Guia eventos sustentaveis

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Guia prático para organização

de eventos mais sustentáveis

Campus USP de São Carlos

Patrícia Cristina Silva Leme

Alan Frederico Mortean

EESC-USP

São Carlos –SP

2010

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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento da Informação do Serviço de Biblioteca – EESC/USP

Leme, Patrícia Cristina Silva

L551g Guia prático para organização de eventos mais sustentáveis [recurso eletrônico] / Patrícia Cristina

Silva Leme, Alan Frederico Mortean. –- São Carlos : EESC-

USP, 2010. Modo de acesso: World Wide Web

ISBN 978-85-8023-010-9

1. Sustentabilidade. 2. Eventos. 3. Desenvolvimento

sustentável. 4. Educação. I. Mortean, Alan Frederico.

II. Título.

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USP

Reitor: João Grandino Rodas

Vice-reitor: Hélio Nogueira da Cruz

Vice-reitor Executivo de Administração: Antonio Roque Dechen

Vice-reitor Executivo de Relações Internacionais: Adnei Melges de Andrade

Agência USP de Inovação

Escola de Engenharia de São Carlos CCSC Comissão do Programa USP Recicla campus São Carlos

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Guia prático para organização de eventos mais sustentáveis

Campus USP de São Carlos Autores:

Patrícia Cristina Silva Leme – educadora do Programa USP Recicla no campus São Carlos

Alan Frederico Mortean – estudante de graduação em En- genharia Ambiental da EESC-USP

Revisão de texto: Lara Padilha

Diagramação: Claudinei Francisco Fabricio

Impressão: EESC/USP

Editora: EESC/USP

Colaboração:

Ana Carolina Mendes Ussier – estagiária do Programa USP Recicla

Eduardo Augusto Reichert – estagiário do Programa USP Recicla

Tadeu Fabrício Malheiros – professor doutor da EESC-USP

Agradecimentos:

Elena Luzia Palloni Gonçalves Antonio Carlos Rodrigues Adão

São Carlos, 2010

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SUMÁRIO

1. Introdução ..................................................................... 7

2. Eventos mais sustentáveis .......................................... 8

3. Sustentabilidade nos eventos ................................... 11

3.1 Comissão organizadora ....................................... ..12

3.2 Patrocínio ................................................................ 14

3.3 Divulgação e Inscrições ......................................... 15

3.4 Acessibilidade ........................................................ 17

3.5 Hospedagem ........................................................... 18

3.6 Consumo de água e energia .................................. 19

3.7 Resíduos sólidos .................................................... 21

3.8 Materiais utilizados................................................. 24

3.9 Transporte ............................................................... 28

3.10 Alimentação ......................................................... 29

3.11 Serviços de Limpeza ........................................... 31

3.12 Neutralização das emissões de carbono .......... 32

4. Avaliação da sustentabilidade do evento ................. 33

5. Contatos ...................................................................... 33

6. Referências ................................................................. 34

Cálculo do carbono emitido durante o evento .............. 38

Confira aqui: seu evento é sustentável? ....................... 43

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Lista de Quadros

Quadro 1. Tópicos e fases da organização de eventos ............. 11

Quadro 2. Tipos de alimentos consumidos em diversas dietas. 30

Lista de Tabelas

Tabela 1. Fatores de emissão de gás carbônico ....................... 40

Tabela 2. Valores da massa (kg) de diferentes quantidades de

folhas A4 .................................................................................... 41

Tabela 3. Fixação de CO2 em relação ao bioma ....................... 42

Tabela 4. Sistema de Pontuação ............................................... 44

Tabela 5. Seu evento é sustentável? ........................................ 45

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1. Introdução

A Universidade de São Paulo, no campus de São Carlos, promove

e abriga diversos tipos de eventos, como simpósios, semanas de

cursos, encontros, congressos e torneios, envolvendo alimentação,

circulação e transporte de pessoas, divulgação, distribuição de

materiais, hospedagem, entre outros. Nos últimos anos a preocupação

com os impactos socioambientais advindos dessas atividades tem

crescido e a universidade tem um papel fundamental nesse sentido,

contribuindo com estratégias que minimizem os impactos que muitas

vezes são pouco conhecidos pelas comissões organizadoras e pelos

participantes.

Anualmente são realizados no campus de São Carlos

aproximadamente 20 semanas de cursos de graduação, com público

variando de 100 a 600 participantes, diversos workshops internacionais

e dezenas de cursos de extensão. Além disso, cerca de 20 palestras

são promovidas mensalmente nos anfiteatros da universidade,

contando em média com 100 ouvintes. Em suma, mais de 200 eventos

são realizados por ano no campus, contando com a participação de no

mínimo 20 mil pessoas.

É nesse contexto e sob o impulso da demanda de diversos grupos

responsáveis pela organização de eventos no campus de São Carlos –

que buscavam orientações para minimizar os impactos e compensar

as emissões de carbono – que se produz e distribui esse pequeno

guia, visando contribuir para a organização de eventos mais

sustentáveis, tanto na universidade como em outros contextos.

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2. Eventos mais sustentáveis

O que é um evento sustentável?

O termo desenvolvimento sustentável é bastante amplo, mas

assumimos como ponto de partida a definição do Relatório Nosso

Futuro Comum, apresentado numa assembléia geral da Organização

das Nações Unidas, em 1987: "o desenvolvimento que satisfaz as

necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das

gerações futuras de suprir suas próprias necessidades".

O conceito de desenvolvimento sustentável é controverso e

complexo e, por nos identificarmos com a visão do economista Ignacy

Sachs, utilizaremos neste guia o termo sustentabilidade. Para

entendermos melhor esse termo, abordaremos algumas das suas

dimensões, segundo Sachs (2000): dimensão social, cultural,

ecológica/ambiental, territorial, econômica e política. Com isso,

pretendemos evidenciar que a sustentabilidade não está restrita aos

aspectos ecológicos/ambientais e que todos seus aspectos merecem

atenção.

Sustentabilidade ecológica: está relacionada à limitação do uso

de recursos naturais não-renováveis e ao uso dos recursos renováveis

de forma que se respeite seu potencial de produção pela natureza e

também a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais. A

promoção de mudanças no padrão de consumo da sociedade é

essencial, o que inclui, além de sua limitação, a valorização dos

produtos gerados em processos que contribuam para o equilíbrio

ambiental, por exemplo, produtos que agreguem baixo consumo

energético e que têm menor efeito poluidor (tecnologias mais limpas).

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Sustentabilidade social: consiste na construção de uma

sociedade em que haja equidade na distribuição da riqueza, com um

patamar razoável de homogeneidade social, sendo que para isso é

necessário existir a igualdade no acesso aos recursos e serviços

disponíveis.

Sustentabilidade cultural: trata-se da necessidade de equilibrar

tradição cultural e inovações. Para isso, é preciso repensar os hábitos

e valorizar as tradições locais, em contraposição à simples cópia de

modelos exteriores.

