Guia do Desafio Sênior

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Transcript of Guia do Desafio Sênior

  • Guia do Desafio Snior

    Este o Guia oficial da UEB Unio dos Escoteiros do Brasil para Guias e Seniores, conforme sistema aprovado pelo CAN Conselho de Administrao

    Nacional, e produzido por orientao da Diretoria Executiva Nacional com base na experincia centenria do Movimento Escoteiro no Brasil.

    1 Edio Janeiro de 20113.000 exemplares

    Ilustraes:Muitas ilustraes que aparecem neste Guia foram retiradas, com autorizao, de

    livros produzidos pelo Escritrio Escoteiro Mundial Regio Interamericana. Tambm foram usados desenhos produzidos ou adaptados por Andra Queirolo, Veridiana

    Kotaka e Luiz Cesar Horn, assim como ilustraes em geral que fazem parte do acervo da UEB ou so de domnio pblico.

    Diagramao e Montagem:Andra Queirolo

    Edio:Luiz Cesar de Simas Horn

    Todos os direitos reservados.Nenhuma parte desta publicao poder ser traduzida ou adaptada a nenhum

    idioma, como tambm no pode ser reproduzido, armazenado ou transmitido por nenhuma maneira ou meio, sem permisso expressa da Diretoria Executiva Nacional

    da Unio dos Escoteiros do Brasil.

    Unio dos Escoteiros do BrasilEscritrio Nacional

    Rua Coronel Dulcdio, 2.107Bairro gua Verde

    80250-100 - Curitiba - PRwww.escoteiros.org.br

  • 1Nos ltimos quinze anos a Unio dos

    Escoteiros do Brasil vem investindo na

    atualizao do seu Programa Educativo,

    buscando torn-lo, conceitualmente, o mais

    prximo possvel ao proposto por Baden-

    Powell, considerando a realidade do mundo

    em que vivemos, com um contedo que

    desperte o interesse e produza experincias

    relevantes para contribuir no crescimento

    pessoal dos jovens.

    A partir da implantao de algumas

    propostas foi possvel perceber o impacto,

    os aspectos positivos e as difi culdades,

    permitindo Instituio desenvolver uma

    anlise mais profunda, que nos levou a fazer

    algumas alteraes signifi cativas no sistema

    de progresso oferecido aos jovens, que

    o principal instrumento para direcionar e

    avaliar seu desenvolvimento.

    Nesse importante processo, que comeou

    com um estudo da ento Comisso Nacional

    de Programa de Jovens, somaram-se vrias

    foras da UEB, com a participao efetiva do

    CAN Conselho de Administrao Nacional,

    das Regies Escoteiras, do Escritrio Nacional

    e da nova estrutura da rea de Mtodos

    Educativos que criamos neste mandato.

    Graas a este esforo conjunto, que

    esta Diretoria Executiva Nacional teve a

    satisfao de coordenar, chegamos a um

    resultado totalmente positivo, de tal forma

    que lanamos, em abril de 2010, os quatro

    livros necessrios para aplicao no Ramo

    Escoteiro, e agora estamos lanando o Guia

    do Desafi o Snior, destinados s Guias e

    aos Seniores, bem como os livro de bolso

    Ramo Snior em Ao (para os jovens), e

    Escotistas em Ao Tropa Snior (para

    os chefes).

    Mais uma vez agradecemos a todos que

    contriburam, de uma forma ou outra, para

    alcanarmos este momento. Estamos certos

    de que este passo ter um importante refl exo

    no futuro da Unio dos Escoteiros do Brasil,

    para torn-la cada vez melhor e com maior

    capacidade de realizar a sua misso.

    Mensagem

    Sempre Alerta Para Servir

    Rubem Tadeu C. Perlingeiro

    Diretor Presidente Marco A. Romeu Fernandes

    Diretor 1 Vice-Presidente Renato Bini

    Diretor 2 Vice-Presidente

  • 2 3

    Se voc est lendo este texto porque j

    venceu uma fase, o Perodo Introdutrio,

    recebeu seu primeiro distintivo de

    Progresso,e j fez ou est prestes a fazer sua

    Promessa Escoteira.

    Naturalmente, ao

    aproximar-se do fi nal

    do Perodo Introdutrio,

    voc teve uma boa

    conversa com a sua Chefi a

    de Tropa, na qual fi cou

    decidido que voc est

    na Etapa de Progresso

    ESCALADA, ou que

    voc j pode ingressar

    na Etapa de Progresso

    CONQUISTA ou na

    Etapa de Progresso

    AZIMUTE

    Agora queremos

    explicar um pouco mais

    sobre o desafi o que

    voc est comeando e

    o que isso representar

    na sua vida.

    Progredir seguir em frente, ultrapassar

    obstculo, crescer, aprender... A nossa

    Progresso Pessoal o caminho escolhido

    para seguir sempre em frente. Este Guia

    servir para voc explorar seus limites,

    marcando cada conquista e ajudando a

    preparar o seu prprio caminho.

    Passo a passo nossa jornada nos levar de

    onde estamos at onde desejamos chegar.

    chegada a hora de viver a sua prpria

    aventura, mas mais do que isso descobrir

    seus prprios limites, superando os seus

    desafi os.

    Nossa jornada comea quando buscamos

    novos desafi os, explorando nossos limites.

    Aps uma longa travessia nada melhor

    que encarar uma desafi ante ESCALADA

    pelos desafi os do Ramo Snior.

    atravs das atividades desafi adoras

    que voc se conhecer melhor, aceitar

    e aprimorar suas caractersticas pessoais

    auxiliando-os assim na CONQUISTA

    mais importante, a CONQUISTA de sua

    identidade.

    Consciente de si mesmo, voc agora

    superar limites ainda maiores, onde ganhar

    mais experincia, tornando-se capaz de

    traar seu prprio AZIMUTE,estabelecendo-

    se assim metas de onde voc quer chegar no

    futuro.

    Como usar este Guia

    Neste Guia do desafi o snior encontram-

    se os conjuntos de atividades que voc

    dever realizar para o avano nas Etapas:

    Escalada, Conquista e Azimute, e que esto

    divididos em seis reas de desenvolvimento:

    fsico, intelectual, carter, afetivo, social e

    espiritual.

    Como voc ver, existem 32 conjuntos de

    atividades, e aps cada conjunto existe um

    contedo - orientaes, conhecimentos e

    exemplos para ajud-los a realiz-las.

    Nossa proposta de que, para passar da

    Etapa Escalada para a Etapa Conquista,

    sejam realizadas 1/3 das atividades do guia.

    O prximo desafi o ser passar da Etapa

    A Sua Progresso Pessoal

    O Guia do Desafi o Snior uma publicao

    dirigida aos jovens de 15 a 17 anos, Guias

    e Seniores, que tero a oportunidade de

    vivenciar muitas atividades e aventuras

    inesquecveis com seu grupo de amigos.

    Ao mesmo tempo, superando os desafi os

    que aparecem nesta etapa da vida, podero

    aprender muito e desenvolver importantes

    habilidades que sero teis por toda a vida,

    inclusive cultivando atitudes e valores que

    nos tornam pessoas melhores a cada dia.

    Concluir o material de apoio ao Programa

    Educativo era um sonho que est se

    tornando realidade, desde o lanamento dos

    livros do Ramo Escoteiro, em abril de 2010,

    e que avana com a publicao da literatura

    do Ramo Snior. E foi graas ao esforo

    de muitos Escotistas e Dirigentes de todo

    o Brasil, e dos profi ssionais do Escritrio

    Nacional, a quem a UEB agradece, que foi

    possvel chegar at aqui.

    claro que ainda podemos aprimorar o

    Guia, j que, a cada nova edio, queremos

    introduzir as modifi caes necessrias.

    Portanto, envie suas sugestes para melhorar

    o trabalho para o e-mail - ueb.ramosenior@

    escoteiros.org.br - pois a sua opinio e

    participao sero muito bem vindas!

    Finalmente, importante dizer que existem

    outras publicaes disponveis para o Ramo

    Snior. Conhea o Ramo Snior em Ao,

    cujo dowload pode ser feito a partir da

    pgina da UEB na internet ou, se preferir,

    pode ser adquirido nas lojas escoteiras.

    Trata-se de um importante instrumento de

    apoio para o seu dia-a-dia de atividades

    escoteiras e vai ajudar a acompanhar o seu

    desenvolvimento pessoal.

    Os adultos tambm possuem duas

    publicaes dedicadas especialmente a eles:

    o Manual do Escotista do Ramo Snior

    e o Escotistas em Ao Ramo Snior.

    Com o uso dos materiais disponibilizados a

    dinmica das Tropa do Ramo Snior fi caro

    cada vez mais interessantes e educativas.

    Desejo que tenham timas atividades, que

    aprendam muito e sejam muito felizes.

    Apresentao

    Sempre Alerta!

    Alessandro Garcia Vieira

    Diretor de Mtodos Educativos

  • 4Conquista para a Etapa Azimute, e para

    isso ser necessrio conquistar mais 1/3 das

    atividades sugeridas.

    Para a conquista do Escoteiro da Ptria,

    alm dos outros itens obrigatrios voc

    dever conquistar todas as atividades

    sugeridas neste guia.

    Para os seniores de Tropas do Mar e do

    Ar, alm desses 32 conjuntos, existe um a

    mais, especfi co da Modalidade, que deve

    funcionar da mesma maneira, ou seja, 1/3 na

    etapa de escalada e 1/3 na etapa de conquista

    e mais 1/3 para conquista do Escoteiro da

    Ptria.Mas, os seniores que no so de

    modalidade tambm podem se interessar

    por alguma atividade desses conjuntos, e

    no h nenhuma restrio a que acrescentem

    suas habilidades, conhecimentos e atitudes.

    Como cada pessoa diferente das demais,

    e com habilidades maiores ou menores

    nos diferentes campos de ao do ser

    humano, eventualmente voc poder ter

    uma difi culdade maior em uma ou outra

    atividade, assim como, seguramente, ter

    facilidade em realizar outras.

    Nos casos de difi culdades no hesite em pedir

    ajuda ao seu Monitor e seus companheiros

    de Patrulha, e tambm procure seus Chefes

    da Tropa para receber orientaes e negociar

    a melhor forma de realizar estas atividades.

    Nas situaes inversas, quando voc percebe

    que tem muita facilidade para realizar uma

    atividade, tambm pode negociar com seus

    Chefes alguma forma de tornar seu desafi o

    mais atraente, inclusive sugerindo novas

    atividades.

    V marcando, no Guia, as atividades

    que voc entender que est realizando, e

    no momento adequado, quando sentar-

    se para discutir sua progresso com seus

    companheiros de Patrulha e depois, com seu

    Chefe, apresente aquilo que voc entende

    que progrediu, e na conversa com seu Chefe

    defi na quais os itens que sero considerados

    concludos.

    Desejamos que nestas etapas de Desafi os

    voc consiga realizar boas e produtivas

    atividades, desenvolvendo-se em todas as

    reas como um bom Snior/Guia e como

    pessoa. E que este seu Guia seja um timo

    companheiro e que o ajude a superar os seus

    desafi os!

  • 5DesenvolvimentoFSICO

    Convidamos voc a ser responsvel do cuidado com seu corpo, respeit-lo e respeitar o corpo dos outros.

