorque e Nova Jersey até um pouco na costa do Connecticut. Eu senti que tinha a oportunidade de ajudar e senti que tinha o dever de o fazer. Não devo pensar só em mim, tenho de pensar nos outros. Tenho de pensar em formas de usar o meu nome que fiz crescer neste desporto e essa foi uma das formas. Devemos continuar a fazer coisas destas porque temos de ser boas pessoas.

GRIP: Há alguns anos disseste que os jogadores deviam ir para as escolas partilhar as experiências com os miúdos para promover o desporto e procurar putos mais novos. Já o fizeste?NC: Tentei ir ao meu liceu e preparatória e aos sítios onde cresci… e é muito difícil quebrar a barreira porque o que eles vêem é uma arma ao qual nós chamamos de marcador. É uma barreira difícil de quebrar, mas com o tempo vamos deitando-a abaixo. Já jogamos nas faculdades e espero que com o tempo joguemos no liceu e até quem sabe na preparatória, porque desenhámos a JT

Splat Master. Não será tão intimidatório quando virem uma peça de plástico em vez de uma peça de metal com muitas parecenças com uma arma. Depende dos jogadores dar a conhecer a todos, levar o conhecimento e explicar que a segurança está em primeiro lugar, é o que todos precisam de perceber. Quando estamos aqui, estamos seguros. Temos máscaras, usamos tapa-canos e quando se vai para campo essas pessoas ficam um bocado desorientadas, mas isso acontece em todos os desportos.

GRIP: Voltando ao passado. Foste um dos jogadores que esteve no primeiro jogo de X-Ball alguma vez feito. Como lembras esse dia?NC: Penso que foi uma das minhas

«Tinham-nos prometido imenso dinheiro e não o recebemos.»

106 entrevista

Page 107: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

107entrevista 107

Page 108: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

108

maiores conquistas porque foi com a equipa dos EUA. Estava rodeado por todas as pessoas que eu admirava. O Bob Long era o treinador e foi ele que escolheu a equipa. Foi uma honra ser escolhido por ele e jogar ao lado de John Richardson, Chris Lasoya, um dos meus melhores amigos Oliver Lang,

Alex Fraige, Rich Telford, o meu buddy Mooner, que muitas pessoas não conhecem mas que é um dos melhores jogadores de sempre. Foi fantástico estar rodeado por todos estes grandes jogadores.

GRIP: Alguma vez te ocorreu que

108 entrevista

Page 109: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

109

esse seria o dia que mudaria o nosso desporto?NC: Tinha previsto isso! Eu rezava e esperava que fosse! Esperava que fosse a «coisa» que nos catapultasse para a ESPN, passar na televisão, ser conhecido em todo o Mundo. Em muitos países é muito difícil ensinar e elevar o nosso desporto porque existem tantas leis contra o paintball… É algo que ainda estamos a trabalhar, mas já estivemos na ESPN várias vezes, e neste momento o National College Paintball Champioship passa na televisão norte-americana. Estamos a ficar cada vez mais reconhecidos e só precisamos de continuar a insistir e mostrar às pessoas o que é o nosso desporto e o carinho que todos nós temos por ele, para que as restantes pessoas que nunca jogaram experimentem e se apercebam que é um grande desporto.

GRIP: Eras conhecido pela tua agressividade nos Ground Zero e passado algum tempo mudaste-te para os AfterShock, uma equipa com o teu estilo de jogo. Mas as coisas não correram muito bem. O que aconteceu?NC: Estive com eles uma época. Foi no primeiro ano de X-Ball. Era uma excelente equipa, mais uma vez estava rodeado por jogadores espectaculares como o Todd Adamson, que foi um dos melhores bases de sempre, Billy Ceransky, que foi um dos melhores médios de sempre, também tínhamos o Mike Bruno, Richie Maliszewesk que fez dos run-throughs o que eles são.

Jogávamos com alguns dos melhores do mundo e as coisas não resultaram. Tivemos de desistir e seguir em frente.

GRIP: A seguir foste para os XSV. Alguma vez pensaste que os XSV se tornariam tão grandes?NC: Quando estava a decidir o que iria fazer quando me estava a mudar para a Califórnia, sentei-me com o Matty Marshall e falámos sobre o que eu devia fazer. Ele estava concentrado em organizar uma nova equipa com o Rich Telford, Thomas Taylor, Neil Eberlie mas eu tinha acabado

de lhe dizer que ia jogar com os Dynasty. Ele virou-se para mim e disse: «Queres ir para a melhor equipa ou queres ganhar à melhor equipa?» Eu adoro mandar alguém abaixo. Eles são todos meus amigos mas foi um caminho difícil que tivemos de batalhar para chegar onde chegámos. Tornámo-nos uma das equipas mais temidas. Ganhávamos torneios após uma primeira época difícil. No primeiro torneio ficámos em 16.º, um espectáculo terrível. E após isso começámos lentamente a chegar às semifinais e às finais e após isso a chegar ao segundo lugar, segundo lugar… (faz uma pausa) Segundo lugar. Era constante. Ser a dama de honor dos Dynasty. Continuámos a treinar no duro, arranjámos personal trainers, durante

«O estilo dos Infamous é rápido e in your face. Podemos adaptar-nos,

somos tipo camaleões.»

entrevista

Page 110: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

110

a semana treinávamos ainda mais, nos fins-de-semana íamos para o campo do Richie e treinávamos o dia todo, Sábado e Domingo. E quando chegava a casa ia para um campo perto de casa em San Diego, sozinho ou com amigos e fazia alguns drills. Ia para campo jogar e tentava aperfeiçoar o meu ofício para que fosse um jogador de topo no mundo.

GRIP: Os XSV tornam-se uma loucura a nível mediático em todo o mundo. Alguma vez pensaste que isso fosse possível?NC: Na minha cabeça essa foi a razão por fui para lá! Fui lá para ganhar. Fui para lá roubar o mediatismo aos Dynasty. Queríamos ser o número um. Todos naquela equipa queriam ser a equipa mais falada e os melhores jogadores. Por isso, sim, estava à espera disso!

