Guia do 1º Emprego 2013

52
profissões para o futuro Edição especial da revista FORUM ESTUDANTE | distribuição gratuita – NÃO PODE SER VENDIDO Anual • Ano IV • 2013 • disponível em pdf em www.emprego.forum.pt competências chave o que os empregadores procuram em ti como fazer um bom curriculum vitae PRIMEIRO EMPREGO: VAIS CONSEGUIR! GUIA DO p o r á r e a trabalhar no estrangeiro empreendedores casos de sucesso

description

Tudo o que precisa de saber para arranjar trabalho. @forumemprego

Transcript of Guia do 1º Emprego 2013

Page 1: Guia do 1º Emprego 2013

profissõespara o futuro

Edição especial da revista FORUM ESTUDANTE | distribuição gratuita – NÃO PODE SER VENDIDOAnual • Ano IV • 2013 • disponível em pdf em www.emprego.forum.pt

competências chaveo que os empregadoresprocuram em ti

como fazerum bomcurriculum vitae

PRIMEIRO EMPREGO:VAIS CONSEGUIR!

GUIA DO

por área

trabalharno estrangeiro

empreendedorescasos de sucesso

K_Layout 1 2/18/13 6:42 PM Page K1

Page 2: Guia do 1º Emprego 2013

VK_Layout 1 2/18/13 2:28 PM Page VK1

Page 3: Guia do 1º Emprego 2013

1guia do 1º emprego 2012

EMPREGO.FORUM.PTWWW.UNIV.FORUM.PT

TELEFONE218 854 [email protected]

ADMINISTRAÇÃORoberto CarneiroRui MarquesFrancisca Assis Teixeira

DIREÇÃOGonçalo Gil

DESIGNMiguel Rocha

REDAÇÃONelson Nunes

PUBLICIDADETel.: 21 885 47 30Vanessa Neto [email protected]

PRÉ-IMPRESSÃOE IMPRESSÃOLISGRÁFICACasal de Stª LeopoldinaQueluz de Baixo

TIRAGEM50.000 ex.

WWW.FORUM.PT

Revista de Cursos,Escolas e ProfissõesPropriedade e Edição de:PRESS FORUMComunicação Social,S.A.Capital Social: 60.000,00¤NIF: 502 981 512Periodicidade MensalDepósito Legal n.º 510787/91Isento de registo ao abrigo do DecretoRegulamentar n.º 8/99 de 9 de junho,Art.º 12.º - n.º 1A

SEDETv. das Pedras Negras, nº 1 - 4º1100-404 LisboaTel.: 21 885 47 30 — Fax: 21 887 76 66

ADMINISTRAÇÃORoberto Carneiro - PRESIDENTERui MarquesFrancisca Assis Teixeira

GUIA do

FICHATÉCNICA

Não vale a pena repetir o que todos já estamoscansados de ouvir. A crise, o desemprego, a re-cessão já ocupam espaço excessivo na nossaagenda e não há nada de novo a acrescentar.O importante é sermos capazes de ir além deste

panorama negro. Claro que não o negamos, nem pintamoso mundo de cor-de-rosa. Mas verdadeiramente útil nestecontexto é olhar para o que está ao nosso alcance fazer paracontrariar a crise. É isso que nos permitirá, no momentooportuno, poder conquistar a oportunidade de trabalho queambicionamos.

Esta atitude exige que nos preparemos convenientemente,procurando conhecer – na teoria e na prática – o que esperamas empresas quando contratam um recém-diplomado. Aliás,esse é um dos grandes desafios: pensar mais no que o mer-cado de trabalho espera de mim e preparar-me para responder

com sucesso aos requisitos esperados. É vital perceber que, hoje como nunca, umaempresa contrata e retém talentos que lhe acrescentem valor e gerem riqueza. Issoquer dizer capacidade de resolver problemas, conquistar clientes, ser capaz de trabalharem equipa, ser eficaz na comunicação, estar focado em resultados e assumir-se comoportador de inovação e criatividade. Sem este “software” não é possível fazer funcionaruma eventual boa formação técnica e científica que terás, proporcionada por uma dasmuitas instituições de Ensino superior que oferecem formação de qualidade.

A capacidade de enfrentar e vencer tempos adversos na busca de trabalho é, assim,a inspiração que leva a Forum Estudante, com um conjunto de parceiros de grande pres-tígio, entre os quais o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a CooperativaAntónio Sérgio para a Economia Social, o Centro Nacional Europass, a Caixa Geral deDepósitos, o Automóvel Club de Portugal, a BP e a EF Education, a realizar a IVª ediçãoda Missão Primeiro Emprego. A estas instituições, o nosso agradecimento por estaremao nosso lado nesta missão de serviço público. Ao longo do ano de 2013, entre este Guiado Primeiro Emprego, o portal Forum Emprego (www.emprego.forum.pt), os semináriossobre empregabilidade (Job Party) e as Conferências Nacionais sobre Primeiro Emprego,múltiplas vão ser as intervenções que estarão ao alcance dos estudantes do ensinosuperior, para melhor se prepararem para a abordagem ao mercado de trabalho. Semqueixumes, nem derrotismos.

Em tempos difíceis, o que fará toda a diferença é a tua atitude. Os que deixarem cairos braços, desistindo antecipadamente do combate, ou os que ficarem à espera, não vãoconseguir trabalho. Ao invés, aqueles que resistirem, contra ventos e marés, e que deuma forma consistente se preparem o melhor possível para entrar no mercado de trabalho,serão os que vão conseguir. Pela nossa parte, apostamos que serás um/a dele/as.

FEVEREIRO DE 2012

Índice02 Profissões do futuro06 O que as empresas procuram08 Atitude comercial10 Empregabilidade13 Resolução de problemas16 Entrevista a Octávio Oliveira, Presidente do IEFP20 Marco Gomes, Ray Human Capital22 A importância das línguas estrangeiras24 Estudar no estrangeiro26 Trabalhar no estrangeiro28 Entrevista a Maria do Céu Crespo, Diretora da Proalv30 Europass32 Como elaborar o currículo 36 Entrevista de emprego 38 Carta de apresentação40 Entrevista a Patrícia Ramos Boura, vice-Presidente da CASES42 Empreendedorismo cooperativo44 Empreendedores46 Reportagem do Encontro Nacional dos Gabinetes de Saídas Profissionais

editorial

01 editorial_Layout 1 2/18/13 1:13 PM Page 1

Page 4: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 20132

profi

ssõe

s do

futuro

Profissões estratégicas para PortugalUm estudo recente divulgado pela Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional listou as 129 profissões estratégicas comfuturo em Portugal. Tira as tuas ideias e pode ser que encontres o teu caminho.

A dúvida é legítima: será que a minha área de interesse vai dar-me umemprego seguro no futuro ou, por outro lado, preciso de reajustar aquiloque tenho vindo a estudar para responder da melhor forma ao mercadode trabalho? O Guia do 1º Emprego dá-te as sugestões provenientesdos estudos mais recentes sobre o tema!

TURISMO› Técnico de gestão de canais online› Técnico de gestão de reputação online› Técnico de marketing digital›Rececionista› Técnico de vinhos / escanção›Operador de manutenção hoteleira › Técnico de gestão de restauração e bebidas›Operador de manutenção em campo de golfe › Técnico especialista de gestão de turismo ›Operador online de agência de viagens› Técnico de turismo› Técnico gestor de produto turístico› Técnico de organização de eventos›Promotor de turismo› Técnico gestor de acompanhamento em saúde› Técnico de saúde e reabilitação (Wellness)

ENERGIA E AMBIENTE› Técnico instalador de sistemas solarestérmicos

› Técnico especialista em energiasrenováveis

› Técnico de gás› Técnico instalador de sistemas solaresfotovoltaicos

› Técnico instalador de sistemas eólicos› Técnicos instalador de sistemas debioenergia

› Técnico de instalações elétricas› Técnico de redes de BT e MT›Eletricista de instalações› Técnico de jardinagem e espaços verdes› Técnicos de Rega› Técnico de gestão de resíduos perigosos

›Operador de sistemas de tratamento deresíduos sólidos

›Eletromecânico de refrigeração eclimatização

› Técnico de refrigeração e climatização› Técnico de verificação da qualidade do ar› Técnico de acústica

MOBILIDADE E TRANSPORTES› Técnico de transportes›Operador de tráfego›Operador de armazenagem› Técnico de eletrónica e telecomunicações› Técnico de logística›Operador de equipamentos / manobrador›Motorista de veículos pesados demercadorias

O que vou fazercom o meu futuro?

02a5 profissões do futuro_Layout 1 2/15/13 3:22 PM Page 2

Page 5: Guia do 1º Emprego 2013

3profissões do futuro

guia do 1º emprego 2013

Não vamos falar de crise, ok? Qualquer pes-soa minimamente atenta conhece os factose sabe que a situação não está famosa. Noentanto, dizem alguns analistas, o pior podejá ter passado. O mercado de trabalho eu-ropeu fala por si: as vagas de emprego co-meçam a reaparecer um pouco por toda aEuropa e os números estão a melhorar, apósterem atingido o valor mais baixo dos últi-mos anos, em 2009. No entanto, ainda nãoestão a ser verificados os valores semelhan-tes aos anos anteriores à crise financeirainternacional. Mas a verdade é que, por todaa Europa, foram contratados 11 milhões depessoas só no último trimestre de 2011.Um dos fatores para os quais tens de estarpreparado é a flexibilidade dos postos detrabalho. Cada vez mais, perder e procurarum emprego é comum. Portanto, ergue acabeça e enfrenta as dificuldades com con-fiança e otimismo. Aposta em ti e confiano que já conseguiste. Mostra aquilo deque és capaz e sê criativo, marca a diferença.A oportunidade há de chegar.

Medos do futuro

Se estás prestes a sair da faculdade e já tensreceio da entrada no mercado de trabalhoe de não teres a possibilidade de obter umaoportunidade na tua área, não és o único.Uma pesquisa feita recentemente na Europamostra que 58 por cento dos jovens namesma situação que tu está pouco confiantenesse período da vida. A bem da verdade,apenas 36 por cento têm confiança de quevão conseguir um emprego a curto-prazo.Ainda assim, apenas 11 por cento acreditaque terá uma vida pior do que aquela queos seus pais tiveram. E há motivos para tal.Um pouco por toda a Europa, o panoramanão parece ser animador: em Espanha, porexemplo, o desemprego jovem ultrapassaos 50 por cento e a precariedade dos em-pregos é transversal a todos os países.No que toca à formação em específico, ob-tida ao longo do ensino superior, apenasmetade dos inquiridos disse sentir que a

sua qualificação era adequada aos desafiosque o mercado de trabalho pode colocar.

A importância das skills

A Microsoft, uma das maiores empregadorasmundiais de profissionais ligados às Tec-nologias de Informação e Comunicação(TIC), defende que a aposta nas competên-cias (tanto ligadas à área profissional que olicenciado escolheu como aquelas que ocomplementam enquanto ser humano) tra-zem vantagens inegáveis, tais como:› São determinantes na obtenção do pri-meiro emprego

› Os trabalhadores com melhores compe-tências têm salários mais elevados

› O candidato está mais bem preparadopara enfrentar os desafios do mercado detrabalho

› Há uma maior predisposição maior parase iniciar um negócio por conta própria.

Não esquecer as TIC!

Tudo é feito com computadores, hoje emdia. É, por isso, importante que seja feitauma aposta especial nas Tecnologias de In-formação e Comunicação. Um trabalhadorque esteja prestes a entrar no mercado detrabalho e que não se sinta à vontade comas novas tecnologias vê o seu caminho bemmais difícil de trilhar. De todos os trabalha-dores da União Europeia, cerca de 45porcento trabalham com TIC. No entanto, só16 por cento receberam formação.

Profissões do amanhã

Com as dificuldades económicas, a maioriadas empresas viu-se forçada a levar algumasdas suas funções menos exigentes para paí-ses onde a mão-de-obra é mais barata. É,por isso, natural que empregos como aque-les ligados à manufatura, à indústria ou aotrabalho de escritório e de call-center tenhasido deslocalizado para o oriente ou parao leste europeu.

›Coordenador de transporte ferroviário›Maquinista de comboios›Operador de sistemas de transporte› Técnico de manutenção de aeronaves› Técnico de Operações Aeroportuárias› Técnico de socorros e emergência deaeródromo

› Técnico de preparação, planeamento e contas› Técnico de socorros e emergência deaeródromo

› Técnico de preparação, planeamento ecompras

SAÚDE› Técnicos e assistentes farmacêuticos›Assistente familiar e de apoio àcomunidade

› Técnico auxiliar de Acão médica› Tecnologias de informação, comunicação eeletrónica

› Técnico de eletrónica médica› Técnico especialista de gestão de redes esistemas informáticos

› Técnico especialista em telecomunicaçõese redes

› Técnico especialista em telecomunicaçõese sistemas

› Técnico de apoio ao DesenvolvimentoIndustrial e Competitividade

› Técnico especialista em organização egestão industrial

›Mecânico reparador de equipamentoseletrónicos

› Instalador e reparador de tecnologias deinformação e comunicação

COMÉRCIO E SERVIÇOS› Técnico de dinamização de redes sociais› Técnico de apoio à comunicação com ocliente

›Animador sociocultural›Operadores de recolha de informação› Técnico de comércio internacional e deprospeção de mercado

› Técnico comercial› Técnico de vitrinismo

› Técnico de merchandising› Técnico de vendas› Técnico de marketing› Técnico de comércio eletrónico›Operador de contacto ou call center›Esteticista / Cosmetologista

TÊXTEIS, VESTUÁRIO, CALÇADO E OURIVESARIA› Técnico de materiais têxteis / tecnologia›Controlador de qualidade do produto têxtil›Gestão do produto, de encomendas efornecimentos

› Técnico de design têxtil e moda› Técnico de tecelagem

AGRICULTURA E AGROALIMENTAR›Agricultor biológico›Apicultor›Controlador de qualidade dos produtosagrícolas

›Agricultor (floricultor, fruticultor,horticultor)

02a5 profissões do futuro_Layout 1 2/15/13 3:22 PM Page 3

Page 6: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 20134

profi

ssõe

s do

futu

ro

› Operador agrícola› Operador de máquinas agrícolas› Operador agropecuário› Técnico de controlo de qualidade alimentar› Técnico / consultor florestal - assistência eapoio técnico

› Técnico de manutenção de máquinas eequipamento agrícola

› Trabalhador de estufa qualificado› Tirador de cortiça› Operador florestal› Técnico / consultor florestal - assistência eapoio técnico

› Sapador florestal› Operador fabril› Técnico de produção› Formulador / Preparador de sumos› Operador qualificado› Controlador de sanidade industrial

CONSTRUÇÃO› Canalizador› Assentador de refratários› Trabalhador qualificado em isolamentosacústicos e térmicos

› Montador de tubagens› Eletromecânico de eletrodomésticos› Condutor manobrador de equipamentos demovimentação de terras

› Pedreiro› Mobiliário e Madeira› Operador de transformação da cortiça› Operador de transformação de cortiça› Metalurgia e metalomecânica› Técnico de desenho de construçõesmetalomecânicas

› Técnico especialista em ProjetoConstruções Metalomecânicas

› Técnico preparador de trabalho

› Serralheiro mecânico; Moldes, cunhos ecortantes

› Técnico de maquinação e programação CNC› Técnico de manutenção industrial demetalúrgica e metalomecânica

› Soldador› Técnico especialista em Gestão daProdução (supervisor da produção)

› Eletromecânico de manutenção industrial› Técnico de manutenção industrial demetalúrgica e metalomecânica

PROFISSÕES TRANSVERSAISAOS SECTORES› Técnico de segurança e saúde no trabalho› Técnico de relações laborais› Técnico de qualidade› Técnico de manutenção e reparação deinstalações

Por outro lado, os serviços, a “economiado conhecimento”, as inovações científicase tecnológicas têm cada vez mais forçanas economias europeia e norte-ameri-cana. É de esperar que essas sejam asáreas de maior impacto nos próximos deza vinte anos. Talvez importe ainda dizerque uma larga fatia dos empregos exis-tentes hoje surgiram apenas desde há dezanos para cá, fruto do desenvolvimentotecnológico.Mesmo assim, é importante estar atento à“concorrência”; nos últimos anos, a procurade emprego tem aumentado em profissõescomo biólogos, psicólogos, profissionais desaúde, farmacêuticos, professores, analistasfinanceiros e marketeers, por isso talvez se-jam áreas a evitar.

Ficção científica ou… nem por isso

Os especialistas têm insistido em fazer pro-jeções sobre o que poderá ser o mercadode trabalho no futuro. Um estudo realizadopelo governo britânico, em conjunto coma Fast Future, garante que há profissões li-gadas à tecnologia que podem levar a Hu-manidade a trabalhar em áreas muito dife-rentes daquelas em que vivemos hoje. Entreas sugestões encontramos, por exemplo:› Produtor de membros: cientista respon-sável pelo desenvolvimento de órgãos oumembros do corpo humano especial-mente destinados a atletas ou soldados.

› Nanomédico: cientista criador de partí-culas minúsculas que atuem como me-

dicamentos no corpo humano.› Cirurgião de aumento de memória: neu-rocirurgião que trabalha com as memóriasdo cérebro, aplicando métodos para asexponenciar.

› Agricultor vertical: em vez de cultivar sea-ras vastas, os campos de cultivo poderãoser construídos em prédios, fazendo comque sejam mantidos verticalmente.

› Arquitetos e pilotos espaciais: o turismoespacial está a dar os primeiros passos,por isso será necessário ter especialistasnessa área.

› Advogado virtual: especialista em Direitocapaz de resolver conflitos legais entre in-divíduos que vivam em nações longín-quas, fruto das relações digitais cada vezmais comuns.

02a5 profissões do futuro_Layout 1 2/15/13 3:22 PM Page 4

Page 7: Guia do 1º Emprego 2013

02a5 profissões do futuro_Layout 1 2/15/13 3:22 PM Page 5

Page 8: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 20136

competências

O que procuram a Pouco emprego disponível, e muitos candidatos à procurade um lugarzinho no mercado de trabalho: nesta fase docampeonato, a concorrência entre os que querem trabalharé muita e há que conhecer a realidade empresarial para quese consiga uma melhor adaptação ao que os teus futurosempregadores poderão vir a exigir de ti. Por isso, há que pre-parar tudo desde o primeiro contacto até ao contexto de tra-balho, para que as empresas possam contar com o melhorcandidato de todos: tu. A Ray Human Capital, especializada em recrutamento e re-cursos humanos, conta o que é mais valorizado pelas em-presas na hora de dar emprego a novos colaboradores, bemcomo quais os métodos de recrutamento mais utilizados.

Fonte: “Estratégias de Abordagem ao Mercado de Trabalho”, Ray Human Capital

Requisitos mais solicitados nos recém-licenciados:› Idiomas estrangeiros

› Informática na óptica do utilizador

› Carta de condução

› Mobilidade geográfica nacional e internacional

› Disponibilidade de horários

› Experiência profissional / Estágios Profissionais

› Formação profissional complementar (idiomas, informática, etc)

› Experiências internacionais

› Atividades extra-académicas e co-curriculares

Como “vender” estas competências?› Marketing pessoal: Ter a capacidade de nos promovermos junto de outros.› Quase tudo o que fazemos na vida permite desenvolver determinadas

competências que podem ser rentabilizadas em futuros contextos profissionais;› Para comunicar a nossa mais valia é preciso reconhecer valor na nossa própria

experiência e de ver como ela pode ser traduzida em novas competências;› Frequentemente o emprego irá depender da nossa eficácia em projetarmos o

nosso potencial

06a7 o que as empresas procuram_Layout 1 2/15/13 5:21 PM Page 6

Page 9: Guia do 1º Emprego 2013

7guia do 1º emprego 2013

m as empresas?

As empresas usam diversos meios de recrutamento:› Anúncios na imprensa;› Anúncios noutros meios (Internet, rádio, TV);› Anúncios internacionais;› Consultoras de Recrutamento e Selecção;› Candidaturas espontâneas;› Redes Sociais;› Apresentações em instituições académicas;› Procura direta (Search);› Fóruns de emprego.

Aspetos a ter em conta na fase de recrutamento:› Antever as possibilidades de saídas profissionais› Ver regularmente anúncios e estar atento ao que as empresas procuram. Por exemplo, a área das energiasrenováveis têm recebido muito investimento nos últimos anos. Em momentos em que a crise não está tãovincada, temos muitos anúncios que visam perfis comerciais, e a área comercial é uma área onde se aprendemuito.

› Atenção à divulgação de oportunidades profissionais (Meios de Recrutamento)› Reunir informação sobre empresas e funções a que se candidatam. É determinante porque revela motivação.Passar esse conhecimento ao recrutador é uma mais valia.

