GRUPO PBF 2009.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB GRUPO OPERATIVO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA JOÃO PESSOA 2010

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JOÃO PESSOA 2010 GRUPO OPERATIVO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA Eduarda Pontes do Santos Araújo Islany Costa Alencar Renata Duarte Moreira Pedro José Santos Carneiro Cruz Relatório do grupo operacional PBF do projeto de extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB. 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA

EM SAÚDE - PINAB

GRUPO OPERATIVO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

JOÃO PESSOA

2010

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Eduarda Pontes do Santos Araújo

Islany Costa Alencar

Renata Duarte Moreira

Pedro José Santos Carneiro Cruz

JOÃO PESSOA

2010

Relatório do grupo operacional PBF do

projeto de extensão Práticas Integrais da

Nutrição na Atenção Básica em Saúde

(PINAB), coordenado pela professora Ana

Cláudia Cavalcanti Peixoto de

Vasconcelos, do Departamento de Nutrição

da Universidade Federal da Paraíba,

apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB.

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SUMÁRIO

1) INTRODUÇÃO.........................................................................................4 2) OBJETIVOS.............................................................................................7 3) METODOLOGIA......................................................................................8 4) ATIVIDADES REALIZADAS..................................................................10 5) DISCUSSÃO, REFLEXÃO E ENCAMINHAMENTOS...........................15 6) CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................18 7) REFERÊNCIAS......................................................................................19 8) APÊNDICE.............................................................................................20

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1. INTRODUÇÃO

O projeto de extensão popular - PINAB – (Praticas integrais da Nutrição

na Atenção Básica em saúde) – está vinculado ao Departamento de Nutrição

da Universidade Federal da Paraíba e atua na Unidade de Saúde da Família -

Vila Saúde, na Escola Municipal Augusto dos Anjos, nas comunidades Jardim

Itabaiana, Boa Esperança e Pedra Branca, localizadas no bairro do Cristo

Redentor, no município de João Pessoa - PB. O início das atividades do projeto

decorreu em julho de 2007, coordenado pela professora do Departamento de

Nutrição Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos e o nutricionista

Pedro José Santos Carneiro Cruz.

O PINAB propõe articular vivencias com a comunidade, através de

atividades pedagógicas na promoção e atenção a saúde numa perspectiva

integral e popular. Busca a troca de saberes, na perspectiva de um

aprendizado mútuo. Que não haja domínio de um saber sobre o outro, mais

uma interação especificamente humana entre valores, pensamentos e

sentimentos através de um aprofundamento da intervenção da ciência na vida

cotidiana das famílias e da sociedade (VASCONCELOS, 2000).

A educação popular, sistematizada por Paulo Freire, se constitui como

norteador da relação entre intelectuais e classes populares. Ela busca trabalhar

pedagogicamente o homem e os grupos envolvidos no processo de

participação popular, fomentando formas coletivas de aprendizado e

investigação, de modo a promover o crescimento da capacidade de análise

crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das estratégias de luta e

enfrentamento. É uma estratégia de construção da participação popular no

redirecionamento da vida social (VASCONCELOS, 2004).

Segundo Paulo Freire, a prática da liberdade está inserida em um modo

de transmissão de conhecimentos, pela qual o indivíduo possa refletir, para

tornar-se sujeito de sua própria história.

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Necessitamos de sujeitos educadores que estando no mundo e

sabendo-se nele comprometam sua ação e reflexão em favor da solidariedade

para com o mundo e com os homens na busca incessante da humanização

(Freire, 1982), pois educar é formar para a vida.

Atualmente no Projeto atuam estudantes do curso de nutrição, divididos

nos seguintes grupos operativos: Gestantes, Escola, Programa Bolsa Família e

Mobilização Popular. Todos os grupos trabalham com base em três eixos de

atuação: atividades coletivas, visitas domiciliares e aconselhamento dietético

individual.

O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência direta

de renda que beneficia famílias em situação de pobreza. Está integrado a

estratégia do FOME ZERO, que tem o objetivo de assegurar o direito humano à

alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e

contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista da

cidadania pela parcela da população mais vulnerável à fome. Possui duas

frentes de atuação: emergencial (através da transferência de renda) e

estrutural (através de ações e iniciativas capazes de gerar autonomia e

sustentabilidade social e econômica para as famílias participantes). Esta última

frente é pautada principalmente através do cumprimento de condicionalidades

relacionadas às áreas de saúde e educação, especificamente na cobertura

vacinal (saúde) da criança e verificação de sua freqüência na escola (SENNA

et al, 2007).

Nesse contexto, o PINAB, se insere com o Grupo operativo (GO) PBF,

que de início buscou pautar as ações da unidade de saúde em relação aos

beneficiários do programa bolsa família, propondo fortalecer o grupo enquanto

ação social radicalmente comprometida com a autonomia da população

excluída, no exercício de seus direitos de cidadania e o direito humano a

alimentação adequada (SENNA et al, 2007), com o objetivo de promover um

espaço de diálogo unindo a análise critica da realidade com a superação das

situações de exclusão social vigente.

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Nesse cenário, o grupo PBF no período de 2009.2 atuou através de

ações voltadas para a educação nutricional com o intuito de se integralizar. E a

partir daí desenvolveu ações educativas com diversos temas, como: a

higienização e manipulação dos alimentos, os mitos e tabus alimentares, o

aproveitamento integral dos alimentos, e o direito a alimentação,

desenvolvendo essas atividades de forma diferenciada e criativa, sempre

tomando como base a educação popular.

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2.OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

Desenvolver práticas educativas e integrais por meio de atividades coletivas

visando à promoção da saúde e a emancipação social dos beneficiados do

programa bolsa família.