Sustentabilidade territorial: consiste no esforço em direção ao

equilíbrio entre as configurações urbanas e rurais. No Brasil, as

políticas públicas de habitação, saneamento, educação, saúde,

transportes e comunicações são voltadas, na maioria das vezes, aos

centros urbanos, o que de certa forma alimenta o êxodo rural, levando

ex-agricultores para situações precárias de vida nas cidades. Para

superar esses desequilíbrios e corrigir as desigualdades inter-

regionais, seria necessário voltar políticas públicas à zona rural e

fortalecer as políticas aplicadas à zona urbana. Outra medida de

sustentabilidade territorial é a adoção de postura adequada para a

ocupação de áreas ecologicamente frágeis.

Sustentabilidade econômica: traduz-se na melhor alocação e

gestão mais eficiente dos recursos, com segurança alimentar

assegurada. Nesse contexto, a medida da eficiência econômica é o

equilíbrio macrossocial, e não a lucratividade empresarial.

Sustentabilidade política: é relacionada à democracia, na qual

todos os direitos humanos são respeitados. Para isso, está pautada na

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coesão social, aplicação do princípio da precaução na gestão do meio

ambiente e dos recursos naturais, prevenção das mudanças globais

negativas e cooperação científica e tecnológica entre nações,

favorecendo principalmente países não desenvolvidos.

Portanto, de acordo com Sachs (2000), a sustentabilidade só pode

ser alcançada se todas as suas dimensões forem contempladas, de

maneira que todas juntas agreguem mais do que a simples soma de

cada uma. Para saber mais sobre as dimensões da sustentabilidade

aplicada a eventos, pode-se recorrer ao livro “Eventos mais

sustentáveis: uma abordagem ecológica, econômica, social, cultural e

política”. (FONTES et al, 2008)

SAIBA MAIS: Agenda 21

Na construção das idéias sobre sustentabilidade,

em conjunto com o relatório Brundtland, há um

instrumento fundamental chamado Agenda 21,

elaborado durante a Conferência das Nações

Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,

realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de

Janeiro, conhecida como ECO-92 ou Rio 92. De

acordo com a definição do Ministério do Meio

Ambiente, (www.mma.gov.br) a Agenda 21 é “um

instrumento de planejamento para a construção de

sociedades sustentáveis, em diferentes bases

geográficas, que concilia métodos de proteção

ambiental, justiça social e eficiência econômica”.

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3. Sustentabilidade nos eventos

Este guia está dividido em 13 tópicos, que se referem às diversas

etapas dos eventos, desde a formação da comissão organizadora até

a limpeza do local após sua realização, sendo estas etapas agrupadas

em três fases: pré-evento, quando ocorre o planejamento detalhado;

evento, quando se aplica o que foi planejado, e pós-evento, quando

se realiza a avaliação, identificando o grau de sustentabilidade

alcançado. Em cada tópico são apresentadas ações objetivas que

podem contribuir para que o evento se torne mais sustentável em suas

distintas dimensões.

O Quadro 1 apresenta os diversos aspectos dos eventos que são

abordados nesse guia, considerando as três fases da organização.

Tópico Pré-evento

Evento Pós-

evento

1. Comissão organizadora X X X

2. Patrocínio X X X

3. Divulgação e inscrições X X

4. Acessibilidade X X

5. Hospedagem X

6. Consumo de água e energia X

7. Geração de resíduos sólidos X

8. Materiais utilizados X

9. Transporte X

10. Alimentação X

11. Serviços de limpeza X X

12. Neutralização das emissões de carbono

X

13. Avaliação da sustentabilidade do evento

X

Quadro 1. Tópicos e fases da organização de eventos

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Para os tópicos 12 e 13, apresentamos no final deste guia a

planilha “Cálculo do carbono emitido durante o evento”, que auxilia no

cálculo do carbono emitido na realização do evento com vistas a ações

de compensação, e a ficha de avaliação sobre a sustentabilidade do

evento chamada “Confira aqui: seu evento é sustentável?”.

Entendemos que esse último documento sintetiza todo o guia e

auxiliará os organizadores a avaliar o evento, de modo a possibilitar a

formação de um banco de dados próprio. Dessa maneira, as ações em

direção a um evento mais sustentável podem ser documentadas,

contendo os resultados obtidos, pontos positivos, debilidades e

desafios. Esses dados podem subsidiar a organização do próximo

evento, que será igualmente documentado e avaliado, e assim

sucessivamente, de modo que a melhora seja contínua num contexto

de autoaprendizagem.

3.1 Comissão organizadora

A formação da comissão organizadora é o primeiro passo visando

à sustentabilidade do evento. À primeira vista, este aspecto parece ser

irrelevante, porém, a sua importância está na formação de uma equipe

composta por pessoas com diferentes experiências, pois mais

oportunidades e caminhos a trilhar aparecerão com uma equipe

heterogênea. Além disso, uma comissão que trabalha baseada em

princípios éticos – na qual a transparência e a união por um objetivo

comum norteiam as ações de seus membros – contribui para a

sustentabilidade geral do evento.

Ações propostas:

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O empenho em organizar um evento sustentável e a

determinação de quais objetivos a comissão irá perseguir são

essenciais. Definir metas nas etapas preliminares de

organização ajuda a diminuir o estresse durante o evento.

Materiais (artigos, livros, sites) que tratam de ações para a

sustentabilidade podem ser divulgados na comissão, ajudando

a trazer o tema para a organização do evento.

A comissão deve considerar os aspectos de sustentabilidade

social, assegurando que a participação na comissão

organizadora seja aberta e inclusiva. Para isso, uma divulgação

ampla é essencial para que haja uma boa participação.

É importante a inserção de membros de diferentes perfis

(graduação e pós-graduação, diferentes departamentos ou

áreas do conhecimento). Esse contato ajuda a promover

inovações e a diversidade no evento, além de quebrar

estereótipos.

A definição das responsabilidades de cada pessoa na comissão

é fundamental. Recomenda-se que um dos membros seja

designado como responsável pela sustentabilidade geral do

evento, um “Coordenador de Sustentabilidade” As funções do

desse coordenador irão permear todas as demais funções dos

organizadores do evento.

A avaliação do evento é etapa fundamental e poderá ser

desenhada desde o planejamento. O Apêndice 2 apresenta

alguns indicadores que podem ser usados para avaliação da

sustentabilidade do evento desde o início da organização.

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3.2 Patrocínio

O patrocínio é um tema muito importante, pois o evento muitas

vezes depende dele para ser realizado. Por isso mesmo, ele se

configura como uma boa chance para que os organizadores do evento

compartilhem os princípios da sustentabilidade com os candidatos a

patrocinadores e com os participantes.