GRIP: Do nada tornaram-se mundialmente famosos. Como lidaste com esta exposição?NC: Quer dizer… É fantástico! Só tenho que agradecer a quem tornou isto possível: à minha mãe, à minha família, à minha noiva e à minha filha por me apoiarem. É como se eu não acreditasse! Mas a exposição não significa grande coisa se não fizeres nada com isso. É por isso que tento ensinar miúdos e tento trazê-los e construir este desporto, porque sem ele eu não estaria onde estou.

GRIP: No último ano dos XSV a equipa teve alguns problemas monetários e

deste o salto para os Ironmen. Nessa altura justificaste-te, em demasia, que tinhas de tomar conta da tua família e de ti. Pensas que as pessoas não olham com bons olhos quando um jogador muda de

entrevista

Page 111: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

111

equipa por causa do dinheiro?NC: Sim, porque as pessoas são ignorantes. As pessoas não pensam no grande esquema das coisas. Apenas pensam que adoram aquela equipa ou aquele jogador e que ele

devia jogar naquela equipa para sempre. Eles não compreendem a história por trás, não percebem que temos vidas fora disto. Queremos ser alguém, queremos ter família, um carro, uma casa e fazer coisas fixes como férias e coisas desse género. Nos XSV não estava a resultar, tinham-nos prometido imenso dinheiro e não o recebemos. Nessa altura a minha mãe estava doente, precisava de ajuda, tive de fazer o que era o melhor para a minha família.

GRIP: Nos Ironmen jogaste com o Oliver Lang, um dos teus melhores amigos, e uma quantidade de jogadores lendários. Era fácil gerir todos os egos?NC: Sim porque tínhamos o tal objectivo comum, queríamos ganhar, queríamos deitar os outros abaixo. Essa foi outra coisa, mais uma vez quando estava a tomar a decisão de ir para os Ironmen pensei em ir para os Dynasty, mas depois o Oliver e o Mr. U ligaram-me. Tivemos uma conversa e encontrámo-nos com o David Youngblood. Foi a decisão correta na altura certa e eles tinham a direcção ideal, o apoio certo do Dave, ele fazia tudo pela equipa como sempre fez. Ele comprou um rancho e construiu um campo para que pudéssemos praticar sem parar. Tínhamos muitos jogadores jovens: Brandon Short, Marcello Margott, Alex Goldman e depois tínhamos o Mr. U, Paxson e Oliver. Na nossa primeira prova ganhámos! Tomei a decisão certa e essa equipa será sempre uma força a considerar.

GRIP: Parece que existiram muitas

entrevista

Page 112: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

112

oportunidades de ir para os Dynasty. Ao mesmo tempo parece que foi a única grande equipa que falta no teu curriculum. Achas que é possível vermos-te nos Dynasty no futuro?NC: Neste momento penso em construir os Infamous. Tenho um grupo de jogadores novos e famintos que tem vinte e vinte e poucos anos e estão focados em usar o seu tempo e esforço. É isso que eu estou a fazer, usar o meu tempo e esforço com eles e trazer o melhor que esta equipa tem.

GRIP: Porque mudaste dos Ironmen para os Infamous?NC: O que se passou nos Ironmen foi algo de fantástico. O Dave Youngblood foi muito bom para mim, tomou conta de mim e mais uma vez foi uma situação de questões financeiras, agora a nível mundial. Todos estavam a ser afectados e as coisas não estavam a resultar.

GRIP: Do teu ponto de vista como têm sido estes anos com os Infamous?NC: Loucos! (Risos) Temos tido uns quantos jogadores diferentes nesta equipa. Temos de mexer no roster todos os anos com novos jogadores e tem ficado um grupo fixo como eu, o Travis, o Bobby, o Kevin Rudolph e basicamente é isso. Têm sido estes que têm ficado. Espero não me estar a esquecer de ninguém, peço desculpa se o fiz. E tínhamos um bom treinador. O Todd (Martinez) treinava-nos. A mesma história, indivíduos famintos que querem ganhar. Temos sido totalmente apoiados pelos nossos patrocinadores como a Empire e a

entrevista

Page 113: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

113

bola Evil; têm-nos apoiado e promovido ao máximo. Temos um grupo de indivíduos bons e talentosos e estou muito excitado para ver o que conseguimos fazer este ano.

GRIP: Ao mesmo tempo parece que falta sempre um pequeno passo para ser a equipa número um. O que falta?NC: Concentração mental. Esta época tivemos a vitória garantida nas semifinais contra os Dynasty e deixámos darem a volta em um minuto e vinte segundos e pontuarem três pontos que ainda penso que não mereceram. (risos) Continuo a achar que alguns corriam com tiros. Mas é o que é. Mas temos de continuar a lutar e a manter a paixão para jogar e podes ver isso quando vais lá para dentro. Nós temos de ser humildes e não levar de forma ligeira aquelas equipas não tão fortes e entrar em campo demasiado confidentes e pensar que vamos esmagá-los e acabamos por perder esses jogos. E depois vamos jogar contra os Damage ou Ironmen e ganhamos-lhes. Só depende de nós!

GRIP: Os Infamous mudaram de Los Angeles para Chicago. Em que é que isso afectou a equipa?NC: A mudança foi para melhor porque o núcleo da equipa: Damian Ryan, Drew Templeton, Chris Sosine, Brad Mc Curley, Zack Patient; todos estes jogadores vivem lá e o Travis (Lemanski) foi viver para Detroit, que é apenas a três horas de carro, e eu estava em Nova Iorque, que fica a uma

hora e meia de voo, por isso foi bem jogado porque pudemos ir todos dar no duro para o CPX Paintball. Foi a maneira como

resultou. Funcionou muito bem!

GRIP: Uma pergunta difícil. O ano passado o teu bom amigo Todd Martinez…

«O que pensas do tabu de limpar um tiro?» «Que é que isso tem de tabu?»

entrevista 113

Page 114: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

114

NC: Sim, um grande amigo!

