GUAÍBA: UM FALSO RIO CONTA A HISTÓRIA DA CIDADE

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GUAÍBA: Um falso rio conta a história da ci Janete da Rocha Machado Historiadora e professora de GUAÍBA: UM FALSO RIO CONTA A HISTÓRIA DA CIDADE

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Palestra ministrada aos professores da Escola Municipal Vila Monte Cristo pela mestra professora de história Janete Machado - “Guaíba: um falso rio conta a história da cidade” - durante a semana do aniversário de 242 anos de Porto Alegre em 2014.

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Janete da Rocha MachadoHistoriadora e professora de História

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“Heródoto que me perdoe o plágio, mas Porto Alegre é uma dádiva do

Guaíba, tanto quanto o Egito é um presente do Nilo. O povo o chama de rio Guaíba, e

ninguém anulará esse registro errado, mas os geógrafos concordam em que ele seja um

lago. Graças a seu falso rio, a cidade estabeleceu suas ligações com o mundo, gerando

marujos e mercadores, construindo barcos, importando e exportando. Em função dele e

de sua bacia, Porto Alegre tornou-se entreposto de uma vasta região agrícola e

industrial”.

FRANCO, Sérgio da Costa. A velha Porto Alegre: crônicas e ensaios. Porto Alegre, 2008

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Porto Alegre: século XVIII

Fonte: Herrmann Wendroth. Aquarela.

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CONDICIONANTE PARA O DESENVOLVIMENTO

Fatores geográficos sempre influíram na formação das cidades. Sob este aspecto, a

proximidade da água, seja por meio dos rios, oceanos ou lagos, se configurou, ao

longo dos tempos, em um condicionante para o desenvolvimento dos povoados.

A presença da água sempre foi considerada valiosa, não só pela questão do

abastecimento, mas também por servir como meio de transporte. E foi isso,

exatamente, o que aconteceu com a cidade de Porto Alegre.

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Porto Alegre: primeira metade do século XIXFonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu de Porto Alegre

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SANHUDO, Ary Veiga. Porto Alegre: crônicas da minha cidade. 1961

“Por volta de 1760, o brigadeiro José Marcelino de Figueiredo observou que o

arraial dos açorianos era de fato o lugar ideal para transformar-se na cabeça

política das terras do Rio Grande do São Pedro”.

“O Guaíba por aquele tempo tinha seus braços líquidos da margem ocidental,

particularmente o famoso Riacho ao se arrastar como cobra pela Sesmaria de

Jerônimo de Ornellas”.

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OLIVEIRA, Clovis. Porto Alegre, a cidade e sua formação. 1993.

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Arroio Dilúvio (Antigo Riacho) antes da canalização

Fonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu de Porto Alegre

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OS PRIMÓRDIOS: índios, sesmarias e açorianos

Em tempos bem remotos, a região onde hoje se encontra a cidade de Porto Alegre era habitada por grupos indígenas Guaranis, Charruas, Minuanos e Tapes.

Tempos mais tarde vieram os primeiros sesmeiros e logo em seguida chegaram os 60 casais açorianos.

A seguir A fundação da cidade está inserida no processo de conquista e expansão dos domínios portugueses ao sul do Brasil em direção ao rio da Prata.

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Mapa do Tratado de Tordesilhas/1494

Fonte: Site do Brasil Escola - http://www.brasilescola.com/

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Região entre Laguna e a Bacia do Prata.

Fonte: MELLO, Bruno.2010.

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“A sesmaria era uma área de terra devoluta, com mais ou menos três léguas de comprimento por uma de largura, ou 18 km por 6 km de largura”. (Moacyr Flores, 2004)

Porto de Dorneles: Centro, Cidade Baixa, Bom Fim, Moinhos de Vento, Passo d’Areia e Navegantes.

Sesmaria de Chaves: Teresópolis, Santa Teresa, Cristal, Partenon, Azenha, Menino Deus, Santana, Medianeira, Glória e Praia de Belas.

Sesmaria de Dionísio: Ipanema, Tristeza, Cristal, Vila Nova, Belém Novo, Belém Velho., Serraria, Guarujá.

SESMARIAS: as raízes da cidade

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Primeiros tempos da nova cidade : século XVIII

1752 Chegam os primeiros casais açorianos.Iniciam o povoamento do Porto de Dorneles.Organizam suas lavouras e edificam a primeira capela. O local passa a ser conhecido como Porto de São Francisco dos Casais.

1768 Jerônimo de Ornellas vende sua propriedade para Ignácio Francisco.

1772 Desapropriação das terras pelo governador José Marcelino de Figueiredo.Demarcação das ruas do povoado.Lotes entregues aos colonos açorianos. Definição do lugar da igreja Matriz e da sede do governo.

26 de março de 1772 : data oficial da fundação de Porto Alegre . Dia em que foi fundada a Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais.