› Concentrar esforços nos segmentos de mercado e funções que mais interessam. A ânsia de entrar nomercado de trabalho pode leva-nos a enviar CV’s para muitas empresas, mesmo quando não nos interessamassim tanto. Isso provoca um grande desgaste. Ir a uma entrevista, a duas ou três só para ver como é vaiafetando a auto-estima caso não sejamos seleccionados.

› Persistência e resistência à frustração. Depende de cada um, mas efetivamente esta procura inicial detrabalho exige muito de nós.

competências

06a7 o que as empresas procuram_Layout 1 2/15/13 5:21 PM Page 7

Page 10: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 20128

competências

O QUE É A CONSCIÊNCIA E ATITUDE COMERCIAL?

Os empregadores sinalizam, em Inglaterra(e em Portugal, não será muito diferente)que o que mais falta aos recém-formadosé “consciência/atitude comercial”.

O que se quer dizer com isso e comopodes demonstrar que tenho essa com-petência?A consciência/atitude comercial pode serdefinida como o interesse pelo negócioda empresa e uma compreensão do con-texto em que a empresa se move: clien-tes, concorrentes e fornecedores. Pode também incluir uma compreensãoda economia e dos benefícios dos negó-cios e das realidades comerciais, da pers-petiva da organização e do cliente.Em geral, inclui uma atenção à necessi-dade de eficiência, ao controle de custos,à orientação para o cliente e um conhe-cimento do mercado em que a empresaopera (clima económico, principais e con-correntes, por exemplo)

POR QUE É IMPORTANTE?

› É um dos principais critérios de recruta-mento (ver tabela).

› Mostra o teu compromisso com o tra-balho a que te candidatas.

› Dá-te boas oportunidades para conversarna entrevista de recrutamento.

› Permite um leque vasto de oportunida-des, inclusive em áreas que ainda nãoconsideravas.

› Ajuda-te a escolher uma carreira.

SÓ É IMPORTANTE PARACARREIRAS COMERCIAIS?

Não. É uma competência relevante emtodo o tipo de carreiras!

Atitude ComercialCOMPETÊNCIA DE TOPO!

Segundo dados de diversos questionários sobre competências feitospor entidades como a Microsoft, a Target Jobs, a BBC, a Prospects, aNACE e a AGR, as cinco competências de que os empregadores maissentem como mais em falta nos jovens que entrevistam atualmentepara a maioria dos empregos disponíveis são: consciência comercial,comunicação, liderança, trabalho de equipa e resolução de problemas.

Alguns ainda pensam que a função co-mercial é exclusiva dos profissionais res-ponsáveis pelas vendas. Enganam-se re-dondamente. A dimensão comercial –compra, venda, negociação, avaliação ne-cessidades dos clientes,….- Deve estar pre-sente em todos os profissionais duma em-presa, desde os administradores ao esta-feta. Neste domínio, muito temos paraavançar na sociedade portuguesa. Qualquer profissional deve ser um ven-dedor a tempo inteiro. “Vende” a sua ima-gem e competências no momento do seurecrutamento, “vende” internamente assuas ideias, trabalha para convencer clien-tes internos e/ou externos todo o tempoe, no final da jornada, é avaliado pelo quecontribui para o valor acrescentado e paraas receitas resultantes das vendas. Quemnão tem consciência afinada desta exi-gência da vida numa empresa vai ganhá-la, mais tarde ou mais cedo, às vezesaprendendo à custa de erros cometidos.

CLIENTES E CAPACIDADE DE NEGOCIAÇÃO

Numa outra dimensão, a atenção aocliente é vital, numa atitude comercial quese exige numa economia competitiva doXXI. Há quem diga com razão que “o clienteé o teu patrão que te paga o ordenado” e,provavelmente, tem toda a razão. Já lá vaio tempo em que os clientes eram “dispen-sáveis”, em serviços que não dispunhamde concorrência. Hoje, em todos os sec-tores de atividade, ganhar clientes faz adiferença, sendo porém que isso nãochega. Há que mantê-los. E para tal, torna-se necessário obter elevados níveis de sa-tisfação com o serviço que se presta. Estacentragem no cliente, como se percebefacilmente, não tem impacto só para a ati-vidade de quem vende, no concreto. O tra-balho de todos os profissionais duma em-

presa tem, direta ou indiretamente, impactona relação comercial com os clientes. Nesta competência comercial importaainda sublinhar a capacidade de negociar.Se bem agilizada, esta competência faráde ti um profissional de excelência. Umbom sentido comercial não pode ignorarque, num processo de compra/venda, hásempre interesses divergentes que preci-sam ser compatibilizados. Encontrar oponto de equilíbrio do máximo ganho par-tilhado entre as partes (win/win) é a grandesabedoria de um processo negocial. Paraisso, vais ter de aprender a estabelecer ob-

jetivos claros, a ouvir a outra parte (sejaum cliente ou um fornecedor), entenderos seus objetivos, a ter um roteiro de ce-dências possíveis e de conquistas desejadase…negociar pacientemente. Não te esque-ças também que só uma negociação ho-nesta permite ganhar um cliente para avida. Aldrabices – para além de eticamenteinaceitáveis - só te trarão prejuízos futu-ros.

QUE PERGUNTAS TE FARÃO PARATESTAR ESTA COMPETÊNCIA?

Os empregadores podem procurar evi-dências de consciência/atitude comercialem perguntas gerais do tipo:

Consciência eatitude comercial,é a competênciamais referida pelosempregadoresinquiridos (67%)

08a9 top 5_Layout 1 2/15/13 3:20 PM Page 8

Page 11: Guia do 1º Emprego 2013

9guia do 1º emprego 2012

› Fale-me do seu trabalho que teve nasférias do Verão passado.

› Fale-me de uma situação em que con-seguiu resolver um problema traba-lhando em equipa.

› Qual foi o seu maior feito até hoje?› Porque é que se está a candidatar a estetrabalho?

› Quem é que mais admira?› Ou então em questões mais específicas:› O que sabe sobre a nossa organização?› Por que é que pretende entrar nesta área?› Quais são os nossos principais produtose serviços?

› Quais são os principais problemas queesta área atravessa?

› Que mudanças ocorreram recentementenesta área?

› Quem são os nossos concorrentes? Quediferenças em relação a nós?

› Quem são os nossos clientes?› Qual é o principal lugar de vendas daempresa?

› Qual é a nossa quota de mercado?› Esta é uma indústria global? Se sim, queimplicações é que isso tem?

› O que é que pensa que vai implicar parasi este trabalho?

› Onde se vê daqui a 5 anos?› Quais são as suas expectativas salariais?› De que forma se mantém atualizadoacerca desta área de atividade?

› Que notícia da área económica mais lhechamou a atenção recentemente?

› O que é o PSI 20? Ontem subiu ou des-ceu?

Ou ainda em perguntas sobre a sua ex-periência profissional:› Que competências desenvolveu na suaexperiência profissional? Alguma com-petência que se aplique a este trabalhoem particular?

› O que faria de diferente se trabalhassede novo na empresa…?

› Qual é a sua experiência de trabalho emequipa?

› Qual é o organigrama da empresa emque trabalhou? Em que medida é queesse organigrama é real?

› Consegue indicar competências de lide-rança que tenha visto noutras pessoas?

› Qual seria a sua política de recrutamentoe de fidelização de colaboradores?

COMO ADQUIRIR CONSCIÊNCIA/ATITUDE COMERCIAL:

› Aprende a olhar a realidade por umaperspetiva comercial: em cada dinâ-mica económica, social e cultural, vêquais as necessidades não satisfeitas, asoportunidades que geram, onde está ovalor acrescentado, qual é o mercado,quem são os clientes, os fornecedorese os concorrentes. Vê como se ganhadinheiro com uma determinada ativi-dade. O que é “margem” e o que é “lucro”.Não te esqueças que “não há almoçosgrátis”…

› Aproveita todas as oportunidades deaprendizagem, mesmo em atividadessem fins lucrativos: nas tuas atividadesextracurriculares procura desenvolveressa competência quer através de orga-nização de ações de fund-raising de umaONG, de planos de comunicação da tuaassociação de estudantes,..

› Aprende (se ainda não sabes…) o queé uma análise SWOT.

› Relaciona a tua experiência com o negó-cio. Se tiveres um part-time numa loja oucomo vendedor/a de produtos de maqui-lhagem isso pode permitir-te ganhar expe-riência comercial. Que aspetos positivos enegativos encontras no teu empregador?Qual é o seu público-alvo? Quem são os

principais concorrentes? Como melhorariasa imagem e os ganhos da empresa?

Na preparação para as entrevistas o maisóbvio é leres com atenção as brochurasda empresa e pesquisares no seu web-site, não só na secção de “ofertas de em-prego” ou “carreiras” mas também nas sec-ções de clientes, potenciais clientes e staff.Ver também os Relatórios anuais.

Descobre quem são as empresas concor-rentes: podem perguntar-te quem são ea quais te candidataste! Procura tambémsaber o número de empregados, o volumede negócios e os lucros, o valor da em-presa e as atividades que mais te interes-sam.

Lê a imprensa económica. As páginas deeconomia dos principais jornais nacionaiscobrem os principais assuntos mas é pre-ciso ires mais fundo e consultares im-prensa especializada na área financeiras,como o Diário Económico e o Jornal deNegócios.

Durante as tuas leituras, procura identificarnotícias que possam afetar a empresa aque te estás a candidatar ou os seusclientes, direta ou indiretamente. Assuntosatuais (2012) como a crise financeira, amudança climática e as eleições em An-gola podem, afetar o ambiente em que aempresa se move.

Vê programas de televisão e rádio naárea dos negócios. Alguns programas po-dem fornecer material muito interessantepara uma conversa numa entrevista deemprego.

Faz uma Análise SWOT da empresa a quete estás a candidatar e do sector em quedesenvolve a atividade.

competências

08a9 top 5_Layout 1 2/15/13 3:20 PM Page 9

Page 12: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201310

com

petê

ncia

s Tirar um curso dá eÉ esta a grande dúvida da maioria de todos os alunos do Ensino Superior edaqueles que ainda estão a ponderar seguir a via académica para uma me-lhor posição no mercado de trabalho, o Guia do 1º Emprego oferece-te asconclusões mais importantes de um estudo recente do Ministério da Edu-cação e Ciência para que faças a melhor opção e conheças a realidade atualda empregabilidade em Portugal.

Se ainda havia dúvidas, estão desfeitas: pormuito negra que pareça a situação, obterum grau de ensino superior diminui dras-ticamente a probabilidade de ficar desem-

pregado. De todas as pessoas sem trabalho,apenas 10 por cento (cerca de 63 mil) ti-nham um curso superior. Os 90 por centorestantes tinham graus inferiores de forma-

ção, distribuídos entre os três ciclos do bá-sico, o secundário e ainda uma minoria semqualquer instrução.

Com um curso superior, as probabilidades de ficar desempregado são menores

Fonte: Informação Mensal do Mercado de Emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.

Desempregados registados nos centros de emprego por mês e nível de ensino, dezembro de 2006 a dezembro de 2011 (Portugal)

Se é menos provável que encontrem emprego logo após termi-narem o curso superior, também é verdade que os licenciadosficam empregados mais rapidamente do que o resto da populaçãoativa que não possua formação de ensino superior. Dos licenciadosnos centros de emprego, a larga maioria está à procura de em-prego há menos de três (31,2%) ou seis meses (28,6%). Os de-sempregados licenciados de longo prazo (mais de dois anos) sãouma minoria entre toda a população ativa sem trabalho, repre-sentando apenas um por cento.

Os licenciados ficam menos tempo à espera de emprego

Desempregados registados por tempo de inscrição

Fonte dos dados: Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério da Educação eCiência (MEC). Valores relativos a dezembro de 2011, estudo divulgado em junho de 2012

10a12 empregabilidade_Layout 1 2/18/13 12:09 PM Page 10

Page 13: Guia do 1º Emprego 2013

O típico licenciado sem emprego é umamulher. Cerca de 68 por cento dos diplo-mados à procura de emprego são mulheres.Este fator também pode ser exponenciado

pelo facto de haver mais mulheres do quehomens no ensino superior. Ainda assim,no total de licenciados em busca de em-prego, os homens representam apenas 32

por cento, sendo que a maioria deles estájá à procura de um novo emprego, tendotido já uma experiência de trabalho.

Há mais mulheres licenciadas sem emprego do que homens

Primeiro Emprego Novo Emprego

11com

petênciasguia do 1º emprego 2013

á emprego?

De acordo com o estudo em questão osserviços de segurança são os campeõesda empregabilidade. De todos os desem-pregados diplomados registados em de-

zembro de 2011, apenas 1,9 por cento fa-ziam parte desta área de formação, o quepode indicar que é mais fácil obter em-prego neste setor de atividade. Também

com bons valores encontram-se os setoresda saúde (2,8 por cento) e os do direito(3,2 por cento).

Serviços de Segurança, Saúde e Direito são setores com boa empregabilidade

Em dezembro de 2011, 48 por cento dosdesempregados diplomados tinham tiradoo seu curso num politécnico, ao passo queeram quase 52 por cento aqueles que ti-

nham optado por uma universidade. Estaspercentagens são relativas, uma vez que onúmero de diplomados pelos dois sistemasde Ensino difere bastante. Entre 2007 e 2010

formaram-se pela universidade 142.222 alu-nos (62%) enquanto que pelo Politécnicoforam apenas 87.974 (38%).

Politécnicos Vs Universidade

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.; Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência do Ministério da Educação e CiênciaNota: As escolas de ensino politécnico integradas em universidades são consideradas no âmbito do ensino politécnico.Foram considerados válidos 92% dos pares estabelecimento/curso fornecidos pelo IEFP.

Desempregados registados com par estabelecimento/curso válido, diplomados nos anos 2008 a 2010, por subsistema de ensino superior, situação de procura

de emprego e tempo de inscrição, dezembro de 2011 (continente) e diplomados nos anos letivos 2007-2008 a 2009-2010

De acordo com um estudo,os serviços de segurança

são os campeões daempregabilidade.

Ensino público

Ensino privado

Total de registos

Desempregados (ano de conclusão do curso de 2008 a 2010)

Primeiro EmpregoSubsistema de ensino superior

< 12 meses ≥ 12 meses < 12 meses ≥ 12 meses N.º %

Novo Emprego Total

N.º %

1 276

1 019

2 295

419

268

687

2982

Universitário

Politécnico

Total

Universitário

Politécnico

Total

738

970

1 708

347

311

658

2 366

2 764

3 047

5 811

1 376

932

2 308

8119

554

590

1 144

451

218

669

1 813

5 332

5 626

10 958

2 593

1 729

4 322

15 280

34.9%

36.8%

71.7%

17.0%

11.3%

28.3%

100.0%

108 435

64 830

173 265

33 987

23 146

57 133

230 398

47.1%

28.1%

75.2%

14.8%

10.0%

24.8%

100.0%

Total

Diplomados (2007-2008 a 2009-2010)

10a12 empregabilidade_Layout 1 2/18/13 12:08 PM Page 11

Page 14: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201312

compe

tênc

ias

Embora a curto prazo, ter um grau de mestrepossa não representar uma diferença vantajosa(42 por cento dos desempregados diplomadosque estavam à procura de emprego há menosde três meses eram mestres, ao passo que osregistados licenciados representavam apenas

31 por cento), ter um grau académico superioracaba por compensar. Possuir um mestradoreduz o tempo de espera por um emprego.Senão vejamos: de todos os licenciados re-gistados, 15 por cento espera até um ano poruma oportunidade e outros 15 por cento ficam

a aguardar durante quase dois anos. No casodos mestres, a espera de um ano acontecepara 14 por cento, sendo que apenas 11 porcento ficam até dois anos sem emprego atédescobrirem uma nova possibilidade de in-gressar no mercado de trabalho.

Quanto mais elevado for o grau académico, menor a probabilidade de enfrentar o desemprego

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.

Desempregados com habilitação superior por grau e tempo de inscrição

< 3 meses 3 a < 6 meses 6 a < 12 meses 12 a < 24 meses >= 24 meses

N.º & N.º & N.º & N.º & N.º &

Bacharel 993 24.4% 647 15.9% 701 17.2% 868 21.3% 863 21.2%

Licenciado 16 621 30.9% 16 027 29.8% 8 112 15.1% 8 145 15.2% 4 810 9.0%

Mestre 1 554 42.8% 917 25.3% 510 14.1% 425 11.7% 223 6.1%

Doutor 39 31.0% 34 27.0% 21 16.7% 17 13.5% 15 11.9%

TOTAL 19 207 31.2% 17 625 28.6% 9 344 15.2% 9 455 15.4% 5 911 9.6%

Grau

Apostar nesta área implica uma dose derisco. Em dezembro de 2011, cerca de 10,3por cento de todos os desempregados li-

cenciados tinham obtido a sua formaçãoneste setor. Outras áreas que, atualmente,se vêem a braços com as diculdades da em-

pregabilidade são a Informação e Jornalismo(9,1 por cento), Proteção e Ambiente, e Ar-quitetura e Construção, ambas com 7,0%.

Serviços Sociais com maior dificuldade

N.º (A) % N.º (B) % (A) / (B)

Agricultura, silvicultura e pescas 914 1.6% 21 038 1.8% 4.3%

Arquitectura e construção 4 208 7.4% 60 188 5.3% 7.0%

Artes 3 294 5.8% 49 307 4.3% 6.7%

Ciências da vida 854 1.5% 21 053 1.9% 4.1%

Ciências empresariais 9 389 16.5% 184 230 16.2% 5.1%

Ciências físicas 1 029 1.8% 22 005 1.9% 4.7%

Ciências sociais e do comportamento 6 173 10.8% 96 550 8.5% 6.4%

Ciências veterinárias 195 0.3% 4 627 0.4% 4.2%

Direito 1 719 3.0% 52 967 4.7% 3.2%

Engenharia e técnicas afins 4 204 7.4% 104 331 9.2% 4.0%

Formação de professores/formadores e ciências da educação 7 892 13.9% 161 060 14.2% 4.9%

Humanidades 3 150 5.5% 61 948 5.4% 5.1%

Indústrias transformadoras 958 1.7% 14 047 1.2% 6.8%

Informação e jornalismo 1 854 3.3% 20 337 1.8% 9.1%

Informática 846 1.5% 17 839 1.6% 4.7%

Matemática e estatística 463 0.8% 12 870 1.1% 3.6%

Protecção do ambiente 854 1.5% 12 162 1.1% 7.0%

Saúde 4 331 7.6% 152 806 13.4% 2.8%

Serviços de segurança 113 0.2% 6 038 0.5% 1.9%

Serviços de transporte 38 0.1% 936 0.1% 4.1%

Serviços pessoais 2 021 3.5% 37 239 3.3% 5.4%

Serviços sociais 2 460 4.3% 23 787 2.1% 10.3%

TOTAL 56 959 100.0% 1 137 365 100.0% 5.0%

Desempregados dezembro 2011 Diplomados (83/84 a 09/10) (A) / (B) %Área de estudo

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P.; Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência do Ministério da Educação e Ciência

Nota: Em 31 de Dezembro de 2011, ainda não temos dados sobre diplomados no ano lectivo de 2010-2011, pelo que os dados referentes a diplomados não integramainda os deste ano letivo.

Desempregados registados com par estabelecimento/curso válido por área de estudo, dezembro de 2011 (continente) e diplomados nos anos letivos 83/84 a 09-10

10a12 empregabilidade_Layout 1 2/18/13 12:09 PM Page 12

Page 15: Guia do 1º Emprego 2013

13com

petênciasguia do 1º emprego 2012

COMO DESENVOLVER EDEMONSTRAR QUE SE TEMCOMPETÊNCIAS DE RESOLUÇÃODE PROBLEMAS

Todos resolvemos problemas diariamente,em situações profissionais, académicas oupessoais. Alguns dos problemas que os estudantesenfrentam incluem:› Juntar argumentos para um ensaio escrito› Tirar os vírus de um programa de com-putador

› Lidar com clientes difíceis quando trabalhamem part-time numa loja ou restaurante.

› Pensar como gerir o orçamento pessoalaté ao final do semestre

› Perceber porque é que a impressora nãoresponde….

› Desenvolver uma estratégia que permitapassar de nível num jogo de computador.

Qualquer trabalho também levantará pro-blemas. Nas entrevistas é importante mos-trar ao recrutador que se têm as compe-

tências certas para resolver esses proble-mas. E a resiliência pessoal para lidar comos desafios e as pressões que esses pro-blemas podem trazer.

É preciso que saibas:› Avaliar a informação ou as situações.› Dividi-las nos seus aspetos chave.› Considerar várias formas de lidar e re-solver esses elementos chave

› Decidir quais as formas mais apropriadaspara usar.

