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Guapirvu e

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Guapirvu e

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Instituto Butantan

Av. Vital Brasil, 1500 - Butantã

www.butantan.gov.br

“Guapiruvu e suas serpentes”

2015

Autores: Naylien Barreda Leyva, Heloisa Passarelli S. Borges, Bruno Gonçal-

ves Augusta, Giuseppe Puorto, Mariana Galera Soler, Erika Hingst-Zaher

Edição: Heloisa Passarelli S. Borges

Design e diagramação: Heloisa Passarelli S. Borges

Ilustrações: Crianças do Bairro Guapiruvu, Heloisa Passarelli S. Borges,

Mariana Galera Soler

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Autores

Naylien Barreda Leyva

Heloisa Passarelli S. Borges

Bruno Gonçalves Augusta

Giuseppe Puorto

Mariana Galera Soler

Erika Hingst-Zaher

Realização

Apoio

SÃO PAULO

2015

Guapiruvu

e suas

serpentes

Material Educativo

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ÍNDICE

Cobra e serpente: Quem é quem?

APRESENTAÇÃO .................................................................................. 01

Quem são as serpentes?

QUE BICHO É ESSE?. ........................................................................... 03

Como são as serpentes?

COMO ELAS SÃO POR DENTRO E POR FORA .................................. 07

Anatomia interna. ....................................................................... 09

Anatomia externa ........................................................................... 13

Dentição ........................................................................................ 18

Tipos de dentição ......................................................................... 23

Sentidos ......................................................................................... 28

Como vivem na natureza? ..................................................... 34

Habitats. ........................................................................................ 35

Termorregulação ............................................................................ 37

Locomoção .................................................................................... 38

Alimentação ................................................................................... 39

Reprodução ...................................................................................... 45

Defesa. ........................................................................................... 49

Porquê devemos preservar as serpentes? .................................. 53

Referências ................................................................................... 56

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Anotações

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No Brasil, há vários nomes populares para o mesmo bicho,

que variam de região pra região:

cobra, serpente, víbora, ofídios, entre outros

Mas o nome mais comum é cobra, sendo que o termo ser-

pente também é utilizado para indicar qualquer espécie destes

animais.

Fora do Brasil, a palavra “cobra” se refere apenas às najas.

Você já ouviu falar delas?

No Brasil podemos considerar como corretas as duas palavras

(cobra ou serpente) para se referir ao mesmo tipo de animal.

Aqui, neste material, preferimos chama-las de serpentes!

APRESENTAÇÃO

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Complete o desenho ligando os pontos. Pinte-a de acordo com alguma serpente que você conheça!

É hora de colorir!

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3

Exemplos de répteis

Jaboti

Jacaré

As serpentes estão agrupadas junto aos lagartos, lagartixas,

cobras-de-duas-cabeças, jacarés e tartarugas num grande grupo

que conhecemos como “répteis”, que são animais com a pele

coberta por escamas e dependem do calor do ambiente para se

manter aquecidos.

Até agora nós conhecemos cerca de 3.490 espécies de

serpentes no mundo, sendo que só no Brasil existem aproxima-

damente 380!

QUE BICHO É ESSE?

Fon

te d

as

foto

s: W

ikim

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Com

mons

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A minhoca também é um animal

comprido e sem patas, mas não tem

escamas e nem esqueleto!

+ Info

Um bicho comprido, sem patas e

que rasteja não necessariamente é uma

serpente... O que diferencia elas de

outros animais alongados?

A s s e r p e n t e s s ã o a n i m a i s

vertebrados (possuem esqueleto ósseo

sustentado por uma coluna, como nós)

e o corpo delas é coberto de escamas,

bem diferentes de uma minhoca!

Dentro do grupo dos répteis têm

outros animais que além dessas

características também possuem o corpo

alongado e perderam suas patas. Você

já ouviu falar da cobra-de-duas-cabeças?

E da cobra-de-vidro? Apesar do nome,

não são cobras, e sim animais mais

próximos aos lagartos em parentesco.

