Guia de Trabalhos Escritos

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DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM GUIA ORIENTADOR PARA A ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ESCRITOS 2011

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DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

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2011

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ÍNDICE GERAL

p.

CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS ....................................... 4

A. ESTILO E FORMATAÇÃO ...................................... ............. 5

1. ARRANJO E COMPOSIÇÃO GRÁFICA .......................... 5

1.1. Mancha gráfica .................................................... 5

1.2. Margens ................................................................. 5

1.3. Espaçamentos .................................................... 5

1.4. Parágrafo ................................................................. 6

1.5. Apresentação de figuras ....................................... 6

1.6. Tipos de letras e tamanhos .......................... 7

1.7. Paginação ................................................................. 8

2. ESTILO E DISCURSO .................................................... 8

2.1. Pessoa do discurso ....................................... 8

2.2. Destinatário ................................................................. 9

2.3. Fórmulas discursivas ....................................... 9

2.4. Uso de formas verbais ....................................... 10

2.5. Registo (qualidade linguística) .......................... 10

2.6. Citações no texto .................................................... 10

B. ESTRUTURA ................................................................. 12

1. PARTE PRÉ-TEXTUAL .................................................... 12

1.1. Capa ................................................................. 12

1.2. Folha de rosto .................................................... 13

1.3. Errata ................................................................. 14

1.4. Dedicatória .................................................... 14

1.5. Epígrafe ................................................................. 14

1.6. Agradecimentos .................................................... 14

1.7. Resumo e palavras-chave ....................................... 14

1.8. Lista de abreviaturas e siglas .......................... 15

1.9. Índice de figuras, gráficos, quadros e/ou tabelas .......... 15

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1.10. Glossário ................................................................. 16

1.11. Índice Geral .................................................... 16

2. PARTE TEXTUAL ................................................................. 16

2.1. Introdução ................................................................. 16

2.2. Desenvolvimento .................................................... 17

2.3. Conclusão ................................................................. 17

3. PARTE PÓS-TEXTUAL .................................................... 18

3.1. Referências .................................................... 18

3.2. Anexos e apêndices ....................................... 18

3.3. Notas de Rodapé .................................................... 19

3.4. Outros Índices .................................................... 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................... 20

APÊNDICES – (ALGUNS) TIPOS DE ESTRUTURA ...................... 21

1. Projecto .............................................................................. 21

2. Relatório de ensino clínico ou estágio ................................. 22

3. Trabalho de investigação .................................................... 22

4. Ensaio temático ................................................................. 23

5. Relatório Científico ................................................................. 24

REFERÊNCIAS ................................................................. 26

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CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

Este Guia Orientador para a elaboração de trabalhos escritos tem a finalidade de

estabelecer regras gerais no que respeita ao estilo e formatação bem como a estrutura dos

trabalhos e servir de referência aos estudantes na organização e realização de trabalhos escritos

em diferentes momentos do processo ensino-aprendizagem.

O principal objectivo é descrever de forma clara os componentes de um trabalho

escrito, critérios de organização e disposição textual.

É expectável que seja complementado com Guias específicos quanto a determinados

tipos de trabalhos, no âmbito das unidades curriculares dos cursos. Teve como base alguns dos

trabalhos realizados pelos estudantes do 10º CLE, na Unidade Curricular de Didáctica em

Enfermagem, 2009-2010, com revisão e reformulação geral.

Qualquer trabalho escrito enquanto tal, obedece a critérios de ordem geral,

nomeadamente a capacidade de síntese, a sequência lógica do texto e articulação do exposto, a

terminologia científica e a correcção linguística adequadas, a bibliografia válida, pertinente e

actual, o respeito pelas normas de elaboração de trabalhos escritos, a fidelidade às fontes e a

expressão da criatividade do seu autor. Este Guia tem uma função orientadora no que respeita

às regras de estilo e de formatação e está estruturado em duas secções, a primeira referente ao

estilo, formatação e discurso de um trabalho escrito e a segunda sobre a estrutura no geral.

Este documento aplica-se, na generalidade, a todos os Cursos do Departamento de

Enfermagem, a partir do ano lectivo de 2011-2012, com excepção das situações em que o

professor informe de forma diversa, e inclui o cumprimento das regras de utilização do logótipo

IPS/ESS bem como do Acordo Ortográfico.

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A. ESTILO E FORMATAÇÃO

1. ARRANJO E COMPOSIÇÃO GRÁFICA

A composição e o arranjo gráfico são elementos a ter em conta na elaboração de um

trabalho escrito, relevando-se que a apresentação deve ser cuidada. É expectável o respeito

uniforme pelas regras, ao longo do trabalho, quer quanto ao tipo e tamanho de letra usado,

quanto às variações tipográficas, às margens e espaçamento bem como a utilização de

ilustrações.

1.1. MANCHA GRÁFICA

A mancha gráfica é a área da página formato A4 (21,0 x 29,7 cm) destinada ao texto e

ilustrações integrantes do trabalho.

Existem critérios que, apesar da sua flexibilidade, devem ser tomados em conta, tal

como a sua clareza, simplicidade e funcionalidade. A função estética tem também importância,

tornando a leitura mais apelativa. A utilização de processadores de texto facilita grandemente a

execução das regras estabelecidas em cada trabalho, numa formatação uniforme e de coerência

em todo o trabalho.

1.2. MARGENS

As margens são essenciais por motivos estéticos e de legibilidade, principalmente

para evitar perda de texto caso seja necessária encadernação e, ainda, por razões práticas tais

como possíveis anotações que o leitor queira tomar.

As margens podem ser também utilizadas para dar ênfase ao assunto ou ideia chave e

a títulos ou partes do texto, sendo que nestes casos são “recolhidas” em relação ao corpo

central. Um dos casos especiais é o de uma citação longa - com mais de três linhas –, que fica

com recuo de 4 cm a partir da margem esquerda.

Por via de regra: margem superior: 3 cm (excepto na primeira página de um capítulo);

margem inferior: 2,5 cm; margem esquerda: 3,0 cm; margem direita: 2,5 cm. Em alternativa, a

formatação de margem superior e esquerda de 3cm, a direita e inferior de 2,5 cm.

