GRUPO PBF 2008.1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE PINAB Grupo Operativo: Programa Bolsa Família JOÃO PESSOA 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE – PINAB JOÃO PESSOA 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN

PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM

SAÚDE – PINAB

Grupo Operativo:

Programa Bolsa Família

JOÃO PESSOA

2008

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Gardênia Cristina P. de Queiroga

Juliana Marinho Tabosa

Mickella de Farias Silva

Pedro José Cruz (orientação)

Relatório do grupo Bolsa Família do projeto de

extensão Práticas Integrais de Nutrição na

Atenção Básica em Saúde (PINAB),

coordenado pela professora Ana Cláudia

Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do

Departamento de Nutrição da Universidade

Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS

e DN/UFPB.

JOÃO PESSOA

2008

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SUMÁRIO

Contextualização.............................................................................................................4

Objetivos.........................................................................................................................6

Metodologia....................................................................................................................7

Atividades Realizadas.....................................................................................................8

Discussão, reflexão e encaminhamentos........................................................................11

Considerações.................................................................................................................15

Referências.....................................................................................................................16

Apêndice A.....................................................................................................................18

Apêndice B.....................................................................................................................20

Anexo I...........................................................................................................................22

Anexo II..........................................................................................................................23

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O PINAB (Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde) é um

projeto de extensão popular em saúde vinculado ao Departamento de Nutrição da Universidade

Federal da Paraíba. Atua na Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde localizada no bairro

do Cristo Redentor, no município de João Pessoa - PB. Teve início em julho de 2007, coordenado

pela professora do Departamento de Nutrição Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos e

os nutricionistas Ingrid D’Ávila Pereira e Pedro José Cruz, e Ellen Rangel, apoiadora técnica do

Projeto.

O Projeto trabalha com três eixos que norteiam e integram suas ações dentro dos referidos

grupos. Estes eixos são: atividades coletivas, visitas domiciliares e aconselhamento dietético

individual. Encontra-se com 25 alunos que atuam em grupos operativos como Idosos, Gestantes,

Escola, Programa Bolsa Família e Mobilização Popular.

Este relatório tem o propósito de expor as práticas desempenhadas pelo grupo do

Programa Bolsa Família (PBF), composto por três participantes, com atuação entre 18 de janeiro

e 25 de Abril de 2008 , as sextas-feiras pela manhã durante quatro horas diárias, na Unidade de

Saúde da Família Vila Saúde, localizada no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa, Paraíba.

Passaremos então a apontar os objetivos traçados para o grupo, bem como as atividades

realizadas durante o segundo período de atuação deste, apresentando as metodologias utilizadas;

tornando assim pertinente uma reflexão sobre este trabalho, a partir da perspectiva de extensão

popular.

O PBF foi implantado pelo governo federal brasileiro em outubro de 2003 com a

perspectiva de combater a pobreza e a fome no país e promover inovações no padrão histórico de

intervenção pública na área social. Possui marcadamente duas frentes de atuação: emergencial

(através da transferência de renda) e estrutural (através de ações e iniciativas capazes de gerar

autonomia e sustentabilidade social e econômica para as famílias participantes, verificadas

através de um bom estado segurança alimentar e nutricional). Esta última frente é pautada

principalmente através do cumprimento de condicionalidades relacionadas às áreas de saúde e

educação, especificamente na cobertura vacinal (saúde) da criança e verificação de sua freqüência

na escola (SENNA et al, 2007).

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No entanto, apesar de poder ampliar o exercício do direito à saúde e à educação, é preciso

reconhecer que o alcance de tal objetivo pelo Programa exige a implementação de mecanismos

consistentes de acompanhamento social das famílias beneficiárias, no sentido de reverter tal

exigência em real oportunidade de inserção social. Investindo na dimensão educativa e política da

nutrição, o PINAB se propôs a conhecer possibilidades e caminhos para o fortalecimento do PBF

enquanto ação social radicalmente comprometida com a autonomia da população excluída, no

exercício de seus direitos de cidadania e o direito humano a alimentação adequada (SENNA et al,

2007).

Nesse sentido, este grupo operativo está direcionado a realização de práticas voltadas ao

universo do Programa Bolsa Família na área adscrita a USF Vila Saúde, incluindo: a) visitas

domiciliares; b)mapeamento da abrangência do programa nas quatro áreas (Jardim Itabaiana I e

II, Pedra Branca I e II) sob responsabilidade da USF Vila Saúde; c) aconselhamento nutricional.