2.2 Objetivos específicos

Realizar atividades coletivas com intuito de gerar nos integrantes senso

crítico sobre seu papel na sociedade;

Buscar por meio de rodas de diálogos, o aumento do vínculo com a

comunidade, através da troca de saberes, opiniões e experiências;

Promover a saúde, na perspectiva de uma alimentação saudável;

Procurar desenvolver a parte estruturante do programa, promovendo à

emancipação das beneficiárias;

Promover o aconselhamento dietético individual na comunidade com as

beneficiárias do PBF, com o objetivo de promover o diálogo e

humanização dos futuros profissionais da saúde;

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3. METODOLOGIA

O Grupo Operativo Programa Bolsa Família se reunia quinzenalmente

para realização das atividades, na pastoral da criança da comunidade Boa

Esperança no bairro do Cristo Redentor, João Pessoa- PB e teve sua atuação

na comunidade em dois eixos: aconselhamento dietético individual e atividades

coletivas. Possuindo como referencial teórico-metodológico a utilização do

diálogo, com base na Educação Popular, sistematizada por Paulo Freire.

Assim, educadores populares, estudantes e docentes universitários vêm

realizando atividades no grupo comunitário “Lá Vêm Elas” desde 2009, visando

possibilitar a população fortalecer a consciência crítica e participativa, capaz de

problematizar diversos temas, como: alimentação e seus grupos alimentares, a

higienização e manipulação dos alimentos, os mitos e tabus alimentares, o

aproveitamento integral dos alimentos, e o direito a alimentação.

É importante identificar que a participação deve ser incentivada, de

modo que todos os esforços sejam canalizados para desenvolver as

potencialidades e criatividades, coletivas e individuais. (ACIOLI; FERREIRA;

HERINGER; PEREIRA, 2001)

Para debater tais questões, foram utilizadas estratégias incentivadoras

da criatividade, como a elaboração de esquete de rádio interativa, no qual foi

organizado de duas formas, um programa gravado ao vivo com as mulheres da

comunidade e uma rádio gravada, para ser passado o áudio no momento da

atividade, demonstrações de receitas, como: a salada de frutas, o suco da

casca do abacaxi e o pudim de pão, que eram feitos ao final de cada atividade,

dinâmicas de reflexão e integração, através de cirandas, escuta de músicas e

perguntas geradoras, sempre relacionando com as atividades, painéis

educativos, para a construção de uma pirâmide alimentar, álbum seriados

exemplificando as formas de higienização correta dos alimentos e rodas de

conversas sempre animadas e descontraídas, construídas com perguntas

geradoras, onde a capacidade de análise e elaboração de pensamentos por

parte dos comunitários era estimulada.

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As atividades coletivas sempre detinham como partes primordiais, a

realização das dinâmicas no início, com a finalidade de acolher a todas de

forma descontraída. Logo depois ocorreria o segundo momento com a

abordagem e discussão dos temas e para fechamento ocorreria o terceiro

momento com a oficina de culinária e dinâmica reflexiva sobre a atividade, na

forma de que elas poderiam se expressar, dando sua impressão sobre as

atividades.

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4. ATIVIDADES REALIZADAS

MÊS

DIA

ATIVIDADE

DESCRIÇÃO

Setembro

16/09/09

Reunião de

Aprofundamento

Foi realizada a leitura e a explanação dos textos:

“Contribuições da extensão popular no fortalecimento

da dimensão educativa do programa bolsa família:

reflexões acerca de uma experiência no saúde da

família” e “Programa Bolsa Família”, no qual

esclarecia a temática abrangida.

Setembro

18/09/09

Visita Domiciliar

Foram visitadas três casas.

Setembro

23/09/09

Atividade Coletiva

Ocorreu o contato inicial com o grupo, onde fomos

apresentados ás mulheres. A primeira atividade foi

guiada pelo coordenador Pedro José, na qual foi feita

uma roda de diálogo onde se perguntou a todos, uma

qualidade, um defeito e um sonho de cada um. Ao

final da atividade, cantamos uma ciranda de roda.

Setembro

30/09/09

Atividade Coletiva

Tema:

“A Alimentação

Saudável e seus

Grupos Alimentares”

Neste segundo encontro foi bastante proveitoso e

participativo. Iniciamos com uma dinâmica inicial bem

descontraída, com a qual, cada uma teria dizer o que

achava de mais bonito na pessoa do lado e, ao final

da dinâmica, dá um beijo nessa parte do corpo. Logo

em seguida discutimos em uma conversa bem

informal, sobre o que elas entendiam sobre

alimentação saudável, durante a conversa surgiram

muitas dúvidas, na qual foi fundamental para

desenrolar temas futuros. Após essa roda de

conversa, exploramos o tema grupos alimentares,

com a colagem de uma pirâmide alimentar em branco

na parede, para elas criarem sua própria pirâmide,

através de suas deduções, com figuras dos mais

variados tipos de alimentos. Enquanto elas colavam

as figuras foi servido um lanche. Com a pirâmide

completada foi feita uma análise comparando-a com a

pirâmide alimentar utilizada por nutricionistas e

depois foi explicado especificamente cada grupo.

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Finalizamos com um círculo, no qual todos estavam

abraçados e cada um falou uma palavra que

representasse aquele momento

Outubro

02/10/09

Visita Domiciliar

Foram visitadas duas casas.

Outubro

07/10/09

Aconselhamento

Dietético

O aconselhamento ocorreu na comunidade, onde o

grupo PBF 1 se reuni, na pastoral da criança, houve

apenas um aconselhamento onde foi relatado a

anamnese e foi feita uma nova conduta alimentar para

a paciente, que apresentava diabetes. A outra

paciente marcada teve outro compromisso, mas

passou pra avisar que viria no próximo

aconselhamento, ela tinha acabado de ter filho e teve

uma gravidez de risco, pois foi detectado pré

eclampsia.

Outubro

14/10/09

Atividade Coletiva

Tema:

“Aproveitamento

Integral do Alimento”

Nesta atividade foi realizado o tema: aproveitamentos

integrais do alimento, devido à semana mundial da

alimentação. Organizamos uma roda de conversa,

com partilha de saberes a partir dos costumes e

realidades vivenciadas pelas mulheres do grupo.

Começamos com a seguinte pergunta: “mulheres, do

que vocês têm fome?”. Depois de todo

esclarecimento, abordamos o aproveitamento integral

dos alimentos como uma das contribuições para a

conquista de melhores condições de segurança

alimentar. Encerramos a roda de conversa e

convidamos as mulheres para a cozinha, onde

orientamos a aproveitar o abacaxi de forma integral,

com a preparação do suco da sua casca.