Resolver problemas envolve competênciasanalíticas e criativas. As competências maisnecessárias variam, dependendo do pro-blema e do papel desempenhado na or-ganização, mas as competências seguintesão chave para a resolução de problemas:

› Capacidade Analítica› Pensamento Lateral› Iniciativa› Raciocínio Lógico› Persistência

A maioria das competências analíticas de-senvolvem-se na experiência da vida dodia-a-dia. Contudo, os interesses e ativi-dades que se seguem podem ser úteispara demonstrar um nível elevado destascompetências – o que pode ser particu-larmente importante em candidaturas aempregos em áreas de engenharia, IT, in-vestigação operacional e em algumasáreas financeiras: ‘› Jogos de estratégia’ como sudoku, xa-drez, bridge, etc.;

› Jogos de computador – os melhoressão os que envolvem planeamento, aná-lise crítica e estatística, e avaliação dosprós e contras de diversas opções;

› Interesses práticos como programação,reparação de computadores, mecânicaautomóvel, etc.;

› Trabalhar com equipamentos de som eluzpara uma banda, evento ou espetáculo;

› Estudos académicos: avaliar as diferentesfontes de informação para ensaios, de-senhos e maquetes; montar uma expe-riência laboratorial.

Sabes resolver problemas?Uma das competências mais apreciadas pelos empregadores, é a capaci-dade de enfrentar e resolver problemas. Se tens essa capacidade, ótimo,mas não te esqueças de a evidenciar quando estiveres no processo de re-crutamento. Se essa não é uma das tuas competências mais fortes, sabeque podes e deves trabalhá-la.

13a15 resolver problemas_Layout 1 2/15/13 5:23 PM Page 13

Page 16: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201214

competências Noutras situações, será necessário usar a

criatividade e o pensamento lateral, parafazer surgir ideias que permitam encontrarnovas perspetivas.Nem toda a gente tem estes dois tipos decompetências em igual medida: por essarazão o trabalho de equipa é muitas vezesum componente chave na resolução deproblemas. Também são necessárias ou-tras competências como a comunicação,a persuasão e a negociação são impor-tantes para encontrar soluções para osproblemas que envolvam pessoas.

O MODELO IDEAL

Qualquer que seja o problema em causa,são importantes os seguintes passos:› Identificar o problema› Definir o problema› Examinar as opções› Acionar um plano› Look/ver as consequências resultantesEste é o modelo IDEAL de resolução deproblemas.A etapa final é pôr em prática a soluçãodecidida e verificar os resultados.

PASSOS PARA RESOLVER UMPROBLEMA:

1) Avaliar o problema› Clarificar a natureza do problema› Formular perguntas› Reunir a informação de forma sistemática› Relacionar e organizar os dados dispo-níveis

› Condensar e resumir a informação› Definir o objetivo desejado

2) Gerir o problema› Usar de forma eficaz a informação re-colhida

› Dividir o problema em pequenas partes,mais fáceis de gerir

› Usar técnicas como o brainstorming e opensamento lateral para considerar ou-tras opções

› Analisar em profundidade as várias op-ções

› Identificar os passos que podem ser da-dos para atingir o objetivo

3) Tomar decisões› Decidir que Acão tomar entre as possíveisopções

› Decidir reunir mais informação antes deagir

› Decidir que recursos (tempo, dinheiro,pessoal, etc.) alocar para este problema

4) Resolver o problema› Implementação da Ação› Dar informação aos acionistas/stakehol-ders

› Delegar tarefas› Revisão dos progressos

5) Examinar os resultados› Monitorizar o resultado da Ação tomada› Rever o problema e o processo de reso-lução do problema para evitar situaçõessimilares no futuro

Em qualquer fase do processo, pode sernecessário voltar a uma fase anterior –por exemplo, se surgirem outros proble-mas ou se uma solução não estivera al-cançar o resultado desejado.

O QUE PROCURAM OSRECRUTADORES?

Capacidade analítica e capacidade de re-solução de problemas estão entre as 10competências mais procuradas pelos re-crutadores. Querem pessoas que assumamuma responsabilidade pessoal em garantirque os objetivos são alcançados; que sejam

13a15 resolver problemas_Layout 1 2/15/13 5:24 PM Page 14

Page 17: Guia do 1º Emprego 2013

15com

petênciasguia do 1º emprego 2012

trabalhos. Podes incluir na tua respostaexemplos em que demonstres detalhesmais refinados, tais como:› As restrições que punham em risco cum-primento do prazo de entrega

› A tua capacidade de estabelecer priori-dades nas tarefas

› A necessidade de planeamento e orga-nização inicial

› Como lidaste com outras tarefas paralelas › A necessidade de te manteres focado natarefa mais urgente

C. Dê-me um exemplo de uma situaçãoem que demonstrou grande determi-nação e iniciativa:Perguntas como esta são feitas para evi-denciar as qualidades que tens que serãonecessárias para o emprego em causa. Ébom estares preparado com exemplos desituações em que foste determinado, próativo, empreendedor e assertivo.Outras questões em que te pode ser pe-dido um exemplo na tua vida:› Quando planeaste alguma coisa› Quando tomaste uma responsabilidade› Quando lideraste uma equipa› Quando tiveste de lidar com a pressão› Quando lidaste com uma pessoa com-pletamente irracional

› Quando tiveste que tomar uma decisãodifícil

› Quando tomaste a iniciativa› Quando influenciaste outras pessoas› Quando resolveste um problema ou umconflito

D. Descreve uma situação em que proa-tivamente teve que tomar a iniciativa:Esta é uma boa oportunidade para mos-trares que és capaz de ter novas ideias ecomeçar algo novo. A resposta que deresdemonstrará ao entrevistador se tens umaatitude proactiva ou passiva em relaçãoaos problemas. Podes até incluir situaçõesem que antecipaste um problema e en-contraste uma solução antes dele surgir.Podes dar exemplos da tua vida acadé-mica ou profissional, dos teus interessesou projetos. Por exemplo quando traba-lhaste numa loja e, para ajudar um cliente,foste muito para além do estritamentenecessário, tendo o cliente agradecidopor isso.

E. Dê um exemplo de quando conven-ceu alguém a fazer alguma coisa queessa pessoa não estava à partida muitoinclinada a fazer.Influenciar os comportamentos e as ati-tudes de outros é essencial para experiên-cias profissionais como por exemplo nomarketing. Indica situações em que con-seguiste afirmar as tuas ideias porque erammelhores que as dos outros. Fala sobre aforma que usas para convencer alguém eda persistência que tens para o fazer. Ésmelhor ao telefone ou fisicamente pre-sente? Serias eficaz se tentasses persuadiralguém por escrito? Porquê? Como podesaplicar estas tuas capacidades na tua vidaprofissional? Mostra que gostas de influen-ciar pessoas e de ser bom nisso.

Estas competências podem ser demons-tradas de muitas maneiras. Muitos anúnciosde trabalho pedem candidatos que “saibamtomar a iniciativa” ou que tenham “capaci-dade para resolver problemas”; outros, po-rém, podem não o afirmar de forma tãoclara. Terás de ser interpretar frases como:› “Alguém capaz de assumir a responsa-bilidade e com confiança para desafiaras práticas estabelecidas e introduzir no-vas formas de trabalhar…”

› “Procura-se uma mente curiosa, com ahabilidade para compreender e encontrarsoluções para desafios complexos…”

› “Procuramos mentes inovadoras e espí-ritos criativos...”

› “Precisamos de pessoas que correspon-dam com entusiasmo a cada desafio queenfrentarem…”

Estes exemplos de citações em anúnciosde emprego, estão todos a pedir as mes-mas duas coisas:A capacidade de tomar a iniciativa, de pen-sar por si próprio, de criativo e proactivo.A capacidade de resolver problemas, depensar de forma lógica e lateral, de usar oengenho para ultrapassar dificuldades ede procurar e implementar soluções.Estas qualidades podem fazer a diferençapara o recrutador, dependendo do tipo deorganização.

EXEMPLOS DE PERGUNTAS/RESPOSTAS POSSÍVEIS EMENTREVISTAS DE EMPREGO.

Na entrevista de emprego, podem ser-tecolocadas perguntas relacionadas com astuas competências. Seguem-se algunsexemplos de perguntas desse tipo, comsugestões de resposta:

A. Qual considera ser o seu maior feitoaté hoje?Antes da entrevista, pensa nas coisas quefizeste nos últimos cinco anos e tenta en-contrar os teus principais feitos. Não tepreocupes se os exemplos não são fan-tásticos e do “outro mundo”. O que importaé que demonstrem que possuis as quali-dades que estão a ser pedidas. Podes res-ponder a este tipo de perguntas, descre-vendo:A SITUAÇÃO e/ou tarefa que estava emcausa; Depois a AÇÃO que desenvolvestepara atingir o objetivo; E finalmente osRESULTADOS e os proveitos conseguidosAlgumas entrevistas são um role de per-guntas deste tipo. Prepara-te antes paraentão expores o que de melhor já fizeste.

B. Quando foi a última vez que teve decompletar um trabalho num prazoapertado de tempo?“Foi a última vez que tive de entregar umtrabalho na faculdade”. É uma respostapossível caso não tenhas nada mais ori-ginal e recente para indicar! Esta perguntaé uma oportunidade de mostrares a tuahabilidade para planear o trabalho, orga-nizar o tempo e definir prioridades. Qua-lidades muito úteis na grande maioria dos

capazes de vislumbrar outras formas de fa-zer alguma coisa e que estejam preparadaspara investigar e implementar a mudança;pessoas que não entrem em pânico nemdesistam quando as coisas derem para otorto, antes procurem caminhos para ultra-passar o problema. Estes problemas podemser similares aos problemas académicos –por exemplo em investigação académica.

13a15 resolver problemas_Layout 1 2/15/13 5:24 PM Page 15

Page 18: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201316

entr

evis

ta

“A obtenção de qualificaçõesassume uma importância acrescidapara conseguir trabalho.”Octávio Oliveira, Presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional

16a19 entrevista IEFP_Layout 1 2/15/13 5:25 PM Page 16

Page 19: Guia do 1º Emprego 2013

17guia do 1º emprego 2013

entrevista

Como avalia a situação atual doacesso ao primeiro emprego emPortugal? Como prevê que evoluano próximo ano?Presentemente o acesso ao primeiro em-prego não se encontra facilitado. De facto,da leitura dos dados do INE, referentes ao3º trimestre de 2012, verifica-se que o de-semprego jovem situa-se nos 39% para osjovens dos 15 aos 24 anos e nos 18,1% paraa faixa etária dos 25 aos 34 anos (contra15,8% da taxa de desemprego média na-cional). No que respeita aos desempregados ins-critos no IEFP,IP, e tendo como base os da-dos relativos a novembro de 2012, verifica-se que os jovens com menos de 25 anosforam os mais atingidos tendo-se verificadouma subida de 22,9% face ao período ho-mólogo em 2011. É, importante, também, salientar que muitosdestes desempregados são jovens qualifi-cados com competências em áreas que omercado de trabalho não está preparadopara absorver. Embora tendo em conta estefacto e, ainda, o conhecimento de que aconjuntura económica desfavorável, comoa que presentemente se vive, implica, ne-cessariamente, um mecanismo de ajusta-mento do próprio mercado de trabalho,que entre outros fatores, se tem vindo amanifestar no aumento da taxa de desem-prego, sendo a pressão sobre os jovensmais acentuada, pois não possuem a ex-periência profissional, muitas vezes, reque-rida pelos empregadores, a verdade é queos indicadores referentes a este grupo dedesempregados, exigem redobrada atençãoe a adoção de medidas que invertam aselevadas taxas. Neste contexto, tornou-se imperioso definirprioridades e implementar, entre outras, aprática de apoios que fomentem a reorien-tação e/ou reconversão da carreira / per-cursos profissionais dos jovens detentoresde qualificações com fraca absorção nomercado. No que respeita a 2013, estou confiante queas politicas que têm vindo a ser implemen-tadas como resposta ao problema do de-semprego, vão, efetivamente, potenciar no-vas oportunidades, o que, em paralelo comuma tendência de recuperação económicaque se prevê comece a verificar-se já em2013, transmitem um sinal positivo para acriação e manutenção de emprego.

Em que áreas/profissões se prevêque venham a ser criados novosempregos?Na atual conjuntura económica e num con-texto de rápida mudança dos mercados anível global, não é fácil prever quais as árease as profissões com maior potencial de cria-ção de emprego nos próximos anos. Nãoobstante, existem áreas de trabalho que ten-dem a desenvolver-se e a remunerar cadavez melhor, como por exemplo as atividadesligadas à tecnologia de informação e aodesenvolvimento de sistemas. Também asáreas da saúde, cuidados pessoais, geriatria,ecologia e meio ambiente, lazer e educaçãoapresentam tendências de crescimento nospróximo anos.

Neste contexto, são identificadas algunssetores considerados estratégicos que têmvindo a ser alvo de processos de reestru-turação, os quais apresentam potencial decrescimento ao nível do emprego (profis-sões a ser exercidas por detentores de ha-bilitações até ao nível secundário ou pós-secundário), nomeadamente:

› Hotelaria e Restauração e Turismo› Energias renováveis e eficiênciaenergética

› Mobilidade e transportes› Saúde, nomeadamente apoiodomiciliário e geriátrico e cuidadoscontinuados

› Tecnologias da informação,comunicação e eletrónica

› Têxteis, vestuário, calçado e ourivesaria› Comércio e serviços urbanos,partilhados e pessoais

› Agricultura de especialidade› Construção, nas áreas da reabilitaçãourbana e construções energéticaseficientes

› Madeira e mobiliário (inovação e designe transformação da madeira)

› Metalurgia e metalomecânica

Se se quiser equacionar um mercado detrabalho europeu, existem duas áreas pro-fissionais, de nível superior, nas quais osprofissionais portugueses são bastante re-

conhecidos na Europa, perspetivando, paraos próximos anos, a continuidade na suaprocura. Trata-se da área da Saúde (Enfer-magem e algumas especialidades de Me-dicina) e da Engenharia (Engenharia Mecâ-nica, Sistemas e Tecnologias de Informação,Eletrotécnica e Eletrónica). Existem, ainda, outras áreas profissionais denível intermédio que continuarão a apre-sentar um elevado número de oportunidadesde emprego na Europa para quem tiver co-nhecimentos de línguas e certificação pro-fissional. A título exemplificativo refiro a áreada Hotelaria e Restauração, como Chefes deMesa, Empregados de Mesa, Barmen, Chefs,Cozinheiros, as Profissões técnicas na áreaIndustrial, como Soldadores, Operadores deCNC e Técnicos de Mecatrónica e, ainda, naárea Comercial, Chefes de Vendas, Vende-dores e especialistas de Marketing.

Na sua perspetiva, que procuramas empresas quando contratamjovens recém-formados? Quais ascompetências que maisvalorizam?As empresas procuram, essencialmente, osconhecimentos e saberes de que os jovensrecém-formados são detentores. Comefeito, estes constituem-se como uma mais-valia ao transportarem para as empresasinovação e novas competências. Contudo,os empregadores, também valorizam, deforma significativa, um conjunto de com-petências sociais e transversais que estãomuitas vezes relacionadas com níveis cres-centes de escolaridade e qualificação, asquais facilitam o acesso dos jovens ao mer-cado de trabalho, cada vez mais competitivoe exigente. A título de exemplo refiro a ca-pacidade de resolução de problemas, a au-tonomia, a iniciativa, a atitude empreende-dora e a capacidade de adaptação a novassituações. Muitas vezes adquire, também, algum re-levo, o facto de os empregadores conside-rarem que os jovens apresentam maior fle-xibilidade e disponibilidade de tempo, dadoque têm menos responsabilidades familiaresdo que os trabalhadores mais velhos.

Mesmo após o período deformação académica como podeum jovem reforçar o seu currículopara se tornar mais competitivono acesso ao mercado detrabalho?Num contexto de crise como aquele emque vivemos atualmente a obtenção dequalificações assume uma importânciaacrescida para conseguir trabalho. Ser de-tentor de mais conhecimentos e saberes époder diversificar as oportunidades deacesso ao mercado de trabalho, pois aquelessão transferíveis e passíveis de aplicaçãoem diferentes atividades, áreas e profissões.Por outro lado, vivemos na sociedade doconhecimento que requer que os indivíduossejam capazes de pensar os seus conheci-mentos e de os transformar de modo a po-derem ser aplicados de forma eficaz. Os jo-vens devem manter-se informados, devempesquisar a informação, mas acima de tudodevem selecionar e validar a informação.Será igualmente importante não se cingirsó à informação nacional. Perceber a ofertaformativa a nível comunitário e as variaçõesque acontecem no mercado de trabalho deoutros países pode ser mais um elementoa considerar, pois o mercado de emprego écada vez mais global e há que pensar nomercado europeu, ou outros mercadosemergentes, como uma oportunidade.Um recém-diplomado pode numa fase ini-cial da sua carreira ter que desempenhartarefas não diretamente relacionadas coma sua área de especialização e não receberuma retribuição tão elevada quanto seriaexpectável, mas tem sempre a oportunidadee possibilidade de estar em situação de de-semprego por um período de tempo inferiora um individuo com poucas qualificações,sem que tal coloque em causa a concreti-zação, num futuro próximo, dos objetivosdelineados inicialmente.

No que respeita a2013, estou confianteque as politicas que

têm vindo a serimplementadas comoresposta ao problemado desemprego, vão,

efetivamente,potenciar novasoportunidades

16a19 entrevista IEFP_Layout 1 2/15/13 5:25 PM Page 17

Page 20: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201318

entrevista Enquanto não acede ao mercado de traba-

lho, o jovem deve sempre procurar valorizara sua formação e desenvolver as suas com-petências, frequentando uma medida deformação ou uma medida ativa de emprego(exemplo: estágios profissionais), incremen-tando, deste modo, condições para a suaempregabilidade.Os percursos profissionais já não são maisum ato contínuo, em que o individuo de-senvolve durante um período de tempoalargado, funções na mesma área ou ativi-dade. Presentemente, são compostos deuma diversidade de empregos, funções etarefas, por períodos de emprego e de de-semprego, por trabalho por conta própriae por conta de outrem, no país de origemou noutro qualquer país. Esta realidade que à primeira vista pode pa-recer mais agreste, tem aspetos positivos,uma vez que os indivíduos têm mais opor-tunidades de realização. Nesse sentido, éimportante que cada um se assuma comoo gestor da sua própria carreira, devendoser dinâmico e proactivo na procura de em-prego e na pesquisa de alternativas e desoluções de inserção no mercado.Tal não significa que o acesso ao mercadode trabalho dos jovens seja fácil ou que,apenas, depende da atitude que os mesmospossam adotar. Pretende-se, sim, salientaro valor da atitude individual como diferen-ciador, especialmente no atual contexto decontração económica.

Que prioridades o IEFP definiu noapoio ao emprego jovem? Quemedidas são mais emblemáticas?

Com vista a inverter a tendência do au-mento do desemprego entre os jovens des-taca-se como medida mais emblemática oprograma Impulso Jovem, o qual apresentaum conjunto alargado de medidas de apoioque impulsionam a empregabilidade e acontratação dos jovens, que incentivam oempreendedorismo jovem, as quais são po-tencialmente criadoras de oportunidadesde crescimento e emprego. De modo a especificar de forma mais por-menorizada o Impulso Jovem tem-se queeste assenta em três pilares de medidas:

› Estágios Profissionais, designados comoPassaportes Emprego;

› Apoios à Contratação, FormaçãoProfissional e Empreendedorismo;

› Apoios ao Investimento.

O Apoio à Contratação por via do reembolsoda Taxa Social Única, visa apoiar a contra-tação sem termo, ou por um período mí-nimo de 18 meses, contrato de trabalho atempo inteiro com jovens entre os 18 e os30 anos que se encontrem desempregadoshá pelo menos 12 meses consecutivos, éoutra das medidas que integram o referidoprograma que contribui para o crescimentodo emprego entre os jovens, pois promovea diminuição dos encargos financeiros as-sociados a novas contratações. Além do Impulso Jovem, o Governo im-plementou a medida Estímulo 2012, quevisa apoiar a contratação de desempregados

inscritos nos serviços do IEFP, IP, há pelomenos 6 meses, aumentando, assim, a suaempregabilidade, uma vez que o empre-gador tem de garantir ao trabalhador con-tratado formação profissional. Por outro lado, a criação do próprio em-prego pode ser, para os mais empreende-dores, uma forma eficiente e eficaz de so-lucionar o seu problema de desempregoou de melhorar as perspetivas de empregono futuro. O IEFP dispõe de um conjuntode apoios técnicos, logísticos e financeiros(linhas de crédito bonificado e garantido),destinados à criação de novas empresaspor parte de desempregados jovens à pro-cura do primeiro emprego, bem como deoutros públicos em situação de desfavore-cimento face ao mercado de trabalho. Por fim, refiro que os estágios profissionais,dirigidos aos jovens e adultos qualificados,têm registado um nível de adesão, bastanteelevado, tanto por parte dos desemprega-dos, como por parte das empresas. De facto,o programa estágios profissionais que temsido alvo de adaptações e atualizações,sempre que as mesmas se justificam, apre-senta, desde a sua criação, em 1997, níveisbastante positivos no que respeita à pro-moção e concretização da empregabilidadedos seus destinatários.

