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GUIA DE ESTUDOS COMITÊ DE IMPRENSA TEMAS 9 AMÉRICA LATINA Diretores: Carlos Azevedo Deborah Castro Luiza Cheib Habib Marcela Linhares

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GUIA DE ESTUDOS

COMITÊ DE IMPRENSA

TEMAS 9 – AMÉRICA LATINA

Diretores:

Carlos Azevedo

Deborah Castro

Luiza Cheib Habib

Marcela Linhares

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar

mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa

servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem

não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição

moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha

nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa

profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia,

como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto

não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.

(MARQUEZ, Gabriel Garcia).

Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma

fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores,

telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma

de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da

televisão, de imagens. Entrar no universo do jornalismo significa ver essa

batalha por dentro, desvendar o mito da objetividade, saber quais são as fontes,

discutir a liberdade de imprensa.

(ROSSI, Clóvis).

Uma das artes do jornalismo: ver relevância até em curiosidades da vida

real, desde que a mensagem seja compreensível que se consiga comunicar um

fato e que este de alguma forma, acrescente informação ao cidadão. Com a

informação, matéria-prima do jornalismo, é possível haver uma sociedade

melhor.

(JORGE, Thaís de Mendonça).

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5

I.1. CARTA DE APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES........................................................... 5

I.2. HISTÓRIA DA IMPRENSA ................................................................................................ 7

I.3. IMPRENSA DA AMÉRICA LATINA ................................................................................. 9

I.4. IMPRENSA DE MODELOS ................................................................................................ 9

II. A IMPRENSA DO TEMAS 9 – AMÉRICA LATINA ............................................................. 11

II.1. DIVISÃO DE CARGOS E COBERTURA DE IMPRENSA ............................................. 12

II.1.1. DA DIVISÃO DE CARGOS ....................................................................................... 12

II.2. JORNAL DO TEMAS ........................................................................................................ 13

II.2.1. CONTEÚDO INFORMATIVO ................................................................................... 13

a) COBERTURA DOS COMITÊS .................................................................................. 13

b) COBERTURA DO EVENTO ...................................................................................... 14

II.2.2. CONTEÚDO DE ENTRETERIMENTO .................................................................... 14

a) COBERTURA DOS EVENTOS SOCIAIS ................................................................. 14

b) RITOS .......................................................................................................................... 14

II.3. MÍDIAS ............................................................................................................................... 15

II.4. REGRAS DE FUNCIONAMENTO ................................................................................... 16

II.4.1. QUANTO AOS HORÁRIOS ...................................................................................... 16

II.4.2. QUANTO À PERMANÊNCIA NO COMITÊ ............................................................ 17

II.4.3. QUANTO AO USO DO MATERIAL......................................................................... 17

II.4.4. QUANTO À VESTIMENTA ...................................................................................... 18

III. PROFISSÃO: JORNALISTA ................................................................................................ 19

III.1. CARACTERÍSTICAS DO TEXTO JORNALÍSTICO ................................................... 19

III.2. A NOTÍCIA ..................................................................................................................... 20

III.3. A PRODUÇÃO DA NOTÍCIA ....................................................................................... 22

III.3.1. REUNIÃO DE PAUTA ........................................................................................... 22

III.3.2. APURAÇÃO ............................................................................................................ 23

III.3.3. REDAÇÃO ............................................................................................................... 24

a) PIRÂMIDE INVERTIDA............................................................................................ 24

b) O LIDE ......................................................................................................................... 25

c) RESUMO ..................................................................................................................... 25

III.3.4. EDIÇÃO E FINALIZAÇÃO.................................................................................... 26

IV. ANEXOS ............................................................................................................................... 27

IV.1. ELEMENTOS JORNALÍSTICOS .................................................................................. 27

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IV.1.1. ENTREVISTA COLETIVA OU COLETIVA DE IMPRENSA ............................. 27

IV.1.2. ENTREVISTA PINGUE-PONGUE ........................................................................ 28

IV.1.3. ENTREVISTA EM OFF .......................................................................................... 28

IV.2. GLOSSÁRIO DA REDAÇÃO ........................................................................................ 29

V. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 32

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I. INTRODUÇÃO

Você, futuro repórter, talvez não conheça muito sobre a profissão jornalística, mas não há

problema. Todos nós começamos dessa maneira também. E, por isso, sabemos das dificuldades que

normalmente são experimentadas por cada repórter em uma simulação, portanto, preparamos esse

Guia de Estudos para orientá-los e para que as dúvidas básicas de todos os que se inscreveram nesse

comitê sejam, na medida do possível, resolvidas, e para que você possa ter o primeiro contato com a

forma, a organização e as regras do Comitê de Imprensa. Nossa intenção não é a de formar

jornalistas, até porque este é um processo interminável frente ao aprendizado diário que essa

profissão traz. Nosso objetivo é apresentar como funcionará o Comitê para o qual você se inscreveu

no TEMAS 9 – América Latina e torná-lo um grande repórter na simulação.

Para isso, construímos uma linha de apresentação de tudo o que é pertinente à Imprensa,

dentro ou fora de um modelo. Falamos de sua história, o surgimento deste comitê em simulações e

sua presença e forma de atuação no TEMAS 9. Esclarecemos as divisões de cobertura dos comitês e

como será o trabalho dos repórteres em cada uma destas. Regras para o bom funcionamento do

evento e de nosso comitê também são apresentadas, além de mostrarmos a base do texto

jornalístico, da notícia e sua produção, colocando-os aptos para produzi-los bem.

O repórter terá então de entender bem seu ofício e aprender os processos para realizá-lo,

chegando assim preparado e podendo se organizar melhor durante a simulação. Pensando nisto, o

que é importante saber sobre este trabalho jornalístico está aqui, tornando a leitura deste guia

obrigatória para cada participante do Comitê de Imprensa, mas não devendo limitar os estudos

apenas à leitura do mesmo, pois o aprendizado na prática e os estudos além-guia também serão

cobrados em nossos dias de trabalho que começam antes mesmo do evento oficialmente começar.

Seja muito bem vindo (a) ao Comitê de Imprensa e boa preparação, caro repórter!

Diretoria da Imprensa

P.S.: Fiquem atentos aos nossos comunicados e reuniões que serão marcadas. Serão como

intensivos para nossos repórteres, com importantes dicas, treinamento e apresentação de cada

função dentro da imprensa e como trabalharemos no TEMAS 9. Questões sobre nosso trabalho não

detalhadas no guia serão passadas nestas reuniões.

I.1. CARTA DE APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES

Carlos Azevedo

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[email protected]

Olá, meu nome é Carlos Henrique Azevedo, tenho 20 anos, sou de Belo Horizonte, curso

Direito na UFMG e sou Diretor de Imprensa do TEMAS 9 – América Latina. Participei em diversos

modelos, tanto no Ensino Médio quanto no Ensino Superior, tanto como delegado quanto como

diretor e, pelo segundo ano consecutivo, faço parte do Comitê de Imprensa do TEMAS. Espero que

a Imprensa do TEMAS 9 realize um trabalho sério, informativo e pontual, de forma a contribuir

para um bom andamento do evento. Nesta caminhada, este guia deve ser o seu ponto de referência,

leia-o com atenção e não deixe de nos consultar caso esteja com dúvidas. Estaremos juntos em

breve!

Débora Castro

[email protected]

Meu nome é Deborah Dias de Castro, sou natural de Araçuaí e me mudei para Belo

Horizonte em 2007. Um ano depois participei do IX MINIONU como Bósnia Herzegovina no

Specpol. Como quem participa uma vez participa de novo, voltei para o X MINIONU, desta vez

como Coreia do Norte no Comitê UNCED 1992.