Outubro

16/10/09

Visita Domiciliar

Foram visitadas três casas

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Outubro

21/10/09

Reunião de

Planejamento

Reunião do grupo com Pedro Cruz para decidir a

melhor estratégia para abordar os temas seguintes,

nesta reunião foi feita todo o planejamento de todas

as atividades seguintes.

Outubro

28/10/09

Atividade Coletiva

Tema: “Higienização

e Manipulação dos

Alimentos”.

A Atividade foi bastante participativa. O assunto

discutido foi higienização e manipulação dos

alimentos, enfocando mais congelamento,

conservação, catação do feijão e a higienização

adequada. A abordagem do assunto foi feita através

de álbum seriado e dinâmica, onde essa metodologia

foi ideal para a compreensão de todos. Após a

discussão do tema, ocorreu a preparação de uma

salada de frutas, demonstrando as formas corretas de

higienização. Ao final da atividade, uma roda foi feita

e duas perguntas foram lançadas, o que elas

gostariam de conservar e o que elas gostariam de

limpar das suas vidas? As respostas delas foram de

grande enriquecimento do grupo.

Outubro

30/10/09

Visita Domiciliar

Duas casas foram visitadas.

Novembro

04/11/09

Aconselhamento

Dietético

Não ocorreu aconselhamento por não haver presença

dos marcados.

Novembro

11/11/09

Atividade Coletiva

Tema: “Mitos e Tabus

Alimentares”

Esta atividade teve a presença do nutricionista Gilmar

Pinto, que ajudou durante toda atividade. Como

dinâmica inicial cada uma desenhou alguém do grupo

sem escrever quem era a pessoa, para todos

adivinhar. O tema abordado neste dia foram os mitos

e tabus alimentares, e foi usada como metodologia a

utilização de uma rádio interativa, através de um jogo

de perguntas e respostas, de forma a estimular a

capacidade de análise e elaboração de pensamentos

por parte da comunidade. Foi servido um lanche e

depois fizemos o encerramento com um círculo no

qual cada um cantou um trecho de uma música sobre

aquele momento.

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Novembro

13/11/09

Visita Domiciliar

Foram visitadas duas casas

Novembro

18/11/09

Reunião de

Planejamento

Neste planejamento foi elaborada a atividade seguinte

sobre mitos e tabus alimentares na forma de uma

rádio gravada pelas pinabianas.

Novembro

25/11/09

Atividade Coletiva

Tema: “Mitos e Tabus

Alimentares II”

Antes de começarmos, iniciamos com o momento

culinária com a preparação de um Pudim de Pão feito

de pão dormido. Esse foi um momento interessante,

por que nós pudemos fazer toda a receita na frente

delas. Enquanto o pudim assava, nossa atividade

prosseguiu com a ciranda da farinha. Depois,

iniciamos a rádio gravada, onde uma nutricionista

respondia as perguntas dos ouvintes da rádio, que

possuía como tema os mitos e tabus alimentares.

Observamos que as mulheres ficaram bem atentas ao

que escutavam e riram bastante quando ouviram

nossas vozes. Finalizada a rádio, elas falaram da

impressão que tiveram do I seminário de pesquisa e

extensão popular que havia começado na noite

anterior a atividade, na Universidade federal da

Paraíba. Para finalizar, elas escutaram a música

‘Pratododia’’, no qual fizemos uma analogia da letra

com os laços de amizade. Por fim, fomos

experimentar o pudim de pão que havíamos feito no

inicio da reunião.

Novembro

27/11/09

Visita Domiciliar

Foram visitadas duas casas

Dezembro

02/12/09

Aconselhamento

dietético

Não houve aconselhamento, pois não havia pessoas.

E foi realizada uma atividade com o nutricionista

Gilmar Pinto, onde discutimos sobre o grupo, suas

futuras diretrizes e os meios de desenvolver as

atividades.

Dezembro

09/12/09

Atividade Coletiva

Primeiramente justificamos a ausência da massagista

que havíamos prometido na reunião anterior.

Inicialmente com um alongamento para relaxar. Logo

após, tivemos um debate bastante proveitoso, na

forma de avaliar o grupo, através do ponto de vista

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delas, onde foi discutido o futuro do grupo, até

assuntos pessoais. Foi servido um lanche com

panetone para comemorar o Natal e o que seria

sorteado foi dividido entre elas. Fechamos com uma

reflexão do ano.

Dezembro

16/12/09

Reunião de

Planejamento

Neste encontro foram discutidas com as integrantes

do grupo PBF, suas percepções sobre as atividades,

fazendo a avaliação do grupo como um todo,

procurando meios de melhoria para seu

desenvolvimento.

Dezembro

23/12/09

Férias

Recesso acadêmico

Janeiro

13/01/10

Reunião de

Planejamento

Ocorreu um encontro com Pedro, onde foi feita uma

avaliação individual do grupo.

Janeiro

15/01/10

Visita Domiciliar

Foi visitada apenas uma casa.

Janeiro

20/01/10

Aconselhamento

Dietético

O aconselhamento ocorreu na Unidade de Saúde da

Família, com a ajuda da pinabiana Jousy, estudante

do 7º período. Ocorreram dois aconselhamentos,

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5. DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS

Antes de iniciarmos nossas atividades na comunidade foi feita uma

reunião com o orientador para debatermos a respeito do Programa Bolsa

Família, onde pudemos conhecer o que é, de fato, o programa, os seus

objetivos e quais grupos beneficiados por ele, a fim de compreendermos

melhor o universo no qual iríamos nos inserir.

Em nosso primeiro encontro na comunidade, fizemos apenas uma

dinâmica na qual deveríamos falar um defeito, uma qualidade e um sonho de

cada presente. Esse primeiro contato foi de extrema importância para o início

do vínculo entre nós e a comunidade.

Em nosso segundo encontro foi realizada uma roda de conversa com o

seguinte questionamento: “Para vocês, o que é uma alimentação saudável?”,

surgindo vários temas, como a higienização dos alimentos, o seu preparo e

armazenamento, os diversos gostos alimentares e a dificuldade existente no

fato de realizar uma dieta. Em seguida, pedimos para que elas montassem a

pirâmide alimentar de acordo com o que elas achassem que deveria ser

montada. Depois foi analisado em conjunto o resultado obtido, questionando-as

o que as levou a preencherem a pirâmide daquele modo.

