Guardo Riquezas da Natureza ao redor de minha casa

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‘Guardo riquezas da natureza ao redor de minha casa’ Dona Fátima nasceu em 1960, no Sítio Pedra D água, Município de Juazeirinho - PB. Filha de Severino Manoel e Ana Martins, desde moça ajudava seu pai nos trabalhos do sitio, principalmente com a criação animal (gado, ovelhas, cabras, galinha, porcos) e no roçado (plantando milho, feijão, fava, algodão e hortaliças). Em 1983, ela se casou com Seu Damião Batista, com quem teve cinco filhos, Diana, Adriano, Raniely, Severino Neto e Paula. A família morou um tempo na Comunidade Ilha Grande e hoje vive na terra herdada de seu pai, com aproximadamente 25 ha, na Comunidade Pedra D água. Atualmente, uma filha está casada e mora na cidade de Juazeirinho e os filhos moram na comunidade. Dona Fátima é uma agricultora guardiã dos saberes e das riquezas populares, anima os trabalhos na comunidade, contribuindo na organização do banco comunitário de sementes e faz parte do grupo de beneficiamento das frutas. Ela está inserida na comissão municipal de Juazeirinho e na Comissão Sementes, plantas e frutas do Coletivo Regional. A família conta que uma das grandes dificuldades sempre foi à escassez de água na comunidade. É tanto que em sua propriedade tem um tanque de pedra que foi ampliado pela comunidade. Aconteceram diversos mutirões para ampliação e hoje o tanque tem capacidade de captar e acumular aproximadamente 1000 m³ de água, garantindo uma melhor qualidade de vida não apenas para o conjunto de famílias da comunidade. Essa diversidade de atividades comunitárias vem fortalecendo o trabalho que a família desenvolve na propriedade. Tem uma diversidade de plantas medicinais, frutíferas e ornamentais, criam galinhas, gado e cultivam diversas sementes da paixão no roçado (milho, feijão, jerimum, melancia) todas essas atividades são destinadas para alimentação da família e outra parte para a comercialização. , Nº 1440

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‘Guardo riquezas da natureza ao redor de minha casa’

Dona Fátima nasceu em 1960, no Sítio Pedra D água, Município de Juazeirinho - PB. Filha de Severino Manoel e Ana Martins, desde moça ajudava seu pai nos trabalhos do sitio, principalmente com a criação animal (gado, ovelhas, cabras, galinha, porcos) e no roçado (plantando milho, feijão, fava, algodão e hortaliças).

Em 1983, ela se casou com Seu Damião Batista, com quem teve cinco filhos, Diana, Adriano, Raniely, Severino Neto e Paula.

A famí l ia morou um tempo na Comunidade Ilha Grande e hoje vive na terra herdada de seu pai, com aproximadamente 25

ha, na Comunidade Pedra D água. Atualmente, uma filha está casada e mora na cidade de Juazeirinho e os filhos moram na comunidade.

Dona Fátima é uma agricultora guardiã dos saberes e das riquezas populares, anima os trabalhos na comunidade, contribuindo na organização do banco comunitário de sementes e faz parte do grupo de beneficiamento das frutas. Ela está inserida na comissão municipal de Juazeirinho e na Comissão Sementes, plantas e frutas do Coletivo Regional.

A família conta que uma das grandes dificuldades sempre foi à escassez de água na comunidade. É tanto que em sua propriedade tem um tanque de pedra que foi ampliado pela comunidade. Aconteceram diversos mutirões para ampliação e hoje o tanque tem capacidade de captar e acumular aproximadamente 1000 m³ de água, garantindo uma melhor qualidade de vida não apenas para o conjunto de famílias da comunidade.

Essa diversidade de atividades comunitárias vem fortalecendo o trabalho que a família desenvolve na propriedade. Tem uma diversidade de plantas medicinais, frutíferas e ornamentais, criam galinhas, gado e cultivam diversas sementes da paixão no roçado (milho, feijão, jerimum, melancia) todas essas atividades são destinadas para alimentação da família e outra parte para a comercialização.

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‘Tudo isso ao redor de minha casa, garante um terreiro alegre e cheio de vida’, afirma dona Fátima.

Ela conta que principalmente depois que casou, começou a entender a grande importância e utilidade das plantas medicinais, assim aumentou o terreiro e hoje tem: cidreira, hortelã miúda, malva rosa, brilhantina, mil folhas, colônia, hendro, capim santo, arnica e romã.

Dona Fátima demonstra mu i to amor pe las p lan tas afirmando que é uma agricultora guardiã das plantas medicinaise das sementes da paixão. Ela conta, que já fez sete cirurgias e sempre foi tratada e curada com os remédios caseiros de suas plantas medicinais. Todas essas plantas têm seu potencial e cada uma tem sua função e valor medicinal, mesmo assim exemplifica que todas têm a mesma importância para família, contudo a malva rosa tem um significado muito especial.

Ela já conhece há muito tempo a malva rosa, faz chá e xarope. Recentemente ficou sabendo através de uma amiga enfermeira que o chá da malva rosa é uma ótima solução para seu problema de saúde, a menopausa. Ela recomenda também utilizar a malva rosa como calmante, para dor de cabeça e cólicas menstruais.

‘Para ter um terreiro assim como vocês estão vendo aqui, dar muito trabalho, pois as plantas necessitam de água e cuidado todos os dias’, afirma Dona Fátima. Ela não recomenda o usa de água servida para as plantas medicinais, p r i nc ipa lmen te aque las que se rão aproveitadas as folhas e raízes.

A família faz reutilização da água para os pés de fruteiras e para as pequenas criações de galinhas e porcos.

“Aqui na minha casa nós temos todas essas plantas medicinais, elas estão para servir qualquer pessoa que tiver necessitando, as plantas não têm dono elas são da natureza e eu me sinto uma guardiã delas”, afirmou Dona Fátima que sempre nos eventos que participa, leva mudas para distribuir e trocar com outras famílias, dessa forma vem conseguindo ampliar e diversificar as plantas ao redor se sua casa.

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