VERA EM ESPERA... PENSAMENTO POR MERECIMENTO! VERA EM ESPERA... PENSAMENTO POR MERECIMENTO!
Grupo Daveron Tcd Prof Vera Refazer (1)
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A CONTRIBUIÇÃO DO PATOLOGISTA Mr. DAVERÓN NO CONTEXTO DA
CULTURA CACERENSE
Lucy Miguelina de Pinho EguesNadir Gonçalves dos Santos
Adson de ArrudaVera Hiroko Okazaki Vieira
RESUMO: Este trabalho tem objetivo em conhecer parte da vida do patologista Alexander Sólon Dáveron, atendendo a propostas da disciplina História e Memória da cidade de Cáceres/MT, do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Cultura Regional: Ensino e Turismo oferecido pelo Curso de Geografia da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), para associar mais informações aos artefatos expostos no Museu Histórico Municipal de Cáceres, dando respaldo ao desenvolvimento do turismo cultural, na região. Para tanto foram necessários ações de pesquisa bibliográfica, estudos em imagens e documentos pertencentes ao Museu, ao NUDHEO (Núcleo de Documentação de História Escrita e Oral) e SEMATUR (Secretaria de Meio Ambiente e Turismo) além de discussão e descrição de artefatos existentes no interior do Museu, visitas ao local de último endereço de residência de Dáveron em Cáceres, e relatos de pessoas que o conheceram. Mr. (mister) Dáveron, como era conhecido na região, foi médico patologista nascido em 1899 na Califórnia (EUA), onde cursou faculdade e especialização. Chegou ao Brasil em 1930, retornando várias vezes ao EUA falecendo em Cáceres em 1987, onde está sepultado na chácara onde foi sua última residência, e onde atualmente está instalada a SEMATUR. A pesquisa permitiu conhecer a contribuição do patologista à cultura da região através de suas experiências de vida sempre introduzindo novas informações culturais, diante do olhar diferenciado sobre a natureza da região. Dáveron, um grande pesquisador da natureza divulgou a riqueza da fauna e flora regional em seus trabalhos, e tinha relevantes planos para projetar a construção de um centro de turismo em Cáceres, chegando até a importar muitos equipamentos para Cáceres. Entretanto, não chegou a concluir seu sonho, mas podemos dizer que consegue despertar a atenção para o potencial turístico, como saída para economia local.
Palavras-chave: Artefatos; região; patologista; pesquisa; cultura.
1. INTRODUÇÃO
Partindo de uma necessidade de contextualizar os objetos e artefatos do Museu
Histórico Municipal de Cáceres-MT, este estudo vem apresentar informações levantadas a
partir de alguns questionamentos sobre os motivos que levaram Mr. Dáveron (abreviação de
mister, palavra inglesa que designa senhor) e como era conhecido na região de Cáceres, ou,
Sr. Alexander Sólon Dáveron, a estabelecer residência no município de Cáceres e qual foi a
sua contribuição para a cultura local, uma vez que documentos relatam alguns dos
motivos da sua permanência neste município, tais como o desenvolvimento de pesquisa sobre
a erva-mate e a poaia, vegetais nativos dessa região pantaneira mas de terras mais firmes.
Na atual estrutura da SEMATUR (Secretaria de Meio Ambiente e Turismo) de
Cáceres, comprada na década de 1990, pela Prefeitura Municipal, de um herdeiro de Dáveron,
pode ser encontrada no pátio da mesma, a sepultura do patologista em respeito ao fato de ter
sido o “seu lugar”, o local de sua última residência em Cáceres.
E, no interior dessa estrutura constatou-se a existência de alguns artefatos que faziam
parte do cotidiano do patologista, a exemplo de embarcações que foram utilizadas para
adentrar as matas com a finalidade de realização de suas pesquisas através dos rios da região
tais como o Paraguai, o Cabaçal, o Sepotuba, o Vermelho, o Jauru, o Guaporé, entre outros
menores, e de alguns documentos encontrados no NUDHEO (Núcleo de documentos da
História Escrita e Oral) como inúmeras cartas que Dáveron recebia de amigos e parentes, as
quais foram traduzidas do inglês para o português ficando o teor das mesmas conhecidas,
conforme segue abaixo relatadas.
2. PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
Em atendimento a proposições da disciplina História e Memória de Cáceres, no
sentido de levantar e divulgar dados informativos sobre um objeto escolhido para o estudo,
esta pesquisa teve início a partir de uma visita ao Museu Municipal de Cáceres, com a escolha
de um artefato cuja temática foi conhecer a vida do patologista Sr. Alexander Sólon Dáveron.
Primeiramente, foi feita a catalogação de objetos a serem investigados de pertencimento do
Museu.
Em seguida, foi realizado o levantamento de documentos encontrados no NUDHEO.
Também foram importantes os relatos de um antigo morador da cidade desde 1950, além de
visitação in loco até a sede da SEMATUR, onde foram encontramos diversos artefatos,
contendo relatos e história descrita em resumos além de fotografias de Mr./Sr. Dáveron (como
ficou conhecido). Os dados coletados também receberam contribuição de tradução de duas
correspondências endereçadas ao patologista, sendo uma enviada por um amigo de nome
Charles Mel, e a outra enviada pela amiga Dorothy, sendo que na época ambos eram
residentes na Califórnia (EUA).
A pesquisa está fundamentada em vestígios documentais que traçaram hábitos do
cotidiano regional vivenciado pelo patologista Dáveron, no decorrer de sua trajetória pela
região e cidade de Cáceres.
Contandriopoulos et al (1997) salienta que a atividade humana quase sempre deixa
vestígios, sejam eles mudos em exemplos como objetos sonoros, tais como discos, fitas, ou
visuais como em desenhos pinturas, filme e vídeos. Podem ser encontradas respostas ainda em
escritos como em inscrições, textos, dados, entre outros, ao qual o pesquisador pode ter acesso
a toda essa forma de informação representada por documentos.
Ao fazermos a descrição das fotos percebeu-se a força o contato entre diferentes
culturas, nos quais o patologista aparenta ter bom relacionamento com o povo indígena e os
ribeirinhos, os quais o auxiliavam em suas pesquisas, numa demonstração de respeito ao
conhecimento índio sobre a mata.
Mr. Dáveron residiu durante vários anos no Brasil, em Cáceres/MT, mas mantinha
contato através de cartas, com seus amigos da Califórnia, as quais foram traduzidas sendo que
uma era datada de 1952 e a outra de 1968. Tratavam de assuntos referentes a reforma ou
acabamento de imóveis urbanos. Charlie Mel era o amigo com o qual sempre mantinha
contato, mas, logo ao traduzir a outra carta, percebe-se que trata de notícia de falecimento do
Amigo e na qual Dáveron pede desculpa ao filho Dórothy, pelo desentendimento com Charlie,
mas mesmo assim faz uma cobrança financeira ao filho, relativo à dívida deixada pelo pai.
Esta pesquisa faz jus às informações recebidas, porém devido ao fato da família do
patologista não residir no Brasil, e o mesmo ser uma pessoa reservada ou de poucos amigos, a
pesquisa oral se tornou menos acessível, porém ainda podemos contar com relatos de pessoas
que viveram naquela época e que vivenciaram algumas de suas movimentações, como por
exemplo, o Sr. Luís B. Cardoso o qual nos relatou que, ainda menino, trabalhou durante
alguns anos na companhia do seu pai em uma chácara vizinha à chácara de propriedade do Sr.
Dáveron, e pro todo esse período sempre sentiu vontade de visitá-lo, entretanto nunca o fez,
mas nem por isso não esconde sua admiração pela profissão de Dáveron, pelo lugar onde este
viveu e pelo seu modo de vida. Cardoso disse que Dáveron andava a cavalos, usava chapéu de
pelos, tinha vacas leiteiras, muitas plantas e que construiu sua casa no estilo de casa
americana, gostava de jogar baralho com amigos, mas gostava de conversar com poucos
amigos cacerenses, e andava sempre em sua camioneta de cor azul e modelo pick up.
Em observação aos artefatos que se encontram conservados na estrutura onde
funciona atualmente a SEMATUR (na moradia da chácara e local de última residência de
Dáveron), ainda hoje permanecem os pertences deixados pelo mesmo, e, entre os dados
relatados constata-se que o patologista amava a natureza desta região, dando o
entendimento do por que da construção de sua casa próxima às margens do rio Paraguai de
onde se podia avistar a paisagem natural.