A partir das propostas levantadas nesta segunda atividade, pôde-se

definir e planejar as temáticas das atividades coletivas, de modo que a

atividades seguintes trataram, de forma criativa e participativa, da segurança

alimentar; compra, armazenamento, higienização, manipulação, cozimento e

congelamento do alimento e mitos e tabus alimentares, na atividade sobre

mitos e tabus também foi debatido sobre a dieta e a dificuldade de cumpri-la,

dando dicas para gerar mais satisfação no ato de se alimentar bem.

Todas as atividades realizadas na comunidade foram produtivas e

satisfatórias. Em todos os momentos houve a participação de todos os

integrantes do grupo, de forma que houve a construção participativa do saber,

de modo que os conhecimentos presente na comunidade e a formação

acadêmica de nós, estudantes de nutrição, se somavam gerando um

crescimento para grupo.

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Através das visitas domiciliares, que foram realizadas quinzenalmente,

pode-se obter um maior vínculo com as famílias e, assim, um maior

acolhimento delas. As visitas são essenciais, também, para a percepção dos

problemas vivenciados entre essas famílias, a comunidade e a Unidade de

Saúde, o que influencia diretamente nas suas condições de saúde-doença.

Antes das visitas domiciliares, ocorriam as reuniões teóricas, onde

podíamos estudar os conceitos inerentes à educação popular e, assim,

aplicarmos em nossas visitas e atividades.

Em relação aos aconselhamentos dietéticos, vale salientar os

desencontros ocorridos em relação à marcação das datas para tal realização,

de modo que, muitas vezes, ao chegarmos na USF, não havia pessoas

marcadas para aquela data, mas para semana seguinte, o que acabava

gerando uma dificuldade para a realização do aconselhamento visto que, de

acordo com o planejamento, não poderíamos estar presente na USF na data

correta, pois havia atividade coletiva marcada para tal data. Ocorrendo, então,

apenas um aconselhamento dietético em todo o período, que foi realizado na

própria comunidade Boa Esperança. Este foi bastante proveitoso,

principalmente para nós estudantes, pois pudemos ver a atuação do

nutricionista de forma diferenciada, em relação à acadêmica, valorizando o

diálogo e desenvolvendo uma melhor relação nutricionista-paciente.

Nos dias que ocorreu de não ter aconselhamento, apesar de estar

planejado para que houvesse, foram discutidas maneiras para o

aprimoramento dessas atividades. Surgindo sugestões como retirada da

realização desses aconselhamentos na USF, uma vez que gera o

acomodamento da unidade de saúde pelo fato de ter os estudantes atuando lá,

de forma que acaba diminuindo a possibilidade do contrato de um nutricionista

profissional para a função.

Por meio das atividades coletivas, visitas domiciliares e

aconselhamentos dietéticos, pôde-se promover a saúde na comunidade. De

forma que a interação entre ela e os estudantes e as ações educativas

realizadas durante todo o semestre foram fundamentais para o crescimento

desse conceito na comunidade.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O GOPBF busca, junto à população, uma melhor reflexão e

compreensão do processo saúde-alimentação. Usando a educação popular

como um referencial na formação acadêmica dos estudantes e nas práticas

integrais da nutrição na comunidade, buscou-se a integração dos meios

científicos e populares na troca mútua de saberes, transformando tais práticas

em ações mais efetivas nos campos pedagógico, da comunicação e da

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interação. Nessa dimensão a educação popular aliada à saúde é constituída

de uma prática transformadora e diferenciada.

Por meio das práticas educativas, buscou-se fortalecer a parte

estruturante do programa através da emancipação social dos integrantes do

GOPBF, sendo a promoção da saúde fato importante para isso. E toda esta

experiência gerou um aprendizado mútuo e contínuo, re-alimentando a

disposição de seus protagonistas em elaborar ações transformadoras no PBF e

da realidade sócio-econômica ali vivenciada.

7. REFERÊNCIAS

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ALBUQUERQUE, P.C., STOTZ, E.N. A educação popular na atenção básica

à saúde no município: em busca da integralidade. Interface (Botucatu),

Mar./Aug. 2004, vol.8 no.15. ISSN 1414-3283.

HERINGER, A., ACIOLI, S. de O. , FERREIRA, V. de A. ,PEREIRA, R. C. A. A

METODOLOGIA DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA PRÁTICA DE

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE.NETO, José F. de M. Caderno de

Educação Popular. Ed. Popular.

SENNA, M. C. M. , BURLANDY,L. , MONNERAT,G.L. , SCHOTTZ,V. ,

MAGALHÃES, R. Programa Bolsa Família: nova institucionalidade no

campo da política social brasileira. Revista Katálysis, v. 10, n. 1, pp. 86-94.

2007.

VASCONCELOS, E. M. Educação popular: de uma prática alternativa a

uma estratégia de gestão participativa das políticas de saúde. Physis, Jun

2004, vol.14, no.1, p.67-83. ISSN 0103-7331.

VASCONCELOS, E. M. Redefinindo as práticas de Saúde a partir de

experiências de Educação Popular nos serviços de saúde. Interface

(Botucatu), Fev 2001, vol.5, no.8, p.121-126. ISSN 1414-3283.

VASCONCELOS, E.M. Educação popular e atenção à saúde da família. 3ª

ed. São Paulo: HUCITEC, 2000.

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APÊNDICE

ATA PEDAGÓGICA Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde Grupo Operativo Programa Bolsa Família: Cristhyano Olinda Leal Martins, Eduarda Pontes dos Santos Araújo, Islany Costa Alencar e Renata Duarte Moreira.

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23 de setembro de 2009

A presente ata pedagógica relata o primeiro contato dos extensionistas do

grupo operativo PBF com as mulheres do ‘’lá vem elas’’, que aconteceu no dia 23 de

setembro de 2009 na pastoral da criança na comunidade Boa Esperança, no bairro do

Cristo redentor.

Ao chegarmos lá, fomos bem recebidos por todas elas que foram muito

simpáticas conosco. Como grupo, elas mostraram muita positividade e muita vontade

de criar novos vínculos numa troca de experiências. Como ambiente, percebemos que

a pastoral é carente de recursos financeiros podendo dificultar certas atividades por

isso.