As verdadeiras cobras não possuem

pálpebras móveis, ou seja, nunca

fecham o olho ou muito menos piscam,

além de ter outras características que só

daria para ver por dentro. Se você

estiver curioso em saber como é uma

cobra por dentro, vá até a página 07!

Fon

te/f

oto

: h

ttps:

//w

ww

.pin

tere

st.c

om

/

A anfisbênia é um réptil que costuma

viver enterrado e é conhecido como

cobra-de-duas-cabeças.

Foto

: G

iuse

ppe P

uort

o

Foto

: G

iuse

ppe P

uort

o

A cobra-de-vidro é um lagarto de corpo

comprido com vestígios de patas.

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DESAFIO Identifique quais desses animais NÃO são serpentes

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6

De onde elas vieram?

Os cientistas ainda não sabem muito bem por que as

cobras não têm mais patas, embora eles descobriram que os

ancestrais delas tinham patas e ficavam andando por aí!

Existem duas principais teorias para explicar isso:

uma delas diz que as cobras

tinham ancestrais que viviam no

mar e perderam pouco a pouco

as patas, o que permitia nadar

cada vez melhor;

outra teoria diz que os

ancestrais das cobras eram

animais que se enterravam e a

diminuição das patas ajudaria a

se enterrar com mais facilidade.

Essa questão ainda é muito debatida pelos pesquisadores

que utilizam informações dos animais que conhecemos hoje, e

a Ciência não tem certeza sobre qual delas é melhor.

Novos pesquisadores também estudam esta questão.

Será que você também não poderá pesquisar

isso no futuro?

Fon

te: htt

p:/

/revi

stapes

quis

a.fapes

p.b

r/2006/0

5/01/

as-

pata

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ente

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As serpentes possuem quase os mesmos órgãos internos que

nós!

A diferença é que eles tem a forma mais alongada, pois estão

distribuídos ao longo do corpo delas. Você consegue reconhecer

algum órgão?

COMO ELAS SÃO POR DENTRO E POR FORA

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Você sabia? A maioria das serpentes não passam de

dois metros de comprimento!

A menor serpente do mundo gosta de viver

enterrada e tem só 10 cm de comprimento (foto A).

Já a maior serpente é a sucuri, que também ocorre no

Brasil, é conhecida também como anaconda, que pode

chegar a 9 metros (foto B)!

A

B

8

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Anatomia interna

Esqueleto

9

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10

Algumas serpentes possuem mais de 20 articulações

entre os ossos da cabeça (crânio)!

Os ossos da boca - o maxilar e a mandíbula - se

articulam de uma maneira diferente do que em outros

animais. Isso faz com que elas consigam abrir bastante a

boca, e é por isso que muitas delas conseguem engolir

presas grandes em relação ao seu tamanho.

O esqueleto das serpentes contém muitas vértebras (de

100 à 300) - a maior parte delas com um par de costelas.

CONFIRA NAS PRÓXIMAS PÁGINAS OS ÓRGÃOS

INTERNOS!

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Anatomia interna

Órgãos internos

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As serpentes geralmente têm apenas o pulmão (A) direito

desenvolvido. O pulmão esquerdo, quando tem, é de

pequeno tamanho!

E elas não possuem bexiga! O “xixi” é composto por ácido

úrico, e não de urina (como o nosso), e ele é excretado

dos rins (B) direto pra cloaca através do ureter (C ).

A cloaca (D) é uma abertura por onde sai o ácido úrico

(“xixi”), as fezes e, no caso das fêmeas, os filhotes ou ovos.

Nos machos, o órgão sexual masculino, o hemipênis, que

também sai por esta abertura, é inserido na cloaca das

fêmeas no momento da cópula.

PARA SABER SOBRE A REPRODUÇÃO DAS SERPENTES,

CONFIRA NA PÁGINA 45!

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Observe diferentes tipos de escamas!