A esse respeito citamos Papper 1975 apud Marconi e Lakatos 2000, ressaltando que
a observação não é feita no vácuo tendo ela um papel decisivo na ciência. Para tanto se
reforça que toda observação é precedida por um problema, uma hipótese enfim algo teórico,
destacando-se que, portanto, a observação é ativa e seletiva, e tem como critério de seleção as
expectativas inatas, podendo só ser realizada a partir de alguma coisa anterior que remete ao
nosso conhecimento prévio ou nossas expectativas.
1. Dáveron em Cáceres
Cáceres é cidade colonial, fundada em 06 de outubro de 1778, estando localizada na
região sudoeste do Estado de Mato Grosso entre as coordenadas geográficas 16°13’42” S e
57°40’51” O, em altitude de 118 metros s.n.m. de acordo com FERREIRA. 2001.
Alexander Sólon Dáveron nasceu na cidade de Oakland, Califórnia, Estados
Unidos da América/EUA, em 26 de outubro de 1899. Dados encontrados no Museu de
Cáceres, ressaltam que Daverón chega a Mato Grosso no início da década de 1930, como
médico patologista da “Mato Grosso Expedition”, uma expedição científica norte americana
em direção ao oeste brasileiro e a Bolívia, chegando a, naquele tempo, São Luís de Cáceres,
onde estabeleceram acampamento. Segundo dados informativos encontrados no NUDHEO
(Núcleo de Documentos de História Oral e escritos), o patologista se separa da expedição em
1931 e aprofunda suas pesquisas em morcegos vampiros, passando a adentrar florestas na
companhia de índios com os quais estabelece certa comunicação, como troca de culturas.
Essas constatações foram reforçadas através de observações e descrições de
documentos existentes, tais como algumas fotos, que permitiram um olhar cauteloso e
respeitoso a esse respeito.
2. Análise e Discussão das Fotos Observadas
A primeira das fotos observadas (Foto 01), que pertencem ao Acervo do Museu
Histórico Municipal de Cáceres, apresenta Dáveron ao lado de suas embarcações à margem
de um rio , estando ele ao centro ladeado de ribeirinhos e índios que aparentam ser da etnia
Umutinas. Observa-se que o patologista e um índio expõe uma bandeira que apresenta uma a
figura de uma estrela e de um animal e onde está escrito California Republic. Nesta foto
interpreta-se a estreita relação que o patologista mantinha com as diferentes culturas, como
forma de melhor desempenho em suas pesquisas considerando que os nativos eram
conhecedores da fauna e flora da região visitada.
Percebeu-se que as embarcações utilizadas pelo pesquisador divergiam dos modelos
tradicionais utilizados pelos ribeirinhos regionais sendo elas geralmente do tipo “pirogas”,
aquelas construídas de um único e inteiriço tronco de árvore. As embarcações de Daverón
trazidas dos EUA são do tipo canoa canadense um modelo utilizada pelos nativos sioux ou
moicanos das regiões centrais daquele país, e, atualmente podem ser encontradas em
exposição na SEMATUR onde estão expostos também outros objetos que pertenceram a
Dáveron.
Foto 01 Fonte: Museu municipal de Cáceres
Foto: 02 Visão da localidade, atualmente é a Sematur,no passado chácara Dáveron .Fonte:Egues
Através dessa foto 01, datada de provavelmente meados do século XX, pôde-se
constatar ainda que a mata ciliar ainda apresenta-se praticamente intacta, o que evitava o
assoreamento das margens dos rios e mantinham as nascentes protegidas. A análise possível,
oferecida por essa foto é a da cultura desses povos originais que dependiam dos recursos
naturais e por isso protegiam a natureza, e a contradição da nossa cultura cuja interferência
atropelou a vivência harmônica daqueles povos que, em consonância com a natureza diante da
forma equilibrada com o meio ambiente, usufruíram somente do necessário para a
sobrevivência de forma sustentável, que lhes garantiu os recursos para a sua subsistência, até
a chegada da modernidade na região, impondo a pressão capitalista sobre o uso e a ocupação
da terra.