Apesar da crise atual quehorizonte de esperança abre paraos jovens que estão a chegar aomercado de trabalho?O ciclo de alternância entre os períodos deexpansão / crescimento e os de estagnação/recessão, embora com intervalos de tem-

pos distintos, têm vindo, historicamente, arepetir-se. Independentemente das causas,Portugal e muitos outros países debatem-se com um conjunto de acontecimentosque implicaram e criaram situações de re-cessão, vulgarmente designado como crise. E, é neste contexto, que o papel do IEFP,enquanto serviço público de emprego, as-sume extrema importância, na medida emque o apoio aos jovens na inserção no mer-cado de trabalho se constitui, entre outros,como parte integrante da sua missão e dassuas atribuições.

Presentemente, o referido apoio concre-tiza-se de diversas formas, das quais refiro,desde já:

› Apresentação a ofertas de emprego emPortugal e no espaço económico europeu;

› Integração em estágio profissional emempresas, facilitando, assim, aaproximação ao mercado de trabalho;

› Preparação e ajuda na procura detrabalho, através da elaboração decurrículos; resposta a anúncios deemprego; preparação para a entrevista);

› Disponibilização de diversasintervenções ao nível dodesenvolvimento das competências deempregabilidade (comunicação; gestãodo tempo; empreendedorismo);

› Integração em ações de formação, maisou menos longas de acordo com asespecificidades e necessidades de cadaindividuo (Cursos EspecializaçãoTecnológica; Formação Modular);

› Divulgação das oportunidades deemprego e aprendizagem em Portugal ena europa

Acresce, ainda, a intervenção e apoio con-cedidos aos empregadores, sempre que estesprocedem á contratação e criação de novosempregos, bem como a integração dos jovensà procura de primeiro emprego e dos desem-pregados em medidas ativas de emprego oude formação, de modo a que estes se munamdos meios suficientes e necessários para atin-gir a sua empregabilidade e, assim iniciar e/ouretomar uma atividade profissional no menorespaço de tempo possível.

“Com vista a inverter atendência do aumentodo desemprego entreos jovens destaca-secomo medida maisemblemática oprograma ImpulsoJovem”

F 1

16a19 entrevista IEFP_Layout 1 2/15/13 5:25 PM Page 18

Page 21: Guia do 1º Emprego 2013

Melhore o rendimentoda sua carteira.

premierplus

BP Fuels

6%

707 500 091

www.bppowerplus.pt

6%

%

o em tontde desc

ont

erpluswpo

so ao desc

AEG

odoso em t

oont

erplus

a montanto: 12 meses,azos; pr

AN 27,350%.

ído. Dentário Facultativ

es iguais; T r

par7,5%.7,5%

,5%.ea montant

o: 12 meses,AN 27,350%.

oo Dentário Facultativ

(2ª a 6ª f

www.bppowerplus.pt

F E d 2 0 8 2 9 7 ' 1 3 i d d

707 500 091

a, das 9h00 às 22h00, aos fins de semana das 9h00 às 19h00)eir(2ª a 6ª f

www.bppowerplus.pt

707 500 091

a, das 9h00 às 22h00, aos fins de semana das 9h00 às 19h00)

1 11:23 AM/30/13 11:23 AM3 11:23 AM0 11:23 AM/ 11:23 AM1 11:23 AM3 11:23 AM 11:23 AM 11:23 AM 11:23 AM 11:23 AM 11:23 AM 11:23 AM

16a19 entrevista IEFP_Layout 1 2/15/13 5:25 PM Page 19

Page 22: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201320

opin

ião

Nos últimos tempos tenho tido a oportunidadede conversar com diversos finalistas ou pré-fina-listas de licenciaturas diversas. Confesso que a ex-periência, para além de riquíssima, tem sido sur-preendente: maturidade, inteligência social,conhecimento de mercado e determinação foramcaracterísticas evidenciadas por estes jovens.

Como evitar as

Num país onde por dia se perdem cerca de243 postos de trabalho, surpreendeu-me ofacto de a palavra “desemprego” ter sido en-carada como um desafio e não um pro-blema. Grande parte destes jovens, desdecedo começou a preparar o seu futuro atra-vés da diversificação da sua experiência ex-tra-académica. Fazer parte de iniciativas deaproximação ao mercado de trabalho,como: organismos empresariais de foro

académico, procura constante de estágiosde Verão, participação em competições degestão e envolvimento em projectos de res-ponsabilidade social, conferiram-lhes a ca-pacidade de desenvolver competências fun-damentais para a sua integração futura nomercado de trabalho. Na minha perspectiva,estes jovens de elevado potencial, conse-guiram demonstrar como agir para evitarpertencer à estatística do desemprego emPortugal.

A relevância na escolha do curso é impor-tante, pois Licenciaturas como Gestão, Eco-nomia e Engenharias são bastante maisprocuradas face a outras. Não obstante, co-meçamos a assistir a nível do mercado detrabalho uma preocupação muito forte, emalgumas empresas de renome, na identifi-cação do potencial humano, onde os softskills se poderão começar a sobrepôr à na-tureza das Licenciaturas. Um recém-licen-ciado em Letras como Gestor de Produtono sector do grande consumo? Se demons-trar potencial para tal... Será este o próximoparadigma? Quero acreditar que sim. Estaideia só reforça o quanto é importante,desde muito cedo, perceber quais as com-petências tendentes no mercado, de formaa desenvolvê-las ao longo do percurso queprecede a primeira experiência profissional.

Por: Marco Gomes, Ray Human Capital

estatísticas?

3 conselhos aos jovenspara conseguirementrar no mercado detrabalho.1Estarem muito conscientes que é

necessário ao longo do seupercurso académico procurareminiciativas diferentes, que lhespermitam ter contacto com arealidade empresarial, mas tambémcom a realidade social. Estacombinação é importantíssima paraque consigam criar valor em simesmos.

2Porque não querem fazer partedas famosas estatísticas do

desemprego, os jovens têm de terclaramente a noção de que as maisvalias que têm de adquirir têm deser eles a desenvolver e a procurar.Se não forem eles, ninguém o fará noseu lugar.

3Conhecerem o mercado detrabalho, irem vendo o que se

está a passar. Quando terminam alicenciatura é importante saberemminimamente o que é que queremfazer e mesmo que não saibam aocerto, pelo menos saberem onde éque querem estar. É importantesaber, quando chegar a altura deingressar no mercado de trabalho,para que lado é que quer ir, porqueisso mostra confiança também para ointerlocutor.

3 pecados mortais quenão se podem cometernuma entrevista?1Inibição. A postura corporal revela

muita coisa. Por exemplo, o estara olhar para baixo pode revelar umagrande inibição e isso é claramenteum pecado nos dias que correm.

2Ansiedade.Os jovens acabam porgerar níveis de ansiedade grandes

e isso passa ao entrevistador muitafalta de confiança. Não se podemesquecer que estão num processoavaliativo mas que, do outro lado,estão também seres humanos.Têm de acreditar nas suascapacidades. É necessário fazer otrabalho de casa para gerir essesníveis de ansiedade.

3Mostrar interesse. Se não o fizeracaba por deixar desvanecer o

interesse do outro lado. O recémlicenciado, quando concorre a umlugar, não se pode esquecer que estáa concorrer com centenas de pessoase que existem pequenos pormenoresque podem fazer toda a diferença eque esse pode ser um deles.

20a21 Ray Human Entrevista_Layout 1 2/18/13 1:18 PM Page 20

Page 23: Guia do 1º Emprego 2013

20a21 Ray Human Entrevista_Layout 1 2/18/13 1:20 PM Page 21

Page 24: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201322

língu

as e

stra

ngei

ras

“Uma nova língua muda a maneira de ver e interagircom o mundo”Charlotte Loewe, representante da Education First em Portugal, dá a suavisão sobre a importância da língua estrangeira na obtenção de um emprego,sem esquecer que “qualquer experiência internacional é melhor do que ne-nhuma”.

A experiência internacional é olhadacomo uma mais-valia no CV de um can-didato. Qual é a importância desse tipode vivência para um empregador?A importância é muito grande para ambos.Para um futuro trabalhador, “viver” umanova língua mudará a própria maneira dever e interagir com o mundo. Obterá com-petências globais, bastante procuradas nomercado de trabalho. Torna-se mais tole-rante, mais humilde e flexível, ajuda na apre-ciação da diversidade no mundo e comolidar com sucesso com as diferenças cul-turais. Terá uma maior compreensão e res-peito pelos outros, e é uma excelente pre-paração para colaborar internacionalmentee criar relações importantes – o networ-king. E isso é um fator fundamental para tersucesso no mercado de trabalho global.Para além disso estará mais aberto e maispredisposto para pensar “outside the box”,uma qualidade valiosa. O empregador porseu lado, beneficiará de todas as compe-tências descritas acima, recrutando um co-laborado com um perfil mais completo,flexível e experiente.

Em que medida pode a Education Firstajudar um estudante a singrar no mer-cado de trabalho?Através da nossa experiência, da nossaoferta de cursos linguísticos e programasacadémicos (41 escolas em 70 países detodo o mundo com 7 línguas disponíveis)e do nosso serviço de qualidade e confiança.Analisamos os objetivos académicos decada aluno e a experiência prévia antes depropor a solução mais indicada para a rea-lização dos mesmos. As nossas escolas sãotodas acreditadas, os professores são re-crutados localmente com elevadas exigên-cias e os alunos, ao terminar o curso ouprograma, receberão diplomas e certificadospara provar os seus sucessos.

Quais são, por exemplo, os programas daEF que podem ajudar um estudante a teruma melhoria significativa no seu CV?Dependendo sempre da disponibilidade detempo e orçamento, existem diversas op-ções adequadas. Como é óbvio, quanto

mais tempo no estrangeiro mais notóriasserão as melhorias. Para além disso, juntaruma experiência de estágio e experiênciaprofissional é também uma excelente adi-ção ao CV. No caso da EF Education Firstposso recomendar os Programas académi-cos de 6, 9 ou 11 meses para fluência total,além dos cursos de línguas com estágios

incluídos de 8,12 ou 24 semanas. Mas qual-quer experiência internacional é sempremelhor do que nenhuma.

Que tipo de parcerias possuem que pos-sam ser um aditivo importante para o es-tudante que decida tirar um dos vossoscursos?A EF Education First é uma empresa multi-nacional e por isso conseguimos garantirum ambiente extremamente internacionale multicultural em todas as nossas escolas,em qualquer altura do ano. O aluno acabapor fazer contactos e amizades muito im-portantes para a futura vida profissional.Sendo uma empresa multinacional, existemmuitas oportunidades dentro da própriaempresa além das parcerias com empresaslocais e mais de 150 universidades parcei-ras.

A EF acompanha os seus estudantes apósterem concluído os seus cursos? Qual éa taxa aproximada de empregabilidadede quem estudou na vossa escola?É óbvio que, dependendo do tipo de cursoou programa, o acompanhamento poderávariar ligeiramente. Existe sempre um con-tacto telefónico, festa de boas vindas e oprograma EF Ambassadors, no qual os alu-nos podem participar em passatempos, ati-vidades, feiras, sessões informativas, etc.Oferecemos também oportunidades de es-tágios locais e até internacionais. Não existeestatística oficial, mas temos vários casosde “sucesso” onde o aluno passou a ser onosso colega EF!

Dado o panorama económico-financeironão só em Portugal como um pouco portoda a Europa, que conselho oferece aum estudante que esteja prestes a entrarno mercado de trabalho?Obter um perfil diferenciado, participandoem voluntariados, estágios, projetos, asso-ciações, etc., apostar na fluência linguísticapara concorrer na arena global e projetosinternacionais, desafiar-se a si próprio eaproveitar cada oportunidade sem receioe ser flexível e empreendedor sempre mos-trando energia e dinamismo.

Para um futuro

trabalhador, “viver”uma nova línguamudará a própriamaneira de ver einteragir com omundo.

22a25 linguas e estudar no estrangeiro_Layout 1 2/19/13 2:32 PM Page 22

Page 25: Guia do 1º Emprego 2013

>Cursos a partir de 2 semanas

>Todos os níveis

>Escolhe entre 7 Línguas e 40 destinos

>EF Preparação para Exames

>EF Preparação para Universidades Estrangeiras

>EF Programa de Estágio

Queres melhorar o teu futuro?

EF Education FirstAv. Miguel Bombarda, Nº 36-2F1050-165 LisboaTel: 21 317 34 70Fax: 21 316 11 [email protected]

www.ef.com

Estuda no estrangeiro...Conhece o mundo com a EF! A forma mais rápida de aprender uma língua, melhorar o CV, ganhar experiência internacional e fazer amigos de todo o mundo. Globaliza o teu perfil e abre as portas para o teu futuro!

www.facebook.com/EFPortugal

www.youtube.com/EF

Cursos de Línguas no Estrangeiroa partir dos 16 anos16 anos

OFERTA IPAD!

Vê as condições em www.ef.com

22a25 linguas e estudar no estrangeiro_Layout 1 2/18/13 10:18 AM Page 23

Page 26: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201324

estu

dar n

o es

tran

geiro

A língua estrangeira é um fator valori-zado pelas empresas empregadoras? O mercado de trabalho atual é um mercadoglobal. A maior parte das empresas tem con-tactos com outros países: exporta, importa,estabelece parcerias, participa em reuniõesinternacionais. Para todos esses contactosinternacionais, as entidades empregadorasnecessitam de pessoas que dominem oidioma de trabalho e se sintam à vontade aconduzir ou participar numa reunião emque o idioma usado não é o seu. O Inglêsjá não pode ser considerado como segundalíngua, mas sim como a “outra” primeira lín-gua. Mas há também toda a vantagem emdominar mais um idioma, em especial umidioma que, no nosso país, ainda só seja fa-lado por um grupo restrito de pessoas. Oconhecimento do Mandarim, por exemplo,já começa a ser um fator importante de es-colha para um vasto leque de empresas.

Fala-se também na importância de umaexperiência profissional internacional.A que se deve esse interesse?Uma experiência profissional internacionalsignifica que, para além do idioma, já sedominam os mecanismos de comunicação

com outras culturas. Quem passou por umaexperiência desse tipo teve que enfrentarsituações diferentes daquelas a que estariahabituado, teve que lidar com formas dife-rentes de abordar as questões e de resolveros problemas. Em suma, está preparadopara avaliar as situações partindo de novosângulos, de surgir com propostas de solu-ções que nunca teriam sido consideradasno contexto cultural do seu país.

Além desses fatores, o que enriquecemais um jovem por ter uma experiênciano estrangeiro?Para além da experiência profissional ad-quirida, qualquer experiência interculturalde média ou longa duração, traz ao seu par-

António Valadas, representante da Multiway em Portugal

“Capacidade de relacionamentointercultural é uma mais-valia paraa obtenção de um bom emprego.”António Valadas, demonstra que tirar estudantes de Portugal não é umaboa alternativa e que a experiência internacional e uma língua estrangeiradevem ser bem utilizadas… dentro de portas.

ticipante um conjunto de mais-valias quedificilmente iria adquirir noutras condições.Viver num país diferente do nosso significater capacidade para enfrentar diariamentesituações novas, para lidar com problemasque nunca nos teriam ocorrido. O partici-pante numa experiência deste tipo acabapor descobrir em si capacidades desconhe-cidas, porque nunca necessitara de recorrera elas. Esta constatação de que se é capazde resolver problemas nunca antes surgidosaumenta os níveis de auto confiança e as-sertividade. Quem está num país estrangeirotem mesmo que resolver as situações diá-rias, não pode esperar que alguém o váfazer por si. Isso torna-o muito mais capazde enfrentar sem hesitação novos desafiosque surjam na sua atividade profissional.

De que forma é que a MultiWay podeajudar um aluno a ter mais hipótesesna entrada no mercado de trabalho?A melhor e mais rápida maneira de se do-minar um idioma estrangeiro é estudandoesse idioma no país onde é falado. Os cursosde línguas que a MultiWay promove são to-dos nos países onde essas línguas são faladas.Isso faz com que se atinja muito mais rapi-

damente o domínio do idioma pretendidoe, ao ter que o usar diariamente, se adquirao à vontade decorrente do seu uso diário.Para além dos cursos de idiomas a MultiWaypromove vários tipos de cursos académicosque permitem a quem neles participa adquiriruma preparação muito mais efetiva para oacesso ao mercado de trabalho, por tudoaquilo que já disse antes. Há ainda um aspetoque é importante considerar no facto de fre-quentar certos cursos noutro país. Em muitoscasos, nesses cursos existe uma grande preo-cupação com uma preparação prática e di-rigida às necessidades do mercado de tra-balho. A MultiWay não é simplesmente umaorganização que promove vários tipos decursos noutros países. Na MultiWay há a

preocupação de aconselhar a quem se nosdirige a escolha do curso ou programa maisadequado aos seus objetivos ou necessida-des. Essa é talvez a razão pela qual a maiorparte dos nossos clientes surge por indicaçãode quem já beneficiou dos nossos serviços.

Colocando a hipótese de emigrar, a ex-periência internacional e a língua es-trangeira serão centrais para os empre-gadores dos estudantes que optam porpartir. É habitual ver ex-alunos da Mul-tiway a decidir ficar noutro país que nãoseja Portugal? O lema da MultiWay é “vai, mas volta”. Nãoé para mim muito agradável considerar que,com a atividade que desenvolvo, estou acontribuir para esvaziar o país de muitosdos seus elementos mais válidos. Por outrolado, tenho que compreender que um jo-vem tem que pensar no seu futuro e que,na conjuntura atual, isso passa muitas vezespor ter que ir trabalhar para o estrangeiro.Todos os anos alguns dos jovens que vãofrequentar um curso no estrangeiro acabampor ficar por lá. Alguns para completar asua formação académica, outros para in-gressar no mercado de trabalho. Há tambéma situação daqueles que fizeram o seu cursono estrangeiro, voltaram para concluir a suaformação em Portugal mas voltaram a partir.Alguns regressam ao nosso país alguns anosdepois, mas nem todos. Ainda há dias, noprograma da RTP “Portugueses pelo Mundo”uma das entrevistadas foi uma jovem querecorreu a um programa da MultiWay paraconcretizar o seu sonho, encontrando-seagora em Washington a trabalhar para umaestação de televisão americana.

Dado o panorama económico-financeironão só em Portugal como um pouco portoda a Europa, que conselho oferece aum estudante que esteja prestes a entrarno mercado de trabalho?A situação atual torna o acesso ao mercadode trabalho cada vez mais competitivo. Issofaz com que os mais habilitados e prepara-dos para os novos desafios sejam mais re-quisitados. Para além de uma educação for-mal, tudo o que revele um bom domíniode idiomas estrangeiros e capacidade derelacionamento intercultural será sempreuma mais-valia para a obtenção de um bomemprego.

“A melhor e mais rápidamaneira de se dominarum idioma estrangeiro éestudando esse idioma nopaís onde é falado.”

22a25 linguas e estudar no estrangeiro_Layout 1 2/18/13 10:18 AM Page 24

Page 27: Guia do 1º Emprego 2013

Para mais informações contactar: MultiWay, Av. E. U. América, 100 – 13º Frente – 1700-179 LisboaTel: 218 132 535 – Fax: 218 154 688 – E-mail: [email protected]

www.multiway.org

Swiss Hotel Schools www.swisseducation.com

O Swiss Education Group, SEG, representa o maior grupo de escolas de Hotelaria da Suíça.Todas as escolas foram hotéis e dispõem das instalações mais adequadas ao ensino teórico e prático.

Gestão Hoteleira | Gestão de Eventos | Turismo | Gestão de Spa | Artes Culinárias | Hotel Design

São as grandes cadeias mundiais de Hotelaria que vão à Suíça para o recrutar. OInternational Recruitment Forum realiza-se duas vezes por ano. Cerca de 60% dos

estudantes presentes no final do segundo dia já têm emprego garantido.

UMA CARREIRA DE SUCESSOno sector de actividade COM MAIORCRESCIMENTO NO MUNDO INTEIRO

COM QUALQUER LICENCIATURA PODE OBTER,NUM ANO, O DIPLOMA QUE LHE VAI ABRIR AS

PORTAS DO MERCADO DE TRABALHO.