Como primeiro contato, Pedro ficou responsável por realizar a atividade, mas

não deu certo por que a mesma já havia sido realizada no semestre anterior. Então ele

decidiu por fazer uma roda de conversa e perguntava a todos, uma qualidade, um

defeito e um sonho de cada uma. Entre as qualidades, foram citadas a amizade, o

companheirismo, o fato de muitas serem boas vizinhas e entre os defeitos a maioria

relatou que eram mulheres muito estressadas com relação aos assuntos familiares. E

entre os sonhos, citaram o desejo de ver seus filhos tranqüilos e felizes, desejavam

reforma de suas casas ou a casa própria. Dora relatou que queria poder ver sua

vizinha conseguir uma moradia melhor.

Para nós, a dinâmica permitiu que conhecessemos melhor essas mulheres e

que ela nos conhecessem melhor também. Pudemos ver como elas são especiais,

compartilhar com elas seus sonhos e principalmente conhecer suas histórias de vida.

Um caso particular nos chamou atenção, foi o de Lena que mostrou ser uma

mulher muito sensível, nos revelando que passa por problemas de depressão e toma

remédios controlados e tinha problemas na educação de seu filho. Além disso,

percebemos que elas necessitavam e desejavam acompanhamento psicológico,

ajudando-as no convívio familiar.

Para o final da atividade ficamos todos em pé e nos abraçamos fazendo uma

roda. Nós, iniciantes, falamos da nossa impressão sobre as pessoas e cantamos uma

espécie de ciranda de roda.

Depois disso fomos nós, estudantes, e Pedro visitar a nova netinha de Dora.

ATA PEDAGÓGICA Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde Grupo operativo Programa Bolsa Família: Cristhyano Olinda Leal Martins, Eduarda Pontes dos Santos Araújo, Islany Costa Alencar e Renata Duarte Moreira.

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30 de setembro de 2009

A presente ata pedagógica foi realizada a partir da 2º atividade do grupo Lá

vem elas que aconteceu no dia 30 de setembro de 2009 na Pastoral da Criança

localizada em Boa Esperança, bairro do Cristo. Na referida reunião, foi abordada

alimentação saudável e seus grupos alimentares.

Começamos com a dinâmica do beijo, na qual a pessoa diz o que acha mais

bonito na pessoa do e lado e, ao final da dinâmica, dá um beijo nessa parte do corpo,

o que aumenta a afetividade e descontração do grupo. Além do elogio, pedimos para

elas se apresentarem e falarem um hobby.

Depois da dinâmica fizemos uma conversa informal sobre o que elas

entendiam sobre alimentação saudável. Durante a roda de conversa surgiram diversas

questões, como a higienização dos alimentos, com seus métodos e materiais e deu

para perceber que elas tinham consciência da boa alimentação, mas, como elas

mesmas afirmaram, era difícil por em pratica diariamente, o que nos gerou um

interesse para que em uma próxima atividade pudéssemos abordar tal questão.

Nesse momento sentimos um interesse da comunidade pela busca de conhecimento

sobre a preparação dos alimentos, como sua limpeza, preparo e, até mesmo, o

congelamento para armazenamento do alimento. Discutimos também sobre a

preferência alimentar de cada uma, surgindo uma variedade de gostos e nesse

momento Lena comentou da sua falta de apetite devido ao uso de medicamentos para

depressão, dizendo que há dias que só faz uma refeição, nos deixando sensibilizados

com a sua realidade.

Após essa roda de conversa, colamos uma pirâmide alimentar em branco na

parede e colocamos figuras dos mais variados tipos de alimentos sob uma mesa para

que elas completassem a pirâmide de acordo com suas deduções. Aquilo que seria

mais importante ficaria na base da pirâmide e aquilo que deveria ser consumido

esporadicamente, no topo. Enquanto elas colavam as figuras foi servido bolo com

refrigerante. Depois da pirâmide ser completada, nós fizemos uma análise dos

resultados, questionando-as sobre o motivo que as levou a explorar a pirâmide

daquela forma. Então colamos a pirâmide correta já montada e falamos sobre os

grupos alimentares, explicando sobre a importância e cuidados da ingestão de

carboidratos, proteínas, lipídios, fibras e vitaminas, sobre os quais elas não

demonstraram ter um conhecimento. Falamos também sobre a importância das

atividades físicas e da ingestão de, aproximadamente, 2 litros de água por dia. Nesse

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momento surgiram questionamentos sobre os tipos de feijão e os benefícios e

malefícios do café.

Encerramos a atividade com um circulo, no qual todos estavam abraçados e

cada um falou uma palavra que representasse aquele momento. Foi muito comovente,

pois sentimos o “carinho”, “amor”, “amizade” e “alegria” de ambas as partes por existir

essa oportunidade de estarmos juntos compartilhando nossos anseios e crescendo

uns com os outros. Dora compartilhou que ficava muito feliz por ver que nós não nos

incomodávamos em estar na comunidade enquanto que muitos, até mesmo alguns

que já foram de lá um dia, têm preconceito, o que nos deixou por um lado triste, por

haver pessoas tão soberbas e, pelo outro lado, nos sentimos especiais por já estarem

nos integrando à comunidade.

ATA PEDAGÓGICA Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde Grupo Operativo Programa Bolsa Família:

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Eduarda Pontes dos Santos Araújo, Islany Costa Alencar e Renata Duarte Moreira. 14 de outubro de 2009

Aos quartoze dias do mês de outubro de 2009, nos reunimos com as mulheres do

grupo “Lá vêm Elas!”, às 14:30h por motivo de atraso, na pastoral da criança da

comunidade Boa Esperança para a realização de mais uma atividade do PINAB, com

o grupo operativo Programa Bolsa Família 1 no semestre 2009.2, onde foi discutida a

semana mundial da alimentação, abordando o assunto do aproveitamento integral dos

alimentos. Organizamos uma roda de conversa, com partilha de saberes a partir dos

costumes e realidades vivenciadas pelas mulheres do grupo.