Para Michel Foucalt (1969) os documentos não são uma matéria prima objetiva, pois
também estão neles expressos o poder da sociedade sobre a memória e sobre o futuro.
Mr. Dáveron como era conhecido, veio ao Brasil por diversas vezes, antes de
estabelecer residência fixa, demonstrando certo interesse pela erva- mate, mas acaba
desistindo e opta pelo estudo da leishmaniose (doença de pele comum em regiões tropicais
úmidas), mas, também desistiu de seguir por esse caminho diante da morte de seu parceiro
nessa pesquisa. Dáveron vai em direção a Fazenda Descalvados, localizada à margem direita
do Rio Paraguai, onde a Brasil Land ande Catlle Company havia permitido implanta um
laboratório de pesquisa e de equipamentos para viagens, passando a prestar atendimento
médico à população local e onde a partir de suas pesquisas buscava o tratamento de doenças
regionais como febre amarela, malária, doença de Chagas entre outras. Segundo relatos, nutria
grande paixão pela exuberância da natureza local.
A Foto 03, encontrada no NUDHEO apresenta uma imagem de Daverón, em trajes
de trabalho no campo (caça) portando chapéu de palha, camisa manga longa, bota cano longo,
uma arma de fogo, mais precisamente uma espingarda, ao lado de uma onça pintada,
aparentemente sem vida. Na foto, observa-se a ação antrópica mostrando o homem como o
maior predador das espécies vivas que interagem no ecossistema, ressaltando que na visão
humana os recursos naturais, sejam físicos e/ou biológicos seriam ilimitados, poderiam ser
explorados desordenadamente, sem medidas preventivas, sem legislação ambiental.
Entretanto, conforme a atitude do caçador na descrição da foto, a caça a animais
silvestres ainda não estava prescrita como crime na legislação ambiental brasileira. Com a
continuada ação depredadora do homem pode-se afirmar na atualidade que resultou na
consequente erosão genética de várias espécies do ecossistema, e talvez a perda definitiva de
espécies da fauna e flora que não tiveram tempo de serem catalogadas por pesquisadores,
provocando um relativo desequilíbrio ambiental. A foto caracteriza o bioma Amazônico, de
floresta úmida, em que se destaca parte de ecossistema aquático, de pantanal, entendendo-se
que é floresta pertencente ao que se define como “terra firme”, onde os animais interagem
formando a cadeia alimentar, e, neste caso, a onça pintada uma das predadoras da floresta
tropical.
Foto: 03 Fonte: Nudheo
Alexander Dáveron e seus companheiros.
Foto: 04 Fonte: Sematur
3. ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS
Partindo do princípio de que, “A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho nas instituições de ensino
e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais.” (AlVES Art.1ºLDB,1998), acreditamos que seja de relevante importância, para o
acréscimo na melhoria educacional, considerarmos as manifestações culturais, em observação
as práticas sociais, de acordo com o autor, significa também, soma de processos históricos
determinados pelas ações humanas [...]” Nesse contexto não há cultura superior a outra, há,
isto sim, culturas diferentes”.ALVES,op.cit.
Na construção do indivíduo enquanto cidadão, é relevante a interação desenvolvida nas
mais diferentes ambiências humanas, em espaços de modo formal ou informal, que pode
significar também somas de processos históricos determinadas pelas ações como: das
manifestações culturais, nos movimentos sociais no ambiente do trabalho.
Ao se direcionar a educação, como poderemos conceituá-la? “Ninguém escapa da
educação, em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos
envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender para ensinar, para aprender e
ensinar.”(BRANDÃO, 1981).
Dessa forma associamos educação, cultura, a toda prática que nos remete ás
manifestações culturais, com métodos pedagógicos, ou simplesmente “ A educação é, como
outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais, que a criam e recriam, entre tantas
outras invenções de sua cultura, em sua sociedade.” BRANDÃO op. Cit.
Nessa perspectiva, como forma de expressão cultural e até mesmo identidade, é de
extrema relevância compreender a historicidade de um povo. Dessa forma entende-se que
essa construção acontece com o sincretismo cultural, a interação entre várias culturas, Mato-
Grosso, como em Cáceres, temos o entrelaçamento da cultura africana, as culturas indígena, e
o europeu colonizador, os bandeirantes, que por aqui adentraram em busca de exploração.