Ações propostas:

Os patrocinadores influenciam a mensagem passada pelo

evento, pois têm seu nome associado a ele. Pode parecer

negativo ser seletivo quanto aos patrocinadores, mas quando a

comissão estabelece metas e critérios para patrocínio e é

atendida pelos financiadores, ela torna-se mais responsável e

transparente para o público. Assim, a comissão pode buscar

patrocinadores que tenham afinidades no que se refere a

práticas sustentáveis.

Nas propostas de patrocínio, pode-se mostrar aos financiadores

de que forma a sua visão e a visão do evento coincidem. Para

isso, a comissão deve estudá-los e estabelecer pontos em

comum entre seus valores e os objetivos do evento. Assim, a

chance de obter sucesso no patrocínio será maior.

O patrocínio não precisa ser necessariamente financeiro, mas

em forma de produtos ou serviços. Além disso, patrocinadores

não são somente empresas, mas órgãos públicos e instituições

de pesquisa.

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Ao optar pela procura de patrocinadores com postura

socioambiental positiva, talvez as dificuldades sejam maiores,

entretanto, a comissão estará dando um passo importante rumo

a uma maior sustentabilidade.

É importante enviar um “feedback” aos financiadores com os

resultados obtidos, como numero de participantes, avaliação do

público sobre as atividades e medidas de sustentabilidade

adotadas. Esse cuidado da organização pode possibilitar

patrocínios para futuros eventos.

3.3 Divulgação e Inscrições

O evento pode ser um exemplo positivo na área de

sustentabilidade antes mesmo de seu início, ao optar por minimizar o

desperdício na divulgação e inscrição.

Ações propostas:

Pode-se divulgar o evento utilizando o mínimo de material

impresso, evitando a “panfletagem”. Como alternativa a essa

prática, pode-se imprimir um número reduzido de panfletos, nos

quais haverá um lembrete para que a pessoa que pegue o

panfleto passe-o adiante após sua leitura. Dessa forma, menos

lixo será gerado e a divulgação será realizada.

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DICA: Divulgação no Restaurante Universitário (Bandejão)

Uma boa divulgação pode ser feita durante os almoços no

Restaurante Universitário, quando se forma uma grande fila de

pessoas ao lado de fora esperando para comer. Nesse momento

podem ser distribuídos vários panfletos na fila, com um lembrete

para que a pessoa leia o panfleto e devolva-o na entrada do

Restaurante. Os panfletos que vão sendo "resgatados" por membros

da comissão organizadora na entrada do restaurante são passados

para outras pessoas que estão no fim da fila, e assim por diante.

Listas de e-mails, páginas eletrônicas (até os sites dos

patrocinadores), divulgação em salas de aula, anúncio durante

outros eventos são alternativas de divulgação menos

impactantes.

De forma semelhante, a comunicação, seja entre a própria

comissão, seja entre a comissão e os participantes, pode

priorizar o uso dos meios eletrônicos.

As inscrições on line facilitam a participação de pessoas de

outras cidades, a organização geral e evitam a geração de

resíduos.

Ao imprimir materiais promocionais, pode-se dar preferência ao

uso de papel reutilizado ou papel reciclado e documentos com

mais de uma página podem ser impressos em frente-e-verso.

Durante o evento, pode-se evitar a distribuição da programação

a todos os participantes. Ao invés disso, pode-se enviá-la por e-

mail, projetá-la numa grande tela no início das atividades,

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imprimi-la em um banner ou ainda afixar algumas cópias em

pontos estratégicos no local do evento.

DICA: Comunicando a sustentabilidade

É importante que as ações em direção à sustentabilidade do evento

sejam comunicadas nos meios de divulgação que a organização utiliza

tanto antes como durante e após sua realização. É essencial que os

itens divulgados sejam cumpridos, sob pena de ocorrer uma perda

de credibilidade da comissão organizadora do evento. Ações nesse

sentido visam compartilhar os princípios da sustentabilidade com os

participantes, contribuindo educativamente para que eles reflitam

sobre medidas sustentáveis que podem ser adotadas na organização

de seus eventos, no ambiente de trabalho e doméstico.

3.4 Acessibilidade

A acessibilidade de um evento é a possibilidade que diferentes

grupos de pessoas têm para ter assegurada a sua participação. Nesse

contexto, os eventos devem contribuir para que as pessoas portadoras

de necessidades especiais e aquelas que não possuem recursos para

pagar as taxas de inscrição possam ser contempladas.

Ações propostas:

Considerar a possibilidade de haver taxas diferenciadas para

distintos grupos/tipos de participantes e/ou taxas de inscrição

acessíveis a um amplo grupo de pessoas (estudantes,

professores, pessoas da comunidade), sem perder de vista a

sustentabilidade econômica do evento. Uma alternativa pode

ser a oferta de trabalho voluntário durante o evento para

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aqueles que não podem pagar ou que desejam redução da taxa

de inscrição.

Verificar se o local é acessível para pessoas portadoras de

necessidades especiais e, caso não seja, promover as

adequações necessárias ou mudar o local do evento.

3.5 Hospedagem

Geralmente a hospedagem dos palestrantes e participantes é

desconsiderada quando o tema é sustentabilidade. Entretanto, esse

item inclui impactos como o uso de energia, de água (para lavar

roupas de cama e banho, chuveiro, limpeza, piscina), consumo de

materiais, geração de resíduos, entre outros. Dessa forma, garantir

uma hospedagem mais sustentável significa minimizar diversos

impactos socioambientais.

Ações propostas:

A equipe pode organizar um grupo pessoas que desejem

hospedar voluntariamente os palestrantes e participantes que

não forem da cidade, na chamada “hospedagem solidária”.

Eventualmente, pode-se oferecer descontos na taxa de

inscrição para os que se dispuserem a receber estes

convidados, tomando providências para que eles sejam bem

recebidos (orientações para localização do convidado na

cidade/evento, facilidade para entrada e saída da residência

etc). Além de aproximar as pessoas, essas iniciativas

diminuirão os custos econômicos e ambientais da hospedagem

em hotéis e pousadas, pois a “hospedagem voluntária” não visa

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a obtenção de lucro por parte dos voluntários que cedem suas

habitações, e, diferentemente de hotéis e pousadas, as roupas

de cama e as toalhas de banho das pessoas que ficam por

mais de um dia não são lavadas diariamente, o que reduz o uso

de água e energia elétrica.

Como alternativa, a organização do evento pode procurar e

indicar hotéis e/ou pousadas que sejam ou estejam tomando

medidas para se tornarem mais sustentáveis. Nem sempre é

fácil obter essas informações, por isso os organizadores podem

visitar esses locais e escolher o menos impactante.

A proximidade da acomodação a serviços como restaurantes,

mercados e farmácias, a pontos de acesso ao transporte

público e ao local do evento deve ser considerada nas escolhas

da hospedagem.