Participar destas simulações me resultou em incríveis experiências, mas foi em 2012, no

comitê de Imprensa do TEMAS Minorias que me identifiquei de verdade. Com a união do

conhecimento das participações anteriores, do aprendizado do curso de Comunicação Social e a

saudade de simular novamente, realizei um desafio e concluí com satisfação. E é por isso que este

ano topei um desafio maior, o de não só participar como também ajudar a construir um Comitê de

Imprensa melhor, mais eficaz e mais emocionante.

Luiza Cheib Habib

[email protected]

Olá! Meu nome é Luiza Cheib Habib, tenho 20 anos, sou de Belo Horizonte - MG e estou

cursando Comunicação Social - Publicidade e Propaganda no Centro Universitário Newton Paiva.

Em simulações tive grandes experiências, já tendo sido delegada, parte do Host Team e Diretoria de

Marketing do modelo de Harvard na América Latina e como integrante de diferentes Comitês de

Imprensa. Minha paixão por tais comitês surgiu na primeira imprensa do TEMAS, em sua 8ª edição,

onde descobri o intenso trabalho da imprensa dentro de simulações e percebi como é importante e

divertida esta tarefa para todos os seus participantes.

Como diretora de imprensa do TEMAS 9 – América Latina, visualizo um comitê inovador

e bem ativo em todos os dias de simulação. Tenho a certeza de que será um dos melhores comitês

de imprensa que poderemos vivenciar e que a criatividade juntamente do comprometimento e

profissionalismo na hora de fazermos nosso trabalho irá surpreender a todos! Muito trabalho nos

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aguarda, mas motivação é o que iremos dar, além de uma experiência sem igual para nossos

delegados. Ótima preparação a todos. Nos vemos no TEMAS!

Marcela Linhares

[email protected]

Olá, participantes do comitê de imprensa! Meu nome é Marcela Linhares, e este ano estou

desempenhando uma função completamente nova no TEMAS. Já fui delegada, assistente, diretora e

até Secretária-Geral. E todas estas participações me mostraram uma coisa: não vai ser fácil

abandonar o modelo. Por isso estou de volta e encarando uma função que nunca encarei antes:

Diretora de Relações Públicas. Este comitê está sendo preparado com bastante carinho, e a

expectativa é que vocês possam aproveitar o modelo como nunca, além de ter uma pitada extra de

diversão. Sejam bem-vindos!

I.2. HISTÓRIA DA IMPRENSA

A comunicação está presente desde o primeiro contato entre seres humanos e ao longo da

história vem sempre evoluindo, sendo feita de diversas maneiras e para diferentes fins. A imprensa

e o ofício do jornalista surgem e mostram ter um papel fundamental e intenso na sociedade, com a

responsabilidade de contar aos cidadãos o que se passa no mundo ao seu redor.

Não se sabe ao certo a origem exata do jornalismo, mas os historiadores consideram o Acta

Diurna como o mais antigo jornal que se tem notícia. Surgido por volta de 69 a.C., este jornal era

usado pelo Imperador Júlio Cesar como função de informar a população sobre fatos sociais e

políticos ocorridos em todos os cantos do império e, principalmente, como estratégia de marketing

para poder divulgar suas conquistas militares e expansão do território.

As notícias até então eram escritas diariamente e colocadas em grandes placas de madeira,

expostas em local de grande acesso ao público, – muitas vezes publicadas com atrasos, pelas

precárias formas de transportes – mas, após a invenção da prensa de papel pelo alemão Johannes

Gutenberg em 1447 se dinamizou o processo de criação e circulação do jornal. A partir daí cada

palavra era formada uma a uma, em um sistema demorado, porém prático, com marcante

aperfeiçoamento dos manuscritos, permitindo a produção em massa de livros e jornais, além de ser

mais econômico e rentável.

Com tais tecnologias sendo disseminadas e aprimoradas, o próprio jornalismo se tornava

mais profissional. No século XVIII, os primeiros cursos nas universidades européias também

influenciaram na profissionalização da atividade que viu surgir a necessidade de regulamentação. E

foi nesta fase que se originou o conceito de Liberdade de Imprensa, garantindo, a princípio, o

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direito dos profissionais de jornalismo e dos jornais publicarem qualquer tipo de notícia desde que

fosse real e não houvesse difamação, sendo a Suécia, em 1766, o primeiro país a proteger a

liberdade de imprensa.

Em 1844 foi inventado o telégrafo, outra invenção marcante para o desenvolvimento do

jornalismo. O telégrafo permitiu que a comunicação fosse feita mesmo a longas distâncias, as

notícias passaram a circular com muito mais rapidez com esta criação.

O surgimento do rádio nos anos 20 novamente transformou o jornalismo, principalmente o

impresso, que vendo este como um concorrente, teve de se reinventar, buscando novas formas para

se tornar mais moderno e popular, modificando tanto a estrutura como o conteúdo das páginas. Do

mesmo modo aconteceu nos anos 40 com o surgimento da televisão, e nos anos 90 com a internet

que fez surgir o web jornalismo com a agilidade da linguagem, a velocidade de atualização e o

baixo custo de produção. O surgimento da internet viria a aumentar na população o desejo pelo

imediatismo, por saber o quanto antes os detalhes de um fato ocorrido.

Com todos estes avanços o jornalismo se desenvolveu mundialmente e começou a atingir a

grande massa da população e passou a ser o meio imparcial e direto essencial para a difusão dos

acontecimentos em larga escala, fazendo surgir, assim, as agências de notícias responsáveis por

suprir o noticiário internacional dos jornais, e muitas empresas e negócios lucrativos através dos

jornais. Em seguida, surgem diversificados profissionais desta área como o Correspondente

Estrangeiro, o Enviado Especial ao Exterior e os Stringers, ou famosos free-lancers.

Durante o século XX, os meios de comunicação também se depararam com o aumento da

censura, já que este foi um período marcado, principalmente, por guerras e o aparecimento de leis e

governos autoritários concomitante ao nascimento de ditaduras pelo mundo. Por outro lado, frente a

esse processo, cresceu também a luta pela democracia, pela liberdade de expressão e a consequente

liberdade para a imprensa.

Seja qual for a época, através da defesa ou da sufocação da liberdade de expressão, a

história do jornalismo se confunde com a história do próprio desenvolvimento da sociedade. É o

caso do Brasil que, em regime ditatorial, teve o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)

coordenando e censurando o jornalismo e, consequentemente, manipulando a opinião do povo, que

também viu extinto os seus direitos de cidadãos.

Não dá para dissociar a influência direta ou indireta do jornalismo no cotidiano das

pessoas. O jornalismo tem para com a sociedade a responsabilidade de auxiliá-la em suas decisões,

na opinião crítica, enriquecê-la culturalmente, colaborar com o fortalecimento da cidadania,

divulgar aquilo que de alguma forma possa contribuir a ela e denunciar o que possa vir a ser

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prejudicial. É por isso que o jornalismo deve agir sobre o direito da liberdade de imprensa, mas,

sobretudo, sobre o ponto de vista da responsabilidade ética.

Quanto ao que podemos perceber atualmente, é que cada meio de comunicação tem

buscado encontrar a sua melhor colocação e função dentro do processo de informação das pessoas.

Contudo o processo que mais tem ganhado adeptos e destaque no meio midiático é a interligação

entre os meios informativos. Ao invés da competição, os veículos têm procurado interligar todas as

suas plataformas de disponibilização da notícia ao público, o que pode ser vantagem e desvantagem.

O importante é fazer bom uso destes meios, prezando-se, assim, pela credibilidade, e nunca se

esquecendo da ética, palavras-chave nos dias atuais.

I.3. IMPRENSA DA AMÉRICA LATINA

Interessante e enriquecedor para nós é identificar também o tipo de cobertura jornalística

feita ao longo da história na América Latina, mesmo que não tenhamos a função de redigir sobre os

acontecimentos dos comitês com o olhar destes jornais, cobrir um comitê tratando de assuntos a

respeito de nosso país e de nossos vizinhos requer nosso olhar atento e muito centrado. A

característica imprensa latino americana muitas vezes preza mais pelo noticiário euro-estadunidense

do que por suas cotidianas lutas contra a desigualdade social, liberdade de expressão, direito à vida,

a terra, saúde, etc.