Todas essas culturas influenciam na formação da identidade, memória, patrimônio cultural.
As manifestações da identidade podem ser imediatamente perceptível, no linguajar, na
gastronomia, costumes, peças e artefatos que foram imprescindíveis no cotidiano de um povo.
Assim é o lugar de memória da população que pode ser manifestada como: em museu,
no Museu Municipal de Cáceres, possui 13 salas, 4 de exposição, são temáticas: sala de
Cultura Regional, Sala de Comunicação, Sala de Arqueologia e sala de Artes Sacra.
3.1. Conceitos de Museu :
Definição em 1956:
“Museu é um estabelecimento de caráter permenente administrado para interesse geral, com a finalidade de conservar, estudar, valorizar de diversas maneiras o conjunto de elementos de valor cultural: coleções de objetos artísticos , históricos científicos e técnicos jardins botânicos, zoológicos e aquários.” ( Para o sistema brasileiro de Museus).
Definição em 1972 – Mesa redonda de Santiago- Chile:
“O museu é uma instituição aserviço da sociedade, da qual é parte integrante e que possui nele mesmo os elementos que lhe permitem participar na formação da consciência da comunidades que ele serve; que ele pode contribuir para o engajamento dessas comunidades na ação situando suas actividades em um quadro histórico que permita esclarecer o problema actuasi, isto é ligando o passado ao presente , engajando-se nas mudanças de estrutura em curso e provocando outras mudanças no interior de suas respectivas realidades nacionais”(JUNIOR)
Definição Aprovada pela 20ª Assembléia Geral, Barcelona Espanha, 6 de julho de 2001:
“Instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e do seu entorno, para a educação do deleite da sociedade.”
Sobre o Museu Municipal de Cáceres:
O Museu Municipal de Cáceres, foi inaugurado em 03 de outubro de 1978. De acordo com RODRIGUES, SILVA, CAMPOS-1999, o mesmo foi criado pela lei nº 696 de 09 de maio de 1978, ano em que se comemorava o bicentenário da cidade de Cáceres. O trabalho e a responsabilidade da montagem e organização do museu e arquivo coube a professora Emilia Darcy de Souza Cuiabano, que foi requisitada á Delegacia de Educação e Cultura de Cáceres para exercer as funções de diretora do Museu Histórico de Cáceres. Contou com a colaboração da professora Luiza Rios Ricci Volpato, professora na universidade federal de Mato-Grosso. A professora Emilia Darcy, esteve á frente da diretoria durante muitos anos, mais tarde foi designado o cargo para a responsabilidade do professor Miguel Senatore que administrou com muita paixão, também com muita dedicação conduziu por muitos anos e atualmente frente a diretoria se encontra a professora |Ordilete Aparecida Correia, o Museu está localizado atualmente em um prédio tombado, sito á Rua:Antonio Maria nº244, centro.
A criação do referido Museu decorre de uma necessidade de criar um local, gerador de conhecimentos em que obtivesse diversidades em materiais salvaguardando as memórias, artefatos, ecofatos, e biofatos, identificando a história da cultura de uma população, além disso contribuindo com o setor turístico na cidade de Cáceres.
3.2 .O que é Patrimônio cultural:
Um breve histórico sobre Patrimônio cultural, de acodo com JUNIOR, “As questões
referentes ao patrimônio cultural brasileiro ganharam impotância política á partir da década de
1920. No entanto, somente na segunda metade da década de 1930, mais precisamente em
1936, com a criação do SPHAN-Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje
IPHAN- Instituto do patrimônio Histórico e artístico Nacional, assim como, com o decreto
Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, é que teremos a institucionalização de uma política
pública federal, voltada á preservação do patrimônio cultural brasileiro.”
Para FENELON,1992, apud JUNIOR,” Patrimônio Cultural, faz “referência a
identidade, a ação, á memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
Assim a preservação ao patrimônio cultural parece desafiador perante o crescimento
econômico e modernização que ocorre nas cidades, daí a razão de entender o valor da
proteção cultural, que amparada em leis, buscam alternativas pautadas em informações como,
nos estabelecimentos educacionais, projetos em parcerias com museus. A educação
patrimonial, para preservação e entendimento do patrimônio cultural.