    Praticar esportes e levar uma vida saudvel; conhecer e reconhecer as possibilidades fsicas de

    homens e mulheres; cuidar da sua sade, valorizar e cuidar de sua imagem corporal; controlar seus

    impulsos e foras; cuidar e administrar o seu tempo; e conviver com a natureza.

    Habitantes das guas, origem das formas primrias de existncia, o peixe smbolo de vida e representa a natureza fsica que sustenta nossa personalidade.

    Imagem encontrada em uma vasilha peruana pr-colombiana.

  • Conhecer os limites normais de presso arterial, pulso e temperatura e saber como podem mudar devido a doena ou leso. Conhecer 3 pontos de verifi cao de pulsao e saber quando utilizar cada um. 1

    Saber identifi car a existncia de fraturas (internas e externas), entorses e luxaes, conhecendo seus tratamentos e socorro de urgncia.

    Conhecer os sintomas e tratamento de urgncia de: estado de choque, traumatismo craniano e hemorragia (interna e externa).

    Conhecer os principais sintomas e tratamento de urgncia para: picadas de animais venenosos e envenenamentos.

    Explicar como agir e como evitar casos de insolao, desidratao e queimaduras.

    Compreender a importncia de se manter imvel uma pessoa suspeita de fratura na coluna vertebral, bacia e costelas. Saber aplicar controle cervical e imobilizao alternativa e conhecer meios de transporte improvisados e de urgncia para acidentados em trilhas.

    Compreender a importncia de reconhecer e tratar rapidamente uma parada cardiorespiratria sabendo aplicar corretamente as tcnicas de reanimao cardiopulmonar (RCP).

    Pesquisar e apresentar o resultado do trabalho Seo, sobre um dos temas a seguir:

    a) Anorexia Nervosa,

    b) Perigos do uso de anabolizantes,

    c) lcool e direo.

    Identifi car as doenas sexualmente transmissveis (DST) comuns e respectivas formas de preveno. Ser capaz de identifi car comportamentos de risco e de tomar as devidas aes preventivas.

    Identifi car 3 drogas (dentre as quais uma estimulante, uma depressora e uma perturbadora) e explicar seus efeitos no organismo e os riscos associados.

    8 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 9Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Os sinais vitais pulso, presso e temperatura

    O corao um msculo que funciona como bomba, impulsionando o sangue para que alcance todo o corpo e retorne ao corao, passando na volta pelos pulmes

    para receber oxignio (e liberar o gs carbnico). Para isso o corao faz movimentos ritmados de contrao, que so as batidas, que

    acontecem normalmente de 60 a 80 vezes por minuto, impulsionando neste tempo de 5 a 6 litros de sangue. As artrias - so os

    vasos por onde o sangue, rico em oxignio, impulsionado a partir do corao, e que esto distribudas como uma grande rede de abastecimento por todo o corpo.

    As veias - so os vasos sanguneos que trazem o sangue, agora com gs carbnico, de volta ao corao, passando antes pelos pulmes. Assim como as artrias, elas formam uma enorme rede.

    PULSOA pulsao a expanso rtmica das

    artrias, produzida pelo bombeamento do sangue pelo corao. Assim, a pulsao uma forma de medir a freqncia de batimentos do corao. A pulsao deve ser tomada em qualquer artria superfi cial que se possa comprimir, e os principais pontos so:

    6

    s

    o a o

    e

    s s

    s o o e r e s

    No pescoo (pulso carotdeo)

    Na testa (pulso temporal)

    Na parte interna do brao (pulso umeral)

    Na parte interna da dobra do cotovelo (pulso cubital)

    No dorso do p (pulso pdio)

    No pulso prximo da mo (pulso radial)

    Na virilha (pulso femoral)

    Na glndula mamria esquerda dos bebs (pulso apical)

    Os que se usam com mais freqncia so o pulso radial e o pulso carotdeo.

    Para medir o pulso pressione sobre a artria com os dedos indicador, mdio e anelar. No apalpe com o dedo polegar porque o pulso deste dedo mais perceptvel e pode confundir. No faa demasiada presso porque no perceber adequadamente o pulso. Utilizando um relgio com medidor de segundos, realize o controle durante um minuto completo (ou durante trinta segundos e multiplique por dois), para obter o total de batidas por minuto.

    Normalmente a freqncia cardaca do ser humano, em repouso, est entre dentro dos seguintes parmetros:

    Circulao Arterial Circulao Venal

    Recm nascidos: de 100 a 160 batimentos por minuto;

    Crianas de 1 a 10 anos: de 70 a 120 batimentos por minuto;

    Crianas acima de 10 anos e adultos: de 60 a 100 batimentos por minuto

    Atletas bem treinados: de 40 a 60 batimentos por minuto

    sangue para que ele v para frente. Esta capacidade necessria para que o sangue consiga chegar aos locais mais distantes, como a ponta dos ps, por exemplo.

    A medida da Presso Arterial refere-se exatamente a presso que o volume de sangue exerce contra a parede das artrias. A presso medida em duas unidades: a presso sistlica (mxima), que acontece quando o corao impulsiona o sangue (ou seja, ao bater), e a presso diastlica (mnima), que acontece no intervalo das batidas, quando o sangue fl ui sem o impulso da batida do corao. por isso que a verifi cao da presso sempre ser feita em dois nmeros, que equivalem a presso sistlica (ou mxima) e a presso diastlica (ou mnima).

    Quando se faz esforos, movimentos ou exerccios a freqncia cardaca ultrapassa os 100 batimentos por minuto, mas, ao cessar a atividade o corao deve retornar ao ritmo normal. Se esta acelerao, que chamamos de taquicardia, persistir, isto pode signifi car algum problema de sade, e merece ateno mdica. Por outro lado, quando acontece a bradicardia, ou seja,o corao bate menos do que 60 vezes por minuto, tambm sinal de problema e um mdico deve ser procurado.

    PRESSO ARTERIAL As paredes das artrias so fl exveis, se

    expandem e se contraem ao passar o sangue, como que se estivessem espremendo o

    10 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 11Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Tabela de Valores Mdios Normais de Presso Arterial

    Signifi cam uma medida de presso calibrada em milmetros de mercrio (mmHg).

    IDADE EM ANOS

    PRESSO ARTERIAL EM MMHG

    4 85/60

    6 95/62

    10 100/65

    12 108/67

    16 118/75

    Adulto 120/80

    Idoso 140-160/90-100

    A presso pode ser alterada pela variao do volume ou viscosidade (espessura) do sangue, da freqncia cardaca (batimentos cardacos por minuto) e da elasticidade dos vasos.

    A presso arterial medida por um aparelho chamado de esfi gmomanmetro ou tensimetro, popularmente chamado de manguito, com o auxlio de um estetoscpio. O local mais comum para esta verifi cao no brao, usando a artria braquial como local para auscultar a artria.

    Os Problemas que Podem Acontecer com Alterao da

    Presso

    SISTLICA DIASTLICA Nvel

    130 85 Normal

    130-139 85- 89 Normal limtrofe

    140 -159 90 - 99 Hipertenso leve

    160-179 100-109 Hipertenso moderada

    > 179 > 109 Hipertenso grave

    > 140 >90Hipertenso sistlica ou

    mxima

    No Brasil 10 a 15% da populao hipertensa, e a maioria das pessoas desconhece que so portadoras de hipertenso. A hipertenso arterial uma doena crnica que, quando no tratada e controlada adequadamente, pode levar a complicaes que podem atingir outros rgos e sistemas.

    A TEMPERATURA DO CORPO HUMANO

    Chama-se de termorregulao o mecanismo fi siolgico que mantm o corpo na temperatura de funcionamento ideal. Isso muito importante, j que a temperatura afeta as reaes qumicas e suas alteraes podem signifi car grandes problemas.

    Em humanos a temperatura corporal mdia de 36.8 C, embora ela varie entre as pessoas e durante o dia. A menor temperatura corporal ocorre prximo de duas horas antes do despertar (em geral s 4 horas da madrugada), e a maior normalmente entre 16h e 18h, mas fatores como idade, alimentao, processos fi siolgicos ou a temperatura do ambiente podem afetar a temperatura corporal.

    Febre e hipertermiaA febre uma reao do organismo,

    fazendo com que o ponto de regulao da temperatura seja elevado. Na maioria das vezes uma resposta s infeces. Entendem-se como indicadores de febre quando a temperatura retal for acima de 38 C e a temperatura axilar ou oral for acima de 37,5 C.

    A febre pode provocar diminuio da capacidade cardaca, e deve preocupar quando ocorrer comprometimento da atividade pulmonar ou ultrapassar os 41,7 C.

    Como sintomas a febre pode desencadear convulso em crianas, dor muscular, irritabilidade, mal-estar, entre outros.

    Sempre que possvel deve-se procurar ajuda mdica, mas os cuidados incluem deixar a pessoa confortvel, agasalhando se tiver frio

    e cobrindo se tiver calor, oferecendo bastante lquido para beber e, em caso de persistir a febre, dar banhos com gua na temperatura do corpo (de 36 a 37 C).

    J a hipertermia um descontrole do sistema que controla a temperatura, e quando ela alcana 40 C ou mais se deve encarar como uma emergncia mdica que pode ser fatal. Sintomas comuns incluem dor de cabea, confuso e fadiga.

    Deve-se procurar ajuda mdica, mas enquanto se espera o tratamento da hipertermia comea por resfriar e hidratar o corpo, retirando a pessoa de local quente ou exposto ao sol, colocando-a em local mais fresco, fazendo-a beber gua, remover sua roupa e sent-la em frente a um ventilador. Banho em gua fria certamente vai ajudar.

    Temperatura corporal baixa ou hipotermia

    A hipotermia caracterizada pela queda da temperatura normal do organismo, que 37C, para valores abaixo de 35C, geralmente decorrente de exposio ao ar frio ou gua gelada. Os sintomas mais comuns de hipotermia so tremores, esfriamento das mos e ps, dormncia nos membros, pouca energia, difi culdade em respirar, pulsao lenta, inchao na face, perda de controle da bexiga. Em estgios mais avanados a hipotermia causa perda de memria, perda de controle dos membros superiores e inferiores, perda dos sentidos, perda da pulsao e pupilas dilatadas.

    Os principais procedimentos para restabelecer a temperatura corporal so:

    12 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 13Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • massagens vigorosas no corpo; ingesto de bebidas quentes; colocar a vtima em lugar e roupa seca; deitar encostado vtima, uma vez que a transmisso de calor vinda de outro corpo ajuda a aquecer e melhorar de forma rpida a temperatura corporal da vtima. Jamais deve ser dada bebida alcolica vtima, pois elas provocam uma sensao instantnea de aquecimento, porm, reduzem a temperatura do corpo. Em casos mais graves devem ser chamados os servios mdicos.

    Mtodos de medio da temperatura corporal

    A temperatura corporal depende da parte do corpo onde ela medida. A medio geralmente feita na boca, ouvido, nus ou axilas. Nas mulheres tambm se pode usar a vagina. A temperatura mdia durante o dia em adolescentes e adultos saudveis :

    Temperatura no nus (ou retal), vagina ou ouvido: em torno de 37,6 C.

    Temperatura na boca (oral): em torno de 36,8 C.