22a25 linguas e estudar no estrangeiro_Layout 1 2/18/13 10:18 AM Page 25

Page 28: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201326

trab

alha

r no

estr

ange

iro

Fala-se muito em emigração como forma de fuga às dificuldades. Mas averdade é que arranjar um emprego no estrangeiro pode ser um início deuma sólida carreira internacional e mais tarde, quem sabe, um regressomais seguro às origens lusitanas. Não há que ter medo de uma aventurapor um emprego melhor.

Terminar uma licenciatura, um mestradoou até mesmo um doutoramento já não éuma garantia de empregabilidade – pelomenos imediata. É por isso que trabalharno estrangeiro tem vindo a revelar-se umasolução para quem acaba os seus estudose está disposto a conhecer novas culturas,novos idiomas, novas formas de vida e

novas experiências pessoais… Longe doconforto do lar e dos pais.

Europa, meu amor…

Devido às facilidades de mobilidade de tra-balhadores que a União Europeia (UE) per-mite, os países europeus fazem parte da lista

dos mais procurados pelos portugueses – ovelho continente torna-se atrativo pela suacultura familiar, pela facilidade de adaptaçãoàs línguas (muitas delas de origem latina) eporque, muitas vezes, ir viver e trabalharpara a Europa é apenas um passo à frentede umas das experiências que os recém-di-plomados já mostram nos seus CV – a fre-

De olhonuma carreirainternacional

26a27 trabalhar no estrangeiro_Layout 1 2/18/13 10:00 AM Page 26

Page 29: Guia do 1º Emprego 2013

27guia do 1º emprego 2013

quência do Programa ERASMUS durante oensino superior. Se pensas que os países eu-ropeus podem ser uma boa opção parafazer carreira profissional, não deixes deconsultar o Portal Europeu da Mobilidadedos Trabalhadores (EURES), disponível emwww.eures.europa.eu. A rede EURES ajudaos trabalhadores a passarem fronteiras e acircularem livremente dentro do EspaçoEconómico Europeu (EEE) – sendo que aSuíça também participa. O EURES procuraainda informar, orientar e aconselhar os tra-balhadores sobre oportunidades de em-prego, bem como sobre as condições devida e de trabalho no EEE. Procura tambémassistir empregadores que pretendam re-crutar trabalhadores de outros países e

aconselhar e orientar os trabalhadores e osempregadores nas regiões transfronteiriças. Uma vez no portal, e ao selecionares “Pro-curar emprego”, tens acesso a postos detrabalho em 31 países europeus. Para tal,faz o teu registo gratuito em “O meuEURES” para candidatos a emprego. Aí po-derás criar o teu CV e torná-lo acessívelaos empregadores registados e aos conse-lheiros EURES, que ajudam os empregado-res a encontrar os candidatos adequados.Depois, basta esperares que entrem emcontacto contigo para as ações de recru-tamento, que decorrem, geralmente, emLisboa e no Porto.

Nos outros cantos do mundo

Brasil, EUA, Canadá, Angola, África do Sul eMacau são outros dos destinos preferidospelos portugueses mais aventureiros. Seviajares para fora da Europa, contacta aembaixada ou consulado desse país emPortugal para saber se precisas de visto eoutras formalidades a cumprir. Pede aindana Segurança Social os documentos que tegarantem assistência médica. Fora do EEE,em países como Brasil ou EUA, pesquisa sehá acordos ou convenções bilaterais comPortugal, para beneficiares de serviços desaúde. Se pensares em destinos como aÍndia ou a África, informa-te também sobrecuidados especiais de prevenção, comovacinas. Alguns centros de saúde e hospi-tais já têm serviços vocacionados para aconsulta do viajante trabalhador.Além das preocupações com a saúde, con-vém teres em mente que quem vai para oestrangeiro sujeita-se, regra geral, às leis dopaís de acolhimento. Por exemplo, sabiasque a licença de parto na Alemanha e naFinlândia tem uma duração superior à dalei portuguesa? A mesma regra aplica-seaos impostos: ao trabalhares noutro país,ficas sujeito às regras que lá vigorem. Apre-senta sempre o teu contrato de trabalhojunto da administração fiscal e pede o nú-mero de contribuinte. À partida, só pagarásimpostos em Portugal se cá residires du-rante o ano, mais de 183 dias, seguidos ounão. No caso dos trabalhadores destaca-dos, regra geral, a empresa trata das forma-lidades com o fisco. Para evitar a duplatributação, pede um certificado de residên-cia na autoridade fiscal do outro país, paraapresentares nas finanças portuguesas. Se,mesmo assim, for tributado em ambos,tens direito ao chamado crédito de im-posto. Basta preencheres o anexo J do IRS.*Fonte: DECO

Saber mais

Nos endereços que se seguem, encontrasvários programas de mobilidade além-fronteiras aos quais te podes candidatar.Força!

Programa INOV ContactoEstágios Internacionais para Jovens Qua-dros: O projeto visa apoiar a formação dejovens com qualificação superior em con-texto internacional. É uma iniciativa pro-movida pelo Ministério da Economia, da

Inovação e do Desenvolvimento, apoiadopela EU e pelo QREN/POPH e gerida pelaAICEP Portugal Global. Sabe mais emwww.portugalglobal.pt/pt/inovcontacto

Programa Leonardo da VinciÉ um subprograma sectorial do Programade Aprendizagem ao Longo da Vida, da ini-ciativa da Comissão Europeia, que pro-move estágios transnacionais emempresas para pessoas que pretendem in-gressar no mercado de trabalho com a du-ração mínima de 2 semanas e máxima de26 semanas (6 meses). Sabe mais em:ec.europa.eu/education/lifelong-lear-ning-programme/ldv_en.htm

Vontade de partir

De acordo com um estudo recente publi-cado pela empresa de recrutamento Hays,cerca de 73,5 por cento dos portuguesesquerem ir trabalhar para o estrangeiro. Amaioria desta fatia de trabalhadores preferedestinos como a Europa ou a América. Asdificuldades económicas do País e a faltade confiança na economia são uma dasmaiores causas (54,2%) que leva os portu-gueses a querer trabalhar noutra zona doglobo. Além disso, e apesar de quase 80por cento dos inquiridos quererem mudarde emprego, quase 70 por cento dos tra-balhadores portugueses não hesitaria em

propor um amigo ou familiar à empresaonde trabalha atualmente. Aliás, mais de 30por cento dos inquiridos acreditam que asligações pessoais são o instrumento maisimportante na hora de encontrar um novodesafio profissional.Apesar desta tendência de emigração, osportugueses não veem na Ásia um bomdestino para trabalhar: apenas 4,7 porcento aceitaria um trabalho naquele con-tinente.

Não te deixes enganar!

Se entrares em contacto com algumaoferta de emprego fora de Portugal que tepareça duvidosa, tem atenção aos seguin-tes tópicos:› Se a oferta de emprego se destinar a umpaís do EEE (todos os da UE, Liechtens-tein, Islândia e Noruega) ou Suíça, in-forma-te junto da EURES, rede criada pelaComissão Europeia e serviços públicosde emprego.

› Se a oferta for para o resto do mundo,contacta as respetivas câmaras de co-mércio, embaixadas e consulados emPortugal, de forma a perceber se a ofertaé honesta e se não existem queixas sobrea empresa recrutadora em questão.

Brasil, EUA, Canadá,Angola, África do Sul eMacau são outros dosdestinos preferidospelos portuguesesmais aventureiros.

trabalhar no estrangeiro

26a27 trabalhar no estrangeiro_Layout 1 2/18/13 10:00 AM Page 27

Page 30: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201328

entr

evis

ta

“As pessoas que estudam ouestagiam em mobilidade adquirem,desenvolvem e melhoram as suascompetências em todos estes grupos.”Maria do Céu Crespo, Diretora da Agência Nacional Proalv – Programa Aprendizagem ao Longo da Vida

28a29 entrevista PROALV_Layout 1 2/18/13 9:32 AM Page 28

Page 31: Guia do 1º Emprego 2013

29guia do 1º emprego 2013

entrevista

Numa economia global quedesafios se colocam aos jovens àprocura do primeiro emprego?As organizações da economia global sãodinâmicas, criam empregos competitivose exigem competências transferíveis. Aooperarem num mercado global, as organi-zações sobrevivem adaptando-se às exi-gências, respondendo às necessidades eantecipando tendências. Esta estrutura la-boral da organização investe fortemente norecrutamento de pessoas que tenham com-petências transferíveis. Ter competênciastransferíveis é ser capaz de mobilizar parafazer face a situações diferentes, para realizartarefas distintas, para atuar em localizaçõesgeográficas distantes e em culturas distintas.A competitividade nasce precisamentedesta capacidade de mobilizar os recursosexistentes em situações diversas e retirar omáximo proveito.Esta forma de atuar da economia global éo principal desafio dos jovens. E face a estaeconomia global, os jovens ao procurarememprego devem reunir os requisitos queos tornem empregáveis. É na mobilidadeinternacional que os jovens encontrarãouma excelente oportunidade para de ad-quirir, desenvolver e aperfeiçoar os requi-sitos de empregabilidade.

A promoção da mobilidade aindano tempo de formação inicial queoportunidades é que gera para osestudantes?Independentemente da altura, a mobilidadeserá sempre um fator diferenciador na edu-cação e formação das pessoas, porque geraum impacto positivo na sua vida pessoal eprofissional. Porém, o impacto da mobili-dade na vida das pessoas será tanto maiorquanto mais cedo incluírem a mobilidadecomo parte integrante do seu percurso aca-démico, formativo e laboral. O retorno po-sitivo de uma experiência internacionalnuma escola, universidade ou empresa éimediato: uma nova língua e uma nova cul-tura; uma diversidade de formas de ensinoe de aprendizagem; uma postura profissio-nal num mercado de trabalho internacionale intercultura, etc. A mobilidade fornece àspessoas uma experiência concreta domundo global onde a cooperação é neces-sária, o respeito pelas diferenças é uma exi-gência e assumir a diversidade é um fatorde competitividade.

Que competências desenvolvequem experimenta programas demobilidade como o Erasmus ou oLeonardo?Podemos agrupar as competências em trêsgrandes grupos: as soft skills, as generalhard skills e as specific hard skills. As pessoasque estudam ou estagiam em mobilidadeadquirem, desenvolvem e melhoram as suascompetências em todos estes grupos.As competências relacionadas com a ca-pacidade individual e que não são especí-ficas de um emprego ou de uma profissão(soft skills) são amplamente desenvolvidas,nomeadamente o autocontrolo e resistênciaao stress; a autoconfiança; a flexibilidade;a criatividade; o relacionamento interpes-

soal; a cooperação; a capacidade de reso-lução de problemas; a autonomia; a inicia-tiva; etc. Este tipo de competências, por se-rem genéricas, são facilmente transferíveisde tarefa para tarefa, de emprego para em-prego, contribuindo fortemente para a em-pregabilidade.As competências específicas que podemser aplicadas de forma eficaz em quase to-dos empregos, na maioria de empresas eaté na vida pessoal (general hard skills) tam-bém são potenciadoras da empregabilidadena medida em que fomentam a comuni-cação em línguas estrangeiras, os conhe-cimentos da legislação laboral de outrospaíses, as competências em tecnologias deinformação e comunicação, as E-compe-tências, etc.

As competências técnicas exclusivas de de-terminadas profissões e setores, correspon-dem a conhecimentos específicos para arealização de uma atividade profissional(specific hard skills). Ora, a mobilidade pos-sibilita o contato com programas curricularesdiversificados e com experiências práticasde alto nível e, por isso, dotam as pessoasde competências técnicas competitivas.

Que papel cumpre o EUROPASScomo facilitador da mobilidade? Assegurar a transparência e a comparabi-lidade das qualificações das pessoas é umtrabalho que exige instrumentos capazesde dar resposta a diferentes formas deaprendizagem, de ensino, de formação ede trabalho. O Europass é um instrumentoque espelha a diversidade europeia, assuas diferenças e as suas exigências, e queprocura concorrer para que a comunica-ção entre todos possa acontecer semruído.Os instrumentos do Europass configuramuma Europa que aposta na mobilidade doconhecimento, das competências e dasqualificações, ou seja, configuram umaEuropa que aposta nas pessoas. E apostarnas pessoas é procurar que as aptidões ehabilidades que cada um tem possamcontribuir para o bem comum e para umasociedade mais justa. Num tempo de in-certeza e de grande complexidade em

que vivemos, o Europass fornece às pes-soas que querem fazer mobilidade paraestudar, formar-se ou trabalhar, instru-mentos que, reconhecidamente, atestamos seus conhecimentos e competências.O Europass assegura instrumentos com-petitivos de grande valor que facilitam amobilidade.

Um eixo de oportunidades menosconhecido é dos estágios. Como odescreve e que oportunidadesapresenta? Um estágio realizado em mobilidade con-tribui para a aquisição de conhecimentose de competências culturais, linguísticas eempresariais que aumentam a possibili-dade de empregabilidade de qualquer pes-soa. Aumentar a empregabilidade de umpessoa é garantir-lhe condições para es-colher livremente onde e com quem quertrabalhar. Os estágios Leonardo da Vinci eErasmus contribuem para esta liberdadede escolha das pessoas, estejam a frequen-tar o ensino superior ou presentes no mer-cado de trabalho. Por isso, a campanha WeMean Business, lançada pela Comissão Eu-ropeia em Abril de 2012 para fomentar oaumento de estagiários e de estágios, foiamplamente divulgada em Portugal. O lan-çamento oficial foi em Junho de 2012 eseguiram-se divulgações regionais nosAçores, na Madeira, em Leiria e em CasteloBranco. No ano académico 2012/2013, atítulo de exemplo, o programa Erasmus iráatribuir mais de 2 mil bolsas para estágiosa estudantes do ensino superior portu-guês.

Que perspetivas para o futuro dapolítica de mobilidade da UniãoEuropeia? Que se seguirá aosprogramas hoje existentes? O futuro dos programas está garantido e asua operacionalização está em curso. Oprocesso começou em novembro de 2011quando a Comissão Europeia apresentoua proposta de um novo programa para oquadro comunitário 2014-2020. A propostacarateriza-se por ser integradora e abran-gente: agrega todos os programas de edu-cação, formação e desporto num único pro-grama, simplificando o acesso dos benefi-ciários e a participação das organizações;abrangente porque o seu palco de atuaçãoé ao mesmo tempo europeu e à escalamundial. Neste sentido, podemos afirmar que a pro-posta da Comissão Europeia para o novoprograma está em sintonia com a Estratégia2020: aposta fortemente na educação daspessoas através de experiências de mobili-dade internacionais, tanto em ambientesuniversitários como empresariais, com es-pecial atenção para a aprendizagem daslínguas; assume a formação como umacomponente estratégica que garante ao ca-pital humano competências competitivas,fortalecendo a aproximação entre o ensinoe o mercado de trabalho; por fim, apostana cooperação entre organizações de se-tores educativos e económicos diversospara o desenvolvimento e implementaçãode projetos.

“A mobilidadepossibilita o contato

com programascurriculares

diversificados e comexperiências práticas

de alto nível e, porisso, dotam as pessoas

de competênciastécnicas

competitivas.”

28a29 entrevista PROALV_Layout 1 2/18/13 9:32 AM Page 29

Page 32: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201330

proalv

Este dossiê constitui um registo organizadodos conhecimentos, capacidades, compe-tências e diplomas adquiridos pelo seu ti-tular no país de origem e no estrangeiro,permitindo a apresentação das suas quali-ficações e competências de forma clara,eficaz e facilmente compreensível em todosos países da União Europeia (UE), do EspaçoEconómico Europeu e candidatos à adesão.A sua utilização é gratuita e assenta numabase voluntária. São cinco os documentosque integram o Europass:Europass Curriculum Vitae (ECV) - permiteaos cidadãos apresentar de forma clara eexaustiva informações sobre todas as suasqualificações e competências, no âmbitoda educação e da formação e a sua expe-riência no mercado de trabalho. Para a ela-boração deste documento, que é de inicia-tiva individual, o cidadão pode recorrer aonovo formulário eletrónico, mais fácil depreencher, disponibilizado pelo CEDEFOPna sua plataforma em https://europass.ce-defop.europa.eu/editors/pt/cv/compose#Europass Passaporte Línguas (EPL) – per-mite aos cidadãos apresentar as suas com-petências linguísticas com base na grelhade auto-avaliação do Portefólio Europeu deLínguas. Como no caso do ECV é possívelrecorrer a um formulário eletrónico dispo-nibilizado pelo CEDEFOP na sua plataformaem https://europass.cedefop.europa.eu/ins-truments/lp/step0.doEuropass Mobilidade (EM) - regista os per-cursos europeus de aprendizagem, porexemplo, um estágio numa empresa; umperíodo de estudos ou uma colocação vo-luntária numa ONG, efetuados pelo seu ti-tular em países diferentes do país de origem.O percurso é monitorizado por duas orga-nizações, uma sedeada no país de origeme a outra no país de acolhimento. O EMdeve ser solicitado ao Centro Nacional Eu-ropass (CNE).Europass Suplemento ao Diploma(ESD) - fornece informações sobre osestudos do ensino superior concluí-dos pelo seu titular. Contribui parauma melhor compreensão dasqualificações académicas de ní-vel superior, sobretudo noutrospaíses europeus. O ESD é emi-tido pela Instituição de EnsinoSuperior que emite o diplomade conclusão de estudos.

Europass Suplemento ao Certificado (ESC)- descreve as competências e qualificaçõescorrespondentes a um certificado de for-mação profissional, facilitando a sua com-preensão por parte das entidades empre-gadoras nacionais e europeias. Em Portugala emissão do ESC é da responsabilidade doInstituto de Emprego e Formação Profis-sional (IEFP).

Novidade

Ao elaborar o ECV on-line, já é possível criaruma pasta digital designada por PassaporteEuropeu de Competências (PEC) para juntardocumentos Europass (EPL, EM; ESD e ESC);cópias dos diplomas e certifica-dos; declarações das entidadesempregadoras, etc, de modoa facilitar a compreensão dopercurso académico e pro-fissional do candidato

O Europass é, nos termos da Decisão n.º2241/2004/CE do Parlamento Europeu e do Con-selho, que o instituiu, um quadro comunitárioúnico que se consubstancia num dossiê pessoal ecoordenado de documentos, visando a transpa-rência das qualificações e competências.

Europass

30a31 proalv europass_Layout 1 2/18/13 10:20 AM Page 30

Page 33: Guia do 1º Emprego 2013

31proalv

guia do 1º emprego 2013

pela(s) entidade(s) empregadora(s). Crie oseu PEC em: http://europass.cedefop.eu-ropa.eu/pt/documents/european-skills-pas-sport

O sucesso do Europass

A primeira avaliação desta iniciativa ocorreuem 2008 e permitiu, entre outras, as se-

guintes conclusões: potencial para fa-cilitar a mobilidade e para facilitar oacesso a oportunidades de aprendi-zagem e de emprego na Europa;elevada satisfação dos utilizadores,nomeadamente no que respeitaao ECV, porque permite uma co-

municação clara das compe-tências e facilita a compa-rabilidade para efeitos decandidaturas a programasde aprendizagem ou detrabalho.A segunda avaliação rea-lizada em 2012 confirmouque esta iniciativa é um su-cesso. A confirmá-lo estãotambém os 10 Milhões deutilizadores do ECV (2010),sendo Portugal o país quecontinua, desde 2008, a li-derar o ranking europeu nautilização deste docu-mento.

O enquadramento do Europass naatualidade política europeia

Mantendo-se as questões de fundo identi-ficadas desde 2000, designadamente, a glo-balização e a emergência de novas potênciaseconómicas, o sentido da construção deuma economia do conhecimento e o realenvelhecimento da população, a estratégia2020 estabeleceu como prioridades o cres-cimento inteligente, sustentável e inclusivo.De entre os objetivos definidos são-nos par-ticularmente caros os relativos ao empregoe à educação. São ambições da UE para 2020,nestes domínios, que 75% da população deidade compreendida entre os 20 e os 64anos esteja empregada e que a taxa de aban-dono escolar precoce seja inferior a 10%, de-vendo pelo menos 40% dos jovens disporde um diploma de ensino superior.Associadas a esta estratégia foram lançadasvárias Iniciativas emblemáticas, das quaisdestacamos Youth on the Move e Agendanew skills for new jobs, que aparecem es-pecialmente associadas ao Europass enca-rado como instrumento para a consecuçãodos seus objetivos, na medida em que estetorna visíveis as competências, aptidões econhecimentos adquiridos em experiênciaslaborais ou de aprendizagem.A este propósito refiram-se estudos desen-volvidos pela CE relativos a programas eu-ropeus que fomentam a mobilidade e que

integram o Programa Aprendi-zagem ao Longo da Vida, queconcluem que 40% dos em-pregadores valoriza a ex-periência adquirida emmobilidade e consideraque os titulares de di-plomas com expe-riência internacio-nal têm uma forteprobabilidade de

assumir cargos de grande responsabilidadeprofissional – Estudos 2006 e 2007 sobreimpactos dos programas Erasmus e Leo-nardo da Vinci).