Para RANGEL 2002 APUD JUNIOR.”[...] Educação Patrimonial é todo e qualquer
processo de trabalho educacional centrado no patrimônio cultural como fonte primária de
conhecimento individual e coletivo.”
3.3. O que é Turismo:
No Dicionário Aurélio aparece como verbete conceituado como: “viagem ou
excursão, feita por prazer, a locais que despertam interesse”.
3.4. O que é turismo cultural:
Segundo BENI 2003, “Turismo cultural refere-se a influência de turistas a núcleos
receptores que oferecem como produto essencial o legado histórico do homem em distintas
épocas, representando a partir do patrimônio e do acervo cultural, encontrado nas ruínas , nos
monumentos, nos museus e nas obras de arte.”
3.5. O que é Cultura
De acordo com o Dicionário AURÈLIO, Cultura é o conjunto de características
humanas que não são inatas e que se criam e se preservam ou aprimoram através da
comunicação e da cooperação entre indivíduos e indivíduos em sociedade. O conjunto de
padrões de comportamento, das crenças das instituições, das manifestações artísticas
intelectuais etc., de uma sociedade ou de uma época: a cultura do renascimento.
De acordo com FENELON 1992, apud JUNIOR. nos diz que cultura :”[...] É mais
do que as belas–artes. È memória é política, é história, é técnica, é cozinha, é vestuário,é
religião etc. Ali onde os seres humanos criam símbolos, valores, práticas. Há cultura. Ali onde
é criado o sentido do tempo, do visível e do invisível, do sagrado e do profano, do prazer e do
desejo , da baleza e da feiúra, da bondade e da maldade, da justiça e da injustiça, ali há
cultura.”
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No intuito de conhecer parte da vida do patologista Alexander Sólon Dáveron ,
objetivo proposto para esse estudo, direcionamos as investigações de vestígios deixados pelo
referido pelo patologista na cidade de Cáceres/MT. A partir dessa metodologia, foi possível a
elaboração do resultado dessa investigação a coleta de informações somadas às outras já
existentes em registros analisados, percebeu-se que Mr. Dáveron nasceu e cursou até a pós-
graduação nos EUA.
Chegou a Mato Grosso em 1930, como pesquisador pela Mato Grosso Expeditions, a
qual levantou acampamento na cidade ainda denominada à época, São Luis de Cáceres. Em
1931 ele se separa da Expedição e inicia suas investigações sobre morcegos vampiros, logo
retorna aos EUA, voltando ao Brasil em 1933.
Segundo consta nos documentos e resumos pertencentes ao NUDHEO (Núcleo de
documentos de história escrita e oral), ligada a Universidade do Estado de Mato
Grosso/Unemat, esse período consta assim retratado: “assim começa uma década de coleta de
animais para museu e zoológico ... com a captura de animais para o U.S. National
Zoological ... mas teve problemas com as autoridades brasileiras...”.
Esses mesmos documentos retratam que ele vem ao Brasil pela terceira vez, em
1935, como pesquisador da empresa “CROSSE E BLECKWALL”, mas tem que desistir
devidos a problemas da empresa; e, vai para o Rio de Janeiro estudar sobre leishmaniose ,com
o Dr. Evandro Chagas, mas também teve que desistir devido à morte do pai desse amigo, o
Dr. Carlos Chagas, por motivo de acidente.
Mr. Dáveron volta para Descalvados, um grande latifúndio à margem direita do alto
curso do rio Paraguai, onde mantinha laboratórios e equipamentos para viagens, lá
desenvolvendo a pesquisa sobre o Tripanossoníase equina (Infecção parasitária para
tripamossomos , pode contaminar animais, conhecida como tripanossomiase Evansi equinum
em animais, no caso eqüinos) e sobre os morcegos vampiros. Nesse período contribuiu com
tratamentos para a população que o procurava por medicamentos os quais ganhava do exterior
com a ajuda dos amigos deixados nos E.U.A.