GRIP: desistiu de treinar os Infamous. Era ele o culpado dos maus resultados?NC: Não! Não tinha nada que ver com os resultados da nossa equipa. Ele queria focar-se na sua empresa – Raza – ao mesmo tempo que lhe ofereceram «coisas» para ir para os Vicious. Ele fez o que era correto para ele, mas isso volta a uma das questões que me fizeste há pouco, que se prende com a forma como as pessoas te julgam.

GRIP: O Socialpaintball.com disse que os campos maus e lentos ajudam o jogo dos Infamous. Concordas?

NC: Maus? Eles chamaram-lhes maus? Talvez não saibam do que estão a falar. É só um campo. O estilo dos Infamous é rápido e in your face. As pessoas pensam que apenas temos uma velocidade, mas temos muitas, podemos adaptar-nos, somos como que camaleões. Esta equipa tem tanto talento, com o Damian Ryan, o Bobby Aviles e todos os outros… Podemos jogar devagar como os Damage e ficar ali sentados a fazer linhas, mas se tivermos a oportunidade vamos buscar-te.

GRIP: Este ano desistiram da NPPL. Qual foi a razão?NC: Queríamo-nos focar na PSP, ganhar X-Ball, e depois vínhamos para o Millennium por isso iria ser muita areia para a nossa camioneta. A NPPL já não é o que era. Já não é a mesma coisa e todos os melhores jogadores do mundo jogam na PSP. Eles podem dizer outra coisa, mas todos que são profissionais e todos os tipos verdadeiros sabem-no.

GRIP: No final de todas as temporadas existem rumores de que a NPPL e a PSP se vão fundir ou acabar. Que pensas disto?NC: Esses rumores existem há anos. São apenas rumores. A PSP é apenas a melhor liga que anda aí!

GRIP: Como apareceu a oportunidade de vir ao Millennium?NC: Queríamos vir aqui e promover-nos e mostrar o nosso equipamento. Todos adorávamos viajar. O Millennium é

114 entrevista

Page 115: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

115

divertido. Já venho aqui desde os meus 16 anos. É excitante, especialmente se for a primeira vez e nunca tenhas saído dos EUA para ver o mundo. Isto deu-nos a oportunidade de mostrar aos miúdos da nossa equipa um lado diferente do mundo e diferentes estilos de paintball. O Millennium faz sempre um excelente trabalho, tem sempre fãs empolgados!

GRIP: Falaste de diferentes estilos de jogo. As equipas norte-americanas têm geralmente alguma dificuldade de se adaptar ao estilo europeu. Como tem sido essa vossa adaptação?

CN: A sério? Não penso que exista uma grande diferença porque quando eu vinha aqui, quando o Millennium estava a começar, nós esmagávamos as equipas e não eram nada de jeito (sorri). Eram sempre as equipas dos EUA nas finais e

semifinais. Seriam as quatro equipas de topo dos EUA a ganhar. Foi assim durante muitos anos. O Oliver (Lang), o MR. U, David Williamson e eu viemos cá fazer clinics. Os russos também davam clinics e eles estavam a tentar adaptar-se ao estilo norte-americano, por isso penso

«No primeiro torneio com os XSV ficámos em 16º, um espectáculo terrível.»

entrevista

Page 116: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

116

que os europeus pegaram no nosso estilo em vez de sermos nós a apanhar o deles. Não tivemos de adaptar-nos a nada, os europeus é que se adaptaram a nós.

GRIP: E a nível de arbitragens? Muitos norte-americanos queixam-se de que os Eurorefs são muito, muito severos…NC: Todos os árbitros são exigentes. Um árbitro é um

árbitro, uma zebra é uma zebra! Eles têm de tomar as decisões, algumas pessoas podem não ter a decisão que queriam. Eles são humanos, as pessoas cometem erros. Muitas pessoas dizem que é porque eles não gostam dos norte-americanos ou algo desse género. Tens disso em todo o lado e em todos os desportos. Eles têm de

tomar uma decisão, quer seja certa ou errada, é sempre uma decisão feita

em campo e pode fazer com que ganhes ou percas o torneio mas

tens de saber lidar com isso.

GRIP: Porque é que tens nacionalidade

portuguesa no teu perfil do Millennium?

NC: Porque eles fizeram borrada! (Risos) Penso que

deve ser de quando joguei com o Benfica, de Portugal, há uns anos,

com um grupo de amigos com o Hugo (Domingues) e o Tiago (Coelho). Ficaram com isso na base de dados e nunca mudaram.

GRIP: Que diferenças encontras entre os

primórdios do Millennium e dos dias de hoje?

NC: Existem mais equipas, existe mais espectáculo

envolvido. Têm os camiões, tendas e um espaço de vendas como

temos nos EUA. Muito europeus estão

entrevista

Page 117: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

117

contentes de nos ver aqui, e estão aqui a divertir-se. Se perdem, continuam por cá a divertir-se e a passarem-se da cabeça nas bancadas. Continuam a querer conhecer-nos porque não estamos aqui todo o tempo. É divertido, eu adoro estar cá!

GRIP: Estiveste nas melhores equipas do Mundo. Se tivesses de escolher apenas um qual seria?NC: Essa é uma pergunta difícil! (risos) A equipa em que preferi jogar? Existem tantas coisas boas em todas as minhas equipas, todas têm um lugar especial no meu coração… Não consigo voltar atrás e destacar uma onde ficasse. Seriam todas. (risos)

GRIP: E se tivesses de escolher um momento na tua carreira?NC: Ah! Teria de ser o primeiro Campeonato do Mundo com os Ironmen, ganhando duas vezes de seguida. É demais! Esse foi um dos melhores

momentos porque o Campeonato do Mundo tem tantas equipas e todas querem ganhar, e existem tantos jogadores que o jogaram várias vezes e nunca o ganharam… Vencer o Campeonato do Mundo e o campeonato no mesmo dia foi fantástico!