Anatomia externa

Pele

O corpo das serpentes é todo recoberto por escamas, que

ficam sobrepostas como as telhas de um telhado.

As escamas podem apresentar vários tamanhos, formatos e

texturas, dependendo da espécie.

Elas são formadas de queratina, que é a mesma substância

das nossas unhas e cabelo e, por isso, possuem um certo brilho.

A cor, o formato e o número de escamas nos ajudam a identi-

ficar as espécies de serpentes!

Fo

tos:

Giu

sep

pe P

uo

rto

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É hora de colorir!

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15

Bruno e Sr. Zito tirando a

muda de caninana do forro

do telhado.

Anatomia externa

Pele

O corpo inteiro das serpentes é recoberto por uma película

bem fina e transparente, chamada estrato córneo, que é substi-

tuída frequentemente.

Esse processo de troca de “pele” também é chamado de

ecdise.

Você já encontrou alguma “pele” de serpente

no seu bairro ou na sua casa?

Bruno e Sr. Zito tirando a

muda de caninana do

forro do telhado.

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Esse processo também é chamado de muda, e

ocorre porque essa película (estrato córneo) não cresce

junto ao resto do corpo. Cada vez que elas trocam, as

serpentes crescem um pouco mais.

Algumas espécies podem fazer essa troca várias

vezes por ano, dependendo da idade do indivíduo!

16

Fo

to: G

iuse

pp

e P

uo

rto

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Já ouviu falar do guizo da cascavel?

Apesar de não ter cascavel em Sete Barras - SP, você já

deve ouvido falar disso, não é?

Todas as cascavéis possuem um chocalho na ponta do

rabo, chamado guizo, que faz um barulho bem característico

quando ela chacoalha o rabo em sinal de alerta.

O guizo é formado por vários “gominhos”.

Cada “gomo” é formado por pedaços acumulados de

"pele" (extrato córneo) que se compactam no final do rabo, a

cada duas ou três vezes que elas trocam de pele. Como elas

podem trocar de pele mais de uma vez por ano, não tem

como saber a idade delas contando esses gominhos.

Inclusive, já que elas não param de trocar de pele, o guizo

sempre está crescendo, até que chega um momento em que

de tão grande, ele quebra e cai, como a nossa unha.

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A boca e o crânio possuem diversas partes que

são móveis para ajudar na hora de engolir!

Dentição

As serpentes possuem dentes?

Todas as serpentes possuem muitos dentes, que geralmente

são pontiagudos e curvos, para auxiliá-las a agarrarem firme a

presa.

Foto

: G

iuse

ppe P

uort

o

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Dentição

E as serpentes que têm veneno?

Nem todas as serpentes possuem veneno! As que têm veneno

injetam através de dentes especiais: são dentes de tamanho e

formato diferenciado por onde escorre o veneno, quando houver.

Essas serpentes que possuem bolsas, chamadas

glândulas de veneno, localizadas atrás dos olhos,

são chamadas de peçonhentas.

Foto

: H

elo

isa

Pass

are

lli

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Você sabia? Venenosa ou peçonhenta??

Animal venenoso é o animal que possui

algum tipo de veneno em seu corpo.

Já o animal peçonhento é aquele que além de veneno,

possui alguma estrutura que permite

a inoculação desse veneno

(isto é, a injeção do veneno dentro do corpo da presa),

sejam dentes, ferrões ou outras estruturas semelhantes.

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DESAFIO Ache os nomes de 6 serpentes mais comuns do Bairro Guapiruvu:

JARARACA COBRA CIPO URUTU JIBOIA CORAL CANINANA

A F B I O T H K J X B R O R L

Q P E U X A C U N I M J T O P

U G A J I B O I A R A R A E M

A E F O C U B O R T F O S R O

F D J R A L R S P A S T O A L

T O A R V X A R T V P I G M E

I V R E I H C A M O M D A P T

L P A C A N I N A N A H V I O

O H R R E I P S I U D I A M J

Q U A S O N O E G P O N C E I

T I C E V T O U X A R H O R B

M B A M P E G I V E S O R R O

A O P B I D A T O C I G A O T

I L U R U T U H U G F O L H I

D U T O F I N J E Q U A T L R

21

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Dentição

Então os dentes não são todos iguais?