3.6 Consumo de água e energia

O consumo de água e de energia é fundamental quando o assunto

é a sustentabilidade do evento. Especificamente em relação ao

consumo de energia, neste guia está sendo considerada somente a

energia elétrica, entretanto, em eventuais edições futuras, poderemos

contemplar o consumo de outras formas de energia, como a de

combustíveis fósseis, de biomassa e solar. Pode ser difícil medir esses

consumos específicos, pois usualmente os dados são fornecidos por

mês, e, se o evento ocorrer dentro do campus universitário, talvez não

seja possível distinguir o consumo específico de água e energia

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elétrica para aquele local. Porém, pode-se realizar ações visando

redução do consumo e estimar os ganhos nesse sentido..

Ações propostas:

O uso de água do evento ocorre principalmente nos banheiros.

A organização pode colocar lembretes recordando as pessoas

para que fechem as torneiras, por exemplo, caso elas não

sejam temporizadas. Para outras informações sobre o uso

racional de água na USP, pode ser contatado o Programa de

Uso Racional de Água (PURA). (Ver item 5 - Contatos)

Para diminuir o uso de energia no evento, os organizadores

devem ficar atentos para a regulagem do ar condicionado de

forma que a temperatura do ambiente não fique muito baixa e

podem dar preferência a equipamentos eficientes (selo Energy

Star, por exemplo), transporte eficiente de materiais (comprar a

granel, não fazer transportes desnecessários) e colocar avisos

no local do evento lembrando os participantes para desligarem

os equipamentos quando estes não estiverem sendo utilizados.

Outras informações podem ser adquiridas com a equipe do

Programa de Uso Racional de Energia (PURE) no campus.

(Ver item 5 - Contatos)

A comissão pode procurar realizar seu evento em um prédio

"verde", ou seja, que maximize o uso de luz natural, que

reutilize água da chuva, aproveite a energia solar e os ventos

predominantes na área para promover uma circulação de ar

natural, o que pode diminuir a necessidade de utilizar luz

elétrica e equipamentos de ar condicionado. O local pode,

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21

também, conter uma boa área permeável para que a água da

chuva infiltre no solo, o que ajuda no controle de enchentes. A

arborização também é importante, pois, além de auxiliar no

aspecto paisagístico, melhora o conforto térmico local. Em

relação à construção em si, há uma norma da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), NBR 15.575, que

entrou em vigor em maio de 2010 e que trata de parâmetros

mínimos de desempenho das edificações.

3.7 Resíduos sólidos

Quando se fala sobre a sustentabilidade de um evento, um dos

primeiros itens a ser destacado são os resíduos sólidos. Os

participantes comentam se houve (ou não) coleta seletiva, se havia

desperdício de alimentos ou de materiais e assim por diante. Além

disso, o “lixo” é um tipo de impacto bastante visível e com muitas

possibilidades de ser minimizado. Uma pesquisa feita Universidade de

São Paulo (campus São Carlos) demonstrou que cerca de 50% dos

resíduos sólidos produzidos num evento na universidade são

provenientes de materiais de divulgação, 35% são gerados em coffee-

breaks e aproximadamente 15% são provenientes de kits distribuídos

aos participantes (MORTEAN, 2010). Ainda segundo o autor, pode-se

obter uma redução de cerca de 60% na produção de resíduos sólidos,

por exemplo, em coffee-breaks, com a tomada de medidas simples,

como o uso de materiais duráveis em detrimento de descartáveis.

Ações propostas:

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22

Durante o evento, os resíduos sólidos podem ser separados em

três tipos: compostáveis, recicláveis e rejeitos (ou não

recicláveis/não compostáveis). Defina como será feita a

separação dos resíduos de acordo com a destinação final

possível para esses resíduos.

DICA: gestão de resíduos

Para a correta realização da coleta seletiva dos materiais

recicláveis, os membros da organização podem conversar com os

funcionários da equipe de limpeza responsável pelo local. Os

resíduos recicláveis deverão ser acondicionados em sacos

diferenciados dos usados para lixo comum e enviados ao local

adequado. No caso do campus da USP de São Carlos, podem ser

encaminhados ao galpão de armazenagem de recicláveis, localizado

perto da sede do USP Recicla. Posteriormente, esses materiais são

recolhidos por uma cooperativa de catadores de recicláveis de São

Carlos.

Os resíduos compostáveis podem ser facilmente compostados em

casa, gerando um ótimo condicionador de solo. Como alternativa, no

caso da geração desses resíduos ser muito significativa durante o

evento, podem ser enviados ao USP Recicla ou à horta municipal de

São Carlos, para serem compostados. (Ver item 5 – Contatos)

Os rejeitos, ou seja, resíduos não compostáveis e não recicláveis,

podem ser armazenados em sacos de lixo pretos, destinados à

coleta de lixo comum, para serem enviados ao aterro sanitário

municipal.

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Após a definição do destino dos resíduos, a comissão precisa

definir os tipos de coletores de resíduos de acordo com o

destino de cada um dos tipos. Por exemplo, podem ser

colocados três diferentes coletores: recicláveis, compostáveis e

rejeitos. Entretanto, se os organizadores optarem por não fazer

um destino diferenciado para compostáveis, por exemplo,

pode-se alocar apenas dois tipos de coletores: um para rejeitos

(neste caso: não recicláveis + compostáveis + não

compostáveis) e outro para recicláveis. É essencial que haja,

além disso, cartazes informativos sobre quais materiais são

recicláveis, quais são compostáveis e quais são considerados

rejeitos.

SAIBA MAIS: Quais materiais são recicláveis?

Plásticos: embalagens em geral, sacos plásticos,

vasilhas, potes de alimentos, garrafas.

Metais: latas de alumínio e aço, embalagens de

marmitex limpas, fios, arames, pregos e chapas.

Vidros: garrafas, recipientes de alimentos, produtos

de limpeza, vidros não contaminados, cacos protegidos.

Papel: revistas, jornais, folhas sulfite, impressos em

geral, papelão.

Outros: embalagens longa vida.

Quais materiais são compostáveis?

Cascas, folhas e restos de frutas, verduras,

legumes, hortaliças e cereais, borra de café, cascas de

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ovos, pão, arroz, massa, sacos de chá, restos de comida

cozida, serragem, aparas de madeira, palha, grama seca.

SAIBA MAIS: Materiais não recicláveis ou de

difícil reciclagem na região de São Carlos-SP

Copos descartáveis de plástico, papel carbono e

plastificado, isopor, plástico aluminizado (de

embalagem de salgadinho, bolacha, chocolate, barra

de cereal, refresco em pó etc), espelhos e vidros

planos, esponjas de aço, cerâmicas e porcelana,

espumas, lenços e guardanapos de papel usados,

papel higiênico, fraldas descartáveis.

Materiais não recomendados para compostagem

Óleo, gordura, carne, plantas doentes, leite e

derivados, fezes de animais de estimação.