GRIP: Como vês o maior tabu do

«A loja de paintball ao lado de minha casa manteve-me longe dos problemas.»

entrevista

Page 118: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

118

paintball, que é limpar um tiro?NC: Que é que isso tem de tabu? (risos) Isso é como em qualquer outro desporto. Existem pequenas coisas que fazes em qualquer desporto. No futebol as pessoas safam-se tropeçando. No futebol americano as pessoas safam-se fazendo holding. Por isso é que existem árbitros. As pessoas jogam na área cinzenta e se forem apanhadas, estão a fazer batota; se não forem, não foi um tiro! (risos)

GRIP: Nos Infamous jogas com a nova Vanquish. Sem o discurso de jogador patrocinado, o que pensas deste novo marcador?

NC: Todos vão pensar que é o típico discurso. É o melhor

marcador do mercado. Já usei todos os marcadores, joguei para

todas as empresas. É o Rolls Royce. É de raça superior. Conseguimos levar a arma para um outro nível.

GRIP: Há alguns anos, nos Ironmen, estiveste lesionado. Quais foram os teus pensamentos nesse momento particular?NC: Hoooo! Os piores pensamentos… Começas logo a pensar se alguma vez serás capaz de jogar ao mesmo nível de antes. Vais sequer voltar a jogar? Com alguma sorte apenas rompi e rasguei todos os ligamentos e tendões do meu tornozelo. Com os médicos certos, mentalidade de treino correta, esperar para voltar ao topo e colocar o tempo necessário no ginásio, foi o que foi preciso. Estar focado em querer ser o melhor.

entrevista

Page 119: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

119

publicidade

GRIP: Tens uma escola de paintball – Nuskool. Como está a correr esse projecto?NC: Sim! Nuskool Paintball Academy. Tem corrido bem e consiste em eu andar às voltas a fazer clinics. Apanho miúdos e adultos de todas as idades. Começámos há muito tempo, tinha provavelmente 21 anos, viajando e dando clinics com o Oliver, Mr. U. É fantástico. Adoro ensinar este desporto às pessoas. Adoro passar o conhecimento que tenho e que adquiri ao longo dos muitos anos em que jogo este grande desporto. É muito compensador ensinar alguém que vem às nossas clinics, que não sabem nada ou talvez até saibam mas estão a fazer as coisas

completamente erradas. Depois consegues fazer com que façam correctamente no final da clinic e que tenham adoptado o teu estilo de jogo, e que que levem tudo o que ensinaste e o ponham em prática. É outro grande momento, sempre!

GRIP: É a tua barba uma questão de branding, a tua imagem de marca?NC: (risos) Não! Desde que sou pequeno que quis usar barba. (risos) Adoro. E consegui finalmente fazê-la crescer. •

«Se os miúdos vierem jogar e forem dumpados é provável

que nunca mais joguem.»

Page 120: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

120

Máscara – DYEColar – Primark

Fotógrafo: Carlos RodriguesModelo: Filipa MonteiroMakeup & Hair: Sílvia FerreiraStyling: Thiago Semedo

miss grip120

Page 121: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

121miss grip 121

Page 122: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

122

Marcadores – DYEBattlepack – DYELoader – DYESutiã – Calzedonia

122 miss grip

Page 123: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

123

Máscara – DYECalças – DYE

Sutiã – Intimissimi,Colar, pulseira e anéis – Primark

miss grip 123

Page 124: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

124 miss grip124

Joelheiras – DYECotoveleiras – DYESutiã – Primark, Colar – Parfois, Sandálias – Zilian

Page 125: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

125miss grip 125

Camisola – DYECotoveleiras – DYEColar – Primark, Cueca – Intimissimi

Page 126: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

126 miss grip108

Marcador – DYELoader – DYE

Protector de botija –DYECorpete –Intimissimi,

Colar e pulseira –Primark

Page 127: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

127miss grip 127

Calças – DYECamisola –DYECueca –Tezenis, Pulseira – Primark

Page 128: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

128 cenário128

Bild

er

Page 129: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

129

EuroBigGame

cenário 129

Em Maio decidimos visitar o jogo mais longo da Europa. Como sempre contamos-te como foi.Texto: André Faria

Page 130: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

130

O EuroBigGame (EBG) é um evento famoso que ocorre no norte da Alemanha com quatro dias consecutivos de paintball… com certeza o evento mais longo da Europa!

Tudo começou em 1996 em Bockange, França, com apenas um punhado de jogadores. Após superar Bockage e Veckring em França, o EuroBigGame mudou-se para a Alemanha, em Mahlwinkel, uma pequena vila a poucos quilómetros de Magdeburg. Esta antiga zona militar foi transformada num paraíso de adrenalina com o fim da guerra fria.

O público vai desde de jogadores de cenário a jogadores de torneio e de recball, com um bom número de jogadores do sexo feminino. Ocorre duas vezes por ano durante quatro dias consecutivos. Durante esses oito dias não há ideia da distinção entre paintball, Airball e Woodsball. Aqui todos se dão bem uns com os outros, jogam e divertem-se em conjunto. O resultado é uma atmosfera impar, tal como um festival ao ar livre e com um tamanho enorme. Existem mais jogadores do que num evento do Millennium.

Para alcançar isto, cinco pessoas planeiam tudo durante três meses e 30 pessoas têm que preparar o local durante três dias. Podemos assegurar-vos que o trabalho é notável. Aqui os jogadores podem tocar, experimentar e comprar os gadgets mais recentes do paintball, adquirir alguma comida, cerveja Alemã ou ouvir música ao vivo. Este lugar está sempre cheio de actividade. Existem

também dois ecrãs que mostram toda a acção de dentro e fora do campo.

Na quinta-feira de manhã a equipa tinha crescido para 150 pessoas, incluindo os árbitros, segurança e tantos outros. Tudo estava pronto para começar, a acção do paintball começa aqui, os jogadores têm 32 horas de paintball pela frente e os encontros terminam por volta das nove horas da noite.