Todos estes pontos objetivam uma melhor percepção sobre a realidade das famílias participantes,

refletindo sobre as ações destinadas a esta população e como estas podem contribuir para

melhoria da presente situação.

O primeiro período de atuação do PBF esteve focado na tentativa de mapear a situação do

Programa Bolsa Família na área de atuação do Projeto, desenvolveram várias atividades como

discussões teóricas para conhecimento do Programa, oficina com ACS’s, visitas a instituições

responsáveis pelo PBF em nossa cidade e participação em mutirão de coleta de dados

antropométricos de beneficiados. De início, buscou-se conhecer sobre que bases o Programa foi

construído e institucionalmente constituído, obtendo assim informações concretas que guiariam

os primeiros passos. O grupo procurou desenvolver trabalhos capazes de identificar que

problemas e contradições permeiam o PBF naquela comunidade, buscando fortalecer uma rede de

enfrentamento e construção coletiva de caminhos e estratégias, juntamente com a população e os

profissionais da Unidade.

Dando continuidade a um trabalho já desenvolvido desde agosto de 2007, priorizou-se

como foco da ação a construção de um relatório-diagnóstico que demonstrasse a real situação

deste Programa na área. Compondo um instrumento pedagógico de planejamento e proposição de

estratégias de mudanças, no intuito de alcançar a melhoria do funcionamento do PBF.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Articulação com a USF e Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos

(EMEF Augusto dos Anjos) para adquirir informações sobre o funcionamento do PBF

nessas áreas de atuação, elaborando um relatório-diagnóstico para desenvolvermos ações

de forma planejada no decorrer do projeto.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar se há um acompanhamento contínuo dos dados antropométricos das famílias

beneficiadas do PBF na USF, principalmente aquelas em estado nutricional desfavorável,

observando se o cumprimento desta condicionalidade interfere na qualidade de vida dos

beneficiários;.

Dar seguimento as oficinas teóricas direcionadas aos ACS`s (agentes comunitários de

saúde)

Conhecer como a EMEF Augusto dos Anjos administra os dados relacionados as

condicionalidades do PBF.

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3 METODOLOGIA

O grupo PBF se reúne semanalmente para realização das atividades do PINAB, cujos

princípios se sustentam nos conceitos teóricos e metodológicos da educação popular, embasados

na pedagogia sistematizada por Paulo Freire.

Educação Popular é um fenômeno de produção e apropriação dos produtos culturais,

expresso por um sistema aberto de ensino e aprendizagem, constituído de uma teoria de

conhecimento referenciada na realidade, com metodologias (pedagogia) incentivadoras à

participação e ao empoderamento das pessoas, com conteúdos e técnicas de avaliação

processuais, permeado por uma base política estimuladora de transformações sociais e orientado

por anseios humanos de liberdade, justiça, igualdade e felicidade (INCUBADORA DE

EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS UFPB, 2003).

As atividades tiveram início com visitas domiciliares para o reconhecimento da área pelas

novas integrantes. As estudantes foram acompanhadas pelas ACS`s de cada área.

Em seguida, o grupo dedicou-se a atividades de planejamento. Com base no relatório

anterior, foram traçados planos a serem seguidos neste período, tais como conversa com as

enfermeiras, visita a escola, continuidade das oficinas com os ACS´s.

Realizou-se uma entrevista semi-estruturada com as enfermeiras para obter informações

sobre a coleta de dados para o cumprimento das ações do PBF que compõem as

condicionalidades da saúde, procurando identificar o que é feito com estes, a fim de verificar

como seu acompanhamento é feito e como constitui um instrumento para promoção da saúde.

Através de uma visita a Escola Augusto dos Anjos, adquirimos dados relacionados aos

alunos que recebem Bolsa Família e nos inteiramos dos procedimentos utilizados para avaliação

da freqüência escolar e posterior envio para o órgão responsável.

Complementando nossa atuação como extensionistas de nutrição em uma unidade de

saúde participamos de aconselhamentos dietéticos que enfatizam a prática da educação

nutricional de forma problematizadora, e visitas domiciliares que foram realizadas em conjunto

com os ACS´s, fortalecendo os vínculos com a comunidade.