Para obter mais informações sobre a coleta seletiva em São Carlos

- SP, ou sobre como fazer compostagem doméstica, entre em contato

com o USP Recicla (Ver item 5 - Contatos)

3.8 Materiais utilizados

A escolha dos materiais que serão utilizados no evento, desde

copos e talheres, até kits para os participantes e decoração, tem

ligação direta com o uso de recursos e a produção de resíduos.

Portanto, escolhas neste sentido podem contribuir com a

sustentabilidade do evento.

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Ações propostas:

Sobre a utilização de crachás para os participantes:

a) se o número de participantes for pequeno, a

comissão pode propor algumas dinâmicas para que eles

se conheçam, ao invés de fazer um crachá para cada

participante;

b) quando for necessária a utilização de crachás, os

nomes podem ser impressos em papel e colocados

dentro de capas de plástico duráveis/reutilizáveis. Ao

final do evento, solicita-se aos participantes a devolução

dos crachás, que poderão ser reutilizados nos próximos

eventos.

A comissão pode decidir não fornecer, por exemplo, caneta e

papel aos participantes, como parte do kit de participação do

evento, esclarecendo-os de que essa é uma das medidas que

estão sendo tomadas rumo a uma maior sustentabilidade e

avisando, quando da inscrição, que eles podem trazer esses

itens de casa.

A comissão pode ainda reutilizar materiais para confecção de

blocos de anotações e crachás, ou adquiri-los de

empreendimentos de economia solidária e comércio justo.

Se forem entregues presentes aos palestrantes e kits aos

participantes (como camisetas, canecas, sacolas retornáveis

etc), eles podem ser produzidos regional e eticamente (por

exemplo, de empreendimentos de economia solidária), com uso

de materiais reutilizados e/ou reciclados visando diminuição,

por exemplo, de seus impactos devido a transporte por longas

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distâncias. Além disso, pode ser estimulada a troca de

alimentos pelos kits dos participantes, para posterior doação a

órgãos beneficentes.

SAIBA MAIS: Economia solidária

O movimento Economia Solidária objetiva melhorar

a distribuição econômica e de oportunidades,

gerando trabalho e renda para populações de baixa

renda Caracteriza-se por formas de organização

econômica que valorizam o controle dos bens de

produção pelo trabalhador, em contraposição à

exploração e concentração do grande capital. Os

princípios da economia solidária harmonizam-se com

os princípios da sustentabilidade, pois giram em

torno de conceitos como ajuda mútua, igualdade,

responsabilidade social e respeito ao meio

ambiente. (FONTES et al., 2008).

Podem-se evitar utensílios descartáveis optando por duráveis

(canecas, pratos, talheres, xícaras, bandejas, por exemplo). Se

realmente não houver opção, pode-se utilizar materiais

biodegradáveis e recicláveis, evitando os não recicláveis.

Para bebidas quentes, como café ou chá, recomenda-se

oferecer utensílios de vidro ou cerâmica, em substituição aos

de plástico, pois há pesquisas que defendem que o plástico,

quando aquecido, libera xenoestrogênio, um composto que

pode ser cancerígeno.

Page 29: Guia eventos sustentaveis

27

SAIBA MAIS: Xenoestrogênio

Estrogênio é o nome do hormônio responsável pelos caracteres sexuais

femininos, enquanto as substâncias sintéticas que apresentam atividades

estrogênicas são chamadas de xenoestrogênios (xeno, prefixo grego,

significa estrangeiro). Segundo Davis1 (1997) apud Zavariz (2008), o

xenoestrogênio entra no organismo ocupando os receptores do estrogênio,

criando maiores possibilidades de desenvolvimento de câncer de mama ou

do útero.

Por outro lado, segundo Goloubkova e Spritzer (2000), permanecem

incertezas científicas com respeito aos dados relatados e quanto à

hipótese de haver níveis suficientemente elevados de exposição aos

xenoestrogênios, a ponto de exercer efeito estrogênico generalizado

sobre a população. Alguns xenoestrogênios (por exemplo, em certos

produtos de soja) são protetores, enquanto outros (por exemplo, em

certos inseticidas) influenciam muito no aumento do risco de uma mulher

vir a desenvolver o câncer de mama (DAVIS, 1997 apud ZAVARIZ, 2008).

Cientistas ambientais acreditam que o câncer é um produto direto de

substâncias químicas da era industrial (CARLIN2, 2001 apud ZAVARIZ,

2008). Compostos xenoestrogênicos são utilizados em revestimentos de

latas de alimentos, complexos dentários para obturações e em plásticos em

geral. No caso dos plásticos, acredita-se que os xenoestrogênios são

liberados com o seu aquecimento.

Neste caso, tão polêmico e ainda sem uma definição científica, uma

saída possível é usar o princípio da precaução, que nos diz que o mais

sensato é não realizarmos uma ação se ainda não sabemos suas

conseqüências para a nossa saúde, para o meio ambiente etc.

1DAVIS, D. L. Environmental influences on breast cancer risk. Science and

Medicine, V. 4, n. 3. p. 56. May-Jun 1997, 2 CARLIN, S. Community Breast Cancer Mapping. Huntington: Southampton

College, Long Island University, 2001.

Page 30: Guia eventos sustentaveis

28

Caso haja necessidade de decoração, podem ser selecionados

itens naturais, como plantas vivas ou flores produzidas

localmente. No fim do evento, eles podem ser sorteados como

presentes.

3.9 Transporte

De modo geral, há pouca comunicação entre os participantes e

muitos se deslocam em carros, individualmente, de suas cidades até o

evento e da hospedagem até o local das atividades. O uso de

transporte coletivo e sistema de caronas usualmente não são

incentivados e o transporte acaba sendo responsável por uma grande

parcela dos impactos socioambientais ligados ao evento.

Ações propostas:

Pessoas de outras cidades podem ser incentivadas a utilizar

transporte coletivo ou “carona solidária” para seu deslocamento

entre cidades e durante o evento, diminuindo assim a Pegada

Ecológica do evento.

A “carona solidária” pode ser viabilizada pela comissão do

evento por meio da criação de uma lista de e-mails ou de um

quadro de recados no site do evento, por exemplo, para que os

participantes interessados possam se organizar locomovendo-

se em grupos, utilizando assim menos automóveis e

aumentando a eficiência energética do transporte e também

aumentando a acessibilidade.

Priorizar locais para realização do evento que sejam acessíveis

a ciclistas e a pedestres.

Page 31: Guia eventos sustentaveis

29

Durante o evento, os participantes podem ser encorajados a

caminhar, utilizar bicicletas, transporte público e a compartilhar

veículos.

SAIBA MAIS: Pegada ecológica

Segundo Wackernagel e Rees (1996), Pegada

Ecológica é uma ferramenta de cálculo que permite

estimar as necessidades de consumo de recursos

naturais e também a produção de resíduos de uma

população ou economia, traduzindo-as em termos de

uso de áreas produtivas. Em outras palavras, é o

quanto de recursos naturais uma população usa para

manter seu padrão de vida. Em termos de ecologia

de populações, é similar ao conceito de capacidade

suporte do meio. A capacidade suporte do meio é o

máximo número de indivíduos que um ecossistema

consegue manter, sem alterar sua produtividade,

enquanto a pegada ecológica é a superfície de um

ecossistema necessária para manter uma população.