Pode exigir de vocês jornalistas da imprensa TEMAS 9, tais conhecimentos teóricos e da

forma de cobertura aí tratada. Para realizar um papel fantástico, seja em suas matérias estritamente

informativas para o modelo, seja para polêmicas intervenções da imprensa em comitês, como é o

caso de coletivas e matérias especiais, ou mesmo para adquirirem um conhecimento maior ainda

durante os debates, a história da imprensa na América Latina é muito valiosa.

I.4. IMPRENSA DE MODELOS

Nos modelos, a imprensa também não poderia ficar de fora, e com constantes inovações e

cada vez mais forte presença nestes eventos, mostra seu caráter sério e de grande valia, com o

potencial de qualificar estas conferências e proporcionar um interessante trabalho aos que se

arriscam no mundo jornalístico. Tendo surgido depois que as simulações já estavam consolidadas, o

comitê de imprensa é bastante diferente dos outros que compõem qualquer modelo. Normalmente

produzido e/ou assessorado por um ou mais estudantes de comunicação social, a imprensa prepara

seus repórteres para o cotidiano jornalístico e suas funções como caçadores de informações,

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cobrindo e reportando tudo que ocorre no evento como um todo, fora e dentro dos comitês.

Tradicionalmente o Comitê de Imprensa produz, diariamente, uma ou mais edições de um jornal

geral do modelo, além de possíveis jornais específicos que cobrem cada comitê em particular.

Ao longo das simulações, algumas imprensas começaram a adotar novos meios de divulgar

os acontecimentos diários em tempo real, utilizando-se bem das redes sociais e veículos de

comunicação on-line. A interatividade das matérias e notícias agora divulgadas passou a abranger,

além dos tradicionais textos redigidos, vídeos e gravações de áudio, por exemplo. Os intensos dias

de evento foram inovados mais uma vez com imprensas ousadas que propõem ainda fazer

intervenções para seus delegados e dentro dos comitês que estão cobrindo, juntamente com os

diretores dos mesmos, a pedido deles.

Sem dúvida alguma, o comitê de imprensa é o mais descontraído comitê que um modelo

pode ter, mas, não obstante, é também o mais atarefado, com prazos a cumprir e a responsabilidade

de, na hora de realizar seu trabalho, fazê-lo com empenho total. A imprensa é instrumento de

formação da opinião pública, portanto, a vontade pela manutenção da democracia, da liberdade, da

justiça e a imparcialidade, independência, clareza e a verdade devem estimular diariamente um

repórter em seu trabalho. É um aprendizado diário nesta profissão e um desafio crescente para

aqueles que estão nela nos dias do modelo.

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II. A IMPRENSA DO TEMAS 9 – AMÉRICA LATINA

O Comitê de Imprensa cumpre com alguns compromissos considerados básicos para servir

bem aos propósitos do modelo e ser funcional: produzir conteúdo de qualidade através das mídias

selecionadas, sempre dentro dos prazos pré-estabelecidos; servir com prontidão e cordialidade aos

demais membros do staff, aos delegados, aos parceiros e à comunidade como um todo, sendo capaz

de resolver possíveis dúvidas e de disponibilizar toda a informação que os envolvidos necessitam

para a boa realização do TEMAS e de eventos adjacentes; ajudar a formar e a fixar a marca

TEMAS, produzindo material gráfico e escrito relevante, capaz de divulgar o evento e trazer novas

pessoas e parceiros para este; proporcionar aos delegados uma experiência valiosa, deixando-os a

par de todas as informações que possam se fazer necessárias durante o evento, em especial os que

vêm de outras partes do País; e por último, registrar em alta qualidade todas as cerimônias do

evento a fim de construir um duradouro material de registro (fotos e vídeos), sendo este um

interesse comum de imenso valor sentimental para todos os envolvidos.

O comitê de imprensa já funciona ativamente desde o momento de sua seleção, e

continuará funcionando até o fim da 9ª edição do TEMAS. Antes do modelo, atua juntamente com o

Secretariado na divulgação do evento, e já dá início à produção de conteúdo para as redes sociais.

Também auxiliamos os diretores na definição do uso da imprensa para cada comitê, a fim de nos

planejarmos para a execução das tarefas que possam se fazer necessárias. Nossos delegados têm o

papel de jornalistas e, durante o modelo, produzirão matérias sobre seus respectivos comitês e

auxiliarão a diretoria da imprensa na produção de um jornal diário, que informará aos demais

participantes sobre o cronograma, o andamento dos comitês, curiosidades e outras matérias. Além

disso, poderão ser requisitados a produzir material independente para abastecer o blog e outras

mídias, sendo possível também auxiliarem de maneiras mais diretas nos acontecimentos dos outros

comitês.

Por fim, seguindo todas as transformações na imprensa moderna e toda a tecnologia e

conhecimento que ela nos oferece, assim como nossa experiência em imprensas simuladas,

pensamos a forma de atuação do Comitê de Imprensa TEMAS 9 – América Latina. Prezando pelo

cumprimento das normas gerais e particulares do nosso comitê; eficazes treinamentos e diálogo

entre diretores e repórteres antes mesmo do evento; cumprimento dos horários das reuniões de pauta

e entrega de matérias; e, como maior diferencial, explorar da melhor forma possível as mídias

sociais, fortalecendo os laços entre as mídias impressas e digitais, para ganhar em qualidade e

rapidez. Com os materiais necessários para uma completa cobertura de todo o evento, nossa

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imprensa será marcada por produções de muita qualidade e presença em diversos meios de

comunicação.

II.1. DIVISÃO DE CARGOS E COBERTURA DE IMPRENSA

Nosso comitê está dividido em três setores que abrangem nossos objetivos:

A) Produção de Conteúdo;

B) Arranjo das Relações Institucionais; e

C) Produção Gráfica e Acompanhamento dos Delegados de Imprensa.

A participação dos delegados estará ligada diretamente ao primeiro item, produção de

conteúdo. O comitê é responsável por produzir conteúdo relevante para abastecer as mídias sociais

e o jornal. Neste conteúdo destacam-se: a cobertura dos eventos oficiais, a cobertura dos comitês,

material de divulgação do evento, produção, disponibilização e organização de fotos e vídeos.

Além do tradicional jornal, o comitê é o responsável por administrar a marca TEMAS em

quatro mídias sociais: Facebook, Twitter, Blog e Youtube. Nossos delegados/repórteres, durante os

dias de evento, atuarão conosco buscando e produzindo conteúdo para estas mídias.

II.1.1. DA DIVISÃO DE CARGOS

- Diretor de Redação:

Responsável pelo jornal do modelo, montando suas edições, definindo as pautas, revisando

todos os textos e redigindo matérias para ele e para o blog do TEMAS.

- Diretor de Relações Públicas:

Promove o evento por meio das redes sociais e é a responsável pelo contato direto com o

público por meio destas; auxilia na promoção do evento juntamente com o Secretariado; administra

as relações do comitê de imprensa com as relações parceiras; auxilia o Secretariado na

implementação da identidade visual do TEMAS.

- Diretor de Reportagem:

Coordena o trabalho dos jornalistas; auxilia os jornalistas no cumprimento de suas tarefas;

promove o contato entre diretorias de comitês e jornalistas; organiza eventos necessários durante a

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simulação, como coletivas de imprensa e pode atuar como um repórter “flutuante”, cobrindo

eventuais necessidades de algum comitê ou repórter.

De maneira geral, todos os diretores farão parte da cobertura do evento em todas as suas

etapas, além do armazenamento, organização e disponibilização das fotos e vídeos produzidos não

ficam a cargo de apenas um diretor ou repórter. Passada a ser esta função final de veiculação das

matérias a apenas um integrante da imprensa será comunicado na passagem de regras.