    Temperatura nas axilas: em torno de 36,4 C.

    Usando o termmetro de mercrio

    Limpe o termmetro com uma gaze embebida em lcool e seque-o completamente. Com o polegar e o indicador, segure-o pelo lado oposto ponta de mercrio. Ento, faa movimentos bruscos

    para baixo com o pulso para assentar o mercrio. Antes de usar confi rme se a faixa prateada est na linha dos 35 C.

    Verifi cando a temperatura oral: Coloque o termmetro embaixo da lngua, bem para trs. Alerte ao paciente que no deve morder o termmetro nem mant-lo prximo aos dentes (pois isso pode afetar a medio). Aguarde de 4 a 5 minutos, o tempo ideal para registrar a temperatura correta, e ento remova o termmetro e leia-o, mantendo-o na altura dos olhos. A temperatura ser aquela onde coincidir a marca prateada com a graduao.

    Verifi cando a temperatura axilar: Posicione o bulbo embaixo de uma das axilas e cruze o brao do paciente em cima do peito. Remova o termmetro aps 10 minutos e faa a leitura como no caso anterior.

    Usando o termmetro digital Tambm til para verifi car a temperatura

    oral. Aps remov-lo da capa protetora, posicione-o embaixo da lngua, bem atrs. Aguarde pelo menos 45 segundos, remova-o e leia os nmeros na tela esta a indicao da temperatura. Limpe o aparelho de acordo com o manual de instrues e guarde-o na respectiva caixa.

    ue-o ar e ado rio. scos

    Temde 36,4

    Usame

    Lgacoo

    14 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 15Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Leses traumato-ortopdicas

    O sistema locomotor do corpo humano todo sustentado e articulado pelos ossos, que tambm tem a funo de proteger certas partes do corpo, e pode ser afetada por leses traumticas ou por doenas. Qualquer dos casos merece cuidados mdicos, mas as leses traumticas podem assumir propores desastrosas se no atendidas com o primeiro socorro adequado.

    As aes de primeiros socorros, de modo geral, destinam-se em preparar o paciente para o atendimento especializado e aliviar as dores. Na maioria dos casos a conduta

    mais importante a imobilizao da parte afetada, que sufi ciente para diminuir a dor e criar condies favorveis cura da leso.

    ENTORSES

    menor conforme a contrao muscular ao redor da leso.

    A primeira providncia impedir os movimentos da pessoa, e depois:

    Aplicar gelo ou compressas frias durante as primeiras 24 horas.

    Aps este tempo aplicar compressas mornas.

    Imobilizar o local como nas fraturas. A imobilizao dever ser feita na posio que for mais cmoda para o acidentado.

    So leses dos ligamentos das articulaes, que esticam alm de sua amplitude normal. Quando ocorre entorse h uma distenso dos ligamentos, mas no h o deslocamento completo dos ossos da articulao.

    As formas graves produzem perda da estabilidade da articulao, s vezes acompanhada por luxao. Os locais onde ocorre mais comumente so as articulaes do tornozelo, ombro, joelho, punho e dedos.

    As causas mais freqentes da entorse so violncias como puxes ou rotaes, que foram a articulao. Uma entorse geralmente conhecida por torcedura ou mau jeito. Aps sofrer uma entorse, o indivduo sente dor intensa ao redor da articulao atingida, difi culdade de movimentao, que poder ser maior ou

    LUXAO

    ortopdicas. Os primeiros socorros limitam-se aplicao de bolsa de gelo ou compressas frias no local afetado e imobilizao da articulao, preparando o acidentado para o transporte.

    A imobilizao e enfaixamento das partes afetadas por luxao devem ser feitas da mesma forma que se faz para os casos de entorse. A manipulao das articulaes deve ser feita com extremo cuidado e delicadeza, levando-se em considerao, inclusive, a dor intensa que o acidentado estar sentindo.

    O acidentado dever ser mantido em repouso, na posio que lhe for mais confortvel at a chegada de socorro especializado ou at que possa ser realizado o transporte adequado para atendimento mdico.

    FRATURAS uma interrupo na continuidade do

    osso. Constituem uma emergncia traumato-ortopdica que requer boa orientao de atendimento, calma e tranqilidade por parte de quem for socorrer e transporte adequado.

    As fraturas ocorrem, geralmente, devido queda, impacto ou movimento violento com esforo maior que o osso pode suportar, mas fato que o envelhecimento e determinadas doenas sseas (osteoporose) aumentam o

    So leses em que a extremidade de um dos ossos que compem uma articulao deslocada de seu lugar. O dano a tecidos moles pode ser muito grave, afetando vasos sanguneos, nervos e cpsula articular. So estiramentos mais ou menos violentos, cuja conseqncia imediata provocar dor e limitar o movimento da articulao afetada. As articulaes mais atingidas so o ombro, cotovelo, articulao dos dedos e mandbula.

    Para identifi car uma luxao devem-se observar as seguintes caractersticas:

    Dor intensa no local afetado (a dor muito maior que na entorse), geralmente afetando todo o membro cuja articulao foi atingida.

    Edema (inchao). Impotncia funcional. Deformidade visvel na articulao.

    Podendo apresentar um encurtamento ou alongamento do membro afetado.

    O tratamento de uma luxao (reduo) atividade exclusiva de pessoal especializado em atendimento a emergncias traumato-

    16 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 17Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • risco de fraturas, que podem ocorrer mesmo aps traumatismos banais.

    A pessoa que for prestar os primeiros socorros deve ser muito hbil na avaliao e deciso da conduta a ser tomada nestes casos. Aqui, a dor do acidentado e as leses secundrias resultantes do traumatismo so mais graves e perigosas do que nos outros casos de emergncias ortopdicas. As seqelas nas fraturas podem ocorrer com maior probabilidade e gravidade. A imobilizao deve ser cuidadosa; as leses secundrias, atendidas com redobrada ateno, e o transporte para atendimento mdico s poder ser feito dentro de padres rigorosos.

    Suspeita-se de fratura ou leses articulares quando houver:

    Dor intensa no local e que aumente ao menor movimento.

    Edema (inchao) local. Crepitao ao movimentar (som parecido

    com o amassar de papel).Hematoma (rompimento de vasos, com

    acmulo de sangue no local) ou equimose (mancha de colorao azulada na pele e que aparece horas aps a fratura).

    Paralisia (leso de nervos). As fraturas podem se classifi cadas de acordo

    com sua exteriorizao e com a leso no osso afetado. Embora existam vrias defi nies, o mais importante saber que existem Fraturas Internas e Fraturas Expostas.Fratura Fechada ou Interna - So as fraturas nas quais os ossos quebrados permanecem no interior do membro sem perfurar a pele. Poder, entretanto romper um vaso sanguneo ou cortar um nervo.

    Fratura Aberta ou Exposta - So as fraturas em que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma de suas partes, que pode ser produzida pelos prprios fragmentos sseos ou por objetos penetrantes. Este tipo de fratura

    pode causar infeces.O socorro de urgncia deve

    procurar seguir os pontos abaixo:

    Observar o estado geral do acidentado, procurando leses mais graves com ferimento e hemorragia.

    Acalmar o acidentado. Ficar atento para prevenir o estado de

    choque.Controlar eventual hemorragia e cuidar

    de qualquer ferimento, com curativo, antes de proceder a imobilizao do membro afetado.

    Imobilizar o membro, procurando coloc- lo na posio que for menos dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possvel. importante salientar que imobilizar signifi ca tirar os movimentos das juntas acima e abaixo da leso.

    Trabalhar com muita delicadeza e cuidado. Toda ateno pouca; os menores erros podem gerar seqelas irreversveis.

    Usar talas, caso seja necessrio. As talas iro auxiliar na sustentao do membro atingido.

    As talas tm que ser de tamanho sufi ciente para ultrapassar as articulaes acima e abaixo da fratura.

    Para improvisar uma tala pode-se usar qualquer material rgido ou semi-rgido como: tbua, madeira, papelo, revista enrolada ou jornal grosso dobrado.

    O membro atingido deve ser acolchoado com panos limpos, camadas de algodo ou gaze, procurando sempre localizar os pontos de presso e desconforto.

    Prender as talas com ataduras ou tiras de pano, apert-las o sufi ciente para imobilizar a rea, com o devido cuidado para no provocar insufi cincia circulatria.

    Fixar em pelo menos quatro pontos: acima e abaixo das articulaes e acima e abaixo da fratura.

    Sob nenhuma justifi cativa deve-se tentar recolocar o osso fraturado de volta no seu eixo. As manobras de reduo de

    qualquer tipo de fratura s podem ser feitas por pessoal mdico especializado. Ao imobilizar um membro que no pde voltar ao seu lugar natural, no forar seu retorno.

    A imobilizao deve ser feita dentro dos limites do conforto e da dor do acidentado.

    No deslocar, remover ou transportar o acidentado de fratura, antes de ter a parte afetada imobilizada corretamente. A nica exceo a ser feita para os casos em que o acidentado corre perigo iminente de vida. Mas, mesmo nestes casos, necessrio manter a calma, promover uma rpida e precisa anlise da situao, e realizar a remoo provisria com o mximo de cuidado possvel, atentando para as partes do acidentado

    18 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 19Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • ESTADO DE CHOQUEO choque um complexo grupo de

    sndromes cardiovasculares agudas que no possui uma defi nio nica que compreenda todas as suas diversas causas e origens. Didaticamente, o estado de choque se d quando h mal funcionamento entre o corao, vasos sangneos (artrias ou veias) e o sangue, instalando-se um desequilbrio no organismo.

    Cuidados muito especiais com vtimas de acidentes

    Choque Hipovolmico - o choque que ocorre devido reduo do volume intravascular por causa da perda de sangue, de plasma ou de gua perdida em diarria e vmito.

    Choque Cardiognico - Ocorre na incapacidade de o corao bombear um volume de sangue sufi ciente para atender s necessidades metablicas dos tecidos.

    Choque Septicmico - Pode ocorrer devido a uma infeco sistmica.

    Choque Anafi ltico - uma reao de hipersensibilidade sistmica, que ocorre quando um indivduo exposto a uma substncia qual extremamente alrgico.

    Choque Neurognico - o choque que decorre da reduo do tnus vasomotor normal por distrbio da funo nervosa. Este choque pode ser causado, por exemplo, por transeco da medula espinhal ou pelo uso de medicamentos, como bloqueadores ganglionares ou depressores do sistema nervoso central.

    O choque uma grave emergncia mdica. O correto atendimento exige ao rpida e imediata. Vrios fatores predispem ao choque. Com a fi nalidade de facilitar a anlise dos mecanismos, considera-se especialmente para estudo o choque hipovolmico, por ter a vantagem de apresentar uma seqncia bem defi nida. H vrios tipos de choque:

    O reconhecimento da iminncia de choque de importncia vital para o salvamento da vtima. Muitas vezes difcil este reconhecimento, mas podemos notar algumas situaes predisponentes ao choque

    e adotar condutas para evit-lo ou retard-lo. De uma maneira geral, a preveno consideravelmente mais efi caz do que o tratamento do estado de choque.