3.10 Alimentação

As escolhas relacionadas à comida e à bebida servidas influenciam

substancialmente a sustentabilidade do evento organizado pela

comissão, podendo diminuir os impactos socioambientais e garantir

uma maior acessibilidade aos participantes.

Page 32: Guia eventos sustentaveis

30

Ações:

Opções vegetarianas e/ou veganas podem ser oferecidas no

cardápio do evento para que ele se torne acessível, inclusive, a

pessoas que não podem ou que não desejam comer carnes

e/ou produtos de origem animal.

SAIBA MAIS: Tipos de alimentos consumidos em diversas dietas

Alimentos utilizados

Tipos de

dietas Car

nes

Ovo

s

Leite

e

deriv

ados

Cer

eais

Legu

min

osas

Ole

agin

osas

Tub

ércu

los

Fru

tas

Legu

mes

Ver

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Oní

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Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Ovo

-lact

o-

vege

taria

na

Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Lact

o-

vege

taria

na

Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Ovo

-

vege

taria

na

Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Veg

ana

Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Quadro 2. Tipos de alimentos consumidos em diversas dietas. Fonte: Departamento de medicina e nutrição da Sociedade Vegetariana

Brasileira (2007)

Page 33: Guia eventos sustentaveis

31

Optar por contratação de empreendimentos solidários, como

cooperativas, associações e microempresas autogestionárias

para fornecimento de alimentos.

A comissão pode atuar junto aos fornecedores para escolher

alimentos de época, no caso de frutas, e/ou alimentos

produzidos localmente.

Se for possível, podem ser feitas compras a granel, ao invés de

se optar por produtos com embalagens desnecessárias. Por

exemplo, sachês de açúcar e sal podem ser substituídos por

potes.

DICA: Prefira produtos regionais

Quanto maior a distância do produtor ao consumidor, maiores são os

impactos ambientais do produto devido ao transporte.

3.11 Serviços de Limpeza

Até mesmo a limpeza do evento é importante para a

sustentabilidade. Os impactos no ambiente podem ser amenizados por

meio do uso consciente dos produtos de limpeza.

Ações propostas:

No momento da limpeza do evento, pode-se priorizar o uso de

produtos com base na “química verde” (ver quadro), em

detrimento de produtos carcinogênicos, toxinas e compostos

orgânicos voláteis (COVs). Exemplos desses produtos são

aqueles cujo princípio ativo é de origem natural, como

desinfetantes e germicidas à base de óleo de citronela, por

exemplo. No caso de sabões, os derivados de óleo vegetal e

Page 34: Guia eventos sustentaveis

32

sebo são menos prejudiciais ao ambiente, pois se degradarão

mais facilmente.

SAIBA MAIS: Química verde

A química verde pode ser definida como a

utilização de técnicas químicas e metodologias que

reduzam ou eliminam o uso de solventes e

reagentes ou geração de produtos e subprodutos

tóxicos, que são nocivos à saúde humana ou ao

ambiente, e pode ser encarada como a associação

do desenvolvimento da química à busca da auto-

sustentabilidade. Entre os princípios que norteiam

a química verde, há a prevenção à poluição, a

eficiência energética, uso de matérias primas

renováveis, produtos degradáveis e a busca pela

segurança nos processos.

Fonte: WWVERDE – A Página de Divulgação da

Química Verde no Brasil.

3.12 Neutralização das emissões de carbono

A emissão de carbono também é um impacto do evento e não deve

ser esquecida, considerando que o gás carbônico contribui de forma

relevante para o aumento efeito estufa gerado a partir de ações

humanas. A organização de um evento e todas as atividades ligadas a

ela, abordadas nos 11 tópicos anteriores a este, também envolvem

emissões de carbono. Preparamos um documento que pode auxiliar o

cálculo das emissões de carbono e a estimativa do número de árvores

necessárias para sua neutralização (apêndice 1).

Page 35: Guia eventos sustentaveis

33

4. Avaliação da sustentabilidade do evento

Medir a sustentabilidade do evento em suas múltiplas dimensões

certamente não é uma tarefa simples. Entretanto, visando dar um

passo nessa direção, preparamos uma lista de itens ligados aos 12

tópicos anteriores. Consideramos que cada um dos itens dessa lista,

para fins de “medida” da sustentabilidade, tem o mesmo “peso”,

embora tenhamos ciência de que eles têm na realidade diferentes

pesos em termos de impactos socioambientais. Essa lista está no

apêndice 2, e pode ser uma das ferramentas que fomentarão a

melhoria contínua do evento a cada nova edição.

A demanda pela realização de eventos mais sustentáveis vem

crescendo e acreditamos que a universidade, como uma instituição

pública, formadora de pessoas e geradora de conhecimento crítico,

deve responder a essa demanda contribuindo com estratégias para a

realização de eventos mais sustentáveis.

Por fim, acreditamos que esse guia pode ser útil àqueles que se

propõem a organizar eventos mais sustentáveis e esperamos receber

criticas, sugestões e comentários que nos auxiliem a incrementar esse

material. Esse retorno é muito importante para nós e pode ser enviado

por e-mail (ver item 5 - Contatos).

5. Contatos

Horta Municipal de São Carlos

Telefone: (16) 3361-5131

Page 36: Guia eventos sustentaveis

34

PURA – Programa de Uso Racional da Água

Site: www.pura.poli.usp.br e-mail: [email protected]

Telefones: (011) 3091-4720; (011) 3091-4721

PURE – Programa de Uso Racional de Energia

Site: www.usp.br/pure e-mail: [email protected]

Telefones: (011) 3091-4723; (011) 3091-4724

USP Recicla de São Carlos

E-mail: [email protected] Telefone: (016) 3373-9147

Críticas, sugestões, comentários, experiências com este guia podem ser enviadas para: [email protected]

6. Referências

ÁLVAREZ, N.L.; HERAS, D.B. Metodología para el cálculo de la huella

ecológica en Universidades. In: CONGRESO NACIONAL DE MEDIO

AMBIENTE, 9., 2008, Madrid. Oficina de Desarrollo Sostenible.

Madrid: Fundacion CONAMA, 2008.

ARANTES, J.T. Amazônia: a floresta combate (sim) o efeito estufa.

São Paulo: Galileu, 2000. Disponível

em:<http://galileu.globo.com/edic/111/rep_amazonia.htm>. Acesso em:

5 dez. 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575:

edifícios habitacionais de até cinco pavimentos: desempenho. Rio de

Janeiro, 2008.