Seis mulheres estavam presentes na atividade: um número reduzido em

relação às atividades anteriores, o que nos deixou preocupados com o que

poderia está acontecendo para essa frequência cair. Depois que cumprimentamos

e desejamos boa tarde as mulheres, iniciamos a atividade perguntando para elas o

que tinha de especial naquela semana, o que aquela semana representava para nós e

para elas. Após falarem sobre diversas experiências familiares que cada uma delas

vivenciou com sua família, e de especularem que acontecimentos importantes se

destacaram naquela semana, revelamos que aquela era a Semana Mundial da

Alimentação. A partir de então, abordamos alguns temas como a segurança alimentar,

o que gerou uma roda de conversa onde trocamos nossas experiências e

conhecimento.

Começamos com a seguinte pergunta: “mulheres, do que vocês têm fome?” As

mulheres relataram fome de saúde, de moradia, de segurança, relatando a carência

em que aquela comunidade se encontra, o que se reflete no cotidiano familiar. Apesar

disso, Dôra destacou a importância da expressão da palavra, da maneira de falar, de

forma de lutar e não desistir dos seus sonhos. Percebemos com isso o quanto essas

mulheres podem lutar por aquilo que desejam, já que a cada dia elas superam as

suas dificuldades e sempre pensam como mulheres guerreiras. Falou também

que devemos agradecer ao pouco que temos, pois existem pessoas em situações

piores: dentro de hospitais ou até passando fome. E essa questão da fome nos levou a

falar da segurança alimentar.

Questionamo-nas sobre seus entendimentos sobre a expressão “segurança

alimentar”. Dôra deixou sua opinião dizendo que a segurança alimentar encontra-se

numa ótima fase, e justificou falando das possibilidades que as pessoas pobres têm de

comer, de se alimentar e de não faltar carne e fruta nas suas casas, e atribuíram isso

ao atual governo do Brasil. Com base nestas idéias, conversamos sobre o significado

político e estratégico da segurança alimentar: não depende apenas da pessoa, e vai

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mais além do ato de comer. Ponderamos que a segurança alimentar vem com uma

série de elementos, dentre eles a alimentação saudável, o emprego, a educação, a

moradia e o acesso de qualidade à saúde. Isso resultou em vários relatos pessoais.

Neste momento, foi evidente a reclamação delas em relação a deficiência de uma

atuação mais direta dos profissionais nas equipes de saúde da família, bem como da

ausência de determinadas profissões, como nutrição, fisioterapia, psicologia, etc.

Depois de todo esclarecimento, abordamos o aproveitamento integral dos

alimentos como uma das contribuições para a conquista de melhores condições de

segurança alimentar. Inserimos o tema a partir do conhecimento delas no que diz

respeito a aproveitar o alimento integralmente, colocando também em evidencia o que

elas sabiam sobre desperdício de alimentos em condições de consumo. Falaram que

conheciam o aproveitamento da casca do abacaxi, na produção de suco. Acentuaram

a importância da casca dos alimentos como batata, chuchu, cenoura e banana,

dizendo que a maior parte de vitamina encontrava-se ali na casca. Explicamos para

elas que, antes de tudo, devemos ter a consciência de selecionar criteriosamente os

alimentos, em termos de suas condições higiênicas, ao fazer a feira, e também de

preparar bem o alimento, pois são fatores que contribuem para o não desperdício da

comida. Em seguida, foi explicado que na casca nem sempre tem mais vitaminas, mas

que é lá onde vamos encontrar uma riqueza em fibras, que ajudam na remoção de

gordura e redução do colesterol. Esclarecemos depois que o aproveitamento integral

não se limita apenas às frutas, mas que abrange o universo de diversos tipos de

alimentos – carne, “pão amanhecido”, leite, etc.

Tivemos uma conversa descontraída, onde foram levantados vários mitos e tabus

sobre a alimentação. Percebemos que surgiram várias dúvidas como: Farinha de

gergilin é bom para a redução do colesterol? Tomar água “dormida” em jejum

emagrece? O talo do abacaxi resolve problemas de prisão de ventre?

Decidimos então, trabalhar nas próximas atividades em cima dessas dúvidas para que

as mulheres tenham um maior conhecimento sobre os mitos e tabus que na maioria

das vezes modulam a alimentação das pessoas.

Encerramos a roda de conversa e convidamos as mulheres para a cozinha, onde

orientamos a aproveitar o abacaxi de forma integral: cortamos o abacaxi em rodelas e

separamos a casca em solução de água com vinagre como forma de higienização.

Após a limpeza, utilizamos a casca para fazer um suco. Todas as mulheres gostaram

do suco, e comentaram o valor que o alimento tem por inteiro. Então conversamos um

pouco e no último momento fizemos uma roda em que cada pessoa escolheu uma

fruta para relacionar com a experiência vivida naquela tarde.

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As mulheres escolheram frutas verdes e vermelhas para demonstrar a esperança e

o carinho que cada uma sentia. Com grande regozijo, podemos perceber o quão

proveitosa e significativa foi a atividade que realizamos.

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Cristhyano Olinda Leal Martins, Eduarda Pontes dos Santos Araújo, Islany Costa Alencar e Renata Duarte Moreira. 28 de outubro de 2009

Aos vinte e oito dias do mês de outubro de 2009, nos reunimos com as

mulheres do grupo “Lá Vêm Elas”, na pastoral da criança da comunidade Boa

Esperança no bairro do Cristo Redentor, João Pessoa- PB, onde estavam presentes

sete mulheres. Na realização de mais uma atividade do PINAB, com o Grupo

Operativo Programa Bolsa Família, foi discutido o tema de manipulação dos alimentos,

abordando higienização, congelamento, conservação e catação de feijão.

. Para iniciarmos as atividades, organizamos uma roda de conversa, onde

trocamos nossas experiências e conhecimentos. Começando com a seguinte

pergunta: “Como elas selecionavam as frutas e verdura no supermercado?”, a partir

desta indagação foi discutido o tema e esclarecido como deveria ser feito está

seleção. Com auxílio de um álbum seriado, foi mostrado às figuras que representavam

cada assunto discutido pelos estudantes, na forma de facilitar o entendimento e

aumentar a participação da comunidade. Durante a discussão dos temas, através de

uma conversa bem descontraída, Dôra relatou suas práticas com a higienização,

demonstrando que já tinha certo conhecimento deste assunto, explicando a todas

como se devem limpar os alimentos, os procedimentos para descongelar a geladeira,

a duração de certos alimentos, os perigos da Salmonela, o meio de higienização com

os panos de prato, com as esponjas e com os próprios utensílios.