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1.3. ESPAÇAMENTOS

O espaçamento entre as linhas mais adequado para um trabalho académico e

científico é de 1,5. Este entrelinhamento pode ter excepções, como em trabalhos que incluam

vários gráficos e esquemas em que o mais apropriado será um espaço para que se possa

diminuir o número de páginas sem prejudicar a apresentação ou quando se cita um texto com

alguma extensão (e neste caso, recolhem-se as margens e diminui-se o espaçamento). Nas

notas de rodapé, utiliza-se 1 espaço.

1.4. PARÁGRAFO

O parágrafo é um elemento importante na produção de um trabalho, por separar

assuntos - para assinalar o início, fazer um recuo de 1,5 ou de 2 cm em relação ao restante texto

na margem esquerda ou fazer um espaçamento superior a 1,5 entre blocos de texto. Esta marca

de inicio permite orientar no texto, sabendo quem lê que há uma mudança de assunto. Note-se

que no resumo não se assinala o parágrafo (embora deva ser escrito num único paragrafo não

deve ter a marca de inicio).

1.5. APRESENTAÇÃO DE FIGURAS

A apresentação de figuras enriquece um trabalho escrito pois, apesar do corpo do

trabalho ser essencialmente descritivo, este método quando usado devidamente, sem repetições

nem excessos, torna-se um excelente recurso para reforçar os argumentos e ilustrar afirmações.

Quanto mais simples forem, maior é a facilidade de compreensão e, consequentemente, tornam-

se mais eficazes.

São exemplos de tipos de figuras: fotografias, tabelas, gráficos, ilustrações, desenhos,

esquemas, diagramas, entre outros.

Os gráficos, quadros e/ou tabelas têm índice próprio que surge no trabalho, antes do

índice geral, segundo ordem alfabética na apresentação. Estes índices devem conter a

numeração sequencial das ilustrações em questão, com título e página do trabalho onde se

encontram.

A utilização de figuras é regida por algumas normas tais como:

a) estarem em concordância com o corpo do trabalho;

b) centradas em relação às margens padronizadas para o trabalho;

c) cada tipo de ilustração (Figura, Quadro, Gráfico, etc) tem a sua numeração

própria;

d) não se utilizam abreviaturas na numeração de ilustrações;

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e) são legendadas de forma clara e sucinta, com tamanho de letra inferior à do texto;

f) têm de ser referidas no corpo do texto, remetendo o leitor para a consulta (no

texto ou em apêndice ou anexo);

g) são colocadas após a sua citação no texto, deixando-se um espaço duplo entre o

texto e a figura;

h) as ilustrações com conteúdos relacionados (tabela e gráfico, por exemplo) devem

ser expostas na mesma página, o que facilita a leitura comparativa de dados;

i) se não for do autor, apresenta-se a fonte, a forma como foi elaborada ou a partir

de que elementos e essa informação deve ser colocada abaixo da Ilustração;

j) nas figuras, a legenda é colocada acima da ilustração enquanto nos quadros e

gráficos é colocada abaixo;

k) os quadros são fechados, as tabelas são abertas nas laterais – em ambos o

espaçamento deve ser simples.

Os gráficos, representações pictóricas de dados estatísticos, permitem compreender

melhor os dados das tabelas e, por via de regra, apresentar uma tabela requer a apresentação

do respectivo gráfico, cujo título pode surgir na parte inferior ou superior.

1.6. TIPOS DE LETRAS E TAMANHOS

As variações tipográficas são um elemento importante na realização de trabalhos pois

permitem introduzir variações na escrita e contribuem para valorizar o texto, para diferenciar as

diferentes partes do trabalho e para facilitar a leitura.

Os processadores de texto estão equipados com variadíssimos recursos gráficos e

deve usar-se essa diversidade de maneira correcta e com parcimónia.

O tipo de letra deve ser mantido ao logo de todo o texto, sendo de preferência um tipo

de letra legível e que proporcione uma fácil leitura, como o tipo Times New Roman, Arial, Arial

Narrow, Bookman Old Style, Courier New, Garamond e Century.

O tamanho de letra altera-se de acordo com a função: tamanho 12 no corpo de texto;

os títulos entre 14 e 18; as legendas de tamanho 10 e as notas de rodapé tamanho 8 ou 9.

Os tipos gráficos mais comuns são o romano, o itálico e o negrito. O mais frequente é

a impressão Romano sendo o Itálico e o Negrito usados para destacar palavra ou expressões

com caracteres diferentes do resto do texto.

Itálico Estilo caracterizado pela inclinadação das letras para a direita. É usado para destacar frases ou palavras, termos estrangeiros ou técnicos, entre outras. No meio do texto, pode usar-se itálico para uma citação (o que dispensa o uso de aspas).

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Negrito Estilo de letra com impressão mais grossa e escura. É utilizado em títulos e subtítulos e para destacar palavras ou expressões.

Sublinhado

Usado para destacar palavras através de uma linha recta por baixo da palavra. Utiliza-se de modo parcimonioso e quando não se possam utilizar os dois tipos anteriores.

1.7. PAGINAÇÃO

A numeração das páginas é colocada a partir da primeira folha da parte textual, ou

seja, da introdução até ao final do trabalho (a parte pré-textual não é numerada mas as páginas

são contabilizadas sequencialmente no trabalho).

Pode escolher-se paginação simples ou com identificação da página no número total

(página x de um total de y). Com o uso dos processadores de texto, as opções variam entre o

canto inferior direito e o centrado na parte inferior – não é recomendada a paginação na margem

superior.

2. ESTILO E DISCURSO

“Estilo é o uso da língua expressamente marcado por características determinadas por

factores pessoais, de intenção estética ou outras, ou por particularidades derivadas de

adequação a circunstâncias específicas de comunicação”1.

Existem várias tipologias do discurso, tais como político, literário, filosófico, científico, etc.

Sublinha-se o discurso científico, que possui características específicas, na pessoa do discurso,

no uso das formas verbais, citações e no registo.