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4 ATIVIDADES REALIZADAS

MÊS DIA ATIVIDADE DESCRIÇÃO

Dezembro

14

Visita Domiciliar

Com as novas integrantes, o grupo, juntamente com

Pedro e Ingrid, dividimo-nos em dois grupos para

facilitação e melhor aproveitamento da atividade.

Um dos grupos foi acompanhado pela ACS Francy e o

outro por Rejane e, deste modo, fizemos visita

realizamos o reconhecimento de uma das áreas de

nossa atuação durante o PINAB.

Janeiro 25 Atividade Coletiva

Discussão do relatório do grupo antecedente para nos

inteirarmos das ações realizadas por este, além de um

prévio conhecimento sobre o Programa Bolsa Família.

Outra pauta, foi o início do planejamento das

atividades e objetivos a serem realizados ao longo do

período, entre eles a coleta de dados com as

enfermeiras e a continuidade de oficinas teóricas

direcionadas aos ACS´s.

Fevereiro 01 Aconselhamento

Este aconselhamento contou com a orientação do

nutricionista Pedro, onde se assistiu a um senhor que

levou o seu filho Daniel de 4 meses para ter

orientação sobre a alimentação do bebê, visto que

estava em período de desmame. Por se tratar da

primeira consulta realizada com este, fez-se uma

anamnese alimentar, o incentivo a permanência do

aleitamento materno e sugerimos o retorno com a mãe

para termos um maior conhecimento da alimentação

do bebê.

Fevereiro 08 Não houve Carnaval

Fevereiro 15 Atividade Coletiva

Reunimo-nos na UFPB para darmos continuidade ao

planejamento. Neste dia, decidimos marcar entrevistas

informais com as enfermeiras para adquirirmos

informações sobre o funcionamento do PBF na USF e

resolvemos visitar a EMEF Augusto dos Anjos para

tomarmos parte de como se administra os dados

relacionados às condicionalidades do PBF.

Fevereiro 22 Atividade Coletiva

Nesta manhã, fomos à escola como combinado

anteriormente. Na secretaria obtivemos as

informações sobre freqüência e o controle dos alunos

beneficiados. Tivemos acesso às fichas que o Censo

envia para escola, o modo como são preenchidas e o

seu reenvio, além da lista de alunos matriculados no

ano letivo de 2008.

Fevereiro 29 Aconselhamento

Neste dia houve dois aconselhamentos que contaram

com a orientação do nutricionista Pedro e da estagiária

Virgínia. Acompanhamos o retorno de Daniel, agora

com 5 meses, na presença de sua mãe. Tivemos um

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diálogo com a mãe, no qual esclarecemos suas

dúvidas sobre a alimentação adequada para este

período. Sugerimos uma conduta alimentar baseada na

introdução de novos alimentos que complementariam

a amamentação. O outro foi o primeiro

aconselhamento de uma paciente diabética e com

colesterolemia, fez-se uma anamnese alimentar e uma

posterior intervenção nutricional com o objetivo de

prevenir possíveis agravos da diabete e controlar as

frações do colesterol, ficando acordado as mudanças

do seu cardápio diário.

Março 07 Atividade Coletiva

A priori obtivemos informações a cerca do nome das

enfermeiras e sua área de atuação para posterior

abordagem. Fomos tentar articular com cada uma o

horário em que elas estivessem disponíveis para uma

entrevista informal. Sendo que a única acessível neste

dia foi Lena, responsável pela área Jardim Itabaiana

II.

Março 14 Visita domiciliar

Como de hábito, dividimo-nos em dois grupos. Então,

fomos auxiliar as ACS’s Francy e Lúcia, das áreas

Pedra Branca I e II, na pesagem de algumas crianças

que se encontravam na faixa etária entre zero e dois

anos.

Março 21 Não houve Semana Santa

Março 28 Aconselhamento e

Atividade Coletiva

O aconselhamento contou com a orientação do

nutricionista Pedro onde acompanhamos o retorno de

uma mulher diabética, hipertensa e sobrepeso com

dificuldades de emagrecimento. Esta relatava seguir a

conduta dietoterápica acordada e praticar atividades

físicas, porém sem melhorias no quadro clínico.