De acordo com a capacidade ou não de injetar veneno, as

serpentes podem ser reconhecidas em quatro grupos, classifica-

das pelo tipo de dentição:

Essas palavras são de origem grega e são usadas para indicar

qual a posição e estrutura dos dentes das serpentes.

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Cobra-cipó (Chironius exoletus)

Corallus cropanii

Tipos de dentição

Áglifas

As serpentes que possuem os dentes pontiagudos e curvos

iguais, sem dentes especializados e glândulas de veneno, são

chamadas de áglifas.

Como essas serpentes não têm veneno,

elas são pouco perigosas para as pessoas.

No bairro Guapiruvu, temos como exemplos:

Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

Fo

to: G

iuse

pp

e P

uo

rto

Fo

to: G

iuse

pp

e P

uo

rto

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Falsa coral (Erythrolamprus aesculapii)

Falsa coral (Oxyrhopus clathratus)

Tomodon dorsatus Xenodon neuwiedii

Tipos de dentição

Opistóglifas

As serpentes que possuem além dos dentes iguais, um par de

dentes especializados que ficam na parte de trás da boca, são

chamadas de opistóglifas. No caso, esses dois dentes são sulca-

dos (com um tipo de fenda), por onde vai escorrer o veneno

quando for estimulada a glândula.

Os acidentes com essas cobras são raros, e normalmente

elas também não oferecem muito perigo para as pessoas.

No bairro Guapiruvu, temos como exemplos:

Fo

to: G

iuse

pp

e P

uo

rto

Fo

to: G

iuse

pp

e P

uo

rto

Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

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Tipos de dentição

Proteróglifas

Já as serpentes que possuem o par de dentes especializados

na parte da frente da boca possuem a dentição chamada de

proteróglifa. Esses dentes não são tão maiores que os outros

dentes, mas a diferença é que possuem um canal que se comuni-

ca com as glândulas de veneno.

Estas serpentes já são mais perigosas para as pessoas,

pois muitas delas têm venenos que são relativamente

muito tóxicos.

No bairro Guapiruvu, temos como exemplo:

Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

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Tipos de dentição

Solenóglifas

As serpentes que possuem um par de dentes bem maior e

destacado, articulado (móvel), e localizado na parte da frente da

boca, são chamadas de solenóglifas. Esses dentes são ocos e es-

tão ligados às glândulas, injetando o veneno como uma agulha

de seringa.

Os acidentes com este tipo de serpente

são os mais comuns no nosso país.

No bairro Guapiruvu, temos como exemplos:

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DESAFIO Relacione as dentições com as serpentes correspondentes

Jararaca

Coral verdadeira

Cobra d’água

Falsa coral

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Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

Fo

to: O

ctavi

o M

arq

ues

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Sentidos

Olfato

O principal sentido das serpentes é o olfato, que é bem

sensível.

E por incrível que pareça, elas conseguem sentir o “cheiro”

através da língua!

A língua delas é dividida em duas pontas (bífida) e é colocada

para fora da boca toda hora para conseguir captar as moléculas

do cheiro que ficam no ar. Depois, ela passa a língua no céu da

boca para transferir essas moléculas a um órgão que irá identifi-

car o cheiro. Esta ação de colocar a língua pra fora é chamada de

dardejar.

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Sentidos

Visão e Audição

Em geral, as serpentes não enxergam muito bem, com exce-

ção de algumas espécies que apresentam uma visão bem desen-

volvida, como as cobras-cipó e caninanas.

A audição delas é diferente da nossa, pois elas não possuem

tímpano e nem ouvido externo. Elas conseguem sentir a vibração

dos sons quando elas encostam a mandíbula no chão: os ossos

da mandíbula transmitem as vibrações aos ouvidos internos das

serpentes.