2.1. PESSOA DO DISCURSO

"Pessoas do Discurso" são as chamadas pessoas gramaticais e, em regra, existem as

seguintes pessoas do discurso:

- 1ª Pessoa (a que fala - locutor ou emissor) do singular, representada no discurso

pelos pronome eu,

- 1ª Pessoa do plural, representada no discurso pelos pronome nós;

- 2ª Pessoa (com quem se fala - ouvinte ou receptor) do singular, representada no

discurso pelo pronome tu;

- 2ª Pessoa do plural, representada no discurso pelo pronome vós;

- 3ª Pessoa do singular ou do plural de quem se fala (assunto), representada no

discurso pelos pronomes: ele, ela, eles, elas

1 ESTRELA, Edite; SOARES, Maria Almira; LEITÃO, Maria José – Saber escrever: Uma tese e outros textos. 4ªEdição. Lisboa:

Dom Quixote, 2006. ISBN 972-20-3173-2

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A pessoa do discurso a utilizar nos trabalhos científicos é a 1ª pessoa do plural dos

verbos e dos pronomes – considerado «plural de modéstia». No entanto, existem excepções

relativas ao uso da 1ª pessoa do plural, mesmo no relatório de investigação, por exemplo, em

que pode ser utilizada a 1ª pessoa do singular (eu), para desenvolver uma opinião ou um

julgamento, num determinado momento específico. Em alguns tipos de texto, recomenda-se o

impessoal ele/ela, terceira pessoa.

2.2. DESTINATÁRIO

Na redacção de um trabalho é importante ter em conta o destinatário a quem se vai

dirigir, pois o tipo de leitor influencia as estratégias de comunicação utilizadas na sua

apresentação. Varia se o leitor é uma comunidade científica ou profissional, privilegiando adoptar

uma terminologia científica ou se é um público mais aberto, recorrendo a linguagem mais

simples ou mais explicitada no próprio texto.

2.3. FÓRMULAS DISCURSIVAS

As fórmulas discursivas2 utilizadas em trabalhos científicos costumam ser a descrição

e explicação, comentário e julgamento e propostas.

Descrição e

explicação

- Com a utilização de verbos introdutórios como observar, definir, descrever,

comparar, apresentar, salientar, expor, realizar, entre outros;

- Com a utilização expressões de verificação como “segundo o estudo”, “de

acordo com a observação”, “na sequência de”;

- Com a utilização de enumeração como por exemplo “por um lado/por outro

lado”, em primeiro lugar/em último lugar, em seguida, assim como, além disso;

- Com a utilização de exemplificação “tal como, por exemplo, assim, para

exemplificar, entre outros.

Comentário e

julgamento

- Com a utilização de verbos introdutórios como julgar, precisar, estimar,

apreciar, assinalar, sublinhar, aceitar, recusar, refutar;

- Com a utilização de adjectivos de avaliação - positiva ou negativa - como

acontece com interessante, adequado, aceitável, medíocre, inútil, incoerente;

- Com a utilização de expressões de causa como em “com efeito”, “visto que”,

“por causa de” ou “devido a”, entre outros;

- Com a utilização de expressões de consequência como por exemplo “de tal

maneira que”, “de onde decorre que”, “isso implica que”;

- Com a utilização de expressões de oposição como por exemplo “em

contrapartida”, “apesar de”, “não obstante”.

Propostas - Com a utilização de expressões de expectativa, como “esperamos que”,

2 ESTRELA, Edite; SOARES, Maria Almira; LEITÃO, Maria José – Saber escrever: Uma tese e outros textos. 4ªEdição. Lisboa:

Dom Quixote, 2006. ISBN 972-20-3173-2

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“temos a intenção de”; - Com a utilização de expressões de aconselhamento como “recomendamos”, “propomos”, “seria vantajoso”; - Com a utilização de expressões para definir objectivos, propósitos como por exemplo “melhorar, aperfeiçoar, dar seguimento, alargar, reforçar as relações com, mudar, tomar em consideração, etc.” - Com a utilização de expressões de fim, de conclusão - em suma, em conclusão, em resumo, para concluir, finalizando.

2.4. USO DE FORMAS VERBAIS

É importante, manter a coerência no discurso – para tal, o uso das formas verbais deve

ser igual ao longo do trabalho, mantendo o uso dos tempos verbais adequados.

Admite-se o uso do presente do indicativo presente intemporal, do presente histórico,

do pretérito perfeito, do futuro e condicional.

A voz passiva é frequentemente utilizada como modo de objectivar e de distanciar.

2.5. REGISTO (QUALIDADE LINGUÍSTICA)

O registo, ou a qualidade linguística, é um conjunto de características específicas no

discurso científico, que possibilitam a melhor compreensão da temática por parte do leitor. Essas

características são3 a clareza, a correcção, a pureza da linguagem apropriada e respeitadora do

carácter da língua.

O respeito pelas regras gramaticais estabelecidas, de forma a manter uma permanente

concordância relativamente a pessoas, formas e tempos verbais utilizados e a moderação no

uso dos pronomes e de orações subordinadas são importantes para uma leitura agradável, que

acompanha o raciocínio sem distracções.

O autor de um trabalho científico adopta um discurso objectivo, preciso e rigoroso,

recorrendo a linguagem clara, sintética, essencialmente informativa. O texto escrito deve ter alta

definição terminológica e rigor semântico. Evita-se vocabulário vulgar e também construções

sintácticas excessivamente longas e desnecessariamente complicadas ou o abuso de adjectivos.

No modo de escrever, ser parcimonioso com o uso de maiúsculas e usá-las sempre da mesma

forma, nos mesmos termos.

2.6. CITAÇÕES NO TEXTO

A citação é definida como um acto de referir factos ou texto de outros autores, de um

modo que permita ao leitor identificar a fonte, a publicação de onde foram retiradas as ideias,

3 Cfr: ESTRELA, Edite; SOARES, Maria Almira; LEITÃO, Maria José – Saber escrever: Uma tese e outros textos. 4ªEdição.

Lisboa: Dom Quixote, 2006. ISBN 972-20-3173-2

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sendo que, por isso, se coloca a sua localização exacta na fonte, assegurando-se a veracidade

das informações utilizadas.

A citação deve conter todos os dados necessários para a correspondência com a

referência bibliográfica e todos os autores citados num texto constam, obrigatoriamente, nas

referências.

Caso a citação seja de um texto em língua estrangeira, recomenda-se a sua tradução

livre no corpo do texto e a colocação do original em nota de rodapé.