Page 37: Guia eventos sustentaveis

35

BARBOSA, M.P. Pegada ecológica: que marcas queremos deixar no

planeta?. Coordenado por M.VALENTE e L.COSTA, L.; supervisionado

por A. FALCÃO. Brasília: WWF-Brasil, 2007.

BIOTA-FAPESP. Atlas. Disponível em:<http://www.biota.org.br/index>.

Acesso em: 9 jun. 2010.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E

DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 2.ed. Rio de Janeiro:

Fundação Getúlio Vargas, 1991.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIOGRANDE DO

SUL. Perigo nos copos descartáveis. Porto Alegre. Disponível

em:<http://www.portalcoren-rs.gov.br/web/dicas_det.php?codID=2>.

Acesso em: 9 jun. 2010.

COSTA, L.M. et al. O papel do solo no ciclo do carbono. Viçosa:

Departamento de Solos; Universidade Federal de Viçosa, 2005.

DEPARTAMENTO DE MEDICINA E NUTRIÇÃO DA SOCIEDADE

VEGETARIANA BRASILEIRA. O Que é ser vegetariano. 2007.

Disponível

em:<http://www.svb.org.br/vegetarianismo/index.php?option=com_cont

ent&view=article&id=80:-o-que-er-vegetariano&catid=32:nutri-

vegetariana&Itemid=224>. Acesso em: 5 dez. 2009.

FERRO, R. Nova norma ABNT garante desempenho mínimo de

edifícios. São Paulo: Instituto Akatu, 2010. Disponível

em:<http://www.akatu.org.br/central/especiais/2010/nova-norma-da-

abnt-garante-desempenho-minimo-de-edificios>. Acesso em: 13 jun.

2010.

FONTES, N. et al. Eventos mais sustentáveis: uma abordagem

ecológica, econômica, social, cultural e política. São Carlos:

EdUFSCar, 2008.

Page 38: Guia eventos sustentaveis

36

GOLOUBKOVA, T.; SPRITZER, P.M. Xenoestrogênios: o exemplo do

Bisfenol-A. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia,

São Paulo, v.44, n.4, ago. 2000. Disponível

em:<http://www.scielo.br/pdf/abem/v44n4/10943.pdf>. Acesso em: 9

jun. 2010.

INTERGOVERNMENTAL PANNEL ON CLIMATE CHANGE. Climate

change 2007: synthesis report. Valencia, 2007.

MELO, A.C.G. Os Reflorestamentos com espécies nativas e a

fixação de carbono. Opiniões sobre o setor de florestas plantadas.

Ribeirão Preto, 2007. Disponível

em:<http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=307>.

Acesso em: 5 dez. 2009.

______. Reflorestamentos de restauração de matas ciliares:

análise estrutural e método de monitoramento no médio Vale do

Paranapanema (SP). 2004. 141p. Dissertação (Mestrado) – Escola de

Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos,

2004.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. O que é agenda 21. Disponível

em:

http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutur

a=18&idConteudo=597. Acessado em: 10 jun. 2010.

MORTEAN, A. F. Quantificação da produção de resíduos sólidos e

organização de eventos mais sustentáveis: estudo de caso na USP

de São Carlos. Trabalho de Graduação (Engenharia Ambiental) –

Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,

2010.

OLALLA TÁRRAGA, M.A. Indicadores de sostenibilidad y huella

ecológica. aplicación a la UAM. 2003. Proyecto de Fin de Carrera

(Licenciatura de Ciencias Ambientales) – Departamento de Ecología,

Universidad Autónoma de Madrid, Madrid, 2003.

Page 39: Guia eventos sustentaveis

37

RENNER, R.M.; BITTENCOURT, S.M. Estimativa de estoque e

incremento de carbono das espécies nativas plantadas pelo

programa mata ciliar no estado do Paraná. Curitiba, 2007.

Disponível em:<http://www.ifbio.org.br/calculo-de-estoque-de-

carbono.html>. Acesso em: 5 dez. 2009.

SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de

Janeiro: Garamond, 2000.

SANQUETTA, C.R. Fixação de carbono em florestas com

araucária. Curitiba. Disponível

em:<http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/0606te%20carbono.ht

m>. Acesso em: 5 dez. 2009.

SUSTAINABLE CONCORDIA. Sustainable event guide. Montreal:

Concordia University, 2009. Disponível

em:<http://sustainable.concordia.ca/resources/seg/index.php>. Acesso

em: 29 nov. 2009.

SUSTAINABLE PARTY. Sustainable party best practices guide.

New York, 2008. Disponível

em:<http://sustainableparty.com/best_practices_guide>. Acesso em: 29

nov. 2009.

WACKERNAGEL, M.; REES, W. Our ecological footprint: reducing

human impact on the earth. Gabriola Island: New Society, 1996.

WWVERDE – A página de divulgação da química verde no Brasil.

2010. Disponível

em:<http://www.ufpel.tche.br/iqg/wwverde/index.htm>. Acesso em: 12

jun. 2010.

ZAVARIZ, A. Xenoestrogênios e câncer. 2008. Disponível

em:<http://entendendoocancer.blogspot.com/2008/08/xenoestrognios-

e-cncer.html>. Acesso em: 9 jun. 2010.

Page 40: Guia eventos sustentaveis

38

Apêndice 1

Cálculo do carbono emitido durante o evento

Por que medir o CO2 emitido num evento? Segundo IPCC (2007), o

gás carbônico é utilizado como indicador porque se acredita que ele

seja o mais importante gás estufa antropogênico. A medição da

emissão de gás carbônico na atmosfera por diferentes fontes é

conhecida como Pegada de Carbono.

A Pegada de Carbono pode ser calculada para uma pessoa, para

uma indústria, um evento etc. e pode ter diversos níveis de

aprofundamento. Em uma análise mais sucinta, consideram-se apenas

as emissões diretas, como as de uma pessoa que utiliza um automóvel

todos os dias para trabalhar. Em análises mais profundas, consideram-

se também as emissões indiretas, como o consumo de bens por um

indivíduo. Porém, é importante ressaltar que a pegada de carbono é

um indicador da emissão de gases do efeito estufa, mas que

desconsidera outros aspectos ambientais e as dimensões social,

política, geográfica e econômica da sustentabilidade.

O consumo de CO2 durante o evento pode ser medido

indiretamente por meio do consumo de água, energia elétrica, papel,

embalagens, baterias, pilhas, meios de transporte utilizados pelos

participantes do evento, principalmente palestrantes, por percorrerem

maiores distâncias, entre outras coisas.

Para o cálculo das emissões de CO2, empregam-se fatores de

emissão, obtidos de diversas fontes. Esses fatores são aproximações

de emissão de gás carbônico por determinadas atividades, em relação

a alguma unidade definida e se aplicam da seguinte maneira:

Page 41: Guia eventos sustentaveis

39

Emissão (kgCO2) = Consumo(unidade) x Fator de Emissão (kg

CO2/unidade)

A tabela 1 a seguir mostra diversos fatores de emissão usados

para calcular o carbono emitido por diferentes fontes. Basta preencher

o campo consumo com o valor referente ao evento, respeitando a

unidade dada, e multiplicá-lo pelo fator de emissão. O resultado será a

emissão de gás carbônico por aquela fonte.