Quanto a melhorias, a organização alterou um pouco o campo, incluindo dois novos edifícios. Cavou novos bunkers, colocou novos obstáculos e o tamanho aumentou para cerca de 40 hectares. Isto resulta numa grande variedade de cenários que incluem a floresta, as casas e bunkers, áreas de speedball e muitos

lugares sorrateiros.Não nos podemos esquecer das

estradas e dos seus reis: dois tanques que regularmente patrulham o local e que ajudam a equipa mais frágil. É um desafio tentar incapacitar esses tanques, quando um jogador tem que saltar para a sua traseira e atingir ou carregar na placa que incapacita o veículo. Mas a vida num tanque assim também não é fácil, pois, quando as janelas são cobertas com uma camada espessa de tinta torna-se difícil ver alguma coisa para o exterior.

O EBG é intenso, dentro e fora do campo. Um torneio grátis de Sup’Air, um elemento de cenário chamado SEG num

cenário

• Tudo começou em 1996 com apenas um punhado de jogadores.

Page 131: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

131cenário

Bild

erRS

H M

edia

Page 132: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

132 cenário

RSH

Med

ia

Page 133: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

133cenário

dos edifícios (jogado à noite após o jogo regular) e outras atracções tais como uma banda ao vivo ou um espectáculo de strip! Houve um leilão para um hospício infantil que reuniu mais de 6700 euros em dinheiro. Os jogadores doaram voluntariamente para crianças com doenças incuráveis e mais uma vez o tornaram um dos destaques da noite neste evento EBG.

Comum na maioria dos eventos é o grande ambiente na área de acampamento, com a reunião de jogadores vindos de toda a Europa. Para manter o conforto elevado, existem

chuveiros e sanitas de porcelana que são regularmente limpas. Também existe electricidade disponível e muitas tendas possuem o seu próprio frigorífico ou máquina de café.

O EBG oferece variedade, tamanho, qualidade e uma organização adequada, mesmo apesar de um pouco de chuva, 1500 jogadores de pelo menos 12 países estavam presentes. O próximo EBG acontecerá entre 5 a 8 de Setembro de 2013 e os jogadores devem esperar acção à séria, e deverá ser tão intenso e enorme como sempre foi. •

Bild

er

Page 134: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

134

Tippmann Challenge UK

cenário134

Uma mudança de cenário à última da hora fez com que tudo tivesse de ser reajustado num prazo recorde para comportar um jogo com mais de 300 jogadores. Como sempre, a GRIP deixa-te a par do que se passou.

Texto: André Faria Fotografia: ?????

Page 135: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

135cenário 135

Brad

loph

otog

raph

y

Page 136: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

136

A quarta e última edição do Tippmann Challenge Uk teve a duração de três dias, no fim de semana de 19,20 e 21 de julho de 2013, tendo sido organizado pela Shoreline.

Deveria ter decorrido no complexo de Treino Urbano Militar de Sennybridge, no sul do País de Gales, mas um cancelamento de última hora por parte do Ministério da Defesa, devido a um exercício militar de grande escala, obrigou a organização a configurar uma nova localização e novos jogos apenas duas semanas antes do evento. Um verdadeiro pesadelo, que testou as

capacidades da equipa de Shoreline. No momento da compra do bilhete

os jogadores tinham de aceitar que, devido ao facto de o local ser de treino militar activo, existia o risco de o evento ser remarcado ou realocado num curto espaço de tempo.

A Shoreline consultou os líderes das fações e os capitães das equipas principais, tendo havido unanimidade nas opiniões. Todos preferiam que o evento

A tabela de pontuação foi maníaca durante a realização dos nove jogos, num total

de dez horas de puro paintball.

cenário

Brad

loph

otog

raph

y

Page 137: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

137

fosse realocado e que ocorresse num novo local, em vez de ser remarcado para Sennybridge. Todos os capitães disseram que os seus jogadores dificilmente conseguiriam participar num evento remarcado devido à compra de bilhetes de avião, de travessias de ferry e à dificuldade de reagendar a interrupção do trabalho a curto prazo.

Posto isto, o TCUK de 2013 foi realocado para o Centro de Paintball de Holmbush, um local excecional que serviu de casa ao TCUK durante os dois primeiros anos. Cerca de 300 jogadores de todo o mundo reuniram-se neste espaço durante três dias de tiroteio e festa, num dos jogos europeus mais aguardados do ano.

A reunião de antigos e novos amigos começou na quinta-feira, no acampamento localizado a cerca de 15 minutos do local de jogo. Aqui podia-se ver o campo dividido em oito áreas, onde os jogadores viveriam e festejariam juntos. Bandeiras e faixas, churrascos e festa coloriram um espaço anteriormente sem graça.

Os jogos, diversificados e com a incerteza de as fações não saberem com quem e contra quem jogariam, tinham vários objetivos para fações distintas ou para o grupo de fações (quatro azuis vs. quatro vermelhas). Sem planos táticos antecipadamente feitos, a diferença surgiria em campo, visto que as equipas iriam enfrentar muitos desafios distintos.

cenário

Cats

ackr

epor

ts

Page 138: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

138

O uso de pirotecnia foi amplamente apreciado pelos jogadores, quer com granadas de fumo como flashbangs, por vezes complementados pela pirotecnia da própria organização. O ambiente de guerra estava montado, para gáudio dos cavaleiros.

As oito fações eram compostas por jogadores de várias nacionalidades e lideradas por equipas europeias bem conhecidas: Sons of the Lion Heard – Bad Moji (RU), The Holy Order of Ni – SPS (RU), The Knights Templar – Team UNIT (França), The Knights Hospitaller – KAOS Malta (Malta), The Teutonic Order – Team Tactics (Alemanha), The Reconquista Brotherhood – C.E.P. Paintugal (Portugal), Papal Thunder – Commonwealth Expeditionary Force (CEF – Global) and The Swords of Christ – Madball Legionaires (Países Baixos).