Segundo a NP 405-1, existem três maneiras de citar fontes ao longo do texto: citações

numerárias, citações em nota e citações autor-data. A bibliografia utilizada na concretização das

citações deve vir no final, da mesma maneira que a citação foi feita, ou seja, por ordem

alfabética ou numérica.

Nas citações, mais raramente no texto, recorre-se a abreviaturas para evitar a

repetição – de entre as mais usadas releva-se:

AA. VV, AAVV autores vários Ap. (Apud): segundo; citado por Cfr., cfr: Confira; ver também Et al. (et allii): usa-se quando há dois ou mais autores e apenas se cita o

primeiro Ibd., Ibid. (Ibidem) no mesmo lugar; indica que a informação incorporada no texto

(seja ela formal ou conceptual) foi extraída da mesma obra e da mesma página citadas na nota imediatamente anterior

Id. (Idem) do mesmo autor já citado In Usa-se para referenciar capítulos de livros, artigos, ensaios ou

trabalhos publicados em dicionários, enciclopédias, actas de congressos e colectâneas, em suma, publicações não periódicas.

Infra ver abaixo, linha (s) ou página (s) adiante Op. Cit. (opere citato):

citação extraída do mesmo lugar ou da mesma obra anteriormente citados, ainda que mediada por citações de outras obras e autores.

P., p. página Pp., pp. páginas s/a., s.a. sem autor s/d., s.d. sem data s/e., s.e. sem editor n.b. se o editor pode ser identificado, embora não apareça referido

na publicação, coloca-se entre parêntesis rectos; na ausência de referência a editor poder-se-á identificar a tipografia

s/l. s.l, sine loco sem local

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B. ESTRUTURA

A estrutura base de um trabalho escrito é, habitualmente, caracterizada como tendo

pré-texto, texto e pós-texto. Adopta-se esta tipologia, com os respectivos elementos funcionais.

1. PARTE PRÉ-TEXTUAL

Existem diversos elementos pré-textuais e podem ter apresentação obrigatória ou

opcional. Segundo Sousa, a presença de elementos pré-textuais devidamente organizados num

trabalho facilita a identificação dos elementos caracterizadores como ainda, mediante a

apresentação de um determinado formato, torna a leitura agradável e favorece a consulta ao

leitor.4

Os elementos pré-textuais não constam no índice geral, que é o último elemento desta

parte. Apesar de contarem na paginação, as páginas da parte pré-textual não estão paginadas.

1.1. CAPA

A capa5 é a identificação primeira e mais externa do trabalho.

A configuração gráfica é da responsabilidade do autor do trabalho, devendo ser

adequada e sóbria.

4 SOUSA, Gonçalo de Vasconcelos e – Metodologia da Investigação, redacção e apresentação de trabalhos científicos. 1ªed.

Porto: Livraria Civilização Editora, 1998. ISBN: 972-26-1559-9 5 Existe formatação específica da capa de trabalhos académicos - confira Layout ESS -

https://www.si.ips.pt/ips_si/web_base.gera_pagina?p_pagina=29188

Elementos Pré-Textuais Apresentação Capa Obrigatória

Folha de rosto Obrigatória

Errata Opcional

Dedicatória Opcional

Pensamento / Epígrafe Opcional

Agradecimentos Opcional

Resumo língua materna / língua estrangeira Obrigatório em trabalho científico

Lista de Abreviaturas e Siglas Opcional

Glossário Opcional

Índice geral Obrigatória

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Requer um conjunto de elementos obrigatórios na sua configuração estrutural, para

poder ser considerada apropriada para um trabalho académico – nesses elementos considera-

se:

Logótipo

Nome da Instituição/Escola

O uso do logotipo IPS/ESS dispensa a referência em texto

ao IPS e à ESS, reduzindo o número de elementos do

cabeçalho.

O logótipo deve apresentar-se no canto superior esquerdo

da capa. (O uso do logotipo IPS obedece a regras próprias6)

Identificação do

Departamento, do Curso e

da Unidade Curricular

Centrado na página, alinhado com a metade inferior do

logótipo. O tipo e tamanho de letra aconselhado é o mesmo,

apesar de estar ao critério do autor.

Titulo

e subtítulo (caso exista)

Apresentam-se de um modo destacado mais ou menos a

meio da página, sendo o subtítulo um elemento facultativo.

Imagem ilustrativa

(facultativo)

Este elemento deve apresentar uma estreita relação com o

tema de modo a que o leitor possa ter uma perspectiva

correcta daquilo que é o conteúdo do mesmo. Pode ser

formado por uma imagem ou por uma fotografia que, a não

ser do autor, deve estar correctamente referenciada.

Identificação do(s) autor(es)

e do(s) docente(s

A identificação dos estudantes deverá ser feita por ordem

alfabética. Já no que diz respeito à identificação do(s)

docente(s) estes também devem ser colocados por ordem

alfabética mas respeitando o seu estatuto (os professores

responsáveis pela Unidade Curricular ou pela orientação do

trabalho deverão ser identificados em primeiro lugar).

1.2. FOLHA DE ROSTO

Este elemento pré-textual pode ser construído segundo vários modelos, sendo um

deles a construção tendo por base a capa, sem a colocação de elementos criativos como por

exemplo a imagem.

É como se os dados apresentados na capa se tornassem mais específicos,

principalmente a identificação do(s) estudante(s), que deverá ser feita com o nome completo de

todos os elementos e do número identificativo de todos os elementos. Pode igualmente ser o

local onde o autor assina o trabalho, se fôr caso disso (por exemplo, colocando linha acima do

nome, para assinar). E nesta folha devem constar o ano lectivo, a cidade e a data de entrega

(Mês – Ano), centrados na parte inferior da folha.

6 Cf. https://www.si.ips.pt/ips_si/web_gessi_docs.download_file?p_name=F1552326993/https___www.si.ips.pt_ips_si_web_gessi_docs.download_file_p_name=F1925334011_NormasUtilizacaoLogotipo_IPS.pdf

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1.3. ERRATA

A errata é um elemento pré-textual de carácter opcional e tem como objectivo informar

o leitor de erros não detectados antes da impressão ou entrega do trabalho.

Trata-se, assim, da correcção de erros, de origem tipográfica ou não, e da sua

respectiva correcção, devendo estar indicadas as páginas e as linhas onde se localizam.