Partindo do referencial que esta falava a verdade

buscamos orientações médicas. Em seguida demos

continuidade ao planejado, conversamos com a

enfermeira Cláudia, responsável pela área Jardim

Itabaiana I.

Abril 04 Aconselhamento

domiciliar

Este foi um dia atípico das nossas atividades, pois

fizemos dois aconselhamentos domiciliares

juntamente com a professora Ana Cláudia, duas

estagiárias e a ACS Rejane. Eram pessoas acamadas,

porém com quadros clínicos diferentes. A primeira,

uma jovem em estado vegetativo desde o seu

nascimento por motivo de complicações no parto. A

segunda que tem seqüelas de vários AVC. As

cuidadoras de ambas tinham dúvidas em relação à

alimentação.

Abril 11 Atividade Coletiva Reunimo-nos na USF para articular com a gerente do

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local, Lêda, sobre a oficina direcionada aos ACS´s.

Decidimos local, data e hora, e iniciamos a

programação da oficina.

Abril 18 Atividade Coletiva

Participamos da passeata contra dengue organizada

pela Unidade que contou com a presença de

estudantes da escola EMEF Augusto dos Anjos e

profissionais de saúde, nas áreas adscritas dessa. Neste

dia, distribuímos os convites para a oficina.

Abril 25 Atividade Coletiva

Finalizando as atividades do grupo PBF no período,

realizou-se a segunda oficina com os ACS’s, com o

tema “Promoção da Alimentação Saudável”.

Iniciamos o evento com uma dinâmica de quebra gelo,

conhecida como “Tiro pela culatra”, onde os

participantes escreviam uma prenda para um

companheiro da roda executar, ao final, os papéis se

invertiam, e cada pessoa realizou o que escreveu,

tendo como objetivo colocar em jogo sua capacidade

de superar obstáculos, mostrar o nível de

companheirismo e pôr-se no lugar do outro. No

segundo momento ocorreu a dinâmica “Cesta de

Frutas” que tem o propósito de descontrair,

desbloqueando e estimulando a criatividade das

pessoas e do grupo, além de se conhecer as

preferências alimentares dos participantes. Nesta cada

um desenhou sua fruta predileta e em seguida por

alguma manifestação artística (música, poesia,

mímica) e os outros a descobrissem. Em um terceiro

momento, fizemos uma explanação teórica de forma

lúdica com o uso da pirâmide alimentar (Anexo II),

onde cada membro, a construía de acordo com seus

conhecimentos, o que gerou uma conversa sobre o

tema, sendo feito os devidos esclarecimentos pelos

extensionistas. Concluindo esta dinâmica, passamos

para a do “Passeio às cegas”, na qual, todos em pé,

alongaram, se misturaram com som de uma música e

formaram duplas. Um de olhos fechados passou a ser

conduzido pela voz do outro até o local de sentar, e

vice-versa, e em seguida compartilharam a

experiência de ser conduzido e conduzir. O objetivo

era mostrar aos ACS´s que eles são condutores da

comunidade na promoção da alimentação saudável,

bem como proporcionar uma maior confiança entre

eles, visto que trabalham em equipe e precisam ter

confiança no outro. O encerramento do evento se deu

com lanche e entrega de folder educativo.

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5 DISCUSSÕES, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS

Reiniciamos nossas atividades na USF, passando por um processo de adaptação das novas

integrantes do grupo e planejamento de atividades para o semestre, procurando desenvolver os

encaminhamentos propostos anteriormente, conectando-os com novas perspectivas de atuação.

Houve inserção de duas novas integrantes do PINAB que fizeram o reconhecimento da

área através de visitas domiciliares, as quais proporcionaram maior aproximação com a

comunidade, assim como com os ACS´s.

Os aconselhamentos dietéticos foram de fundamental importância para o aprimoramento

dos nossos conhecimentos acadêmicos e humanos, pois pudemos vivenciar essa nova abordagem,

proposta pelo PINAB. Com ela descobrimos que, através de uma relação dialógica onde os

aspectos sociais e culturais das práticas alimentares são discutidos de forma horizontalizada,

possibilita-se o encorajamento do indivíduo a elaborar caminhos possíveis para superação dos

problemas alimentares.