Os pontos eram atribuídos aquando da finalização de objetivos da fação distinta ou do grupo, e a tabela de pontuação foi maníaca durante a realização dos nove jogos, num total de dez horas de puro paintball. No jogo final, um espetáculo de pirotecnia fabuloso colocou a adrenalina no seu apogeu, e com os objetivos das fações a valerem mais pontos do que em jogos anteriores, todos deram o seu melhor.

A vitória sorriu aos The Knights Hospitaller, após três dias bastante desafiadores, em todos os aspetos! •

cenário

Cats

ackr

epor

ts

Page 139: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

139cenário

Cats

ackr

epor

ts

Cats

ackr

epor

ts

Cats

ackr

epor

tsBr

adlo

phot

ogra

phy

Page 140: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

140

Fomos desafiados para testar os novos Drom por uma das pessoas que mais tempo passa com um par de ténis calçado em campo – um dos melhores árbitros do Millennium.

Texto: Pedro Batista Fotografia: DROM

DROM

Antes de viajar para Londres para a 3.ª prova do Millennium Series, vi no Facebook que os meus amigos franceses estavam a promover uns novos sapatos especialmente desenhados para a prática de paintball. Quando lá cheguei vi-os ao vivo, uma vez que muitos jogadores, especialmente franceses, já os utilizam. Mas encontrei-os também nos pés de algumas das figuras que jogam nos states, e gostei do aspeto deles. Por isso, criei um desafio ao diretor da GRIP e ao representante dos Drom: de os usar durante o fim de semana no campo de CPL onde estive a arbitrar. O desafio foi aceite, apesar de os mesmos terem sido concebidos para os jogadores e não para os árbitros, que têm solicitações diferentes.

À primeira vista os Drom 1.0 têm um look de plástico, pelos materiais em que são construídos, e um ar confortável

devido ao seu formato mais largo. Quando os calcei senti logo que o formato é amplo, já que usando o mesmo número que uso nos sapatos diários os Drom ficaram com folga — o que é colmatado de certeza com as meias desportivas que os jogadores usam. O conforto é notável, o material em que é construído é esponjoso e o conjunto palminha/sola é formidável, nunca se sentindo os apoios dos pitões, como acontece noutras marcas.

Em relação a esta mesma sola, apresenta-se com uns pequenos pitões de aderência dispersos por todo o sapato, reforçado com dez pitões com rosca.

Apesar de saber que nunca se deve usar uns sapatos novos durante a competição, muito menos estreá-los num dia com 12 horas de arbitragem, arrisquei. Durante o dia confirmei o conforto dos mesmos e

review140

Page 141: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

141

DROM

review 141

Page 142: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

142

achei-os ligeiramente quentes, mas nada de mais atendendo à elevada temperatura durante o torneio. O importante é que cheguei ao final do dia sem ter os pés inchados nem formado qualquer bolha!

A aderência dos mesmos mostrou-se bastante elevada, nunca me tendo derrapado os pés naqueles arranques e paragens tão específicos do nosso desporto. No final do primeiro dia, voltei a olhar para os sapatos e tirei várias conclusões:

Limpeza: Muito fácil. Com um pano húmido consegue-se pô-los facilmente como novos.

Atacadores brancos: São muito bonitos no conjunto de cores dos sapatos, mas passados cinco minutos em campo ficam logo com aquele ar encardido que já não sai.

Sola: Não perdi nenhum dos pitões, mas perdi dentes dos mesmos em quase todos eles, especialmente na zona do calcanhar. Trouxe muita relva para casa.

Este facto, da sola, foi falado logo no Domingo de manhã com o representante da marca, que referiu que o mesmo aconteceu a todos os que os usaram, tendo a marca logo previsto esta situação, já que estão em fase de fabrico mais três tipos de pitões a juntar a estes que vêm na oferta básica: Uns em bico, tipo

chuteira de futebol, para a relva natural; outros semelhantes aos standard, mas com mais durabilidade, indicados para a relva sintética; e umas tampas apenas para tapar o buraco da rosca, para quem não quiser usar os pitões adicionais.

Domingo, apesar de ter menos dentes a agarrar o chão, não senti qualquer problema de aderência.

No geral parecerem os ténis mais bem produzidos do nosso desporto. Protegem eficazmente o pé, ao mesmo tempo que são bastante confortáveis. Apesar de a aderência não ser um problema, os novos pitões trarão uma maior durabilidade ao sapato. O preço é elevado, um pouco acima da centena de euros, o que é habitual neste tipo de calçado.

A fasquia foi elevada no calçado de paintball profissional!•

review142

Page 143: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

143review 143

publicidade

Page 144: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

144

Enquanto alguns correram para mostrar a novidade, a GRIP esperou, jogou, jogou e jogou até chegar ao final deste jogo. Greg Hastings continua a ser o melhor jogo de paintball de sempre!Texto: André Garrido Fotografia: GRIP

GREG HASTINGS PAINTBALL

O nome Greg Hastings já não passa indiferente a ninguém. São vários os produtos que têm a mão deste grande jogador, mas não existe dúvida que o produto que mais sucesso teve e que mais fez pelo paintball a nível mundial foi a sua chancela de videojogos dedicados ao nosso desporto.

Após ter lançado vários títulos para as consolas, desta vez numa jogada de génio, decidiu aproveitar as novas capacidades dos aparelhos móveis como telemóveis e tablets. Digo que é uma jogada de génio, porque cada vez são mais as pessoas que abandonam as consolas em prol destes gadgets, que apesar de ficarem um pouco atrás a nível de processamento e a nível gráfico, oferecem a possibilidade de jogar em qualquer lado, da cama à casa de banho, passando por uma longa sala de espera de um consultório médico.

Vou desde já ser muito sincero, para que fiquem já avisados. É difícil alguém como eu, viciado confesso em paintball, fazer uma análise totalmente imparcial, pois é de todo impossível ter a distância necessária para ver se o tema é totalmente interessante para a maioria das pessoas que fizeram download deste jogo. Mas a GRIP é uma revista de paintball, quantos de vós não são tanto ou mais viciados que eu neste desporto?