    Causas Principais do Estado de

    Sintomas

    Choque

    Hemorragias intensas (internas ou externas)

    Queimaduras graves

    EnvenenamentosInfarto

    Taquicardias

    Bradicardias

    Processos infl amatrios do corao

    Traumatismos do crnio e traumatismos graves de trax e abdmen

    AfogamentoChoque eltrico Picadas de animais

    peonhentos

    Exposio a extremos de calor e frioSepticemia

    Pele plida, mida, pegajosa e fria.

    A vtima de estado de choque ou na iminncia de entrar em choque apresenta, geralmente, os seguintes sintomas:

    Cianose (arroxeamento) de extremidades, orelhas, lbios

    e pontas dos dedos.

    Suor intenso na testa e palmas das mos.

    Fraqueza geral.Pulso rpido e fraco.

    Sensao de frio, pele fria e calafrios.

    Respirao rpida, curta, irregular ou muito difcil.

    Expresso de ansiedade ou olhar indiferente e profundo com pupilas

    dilatadas, agitao.

    Medo (ansiedade). Sede intensa.

    Viso nublada. Nuseas e vmitos.

    Respostas insatisfatrias a estmulos externos.

    Perda total ou parcial de conscincia. Taquicardia

    20 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 21Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • DEITAR A VTIMA: A vtima deve ser deitada de costas. Afrouxar as

    roupas no pescoo, peito e cintura e, em seguida, verifi car se h presena de prtese dentria, objetos ou alimento na boca e os retirar.

    Os membros inferiores devem fi car elevados em relao ao corpo. Isto pode ser feito colocando-os sobre uma almofada, cobertor dobrado ou qualquer outro objeto. Este procedimento deve ser feito apenas se no houver fraturas desses membros; ele serve para melhorar o retorno sanguneo e levar o mximo de oxignio ao crebro. No erguer os membros inferiores da vtima a mais de 30 cm do solo. No caso de ferimentos no trax que difi cultem a respirao ou de ferimento na cabea, os membros inferiores no devem ser elevados.

    No caso de a vtima estar inconsciente, ou se estiver consciente, mas sangrando pela boca ou nariz, deit-la na posio lateral de segurana (PLS), para evitar asfi xia.

    RESPIRAO: Verifi car quase que

    simultaneamente se a vtima respira. Deve-se estar preparado para iniciar a respirao boca a boca, caso a vtima pare de respirar.

    Dependendo do estado geral e da existncia ou no de fratura, a vtima dever ser deitada da melhor maneira possvel. Isso signifi ca observar se ela no est sentindo frio e perdendo calor. Se for preciso, a vtima deve ser agasalhada com cobertor ou algo semelhante, como uma lona ou casacos.TRANQUILIZAR A VTIMA:

    PULSO: Enquanto as providncias j

    indicadas so executadas, observar o pulso da vtima. No choque o pulso da vtima apresenta-se rpido e fraco (taquisfi gmia).CONFORTO:

    Se o socorro mdico estiver demorando, tranqilizar a vtima, mantendo-a calma sem demonstrar apreenso quanto ao seu estado. Permanecer em vigilncia junto vtima para dar-lhe segurana e para monitorar alteraes em seu estado fsico e de conscincia.

    Em todos os casos de reconhecimento dos

    Preveno do ChoqueAlgumas providncias podem ser tomadas para evitar o estado de choque, principalmente

    porque, infelizmente, no h muitos procedimentos de primeiros socorros a serem tomados para tirar a vtima do choque.

    sinais e sintomas de estado de choque, providenciar imediatamente assistncia especializada. A vtima vai necessitar de tratamento complexo que s pode ser

    feito por profi ssionais e recursos especiais para intervir nestes casos

    TRAUMATISMO CRANIANOO traumatismo craniano uma causa

    importante de incapacidade e morte. Nos pases ocidentais, o traumatismo a causa mais comum de morte em pacientes com menos de 45 anos de idade. Metade das vtimas morre em conseqncia de traumatismo craniano, e com freqncia os sobreviventes fi cam incapacitados. As causas do traumatismo craniano so as quedas, agresses e, principalmente, os acidentes com veculos automotores, responsveis por um quarto dos casos.

    O traumatismo craniano pode levar a

    uma breve perda da conscincia ou, nos casos mais graves, comprometer o crebro em conseqncia de uma leso diretamente neste rgo, seja no local do trauma ou no oposto, na chamada leso em contragolpe. Tambm pode haver leso cerebral secundria, decorrente de edema (inchao) cerebral, o que eleva a presso intracraniana e pode produzir graves problemas.

    HEMORRAGIAS a perda de sangue atravs de ferimentos,

    pelas cavidades naturais como nariz, boca, etc., mas tambm pode ser tambm, interna, resultante de um traumatismo.

    As hemorragias podem ser classifi cadas inicialmente em arteriais e venosas, e, para fi ns de primeiros socorros, em internas e

    Sintomas: Na sequncia de uma pancada no crnio, surgem sinais de comoo: a vtima fi ca atordoada,

    pode desmaiar momentaneamente, perder a memria sobre as circunstncias do acidente ou fi car agitada. Pode sobrevir uma cefaleia mais ou menos intensa. A perda de conscincia pode chegar ao coma profundo com perturbaes neurolgicas graves, necessitando de meios de reanimao imediatos.

    Cuidados:Deite a vtima de lado, devagar, e procure faz-la descansar. Evite qualquer movimento ou transporte mais pequena dor na parte de trs da cabea

    e no pescoo.Cubra a pessoa, se ela estiver com frio. Nunca desloque uma pessoa acidentada que no responde s perguntas ou tem difi culdade

    em respirar. Chame os bombeiros ou outro servio de emergncia.

    externas.Hemorragias Arteriais : aquela

    hemorragia em que o sangue sai em jato pulstil e se apresenta com colorao vermelho vivo.

    Hemorragias Venosas : aquela hemorragia em que o sangue mais escuro e

    22 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 23Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Quantidade de sangue perdido Alteraes

    Perdas de at 15% (aproximadamente 750 ml em

    adultos)

    Geralmente no causam alteraes. So totalmente compensadas pelo corpo. Ex. doao de sangue

    Perdas maiores que 15% e menores que

    30% (aproximadamente 750 a 1.500 ml)

    Geralmente causam estado de choque, ansiedade, sede, taquicardia (com freqncia cardaca entre 100-20/

    min.), pulso radial fraco, pele fria, palidez, suor frio, freqncia respiratria maior que 20/min. e enchimento

    capilar lentifi cado (maior que 2 seg.).

    Perdas acima de30%(maiores que 1.500 ml)

    Levam ao choque descompensado com hipotenso, alteraes das funes mentais, agitao, confuso ou

    inconscincia, sede intensa, pele fria, palidez, suor frio, taquicardia superior a 120/min., pulso radial ausente (queda da presso arterial), taquipnia importante e

    enchimento capilar lento.

    Perdas de mais de 50% do volume sanguneo Choque irreversvel, parada crdio-respiratria e morte

    sai continuamente e lentamente, escorrendo pela ferida.

    Hemorragia Externa : aquela na qual o sangue eliminado para o exterior do organismo, como acontece em qualquer ferimento externo, ou quando se processa nos rgos internos que se comunicam com o exterior, como o tubo digestivo, ou os pulmes ou as vias urinrias.

    Hemorragia Interna : aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade pr-

    formada do organismo, como o peritoneu, pleura, pericrdio, meninges, cavidade craniana e cmara do olho.

    Hemorragias graves no tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de choque e morte. A gravidade varia de acordo com a quantidade perdida de sangue, velocidade do sangramento, estado prvio de sade e idade do acidentado. Quanto maior a quantidade perdida, mais grave ser a hemorragia.

    A hemorragia recebe nomes conforme o lugar onde se manifesta ou o aspecto onde se apresenta. Tem basicamente duas causas, espontnea ou traumtica. No caso da espontnea, geralmente o sinal de alarme de uma doena grave. A hemorragia causada por traumatismo a mais comum e, dependendo da sua intensidade e localizao, o mais indicado levar o acidentado a um hospital. Porm, em certos casos, pode-se ajudar o acidentado, tomando atitudes

    especfi cas, como veremos a seguir.Em casos particulares um mtodo que pode

    vir a ser temporariamente efi caz o mtodo do ponto de presso. A tcnica consiste em comprimir a artria lesada contra o osso mais prximo, para diminuir a afl uncia de sangue na regio do ferimento.

    Em hemorragia de ferimento ao nvel da regio temporal e parietal, deve-se comprimir a artria temporal contra o osso com os dedos indicadores, mdios e anular.

    No caso de hemorragia no membro superior, o ponto de presso est na artria braquial, localizada na face interna do tero mdio do brao.

    No caso de ferimento com hemorragia no membro inferior, o ponto de presso encontrado na parte interna no tero superior, prximo regio inguinal, que por onde passa a artria femoral. Nesta regio a artria passa por trs dos msculos. Usar compresso muito forte para ating-la e diminuir a afl uncia de sangue. Deve-se inclinar para frente, com o acidentado deitada e pressionar com fora o punho contra a regio inguinal. importante procurar manter o brao esticado para evitar cansao excessivo e estar preparado para insistir no ponto de presso no caso de a hemorragia recomear.

    Conter uma hemorragia com presso direta, usando um curativo simples, o mtodo mais indicado. Se no for possvel, deve-se usar curativo compressivo; se com a presso direta e elevao da parte atingida de modo que fi que num nvel superior ao do corao, ainda se no for possvel conter a hemorragia, pode-se optar pelo mtodo do ponto de presso.

    No elevar o segmento ferido se isto produzir dor ou se houver suspeita de leso interna, tal como fratura.

    Manter o acidentado agasalhado com cobertores ou roupas, evitando contato com cho frio ou mido.

    No dar lquidos quando estiver inconsciente ou houver suspeita de leso no ventre/abdome.

    24 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 25Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Acidentes com animais peonhentos e venenosos

    Em sua diversidade geogrfi ca, o Brasil um pas rico em fl ora e fauna, e habitado por inmeras espcies de animais. Muitas espcies so dotadas de mecanismos de defesa que tm peonhas ou venenos.

    Animais peonhentos so aqueles que possuem glndulas de veneno que se comunica com dentes ocos, ou ferres, ou aguilhes, por onde o veneno injetado com facilidade. J os animais venenosos so aqueles que produzem veneno, mas no possuem um aparelho inoculador (dentes

    ou ferres), provocando envenenamento passivo, seja por ingesto (h numerosas espcies de moluscos e peixes que j provocaram mortes por ser ingerido, como o baiacu); ou por contato (lagartas ou larvas), ou ainda por compresso (sapo).

    Entre os peonhentos se destacam, pela freqncia de acidentes que causam entre a populao, os insetos, escorpies, aranhas e cobras. O veneno destes animais pode causar dolorosas intoxicaes e, muitas vezes, se no houver socorro imediato, morte.

    INSETOSOs insetos catalogados no Brasil alcanam

    quase meio milho de espcies. Vrias classes de insetos podem produzir picadas ou mordidas dolorosas. Na maior parte dos acidentados com esses animais, as manifestaes no so graves. Geralmente a vtima reclama de dor no local da picada, que seguida de uma pequena inchao. Os principais animais que produzem estas manifestaes so abelhas, vespas, mosquitos, escorpies, lagartas e aranhas.