Frequentemente, a errata corresponde a um papel avulso, de menor dimensão que as

folhas de texto e que é colocada a seguir à folha de rosto, depois do trabalho estar concluído.

Pode ser entregue separadamente, no caso de haver uma discussão oral, por exemplo.

A estrutura da errata obedece à seguinte ordem: Página/Linha/Onde se lê/Deve ler-se.

Página Linha Onde se lê Deve ler-se

7 3ª Essências Essenciais

12 6ª Enfermeiras Enfermagem

45 17ª procesi Processo

1.4. DEDICATÓRIA

A dedicatória é um elemento pré-textual facultativo utilizado para dedicar o trabalho ou

homenagear alguém, de forma concisa e sóbria. A configuração desta página não se prende a

critérios pré-concebidos, ficando ao critério do autor - não contém título, ou seja, encontra-se

apenas o texto, habitualmente na metade inferior da folha.

1.5. EPÍGRAFE

Elemento de carácter facultativo, contendo uma citação (uma máxima, um verso ou

fragmento de poema, uma frase de um pensador) que serve de mote ou resume o tema.

As formas mais comuns de apresentação incluem uma epígrafe no início do trabalho

(fica colocado na metade inferior da página, com alinhamento ao lado direito) e/ou epígrafes em

cada parte/início de capítulo. A referenciação do autor e da fonte é indispensável.

1.6. AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos, à semelhança da página da dedicatória, devem ser concisos.

Trata-se de referência expressa a pessoas ou instituições que tiveram contributo relevante para

a realização do trabalho.

A presença deste elemento também se relaciona com a natureza do trabalho, sendo

que em caso de relatórios de investigação, há sempre terceiros envolvidos aos quais cabe

(mantendo o anonimato das fontes) agradecer. Num relatório de estágio, sugere-se agradecer à

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entidade que possibilitou o estágio e/ou aos supervisores/orientadores, assim como nomear

aqueles que contribuíram significativamente para o sucesso do estágio.

1.7. RESUMO E PALAVRAS-CHAVE

O resumo apresenta uma síntese do que foi realizado, salientando os aspectos

fundamentais, as etapas e os resultados mais significativos. Este elemento é obrigatório em

estudos ou artigos de investigação e facultativo noutros tipos de trabalho, sendo mesmo não

recomendado em ensaios ou recensões críticas.

O número de palavras recomendado é variável conforme o tipo de trabalho - entre 150

e 200 palavras para artigos e até 300 palavras para teses, dissertações ou relatórios.

O resumo é realizado na língua materna e noutra língua de divulgação científica, como

o inglês, o francês ou espanhol, de acordo com a preferência do autor do trabalho. O resumo na

língua estrangeira deve seguir a mesma estrutura e texto que o apresentado na língua materna.

Imediatamente a seguir a cada um dos resumos, identificam-se as palavras-chave do

texto produzido (não mais do que cinco, por via de regra e por ordem alfabética).

1.8. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

As siglas e as abreviaturas são formas simplificadas de escrita que facilitam a leitura

de um trabalho por parte de um leitor – neste sentido, recomenda-se um uso parcimonioso (não

vale a pena usar siglas para um uso pouco repetido).

A abreviatura é a representação de uma palavra, utilizando apenas algumas sílabas ou

letras enquanto as siglas correspondem à representação das letras iniciais de entidades ou

organizações e são apresentadas em maiúsculas, sem pontos entre elas (ex: ESS/IPS – Escola

Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal). Na generalidade, utilizam-se mais as

siglas do que as abreviaturas.

Na parte textual, quando se utilizam siglas ou abreviaturas, a primeira vez que

aparecem no texto devem ser escritas por extenso e entre parêntesis colocadas as siglas ou

abreviaturas respectivas. Esta listagem é feita para evitar a repetição e a constante utilização

das palavras ao longo do trabalho e para facilitar a leitura e compreensão da escrita. Todavia, o

excesso na utilização de siglas pouco conhecidas pode tornar mais difícil a compreensão do

texto.

É mandatório usar lista se existirem siglas ou abreviaturas no texto. A lista quer de

abreviaturas quer de siglas deve ser elaborada em ordem alfabética, seguidas do seu

significado, separadas por um hífen.

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1.9. ÍNDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E/OU TABELAS

Os índices de figuras, gráficos, quadros e/ou tabelas devem surgir em páginas/folhas

diferentes.

O índice de figuras é composto por numeração sequencial, com título e página do

trabalho onde se encontra. E dependendo das ilustrações utilizadas no trabalho, a cada tipo

(índice de figuras, índice de quadros, índice de tabelas, etc) corresponde um índice, colocado

antes do índice geral.

1.10. GLOSSÁRIO

O glossário é opcional e costuma ser utilizado quando se utilizam termos técnicos ou

definições conceptuais ou operacionais. A existência de glossário não dispensa o autor de

explicitar os significados dos conceitos ao longo do trabalho. É geralmente apresentado por

ordem alfabética.

Pode ser incluído na parte pré ou pós-textual, conforme preferência do autor e sem

inconveniente, conquanto esteja localizado no texto.

1.11. ÍNDICE GERAL

O índice é um elemento pré-textual de carácter obrigatório, que se caracteriza por ser

uma lista pormenorizada das partes da estrutura, identificadora de conteúdo, dispostos por

ordem e referenciados de maneira que permita a sua localização rápida no texto. Por isso, com

os títulos e subtítulos e a identificação das páginas.

Em alguns trabalhos podem ser utilizados outros tipos de índices: onomástico, de

autores, etc. Neste caso, existe a opção de colocar índices específicos na parte pós-textual.

2. PARTE TEXTUAL

A parte textual é aquela em que se expõe o assunto, o conteúdo, tendo uma estrutura

base constituída por introdução, desenvolvimento e conclusão.

Pode assumir várias estruturas dependendo do tipo de trabalho a realizar - num

relatório de pesquisa científica contem introdução, metodologia, apresentação e discussão dos

resultados e as conclusões. As monografias ou as dissertações na parte textual incluem a

introdução, a revisão de literatura, a metodologia, os resultados, a discussão e as conclusões.

Estão em Apêndice alguns exemplos de tipos de estrutura.