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Você sabia? As serpentes não possuem pálpebras móveis,

e por isso elas não conseguem fechar o olho ou piscar.

Os olhos são protegidos pela fina camada transparente que recobre a pele: o estrato córneo, lembram?

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Por falar em olho....

Algumas serpentes apresentam a pupila do olho

arredondada e outras apresentam a pupila em “fenda” (como

a dos gatos).

Isso não está relacionado à presença ou ausência de

veneno, e sim está relacionado ao período do dia de maior

atividade!

As serpentes que ficam mais ativas de dia (diurnas)

geralmente possuem a pupila redonda e as que ficam mais

ativas de noite (noturnas) geralmente a pupil a é em fend a.

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Sentidos

Termo-orientação (percepção da temperatura)

Um sentido muito interessante que as serpentes possuem é a

termo-orientação, ou seja, a capacidade de se orientar pela

percepção do calor.

Algumas serpentes, como as jiboias e a C. cropanii conse-

guem captar o calor através de órgãos (receptores de infraver-

melho) localizados em "buraquinhos" próximos da boca, as

fossetas labiais.

Fo

to: O

ctavio

Marq

ues

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Sentidos

Termo-orientação (percepção da temperatura)

Outras serpentes, como as jararacas, possuem "buraquinhos"

um pouco maiores que ficam entre o olho e a narina, chamados

de fossetas loreais. Esses órgãos auxiliam na localização durante

a noite de animais endotérmicos (de sangue quente) que elas

vãos se alimentar, como os ratos.

Fo

to: G

iuse

pp

e P

uo

rto

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As serpentes são incríveis! Com a variedade de tamanhos,

formas e cores das espécies que existem, elas conseguem viver

muito bem em muitos ambientes.

Confira nos desenhos abaixo alguns ambientes representa-

dos:

34

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Habitats

Onde vivem

Elas podem ser encontradas nos mais diversos ambientes

como matas, áreas abertas ou desertos, seja próximos a água,

terra ou debaixo da terra e até em cima das árvores.

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Agora é a sua vez de desenhar! Represente aqui neste espaço em branco

alguma serpente que você conhece no ambiente em que ela vive.

É hora de desenhar!

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Termorregulação

Qual é a temperatura do corpo?

Já ouviu falar os termos “animais de sangue-quente” e

“animais de sangue-frio”?

Esses termos servem para diferenciar os animais que são ca-

pazes ou não de produzir calor. Os animais de “sangue-quente”,

como as aves e os mamíferos, são chamados de homeotérmicos

(homeo=igual; térmico=calor), pois eles produzem e mantém o

calor do corpo, igual a gente!

Os animais de “sangue-frio” são chamados de ectotérmicos

(ecto=fora; térmico=calor) porque eles dependem da tempera-

tura do ambiente em que vivem para se aquecer.

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Locomoção

Como elas se movimentam

Uma das características marcantes das serpentes é que

possuem uma capacidade de locomoção impressionante!

As serpentes se deslizam facilmente em vários tipos de solo,

algumas podem também nadar ou subir em árvores e lugares

mais inclinados, acredita?!

Isso é possível principalmente pela flexibilidade da coluna

vertebral e da força de sua musculatura. Lembra do esqueleto

dela, na pág. 09?

38

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Alimentação

O que as serpentes comem?

Existem cobras que são generalistas na sua alimentação,

podendo se alimentar de pássaros, galinhas e pintinhos, peixes,

ratos, gambás (raposas), morcegos, lagartos, sapos, girinos, ovos

de sapos e lagartos, assim como existem cobras que são especi-

alizadas em comer um tipo de animal só: como é o caso das

cobras dormideiras, que se alimentam exclusivamente de

lesmas, ou algumas corais que só conseguem comer animais

alongados, como outras cobras e certos peixes.

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Serpente não consegue mastigar!

Com modificações especiais no crânio, ela é capaz de

engolir inteiro animais que sejam um pouco maiores que seu

próprio diâmetro!