1773Capital da Província

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A Ponta da Península: primeiro núcleo de povoaçãoFonte: OLIVEIRA, Clovis. Porto Alegra, a cidade e sua formação. 1993.

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Primeiros tempos da nova cidade : século XVIII

1778:

Fortificações (muralhas) : limites entre o urbano e o ruralLargas trincheiras compostas de troncos grossos cobertos com terra socada e de fossos escavados do lado de fora para dificultar a escalada, tomando o aspecto de uma cidade fortaleza.

Fora dos muros situava-se o subúrbio com chácaras e olarias.

Dentro da fortaleza ficava o que é hoje o Centro Histórico com as 3 ruas principais: Rua da Praia (Andradas), Rua da Ponte ou Cotovelo (Riachuelo) e Rua da Igreja (Duque). No local ficava a sede do governo, a igreja Matriz, a Câmara, o Arsenal , a cadeia e o porto.

E os caminhos: Caminho Novo (Voluntários), Caminho do Meio (Protásio), Caminho da Azenha (Azenha) e Estrada do Mato Grosso (Bento Gonçalves).

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As muralhas de Porto Alegre Fonte: OLIVEIRA, Clovis. Porto Alegre, a cidade e sua formação. 1993.

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Nesse primeiro momento

da cidade, o abastecimento

de água era feito direto do

Guaíba, e não havia ruas

calçadas, esgoto

canalizado, limpeza urbana

ou iluminação pública.

A água potável do Guaíba

era possível somente

depois de 20 metros de sua

margem. Daí a construção

dos trapiches.

Trapiche da Ponta do Melo no Cristal Fonte: PELLIN, Revelando a Tristeza, 1979

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Trapiches no GuaíbaFonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu Joaquim José Felizardo

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1808: vila

1822: cidade

Atividade comercial intensa

Exportação de trigo e couros.Construtores de barcos (os estaleiros se espalhavam pela orla do Guaíba) . Porto de bom caladoAmpla malha de caminhos navegáveis pelos rios e pela Lagoa dos Patos.

Porto Alegre, uma cidade para os negócios

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Estrada do Caminho Novo. DREBET. Aquarela.

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Porto Alegre, Esquina da Província: século XIX

Largos: espaços por excelência de reunião e de atualizaçãodas sociabilidades públicas.

Largo da Quitanda ou do Comércio (Atual Praça da Alfândega)

Largo dos Ferreiros/Paraíso (Atual Mercado)

Largo do Pelourinho/Forca/Harmonia (Em frente a Igreja das Dores)

Largo do Arsenal (Volta do Gasômetro)

Largo da Matriz (Atual Praça da Matriz)

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Fonte: OLIVEIRA, Clovis. Porto Alegra, a cidade e sua formação. 1993.

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Largo da QuitandaFonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu de Porto Alegre

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Largo dos Ferreiros/Paraiso

Fonte: : Herrmann Wendroth. Aquarela.

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Largo da Matriz

Fonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu de Porto Alegre

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Porto Alegre das chácaras e dos arraiais

Situados além dos muros da cidade (Ponta da Península), as chácaras eram responsáveis pela produção agrícola (trigo) e pelo abastecimento da população.

As famílias de colonos aproveitavam a força das águas do arroio Riacho para mover seus moinhos e fazer a farinha.

O núcleo se constituía em torno de:

Estrada

Capela

Moinho

Olaria

matadouro

Os arraiais (Menino Deus, Azenha, Teresópolis, Tristeza - veraneio), surgem a partir do desenvolvimento dessas chácaras.

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Arraial da Baronesa: entre o Centro e o Menino Deus.

A chácara, de propriedade de João Batista da Silva Pereira (1797-1853), o Barão de Gravataí, ficava a beira do Guaíba e foi loteada pela Baronesa do Gravataí, sra. Maria Emília em 1879. Nascia assim o Bairro Cidade Baixa.

Vista do Arraial da Baronesa / século XIX

Fonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu de Porto Alegre

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Arraial do Menino Deus.Fonte: BUCCELLI. Vitorio. 1906.

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Arraial da Tristeza/1900Fonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu de Porto Alegre

.

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Crescimento urbano, econômico e turístico de Porto Alegre

Serviços públicos:

Asseio

Água

Veraneio e lazer

Século XX

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1850: Remoção do lixo e matérias fecais .Despejos dentro do Guaíba : Ponta do Dionísio, do Melo, Praia de Belas e Navegantes.

Uso dos trapiches, dos carroções e do Trenzinho da Tristeza.

Cabungos: de 1879 à 1962.

Porto Alegre cria o serviço de assinantes.

1896: 5 mil assinantes.

1914: Mais de 8 mil assinantes.

1932: Iniciam os projetos para implantar a rede de esgotos na cidade.

Asseio Público

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Ponta do Melo ou Volta do Asseio

Fonte: ALVES, Hélio. Porto Alegre foi assim. 2001.