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2.1. INTRODUÇÃO

É a parte do trabalho que abre caminho à compreensão do texto e são constituintes de

qualquer introdução aspectos como a contextualização do trabalho, a definição de objectivos e a

apresentação da estrutura.

Basicamente, a introdução prepara o leitor para o que vai ler – por isso, refere-se o

âmbito do trabalho, a apresentação do tema; justificação da escolha do tema ou relevância do

estudo; definição de objectivos; conceitos e/ou ideias utilizados pelo autor e que devem estar

expressos para uma melhor compreensão do trabalho bem como o modo como o trabalho está

organizado quanto à estrutura, ou seja, como é que o trabalho se encontra dividido.

É a última parte do texto a ser finalizada pois só se pode apresentar correctamente o

que já foi realizado e tem de ser coerente com o desenvolvimento e com a conclusão do

trabalho.

2.2. DESENVOLVIMENTO

É a parte do conteúdo do trabalho propriamente dito, a demonstração real do processo

e tratamento de um assunto ou assuntos. Portanto, a parte mais substancial do trabalho. Há

casos em que se pode iniciar com um histórico, no qual se detalha a evolução do assunto.

Noutros casos, pode-se começar com o conceito ou teorias sobre o assunto.

No geral, realiza-se um planeamento, de acordo com a natureza do trabalho escrito,

selecionam-se as publicações, lêem-se as fontes, escolhe-se o modo de subdividir os tópicos e

as divisões principais. Os assuntos são apresentados e o tema é desenvolvido, de acordo com

os objectivos definidos, alicerçado em afirmações fundamentadas em autores e

documentos/fontes válidas e fidedignas.

Sendo esta a parte essencial do trabalho, é ao mesmo tempo aquela em que o autor

ou autores podem decidir do modo como organizam a informação e a apresentam ao leitor, com

a preocupação de estabelecer os níveis de aprofundamento (representados, em texto, por

capítulos e subcapítulos) que entenderem adequados. Note-se que entre dois níveis de

aprofundamento (por exemplo, título e subtítulo) deve ser sempre escrito texto que permita

compreender o que se apresenta a seguir.

2.3. CONCLUSÃO

Os elementos constituintes, referem-se à síntese dos aspectos significativos, análise

dos objectivos e enriquecimento individual/sugestões/limitações.

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Espera-se que aqui se evidencie a avaliação dos processos e percursos e a

abordagem dos aspectos facilitadores e constrangedores.

Apresenta-se uma síntese do trabalho desenvolvido, avalia-se comparando com os

objectivos traçados (na introdução), analisam-se as dificuldades e as limitações do trabalho.

Nesta súmula, não se utilizam referências bibliográficas nem se apresentam novos

argumentos ou novos materiais - não podem ser incluídas novas citações, nem referências

alusivas a fontes que não tenham sido utilizadas no texto principal.

3. PARTE PÓS-TEXTUAL

Inclui os elementos finais do trabalho, com relevo para as referências (sejam

bibliográficas, eletrónicas ou audiovisuais), anexos, apêndices ou índices específicos.

3.1. REFERÊNCIAS

As referências têm como principal objectivo legitimar a informação apresentada e são

de carácter obrigatório num trabalho.

A principal Norma para referências é a Norma Portuguesa 405 (NP-405), e determina

uma ordem obrigatória para a transcrição e apresentação de informação contida nas fontes de

publicação a referenciar. A NP-405 padroniza para todos os documentos bibliográficos três

níveis de importância. Essenciais (E), Recomendáveis (R) e Facultativos (F).

Admitem-se, igualmente, a utilização das normas da American Psychology Association

(APA) e das normas do Grupo de Vancouver.

Mandatório é que a norma seja identificada e utilizada em todas as partes do trabalho,

seja no texto, nas notas de rodapé ou na bibliografia final.

3.2. ANEXOS E APÊNDICES

São elementos opcionais de um trabalho. O intento é servir de explicação sobre

determinado tema, sem no entanto serem essenciais, servindo para completar, pelo que a sua

ausência do corpo do texto não compromete a integridade do trabalho.

Os apêndices são documentos elaborados pelo autor ao longo do trabalho e os anexos

são documentos auxiliares que não resultaram do trabalho mas serviram de fundamento à sua

realização. Assim, os apêndices e os anexos têm um objectivo semelhante, sendo que os

anexos se apresentam como material produzido por outros que não o autor do trabalho.

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A forma como os apêndices são exibidos pode variar, desde tabelas, textos,

questionários, imagens, ou qualquer outro tipo de suporte de informação, sendo sempre criados

pelo autor do trabalho.

No decorrer do trabalho tem de ser informada a presença de apêndices ou anexos que

sirvam de complemento.

Anexos e apêndices têm índice próprio ou especificado no final do índice geral, sendo

numerados e paginados.

3.3. NOTAS DE RODAPÉ

Existem dois tipos de Nota de Rodapé: as notas explicativas (que servem para fazer

comentários ou esclarecimentos que o autor considera que não devem ficar no texto) e as notas

de referência (servem para indicar fontes consultadas e citadas no texto).

Há igualmente quem as defina como notas de conteúdo e notas de permissão de

reprodução de material protegido por direitos de autor. As notas de conteúdo, têm como

finalidade complementar, justificar ou ampliar informações importantes que não devem ser

incluídas no texto, para não quebrar a lógica do discurso respeitante a cada assunto em análise.

Podem ser usadas notas de rodapé para remeter para outras partes do trabalho

(remissões internas) ou para obras de referência ou para outro documento em apêndice ou

anexo (remissões externas). Podem ser utilizadas para apresentar a tradução de uma citação ou

a versão original de uma citação. Podem estar colocadas em rodapé de cada página ou no fim

do texto.

3.4. OUTROS TIPOS DE ÍNDICES

Um índice remissivo lista os termos e tópicos que são abordados num documento,

juntamente com as páginas em que aparecem. O índice onomástico compreende toda a

indexação por nomes (de autores referidos no texto). O índice topográfico diz respeito à

indexação dos lugares referidos no texto.