    Abelhas e VespasAs picadas produzidas por abelhas e vespas esto entre os tipos mais encontrados de

    picaduras de insetos. O ferro da abelha, vespa ou formiga se projeta

    da poro posterior do abdmen do inseto para injetar

    veneno na pele da vtima.

    Os acidentes por picadas de abelhas e vespas a p r e s e n t a m sintomas distintos. O perigo da picada da abelha, por exemplo, est mais na quantidade de picadas recebidas do que no veneno em si, e est muito relacionada sensibilidade do indivduo ao veneno. Calcula-se que uma pessoa que receba de 300 a 500 picadas pode at mesmo morrer, devido s diferentes reaes que a quantidade de veneno pode provocar.

    Algumas pessoas - a maioria - desenvolvem uma reao localizada picada de abelha e de outros insetos, com sintomas de uma reao de hipersensibilidade. Geralmente a vtima apresenta:

    Dor generalizada; Prurido (coceira) intenso; generalizado, Ppulas (leso slida elevada) brancas de

    consistncia fi rme e elevada,

    . O perigo h l t i

    Fraqueza, Cefalia (dor de cabea), Apreenso e medo, com agitao

    podendo posteriormente evoluir para estado torporoso.

    Geralmente os sintomas so de curta durao, desaparecendo gradativamente sem medicao. Em algumas pessoas, porm, a reao ao veneno de um inseto pode assumir carter sistmico, tais como:

    insufi cincia respiratria; edema (inchao) de glote; broncospasmo; edema (inchao) generalizado das vias; hemlise intensa, acompanhada de

    insufi cincia renal;hipertenso arterial.

    Muito rapidamente estes sintomas podem evoluir para os sintomas clssicos de choque e, em seguida, morte.

    LacraiasOs quilpodes, conhecidos popularmente

    como lacraias ou centopias, esto distribudos por todo o mundo em regies temperadas e tropicais. So bastante agressivos, mas no colocam em perigo a vida humana.

    Na maioria das vezes causam apenas envenenamento local sem maiores conseqncias, caracterizado por dor local imediata em queimao de intensidade varivel, que pode permanecer por vrias

    horas, acompanhada ou no de prurido (coceira), hiperemia (aumento volume de sangue no local), edema (inchao) e com evoluo para necrose superfi cial.

    Sintomas: Eventualmente podem estar presentes sintomas tais como cefalia, vmitos, ansiedade, agitao, angstia, pulso irregular, tonturas, paresia (limitao do movimento) ou dormncia da regio afetada, linfadenite (infl amao dos gnglios), linfangite (infl amao linftica) e alteraes cardacas passageiras.

    Lagartas VenenosasQuase todos os acidentes com lepidpteros

    decorrem de contato com as formas larvais do inseto (lagartas, taturana ou tatarana, sau, lagarta-de-fogo, chapu-armado, taturana-gatinho e taturana-de-fl anela), entre a pele e os feixes de espinhos venenosos. So acidentes comuns no Brasil, e ocorrem com maior freqncia nos meses quentes.

    No momento do acidente a vtima sente uma sensao de queimao e dor no local, de leve a muito intensa, podendo ocorrer irradiao da dor para as axilas e regies inguinais. Acompanha eritema (a pele fi ca vermelha), edema (inchao), leses de pele e prurido (coceira). Bolhas podem formar-se 24 horas aps o acidente com necrose superfi cial e hiperpigmentao (mudana

    26 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 27Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • na cor da pele). Mal-estar, sensao febril, nuseas, vmitos, diarria, lipotimia (sensao de desmaio) e outros sintomas podem aparecer. Geralmente o quadro regride em 2 a 3 dias, sem complicaes ou seqelas.

    As manifestaes hemorrgicas so causadas principalmente pelas lagartas taturana ou tatarana. Estas quando em contato com a pele humana produzem queimaduras.

    veneno da pele. No usar pina, pois provoca a compresso dos reservatrios de veneno, o que resulta na inoculao do veneno ainda existente no ferro. A melhor tcnica a raspagem do local com uma lmina limpa, at que o ferro se solte sozinho. Aps a remoo o local deve ser lavado com gua e sabo, para prevenir a ocorrncia de infeco secundria. Aplicar bolsa de gelo para controlar a dor.

    Nos acidentes com lagartas recomenda- se a lavagem na regio atingida com gua fria, aplicao de compressas frias, elevao do membro acometido e encaminhar para atendimento mdico os indivduos que apresentam ardor intenso.

    No d bebidas alcolicas vtima. Nos casos de dores intensas, encaminhar

    a vtima para atendimento especializado.Remover com a maior urgncia para

    atendimento especializado, em caso de reao de hipersensibilidade.

    No pegue o animal agressor com a mo.

    Se possvel levar o animal para identifi cao.

    Primeiros Socorros para picadas de Insetos

    No existe tratamento especfi co de primeiros socorros que seja efi caz no caso de picadas de insetos. Aps observao do estado geral de uma vtima de picada de inseto, com ateno para os sintomas descritos acima, proceder da seguinte maneira:

    Mantenha a calma. Instituir imediatamente o suporte bsico

    vida, observando os sinais e funes vitais.

    No caso de mltiplas picadas de abelhas ou vespas, levar o acidentado rapidamente ao hospital, juntamente com uma amostra dos insetos que provocaram o acidente.

    Abelhas deixam o ferro e o saco de veneno no local da picada. Se houver suspeita de picada de abelha, retirar cuidadosamente o ferro e o saco de

    Bolsa de gelo

    ESCORPIESO envenenamento escorpinico, muito

    freqente no Brasil, o responsvel por um signifi cativo nmero de mortes, especialmente entre crianas. Tal como

    ocorre com as serpentes, o maior nmero de acidentes surge nos meses de calor, diminuindo muito no inverno.

    Caractersticas de alguns dos escorpies mais comuns no Brasil:

    Escorpies Nomes populares Corpo/colorao Toxicidade

    Tityus serrulatus Escorpio amarelo

    Tronco amarelo-escuro, com manchas escuras

    ventraisAcidentes graves

    Tityus bahiensis

    Escorpio marrom Tronco marrom escuro, patas manchadas Acidentes graves

    Bothriurus bonariensis Escorpio preto Preto Baixa toxicidade

    Escorpio Preto

    Escorpio Amarelo

    Escorpio Marrom

    O veneno do escorpio exerce uma ao txica direta sobre sistema nervoso, e pode provocar a morte por choque e apnia. Muitos escorpies, porm, produzem ferroadas incuas, com os sinais comuns de vrios graus de edema (inchao), com dor e alterao de cor da pele.

    Os sintomas nos casos moderados e graves podem surgir aps intervalo de minutos at horas (2 a 3). A gravidade destes acidentes depende da espcie e tamanho do escorpio (os acidentes com escorpies amarelos tm maior gravidade), da quantidade de veneno inoculado e da sensibilidade da vtima ao veneno. Infl uir na evoluo o tempo decorrido desde a picada at o incio do atendimento, o uso de soroterapia e a perfeita manuteno das funes vitais.

    28 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 29Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Primeiros SocorrosLavar a regio atingida com gua. Colocar saco com gelo ou compressa de

    gua gelada sobre o local da ferroada para auxiliar no alvio da dor.

    Toda ateno dever ser dada para o caso de desenvolvimento de reaes sistmicas, ou de ferroadas por Tityus serrulatus.

    Pode ser necessria a instituio de suporte bsico vida e preveno do estado de choque.

    Remoo imediata para atendimento mdico.

    No pegue o animal agressor com a mo.

    Se possvel levar o animal para identifi cao.

    PrevenoAs principais medidas para minorar a

    ocorrncia dos acidentes por escorpies so:Manter limpos os locais de trabalho,

    domiclios, quintais, jardins, stos e garagens.

    Evitar acmulo de lixo ou entulho prximo ao seu local de trabalho ou domiclio.

    Eliminar ou empilhar adequadamente sobras de materiais de construo, jornais e outros.proteger as mos e ps ao manipular entulhos ou sobras de materiais.

    No trabalho de campo, o uso de calados e de luvas de raspas de couro pode evitar acidentes.

    Observar com cuidado sapatos e roupas, principalmente os menos usados, sacudindo-os antes de usa-los, pois escorpies podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo.

    No por as mos em buracos, sob pedras e troncos podres.

    Usar telas em ralos de cho, pias ou tanques.

    Acondicionar adequadamente o lixo, a fi m de evitar a proliferao de insetos de que se alimentam os escorpies.

    Preservar os predadores naturais, como aves de hbitos noturnos (coruja, Joo-bobo), sapos, gansos, galinhas, pssaros e lagartos.

    AranhasNo Brasil existem numerosas aranhas

    venenosas, distribudas por todas as regies. Os acidentes envolvendo aranhas tm importncia mdica por sua freqncia de ocorrncia e potencial risco de complicaes associadas.

    Os aracndeos tm hbitos noturnos, alimentam-se de pequenos insetos, e por isso os acidentes ocorrem, de um modo geral, no domiclio ou em regies do peridomiclio. No Brasil, mais de 95% dos casos notifi cados de aranesmo ocorrem nas regies Sudeste e Sul.

    As partes do corpo mais freqentemente atingidas nestes acidentes so os membros superiores e inferiores com 85% dos acidentes.

    Gnero: LoxocelesNome Comum: Aranha Marrom

    Caractersticas:Tamanho do corpo: 1 cm. Envergadura: 3 cm Colorao: cor marrom clara uniforme, dorso verde-oliva,pernas fi nas e longas, plos escassos

    So responsveis por cerca de 20% do total de acidentes no Brasil. So consideradas aranhas mansas, picando quando espremidas contra o corpo. Tm hbitos noturnos e constroem teias irregulares em fendas de barrancos e cascas de rvores. Dentro de casa situam-se, geralmente, atrs de mveis, rodaps soltos, cantos de parede, stos, garagens, pilhas de tijolos ou telhas. Este acidente, muitas vezes inicialmente negligenciado pela ausncia de manifestaes precoces, mas pode evoluir e produzir quadros graves.

    Sinais e sintomas:Precoce:

    Ausentes ou dor local discreta. Tardios (>12-24 horas): Forma cutnea - dor local (queimadura) de

    intensidade crescente; sinais locais discretos, evoluindo com vesculas e fl ictnulas hemorrgicas, que necrosam e ulceram (difcil cicatrizao);

    hipertermia, nusea, mal estar, cefalia, exantema pruriginoso morbiliforme ou petequial.

    Forma cutaneovisceral - (hemoltica) 1% a 13%: ictercia, hemoglobinria, insufi cincia renal aguda, anemia hemoltica (4%) e trombocitopenia.

    Gnero: LycosaNome Comum: Tarntula, aranha da grama,

    aranha do campo e aranha de jardim.Caractersticas:

    Tamanho do corpo: 2-3 cm. Envergadura: 5 cm Colorao: ventre negro e dorso do abdmen com desenho em forma de seta.

    So aranhas que no constroem teias. Vivem em gramados, junto a piscinas e jardins e a materiais empilhados. No so agressivas, picando quando se sentem ameaadas. Os acidentes so, em geral, sem gravidade.