II.2. JORNAL DO TEMAS

O Jornal do TEMAS, assim como qualquer jornal de modelo, é um veículo impresso de

periodicidade diária. O material que compõe o jornal pode ser dividido em:

II.2.1. CONTEÚDO INFORMATIVO

O Conteúdo Informativo seria referente à função educativa do jornal. A redação do

conteúdo informativo deve ser imparcial e de fácil compreensão. O Conteúdo Informativo se divide

em duas áreas de atuação no Jornal: A cobertura dos comitês e a cobertura do evento.

a) COBERTURA DOS COMITÊS

Todo o trabalho do Comitê de Imprensa representa uma experiência jornalística,

entretanto, somente o trabalho do Jornal que é desenvolvido junto aos outros comitês apresenta uma

característica especial: a cobertura dos comitês também é uma simulação. Da mesma forma que os

participantes simulam um evento de um organismo institucional ou supranacional, os repórteres

simulam a cobertura jornalística desse evento.

Cada comitê terá no Jornal uma coluna na qual o repórter dará o panorama da questão

discutida e do andamento dos trabalhos. Dessa forma, os participantes podem acompanhar dia após

dia a evolução do comitê. Sabendo-se que as questões trabalhadas nos comitês são demasiadamente

complexas para serem resumidas em espaços tão curtos, é desejável que o repórter que esteja

cobrindo o comitê passe um panorama geral da questão e apresente os grupos de forças que se

divergem sobre a resolução ao conflito. Isto é importante de ser dito, pois (infelizmente) na

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cobertura de comitês é comum que se cometa o erro de focar mais na atuação de delegados que se

destacam do que apresentarem o conjunto de forças divergentes por trás das questões.

b) COBERTURA DO EVENTO

O Jornal também abrigará matérias informativas maiores, que dizem respeito ao evento de

uma maneira geral. Serão textos dedicados a contarem a história do TEMAS e grandes assuntos da

nona edição, além de espaço dedicado a entrevistas. São matérias que promovem o evento e captam

sua grandeza, explicitando o afeto de todos os envolvidos e todos os aspectos que compõem essa

atividade acadêmica.

II.2.2. CONTEÚDO DE ENTRETERIMENTO

O Conteúdo de Entretenimento diz respeito ao registro daquilo que, mesmo não fazendo

parte dos trabalhos formais e acadêmicos do evento, ainda assim são absolutamente relevantes para

os participantes. Dado que são materiais mais leves e visam ao entretenimento, é esperada uma

redação menos formal; aqui há espaço para a ironia, para o humor, para o mistério e para a

sugestão. São elementos recreativos que tradicionalmente acompanham os modelos: os eventos

sociais e os ritos.

a) COBERTURA DOS EVENTOS SOCIAIS

Pela relevância dos eventos sociais dos modelos, é dever do Comitê de Imprensa cobri-los

e registrá-los no Jornal e nas Mídias Sociais. A cobertura deve exaltar exatamente o lado fraterno e

descontraído que envolve essa atividade, que possibilita a construção ou reforço de amizades entre

universitários de todas as partes do país. Vale ressaltar que não é recomendável expor os envolvidos

além do que estes gostariam ou estariam dispostos a permitir. É o momento de descontração de

todos.

b) RITOS

Sobre os Ritos, nós estamos falando de duas práticas usuais que são atribuídas ao Comitê

de Imprensa, uma difundida a nível nacional e outra tradicional do Jornal do TEMAS, são elas o

registro de Pérolas e o “Diz Que”.

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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Pérolas: são as clássicas declarações curiosas e inesperadas dadas por delegados. Não são

somente erros de pronúncia ou gramática, podendo ser erros conceituais ou de política externa.

Podem ser analogias engraçadas, referências a símbolos da cultura pop ou mesmo piadas internas da

modelândia. Nada é deixado passar.

“Diz Que”: Trata-se da publicação de todo o tipo de boato ou comentário avulso

interessante que rola pelos corredores do evento. Como são apenas rumores que, na maior parte das

vezes, expõem outros participantes, a Imprensa não exige que o (a) autor (a) se revele. Entendemos

que é uma prática já característica do TEMAS e esperamos contar com o bom senso da turma tanto

na hora de enviar uma sugestão de “Diz que” quanto na hora de reagir aos que são publicados.

Horóscopo: Análise astrológica humorística de cada signo, relacionando à previsão termos

e situações típicas de modelos.

II.3. MÍDIAS

As mídias sociais são os grandes pontos de comunicação entre todos os envolvidos com o

evento. Não só possibilitam o contato direto entre os participantes e o staff como também servem de

meio para a comunicação entre os próprios membros da equipe. As mídias sociais devem conter

toda a informação relevante para os interessados, - agenda, endereços, email para contato, horários,

documentos, etc. - além da publicidade e Marketing para as festas e interação intensa com todos os

integrantes do TEMAS 9. Ou seja, será referência de fácil acesso a todos que queiram saber mais

sobre o TEMAS.

Portanto, as mídias sociais são os nossos grandes cartões de visita e nosso grande

diferencial, pois explorando elas em conjunto e não nos esquecendo das mídias impressas teremos

uma cobertura jornalística completa.

Serão elas:

A) Facebook

B) Twitter

C) Blog

D) Canal do Youtube

As informações devem estar bem dispostas na página do evento no Facebook e no Site

oficial. O Twitter deverá servir para chamar os seguidores para as outras mídias, além de ser

perfeito para divulgar informações rápidas e interagir com o público em geral. O blog abriga textos

maiores, acompanhados por fotos e tratando de aspectos gerais relacionado à simulação, ao TEMAS

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ou a Belo Horizonte. Dentro dessa tríade há uma imensidão de possíveis pautas - entrevistas,

cobertura de eventos paralelos, reportagens de bastidores, reportagens históricas, artigos escritos

pelos diretores de comitê, as famosas listas, etc.

Além de construir uma fonte de informação para os delegados e parceiros, essas

reportagens reforçam a marca TEMAS, divulgando o nosso trabalho e tornando este mais

transparente. O Blog ajuda a contar a história de um evento que já tem quase 10 anos, logo, trata-se

de uma mídia muito importante. O canal do Youtube será fundamental pra uma interação digital

com todos do evento e mostrar o caráter interativo e sempre atualizado da imprensa. Sendo este

canal fonte de vídeos resumindo cada dia do evento. Mais informações sobre como serão feitas as

produções dos vídeos serão passadas para os repórteres ao longo das inscrições, quando já

começaremos também nossos trabalhos com as matérias do blog e a criação e veiculação de

publicidade para as festas e comitês.

II.4. REGRAS DE FUNCIONAMENTO

Diferentemente dos outros comitês, o Comitê de Imprensa tem algumas especificidades no

que diz respeito ao seu funcionamento e às regras que regem o trabalho de seus integrantes.

II.4.1. QUANTO AOS HORÁRIOS

O horário dos jornalistas é um pouco diferenciado do horário dos outros delegados do

modelo. Ao chegar no TEMAS 9 – América Latina, diariamente, os delegados devem

impreterivelmente se encaminhar para a sala do Comitê de Imprensa, a fim de receberem os

horários daquele dia. O horário fixo de chegada para os próximos dias de sessões será passado

durante a revisão de regras. É de extrema importância para o funcionamento adequado da Imprensa

que todos os cronogramas sejam cumpridos, desde o horário de chegada ao evento até o horário de

entrega dos textos que forem solicitados. As questões como o horário de entrega das matérias

finalizadas (deadline) e dos intervalos, assim como o fim do expediente de cada repórter serão

definidos sempre na primeira reunião de pauta de cada um dos dias de simulação.

Pedimos aos delegados que demandem uma atenção muito especial ao cumprimento dos

horários que serão estabelecidos pela direção do comitê e que se esforcem ao máximo para

cumpri-los. O tempo dentro de uma redação de jornal parece passar mais rápido do que o normal,

já que a demanda de trabalho do comitê é grande. Por isso, procure ao máximo ser pontual na

chegada ao local da simulação e na entrega das matérias.