Durante a atividade, chegou a pastoral uma mulher do conselho tutelar,

conhecida de Dôra, que pediu para explicarmos sobre o projeto, falamos dos

diferentes grupos de atuação existentes no Pinab, quando, como e onde atuam cada

um e logo em seguida ela se disponibilizou para contribuir com palestras e com o que

fosse preciso.

Dando continuidade a atividade, foi falado sobre o descongelamento e da

limpeza das mãos para manipulá-los. Para identificar quem lavava as mãos

corretamente, foi utilizado o artifício de uma dinâmica, com a participação de Dona

Socorro, uma das mulheres do grupo “Lá Vêm Elas”. Dando início à dinâmica foram

vendados os olhos e derramou tinta nas mãos dela, como se fosse água, para poder

saber se ela lavaria as regiões corretas. Observou-se que a sua lavagem era correta,

só faltando uma parte da área dorsal das mãos.

Para concluir os assuntos foram explicados os meios para catação do feijão,

sua importância, os meios de preparo do arroz e o cuidado com os micróbios em

utensílios. Com esta atividade foi visto nos olhos delas a busca de conhecimento e um

maior interesse pelo assunto discutido.

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Encerramos a roda de conversa e convidamos as mulheres para a cozinha, onde

mostramos o modo de preparo de uma salada de frutas, com uma higienização

adequada. No último momento fizemos uma roda, onde cada pessoa diria o que

gostaria de conservar e o que gostaria de limpar de suas vidas. As mulheres

reforçaram muito a amizade, o amor, a felicidade dos filhos como meio de

conservação e de limpeza, as injustiças, as doenças, os acontecimentos ruins e a

bebida do marido e filhos.

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Grupo Operativo Programa Bolsa Família: Eduarda Pontes dos Santos Araújo, Islany Costa Alencar e Renata Duarte Moreira. 11 de novembro de 2009

No dia onze de novembro de dois mil e nove, às 14:30 nos reunimos com as

mulheres do “grupo Lá vem elas” da comunidade do Boa Esperança, onde estavam

presentes três mulheres. Antes de começarmos a atividade perguntamos as mesmas

o motivo da presença reduzida na reunião e Teka disse que é devido à entrega do leite

que acontece no mesmo horário próximo à unidade de saúde. O nutricionista Gilmar

perguntou por que elas vêm para a reunião e Teka respondeu que era melhor e mais

produtivo do que ficar e casa vendo televisão pois lá elas podem aprender a fazer

boas receitas e desabafar. Socorro disse que estava esperando a reforma da sua

casa, o que nos deixou confusos pois a mesma deu a entender que estar presente

nesta reunião era um pré-requisito para a reforma citada. Gilmar também questionou-

as como elas viam os nutricionistas e elas responderam que eles ensinavam muitas

coisas, não só sobre alimentação, mas, podia tê-los como amigos e conselheiros, o

que nos deixou bastantes satisfeitos. Gilmar também levantou a questão da

dificuldade em obedecer as dietas, dando dicas para quem tem hipertensão comer

uma comida gostosa embora sem sal.

Depois da conversa informal, começamos nossa atividade com uma dinâmica,

na qual cada uma desenhou alguém do grupo sem escrever quem era a pessoa.

Depois colocou todos os desenhos dentro da sacola e cada um puxou um desenho

que não fosse o seu, para tentar descobrir quem era a pessoa desenhada. Em

seguida, falamos sobre a imagem que nos passamos de nós mesmos e que nós não

somos só o físico, mas o nosso interior também mostra quem somos.

Após a dinâmica, fizemos a “radio saúde na comunidade”, sobre mitos e tabus,

com uma idéia de fazer uma atividade bem interativa. Começamos a rádio com uma

vinheta contendo uma dica de saúde sobre vitamina A e depois começamos a

entrevista com Gilmar, no qual esclarecemos uma pergunta feita por Percilha em uma

das atividades anteriores “água gelada em jejum emagrece?” sendo respondido que

“não, mas que poderia dar uma sensação de satisfação fazendo com que a pessoa

não se alimente, e assim, não engorde. Depois perguntamos para elas se manga

ingerida juntamente ao leite fazia mal. Elas responderam que não, mas Socorro disse

que já havia passado mal depois de realizar o consumo. Sendo esclarecido que não

fazia mal, mas, que algumas pessoas poderiam não dar-se bem, indicando que o

problema não reside na combinação em si. Depois perguntou-se também se mamão

dava desinteria, pois Socorro nos questionou sobre isso. Explicou-se, então, que o

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mamão acelerava o intestino e foram citadas frutas com efeito contrário como a

banana, a maça sem casca e a goiaba. Perguntou-se se o uso do limão na carne de

porco diminui a gordura e melhora a digestão. Gilmar comentou das vitaminas do

limão, que este deveria ser usado sempre, mas que este não tira a gordura, apenas o

seu gosto. Depois falamos da ida de Cristhyano para Campina Grande e colocamos

uma música em homenagem a elas dizendo que foi ele quem havia mandado.

Voltamos para a entrevista, na qual, perguntamos se beterraba era bom para

anemia. Elas disseram que sim, mas, que só haviam conhecido depois de mais

velhas, pois quando pequenas, não se encontrava muito para vender e comiam

rapadura e farofa de milho para evitar a anemia. Gilmar explicou sobre a doença, falou

também que quando se alimenta de uma comida variada, não a tem. Depois disse que

a beterraba tem ferro, mas não tanto como o feijão, o fígado e as verduras de

tonalidade verde-escura, mas falavam da beterraba antigamente quando não se

conhecia muito dos alimentos, pois achavam que ela, por ter uma cor parecida com a

do sangue, era bom para anemia. Disse também que a rapadura tem muito ferro, mas

o fubá de milho não, mas que deve ser evitada rapadura em excesso, pois podem ser

adquiridos problemas dentários por causa da quantidade de açúcar. Levantamos a

questão sobre o abacaxi depois da refeição, se emagrece ou não. Nesse momento,

Gilmar ressaltou a importância dos nutricionistas, pois muitas pessoas falam muito de

alimentação, mas não têm ciência para isso. Depois respondeu que o abacaxi facilita a

digestão, mas que não emagrece. Para emagrecimento deu exemplo usando gastos

financeiros, afirmando que, quando se gasta mais que recebe, o gasto deve ser

retirado da poupança, que, no caso, comparou com a gordura localizada. Falou

também da diferença dos metabolismos, lembrando que o da mulher é mais lento, e

que é graças a isso que elas podem ter filhos. Deu, também, exemplo de exercícios

para que elas pudessem fazer enquanto assistissem televisão. Voltou-se, então, para

a entrevista, perguntando se banana com goiaba faz mal e se dá prisão de ventre.