A opção por incluir um outro tipo de índice deve estar assinalada no índice geral, por

isso a recomendação mais ajustada é de os colocar no final do pós-texto (ou parte pós-textual).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Guia Orientador para a elaboração de trabalhos escritos cumpre a finalidade de

estabelecer regras gerais no que respeita ao estilo e formatação bem como a estrutura dos

trabalhos e servir de referência aos estudantes na organização e realização de trabalhos escritos

em diferentes momentos do processo ensino-aprendizagem.

Um trabalho escrito é apresentado e configurado conforme o entendimento do autor,

devendo ser de qualidade. Quando se trata de discurso científico, este deve ser objectivo,

preciso e rigoroso, recorrendo a uma linguagem clara, sintética e informativa, apresentado de um

modo encadeado, com estilo e forma adequados.

Este documento aplica-se, na generalidade, a todos os Cursos do Departamento de

Enfermagem, a partir do ano lectivo de 2011-2012, com excepção das situações em que o

professor informe de forma diversa. É expectável que seja complementado com Guias

específicos quanto a determinados tipos de trabalhos, no âmbito das unidades curriculares dos

cursos.

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APÊNDICE 1 – (ALGUNS) EXEMPLOS DE ESTRUTURAS-TIPO

A título de exemplo, colocam-se algumas estruturas-tipo para relatório científico,

relatório de ensino clínico ou estágio, projecto, trabalho de investigação e ensaio temático.

1. PROJECTO

Introdução Apresenta-se a caracterização do problema e justificativa, bem como os objectivos e as metas. Um projecto responde a um problema concreto e esta resposta pode depender de um conjunto de actividades a serem executadas, que podem ser descriminadas, de forma mais ou menos analítica, num trabalho escrito, que vem simplificar o problema. Um projecto inclui, sucintamente, uma descrição sobre os objectivos, os meios utilizados para os atingir, os recursos necessários, onde serão obtidos e a metodologia de avaliação dos resultados. É igualmente importante escrever as vantagens ou melhorias, contributos e avanços que este projecto traz à situação concreta.

Revisão Bibliográfica e Metodologia

A metodologia descreve o contexto teórico e prático das actividades, na medida em que deve fornecer informações quanto às técnicas e às estratégias a utilizar para executar o projecto: pesquisa, diagnóstico, intervenção, entre outras. Compreende o plano de acção e modos de actuar escolhidos para o projecto, que procedimentos serão empregues, como será feita a sua avaliação e divulgação. Deve ser bem definida e clara. Assim, é pertinente pesquisar metodologias empregues anteriormente em projectos semelhantes, discernindo a sua aplicabilidade e os seus defeitos, é oportuno referenciar intra-textualmente, de forma devida.

Cronograma e Orçamento

Descreve o contexto temporal das actividades, aqui se inserem os objectivos específicos. Deve ser apresentado graficamente, dispondo as actividades pela sua ordem sequencial temporal. Caso o projecto envolva custos, estes devem ser previstos e descritos.

2. RELATÓRIO DE ENSINO CLÍNICO OU ESTÁGIO

Introdução Tendo por objectivo uma descrição sucinta e organizada das actividades realizadas durante o estágio, do local onde este ocorreu e do período de duração, a introdução inclui necessariamente a entidade e a carga lectiva ou de horas realizadas. Devem enunciar-se: a importância do estágio para a formação; a entidade onde decorreu o estágio; a contextualização, nas dimensões do tempo e do espaço; os objectivos; o nome do orientador e

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professor, bem como do responsável da unidade curricular e a estrutura do relatório.

Relatório descritivo e reflexivo

Descrição das actividades desenvolvidas, pela sua ordem sequencial e temporal; poderá ser realizada uma divisão do texto em secções, que se podem numerar com algarismos arábicos, para melhor organização. Esta descrição deverá ser fundamentada por referenciais teóricos pesquisados e acompanhada de reflexão sobre as competências desenvolvidas e os resultados esperados.

Conclusão Sintetizar a importância do ensino clínico ou estágio para a formação, enunciar as dificuldades encontradas, fazer possíveis sugestões e recomendações para melhoramento dos programas de acolhimento na entidade e de acompanhamento pela instituição. Assim como apresentar uma reflexão sobre a experiência adquirida, o cumprimento ou não dos objectivos, entre outros que se considerem relevantes. Algumas fontes indicam que um Relatório de Estágio não deve ultrapassar as dez páginas de texto escrito.

3. TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

Introdução Define-se e delimita-se a questão a ser investigada, enquadrando o contexto dos estudos já realizados sobre o assunto (apresenta uma síntese do estado actual da pesquisa e dos resultados obtidos), justifica-se a relevância, salientando o interesse e os motivos que levaram a realizar o trabalho, dando a conhecer as questões a que se pretende responder bem como os objectivos e a metodologia adoptada. Nos casos dos relatórios, a introdução inclui uma síntese da metodologia, mencionando os objectivos, variáveis e tipo de estudo, dando maior importância às hipóteses e à sua relação com a literatura existente.

Materiais e Métodos

Constitui a descrição dos métodos, das técnicas e dos procedimentos utilizados para a elaboração e desenvolvimento do estudo ou pesquisa e deve possuir rigor, pormenor e clareza ao descrever o que foi feito e como foi feito, permitindo que qualquer pessoa reproduza a actividade trabalhada. Os materiais constituem os objectos necessários para realizar uma determinada tarefa - devem ser descritos correctamente, utilizando uma terminologia adequada, bem como ilustrados por fotografias ou desenhos segundo as convenções técnicas. Os métodos indicam o plano de desenvolvimento, descrevendo o modo como se procedeu para efectuar a obtenção de dados (fazendo referência à sua validade e fidedignidade), o modo como estes foram processados e a justificação das escolhas. Releva-se que deve ser explícito como foi tratada e processada a informação recolhida.

Resultados Permite analisar os resultados em função dos problemas identificados e consta apenas nos relatórios e monografias. Na apresentação dos resultados, devem ser destacados os aspectos mais relevantes e ilustrá-los

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com gráficos, quadros, tabelas ou outras figuras devidamente referenciadas, fazendo uma análise estatística e interpretando os números relatados (caso sejam muito extensos ou complexos, apresentá-los em apêndice, tendo todavia a cautela de incluir os mencionados no texto). É também neste capítulo que devem ser incluídos todos os dados importantes sobre as descobertas feitas ao longo do desenvolvimento da investigação, evitando pormenores desnecessários, e principalmente, não repetindo a informação. Os dados e informações obtidos através de entrevistas devem incluir transcrições do que é relevante para esclarecer as hipóteses e/ou as questões-chave. Resumindo, são descritos os resultados qualitativos ou quantitativos obtidos no estudo, segundo o fio condutor da argumentação.