A primeira vantagem do jogo é que o download é gratuito. E ao contrário dos muitos jogos típicos destes gadgets não existe uma pressão, ou sequer necessidade de comprar itens extra para se conseguir jogar. Obviamente quem quiser gastar uns quantos euros terá uma progressão mais rápida, podendo melhorar e muito o seu estilo de jogo.

review144

GREG HASTINGS PAINTBALL

Page 145: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

145

GREG HASTINGS PAINTBALL

review 145

Fields of BattleFields of BattleGREG HASTINGS PAINTBALL

Page 146: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

146

Dentro do jogo existem dois tipos de moedas. As prateadas, as mais usadas, que servem para comprar as entradas nos jogos; e as douradas que são adquiridas apenas gastando alguns dos nossos preciosos euros. Posso dizer que gastei pouco mais de 500 moedas douradas, que equivalem a cerca de oito euros, apenas porque quis chegar ao topo o mais rápido possível para fazer esta review. Todo o processo de aquisição de itens, pagamento para entrada de jogos e compra de bolas pode ser feito apenas com as moedas prateadas, salvo algumas excepções. Basicamente, quem for paciente e sovina, consegue jogar este jogo para sempre sem gastar um único euro.

A nível jogabilidade Greg Hastings Paintball – Fields of Battle é provavelmente um dos melhores jogos que já joguei. Confesso que saí maravilhado tanto com a forma como interagimos com o tablet, como a forma como o jogo responde aos nossos movimentos. Eu sou da velha escola e para mim não há nada melhor que um bom comando nas mãos, sem vibrações, sem botões desnecessários ou painéis sensíveis ao toque. E quando comecei a jogar, e tive de andar feito atrasado mental a rodar o meu corpo na sala de estar, ou inclinar o tablet para conseguir acertar

review146

Page 147: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

147

em alguém, o meu sentimento foi de pensar que não tarda iria ter uma despesa de 500€ a voar pela janela. O que é certo é que ao fim de um dia, não só estava habituado, como achei que realmente toda a forma de jogar fazia sentido. Chega a ser possível imitar alguns movimentos que fazemos na realidade. Do lado esquerdo inferior fica o stick virtual de direcção enquanto do lado direito, de uma forma inteligente, podemos fazer zoom apenas com um toque, lançar granadas, ou disparar. Quando estamos em situações de stress o lado direito é um pouco «curto» para quem tem mãos grandes, e lá acabamos por lançar uma granada. Mas em situações normais tudo está muito bem pensado.

Ainda a nível de jogabilidade acontece algumas vezes termos obstáculos muito baixos que não conseguimos

visualizar e nos prendem os movimentos. É particularmente aborrecido quando estamos a tentar fugir para não sermos atingidos.

A nível gráfico, não podia ser a última obra de arte devido à plataforma que é desenvolvido, mas nota-se que existe uma preocupação para que as coisas corram com fluidez sem que haja saltos ou falhas.

A grande inovação prende-se com o facto de o jogo ser totalmente

review 147

Page 148: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

148

online. É um requisito para se entrar no jogo, o que causa alguma pena a alguns jogadores, que gostavam de poder jogar em qualquer lado, mesmo sem internet. No entanto, toda a luta por ficar no topo da classificação contra os outros jogadores do outro lado do Mundo faz valer a pena cada momento que estamos a jogar. Considero até que esse é o maior atractivo do jogo. É pena que essa classificação seja apenas por jogo e não uma verdadeira leaderboard mundial.

A nível de cenários é outro dos pontos fortes do jogo. Cenários reais, a maioria de campos nos Estados Unidos da América, dividindo-se entre competição e recreativo. Nesses cenários jogamos contra bots, ao mesmo tempo que outros tantos jogadores fazem o mesmo. Não estão disponíveis todos ao mesmo tempo e de vez em quando

surgem alguns novos campos, ou campos onde a bola é oferecida. No final os três melhores jogadores recebem moedas de prata como recompensa. Relativamente aos bots, não são muito inteligentes, mas isso nem sempre significa que a vitória esteja garantida ou sequer que seja fácil eliminá-los.

Em Setembro sairá a versão para Android, o que fará com que o jogo se massifique, ao mesmo tempo promoverá o nosso desporto.

Uma coisa é certa, desde que instalei este jogo no tablet nunca mais joguei outro jogo. Consegue aliar jogos curtos, que do nada se transformam numa tarde de paintball digital, com muita diversão. Por vezes parece que estamos num verdadeiro jogo de paintball onde aplicamos o que sabemos naquele pequeno rectângulo. Sem dúvida é o jogo do ano para qualquer jogador de paintball, ao mesmo tempo que fará os restantes perceberem porque amamos tanto este desporto.•

review148

Page 149: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

149

1Bottle liner made of high quality stainless steel. Super safe!

223 cm length at 1,1 liter filling volume.

3Super steady and shock- resistant shell.

Fuel supra lite

Super light, Super Safe!

650GramliGht

Now available atwww.maxs-sport.com

Page 150: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

150

Os Russion Legion jogam de MacDev Clone GTI mas será isso sinónimo de qualidade? Poderia ser um factor importante mas o marcador tem qualidade suficiente para falar por si. A marca já existe há algum tempo no mercado e ficou muito famosa devido aos seus reguladores de ar. O passo seguinte foi a criação de uma linha de marcadores que tiveram um sucesso ainda maior.

Recentemente foi lançada a Clone GTI, uma evolução da Clone.

O marcador foi muito bem recebido e

mostrou ser uma excelente opção, muito suave, preciso e de fácil utilização. A evolução da Clone segue o princípio de que em equipa vencedora não se mexe e todas as inovações introduzidas apesar de mínimas são consideráveis e bem-vindas.