Verificamos durante um aconselhamento, a necessidade de expandir a visão de

atendimento horizontal proposta pelo PINAB, norteada pela educação popular, uma vez que

tentamos dentro deste utilizar a interdisciplinaridade, na busca do atendimento integral, para

melhora do quadro clínico da paciente, e nos deparamos com uma visão vertical da medicina.

ARTICULAÇÃO COM A ESCOLA

Em relação à escola, o grupo focou-se na verificação das informações necessárias exigidas

pelo Programa ao setor educacional, percentual da freqüência e sua justificativa, dos alunos

matriculados que são beneficiados e identificá-los.

A freqüência é enviada trimestralmente para o Censo Municipal, através de formulários

preenchidos com o nome dos alunos beneficiados, o percentual de presença às aulas, e a

justificativa da ausência. Esse processo é conduzido de forma organizada pela secretaria da

escola que elabora a relação completa dos alunos contendo dados sobre data de nascimento, raça,

se recebe Bolsa Família e se é novato ou repetente como demonstra o anexo 1.

Na EMEF Augusto dos Anjos, 45,68% dos alunos matriculados no ano de 2008 são

beneficiados do Programa Bolsa Família, como demonstra o gráfico a seguir.

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PORCENTAGEM TOTAL DOS ALUNOS BENEFICIADOS PELO PROGRAMA

BOLSA FAMÍLIA DA EMEF AUGUSTO DOS ANJOS NO ANO LETIVO DE 2008

54,32%

45,68% BENEFICIADOS

NÃO BENEFICIADOS

Este percentual seria superior, se considerássemos apenas as crianças e adolescentes, ou

seja, o turno da manhã e da tarde, visto que o turno da noite é composto em sua maioria por

adultos. Fato observado no quadro abaixo.

PORCENTAGEM TOTAL POR TURNO DOS ALUNOS BENEFICIADOS PELO

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA DA EMEF AUGUSTO DOS ANJOS NO

ANO LETIVO DE 2008

Como citamos anteriormente, o PINAB é composto por cinco grupos interligados. Em

posse deste referencial, utilizamos o estado nutricional obtido dos 350 alunos do turno da manhã

pelo Grupo da Escola em 2007, desses 95 se apresentavam em situação de risco, sendo 48

beneficiados do PBF, 37 não beneficiados e 10 não foram encontrados, por motivo de

afastamento da escola. Associamos com os dados citados anteriormente (relação dos alunos

matriculados no ano letivo de 2008) para obtermos a relação dos alunos em risco nutricional que

são beneficiários do PBF, ilustrada no gráfico a seguir.

59,72%

59,23%

8,84%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

MANHÃ

TARDE

NOITE

MANHÃ TARDE NOITE

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PERCENTUAL DOS ALUNOS DA EMEF AUGUSTO DOS ANJOS DO TURNO DA

MANHÃ NO ANO DE 2007 EM SITUAÇÃO DE RISCO NUTRICIONAL EM RELAÇÃO

AO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

ARTICULAÇÃO NA USF

Por intermédio das enfermeiras, principais responsáveis pelos dados do PBF em cada área

pertencentes a Unidade, obtivemos informações sobre a coleta de dados para o cumprimento das

condicionalidades da saúde para o PBF. Tivemos as seguintes impressões:

1- No que diz respeito às condicionalidades, observamos que nestas são verificadas as

medidas antropométricas das famílias beneficiadas.

2- As informações adquiridas nos mostraram a falta de acompanhamento do estado

nutricional, uma vez que os relatórios enviados para o Distrito Sanitário não são armazenados

pelas equipes responsáveis.

3- Notamos também a ausência de ações concretas para o monitoramento do estado

nutricional dos beneficiados.

Portanto, tais elementos demonstram que um dos principais objetivos do PBF, que é a

promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida, não está se efetivando, provavelmente pela

burocracia do serviço, como preenchimento de formulários, a demanda elevada de beneficiados,

os vários programas do Governo Federal que são atribuições das equipes da Atenção Primária e a

insuficiente atenção prestada pelo órgão responsável.