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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II.4.2. QUANTO À PERMANÊNCIA NO COMITÊ

A presença dos repórteres no comitê na primeira reunião de pauta, que ocorre no início de

cada dia de simulação é obrigatória e, nos momentos pré-estabelecidos e/ou requisitados pelo

diretor-responsável pela sua área. Durante o resto do tempo, cada repórter deve estar envolvido na

tarefa previamente destinada a ele ou ela.

Para tornar mais rápido e produtivo o processo de escrita das matérias, sugerimos que os

repórteres redijam seus textos dentro da sala do comitê de imprensa, estando editores e repórteres

juntos durante a redação se permite que as duas partes discutam dúvidas, erros e correções,

agilizando todo o processo. Se optar por não produzir o texto todo dentro do comitê torna-se,

obrigatório que no mínimo esteja e permaneça no comitê de imprensa, meia hora (30min.) antes do

seu prazo final de entrega das suas matérias. Isso só será dispensado em casos especiais,

previamente acordados com o diretor de reportagens e do jornal do modelo.

II.4.3. QUANTO AO USO DO MATERIAL

O Secretariado do evento concederá para uso do Comitê de Imprensa a sala, impressoras,

papel e grampeadores. Cada jornalista será responsável por trazer seu próprio computador e, caso

julgue necessário ou seja pedido antecipadamente, seus próprios equipamentos, tais como câmera

fotográfica e gravador. Todos os membros do comitê devem prezar pelos bens dos colegas, bem

como pelos bens fornecidos pela organização do modelo, sendo estes materiais caros e estando sob

responsabilidade da TEMAS e de nosso comitê. Portanto, só maneje os equipamentos para os quais

você for autorizado e torna-se proibido a todos os integrantes do Comitê de Imprensa consumir

alimentos e bebidas perto dos aparelhos eletrônicos de uso coletivo do comitê, tais como

computadores e impressoras. Nas outras áreas do comitê o consumo é liberado, contudo,

recomendamos que ainda sejam tomados todos os cuidados para não criar sujeira no local.

Todos os integrantes do Comitê de Imprensa poderão deixar bolsas e outros pertences na

sala do comitê, exatamente por isso a importância do zelo de tudo que se encontrar nesta sala e,

mais importante, o fato de estar proibido trazer outras pessoas para dentro do comitê que não façam

parte da equipe de Imprensa ou do Secretariado do evento, salvo em situações já conversadas e

acertadas com a direção do comitê; passando assim, a ser de responsabilidade única e exclusiva

dos repórteres os seus pertences ali confiados.

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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Para evitar perdas, mantenha sempre seus objetos pessoais perto de você. O Comitê de

Imprensa tem geralmente (ainda mais nos momentos de maior tensão do dia, como o fechamento e

impressão dos jornais) uma intensa movimentação de pessoas e a presença de diversos outros

materiais. Isso facilita a perda de objetos, caso os mesmos não estejam bem guardados.

II.4.4. QUANTO À VESTIMENTA

Para os integrantes do Comitê de Imprensa, algumas orientações especiais devem ser dadas

quanto a esse tópico:

- Os homens não devem usar camisas pólo, regatas e/ou de manga curta. Também não é

permitido o uso de bermudas e shorts. O traje preferencial é terno completo, podendo o repórter

abrir mão do uso do blazer.

- Para as mulheres, não é recomendado o uso de vestidos longos, pois eles podem

incomodar a repórter ao longo do evento. O ideal é usar uma roupa social que não tenha decotes

chamativos ou que não seja muito curta.

- O uso de calçado esportivo é proibido para todos os integrantes do comitê.

Recomendamos que os repórteres, principalmente as mulheres, levem um par de chinelos para o

comitê e o use durante os intervalos para relaxar os pés. Lembramos que o uso de chinelos é

proibido fora da sala do Comitê de Imprensa.

Por fim, procure não gritar ou falar alto dentro do comitê e tenha conhecimento de todas as

regras contidas no Manual de Regras Gerais do TEMAS 9, estas devendo ser obedecidas da mesma

forma como as descritas acima.

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III. PROFISSÃO: JORNALISTA

Entre todas as profissões, o jornalismo talvez seja aquela que mais se modificou desde a

sua criação. Mudaram as formas de como se apurar uma notícia, as formas como noticiá-la, o

objetivo de contar as histórias, os meios pela qual ela já foi passada ao povo e até mesmo a

liberdade como ela pode ser transmitida.

Aqui dispomos do conhecimento básico para nossos repórteres criarem ótimos textos

jornalísticos, entenderem todo o processo da notícia e aprenderem a produzi-la.

III.1. CARACTERÍSTICAS DO TEXTO JORNALÍSTICO

Uma das primeiras características que se deve possuir para trabalhar com o texto

jornalístico é a compreensão de que ele é sempre feito para o benefício e o entendimento dos outros

e não de quem escreve.

Um bom repórter, por esse motivo, durante a redação da sua matéria ou reportagem, deve

sempre pensar em um modo de proporcionar uma leitura que seja de fácil compreensão, concisa e

verdadeira. Deste modo, existem para tanto alguns elementos que devem estar presentes em

qualquer texto que se proponha a ser jornalístico:

A) CONCISÃO: deve-se ir direto ao fato, sem rodeios, com brevidade e clareza.

Economizar espaço, passando as informações mais importantes e que de fato são

relevantes. Economize expressões inadequadas e/ou desnecessárias. Valorize a presença

da concisão principalmente na produção do seu Lide (ver tópico III.3.3.b) ) que é a

parte que traz as informações mais importantes sobre o fato ocorrido.

B) CLAREZA: o texto jornalístico deve ser claro para facilitar o entendimento do

leitor. Frases curtas e bem estruturadas ajudam no alcance dessa clareza. Além disso,

usar a norma culta da língua, abrindo mão de expressões coloquiais ou muito

rebuscadas, as quais podem dificultar o entendimento do texto pelos leitores.

C) COESÃO: o jornalista deve montar um relato que faça sentido e que tenha

informações que sejam interligadas entre si, sem dados soltos. O texto deve conduzir o

leitor de forma linear ao entendimento completo do fato noticiado.

D) IMPESSOALIDADE E IMPARCIALIDADE: não se usa a primeira pessoa em

um texto jornalístico. Opiniões devem ser deixadas para textos que tenham o propósito

de serem opinativos. Em uma notícia os que falam são as fontes e os fatos. A função do

jornalista é passar a notícia a seu público, sem tomar partido de nenhuma parte

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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envolvida no fato, e tendo como propósito informar todos os detalhes e desdobramentos

do acontecimento em destaque. O julgamento deve ser feito por quem lê e não por quem

escreve. Para evitar a parcialidade, deve-se, entre outras coisas, buscar ouvir todas as

versões dos fatos antes de relatá-lo.

E) INFORMAÇÃO: é o elemento de presença mais essencial em um texto

jornalístico, justamente porque é o que mais fortemente o caracteriza. Texto que não

informa nada de novo não pode ser chamado de jornalístico.

O texto jornalístico pode ser veiculado ao público através de uma nota, matéria,

reportagem ou mesmo uma entrevista.

A) NOTA: uma parte menor numa página de jornal, com uma pequena informação a

respeito de um assunto não tão relevante na visão do mesmo.

B) MATÉRIA: é o tipo de texto jornalístico mais comum presente em um impresso.

Ela não é tão curta como a nota, mas também não se propõe a ser extensa, profunda e

muito detalhada como uma reportagem. Na matéria, porém, encontra-se o relato das

principais partes do fato noticiado que o leitor precisa saber para entendê-lo, tudo isso

seguindo o formato básico do texto jornalístico.

C) REPORTAGEM: é geralmente um texto mais denso e com mais análise dos fatos.