    Sinais e sintomas:Precoce:

    Dor local, leve a moderada, edema (inchao) e eritema (a pele fi ca vermelha) locais discretas.Tardios (>12-24 horas):

    Necrose superfi cial (< 1% dos casos)

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    eta.

    30 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 31Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • H poucos casos registrados no pas, sendo relatados especialmente no Nordeste. So de hbito diurno e teia irregular. Encontrada em casa da zona rural, plantaes, praias, arbustos, montes de lenha e cupinzeiros. As fmeas so pequenas, de abdmen globular, e picam quando espremidas contra o corpo. Os machos so muito menores (3 mm) e no causam os acidentes.

    Primeiros Socorros

    A pessoa que for prestar os primeiros socorros precisa saber identifi car o mais rapidamente possvel o tipo de picada que a vtima levou e providenciar imediatamente sua remoo para onde haja pessoal capaz de aplicar o tratamento por soro.

    Para amenizar a dor da vtima, enquanto no ocorre o atendimento especializado, aplicar bolsa de gelo ou compressa de gua gelada. Se for possvel, poder ser feita a imerso da parte atingida em gua fria.

    Deve-se acalmar e tranqilizar a vtima,

    Gnero: LatrodectusNome Comum: Viva Negra, Aranha

    Ampulheta e Flamenguinha

    Caractersticas:Tamanho do corpo: 1,5 cm. Envergadura: 3 cm Colorao: abdmen globoso, quase esfrico, com manchas vermelhas em fundo negro; mancha vermelha em forma de ampulheta no ventre.

    Sinais e sintomas:Precoce:

    Dor intensa, irradiada; hipersensibilidade, eritema (a pele fi ca vermelha) e sudorese locais, contraturas musculares generalizadas, rigidez muscular, convulses, bradicardia, hipotenso, febre, arritmias e psicoses.

    Gnero: GrammostolaNome Comum: Caranguejeira

    Caractersticas:Tamanho do corpo: 2-7 cm.Envergadura: at 20 cm Colorao: cor negra ou castanho clara, corpo densamente coberto de plos.

    H numerosas espcies de caranguejeiras no Brasil. Impressionam muito por haver espcies de dimenses avantajadas. So aranhas muito pilosas, encontradas em terrenos pedregosos e seus arredores, importantes pela liberao de plos urticantes (nuvem de plos). Os sintomas geralmente so passageiros.

    Sinais e sintomas:Precoce:

    Prurido (coceira) local intenso; edema (inchao) e Ppulas (leso slida elevada); irritao de mucosas com tosse, s vezes, intensa.

    no demonstrando apreenso com seu estado, observar atentamente os sinais vitais, estando pronto para prevenir choque e instituir o suporte bsico vida.

    O tratamento depende do diagnstico acertado e da identifi cao do aracndeo e, por vezes, inclui soroterapia. A notifi cao dos casos indispensvel para garantir o fornecimento adequado de soro pelo sistema de sade, alm de permitir um melhor conhecimento de sua relevncia epidemiolgica.

    Sinais e sintomas:Precoce:

    Dor (ardncia) intensa com irradiao, associada ou no a sudorese e a edema (inchao) e eritema (a pele fi ca vermelha) locais, cimbra, dores musculares, descontrole dos movimentos e nusea. Nos casos graves: choque neurognico com suor frio, agitao, salivao, taquicardia e arritmias respiratrias.

    So responsveis pela maioria dos acidentes em quase todas as regies brasileiras. De hbito noturno, no fazem teia e ao serem molestadas apiam-se nas patas traseiras e erguem as dianteiras preparando-se para atacar. Abrigam-se em roupas, sapatos, madeiras, materiais de construo acumulados, bananeiras, folhagens e cupinzeiros inativos. Os acidentes acometem principalmente mos e ps.

    Gnero: PhoneutriaNome Comum: Aranha Armadeira, Aranha da Banana,

    Aranha dos Mercados de Frutas

    Caractersticas:Tamanho do corpo: 4-5 cm. Envergadura: 15 cm Colorao: colorido acinzentado ou marrom, corpo cobertode plos cinzentos e curtos.

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    32 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 33Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • PrevenoExistem algumas medidas que auxiliam na

    preveno de acidentes com aracndeos, so elas:

    Manter limpos os ambientes de trabalho, domiclios, quintais, jardins, stos e garagens.

    Evitar acmulo de folhas secas, lixo, materiais de construo e entulho prximo a locais de trabalho e domiclios.

    Evitar folhagens densas (trepadeiras, plantas ornamentais, arbustos, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das edifi caes.

    Manter a grama aparada. Limpar os terrenos baldios, vizinhos, pelo

    menos, numa faixa de um a dois metros

    junto a edifi caes.Eliminar ou empilhar adequadamente

    sobras de materiais de construo, jornais e outros.

    Proteger mos e ps ao manipular entulhos ou sobras de materiais e podas de rvores.

    Observar com cuidado sapatos e roupas, sacudindo-os antes do uso.

    No pr as mos em buracos, sob pedras e troncos podres.

    O uso de calados e de luvas de couro pode evitar acidentes.

    Evitar a proliferao de insetos, para evitar o aparecimento das aranhas que deles se alimentam.

    Preservar os predadores naturais (sapo, galinha, pssaros e lagartos).

    Os acidentes por cobras merecem ateno, visto que so importantes do ponto de vista da sade pblica, por sua freqncia e potencial gravidade, sobretudo em pases como o Brasil, que apresenta aractersticas geogrfi cas favorveis existncia de grande nmero de espcies de cobras venenosas.

    Estima-se que anualmente, atinjam cerca de um milho de acidentes com vtimas, com bito estimado em 30 a 50 mil.

    Fonte: Manual para Monitores em Primeiros Socorros - Petrobrs - Servio de Sade

    Ocupacional

    Gnero Nome Vulgar

    CaractersticaRegio

    Encontrada

    MicrurusCoral

    verdadeira

    As cobras do tipo coral verdadeira so pouco agressivas, fi nas, em geral pequenas, vistosas, ornadas de anis de cor vermelho-coral, preta e amarela, os

    quais se alternam diversamente, conforme as espcies. Convm no confund-las com as falsas corais, que so mansas, inofensivas e no tentam picar. A coral

    verdadeira apresenta algumas caractersticas de cobras no venenosas que podem difi cultar sua identifi cao.

    Litoral Sul e Centro-Oeste

    Crotalus Cascavel

    A cascavel de cor pardo-escura, tendo no dorso uma srie de losangos, que se alternam com outros laterais. , em geral, muito lerda e, quando fustigada, ataca.

    Na cauda encontra-se um chocalho ou guizo formado de anis. Uma picada de cascavel considerada uma emergncia mdica. Vive nos campos e nas regies

    secas.

    Sul, Nordeste e

    Centro-Oeste

    Lachesis Surucucu

    A surucucu uma cobra muito agressiva, que habita matas e fl orestas. No dorso notam-se desenhos rombides escuros, que se destacam num fundo

    rseo.

    Amaznia

    Bothrops Jararaca

    A jararaca de cor amarelada, cinza ou verde-escura, desenhos escuros e lateralmente, triangulares.

    Mede de 1 a 1,5 m. relativamente fi na e habita preferencialmente os campos e os lugares mais ou

    menos planos.

    Sudeste, Sul e Centro-

    Oeste

    Bothrops Urutu e Cotiara

    A urutu de cor castanho-escura, com desenhos escuros, contornados de branco, que tm a forma de ferrara, com abertura voltada para o lado do ventre. Habita de preferncia margem dos rios e crregos.

    Sul e Sudeste

    Cobras

    Distribuio geogrfi ca de algumas cobras venenosas mais comuns

    34 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 35Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • A identifi cao do gnero importante nos casos de serpentes peonhentas, uma vez que a soroterapia especfi ca o recurso teraputico fundamental para a vtima. A identifi cao pode ser realizada atravs de suas caractersticas anatmicas ou dos

    sintomas apresentados pela vtima, j que as caractersticas das peonhas se mantm relativamente constantes entre os ofdios do mesmo gnero.

    Principais caractersticas das cobras peonhentas e no peonhentas

    Anatomia Bothrops, Lachesis e Crotalus Micrurus* No peonhentas

    Cabea Triangular Arredondada Arredondada

    Pupilas Em fenda Redondas Redondas ou em fendas

    Fosseta Loreal** Presente Ausente Ausente

    Presas inoculadoras

    Grandes, mveis, anteriores, inseridas no maxilar superior, ocas

    como agulhas de injeo. Deixa marca de 2 presas no

    local da picada

    Pequenas, fi xas, inseridas mais no interior da boca,

    sulcadas.

    Ausentes ou pequenas, inseridas bem

    posteriormente na boca.

    Cauda

    Curta e com afi lamento sbito;

    Lisa: Bothrops Escamas eriadas: Lachesis

    Em chocalho: Crotalus

    Lisa e com afi lamento em geral

    progressivo

    Lisa e com afi lamento em geral progressivo

    * - A diferena entre as corais e as falsas corais difcil; em geral, nas corais os anis coloridos (pretos e vermelhos intercalados com anis brancos ou amarelados) envolvem toda a circunferncia do corpo; nas falsas corais, em geral, os anis se interrompem na regio ventral. H na regio amaznica

    algumas corais de cor marrom escura, sem anis e com manchas avermelhadas na regio ventral.** - Orifcio localizado entre o olho e a narina, com funo sensitiva.

    As serpentes venenosas so mais freqentes nas reas cultivadas, principalmente em plantaes, campos e pastos. Elas tm hbitos noturnos, fi cando em esconderijos durante o dia, como tocas de tatus, tocos de rvores, covas de razes e montes de lenha. Em geral, fogem dos lugares que recebem sol diretamente, a no ser nas primeiras horas da manh e nas ltimas horas da tarde.

    Os acidentes causados por serpentes ocorrem principalmente nos meses quentes de novembro a abril, sendo em nmero muito reduzido de maio a outubro. No so conhecidos produtos

    qumicos ou agentes vegetais que repilam as serpentes, mas as emas, seriemas, corujas e gavies so inimigos naturais das serpentes. Preservar a vida dessas aves e os locais onde habitam representa grande proteo ao homem e ao equilbrio ecolgico.

    A cobra venenosa ataca dando o bote podendo distender at 50% do seu comprimento. Ela mira e escolhe o alvo atravs da associao de estmulos visuais e trmicos que ela capaz de captar.

    Os sintomas gerais dos acidentes por ofdios venenosos:

    Jararaca

    Surucucu

    Cascavel

    Dor local.

    2001

    Nos acidentes causados por fi lhotes de Bothrops o edema (inchao) e a dor no local da picada podem estar ausentes,

    predominando a ao coagulante do veneno.

    Fonte: Ministrio da Sade. Manual de diagnstico e Tratamento de Acidentes Ofdicos,

    Rpido enfraquecimento.

    Perturbaes visuais.

    Nuseas e vmitos.

    Pulso fraco.

    Respirao rpida.

    Extremidades frias.

    Perda de conscincia.

    Rigidez na nuca.

    Coma e morte.

    36 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 37Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Primeiros Socorros em Picadas de Cobras

    Acalmar e confortar a vtima que, quase sempre, estar excitada ou agitada. Ela deve ser mantida em decbito dorsal, em repouso, evitando perambular ou correr, caso contrrio, a absoro do veneno pode disseminar-se.