KIT Europass

O CNE, responsável pela promoção e coor-denação da gestão dos documentos Euro-pass, deu início em 2011 a uma estratégiade divulgação e promoção sustentada, in-vestindo em ações focadas em sectores/ato-res que, pela sua posição, desempenhemo papel de multiplicadores, de modo a ga-rantir a cobertura de um público mais vasto,meta difícil de alcançar apenas com os re-cursos internos. O KIT, cujo conteúdo percorre os documen-tos Europass para os apresentar aos potenciaisutilizadores, incide, sobretudo, no ECV e noEPL, visando fornecer elementos substantivosque permitam o seu preenchimento infor-mado e a otimização da sua utilização. Inclui,por essa razão, orientações para a abordagemao mercado de trabalho sob a forma de res-posta a um anúncio para emprego – elabo-ração de uma carta de motivação, preparaçãopara uma entrevista, por exemplo – e mó-dulos dedicados ao diagnóstico de compe-tências de empregabilidade e outros desti-nados ao seu desenvolvimento. Assume-se como uma ferramenta voca-cionada para a construção de pontes entreo mercado de trabalho e o cidadão, qual-quer que seja o objetivo em que este oaborde: ingresso, reingresso ou melhora-mento do desempenho no posto que jáocupa. O KIT apresenta-se em duas versões:formação em sala, para os contextos emque as entidades queiram utilizá-lo paraformação dos seus públicos-alvo; e auto-formação, para utilização autónoma pelodestinatário final. Está disponível na páginado CNE em www.europass.proalv.pt. A suautilização é inteiramente gratuita.

O futuro do Europass

O Europass pondera já uma revisão do qua-dro legal que o instituiu, de forma a dar res-posta aos desenvolvimentos entretanto re-gistados nas áreas da educação e da for-mação. De referir a instituição do QuadroEuropeu de Qualificações e as recomen-dações aos Estados Membros de articulaçãocom este dos respetivos sistemas de quali-ficações e o lançamento do sistema euro-peu de créditos no âmbito da formaçãoprofissional, European Credit System forVocational Education and Training (EC-VETS), ainda em desenvolvimento, re-plicando nestes domínios o sistemaimplementado no ensino superiorcom o European Credit TransferSystem (ECTS).Prevê-se a possibilidade de evo-lução do dossiê e respetivosdocumentos, nomeada-mente, no sentido de tornarpossível o registo das expe-riências de mobilidade in-terna (nacional).

Mais informação sobre o Europass emwww.europass.proalv.pt;http://europass.cedefop.europa.eu/pt/home

30a31 proalv europass_Layout 1 2/18/13 10:20 AM Page 31

Page 34: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201332

elab

orar

um

cv

Curriculum vitae significa, em latim, per-curso de vida. E é isso mesmo que o teuCV deve refletir: toda a tua experiênciaprofissional, bem como outras ocupaçõesque tenhas tido e que tenham exponen-ciado diversas competências em ti. O cur-rículo funciona como uma espécie de pas-saporte profissional. Para quem está à pro-cura de emprego, a elaboração do CV é oprimeiro passo a dar. É bom não esquecerque o tempo máximo que um recrutadordedica à leitura de um currículo não ul-trapassa, em média, os trinta segundos,pelo que há que cuidar bem do que se vaipôr nessas páginas. Deve chamar a aten-ção de forma rápida e suscitar interessesuficiente para marcar uma entrevista. OGuia do 1º Emprego dá-te algumas dicasdouradas para teres um currículo de su-cesso!

1. Deves moldar o currículo à empresa e àfunção a que te candidatas. Para tal, pesquisaacerca da empresa, área de negócio e funçãoque gostarias de ocupar.2. Não ultrapasses as duas páginas. Os re-crutadores não costumam ter tempo paraleituras pormenorizadas. Valoriza os aspetosmais importantes e exclui experiências quenão sejam relevantes para a candidatura emcausa. 3. Utiliza frases e parágrafos curtos.

Comofazeres

o teucurrículo

voar!

4. Não mintas, nem exageres na descriçãodo teu currículo. Além de ser errado, podesestar a comprometer o teu futuro, uma vezque os empregadores, por vezes, se dão aotrabalho de pesquisar o passado do candi-dato. 5. Mostra de forma rápida e evidente quecorrespondes ao perfil solicitado.6. Pede a alguém para ler e confirmar que oseu conteúdo é facilmente compreensível. 7. O aspeto gráfico é muito importante. Cadacurrículo deve ser uma impressão original.Evita manchas, dobras nos cantos e vincos. 8. As datas devem ser apresentadas sempreda mesma forma.9. A descrição da formação académica e ex-periência profissional deve ser fornecida porordem cronológica invertida, isto é, as últimasexperiências académica e profissional emprimeiro lugar.

As Rubricas de um currículo (de acordo com o novo modeloEuropass)

1. Informação Pessoal: Nome completo; Morada; Telefone; E-mail;Website/Blog; Sexo; Data de nascimento;Nacionalidade

2. Experiência profissionalDeves descrever, de forma rigorosa mas re-

sumida, as tuas experiências de trabalhoou, no caso de estares a candidatar-te a umprimeiro emprego, quais os estágios efe-tuados, bem como o respetivo grau de res-ponsabilidade. Deves incluir o tempo du-rante o qual desenvolveste essas atividadese aproveitar para descrever as tuas qualifi-cações, aprendizagens, resultados e apti-dões. O capítulo da experiência profissionaldeve refletir as tuas principais atividades eresponsabilidades devendo provocar umaimagem positiva no empregador.No caso de não teres experiência profissional,deves valorizar as atividades extraprofissio-nais, como por exemplo voluntariado ouparticipação em atividades cívicas, salien-tando as responsabilidades assumidas nessasatividades.

3. Descrição da formação académicaNível de escolaridade, data de conclusão,média obtida, se for favorável. Deves co-meçar pelo nível mais elevado. Assim, umMestrado é seguido de uma Licenciatura,que por sua vez antecede um Bacharelato.Esta informação deve anteceder a expe-riência profissional.

4. Competências pessoaisReferir os conhecimentos de línguas es-trangeiras e respetivo nível de domínio orale escrito; os conhecimentos de informática,

Europass Curriculum Vitae (ECV)Para apresentares de forma clara asinformações sobre todas as tuasqualificações e competências, no âmbitoda educação e da formação e a tuaexperiência no mercado de trabalho.

Europass Passaporte Línguas (EPL)Para apresentares as tuascompetências linguísticas com basena grelha de autoavaliação doPortefólio Europeu de Línguas.

EUROPASSOs 5 documentos que te abremas portas da Europawww.europass.proalv.pt

32a33 elaborar um CV_Layout 1 2/19/13 12:13 PM Page 32

Page 35: Guia do 1º Emprego 2013

33guia do 1º emprego 2013

Currículo Vídeo

A apresentação de um CV em vídeo é umaarma poderosa para te distinguires dos res-tantes candidatos. As vantagens são muitas:antes de mais, permite posicionares-te pe-rante os potenciais empregadores de umaforma compatível com a era da tecnologiae demonstrares as tuas capacidades de co-municação, criatividade e potencialidadesde forma diferenciadora! Mesmo com pou-cos meios, poderás apresentar o teu perfil,habilitações académicas e experiência pro-fissional de forma apelativa, diferente e cria-tiva. Não te esqueças que a imagem per-

especificando com rigor a profundidadedestes conhecimentos, competências deorganização e competências técnicas.

5. Informação adicionalEsta informação é muito importante paradescrever e fundamentar a tua experiên-cia profissional bem como fazer referên-cia a atividades extracurriculares, comovoluntariado, atividades cívicas, culturais,frequência de cursos, conferências, se-minários ou outras formas de formaçãocomplementares (especialmente aquelascom interesse para a área a que te can-didatas), textos publicados, prémios ob-tidos, ocupação de tempos livres, práticade desporto, filiação em Associações,etc.

6. ReferênciasPodes dar o contacto de um ou dois pro-fessores ou antigos empregadores para da-rem informações sobre ti. As pessoas indi-cadas devem estar sempre avisadas disso.As referências são cada vez mais impor-tantes para os empregadores.

Como enriquecer o meu currículo

› Línguas estrangeiras. o inglês é fun-damental. Castelhano, francês e alemãosão mais-valias bastante valorizadas.

› Informática. Dominar ferramentas deOffice é um requisito mínimo. Atual-mente, a linguagem da Internet é jáconsiderada um requisito obrigatóriopara muitas profissões.

› Projetos de mobilidade. Experiênciasinternacionais revelam capacidade deiniciativa e ousadia, tais como o Eras-mus e o Leonardo da Vinci. Desenvol-vem novas competências, como adap-tação e flexibilidade.

› Viagens. Abrem horizontes e demons-tram espírito aventureiro e curiosidade.Este é um aspeto muito valorizado nummundo empresarial cada vez mais glo-bal.

› Desporto. Os desportos coletivos indi-cam capacidade de trabalhar emequipa; os desportos radicais denotamcapacidade de assumir riscos e de li-derança.

› Trabalho em part-time. Pode indicarboa gestão do tempo, sinal de dina-mismo e responsabilidade.

› Programas de voluntariado. Este as-peto é cada vez mais importante paraas empresas. A participação cívica de-monstra comprometimento, iniciativae altruísmo, que são caraterísticas va-lorizadas na altura de contratar alguém.

De vez em quando acabamos por cometererros, por muito que julguemos queestamos a criar a última coca-cola dodeserto. Mas há que ter cautela e não entrarem facilitismos. O Guia do 1º Empregoaconselha-te sobre o que não se deveescrever num currículo!› Erros ortográficos e gramaticais.Semdúvida, o fator mais negativo de umcurrículo. Podem não apenas serdemonstrativas de dificuldades deexpressão escrita, bem como de falta deatenção e cuidado.› Abreviaturas. Devem ser evitadas, mesmoquando parecem ser do conhecimentogeral ou específicas da área em quetrabalhas.› Pronomes pessoais.O abuso dospronomes na primeira pessoa, édesnecessário e a evitar. Utiliza frases quecomecem por “ Responsável por” em vezde “Eu estive responsável por”.› Palavras com carga negativa.Agressivo,desagradável, limitação, erro, nada, pânico,problema, mas, não...› “Sempre” ou “Nunca”. Num contextorelacionado com experiência oucompetências profissionais advérbiosabsolutos sugerem exagero.› “Bengalas” de linguagem. “Assim como”,“De forma que...”, “É assim” ou outraspalavras desnecessárias que servemapenas para ocupar espaço.› Frases longas. Nunca utilizes frases commais de 15/18 palavras, para que o leitornão perca a concentração.› Verbos Passivos. O teu currículo devetransmitir ação. Os verbos são uma formade passar essa mensagem, usandosempre formas ativas, recorrendo o mais

Europass Mobilidade (EM)Regista os teus percursos europeus deaprendizagem, por exemplo, umestágio numa empresa; um período deestudos ou uma colocação voluntárianuma ONG.

Europass Suplemento ao Diploma (ESD)Para informações adicionais sobre osestudos do ensino superior de âmbitocurricular – descrição de disciplinas eáreas de estudo – e co-curricular –módulos, seminários e outrosprogramas.

Europass Suplemento ao Certificado (ESC)Descreve as competências equalificações que tenhas adquirido noâmbito de formação profissional,facilitando a sua compreensão porparte das entidades empregadoraseuropeias.

possível ao tempo presente. “Os projetosforam implementados...” não tem omesmo impacto de “Implementação deprojetos...”› Clichés. Termos como dinâmico,responsável e criativo, perderam a suarelevância por serem repetidos até àexaustão. Descobre quando e como aplicá-los e associa-os a competências e funçõesefetivas. › Palavras que não conheces bem e/ou nãosabes definir. Lembra-te que a qualquermomento, poderás ser confrontado com oque colocas no teu currículo e convémsaber o que significam.› Falar de objetivos sem falar de conquistas.Limitares-te a referir as tarefas inerentes àtua função e os objetivos traçados, semfalares das tuas realizações e do queconseguiste alcançar, podecomprometer o sucesso do teucurrículo.› Não se trata de umapalavra, mas sim deum número. Não indiques o número detelefone doemprego nocurrículo, caso contrário,o selecionador poderá ficardesagradado por procuraresemprego na hora deexpediente.› Repetições. Por mais difícilque possa parecer, evitadescrever com asmesmas palavras a tuaexperiência. Tens deser criativo.

Erros a evitar

mite ter uma visão da personalidade e dastuas competências profissionais muito maiscompleta e rica do que apenas um simplescurrículo em papel.

Currículo Blog

Aproveita as potencialidades da Web. Umcurrículo Blog pode ajudar a apresentar astuas experiências e competências e a de-talhar mais aprofundadamente uma reali-zação específica. Existem alguns exemplosmais elaborados, com fotografias, anima-ção, vídeos, etc. que te ajudarão a distinguirdos restantes candidatos.

elaborar um cv

32a33 elaborar um CV_Layout 1 2/19/13 12:16 PM Page 33

Page 36: Guia do 1º Emprego 2013

GUIA 1 EMPLEO PORTU 416x297 indd 1

34a35 Ray Human_Layout 1 2/15/13 3:32 PM Page 34

Page 37: Guia do 1º Emprego 2013

11/02/13 11:04

34a35 Ray Human_Layout 1 2/15/13 3:32 PM Page 35

Page 38: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201336

entr

evis

ta d

e em

preg

o

A conversa que te pode daremprego

Agora que o teu currículo foi analisado e apreciado pela empresa que maiste agrada, foste chamado para uma entrevista. É natural que fiques comborboletas no estômago e as mãos suadas com o nervosismo, mas aquiloque importa é que te prepares convenientemente para aquela conversa quepode determinar o teu futuro profissional.

Convence-te de que tens valor (afinal decontas, o teu CV já mereceu uma chamadapara te conhecerem melhor!) e segue osconselhos que o Guia do 1º Emprego tempara ti. Desta forma, terás uma melhor opor-tunidade para convenceres o entrevistadorde que és a pessoa certa para o lugar.

Antes da entrevista…

› Obtém o máximo de informação sobre aempresa (ramo de atividade, dimensão,tipo de produtos ou serviços que comer-cializa, nível de remunerações, áreas fun-cionais existentes, organização, ambientede trabalho, estilo de funcionamento, etc.).

› Fala com pessoas que te conheçam bem(familiares, amigos, colegas de curso, pes-soas com quem já trabalhaste) e pede-lhes uma breve descrição da tua perso-nalidade, as tuas qualidades e defeitos,etc. O autoconhecimento é um dos as-petos mais valorizados numa entrevista,pois permite ao potencial empregador co-nhecer-te de forma mais rápida.

› Relê o teu currículo e prepara-te para apro-fundar os aspetos nele focados ou outrosque possam vir a surgir durante a entre-vista (personalidade, caraterísticas, com-petências profissionais, motivação, for-mação, competências desenvolvidas tantona experiência profissional como nas ati-vidades extraprofissionais).

› Leva a documentação que achares con-veniente para apresentar na entrevista (di-plomas ou certificados de cursos e está-gios, trabalhos realizados, carta de refe-rência, portfólio, etc.).

› Prepara-te para diferentes tipos de entre-vista.

› Se te pedirem para resolver um caso prá-tico não te admires. Mesmo que seja umasituação hipotética, servirá para avaliar atua reação e o raciocínio, a capacidadede comunicação, persuasão e rapidez.

Também tens uma palavra a dizer!

Os candidatos podem aproveitar o mo-mento da entrevista para colocar algumasquestões, uma vez que isso demonstra uma

atitude dinâmica perante o entrevistador epermite obter informação sobre as condi-ções de trabalho, hipóteses de progressão,evolução do sector, expectativas sobre si,etc. Para isso, é necessário estudar umpouco a vida da empresa. As perguntas de-verão ser feitas com bom senso e, se per-ceberes que não há abertura, não as façaspois podem prejudicar-te.

Perguntam-me quanto quero ganhar… E agora?É natural que o entrevistador te pergunte qual o ordenado esperado. Ficam algumassugestões para saberes o que fazer, sem te atrapalhares!1. Informa-te de quais os valores praticados em funções similares, de modo a estaresdentro da realidade.2. É possível que queiram saber qual o teu último ordenado, pois serve de referênciasobre as tuas expectativas e, eventualmente, do valor que estarias disposto a negociar. 3. É frequente perguntarem qual o salário líquido pretendido pela função. Em vez defalares em valores, aproveita para falar do teu desempenho anterior (se tiveresexperiência profissional) ou das tuas perspetivas de carreira.4. Para o caso de ser o teu primeiro ordenado, tenta não te expores. Se mesmo assimo entrevistador insistir dá uma ordem de grandeza, um intervalo entre valoresmínimos e máximos, por forma a haver margem para negociação. 5. Nunca abordes, por tua iniciativa, o tema do ordenado. Embora esta não seja umaquestão secundária, deves tentar valorizar outros aspetos inerentes à função eesperar que seja o entrevistador a colocar a questão.

Aqui ficam alguns exemplos.

› Qual será a minha função dentro da em-presa?

› Quais os desafios inerentes à função?› Quais as possibilidades de progressão na

carreira profissional?› É usual trabalhar-se por objetivos?

36a37 entrevista de emprego_Layout 1 2/18/13 10:20 AM Page 36

Page 39: Guia do 1º Emprego 2013

37entrevista de em

pregoguia do 1º emprego 2013

Fazer entrevistas de emprego não é umatarefa fácil, mas a tendência é que todos oscandidatos pareçam semelhantes. Por isso,não há nada como dares uma boaimpressão para que o entrevistador selembre da conversa que teve contigo emparticular. Nada de exageros, mas nãotenhas medo de arriscar.›Memoriza o nome e cargo doentrevistador.

› A iniciativa de cumprimentar deve partirdo entrevistador. Um aperto de mão firme,acompanhado de um sorriso, é o maisacertado. Se tiveres tendência para suardas mãos tenta limpá-las discretamenteantes de cumprimentar o entrevistador.

›Procura manter o contacto visual com ointerlocutor, o que transmite segurança einteresse. Se fores entrevistado por maisde uma pessoa, tenta olhar para todos.Não olhes para baixo enquanto falas,demonstra timidez e insegurança.

› Sorri! Uma cara alegre e sorridente ésempre cativante e transmite umapersonalidade otimista e entusiasta.

›Respeita o ritmo da entrevista. Espera omomento certo para intervir e fá-lo na doseadequada, sem falar demasiado.

› É importante começar e acabar as frases deforma clara. Não deves deixar que fiquempor acabar, ou se misturem umas com asoutras.

› Evita utilizar linguagem mais coloquial, talcomo: “Umm”, “Ah?”, “tipo”, “percebe?”.

› Sê conciso e tenta responder diretamenteàs questões que te são colocadas. Se nãoperceberes a pergunta, pede para repetir.

›Não mintas, nem tentes disfarçar umarealidade que te pareça pouco favorável. Ésempre preferível a verdade.

›Pensa na forma como gostarias de serpercecionado: prepara os aspetos sobre osquais mais gostarias de falar.

›Não tenhas medo dos silêncios. Usa osilêncio a teu favor, pensando na resposta àpergunta que te foi colocada, ou na quepoderás colocar.

›Responde diretamente às questõescolocadas e acrescenta informaçãorelevante.

› Tenta perceber o que está por trás dapergunta, o que querem realmentesaber.

› Se falares do antigo emprego, nuncadigas mal do antigo chefe, dos colegasou das condições de trabalho.

› Se não tiveres muita experiência sobre aárea de negócio, fala sobre as tuascompetências.

› Pensa nas questões que gostarias decolocar ao entrevistador, sobre a áreaem que irás trabalhar, a empresa, osetor, etc. Mas vê se há abertura paraque as faças.

› É possível que te perguntem qual aremuneração esperada. Esta é umapergunta complicada. Atenção, muitasvezes com esta pergunta o candidato, senão tiver bom senso, poderá ficarimediatamente excluído, mesmo quenos outros itens tenha tido boaprestação. Sê razoável!

› Só te deves levantar depois doentrevistador, agradecendo a entrevistae mantendo uma postura cuidada.

Dicas para o empregador não se esquecer de ti!

Perguntas frequentes

Apesar de as entrevistas serem diferentesumas das outras, existem perguntas colo-cadas pela maioria dos recrutadores. Preparaas respostas às questões que se seguem. Éessencial um trabalho de introspeção, umolhar sobre o passado que te ajude a pre-parar o futuro.