Contamos com uma placa oled multi cor, a mesma placa contém informações que nos ajudam a entender melhor como manusear o marcador e a configurar o mesmo. Podemos ainda perceber qual o nível de pressão interna do marcador,

review150

O campeonato a nível de beleza já está ganho. Mas será que este marcador vale o dinheiro que pedem por ele? Nós não temos dúvidas!

Texto: Duarte Gomes Fotografia: MAXS

MacDev Clone GTI

Page 151: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

151review 151

pois tem um sensor que permite perceber se estamos com muita ou pouca pressão, deixando de ser necessário o antigo manómetro de pressão. A placa tem um conector USB para futuras actualizações e vai permitir ter um módulo Bluetooth para conexão sem fios.

O sistema de bolt teve uma pequena melhoria, nada de mais, algo que permite suavizar mais o funcionamento do marcador e aumentar a autonomia. É algo pouco significativo mas não deixa de ser

uma melhoria. O punho é mais ergonómico e de um material mais suave, sempre bem-vindo na melhoria do conforto da maneira de segurar o marcador. Este foi uma preocupação da marca desde o início. É sem dúvida dos marcadores mais ergonómicos que já sentimos. Adapta-se muito bem as nossas mãos, seja de que forma que o seguremos.

O cano é muito bom, bastante preciso e funcional, tecnicamente é de duas peças, mas há quem goste de dizer

Page 152: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

152

que é um cano de três peças, pois o insert para além de ser mais longo que o normal, enrosca no back e no front. Este pormenor apesar de pequeno é mais uma vez muito importante porque a facilidade de remover o cano é maior e ao ganhar mais uns centímetros permite uma melhor a precisão.

Todo este excelente funcionamento tem um custo, algo que as marcas têm trabalhado para reduzir. Falamos da quantidade de o-rings usados, pois o sistema de bolt da Clone GTI é algo abusado na quantidade de o-rings que o compõe. É difícil, ou até impossível, atingir a perfeição havendo sempre um lado negativo mas o seu excelente

funcionamento compensa este pormenor embora não pareça afectar a complexidade do marcador. O bolt tem a facilidade de ser removido sem ferramentas – é só um pequeno puxar do cap e sai sem problemas. Durante a utilização, como está em pressão, não há perigo de sair.

Mais uma vez contamos com um marcador de excelente qualidade e muito bem desenhado. É sem dúvida nenhuma um dos marcadores mais bonitos existentes no mercado, havendo diversas opções a nível das cores. O seu funcionamento é bastante preciso. No geral é uma máquina bastante bem montada. •

review

VANTAGENS· Placa Oled com sensor de pressão

· Cano

DESVANTAGENS· Quantidade de o-rings

152

Page 153: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

153

Page 154: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

154 backstage154

Page 155: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

155

ANDY KENNEDYDirector Geral

1 – A minha função é trazer todo o equipamento, montá-lo, executar o torneio, limpar o equipamento, embalá-lo e levar tudo para o próximo evento.

2 – O tempo! O sol não nos incomoda mas o vento… Hooo meu caro, o vento causa-nos muitos

1 – Qual é a tua função?

2 – Quais são as dificuldades principais da tua função?

3 – Qual é a história mais incrível que viste acontecer no Millennium Series?

backstageEstivemos em Basildon e quisemos conhecer alguns dos responsáveis pelo funcionamento desta prova. Fomos recebidos com simpatia, profissionalismo e alguns traumas no que toca ao clima.

backstage 155

problemas. Se pudéssemos livrar-nos do vento teríamos muito mais diversão.

3 – Málaga… Acho que era o nosso segundo ano lá. Tivemos uma inundação repentina nas montanhas, toda a água desceu. Num momento tínhamos 52 metros de praia e em duas horas tínhamos 25 metros de praia. Todos os obstáculos flutuavam para longe.

Page 156: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

156

WENDY AUTONResponsável pela recepção de equipas

1 – A minha função é acolher as equipas no Millennium. Dirigem-se a mim para obter horários, sorteios e cabe-me a mim introduzir as novas equipas ao Millennium… porque é muito empolgante. Adoro, é o melhor trabalho no Millennium e tenho uma

equipa maravilhosa que o torna mais fácil.

2 – Pfff… O tempo! Honestamente! É sempre

o tempo.

3 – Ó meu deus! Foi um evento em Fuengirola,

o tempo estava tão mau e os relâmpagos e trovões

não paravam. O telhado da tenda da organização voou e

eu sei que soa engraçado mas todos os jogadores vinham ter

comigo pois o Ulrich (neste momento Wendy disse: «Desculpa Ulrich») dizia aos jogadores que eles tinham que ir para o campo. Eles gritavam e imploravam: «Há relâmpagos! Ele quer que nós corramos à volta do campo com as nossas armas, nós vamos morrer! O que fazemos?» E eu só dizia: «Vão para o campo!» (risos)

156 backstage

Page 157: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

157

JEAN SEBASTIAN Gerente do evento

1 – Trabalho na disposição de toda a estrutura e faço a gestão do staff do evento. 2 – Trabalhar com o tempo! É estranho, mas trabalhar com muito calor torna difícil desfrutar do trabalho ou quando está muito frio ou quando chove. Temos de nos gerir sempre consoante o clima ou o local. Não é fácil!

3 – Quando temos de estar no local às 6h da manhã e temos uma temperatura de -3ºC e à tarde temos 25ºC. É incrível termos esta diferença. Significa que precisamos de roupas para de manhã e terminamos o dia com uma camisa.

157backstage

Page 158: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

158

Page 159: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

159

Page 160: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

160

AGRADECIMENTOS

Guilherme PiresJoão Ramos

Pedro BatistaRicardo Catarino

Rui Pereira

Muito Obigado!

/GripPaintball

160 agradecimentos

Page 161: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

161www.maxs-sport.com

exclusiveat

NOW

Features:

new Delrin 2013 Solenoid

new 2013 Valve

new Tool Set Vanadium Coated Steel

new Clone GTi OLeD Board

new Soft Touch wrap Around Grip

2013 clone gtithe new

Page 162: GRIP Nº7 - Versão Portuguesa

162