Por engolir inteiro, elas conseguem digerir quase tudo! Só

os pelos, unhas, penas, dentes e escamas que saem nas fezes

por não conseguirem passar pelo processo digestivo.

Verifique na página 10, que fala sobre o crânio e a mandíbula

delas para conferir como isso é possível!

Circule abaixo o que as serpentes não comem:

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stra

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Se liga nessa história*!

“Eu estava caminhado pelo

rio e vi uma cobra engolindo

um sapo. Fiquei com pena do

sapo, e decidi apertar a cobra

para que o animal conseguisse

fugir. Eu salvei o sapo, mas

depois fiquei pensando:

Nossa, a cobra ficou

sem comida!!!

Senti pena pela cobra...”

*Relato de uma criança do bairro Guapiruvu durante as

entrevistas em 2014

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Cobra cipó fazendo

constrição no rato

Cobra d’agua se

alimentando de

uma minhoca

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Alimentação

Como as serpentes comem?

Você consegue comer sem as mãos? E engolir sem mastigar?

Difícil né? Como será que as cobras conseguem?

Para as serpentes se alimentarem, elas têm que caçar primei-

ro. Dependendo da espécie, há diferentes jeitos de caçar: existem

cobras que procuram ativamente, e cobras que caçam à espreita,

esperando pacientemente o animal passar para poder dar o

bote.

As serpentes que usam a força para segurar e matar, como é

o caso da jiboia e da C. cropanii, enrolam-se na presa e vão

apertando mais forte, até o animal morrer por falta de ar e para-

da cardíaca. Esse ato nós chamamos de constrição.

Ainda tem as serpentes que ao capturar a presa, conseguem

engolir o bicho ainda vivo! É o caso de algumas cobras d’agua e

cobras cipós. Fo

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Alimentação

Como as serpentes comem?

As serpentes que são peçonhentas* utilizam o veneno para

matar o bicho que ela acabou de caçar. Elas injetam com um par

de dentes o veneno para imobilizar e matar a caça. O veneno

delas, nesse caso, também serve para ajudar no processo de

digestão.

*Você lembra o que significa peçonhento? Vá para a página 19 para descobrir!

Você sabia? Nem todas as serpentes têm veneno!

Das mais de 300 espécies de serpentes brasi-

leiras, apenas 60 espécies são peçonhentas!

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Boipeva predando um sapo

+ Info As cobras não comem todo dia! A frequência que ela

caça depende da idade, do tamanho da presa e a

temperatura ambiente, pois o tempo de digestão delas é

bem mais lento. E muitas conseguem ficar sem comer por

meses inteiros!

Depois que elas comem, elas procuram locais seguros para

digerir, pois é o período em que ficam muito mais vulne-

ráveis a predadores por ficarem mais lentas. Numa

situação de estresse, elas podem regurgitar (“vomitar”)

como defesa para poder fugir mais rápido.

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Reprodução

Elas namoram?

Em seu habitat natural, as serpentes são animais de vida soli-

tária, sendo mais comum a possibilidade de encontrar mais de

um indivíduo da mesma espécie juntos na época de reprodução.

Nas serpentes brasileiras há poucos registros de comportamento

reprodutivo, como o combate entre machos.

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Reprodução

Como elas namoram?

Na época de acasalamento, os machos geralmente seguem

as fêmeas através das trilhas de cheiros que elas deixam

(hormônios).

A cópula ocorre quando o macho, ao perceber que a fêmea

o aceita, insere um de seus hemipênis na cloaca da fêmea.

Dependendo da espécie, a cópula pode durar de minutos a vá-

rias horas.

Os machos possuem dois hemipênis, mas apenas um dos

dois é usado durante a cópula. O formato do hemipênis varia de

espécie para espécie, e se encaixa dentro da vagina da fêmea.

Isso permite que só serpente da mesma espécie namore!

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É época de reprodução!