A quantidade de fontes ouvidas pelo jornalista para a redação de uma reportagem é

geralmente maior do que para se escrever uma matéria. Essa forma mais extensa do

texto jornalístico pode ocupar uma ou mais páginas e leva normalmente mais tempo

para ser produzida, devido ao longo processo de apuração e pesquisa que envolve sua

produção.

D) ENTREVISTA: é também um texto informativo, estruturado, porém, de uma

forma diferente, através de perguntas feitas pelo(a) repórter e respostas de um ou mais

entrevistados que tenham algo relevante para ser passado ao público.

III.2. A NOTÍCIA

Apesar de convivermos com ela todos os dias, muitos ainda não têm uma definição bem

clara do que seja ou não notícia. Uma frase muito utilizada para se exemplificar o que seja digno de

ser notícia é a que diz que:

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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Se um cachorro morde um homem, não é notícia, mas se um

homem morde um cachorro, aí então é notícia, uma notícia

sensacional.

Ainda que seja claramente apenas um exemplo, essa frase nos dá uma grande pista do que

pode caracterizar esse tipo de texto. Para ser notícia o fato tem que ser diferente, especial, que se

destaque para quem vai ler o jornal ou receber a notícia por outros meios. O ocorrido não pode - ou

ao menos não deveria - ser algo rotineiro, já visto antes. O ocorrido sendo algo tão espetacular e

fora do comum se torna uma notícia com ainda mais importância e destaque para o veículo que a

está publicando.

Mas não é sempre que o fato vai ter uma relevância para o público, tão notória como a do

homem que mordeu o cachorro, de uma descoberta revolucionária da ciência ou da ocorrência de

uma guerra. Como fazer então para descobrir se um fato pode vir a ser ou a não uma notícia digna

de publicação? Através dos critérios de noticiabilidade.

Os critérios de noticiabilidade são aqueles que, aplicados na análise de um fato ajudam

um jornalista a definir o ocorrido como sendo ou não socialmente relevante para ser noticiado. De

maneira alguma, esses critérios excluem a importância de qualquer fato ou mesmo caracterizam,

sozinhos, o acontecimento como relevante ou não. Eles também, por isso, acabam não conseguindo

impedir que o jornalista cometa erros de julgamento durante o processo de escolha do que é notícia,

apesar de contribuir muito para que o número desses erros seja cada vez menor.

Estes critérios variam muito conforme o foco editorial de cada jornal, o perfil de leitor a

que ele se destina, seu tamanho, tiragem, locais onde é distribuído, etc. É de grande importância que

o repórter ou editor tenha consciência de todas essas variáveis na hora de determinar um fato como

digno ou não de cobertura e posterior espaço na publicação. Porém, existem alguns elementos, os

quais a autora Thaís de Mendonça Jorge, em seu livro “Manual do foca: guia de sobrevivência para

jornalistas”, de 2008, chama de valor-notícia, que, por serem característicos de uma notícia, devem

ser observados sempre que se queira determinar se um acontecimento pode ou não vir a ser

noticiado. A autora diz existirem três principais:

A) ATUALIDADE: fato atual é o que atrai o público e vende jornal, esse deve ser o

primeiro elemento encontrado em qualquer notícia.

B) PROXIMIDADE: para Thaís, o que está mais perto física e psicologicamente do

leitor é o que vai despertar nele maior interesse de leitura.

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C) NOTORIEDADE: quanto mais visibilidade e posição no meio social tiverem os

personagens envolvidos em um acontecimento, mais importante e propício a virar

notícia ele será.

A seletividade de muitas informações comprova que o jornalista não só lida com a

atualidade, mas também com fatos que no futuro serão considerados fundamentais à história.

Ele necessita de uma visão clara daquilo que historicamente está

por detrás de cada notícia (NATALI, 2004).

III.3. A PRODUÇÃO DA NOTÍCIA

A apuração é o processo pelo qual se busca e checa as informações para a

construção da matéria jornalística. Uma boa apuração facilmente rende uma boa matéria. Ela é a

etapa mais importante e mais difícil de todo o processo e é por isso que deve receber uma dedicação

especial.

A pauta pode ser dada como o ponto de partida, orientando quais informações serão

necessárias apurar. Em seguida, o repórter irá tomar como base as seguintes questões: Quem? Fez

o quê? Quando? Onde? Como? Por quê? Estas perguntas norteiam bem como fazer o texto e

deixam o fato a ser noticiado o mais claro possível para as pessoas que não o presenciaram. Para

responder a esta etapa, buscam-se as fontes. Podendo ser elas diretas, como entrevistas, e indiretas,

como pesquisas (ver sessão 7 - elementos jornalísticos).

Encontrado o fato, comprovada a sua relevância para os leitores do jornal, entendida a

função de reportar esse acontecimento ao público e a linguagem com que isso deve ser feito,

chega a hora mais importante, a hora da produção da escrita da notícia. Abaixo listamos cinco

etapas que serão imprescindíveis para os repórteres que trabalharem no Comitê de Imprensa do

TEMAS 9. Estas etapas seguidas de forma satisfatória e cumpridas com competência trarão como

resultado final um texto jornalístico pronto e com qualidade para ser levado ao leitor.

Reunião de Pauta; Apuração; Redação; Edição e Finalização.

III.3.1. REUNIÃO DE PAUTA

Primeira comunicação do dia entre repórteres, diretores e mídias. Durante essa reunião se

apresentam e discutem as pautas (sugestões de fatos a serem cobertos pelo jornal) preparadas para o

dia. É analisada a possibilidade e as dificuldades de cada uma delas. Aceita a pauta, escolhe-se um

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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jornalista para cobri-la. Instruções especiais para aquela pauta são dadas pelo seu editor, além da

hora limite estabelecida pelo mesmo (deadline).

No Comitê de Imprensa TEMAS 9, para que estas orientações sejam dadas de forma mais

específica e individualizada, os diretores de cada área do comitê irão contatá-los quanto ao que

deverá ser feito naquele dia. Procurando dar também aos repórteres um feedback do dia anterior de

trabalho, para que possam ser encontrados pontos positivos e negativos da cobertura feita, a fim de

aperfeiçoá-la para o dia seguinte. O tamanho do texto (em número de caracteres ou linhas) desejado

pelo editor será compartilhado com o repórter também durante a distribuição das pautas para que

esse possa ter desde cedo a noção de quanto pode escrever sobre o fato que irá cobrir.

O horário da reunião geral de pauta que acontecerá na parte da manhã será acertado entre

os integrantes no comitê durante a revisão de regras que acontecerá no primeiro dia do evento.

Sabe-se, porém, que ela deverá começar antes do início da primeira sessão do dia dos outros

comitês do modelo, para que os repórteres que cobrem os comitês não tenham prejuízo em suas

coberturas. A presença de todos os integrantes da Imprensa nestas reuniões é de fundamental

importância, todos devem estar presentes.

III.3.2. APURAÇÃO

Na apuração, o repórter vai buscar o máximo das peças que consigam mostrar-lhe com o

máximo de proximidade e veracidade possível como de fato ocorreu o episódio a ser noticiado. Para

tanto, ele vai buscar o máximo de informações, detalhes e relatos sobre o fato. Tendo assim, o

máximo de fidelidade, coerência e certeza possível. Esse resultado faz com que o leitor, que não

presenciou o fato nem esteve no local onde ele aconteceu, tenha uma ideia mais clara possível do

que aconteceu.

No TEMAS, o processo de apuração é por meio da observação do que acontecer durante as

sessões (exceto em comitês fechados para a imprensa, onde a apuração se dará de outras maneiras),

das entrevistas com os delegados e diretores, por exemplo.

A falta de informações essenciais para a construção da matéria é um sério indício de um

processo de apuração incompleto. Por isso, recomenda-se apurar até que se consiga responder todos

os questionamentos possíveis quanto ao ocorrido. O repórter tem que pensar sempre que é melhor

ter informações a mais, extras que talvez nem entrem no corpo da matéria, do que ter falta de

detalhes.