Nota-se que as responsabilidades cabíveis a enfermagem são cumpridas, contudo um fator

muito importante para o PBF deveria ser o acompanhamento nutricional das famílias, que

50,53%

38,95%

10,52%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

BENEFICIADOS

NÃO BENEFICIADOS

NÃO ENCONTRADOS

BENEFICIADOS NÃO BENEFICIADOS NÃO ENCONTRADOS

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recebem o benefício, verificando se a transferência de renda está causando melhorias para estas.

Ressaltamos então que os dados coletados seriam talvez melhor aproveitados com a presença de

nutricionista na Unidade Básica de Saúde, que possui conhecimentos específicos sobre

alimentação otimizando esse trabalho.

OFICINA COM OS ACS´s

Como citamos, a oficina foi articulada com a gerente da USF. Porém, não pudemos contar

com a presença de todos os agentes comunitários, pois neste dia, estava marcada uma passeata

contra dengue para as áreas de Pedra Branca I e II, que acabou não ocorrendo, demonstrando-nos

um pouco dos problemas cotidianos do trabalho em saúde da família.

A oficina “Promoção da Alimentação Saudável” contou com a presença de sete ACS´s,

que demonstraram interesse em aprimorar seus conhecimentos, das participantes do grupo PBF e

de uma estagiária de nutrição do 8º período, na área de Saúde Pública. Durante esta, pudemos

discutir sobre temas básicos da nutrição de forma dialógica através da troca de saberes; e sobre a

importância destes temas no cotidiano das pessoas, principalmente dos ACS´s. A vivência nas

oficinas proporciona momentos de integração entre eles e nós, extensionistas além de promover

um aprimoramento teórico, sendo estes multiplicadores de informações, que impulsionam a

alimentação saudável em sua comunidade.

Durante esse momento, os participantes expuseram suas dúvidas e colocações sobre o

tema abordado, como por exemplo, porções dos alimentos que devem ser ingeridos diariamente,

a que grupo de nutrientes pertencem. Podemos observar então, a necessidade de aprofundar seus

conhecimentos sobre a Nutrição.

ENCAMINHAMENTOS

Passada esta fase de reconhecimento do funcionamento do programa e em posse dos

dados obtidos, o grupo seguinte possui ferramentas suficientes para desenvolver outra etapa.

Sugerimos que se inicie o acompanhamento direcionado às famílias cadastradas ao PBF na

comunidade e que elaborem com as enfermeiras uma forma de acompanhamento nutricional

dessas famílias para que a condicionalidade da saúde funcione como um mecanismo para a

melhoria da qualidade de vida da população. Observou-se também a necessidade de que os

próximos grupos dêem continuidade as oficinas teóricas com os ACS´s.

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6 CONSIDERAÇÕES

O trabalho realizado ao longo deste semestre pelo grupo na USF Vila Saúde consolidou os

conhecimentos sobre o funcionamento do Programa Bolsa Família, que subsidiará as futuras

ações de promoção da saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional dos sujeitos envolvidos

neste processo, pautado na educação popular, na busca da autonomia no processo da cidadania.

Page 16: GRUPO PBF 2008.1

REFERÊNCIAS

INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS (INCUBES, UFPB). Educação

Popular. Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UFPB. 2003.

SENNA,M.C.M.; BURLANDY,L.; MONNERAT,G.L.; SCHOTTZ,V.; MAGALHÃES, R.

Programa Bolsa Família: nova institucionalidade no campo da política social brasileira? Revista

Katálysis, v. 10, n. 1, pp. 86-94. 2007.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - RELAÇÃO DOS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO

FUNDAMENTAL AUGUSTO DOS ANJOS QUE SÃO BENEFICÁRIOS DO PROGRAMA

BOLSA FAMÍLIA NO ANO LETIVO DE 2008

TURNO: MANHÃ

TURMA nº de alunos nº de alunos

beneficiários

% de alunos

beneficiários

1º ANO A 23 14 60,87

1º ANO B 29 18 62,07

2º ANO A 30 16 53,33

2º ANO B 33 18 54,54

2º ANO C 29 19 65,52

2º ANO D 30 21 70,00

3º ANO A 41 24 58,54

3º ANO B 40 25 62,50

4º ANO A 32 14 43,75

4º ANO B 33 17 51,51

4º ANO C 27 19 70,37

5º ANO A 42 27 64,28

5º ANO B 43 26 60,46

TOTAL 432 258 59,72

TURNO: TARDE

TURMA nº de alunos nº de alunos

beneficiários

% de alunos

beneficiários

6º ANO A 32 17 53,12

6º ANO B 30 12 40,00

6º ANO C 30 14 46,67

6º ANO D 32 20 62,50

6º ANO E 30 20 66,67

7º ANO A 41 17 41,46

7º ANO B 40 25 62,50

7º ANO C 41 29 70,73

8º ANO A 30 16 53,33

8º ANO B 30 23 76,67

8º ANO C 26 17 65,38

9º ANO A 41 29 70,73

9º ANO B 41 24 58,54

TOTAL 444 263 59,23

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TURNO: NOITE

TURMA nº de alunos nº de alunos

beneficiários

% de alunos

beneficiários CICLO – I - A 25 0 0 CICLO – I - B 25 0 0 CICLO – II - A 47 02 4,25 CICLO – III - A 41 05 12,19 CICLO – III - B 43 06 13,95 CICLO – III - C 39 06 15,38 CICLO – IV - A 40 04 10,00 CICLO – IV - B 34 03 8,82 CICLO – IV - C 34 03 8,82

TOTAL 328 29 8,84

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APÊNDICE B – FOLDER DISTRIBUIDOS PARA OS ACS´S NA OFICINA

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ANEXOS

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ANEXO I - EXEMPLO DA LISTA FORNECIDA PELA EMEF AUGUSTO DOS ANJOS

RELAÇÃO DO 4º ANO C – 2008

Nº NOME D. NASC. RAÇA B. ESC. N./R.

01 ADRIANO LAMONIER PEQUENO DE MELO 16.11.1996 PRETA BOLSA N

02 ALDAIR DA PAZ SILVA 17.10.1994 PRETA BOLSA N

03 ALISSON DA SILVA LIMA 17.02.1995 PARDA BOLSA N

04 ALYSSON SILVA DOS SANTOS 19.02.1994 PARDA BOLSA N

05 EDUARDO RODRIGUES PEREIRA 09.04.1996 PARDA BOLSA N

06 ELSON MARQUES DA SILVA 02.09.1993 PRETA N

07 EVERTON DA SILVA SANTOS 12.07.1995 PARDA N

08 FELIPE ÂNGELO DA SILVA 05.10.1995 PARDA R

09 GLEYCIANE PONTES FERREIRA 12.07.1996 BRANCA BOLSA N

10 HERCULES COELHO DE VASCONCELOS 28.07.1997 PRETA BOLSA N

11 ISAC RODRIGUES VIEIRA 11.11.1996 PARDA R

12 JARDIEL DE OLIVEIRA PEREIRA 25.12.1997 PARDA BOLSA N

13 JARDSON COSTA DE MOURA 06.03.1995 PARDA BOLSA R

14 JEFFERSON CAVALCANTE DA SILVA 17.11.1996 BRANCA N

15 JEFFERSON DOS SANTOS 31.03.1995 PRETA BOLSA R

16 JOANDERSON SOARES DA SILVA 22.11.1996 PRETA BOLSA N

17 JORDAN FREIRE DOS SANTOS 22.11.1994 PARDA BOLSA R

18 JOSÉ ALLYSSON RIBEIRO DE SOUZA 13.08.1998 BRANCA BOLSA N

19 JOSEKELLY MARQUES DA SILVA 27.10.1994 PARDA BOLSA N

20 JOYCE SOARES MARINHO LEAL 18.08.1997 PARDA BOLSA N

21 LUANA DE SOUZA FELIPE DE ARAÚJO 25.12.1997 PRETA N

22 MARIA HELENA OLIVEIRA DA COSTA 08.09.1995 PARDA BOLSA R

23 REINALDO DA SILVA TARGINO 01.11.1996 PARDA N

24 ROMILDA SIMÕES RODRIGUES 15.04.1997 PARDA BOLSA N

25 THAYNARA MARQUES DOS SANTOS 24.12.1997 BRANCA N

26 WENDERSON SOARES PEREIRA 26.09.1993 PARDA BOLSA R

27 WELLINGTON M. DE VASCONCELOS 27.07.1996 PRETA BOLSA R

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ANEXO II – FOTO DO ACS PARTICIPANDO DA DINÂMICA DA PIRÂMIDE

ALIMENTAR

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