    Lavar o local da picada apenas com gua ou com gua e sabo, fazendo a anti-sepsia local, se possvel (a ferida tambm contaminada por bactrias).

    No perfurar ou cortar o local da picada.

    No colocar folhas, p de caf ou outros contaminantes.

    No se deve fazer o garrote do membro afetado, pois isto agravar as leses locais.

    O membro afetado deve ser mantido elevado.

    Manter a vtima hidratada. Evitar o uso de drogas depressoras do

    Sistema Nervoso (lcool, por exemplo).Controlar os sinais vitais e o volume

    urinrio do acidentado.Dar o apoio respiratrio que o caso

    exigir.

    Coral

    Transportar a vtima com urgncia para o atendimento especializado de emergncia.

    Em nenhuma circunstncia a extremidade deve ser envolvida com gelo.

    Se j passaram mais de 30 minutos desde o momento da picada, no adianta qualquer medida local de primeiros socorros. Devem-se manter os cuidados gerais de repouso e apoio psicolgico: verifi cao dos sinais vitais e preveno de estado de choque e transportar a vtima o mais rpido possvel ao servio de emergncia mdica.

    Sempre que for possvel, deve-se localizar a cobra que mordeu a vtima e lev-la, com segurana, para reconhecimento e para que seja ministrado o soro especfi co. O soro universal no to efi ciente quanto o soro especfi co. Se no for possvel lev-la viva, no devemos hesitar em matar o animal e recolher o exemplar.

    PrevenoAlgumas medidas gerais ajudam na

    diminuio do risco de envenenamento ofdico, a saber:

    Evitar andar descalo, pois ps e pernas so os locais mais atingidos nas picadas; o uso de botas aconselhado nos locais de ocorrncia de ofdios.

    Observao cuidadosa ao caminhar em locais de mata e capinzais.

    Uso de luvas resistentes (raspas de couro) para determinadas e trabalho de campo. Cobras gostam de abrigarem-se em locais quentes, escuros e midos. Cuidado ao revirar montes de lenha ou inspecionar buracos na terra com as

    mos desprotegidas.Cuidado ao subir em rvores. Onde h rato, h cobra. Manter limpo

    terrenos, evitando acmulo de madeira, tijolos, pedras, entulhos de construo civil, lixos, etc, alm de se evitar trepadeiras que encostem-se s paredes ou alcancem telhados e forros.

    A criao de determinadas aves (como gansos e emas) ajuda a afugentar as serpentes.

    Evitar caminhadas desnecessrias noturnas em locais de mata e capinzais, dados os hbitos noturnos (sada para alimentao) de boa parte das serpentes peonhentas.

    38 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 39Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Cuidados com a insolao, desidratao e queimaduras.

    INSOLAO causada pela ao direta e prolongada

    dos raios de sol sobre o indivduo. uma emergncia mdica caracterizada pela perda sbita de conscincia e falncia dos mecanismos reguladores da temperatura do organismo. Este tipo de incidente afeta geralmente as pessoas que em exposio excessiva a ambientes muito quentes ou que sofrem exposio demorada e direta aos raios solares.

    Sintomas1. Surgem lentamente:

    Cefalia (dor de cabea)

    Tonteira Nusea Pele quente e seca (no h suor) Pulso rpido Temperatura elevada Distrbios visuais Confuso

    2. Surgem bruscamente:Respirao rpida e difcil Palidez (s vezes desmaio) Temperatura do corpo elevada Extremidades arroxeadas

    Eventualmente pode ocorrer coma. A ocorrncia de hiperventilao causa alcalose respiratria inicial.

    fria em todo o corpo do acidentado, delicadamente.

    Podem ser aplicadas compressas de gua fria na testa, pescoo, axilas e virilhas. To logo seja possvel, o acidentado dever ser imerso em banho frio ou envolto em panos ou roupas encharcadas.

    Ateno especial dever ser dada observao dos sinais vitais. Se ocorrer parada respiratria, deve-se proceder respirao artifi cial, associada massagem cardaca externa, caso necessrio.

    Primeiros SocorrosO objetivo inicial baixar a temperatura

    corporal, lenta e gradativamente.Remover o acidentado para um local

    fresco, sombra e ventilado.Remover o mximo de peas de roupa

    do acidentado.Se estiver consciente, dever ser mantido

    em repouso e recostado (cabea elevada).Pode-se oferecer bastante gua fria ou

    gelada ou qualquer lquido no alcolico para ser bebido.

    Se possvel deve-se borrifar gua

    QUEIMADURASQueimaduras so leses provocadas pela

    temperatura, geralmente calor, que podem atingir graves propores de perigo para a vida ou para a integridade da pessoa, dependendo de sua localizao, extenso e grau de profundidade.

    A pele o maior rgo do corpo humano e a barreira contra a perda de gua e calor pelo corpo, tendo tambm um papel importante

    na proteo contra infeces. Acidentados com leses extensas de pele tendem a perder temperatura e lquidos corporais tornando-se mais propensos a infeces.

    Todo tipo de queimadura uma leso que requer atendimento mdico especializado imediatamente aps a prestao de primeiros socorros, seja qual for a extenso e profundidade.

    Profundidade ou Grau das Queimaduras

    As queimaduras de primeiro grau so caracterizadas pelo eritema (a pele fi ca vermelha) (vermelhido), que clareia quando sofre presso. Existe dor e edema (inchao), mas usualmente h bolhas.

    As queimaduras de segundo grau so caracteristicamente avermelhadas e dolorosas, com bolhas, edema (inchao) abaixo da pele e restos de peles queimadas soltas. So mais profundas, provocam necrose e visvel dilatao do leito vascular. Nas queimaduras de segundo grau superfi ciais no h destruio da camada basal da epiderme, enquanto nas queimaduras secundrias profundas h. No h capacidade de regenerao da pele. A dor e ardncia local so de intensidade varivel.

    As queimaduras de terceiro grau so aquelas em que toda a profundidade da pele est comprometida, podendo atingir a exposio dos tecidos, vasos e ossos. Como h destruio das terminaes nervosas, o acidentado s acusa dor inicial da leso aguda. So queimaduras de extrema gravidade.

    Na prtica difcil de distinguirmos queimaduras de segundo e terceiro graus. Alm disto, uma mesma pessoa pode apresentar os trs graus de queimaduras, porm a gravidade do quadro no reside no grau da leso, e sim na extenso

    da superfcie atingida.

    40 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 41Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Primeiros Socorros em Queimaduras

    As queimaduras podem ser extremamente dolorosas, e nos casos de queimaduras de segundo grau profundas ou de terceiro grau, em que a profundidade da leso tenha destrudo terminais nervosos da pele a dor aguda substituda por insensibilidade.

    A dor e a ansiedade podem evoluir para sncope (desmaio). Nas queimaduras trmicas, extensas e/ou profundas, freqente acontecer o estado de choque, causado pela dor e/ou perda de lquidos, aps algumas horas. Em conseqncia disto, devem ser tomadas as medidas necessrias para a preveno.

    Nas queimaduras de primeiro grau , deve-se limitar lavagem com gua corrente, na temperatura ambiente, por um mximo de um minuto. Este tempo necessrio para o resfriamento local, para interromper a atuao do agente causador da leso, aliviar a dor e para evitar o aprofundamento da queimadura.

    No aplicar gelo no local, pois causa vasoconstrio e diminuio da irrigao sangnea. Se o acidentado sentir sede, deve ser-lhe dada toda a gua que desejar beber, porm lentamente. Sendo possvel, deve-se adicionar gua sal (uma colher, das de caf, de sal para meio litro de gua).

    Se o acidentado estiver inconsciente no lhe d gua, pois pode ocasionar-lhe a morte.

    Em todos os casos de queimaduras,

    mesmo as de primeiro grau, so convenientes fi car atento para a necessidade de manter o local lesado limpo e protegido contra infeces.As queimaduras de segundo grau

    requerem outros tipos de cuidados para primeiros socorros. Alm do procedimento imediato de lavagem do local lesado, proteger o mesmo com compressa de gaze ou pano limpo, umedecido, ou papel alumnio. No furar as bolhas que venham a surgir no local. No aplicar pomadas, cremes ou ungentos de qualquer tipo.

    Especial meno dever ser feita quanto a certos hbitos populares prejudiciais como: uso e aplicao de creme dentifrcio, manteiga, margarina ou graxa de mquina. preciso fi car bem claro que no se pode usar qualquer espcie de medicamento tpico (pomadas) nestes casos.

    Para prevenir o estado de choque o acidentado dever ser protegido por cobertor ou similar; colocado em local confortvel, com as pernas elevadas cerca de 30 cm, em relao cabea. Tranqilizar o acidentado devido existncia de dor e sofrimento, j que a administrao de drogas analgsicas restrita a pessoa especializada.

    Nada deve ser dado vtima como medicamento. Remover jias e vestes do acidentado para evitar constrio com o desenvolvimento de edema (inchao). No retirar roupas ou partes de roupa que tenham grudado no corpo do acidentado, nem retirar corpos estranhos que tenham fi cado na queimadura aps a lavagem inicial.

    Todas as manobras devero ser

    executadas com calma e preciso. A identifi cao do estado ou iminncia de choque poder ser feita pela observao de ansiedade; inquietao, confuso, sonolncia, pulso rpido, sudorese e baixa presso arterial.

    Realizar normalmente o exame primrio, priorizando a manuteno de vias areas, respirao e circulao.

    O acidentado dever ser encaminhado imediatamente para atendimento especializado. No transportar o acidentado envolvido em panos midos ou molhados.O atendimento de primeiros socorros

    para queimaduras de terceiro grau tambm consiste na lavagem do local lesado e na proteo da leso.

    Se for possvel, proteger a rea com papel alumnio. O papel alumnio separa efetivamente a leso do meio externo; diminui a perda de calor; moldvel, no aderente e protege a queimadura contra microrganismos.

    Todas as providncias tomadas para preveno do estado de choque, administrao de lquidos e cuidados gerais com vtima so as mesmas aplicadas nos casos de queimaduras de segundo grau. As queimaduras de terceiro grau tm a mesma gravidade que queimaduras de segundo grau profundas.

    O acidentado de queimadura na face, cujo acidente ocorreu em ambiente fechado, deve fi car em observao para verifi cao de sinais de leso no trato respiratrio.

    Fogo no VesturioA combusto das roupas do acidentado

    agrava consideravelmente a severidade da leso. Nestes casos:

    No deixar o acidentado correr. Obrig-lo a deitar-se no cho com o

    lado das chamas para cima.Abafar as chamas usando cobertor,

    tapete, toalha de mesa, de banho, casaco ou algo semelhante, ou faa-o rolar sobre si mesmo no cho.

    Comear pela cabea e continuar em direo aos ps.

    Se houver gua, molhar a roupa do acidentado.

    No usar gua se a roupa estiver com gasolina, leo ou querosene.

    Primeiros Socorros em

    42 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 43Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Queimaduras QumicasOs cidos ou lcalis fortes podem

    queimar qualquer rea do organismo com a qual entrem em contato. Este contato mais freqente com a pele, boca e olhos, afetando estes rgos.