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Estabelecidos à margem de um lago com grande fartura de água, os primeiros povoadores de Porto Alegre não tiveram problemas com o abastecimento . Porém, ao longo dos anos, isso iria mudar.

1780: Primeira fonte pública (rua da Fonte - atual rua Avaí).

1830: Uso de poços (rua do Poço – atual rua Jerônimo Coelho).

1838: Trapiches para coletar água potável direto do Guaíba (200 palmos).

1855/56: Epidemia de cólera em Porto Alegre. (mais de 1.400 mortes).

Captação das águas do arroio Riacho.

1860: Cia Hidráulica Porto-Alegrense.

Sistemas de chafarizes públicos e canalizações domiciliares com água captada das cabeceiras do Arroio Riacho.

1885: Cia Hidráulica Guaibense.

1928: Tratamento da água servida a população pela Cia Hidráulica 24 de Outubro.

Mas a água não era boa e por isso os pipeiros, fornecedores de água límpida direto das vertentes localizadas na periferia urbana, eram muito solicitados.

1960: Criação do DMAE.

Água/abastecimento da cidade:

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Pipa puxada por mula/século XIXFonte: Fototeca Sioma Breitman/Museu de Porto Alegre

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Inseparáveis

“Porto Alegre é inseparável do Guaíba. A ele deve a existência. Dele

lhe provêm as maiores catástrofes: este enlace de paz e de guerra

determina a fisionomia de prazer e de luto, alternando sobre a

paisagem do delta fluvial”.

RAMBO, Balduino. A fisionomia do Rio Grande do Sul.

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A cidade conquista o lago: os aterros no Guaíba

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A enchente de 1941: o rio se vinga

Entre abril e maio de 1941, choveu sem parar em Porto Alegre. As águas do Guaíba

subiram mais de 4 metros, resultado também do deságue de 4 rios extensos e

caudalosos (Jacuí, Caí, Gravataí e Sinos). Alguns bairros de Porto Alegre como Menino

Deus, Azenha, Santana, Floresta e Navegantes, além do Centro, ficaram inundados. A

enchente deixou cerca de 70 mil pessoas desabrigadas e mais de 600 empresas

fechadas por meses.

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Centro de Porto Alegre/1941

Fonte: Guimaraens. A enchente de 41.

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O veraneio nas margens do Guaíba possui registros fotográficos desde o início do século XX. Os locais escolhidos pelo Porto-Alegrense desde a primeira metade do século XX para atenuar o forte calor do verão eram a Pedra Redonda e a Tristeza, praias localizadas na zona sul da cidade. Posteriormente o fluxo maior de banhistas se deu na praia vizinha, o Ipanema. Revistas e jornais da época relembram os banhos de rio em uma época que era difícil o deslocamento até o litoral.

VERANEIO E LAZER

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O VERANEIO NAS PRAIAS DO GUAÍBA

Imagens do veraneio em Ipanema

Fonte: Acervos familiares

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A importância do rio para os moradores de Porto Alegre manifestou-se desde início da

ocupação. Representou o direito de permanência em suas margens, a solução para

garantir a sobrevivência através da pesca e, finalmente, oportunizou o alargamento do

universo conhecido pelo acesso a outras vias fluviais que o Guaíba dava acesso. Desta

forma, fica fácil entender porque foi ali que começou o povoamento e dali partiu a

planificação urbana e demarcação da cidade. Por isso, o Guaíba e sua cidade marcam,

fortemente, a sensibilidade e a memória dos porto-alegrenses. Indissociáveis, lago e

cidade, vivem juntos, há séculos, mesmo depois da modernidade. O rio-lago está

presente na história da cidade e de seu povo. Pelo Guaíba chegaram os primeiros

colonizadores, os viajantes, forasteiros e imigrantes. Através de seus afluentes e lagoas,

fez-se a comunicação permanente com as fronteiras além mar, desenvolvendo toda a

Província do Rio Grande do Sul.

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FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1998.

_______. Os viajantes olham Porto Alegre. Santa Maria: Anaterra, 2004.

_______. A velha Porto Alegre. Porto Alegre: Canadá, 2008.

MACEDO, Francisco Riopardense. Porto Alegre: origem e crescimento. Porto Alegre: Livraria Sulina, 1968.

MONTEIRO, Charles. Breve História de Porto Alegre. 2012.

MUSEU DE PORTO ALEGRE JOAQUIM JOSÉ FELIZARDO. História de Porto Alegre. Porto Alegre, 2012.

OLIVEIRA, Clovis. Porto Alegre a cidade e sua formação. 1993.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. O imaginário da cidade: visões do urbano. Paris, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Editora da Universidade, UFRGS, 1999.

PORTO ALEGRE, Achilles. Noutros tempos. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1922.

PRATI. Fotos Antigas RS. http://fotosantigas.prati.com.br

WOLFF, Carolina. O caso da canalização do arroio Dilúvio em Porto Alegre. 2008

REFERÊNCIAS

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