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III.3.3. REDAÇÃO

Depois de feita toda a apuração, é hora de redigir a matéria. Lembre-se que de nada valerá

uma apuração bem feita, se todas as informações recolhidas não forem estruturadas de uma forma a

comporem um bom texto jornalístico que cumpra sua função máxima que é a de informar o leitor.

Portanto, a redação também é parte fundamental na produção da notícia.

O formato do texto jornalístico possui algumas estruturas e partes próprias que, seguidas

pelo repórter, ajudam-no a selecionar aquilo que é mais importante dentre tudo que foi coletado e

passar de uma forma inteligível para o leitor. Abaixo temos os elementos mais importantes de um

texto jornalístico: a pirâmide invertida e o lide. (Recomendamos que sigam os modelos

apresentados a seguir de forma a facilitar a redação de seus textos.)

a) PIRÂMIDE INVERTIDA

Pensando em uma pirâmide invertida e a forma como um texto jornalístico deve-se

apresentar, a parte inicial do texto é a base da pirâmide, dando sustentação para o resto que virá

adiante. Ela não é a maior parte da notícia, mas é onde se encontra o maior número de informações

importantes ao leitor e essenciais para o entendimento do fato. Esse primeiro parágrafo é chamado

de lide (do inglês lead) e pode, ou não, vir acompanhado de um segundo parágrafo, chamado

sublide.

Os parágrafos seguintes constituem o corpo da pirâmide, ou melhor, do texto. É neles que

o repórter irá desenvolver o relato do fato proposto e aprofundar as informações dadas no início do

texto para que o leitor possa entender o porquê do fato ter ocorrido e como isso se deu.

O fim do texto não pode ser chamado de conclusão, já que o repórter não conclui nada do

fato, mas sim fecha o relato. Isso pode ser feito de diversas maneiras diferentes, de acordo com a

proposta do jornalista e com o desenrolar do acontecimento narrado. O fecho não conta como o fato

foi finalizado, já que isso é, na maioria dos casos, a principal e mais destacada parte de algo

ocorrido. Essa informação deve ser dada logo no lide, já que é nele que as principais informações

estão. O que deve preencher o último parágrafo são informações com menor relevância do que as

que foram ditas anteriormente e que, caso retiradas do texto, não comprometam o perfeito

entendimento do relato.

É importante que o repórter siga a estrutura, pois na maioria das vezes o repórter não tem

tempo para acompanhar a finalização e o editor a faz por conta própria e geralmente, se necessário,

sacrificando o final – o pé – da matéria.

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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A utilização do esquema da pirâmide invertida facilita muito a atuação de um jornalista.

Seguindo esse modelo, o repórter consegue ter um norteamento prático do que deve entrar no texto

e em que posição cada informação deve ser colocada. Isso ajuda a economizar tempo na redação da

matéria, além de escrevê-la com o mínimo de palavras, sem que se percam as características do

texto jornalístico e de forma informativa, acima de tudo.

b) O LIDE

O lide é o parágrafo mais importante de um texto jornalístico. É nele que são respondidas

as primeiras questões que surgem na cabeça do leitor acerca de um determinado assunto. Por isso,

nele devem ser colocadas as informações de maior relevância sobre o acontecido. Algumas questões

devem ser respondidas no lide, a saber: „O Quê?‟, „Onde?‟, „Quando?‟ e „Quem?‟. Outras como

„Por quê?‟ e „Como?‟ são introduzidas neste pedaço da matéria para que possam ser explicadas

com maiores detalhes no corpo do texto.

A ordem em que elas são respondidas fica a cargo do repórter, e segundo o que ele crê que

seja o mais relevante no relato do fato em questão. Mas, duas dicas são muito importantes e de

grande ajuda para aqueles que ainda não têm o faro aguçado para escolher aquilo que deve estar

presente no lide e ainda mais com o que deve iniciá-lo.

c) RESUMO

Apresentamos agora, de forma sintetizada, as principais características que definem o

estilo jornalístico, determinadas pela autora Thais de Mendonça Jorge. É muito importante que cada

repórter volte a essa sessão toda vez que terminar sua matéria, para checar se seu texto está de fato

adequado para ser levado à correção.

- O lide é a peça básica do sistema, no qual um dos fatos é selecionado como o mais

importante ou interessante;

- O texto blocado, isto é, estruturado em blocos de parágrafos interligados em ordem de

interesse decrescente, os parágrafos têm, na medida do possível, igual número de linhas;

- O relato não contém opinião, apenas fatos, a menos que as opiniões sejam de

entrevistados; e

- O texto deve ser escrito na terceira pessoa do singular; no jornalismo escrito, jamais se

usam as primeiras pessoas, nem do singular (eu), nem do plural (nós).

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III.3.4. EDIÇÃO E FINALIZAÇÃO

Ambas são feitas pelo editor. A parte de edição consta na revisão do texto para correção de

possíveis erros de ortografia e/ou coesão e/ou coerência que possam existir no texto e na adequação

da matéria de forma que ela possa ser publicada contendo todas as características pertinentes ao

relato jornalístico. É obrigatório que todos os repórteres do comitê tenham suas matérias lidas por

pelo menos um dos editores antes que elas sejam publicadas.

A finalização é composta pela diagramação do texto na página – ainda digital – do jornal

onde ele será impresso.

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IV. ANEXOS

Na busca pela notícia, são muitos os elementos jornalísticos e jargões característicos que se

pode facilmente perceber dentro de uma imprensa, dos fundamentais para a realização de nosso

trabalho e que poderemos encontrar sempre em nossos dias de simulação serão apresentados aqui.

IV.1. ELEMENTOS JORNALÍSTICOS

Já tendo em vista que uma boa apuração é o que rende uma boa matéria, esta etapa deve

receber uma dedicação especial. A pauta pode ser dada como o ponto de partida, orientando quais

informações serão necessárias apurar. Em seguida, o repórter irá tomar como base aquelas seis

questões fundamentais: “quem, fez o quê, quando, onde, como e por quê”. Á partir daí, ele tem de

recorrer ás entrevistas das fontes diretas, pesquisas nas fontes indiretas e, no caso do TEMAS, na

observação realizada durantes as sessões de cada comitê.

Lembrando, ainda, que é interessante utilizar do maior número de fontes possíveis, quanto

mais numerosas as fontes, mais rica a reportagem. Elas podem ser indiretas como os livros, jornais,

revistas, sites, documentos, filmes, dentre outros meios pelos quais o jornalista usa para acrescentar

detalhes importantes ao que levantou sobre o fato.

O outro tipo de fonte é a direta, os informantes do acontecimento que podem ser seus

atores, suas vítimas, testemunhas, comunicados oficiais ou mesmo especialistas sobre o assunto. As

fontes diretas são aquelas a quem os jornalistas entrevistam a fim de conseguir as informações que

necessitam.

Normalmente e preferencialmente essas entrevistas são feitas pessoalmente para que o

repórter tenha a possibilidade de captar elementos não verbais como as expressões do entrevistado,

por exemplo, complementando ao que está sendo dito por ele. Outro jeito de entrevistar é através do

e-mail ou por telefone. De qualquer modo, como a entrevista é um dos elementos mais importantes

da apuração, ela deve ser preparada anteriormente para, inclusive, evitar o nervosismo do repórter,

comum nessa hora e o comprometimento das declarações que serão dadas.

Sobre a entrevista, existem diversos tipos, mas as principais e as que possivelmente

acontecerão no TEMAS são a coletiva de imprensa, a entrevista em off e a pingue-pongue, que

serão explicadas agora.

IV.1.1. ENTREVISTA COLETIVA OU COLETIVA DE IMPRENSA

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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Trata-se de uma modalidade especial de entrevista que conta com vários entrevistadores e,

um ou mais entrevistados, sendo que sempre revela informações relevantes. Ela é convocada devido

à pressão dos jornalistas com a assessoria, ou o comitê, desejando saber sobre determinado assunto,

ou devido a interesse próprio de quem a convocou, atraindo a atenção para algo ainda

desconhecido, ou para disfarçar alguma ação que não desejam divulgar.