Em 1949 Dáveron volta para a Califórnia para tratamento de sua saúde, pois havia
contraído malária. Depois de sua recuperação passou a ministrar palestras ilustradas com fotos
tiradas em Mato Grosso, para grupos universitários incentivando os norte americanos a se
interessarem em conhecer o Estado e o Pantanal de Mato Grosso. E é dessa forma que
Dáveron começa a pensar na construção de um centro para turistas nesse Alto Paraguai
chegando a discutir tal projeto em 1951, com um cônsul de San Francisco/EUA.
A seguir, Dáveron volta ao Brasil e começa a importar materiais de caça. Essa
informação está apoiada nos documentos analisados e com a análise descritiva de uma foto de
Mr. Dáveron, na qual este está posicionado frente a uma onça pintada aparentemente sem
vida, e portando uma arma de fogo. Descobriu-se nos documentos que Dáveron pretendia
fazer fortunas como guia turístico para expedições norte americano no Rio Paraguai, e, após
“travar” batalha político/jurídico para atender as exigências das autoridades brasileiras
consegue trazer muitos equipamentos para Cáceres.
Mas em 1956, volta para EUA. Inverness, na Califórnia por causa da frágil saúde da
sua amiga Sra. Brawm, que era viúva do professor de filosofia de Stanford University, onde
permanece por dois anos, voltando ao Brasil em 1958 com a finalidade de resolver todos os
seus problemas e voltar de vez para inverness que era o lugar onde tinha contatos, até
investimentos, porém os acontecimentos mudam os seus planos pois, nos anos seguintes
enfrenta transformações na economia brasileira, tem muitos problemas com inquilino na
Califórnia, e devido a sua saúde estar fragilizada vai adiando o seu retorno definitivo. Em
1989, volta aos EUA para tratamento médico, e retorna para a sua propriedade em Cáceres, a
chácara Dáveron (como ficou conhecida) onde permaneceu até a sua morte em março de
1987. Seu sepultamento ocorreu dentro de sua propriedade, hoje a SEMATUR, cuja
localização da sepultura é bem em frente à estrutura edificada pelo falecido, possuindo placa
de identificação, sendo atualmente visitada por muitos estudantes, visitantes em geral, que se
interessem pela sua história.
Ressalta-se que o patologista realizou trabalho muito importante nesta cidade e de
grande relevância, dentre eles o atendimento a população pela viabilização de medicamentos,
gratuitamente, pois naqueles idos tempos de meados do século XX, Cáceres possuía número
reduzido de médicos, insuficiente para a demanda. Os dados pesquisados nos proporcionaram
entender que havia troca de informações entre as pessoas de culturas diferentes, demonstrada
pelos relatos e a quantidade de fotos que o patologista registrou em seu contato com os
ribeirinhos e os índios, e a forma de vida que levava, pois como proprietário de chácara vivia
de forma como a maioria dos moradores da localidade, criava vaca de leite, andava a cavalo,
usava trajes típicos e chapéu de pelo, além de uso habitual de se locomover de barco movido a
motor, denominado de motor de popa.
A pesquisa nos permitiu questionar qual foi a realmente a finalidade da permanência
do patologista nesta região? Permitiu-nos entender que, levando-se em conta que Dáveron foi
um incansável pesquisador da fauna e flora mato grossense esse homem de poucos amigos,
estudava e transportava animais, além de ter sido um grande comerciante de materiais
inclusive armas, sendo que todo esse material de acesso foi importado de sua terra, os EUA.
Mas entendeu-se que ele também sonhava com o turismo para esta região tendo almejado
alcançar ser guia turístico para incursões e excursões ela Pantanal mato grossense, chegando a
fazer planos de investimentos; esse sonho foi interrompido devido à viagem por motivos de
saúde de uma grande amiga. Ao retornar houve mudança em seus planos, desta vez era sua
saúde que estava debilitada, e de seus negócios que já não estavam indo bem.
Enfim, o patologista Dáveron permaneceu em Cáceres, pelo amor à natureza, pelo
desejo de realização de investimentos em seus sonhos de exploração responsável dos recursos
naturais, e pode-se até dizer que, dada a complexidade de sua pesquisa, a população regional e
as autoridades local e nacional aventou a hipótese do mesmo ser um espião dos EUA em
terras brasileiras, suspeita levantada por alguns, mas que demanda um tempo maior de
pesquisa detalhada. Assim, esperamos ter atendido os objetivos propostos nesse estudo.