Se tiveres oportunidade de fazer uma si-mulação de entrevista filmada, não hesites!Aproveita para detetar eventuais erros depostura e de comunicação e corrigires. Nofinal de cada entrevista, analisa os melhorese os piores momentos, de forma a apren-deres com a tua própria experiência e evitarcometer de novo os mesmos erros.

1. Porque é que se está a candidatar à nossaempresa? 2. É capaz de se apresentar em poucas pa-lavras?3. O que é que nos pode oferecer? 4. O que é para si o emprego ideal?

5. Onde gostaria de estar daqui a cincoanos? E daqui a dez? 6. Pretende obter mais qualificações? (CESE,MBA, Mestrado, etc.) 7. Trabalhou durante os estudos? Se sim,em quê? 8. Porque é que o devemos contratar a siem vez de outro candidato? 9. Dê-nos o exemplo de uma tarefa realizada

por si de que se possa orgulhar. 10. Porque escolheu esta área de trabalho? 11. Já desempenhou algum trabalho emequipa? Qual?12. Pode dar-me um exemplo de como asua criatividade ultrapassou um obstáculo?13. Quais as suas principais qualidades? Edefeitos? 14. Que fatores o motivam a dar o seu me-lhor? 15. Em que atividades académicas partici-pou? O que aprendeu com elas? 16. Qual foi o último livro que leu, e o últimofilme que viu? 17. Tem hobbies? Quais?

18. Está envolvido em algum tipo de trabalhovoluntário?19. Defina sucesso. E fracasso.20. Já alguma vez falou para uma grandeaudiência? 21. Com que tipo de pessoas tem mais di-ficuldade em lidar? E mais facilidade? 22. O que aprendeu com os erros? 23. Prefere grandes empresas ou pequenas?Porquê?24. Qual seria o salário justo para si? 25. Fale-me de si (esta é uma das questõesmais colocada pelos recrutadores. Tenta daruma resposta sucinta, direta e que, em poucaspalavras, dê a conhecer o teu perfil profissional,características e competências profissionais)

Respira fundo e… boa sorte!

Pontualidade. Tenta chegar 10 minutos an-tes da hora marcada, para evitar atrasos.Deixar outra pessoa à espera é sinal de des-respeito e desinteresse. Boa apresentação. A imagem é um fatordecisivo e influencia a forma como seráspercecionado. Em caso de dúvida o clássicoé sempre uma boa solução.Postura. Muito importante para o sucessoda entrevista. Simpatia, abertura, profissio-nalismo, curiosidade, podem ajudar a es-colher-te como o candidato certo. É essen-cial manter a calma e controlar as emoções,sobretudo se a entrevista tomar um rumonão desejado. Diálogo. Embora seja um momento de al-gum nervosismo, a entrevista deve seguiro tom normal de uma conversa e fluir semgrandes constrangimentos. É importanteque sintas que, para além de estares a seravaliado estás, também tu, a avaliar umahipótese de trabalho.Empatia. É um dos aspetos mais importan-tes para que se estabeleça uma boa relaçãoprofissional.

36a37 entrevista de emprego_Layout 1 2/18/13 10:20 AM Page 37

Page 40: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201338

cart

a de

apr

esen

taçã

o

A carta de apresentação é o primeiro documento que o teu possível empre-gador vai ler. Por isso, há que causar a melhor primeira impressão para ga-rantir uma oportunidade de entrevista. Mas… o que dizer para impressionarquem te pode dar emprego? O Guia do 1º Emprego tem as dicas essenciaispara que demonstrares o que vales e te destacares de outros candidatos.Mas, acima de tudo, não exageres e não garantas o que não podes cumprir.Anda daí e segue os conselhos que temos para ti!

Para personalizares a tua candidatura, deves incluir informação sobre:› Porque é que a empresa te interessa› O que podes oferecer› O que a empresa e tu podem fazer juntos

Apresenta-te…da melhor forma!

A Carta de apresentação é um dos elemen-tos mais importantes quando se envia ocurrículo. É ela que vai transmitir a tua per-sonalidade, bem como as razões que te le-vam a candidatar a esse emprego.Ao escreveres a carta de apresentação de-ves ter presente que esta serve para per-sonalizar a tua candidatura, valorizar o teupercurso profissional e, sobretudo, paraconvencer os empregadores a marcar umaentrevista. Embora a maioria das cartas acabe por serum resumo do CV, onde os candidatos re-forçam as suas competências, uma apre-sentação bem feita deve fazer a ligação en-tre o teu percurso profissional, as tuas me-lhores competências e as necessidadesconcretas da empresa.

Estas são as informações que qualquer re-crutador gostaria de encontrar numa cartade motivação. No entanto, a ordem podeser alterada, pois não existem regras defi-nitivas. Alguns candidatos preferem come-çar por se apresentar, reforçando o que jáestá escrito no currículo. Depois disso, éimportante justificares as razões pelas quaisa empresa te interessa, o que, se for bemfeito, poderá tornar-se um ponto diferen-ciador, pois demonstra que investiste tempoa estudar a empresa. Além disso, podesconcluir acrescentando a tua vontade em

trabalhar e ajudar os teus empregadores aatingir os seus objetivos.

Dirige-te à pessoa certa. Se não soubereso nome (embora hoje em dia esteja tudona internet ou, por outro lado, podes tam-bém fazer uma chamada rápida para a em-presa de maneira a saber quem é o res-ponsável a quem deves enviar a carta), en-dereça-a ao departamento de recursoshumanos, em último caso. Se estiveres aresponder a um anúncio, menciona omesmo e a função a que te candidatas.

A primeira frase é essencial para marcara diferença. Tenta dar o teu cunho pessoale destacares-te das centenas de currículosdiários. O tom de abertura da carta trans-mite a tua personalidade. Podes começarassim: “Em resposta ao V. anúncio para re-crutar um financeiro, penso ter as qualida-des profissionais que correspondem ao per-fil que procuram”.

Não te alongues. Os recrutadores não gas-tam muito tempo com a leitura da cartade apresentação. Para ser eficaz, é precisoser conciso. A carta deve ser curta e seminformação desnecessária. Três a quatroparágrafos são suficientes. As frases curtase simples interpelam o leitor e transmitemuma imagem dinâmica.

Menciona as razões porque te candidatas.Explica porque gostarias de desenvolvercompetências na área a que te candidatas.Se souberes para que empresa te estás acandidatar, não te esqueças de mostrar quea conheces. Será sempre um ponto a teufavor.

Não exageres nem te desvalorizes e, so-bretudo… não mintas. Responde semprepela positiva. Não digas, por exemplo, quenão tens experiência em determinada área.Evidencia antes as tuas qualidades comobjetividade, sem demasiado sentido crí-tico. Podes sempre referir que gostas denovos desafios e que te adaptas com faci-lidade. A mentira acaba sempre por ser des-coberta e não te beneficiará.

Valem as mesmas regras para e-mail.Hoje há uma parte significativa dos currí-culos que seguem por e-mail e por isso ascartas transformaram-se em e-mails. Ape-sar do suporte ser diferente, as regras man-têm-se.

Atenção! Se a tua carta de apresentaçãofor pouco apelativa e se limitar a repetiro que tens no CV, o mais provável é queambos acabem no caixote do lixo. Sê cria-tivo e não deixes que se esqueçam deti… pela positiva, claro!

38a39 carta de apresentação_Layout 1 2/18/13 10:01 AM Page 38

Page 41: Guia do 1º Emprego 2013

38a39 carta de apresentação_Layout 1 2/18/13 1:02 PM Page 39

Page 42: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201340

entr

evis

ta

“A contribuição da EconomiaSocial para o emprego é muitoimportante, não só pela quantidadede pessoas que emprega mas pelaqualidade do emprego”Patrícia Ramos Boura, vice-Presidente da CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social

40a41 entrevista CASES_Layout 1 2/18/13 10:03 AM Page 40

Page 43: Guia do 1º Emprego 2013

41entrevista

guia do 1º emprego 2013

A área da Economia Social podegerar oportunidades de empregopara jovens recém-formados? Emque sectores?A área da Economia Social é já um geradorde empregos. Emprega mais do dobro daspessoas que o sector financeiro, por exem-plo. É um dos dados que o INE publicou re-centemente, na Conta Satélite da EconomiaSocial. A contribuição da Economia Socialpara o emprego é muito importante, nãosó pela quantidade de pessoas que empregamas pela qualidade do emprego, uma vezque, é um sector que se rege por valores eprincípios democráticos, onde o valor daspessoas está acima do valor do capital, etambém porque fixa as populações nos seusterritórios, não se deslocaliza. Houve menosperda de emprego neste sector que em qual-quer outro. Os jovens são um motor muitoimportante para a Economia Social, desdelogo porque revitaliza o sector, traz ideiasnovas, novas abordagens e novas formasde olhar os problemas, pelo que seria umamais-valia importante para a modernizaçãodo sector. É importante que os jovens co-nheçam este sector e não se mobilizemapenas para o sector público ou privado.

Na sua perspetiva, o queprocuram as instituições daEconomia Social quandocontratam jovens recém-formados? Quais as competênciasque valorizam?A enorme vontade de aprender e de fazer,o olhar novo sobre os problemas, a enormequalificação e conhecimentos que hoje osjovens têm quando iniciam o seu caminhoprofissional.

O cooperativismo, representauma opção para a criação dopróprio emprego para jovensrecém-formados?Sim, Claro. Desde logo porque é uma formade empreendedorismo em equipa bemmais gratificante do que percorrer esse ca-minho sozinho, mas também porque é o

modelo de gestão do séc. XXI, senão veja-mos: o crowdsourcing (como a wikipedia,o Linux, o Firefox), o crowdfunding, são no-vas tendências muito em voga que têm porbase o espirito cooperativista. Juntos con-seguimos mais e mais rápido. Existem mui-tos exemplos internacionais e também na-cionais neste caminho.Que apoios e incentivos existemao cooperativismo jovem?O COOPJOVEM – é um programa de apoioà criação de projetos cooperativos, queapoia desde a ideia inicial à sua concreti-zação. Compreende um apoio financeiro eum apoio técnico. As informações estãodisponíveis em www.impulsojovemportu-gal.pt

Mesmo após o período deformação académica como podeum jovem reforçar o seu currículopara se tornar mais competitivono acesso ao mercado detrabalho, nomeadamentecolaborando com instituições daeconomia social?Sim, hoje em dia as soft skills são muito va-lorizadas, às vezes até mais que a própriaformação académica. Jovens que façamvoluntariado, que intervenham ativamenteem associações juvenis, em organizaçõesda sua comunidade, em movimentos decidadania, são claramente preferenciais, pe-las competências que ganham, pelo espiritode equipa que desenvolvem, pelos valoresem que se baseiam essas relações.

Apesar da crise atual quehorizonte de esperança vê para osjovens que estão a chegar aomercado de trabalho?Hoje, os jovens são os mais capacitados desempre. Têm a melhor formação que al-guma vez tivemos, um acesso à informaçãoe uma visão global do mundo que nuncateve par.Obviamente que os constrangimentos dacrise, levantam muitas, muitas dificuldadese os jovens têm hoje que olhar para o mer-

cado de trabalho de forma diferente daqueleque os pais lhes passaram. O mundo mudoumuito nos últimos anos. A crise agravounão só o mercado de trabalho mas tambéma desesperança e a falta de motivação paraagir, construir, fazer.O desafio mais importante para os jovensé fazê-los acreditar no seu valor, incentivá-los a criar projetos, empresas, cooperativas,associações, ou mesmo a acreditar que sãoa pessoa certa para um determinado lugarnuma empresa.Há muito boas ideias e os jovens estãomuito bem preparados para as desenvolver.Precisam de acreditar, de ter muita vontade,de saber que vão passar por muitas dificul-dades, mas que acima de tudo, estão aconstruir alguma coisa que realmente osmotiva e que é aquilo que eles querem.Têm que ser eles a forçar a mudança e issofaz-se, fazendo. E fazendo bem.

“Hoje, os jovenssão os maiscapacitados desempre. Têm amelhor formaçãoque alguma veztivemos, um acessoà informação euma visão globaldo mundo quenunca teve par.”

40a41 entrevista CASES_Layout 1 2/18/13 10:03 AM Page 41

Page 44: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201342

empr

eend

edor

ism

o co

oper

ativ

o

Uma forma cooperativa de…empreendedorismoSerão as cooperativas empreendedoras? Quando pensas em empreende-dorismo relacionas de imediato o seu conceito com a criação de empresasque atuam no mercado e que geram lucro?

Empreendedorismo traduz-se na “capaci-dade de ser ativo, de conceber e concretizaruma iniciativa estruturada, na base de umprojeto, definido objetivos e metas, identi-ficando e mobilizando aliados e recursos,calendarizando e orçamentando; e depois,gerindo e avaliando processos e resultados– através da criação ou utilização de umaorganização com personalidade jurídica,que pode ser uma sociedade comercial masigualmente uma associação, uma coopera-tiva, mútua ou fundação”¹.

De acordo com este conceitoexistem diferentes formas deempreendedorismo:

› Capitalista – sobretudo individual, voltadopara o mercado;

› Social – prossegue um projeto de interessegeral, resultando do envolvimento sociale voltado para o desenvolvimento local,que possui como agente o indivíduo ou acomunidade;

› Coletivo – possui como agente um indi-víduo e um coletivo com um projeto queé sobretudo empresarial mas com natu-reza coletiva. Todos/as os/as envolvidos/asna organização identificam as necessida-des não satisfeitas, constroem as soluçõese reúnem-se na mesma estrutura pessoasque são simultaneamente “proprietárias”e trabalhadoras na organização. Um grupode pessoas associa-se, mobiliza recursos,partilha um projeto e concretiza ações –uma cooperativa.

Então Cooperativas = Empreendedorismocoletivo! Já que resultam da soma das ca-pacidades, da partilha de riscos e da procurade obtenção de impacto transformador, atra-vés da participação ativa e democrática dosseus membros. Criar soluções conjuntas para problemascomuns, não será esta uma resposta válidapara alguns dos teus problemas? Arrisca!Ultrapassa as dificuldades! Coloca em prá-tica as tuas ideias! Transforma os obstáculosem oportunidades! Descobre novas formasde fazer as coisas! Inventa! Reinventa! EM-PREENDE!

1 EQUAL, “Contributo da Rede Temática 3sobre a Proposta de Livro Verde da DG Em-presas, “Espírito Empresarial na Europa”

42a43 cases_Layout 1 2/18/13 10:19 AM Page 42

Page 45: Guia do 1º Emprego 2013

43em

preendedorismo cooperativo

guia do 1º emprego 2013

“Acreditamos que um empreendedor é alguémque sabe que o seu futuro não está determinado,que com a sua ação pode decidir o seu futuro.”

Uma empresa social de empreendedores/aspara empreendedores/as é como se define osJoão Sem Medo. São uma infraestruturahumana que apoia os/as seus/suas sócios/asna criação de projetos empreendedores, nãosó económicos mas também científicos,filosóficos, espirituais... Poderíamos dizerque é uma empresa “chave na mão” para

quem deseja começar uma aventura. E comoé que funciona? As pessoas que quiseremfazer parte da comunidade João sem Medotêm que passar por uma espécie de teste eno final a comunidade vota contra ou a favorda entrada do/da novo/a sócio/a. Quemconseguir encarar um pitch (apresentação) ecompletar “a missão” com sucesso vai poder

usufruir das vantagens de pertencer à “tribo”:receber toda a ajuda que precisa para por oseu projeto de pé a preços melhores que nomercado, participar num sistema de trocasde serviços que permite reduzir custos e teruma rede de apoio interessada no teusucesso. Tens medo? E porque não pedes aoJoão para te ajudar?

JOÃO SEM MEDOJoão Sem Medo Center for Entrepreneurshipwww.joaosemmedo.org

“Queremos prepará-los para cooperar, escutar e aprender com osoutros, para que, no futuro, se tornem líderes na transformação deum mundo que se quer mais humano e justo.”

Com o encerramento do Externato “Colmeia”,os pais dos/as alunos/as e a maioria do corpodocente, uniram-se e constituíram umacooperativa de ensino. Em cerca de mês emeio encontraram um novo espaço e abriramportas com oferta de diversos níveis de

ensino. Pais e professores/as tiveram quetornar-se empreendedores para assegurar ofuturo da educação das crianças. A escolaexiste há 17 anos e uma gestão eficientepermitiu que hoje tenham um espaço novo,construído de raiz.

A COLMEIACooperativa de Ensino A COLMEIAhttp://colmeia.pt

“A designação dacooperativa resulta doacrónimo minibar cp.”

Quando a Compagnie Internacional desWagons Lits fechou portas em Portugal,seus/suas trabalhadores/as decidiramlutar pelos seus postos de trabalho. Como?Uniram-se e formaram uma cooperativa.Enquanto estabeleciam-se, negociaramcom a CP (Caminhos de Ferro de Portugal)

a concessão do serviço de catering dealguns comboios da região norte. Em 34anos de existência orgulham-se de teremservido presidentes, governantes epríncipes. Hoje, são responsáveis peloserviço das principais linhas de comboio dopaís e graças a uma gestão

empreendedora, expandiram o serviço decatering para conferências e casamentos.A expansão não fica por aí, a cooperativatambém passou a comercializar produtosde consumo rápido, através de máquinasde vending automático, nas principaisestações de comboio.

MINC BARPHotelaria, Catering e Restauraçãowww.mincbarp.pt

“Dar o mundo àquelesque pouco conseguiamconquistar”

Em 1976, a população com deficiênciaintelectual em idade escolar estavaainda praticamente excluída da Escola.Um grupo de pais, técnicos e outraspessoas interessadas, juntaram-se ecriaram a CERCICA, uma Instituição deSolidariedade Social, com caráctercomplementar, na educação ereabilitação social, em relação ao

Estado. Uma Instituição de SolidariedadeSocial empreendedora?! Sim! Ao longodo tempo a CERCICA desenvolveuprojetos sustentáveis e de carizempresarial para ajudar à inclusão depessoas com deficiência. Conheçaalguns:› Editora CERCICA: lançou a coleção “4 Leituras” onde cada obra vem em

quatro formatos diferentes. Versãoescrita, em pictogramas, em DVDinterativo com versão áudio e línguagestual, em formato daisy e ainda emBraille.

› Cerjardins: uma empresa na área dajardinagem que possibilita a entrada depessoas com deficiência no mercado detrabalho.

CERCICACooperativa para a Educação e Reabilitaçãode Cidadãos Inadaptados de Cascaiswww.cercica.pt

“Uma lógica empreendedoraassociada ao compromisso desolidariedade com os agricultores.”

Foi criada por membros da Associação dosJovens Agricultores de Portugal ecomercializa bens e serviços agrícolas emPortugal e nos países da CPLP. Uma dasestratégias de atuação é enviar

colaboradores/as técnico-comerciais àsexplorações agrícolas. Uma vez no terreno,o/a técnico/a identifica quais são osproblemas reais dos agricultores/as eapresenta soluções equilibradas e

rentáveis. Preocupações de caráctersocial, valorização dos produtos agrícolas egestão empreendedora são as bases daGLOBALCoop.

GLOBALCoopCooperativa Agrícola Transnacionalwww.globalcoop.pt

EXEMPLOS A SEGUIR

42a43 cases_Layout 1 2/18/13 10:19 AM Page 43

Page 46: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201344

empr

eend

edor

es

FILIPE ALVESBiovillaTirou uma Licenciatura em Economia noISCTE, fez ERASMUS na Eslovénia e Serviçode Voluntariado Europeu na Sérvia. Esteveno Ártico a estudar as alterações climáticas

e o aquecimento global, viveu na Auroville,uma eco-aldeia no sul da Índia e agora as-

Arranjar um emprego novo pode passar por criar o nosso próprio posto detrabalho. Portanto, faz um brainstorming (sozinho ou com amigos), procuranichos de mercado e descobre as ideias que poderiam ser ideias de negóciovencedoras. Espírito de iniciativa, coragem, vontade de trabalhar e ideiascriativas e inovadoras são ingredientes fundamentais para ser um empreen-dedor de sucesso. Deita mãos à obra e cria um emprego para ti… e para ou-tros! Entretanto, inspira-te com os conselhos de empreendedores de su-cesso.