Discussão

Envolve uma reflexão exaustiva sobre os resultados obtidos e a sua relação com as hipóteses e/ou questões-chave inicialmente levantadas, analisando criticamente através da indicação alguns trabalhos já realizados de outros autores que suportem ou não, os dados/resultados obtidos. Reflecte criticamente o significado dos dados conseguidos face ao problema enunciado e ao objectivo do estudo. Os resultados são analisados e discutidos, de forma a permitir obter evidências ou padrões, realçando a sua relação com os objectivos ou hipóteses do estudo tendo em atenção os autores ou teorias citadas no enquadramento teórico. É considerada a parte mais importante do trabalho – permite relacionar esses resultados com os que foram obtidos em outros estudos, salientando os aspectos que estão em acordo ou desacordo; expor as razões que levam a crer que os resultados corroboram ou refutam uma determinada teoria; eventualmente, propor uma nova teoria ou apresentar novos caminhos para uma pesquisa. A análise e discussão podem ser realizadas juntamente com a apresentação dos resultados ou serem incluídas noutro capítulo.

Conclusões Resumo claro, breve, conciso e convincente, dos pontos fulcrais do desenvolvimento da problemática abordada, bem como refere os resultados obtidos após a sua análise. Recomenda-se a análise da metodologia utilizada, descrevendo a sua eficácia e as limitações metodológicas evidenciadas. É comum terminar a conclusão apresentando perspectivas futuras para a realização de novos trabalhos.

4. ENSAIO TEMÁTICO

Introdução Apresenta a questão a abordar e as várias perspectivas possíveis de a tratar, em termos tais que sumarie, de certa forma, o que se segue no ensaio; deve conter os parâmetros da discussão e as questões em análise (sem anunciar as respostas ou a posição do autor). Como, na perspectiva dos géneros discursivos, o ensaio é uma peça escrita, de natureza reflexiva e teórica, em torno de um fenómeno, tema ou livro, é uma sistematização de ideias sobre um assunto – por isso implica leituras, re-leituras, escrita sobre o assunto.

Exposição Argumentação

No ensaio, identifica–se uma questão, discorre-se sobre ela e chega-se a conclusões. Não é um resumo, uma recensão, uma narrativa ou uma descrição de factos ou posições doutrinais; pressupõe, antes, a análise,

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Fundamentação

explicitação e interpretação. Por isso, trata-se de expor os argumentos e contra-argumentos sobre o assunto. Se a questão for controversa pode usar-se a sequência tese-antítese-síntese, começando pela apresentação de uma posição acerca do assunto (tese), na consideração dos pontos de vista divergentes (antítese) e no apuramento de uma posição pessoal sobre o tema em causa (síntese). Naturalmente, esta é a parte extensa do trabalho, que pode ser dividida em tantos capítulos, secções ou tópicos quantos os subtemas ou sub-argumentos a considerar, podendo ser numerados ou identificados no texto (por exemplo, pelo uso de negrito e os espaçamentos)

Conclusão É um “ponto de chegada”, ou seja, o enunciar das ideias finais, a síntese do mais importante. Tal como a Introdução, é um bloco que não pertence à explanação do tema, mas que pretende apontar linhas de análise conclusiva.

1. RELATÓRIO CIENTÍFICO

Introdução Breve abordagem ao tema a que o trabalho se subordina. Pode conter parâmetros com os quais se intentam comparar os resultados e alguma hipotização sobre que resultados esperar. Apresentam-se as premissas teóricas regendo o tema, em três ou quatro parágrafos bem redigidos e suportados por referências fidedignas.

Procedimento Experimental

Devem ser seleccionadas as actividades fundamentais e descrita a(s) técnica(s). Excepto quando existe indicação contrária, normalmente não é necessário apresentar uma lista do material utilizado, dado que consta no protocolo da experiência. Porém, caso o método utilize um determinado aparelho (Método Instrumental), o tipo de aparelho ou a marca/modelo devem ser indicados, bem como as características técnicas mais relevantes (alcance, tolerância). Na mesma medida, se uma montagem de equipamentos for necessária ao método, um esquema e respectiva legenda devem ser apresentados.

Resultados Os resultados devem ser, quando possível, apresentados sob a forma de tabelas, quadros, esquemas ou gráficos; estes resultados quantitativos (medições efectuadas, cálculos) com as respectivas unidades e com o número de algarismos significativos correcto (número de casas decimais) ou com as incertezas respectivas (erro relativo), em concordância com os sistemas vigentes de nomenclatura. Os resultados constituem uma compilação do conjunto de dados e observações que se obtiveram durante a actividade experimental, são descritivos, através da caracterização das amostras, destacando os resultados mais relevantes. Abrangem o tratamento das observações e dados, dando-lhes uma forma mais compreensível, através do trabalho matemático, estatístico ou gráfico. Se forem efectuados cálculos, deve apresentar-se apenas um exemplo claro e bem

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explicado de cada tipo de cálculo.

Discussão É realizada a interpretação dos resultados, para isso, é necessário realçar aqueles que são mais importantes e criticá-los quanto à sua qualidade e interesse. Esta crítica passa por um balanço entre os objectivos iniciais do trabalho, as hipóteses ou resultados esperados transcritos na introdução e aquilo que se obteve; muitas vezes, através de uma comparação entre os resultados obtidos experimentalmente e os valores tabelados na literatura científica. Se os resultados esperados e os obtidos não convergirem, é importante sugerir uma explicação interpretativa para o mesmo. Isso pode implicar o enunciamento das possíveis causas de afastamento (erros/incertezas acidentais, sistemáticos; defeitos no material, no método), podendo ser propostas linhas de acção quanto aos resultados obtidos. No final deste balanço, é imperioso responder claramente às perguntas formuladas no protocolo experimental e enunciadas na introdução. Podem expressar-se dificuldades ou limitações no uso de determinada técnica e apontarem-se sugestões para investigações posteriores ou alterações no método.

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