A pesquisa nos proporcionou condições de sabermos que na SEMATUR existe muitos
objetos que foram pertencentes ao patologista. A dificuldade encontrada foi a limitação de
materiais de pesquisa. Poucos conteúdos encontrados, e poucas pessoas para dar entrevista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMPLETAR DADOS NA REFERÊNCIAS
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P.431.
BRASIL. Ministério da cultura Sistema brasileiro de Museus . Instituto brasileiro de museus.
Disponível em:
http//www.museus.gov/sbm/oqueemuseu_museusicom.htm.Acesso:20/03/2012.
BRANDÃO,Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense. 2007. P.7,10
CARNEIRO,Moaci Alves,LDB Fácil Leitura crítico compreensiva – Ptrópolis RJ: Vozes,1998: P.31.
CONTANDRIOPOULOS, Pierre (et al.). Saber preparar uma pesquisa. 2 ed. Abrasco - São
Paulo; Rio de Janeiro: Hucitec, 1997.
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RANGEL, Marilia Machado.Educação Patrimonial-conceitos sobre patrimônio Cultural. In
Minas Gerais , Secretaria do estado de Educação. Rflexões e contribuições para a educação
patrimonial.Grupo gestor Belo Horizonte.
RODRIGO,SILVA, CAMPOS,Museu Histórico e Arquivo municipal de Cáceres.
Monografia,Unemat.1999.
**** professora, os textos encontrados só dizem o nome da companhia, Land ande cattle company,
mas não explicam mais nada, encontra-se pouco material sobre o assunto, na cidade.
**** Inverness, era uma aldeia localizada na Califórnia, onde Dáveron costumava ir e tinha amigos e
negócios. Agora Colocamos no trabalho.
****tripanossomiase no documento está registrado “equina”, mas pesquisando via internet,
percebemos que Equina não existe e sim Equinum, para cavalos. Mas a infecção pode dar em
animais, então pode ser que quem registrou tenha tentado dizer isso. E nós colocamos igual está no
registro que pertence ao NUDHEO.
Professora Vera, na verdade, tínhamos melhorado já esse trabalho, para lhe enviar, mas
aconteceu um imprevisto no computador e perdemos materiais, com isso demoramos
A retornar pois, refizemos de novo. Pedimos desculpas pela demora e pela forma como o trabalho
foi enviado , na verdade esse foi o primeiro, os últimos estão saindo, não sabemos se melhor, mas
com mais detalhes. Por Gentileza os detalhes os escritos em preto foi o que acrescentamos.
Inserimos as fotos conforme o indicado. E completamos mais teorias em alguns conceitos básicos
Anexos:
Visão do espaço interno do Museu Municipal de Cáceres. fonte: Egues.
Imagem do chapéu utilizado pelo patologista, pertencente a Secretaria de Meio Ambiente e Turismo (Sematur), imagem
tirada com a autorização. Fonte: Egues
De acordo com as informações de fonte: Sematur são estes alguns dos materiais que patologista SR. Daveron trabalhava
em pesquisas.
Alguns barcos que ele utilizou muito nas seus trabalhos. Estão expostos na SEMATUR fonte: Egues
fonte: Egues
Uma das máquinas de escrever do patologista Daveron e a sela que usava para cavalgar, pela mata ou na sua chácara.
Maeteriais pertencente a SEMATUR , fomos visualizar com ajuda do Sr. Luís
fonte: Egues
Esta é a sepultura do sr. Dr. Alexander Sólon Dáveron, se encontra onde foi sua última morada, hoje SEMATUR
Localizada no pátio á alguns metros em frente a entrada da SEMATUR
Fonte:egues
Fonte: Egues
Visão lateral paisagem natural, do lugar onde o mesmo se sentia no paraíso.
Fonte: Egues
Fonte: SEMATUR
Já dizia Albert Einstain “ Nas dificuldade podemos encontrar oportunidades”.. Foi um pouco difícil, realizar a pesquisa
com conteúdo limitado e muitas outras dificuldades, mas o conhecimento vale a pena. Conhecer a sua contribuiçaõ na
cultura de Cáceres.