O empreendedorismo está a dar!

sentou arraiais na Serra da Arrábida com acooperativa Biovilla.Presentemente é presidente da direção dacooperativa Biovilla e, também, presidentede uma associação de ambiente, uma ONGambiental, formador da União Europeia noprograma Juventude em Ação e tambéminvestigador em economia, nomeadamenteeconomias alternativas, economia da sus-tentabilidade.“Todo o meu paradigma de vida até umacerta idade foi completamente afastado domundo natural, nomeadamente da área daagricultura. O meu tio brincava comigo queeu era o “bicho do betão” (risos).. Semprevivi em cidades. Sempre tive uma conexãocom a natureza mas do ponto de vista dodesporto. Agora, do ponto de vista da agri-cultura, só surgiu em 2008 na Índia. No sul

da Índia existe a maior ecovillage do mundo,Auroville, onde eu estive a estudar e a tra-balhar durante alguns meses. Foi aí que de

certa forma surgiu a inspiração para trazero conceito da Biovilla até Portugal. Nós aquiqueremos demonstrar que é possível fazer

“Reconhecemos aimportância de gerarriqueza mas também aimportância de viverem comunhão unscom os outros e com anatureza.”

44a45 empreendedores_Layout 1 2/18/13 1:16 PM Page 44

Page 47: Guia do 1º Emprego 2013

45guia do 1º emprego 2013

as coisas de uma forma completamente di-ferente, com uma outra energia, para lá dobiológico, e que seja economicamente ren-tável.”“Foi na Faculdade que comecei a despertarpara a ideia da sustentabilidade, principal-mente porque havia várias coisas que naminha cabeça que não encaixavam. O pa-radigma de como é que nós construímosuma sociedade que está dependente deum único setor energético, que é o petróleo,não é nada resiliente, nem nada sustentável.Então ao longo do curso de Economia osmeus projetos estavam centrados em fontesalternativas de energia, autossuficiênciaenergética, alimentar, etc. Portanto, eu jáestava a começar estudar esses tipos de as-suntos, e depois houve ali uma mudançaao ler alguns autores, nomeadamente umgrande economista que é o E. F. Schuma-cher que escreveu um livro chamado SmallIs Beautiful. Esse livro operou aqui uma re-volução porque, de uma forma muito ho-lística, mostra de que forma toda essa so-ciedade que nós construímos é totalmenteinsustentável. A partir daí houve um “clic”,pensei : “não, eu tenho que ir procurar so-luções alternativas de design, de criação,de desenvolvimento, de paradigmas, sejade consumo, seja de produção, verdadei-ramente sustentáveis, naturais e saudáveis”.

JOANA SIMÕESDEP Ambiente, Lda.O empreendedorismo nunca tinha sido hi-pótese colocada, mas durante a 7ª ediçãodo Poliempreende, dois dos elementos quecompunham a sociedade que viria a gerara empresa tiveram a ideia de se associar ecriar um projeto que se encaixasse na per-

feição de maneira a participar num con-curso ligado à área da Engenharia. Ainda oresultado do concurso não tinha sido di-vulgado e já os três sócios (nos quais se in-cluía Joana Simões, licenciada em SaúdeAmbiental pela Escola Superior de Tecno-logia de Saúde de Coimbra) estavam a tra-balhar no projeto da DEP Ambiente. A ideiabase consistia numa empresa que “ajudasseos seus clientes, fossem empresas, indústriaou particulares, a potenciar a maior pou-pança de recursos nos seus espaços, tor-nando-os mais sustentáveis, com menorcusto. Aliado a este serviço, existiria umaoferta de consultoria em segurança e hi-giene no trabalho”, conta a empresária.Ao início, “a grande dificuldade foi geraruma posição estável no mercado e ganhara reputação necessária para gerar uma car-

teira de clientes”. Ainda assim, muitos dosbons resultados foram fruto do “grandeapoio” oferecido pelo Clube de Inovação eEmpreendedorismo, que concedeu apoiologístico na execução da ideia, para alémda força motivadora necessária para avan-çar.

Para Joana Simões, não há dúvidas: “umbom empreendedor pode ser qualquer umde nós. Não é necessário ter uma ideia ge-nial. Basta ter a garra suficiente para se tra-balhar naquilo em que se acredita, commuita persistência e espírito aberto. Pode-mos nem sempre ser bem sucedidos nacriação de um negócio. No entanto, estasexperiências fazem-nos criar valor”. Daí quea principal vantagem de ter empresa própriaseja “a autonomia, o rigor, a responsabilidadee a auto-disciplina a que, desde cedo, temosde nos habituar a ter para lutar por aquiloque é nosso e que depende de nós paracrescer. Acima de tudo, a grande vantagemé a possibilidade de ver crescer uma ideianossa, ao mesmo tempo que nós próprioscrescemos”, revela.A DEP Ambiente continua o seu trabalhona área da consultoria em ambiente, segu-rança e saúde, tentando associar a susten-tabilidade a baixos custos.

ROGÉRIO COELHOiNovmapping, LDATer um negócio próprio parecia ser a am-bição de dois alunos finalistas do curso deGeografia da Universidade de Coimbra. En-tre eles, estava Rogério Coelho, um dos em-preendedores responsáveis pela criação daiNovmapping, uma empresa de tecnologiasde informação e comunicação que ofereceserviços digitais que capazes de combinar

as aplicações Google Earth e Google Mapscom produtos relacionados com a nave-gação e cartografia. Isso, diz Rogério, tornapossíveis “experiências de navegação ino-vadoras e continuamente enriquecidas porconteúdo geograficamente atualizado”. Me-

lhor ainda: a própria Google já recomendaa utilização dos serviços de modelação 3Dda iNovmapping. Longe de imaginar todo este sucesso, osdois finalistas candidatavam-se ao ProjectoLabs iNovmap com esta ideia, com o obje-tivo de “democratizar a informação carto-gráfica e colocá-la na Web 2.0, em plata-formas universais e de fácil utilização”. Apósvencer o concurso “Google My Maps” e ocertame de ideias de negócio “Arrisca Coim-bra 09”, a empresa nasceu e começou a co-mercializar os seus serviços. Mas nem tudoforam rosas: as dificuldades económicasforam desde cedo um entrave, bem como“o desenvolvimento constante da tecnologiaassociada à Web geográfica”. Acompa-nhando a realidade, com esforço, a iNov-mapping acabou por ser capaz de idealizarnovos conceitos de produtos. Tudo em prolda satisfação de se ser empreendedor. Sim, porque apesar das dificuldades, ter em-presa própria parece trazer uma satisfaçãodaquelas difíceis de obter noutros lugares.“Além de se contribuir para o desenvolvi-mento do país”, observa Rogério Coelho,também são vantagens óbvias “a indepen-dência face a entidades emregadoras, a li-berdade de atuação, a satisfação pessoal, aorganização e otimização do tempo e acriação de postos de trabalho”. Ainda assim,ser empreendedor não é fácil: é preciso “es-tar disposto a arriscar, a criar algo novo e,por isso, o empreendedor deve ser inovadore visionáiro, uma vez que pretende pôr emprática uma ideia ou conceito. Assim sendo,este deve possuir não só capacidades téc-nicas bem como de gestão e pessoais. Es-

pírito de iniciativa, ambição, capacidade deorganização e coragem são outras das ca-racterísticas que um bom empreendedordeve possuir”, acrescenta.Assim sendo, não é, por isso, de espantar,que a iNovmapping continue a desenvolvernovas e inovadoras ideias. O próximo passoserá o de criar uma plataforma de jogoscom base numa representação digital domundo real, fazendo com que o utilizadorpossa ter como cenário de jogo, por exem-plo, a sua própria casa ou o seu bairro.

“A grande dificuldadefoi gerar uma posiçãoestável no mercado eganhar a reputaçãonecessária para geraruma carteira declientes.”

empreendedores

“A independência facea entidadesemregadoras, aliberdade de atuação,a satisfação pessoal, aorganização eotimização do tempoe a criação de postosde trabalho”, são asvantagens óbvias dese ser mpreendedor.

44a45 empreendedores_Layout 1 2/18/13 1:16 PM Page 45

Page 48: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201346

saídas profissionais

Texto: Nelson Nunes

‘Partilha’ foi palavra de ordem no 2º Encon-tro Nacional de Gabinetes de Saídas Pro-fissionais. Partilha de ideias, conhecimentos,experiências, boas práticas e, acima de tudo,formas para promover a empregabilidadedos diplomados que terminam o ensino su-perior. Quase 70 participantes de mais de50 instituições universitárias preencherama moldura humana presente na Universi-dade de Aveiro, que acolheu o evento rea-lizado nos dias 10 e 11 de janeiro.Num paradigma em que as oportunidadesde emprego pouco florescem, surge maisque nunca a necessidade de debater alter-nativas que tornem os recém-licenciadosainda mais habilitados a enfrentar os desa-fios do mercado de trabalho. “A partilha de

Forum Estudante promovedebate sobre empregabilidadee novas competênciasA Universidade de Aveiro foi o palco escolhido para o 2º Encontro Nacionalde Gabinetes de Saídas Profissionais, iniciativa organizada pela Forum Es-tudante, no qual se partilharam ideias e boas práticas provenientes de maisde 50 instituições de Ensino Superior de todo o País.

2º Encontro Nacional de Gabinetes de Saídas Profissionais

Universidade Católica Portuguesa(Porto)n Oficinas da empregabilidade – reuniõescom grupos de 12 jovens para prepararentrada no mercado de trabalho; pre-paração de CV’s e de entrevistas; pro-moção de reflexão sobre identidade pes-soal e integração de experiências vivi-das.

n Evento Rumo – aproximação entre es-tudantes e empresas; empresas expli-caram aos alunos o seu modus operandie aquilo que esperam de um candidato

n Incubadora de empresas – estudantespodem começar a aplicar ideias de ne-gócio que possuam.

Escola Superior de Turismo do InstitutoPolitécnico da Guardan Programas de estágio estabelecidoscom Estónia, República Checa, ReinoUnido e Luxemburgo.

n Faz parte do consórcio Erasmus Centro– oferece estágios de três meses combolsa de 1400 euros.

Faculdade de Engenharia da Faculdadedo Porton Feira de emprego – ex-alunos partici-pam no encontro, dando o seu teste-munho da entrada no mercado de tra-balho; para evitar que as empresasusem a feira para pura publicidade, é-lhes dada uma formação prévia antesdo início do evento.

n Empresas são contactadas para lecio-nar unidades curriculares.

n “Nos Trilhos do Primeiro Emprego” –workshops sobre empregabilidade

n Centenas de protocolos estabelecidoscom empresas da região.

n Bolsa de emprego online – empresasfazem registo gratuito para que possamaproximar-se dos alunos da FEUP.

n Empresas da FEUP – canal para queas empresas possam conhecer as pos-sibilidades de parceria com a faculdade.

Universidade de Aveiron Fórum 3e – feira de emprego de su-cesso que contou já com 11 edições eque recebeu, desde o início, mais de 16mil pessoas.

Exemplos a seguir!Ao longo de todo o Encontro Nacional de Gabinetes de Saídas Profissionais, foram dados a conhecervários casos de boas práticas desenvolvidas. Deixamos aqui algumas das mais discutidas

46a48 reportagem ENSP_Layout 1 2/18/13 10:16 AM Page 46

Page 49: Guia do 1º Emprego 2013

experiências pode ajudar os nossos jovensa ultrapassar o flagelo do desemprego”,acredita Osvaldo Pacheco, pró-reitor daUniversidade de Aveiro. Rui Marques, dire-tor-geral da Forum Estudante, que promovea Missão Primeiro Emprego desde há qua-tro anos, observa que “a preocupação dosjovens – tanto os do ensino superior comoos do secundário – assenta essencialmentesobre o seu primeiro emprego”. Por issomesmo, garante, “são necessárias respostasde apoio à procura ativa do primeiro em-prego”. Daí que a Missão tenha já sido res-ponsável por eventos como a Job Party(que, só no ano de 2012, teve mais de 1900

47guia do 1º emprego 2013

participantes) ou a Conferência Nacionalde Primeiro Emprego, que contou com apresença de 450 pessoas.

Dia 1

Ao longo da manhã do primeiro dia de tra-balhos, foi o Instituto de Emprego e For-mação Profissional (IEFP) a revelar as polí-ticas públicas que estão a ser desenvolvidaspara auxiliar os futuros trabalhadores por-tugueses. Sob o olhar atento de todos osprofissionais dos gabinetes de saídas pro-fissionais, Pedro Amaro revelou que “a prio-ridade tem sido intervir no minorar do im-

o IEFP tem procurado exponenciar as com-petências dos formandos, com o ProgramaVida Activa. Pedro Amaro acredita que “pre-cisamos de ativar as pessoas em termosde competências, como por exemplo aslínguas estrangeiras”. Isto porque “a quali-ficação é imprescindível. As pessoas commais formação são as que ficam menostempo nos nossos serviços”, refere.Após um almoço gentilmente oferecidopela Universidade de Aveiro, era tempo deregressar aos trabalhos e conhecer as boaspráticas desenvolvidas por alguns dos ga-binetes presentes (nas páginas seguintespoderá encontrar vários exemplos de boas

pacto social do desemprego e, por isso,queremos estar sempre do lado da solução,sendo facilitadores”. Debatendo-se com oenvelhecimento da população, o crescentesurto migratório e o aumento generalizadoda escolaridade da população ativa, o IEFPestá a promover estágios profissionais paraestabelecer uma passagem entre o percursoeducativo e o mercado de trabalho, com oprograma Impulso Jovem (www.impulso-jovemportugal.pt). Por outro lado, tambémas empresas estão a receber um apoio àcontratação que faz com que um empre-gador que contrate um jovem por um pe-ríodo mínimo de 18 meses tem um apoiode 175 euros mensais. Além disso, podeainda receber 50 por cento do salário dotrabalhador, num valor até 419 euros pormês. No que toca à formação profissional,

Escola Superior de Educação e CiênciasSociais do Instituto Politécnico de Leirian Curso de interpretação Português-Chi-

nês – importante devido às parceriasestabelecidas entre o IPL e diversasempresas chinesas, nas quais os estu-dantes estagiam.

n Serviço de Apoio ao Estudante – for-mação de preparação para o mercadode trabalho.

n Incubadora de empresas – IPL tem pro-tocolo estabelecido com a Câmara Mu-nicipal de Leiria.

Instituto Politécnico do Porton Programa de Empregabilidade dos Di-

plomados – abrange várias áreas deatividade, tais como acompanhamentode antigos alunos, preparação dos alu-nos para competências transversais,investigação e desenvolvimento, inova-ção e empreendedorismo, gestão daimagem institucional juntos dos em-pregadores, entre outras.

n Forum da Internacionalização e Mobi-lidade – mobilidade para a emprega-bilidade; ligação à investigação e a novosespaços geográficos

n Projeto PRAXIS – rede Erasmus com44 parceiros de 27 países europeus quevisa criar uma plataforma europeia deestágios. Pode ser consultado emwww.praxisnetwork.eu

ISLA Campus Lisboan Aposta no LinkedIn em detrimento do

e-mailn ELP You – gabinete de apoio aos alunosorientado para a empregabilidade; pro-ximidade com os estudantes e com em-presas para que a comunicação flua deuma melhor forma

n Forum Alpha – evento de fomento aoempreendedorismo

n iExecutive – líderes de empresas dãoconferências direcionadas aos estudan-tes

n Faz parte do programa Laureate, o quepermite aos estudantes ter experiên-cias de mobilidade internacional.

n Active Job Program – laboratório decarreira profissional; gratuito

n Agenda Cultural – promoção de eventosculturais e de iniciativas de volunta-riado.

Faculdade de Ciência e Tecnologia daUniversidade Nova de Lisboan Novo Perfil Curricular – dá destaqueàs soft-skills; consiste em cinco sema-nas em que os estudantes têm oportu-nidade de desenvolver as suas compe-tências.

saídas profissionais

46a48 reportagem ENSP_Layout 1 2/18/13 10:16 AM Page 47

Page 50: Guia do 1º Emprego 2013

guia do 1º emprego 201348

saídas

profis

sion

ais

IADEn Creative Week – integração profissional

de 50 alunos (ajudados por 10 profes-sores); recebem briefings reais de umaempresa e realizam trabalhos emequipa com IPSS, ONG’s ou outras em-presas, com vista a promover as soft-skills.

Universidade de Coimbran Semana da Carreira – Sessões com

profissionais de recrutamento, apre-sentação de entidades empregadoras,testemunhos de antigos alunos da uni-versidade, revisão de CV’s, oficinas deentrevistas de emprego.

n Programa de estágios de verão – du-ração máxima de 140 horas, como meiode promoção de soft-skills.

n Soft-skills Academy – definição de ob-jetivos individuais para procurar “na-morar o emprego”.

Instituto Politécnico de Coimbran IPCer – Projeto de responsabilidade so-

cial e solidariedade.n Academia de empreendedorismo

ISCTE – IULn Plataforma IBS Networking – ambiente

digital onde as empresas e os alunospodem procurar oportunidades profis-sionais.

Faculdade de Psicologia da Universidadede Lisboan “Psicólogos em ação” – alunos visitam

locais de trabalho para que ganhem no-ção do que é o mercado real de trabalho.

n Bolsa de Emprego e Estágio – divulga-ção de formações, bolsas de investiga-ção, ofertas de emprego e estágios.

n Jornadas de empregabilidade – feirade emprego com diversos workshopsdedicados à formação orientada paraa experiência da obtenção do primeiroemprego.

n Aconselhamento e gestão de carreiras– consultas de aconselhamento, apoioe treino de técnicas de procura ativa deemprego.

práticas reveladas ao longo do encontro). Os trabalhos ao longo da tarde foram de-dicados ao debate sobre a importância dasrelações das instituições de ensino superiorcom as empresas que poderão, no futuro,dar emprego aos diplomados dessas facul-dade. Susete Araújo, da Universidade deCoimbra, presidiu à conversa na mesa re-donda e concluiu que “é extraordinaria-mente importante a preocupação que te-mos de ter com as questões da emprega-bilidade”, já que, “até há bem pouco tempo,as universidades eram polos de pura for-mação, extremamente teórica e centradanas questões científicas”.Pouco mais tarde, também as questões li-gadas à mobilidade e estágios internacionaiseram debatidas, dada a relevância dada pe-las empresas à experiência que os jovenspossam ter tido no estrangeiro. Niall Power,da Universidade de Aveiro, liderou a dis-cussão, não deixando de destacar a “opor-tunidade fabulosa” que foi receber na suafaculdade esta iniciativa. “Ficou absoluta-mente claro o sentimento geral de que oencontro foi muito bom e que todos levam

daqui muitas e boas ideias”, observou.Se é verdade que a tarde foi produtiva emtermos de estabelecimento de relações en-tre as várias faculdades, o jantar-convívioainda o foi mais. Pela noite fora, plenos deboa disposição, todos os participantes fi-zeram questão de trocar ou aprofundar maisuma ideia sobre o que pode ser feito paramelhor apoiar os estudantes na sua procurade trabalho.

Dia 2

O dia seguinte começou, madrugador, an-siando por novas conversas que revelassemboas práticas, desta feita na área da pro-moção das soft-skills, já que as competên-cias podem fazer toda a diferença naquiloque define um bom de um excelente cola-borador. Catarina Lisboa, do Instituto Su-perior de Artes e Design, declara que “estepainel deixou novas pistas para a discussão,mas a grande conclusão é que as soft skillsnão são nada soft¸ mas vejo que estamostodos no bom caminho e olho de umaforma muito positiva para o futuro”.

Ainda durante a manhã, foi lançado umdesafio sem precedentes a todos os pre-sentes. Por forma a enfrentar a gigantescataxa de desemprego jovem, a apostar navalorização de novas competências e aidentificar novas profissões e novos mer-cados de trabalho, Rui Marques propôs aformação de um consórcio entre faculda-des de todo o País para que sejam desen-volvidos estudos e conferências, de formaa articular as relações entre a academia eo tecido empresarial. Visto com agrado portodos, alguns não hesitaram em manifestaro seu apoio imediato. Até ao final do anode 2013, a iniciativa Forum “Novas Com-petências para Maior Empregabilidade”estará desenvolvida, tendo como objetivoser comunicada às empresas e obter apli-cação prática entre 2014 e 2020.Antes da despedida, houve ainda tempopara partilhar experiências sobre as melho-res formas de contactar os alunos dandouso às ferramentas digitais, sejam elas as jásimples SMS ou o e-mail, como sites criadoscom esse propósito ou redes sociais comoo Facebook ou o LinkedIn. Após tão frutíferos debates entre os inter-venientes, uma coisa é certa: janeiro de2014 é já data certa para o 3º Encontro Na-cional de Gabinetes de Saídas Profissionais,a realizar-se em Coimbra. É caso para dizerque para o ano há mais!

46a48 reportagem ENSP_Layout 1 2/18/13 10:15 AM Page 48

Page 51: Guia do 1º Emprego 2013

VCK_Layout 1 2/18/13 2:31 PM Page VCK1

Page 52: Guia do 1º Emprego 2013

CK_Layout 1 2/15/13 3:10 PM Page VCK1