Os principais motivos para o agendamento de uma coletiva de imprensa por parte do

comitê ou membros específicos devem ser reparados. Podem ser eles:

- O comitê sente-se pressionado pelos diversos questionamentos da imprensa, querendo

assim responder a todos de uma só vez;

- Podem tentar atrair a atenção da imprensa para algo que, a princípio, não seria tão

atrativo; e

- Podem estar mascarando uma atitude totalmente oposta a que anunciam.

A requisição/ocorrência de entrevistas coletivas vai depender da forma de cobertura que

for acertada entre os diretores de comitê e os da imprensa. Sendo acordado que poderão ocorrer,

toda coletiva de impressa que for do interesse dos repórteres deve obrigatoriamente ser

comunicada ao diretor de reportagem o quanto antes possível, para poder realizar o agendamento

da coletiva e todas as atitudes previstas para que a participação da imprensa na mesma seja bem

planejada a fim de ser satisfatória e funcional.

IV.1.2. ENTREVISTA PINGUE-PONGUE

Diferentemente da coletiva de imprensa, onde a iniciativa é por parte da fonte, o tradicional

modelo pergunta e resposta, entrevista pingue-pongue, é solicitada pela imprensa, que faz suas

perguntas até cessar seu interesse. Nela não há restrições quanto ao número de entrevistados e

geralmente possuem um espaço de destaque no jornal, sendo publicada na íntegra quando não

possui respostas muito extensas.

IV.1.3. ENTREVISTA EM OFF

Outra modalidade, originada da expressão “off-the-record”, onde o off significa uma

informação confidencial útil ao repórter para a compreensão dos fatos, mas que não pode ser

divulgada, ou significa que é a fonte quem não quer ser identificada, podendo-se, nesse caso,

utilizar os dados fornecidos. Quando o informante pede este sigilo ao jornalista, o pedido deve ser

Comitê de Imprensa | TEMAS 9 – América Latina

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respeitado até o fim, já que o motivo de tê-lo feito é geralmente por ter a possibilidade de sofrer

alguma retaliação. Além disso, ainda é importante lembrar a necessidade de sempre conferir as

informações recebidas, principalmente quando em off, para que o jornalista e o veículo não falhem

eticamente, cometendo algum tipo de injúria ou falhando com a verdade.

O recolhimento de informações em off pode ocorrer durante o coffee-break, nas festas, ou

até mesmo em encontros agendados com o entrevistado.

IV.2. GLOSSÁRIO DA REDAÇÃO

- APURAÇÃO: Importante processo feito pelos jornalistas antes de redigirem a matéria.

- ARTIGO: Texto assinado de responsabilidade do autor.

- ASPAS: Declaração de uma fonte inserida no corpo do texto.

- ASSESSORIA DE IMPRENSA: Faz a gestão do relacionamento entre uma pessoa

física, entidade, empresa ou órgão público e a imprensa. Busca uma cobertura editorial.

- BARRIGA OU BARRIGADA: Publicação com grande destaque, porém falsa ou errada

de uma notícia.

- BRIEFING: Conjunto de informações reunidas sobre uma empresa /instituição / governo

apresentado ao seu profissional de comunicação sempre que deseja tornar algum fato público, seja

através de campanhas publicitárias ou de ocupação de espaço editorial. (Termo Publicitário que

define: Roteiro de ação para criar a solução ao que se procura, elemento chave para o planejamento

de todas as etapas da pesquisa de acordo com as necessidades do cliente).

- COBERTURA MIDIÁTICA: Acompanhamento e apuração de um ou mais fatos para

transformá-lo(s) em notícia. Pode ser realizado por um ou mais repórteres, dependendo da

importância e amplitude do fato para o veículo que pretende publicá-lo.

- DEADLINE: Horário limite para se finalizar uma matéria ou página.

- DECLARAÇÃO: Texto ou opinião oficial expressa verbalmente por entrevistado.

- DIAGRAMAÇÃO: Dispor o conteúdo produzido pelos jornalistas na página do jornal.

- EDITORIAL: Texto com a opinião sobre a publicação.

- EVENTO MIDIÁTICO: Acontecimento espontâneo ou planejado que atrai a atenção

dos meios de comunicação.

- FORMATOS DE JORNAIS AO REDOR DO MUNDO: Berlinense, Standard,

Tabloide e Compacto.

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- FUNCÇÕES BÁSICAS DO JORNAL: (e maioria dos outros veículos de comunicação,

segundo o acadêmico Luiz Amaral): Função político – opinativa; função econômica – social;

função educativa; função entretenimento.

- FURO: Informação importante e verdadeira que apenas um veículo publica.

- GANCHO: Assunto ou fato que pode servir como contextualizador/inspirador de uma

matéria ou reportagem e conector com a realidade do leitor.

- IMPRENSA MARROM: Sensacionalista, registra transgressões da ética jornalística.

- IMPRENSA ROSA: Veículos de imprensa especializados em cobrir o cotidiano das

pessoas.

- INTERTÍTULO: Pequeno título utilizado para dar destaque a um assunto referente ao

tema central, sem retirá-lo do corpo da matéria (Ajuda a dar leveza e dinamicidade à leitura).

- LEAD OU LIDE: Abertura de matéria tradicional. Precisa responder a seis perguntas

básicas: o que, quem, quando, onde, como e por quê.

- MANCHETE: Título do principal assunto da edição de um jornal.

- MATÉRIA JORNALÍSTICA: Notícia, artigo ou reportagem.

- NARIZ DE CERA: Parágrafo inicial que retarda a entrada no tema central do texto (É

uma perda de tempo e espaço, além de ir contra o lead).

- OFF: Declaração dada sob compromisso de não revelar a fonte.

- OFFTHERECORD: Fora de registro. Declaração que o entrevistado dá com a condição

de não tê-la atribuída a si (sentido mais comum). Usa-se muito a expressão “informação em off”.

- PAUTA: Conjunto mínimo de informações sobre temas variados que constitui o ponto de

partida para a produção de notícias de uma publicação.

- PRESS RELEASE: Informação escrita que as empresas, instituições e/ou governo

enviam às redações ou jornalistas. Funciona como subsídio para o trabalho jornalístico, não sendo a

notícia.

- REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS (RSF): Organização cujo objetivo declarado é

defender a liberdade de imprensa no mundo.

- RETRANCA: Palavras ou pequena frase usada sobre o título para apresentar o tema da

matéria.

- REUNIÃO DE PAUTA: Momento inicial do dia da redação em que são discutidas as

pautas e são decididas quais pautas serão feitas e quem é responsável por reportar cada uma delas.

- SUBLEAD: Parágrafo que dá sequência ao lead. Complementa as informações contidas

na abertura da matéria.

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- TEASER: Informação que funciona como “isca” para suscitar o interesse da imprensa.

Geralmente se traduz por uma nota publicada em coluna.

- TÍTULO: Frase usada no alto da matéria para chamar a atenção do leitor.

- VEÍCULOS DE IMPRENSA: Jornais, revistas, televisão, rádio, cinema, websítios,

weblogues, assessorias de imprensa, dentre outros.

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V. BIBLIOGRAFIA

AMARAL, Luiz. JORNALISMO: MATÉRIA DE PRIMEIRA PÁGINA. Rio de

Janeiro; Tempo Brasileiro, 1997.

JORGE, Thais de Mendonça. MANUAL DO FOCA - GUIA DE SOBREVIVÊNCIA

PARA JORNALISTAS. 2008 – Ed. Contexto.

NATALI, João Batista. JORNALISMO INTERNACIONAL. São Paulo: Ed. Contexto

2011.

SANTOS, José Manuel. TEORIAS DA COMUNICAÇÃO. Corvilhã; Universidade da

Beira Interior, 2004.

STEIN, M. L.. HOW TO BE A JOURNALIST (1968) - Pyramid Books.

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