    A rea de contato deve ser lavada imediatamente com gua, at mesmo sem esperar para retirar a roupa. Continuar a lavar a rea com gua, enquanto a roupa removida. A melhor lavagem feita com a vtima debaixo de um chuveiro pelo tempo mnimo de 15 minutos. Pode tambm ser feita com uma mangueira, mas, neste caso, a fora do jato dgua deve ser levada em considerao. O jato de gua muito forte contra um tecido j lesado causar maior leso. O fl uxo de gua deve ser abundante, mas no pode ser forte.

    As leses das queimaduras ocasionadas por agentes qumicos

    aparecem quase que imediatamente aps o acidente; h dor e visvel destruio dos tecidos. Os cuidados subseqentes so: cobrir a queimadura com curativo esterilizado e transportar o acidentado imediatamente para atendimento especializado.

    As queimaduras qumicas dos olhos so emergncia prioritria, podendo haver leso permanente. O olho deve ser lavado com gua, usando-se o fl uxo contnuo de uma torneira ou de chuveiro, durante o mnimo de 15 minutos, mantendo a cabea do acidentado sob a torneira e as plpebras abertas durante este tratamento, porque geralmente a vtima ser incapaz de cooperar. Em seguida fechar delicado o olho com a plpebra, colocando um curativo macio e levando o paciente, o mais rpido possvel, para assistncia especializada.

    Todo cidado deve prestar auxlio a quem esteja necessitando, tendo trs formas para faz-lo: atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar auxlio. Uma das coisas que se deve saber so os telefones de emergncia: Corpo de Bombeiros: 193; SAMU: 192; e Polcia Militar: 190

    A principal causa-morte pr-hospitalar a falta de atendimento. A segunda o socorro inadequado.

    Toda vez que um voc necessitar realizar um atendimento de urgncia deve fazer uma anlise da cena, e considerar:

    cuidados com a sua segurana, que prioridade;

    avaliao do acidentado, tipo de acidente e sinais vitais da vtima

    sinalizao do local, se necessrio Avaliar

    A avaliao e exame do estado geral de um acidentado de emergncia traumtica etapa bsica na prestao dos primeiros socorros. O exame deve ser rpido e sistemtico, observando as seguintes prioridades:

    Estado de conscincia: avaliao de respostas lgicas (nome, idade, etc.).

    Respirao: movimentos torcicos e abdominais com entrada e sada de ar normalmente pelas narinas ou boca.

    Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue que se perde. Se arterial ou venoso.

    Pupilas: verifi car o estado de dilatao e simetria (igualdade entre as pupilas).

    Temperatura do corpo: observao e sensao de tato na face e extremidades.

    Socorrendo emergncias

    Deve-se ter sempre uma idia bem clara do que se vai fazer, para no expor desnecessariamente o acidentado, verifi cando se h ferimento com o cuidado de no moviment-lo excessivamente. Em seguida proceder a um exame rpido das diversas partes do corpo.

    Se o acidentado est consciente, perguntar por reas dolorosas no corpo e incapacidade funcionais de mobilizao. Pedir para apontar onde a dor, pedir para movimentar as mos, braos, etc.

    LESO NA COLUNAPerguntar ao acidentado se sente dor. Na

    coluna dorsal correr a mo pela espinha do acidentado desde a nuca at o sacro. A presena de dor pode indicar leso da coluna dorsal.

    A fratura da coluna vertebral constitui uma das emergncias mais delicadas em casos de acidentes. Se for mal atendida a vtima pode ter seqelas permanentes graves.

    preciso muito cuidado na correta identifi cao desse tipo de leso e na conduta a seguir. Qualquer erro pode ter conseqncias srias. Se possvel, conte com a ajuda de alguma equipe especializada. Caso no seja possvel, aja voc mesmo. Mas sempre com muito cuidado.

    Transporte de feridos com suspeita de leso na coluna

    Os acidentes graves na coluna podem provocar: dor excessiva; impossibilidade de movimentar o tronco; formigamento ou paralisia nos dedos, nos braos e/ou nas

    44 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 45Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • pernas; difi culdade de respirao. Mesmo que esses sintomas no sejam evidentes, se h suspeita de que a pessoa possa ter sofrido qualquer leso na coluna vertebral, aja com o mximo cuidado; se a medula espinal for atingida - no momento do acidente ou depois - poder ocorrer paralisia ou at mesmo morte.

    Numa emergncia, proceda da seguinte maneira: Improvise uma maca: uma tbua,

    uma porta, uma chapa de metal ou qualquer outra superfcie dura e lisa, para no curvar ou deslocar a espinha. Nunca use maca fl exvel (de lona, por exemplo). Coloque sobre a maca improvisada pequenas almofadas (feitas com toalhas, por exemplo) a distncias que sobre elas possam repousar a nuca, a regio lombar, a dobra das pernas e os tornozelos da vtima.

    acidentado em nenhuma direo. S faa isso numa hiptese: se for o nico meio de abrir as vias respiratrias e, portanto, de manter a vtima respirando. Nunca tente sentar o acidentado, nem levante sua cabea.

    Imobilize a vtima antes do transporte: coloque almofadas junto a cada lado da cabea e amarre a testa e a tbua, formando um conjunto nico - utilize para isso uma faixa, gravata ou qualquer tira de pano. Depois, amarre o corpo tbua, fi xando-o na altura do peito, dos quadris, dos joelhos e prximo dos ps. Se a vtima apresentar deformao na coluna, sempre melhor imobiliz-la sobre a maca na posio da deformao.

    MTODOS DE TRANSPORTE - UMA PESSOA S SOCORRENDO

    Transporte de ApoioPassa-se o brao do acidentado por trs

    da sua nuca, segurando-a com um de seus braos, passando seu outro brao por trs das costas do acidentado, em diagonal

    Este tipo de transporte usado para as vtimas de vertigem, de desmaio, com ferimentos leves ou pequenas perturbaes que no os tornem inconscientes e que lhes permitam caminhar.

    Transporte ao ColoUma pessoa sozinha pode levantar e

    transportar um acidentado, colocando um brao debaixo dos joelhos do acidentado e o outro, bem fi rme, em torno de suas costas, inclinando o corpo um pouco para trs

    O acidentado consciente pode melhor se fi xar, passando um de seus braos pelo pescoo da pessoa que o est socorrendo. Caso se encontre inconsciente, fi car com a cabea estendida para trs, o que muito bom, pois melhora bastante a sua ventilao.

    Usa-se este tipo de transporte em casos de envenenamento ou picada por animal peonhento, estando o acidentado consciente, ou em casos de fratura, exceto da coluna vertebral.

    H dois modos de colocar o acidentado sobre a maca:

    Coloque a maca no cho, ao lado 1. da vtima, com as almofadas j dispostas nos locais indicados no item anterior. Aja com a ajuda de, no mnimo, mais trs pessoas, que devem atuar marcando passo; lentamente, role o acidentado sobre seu prprio corpo, aproxime a maca e, em seguida, role o corpo sobre a mesma.

    O segundo mtodo tambm pede 2. o auxlio de mais trs pessoas: o primeiro

    segura a cabea do acidentado; o segundo, o dorso; o terceiro, as ndegas e coxas; o quarto as pernas e ps. Marcando passo, lentamente todos a um s tempo levantam a vtima e a colocam sobre a maca, tomando cuidado para no dobrar a coluna.

    Em qualquer desses dois mtodos mantenha fi rme a cabea do acidentado. Assim, quando todo o corpo girar, ela deve girar junto, sem pender para trs ou para os lados. Se houver suspeita de fratura de pescoo, no movimente a cabea do

    46 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 47Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Transporte nas CostasUma s pessoa socorrendo tambm pode

    carregar o acidentado nas costas. Esta pe os braos sobre os ombros da pessoa que est socorrendo por trs, fi cando suas axilas sobre os ombros deste. A pessoa que est socorrendo busca os braos do acidentado

    e segura-os, carregando o acidentado arqueado, como se ela fosse um grande saco em suas costas.

    O transporte nas costas usado para remoo de pessoas envenenadas ou com entorses e luxaes dos membros inferiores, previamente imobilizados.

    Transporte de BombeiroPrimeiro coloca-se o acidentado em

    decbito ventral. Em seguida, ajoelha-se com um s joelho e, com as mos passando sob as axilas do acidentado, o levanta, fi cando agora de p, de frente para ele.

    A pessoa que est prestando os primeiros socorros coloca uma de suas mos na cintura do acidentado e com a outra toma o punho, colocando o brao dela em torno de seu

    pescoo. Abaixa-se, ento, para frente, deixando que o corpo do acidentado caia sobre os seus ombros.

    A mo que segurava a cintura do acidentado passa agora por entre as coxas, na altura da dobra do joelho, e segura um dos punhos do acidentado, fi cando com a outra mo livre. Conforme a seqncia de procedimentos mostrados na fi gura.

    Manobra de Retirada de Acidentado, com Suspeita de Fratura de Coluna, de um Veculo.

    A pessoa que for prestar os primeiros socorros, colocando-se por trs passa as mos sob as axilas do acidentado, segura um de seus braos de encontro ao seu trax, e a arrasta para fora do veculo, apoiando suas costas nas coxas, como pode ser visto na seqncia de procedimentos mostrados na fi gura. Esta manobra deve ser feita apenas em situaes de extrema urgncia.

    as

    Este transporte pode ser aplicado em casos que no envolvam fraturas e leses graves. um meio de transporte efi caz e muito til, se puder ser realizado por uma pessoa gil e fi sicamente capaz.

    Transporte de Arrasto em LenolSeguram-se as pontas de uma das

    extremidades do lenol, cobertor ou lona, onde se encontra apoiada a cabea do acidentado, suspende-se um pouco e arrasta-se a pessoa para o local desejado

    colocando o brao dela em torno de seu

    48 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 49Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • MTODOS DE TRANSPORTE FEITO POR DUAS PESSOAS

    Transporte de ApoioPassa-se o brao do acidentado por trs da

    nuca das duas pessoas que esto socorrendo, segurando-a com um dos braos, passando o outro brao por trs das costas do acidentado, em diagonal. Este tipo de transporte usado para pessoas obesas, na qual uma nica pessoa no consiga socorr-lo e remov-lo. Geralmente so de vertigem, de desmaio, com ferimentos leves ou pequenas perturbaes que no os tornem inconscientes. Transporte de Cadeirinha

    a) As duas pessoas se ajoelham, cada uma de um lado da vtima. Cada uma passa um brao sob as costas e outro sob as coxas da vtima. Ento, cada um segura com uma das mos o punho e, com a outra, o ombro do companheiro. As duas pessoas erguem-se lentamente, com a vtima sentada na cadeira improvisada.

    b) Cada uma das pessoas que esto prestando os primeiros socorros segura um dos seus braos e um dos braos do outro, formando-se um assento onde a pessoa acidentada se apia, abraando ainda o pescoo e os ombros das pessoas que a est socorrendo.

    Transporte pelas ExtremidadesUma das pessoas que esto prestando os

    primeiros socorros segura com os braos o tronco da vtima, passando-os por baixo das axilas da mesma. A outra, de costas para o primeiro, segura as pernas da vtima com seus braos.

    50 Guia Snior - Desenvolvimento Fsico 51Guia Snior - Desenvolvimento Fsico

  • Transporte de CadeiraQuando a vtima est numa cadeira, pode-