A temperatura ambiente é o fator mais importante para

determinar o período de atividade das serpentes, como a

época de reprodução (acasalamento e postura/parto) e a

época de maior disponibilidade de presas pra se alimentarem,

que para a maioria das serpentes, são os meses mais quentes.

Encontre as palavras em negrito acima para

preencher a cruzadinha abaixo:

E

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Reprodução

Como elas namoram?

As fêmeas podem ser ovíparas (podem botar ovos com

casca), ou vivíparas (dão a luz a filhotes já formados). No caso

das serpentes ovíparas, elas podem botar os ovos dentro de

troncos ocos ou caídos, tocas no chão, ninhos de formigas ou

em cupinzeiros.

Após a postura de ovos ou parto, as fêmeas normalmente

não cuidam dos filhotes. O número de filhotes gerados pode

variar muito, de acordo com cada espécie e o tamanho da mãe,

assim como o tempo de gestação também.

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O animal apresenta uma coloração de alerta,

normalmente com cores fortes (como vermelho

e amarelo), numa advertência de que pode se

tratar de um animal com veneno

(Aposematismo), como essa coral-verdadeira.

A coloração ou formato do animal

é semelhante ao de um outro animal

(Mimetismo), como essa serpente

(Xenodon neuwiedii) que se assemelha a

uma jararaca.

A coloração do animal é parecida com a

do ambiente em que vive, tornando-os

praticamente invisíveis (Camuflagem),

como as jararacas.

Defesa

Como elas se defendem?

Ao contrário do que muita gente pensa, a maioria das

serpentes utiliza a fuga para escapar de seus predadores ou a

imobilidade para não ser percebida!

Conheça alguns tipos de mecanismos de defesa:

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Defesa

Como elas se defendem?

As serpentes também se defendem apresentando vários

comportamentos, dependendo da espécie:

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Você sabia? Os principais predadores das serpentes são as

aves, alguns mamíferos e outras serpentes!

Os exemplos de predadores do bairro Guapiruvu

são: Gavião, homem, lagartos (principalmente

teiú), cachorro do mato, outra cobras

(principalmente bauru ou muçurana), cachorro aô,

lobinho, gato do mato, jaguatirica, galinha, coruja,

quati, tatu, cateto, onça.

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DESAFIO Ajude a serpente a achar o caminho do abrigo. Cuidado com os predadores!

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Na natureza, as serpentes atuam como presas e predadores de

diversos animais, contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas. Elas

mantêm o controle de populações de ratos, que são transmissores de

doenças, e servem de alimento para outros animais que também têm

funções importantes na natureza, como as aves.

Além disso, com o veneno das serpentes já foram fabricados

fármacos (remédios) de utilidade para nós. Você já ouviu falar do

Captopril? É o medicamento mais consumido no mundo para combater a

hipertensão, que, após estudos com o veneno da jararaca (Bothrops

jararaca), o princípio ativo do veneno foi sintetizado, ou seja, feito artificial-

mente em laboratório para produção deste medicamento. Por outro lado,

estudos com o veneno de cascavel (Crotalus durissus) levaram a criação

de uma cola que substitui os pontos usados após uma cirurgia.

Pesquisas com toxinas que compõem o veneno de outras serpentes

vêm obtendo ótimos resultados no combate ao câncer e na criação de

novos anestésicos. Já imaginou se a cura do câncer em geral encontra-se

nas toxinas de alguma serpente brasileira?

Ainda faltam muitos estudos com as toxinas das serpentes, mas

provavelmente continuarão sendo descobertos novos medicamentos que

salvarão muitas vidas humanas. Temos que aproveitar que o Brasil possui

uma das maiores diversidades de serpentes do mundo, e isso é um valor

inestimável no mundo em que vivemos.

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Mural de fotos

Alguns momentos registrados

Fotos: Bruno Augusta, Giuseppe Puorto e Naylien Barreda

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Página 40 Página 47

Página 52

Página 27

Página 21

Página 05

Respostas dos desafios

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Referências

Livros e artigos:

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