Duas disseram que sim e uma que não. Gilmar disse que as duas frutas fazem com

que o funcionamento do intestino fique mais lento, mas, não necessariamente vai dar

prisão de ventre.

Depois da entrevista foi ressaltada a importância de comer de tudo. Nesse

momento Dora chegou e sugeriu que, em uma próxima atividade fosse feita uma visita

ao supermercado para conhecer os legumes e verduras e seus valores nutricionais,

assim como seus preparos. Apresentamos mais uma dica sobre vitamina A e

encerramos a rádio. Foi servido um lanche e depois fizemos o encerramento com um

círculo no qual cada um cantou um trecho de uma música sobre aquele momento. A

maioria dos trechos falava sobre amizade e a importância da construção de saberes

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de forma coletiva. Foi muito cativante a maneira como elas se expressaram, o que,

claro, nos deixou muito felizes.

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Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde Grupo operativo Programa Bolsa Família: Eduarda Pontes dos Santos Araújo, Islany Costa Alencar e Renata Duarte Moreira.

25 de novembro de 2009

No primeiro momento que chegamos, a pastoral da criança encontrava-se

fechada. Netas de Dora trouxeram a chave do local e nós entramos. Com o passar do

tempo, algumas mulheres começaram a chegar e nós demos inicio a atividade do dia

25/11. Antes de começarmos, preparamos um Pudim de pão feito de pão dormido

(pão que muitas vezes era jogado fora, porque elas são sabiam reaproveitá-lo

integralmente). Esse foi um momento interessante, por que nós pudemos fazer toda a

receita na frente delas. Enquanto o pudim assava, nossa

atividade prosseguiu com uma dinâmica muito interessante, onde cantamos a musica

‘’penerei a farinha’’. Depois, iniciamos a atividade que preparamos de uma rádio

interativa (preparada por nós estudantes), onde uma nutricionista respondia as

perguntas dos ouvintes da rádio. Observamos que as mulheres ficaram bem atentas

ao que escutavam e riram bastante quando ouviram nossas vozes.

A primeira pergunta falava sobre a ingestão de carboidratos no horário da

noite. Todas relataram que procuravam evitar comer farinha ou comidas ‘’pesadas’’

nesse horário. Nesse momento a conversa fluiu livremente sobre o assunto e após a

explicação da pergunta, demos orientações básicas de alimentação diária, por

exemplo, fazer 6 refeições diárias, comer mais frutas e verduras ao invés de tanto

carboidrato, etc.

Na segunda pergunta, falamos sobre os feijões mais populares do Brasil.

Houveram dois momentos bem descontraídos e engraçados, que foram as dedicações

de musicas de Roberto Carlos, de um ouvinte a radialista e de Pedro para Dora.

Percebemos que as musicas as fizeram lembrar de seus passados e juventude, como

algo que marcou e ainda marca a vida delas de forma significativa. Percília, disse que

era muito fã de Roberto Carlos. Esse foi um momento de descontração que permitiu

que nós estudantes achegássemos o vínculo a elas, por estar descobrindo

preferências e gostos seus.

Na discussão sobre o café, perguntamos se elas achavam que o café trazia

algum dano a saúde delas. A maioria disse que fazia mal, visto que viciava e por

ventura poderia nos fazer adoecer. Explicamos que o café possui propriedades

energéticas e devido a cafeína ele tinha o poder viciante. Também explicamos que o

café, não era indicado a pessoas que tinham doenças como refluxo e gastrite, e que

umas das grandes propriedades dele era reunir as pessoas para uma boa conversa.

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Elas contaram relatos de familiares que se não tomassem café tinham dor de cabeça e

da crença popular de que o café faz com que a enxaqueca desapareça.

Surgiu uma duvida da parte de Gerlane sobre a composição química de um

remédio para enxaqueca que lhe havia sido recomendado por uma conhecida e que

possuía justamente cafeína como componente. Renata ficou de verificar com sua irmã

que é farmacêutica essa informação. Nesse momento chegaram Teca e uma moça

chamada Maria José. Ela disse que foi uma das fundadoras da pastoral da criança a

cerca de 12 anos atrás.

Alternada ás perguntas da rádio, elas escutavam dicas de saúde, sobre o uso

adequado do Ferro e vitaminas.

Finalizada a rádio, elas falaram da impressão que tiveram do I seminário de

pesquisa e extensão popular que havia começado na noite anterior a atividade, na

Universidade federal da Paraíba. Perguntamos se elas achavam importante estar

presente em reuniões do tipo e elas disseram que sim, porém que por não ter tanto

estudo como tantas pessoas que estavam ali, conseguiram entender pouca coisa

sobre o assunto discutido. Também falamos da importância delas num evento como

esse, de representação da comunidade. Surgiu uma pequena discussão por parte

delas sobre o fim do mundo e a salvação das almas, esse foi mais um momento em

que elas puderam expressar suas crenças e valores.

Perguntamos o que elas desejavam para o ano de 2010 e um dos pedidos que

nos chamou a atenção foi o de Luciene que desejava a reabertura da pastoral da

criança.

Para finalizar, elas escutaram a musica ‘Pratododia’’. Fizemos uma analogia da

letra com os laços de amizade que nós fazemos durante a vida, ás vezes passageiros,

ás vezes duradouros.

Por fim, fomos experimentar o pudim de pão que havíamos feito no inicio da

reunião. Nenhuma conhecia a receita e depois que provaram, disseram que iriam fazer

nas suas casas. Afixamos na parede da cozinha a receita.