Os fatores de emissão apresentados foram reunidos de diversas

fontes por Álvarez e Heras (2008), sendo a maioria delas de origem

espanhola, o que pode levar a distorções nos resultados obtidos ao se

trabalhar com os mesmos fatores na realidade brasileira.

Page 42: Guia eventos sustentaveis

40

Tabela 1. Fatores de emissão de gás carbônico

Consumo Fator de Emissão

Emissão (kg CO2/ evento)

Água1 m

3 0,50 kgCO2/m

3

Energia elétrica2 kWh 0,57 kgCO2/kWh

Pa

pe

l3 Reciclado

kg

0,61

kgCO2/kg

Virgem 1,84

Resíduos urbanos (não perigosos)

4

0,61

Resíduos urbanos (perigosos)

5

Embalagens (plástico, metal e vidro)

2,62∙10-02

Baterias 1,34∙10-02

Pilhas 3,35∙10-04

Transporte

Automóvel

km

0,20

kgCO2/km

Motocicleta 0,07

Ônibus 0,04

Total

Fonte: Álvarez e Heras (2008)

1 Ayuntamiento de Santiago, Chile.

2 Instituto Energético de Galicia, 2007.

3 Universidade de Santiago de Compostela.

4 IPCC, 2006. Fator de emissão de resíduos urbanos tratados mediante

incineração. 5 Iregui, G.; Marañón, E.; Propuesta de índices de conversión de residuos

para la huella ecológica; Universidad de Oviedo, 2008.

Page 43: Guia eventos sustentaveis

41

Para se obter a massa de papel utilizado durante o evento:

reciclado e papel virgem padrão A4 (210mm x 297mm) possuem uma

relação entre massa e área igual a 75g/m2. A área de cada folha A4 é

de 0,06237m2. Portanto, temos:

Tabela 2. Valores da massa (kg) de diferentes quantidades de folhas A4

Número de folhas A4 Massa total (Kg)

1 0,00468

10 0,0468

100 0,468

1000 4,680

A Tabela 1 é um guia para o cálculo da emissão de gás carbônico

pelo evento. Portanto, quanto mais dados a comissão organizadora

tiver disponíveis, mais confiável será o seu resultado final e o cálculo

para a compensação das emissões pode ser mais fidedigno.

Conhecendo o total de CO2 aproximado emitido pelo evento,

conforme a tabela anterior, pode-se pensar em maneiras de neutralizar

o carbono emitido. Segundo Melo (2007), do Instituto Florestal, o

rendimento médio de remoção de CO2 da atmosfera nos

reflorestamentos feitos com espécies nativas no cerrado é de 1,3

toneladas por hectare por ano e, com espécies nativas em solos mais

Page 44: Guia eventos sustentaveis

42

férteis6, o rendimento médio sobe para 5,2 toneladas por hectare por

ano.

Considerando um reflorestamento de baixa densidade, com 1200

árvores por hectare (MELO, 2004) e utilizando os valores de remoção

de CO2 da atmosfera pelo bioma cerrado e pelo bioma mata atlântica,

obtemos os seguintes valores de fixação de carbono por árvore por

ano:

Tabela 3. Fixação de CO2 em relação ao bioma

Fixação de CO2 (kg CO2/árvore.ano)

Cerrado Mata Atlântica

1,08 4,33

A partir do valor de fixação de gás carbônico por árvore por ano,

pode-se estimar a quantidade de árvores que devem ser plantadas

para neutralizar o carbono emitido pelo evento.

Agora é só escolher um local adequado e realizar o plantio das

árvores!

DICA: divulgação

A divulgação das ações em direção à sustentabilidade do evento e dos

resultados obtidos após sua realização é muito importante, aumenta a

transparência da comissão organizadora e não deve ser relegada a

segundo plano.

6 Latossolos vermelhos euférricos, onde pode ocorrer a floresta estacional

semidecidual, típica do bioma Mata Atlântica.

Page 45: Guia eventos sustentaveis

43

Apêndice 2

Confira aqui: seu evento é sustentável?

Apresentamos uma lista de itens a serem verificados pela

comissão organizadora, que objetiva facilitar a medição do “nível de

sustentabilidade” do evento, além de auxiliar na comparação com

várias edições de um mesmo evento.

Como dito anteriormente, a medição da sustentabilidade do evento

em suas múltiplas dimensões é uma tarefa complexa, principalmente

porque, idealmente, cada item deveria receber um peso diferente,

relacionado a seus impactos socioambientais. Na lista apresentada a

seguir, baseada em Sustainable Concordia (2009), optou-se por dar o

mesmo peso para cada item como um primeiro passo. No futuro, com

a contribuição das comissões organizadoras que usarem este guia,

esta metodologia de medição do “nível de sustentabilidade” do evento

poderá ser aperfeiçoada.

Na lista há 37 itens a serem avaliados, distribuídos nos 12 tópicos

analisados no guia mais um item extra, chamado “Outras Ações”, onde

a comissão pode colocar ações que tomou em direção à

sustentabilidade e que não foram contempladas na lista.

Com o objetivo de facilitar o uso da lista, a numeração de seus

itens é idêntica à apresentada nos tópicos analisados no guia, por isso

ela se inicia com o número 3.1.

Um sistema de pontuação foi elaborado com o objetivo de facilitar a

comparação dos resultados, em que cada item poderá receber a

classificação “Contemplado”, “Parcialmente contemplado” ou “Não

Page 46: Guia eventos sustentaveis

44

contemplado”. A pontuação ajudará a comissão a ter uma idéia de

suas ações em direção à sustentabilidade e poderá servir de

orientação para os próximos eventos. Esse sistema está descrito na

Tabela 4 a seguir.

Tabela 4. Sistema de Pontuação

Sistema de Pontuação

RESULTADO PONTUAÇÃO

Item contemplado 1

Item parcialmente contemplado 0,5

Item não contemplado 0

É importante ressaltar que, para fins comparativos, o tópico “Outras

Ações” recebe no máximo 1 ponto, de modo que a pontuação máxima

possível é 37 pontos.

Page 47: Guia eventos sustentaveis

45

Tabela 5. Seu evento é sustentável?

Avaliação

o

Co

nte

mp

lado

Pa

rcia

lme

nte

Co

nte

mp

lado

Co

nte

mp

lado

3.1 Comissão Organizadora

Participação inclusiva/aberta

Inserção de membros de diferentes perfis

Coordenação de sustentabilidade

Divulgação de textos que tratam de sustentabilidade dentro da comissão

Metas para a sustentabilidade

3.2 Patrocínio

Patrocinado por empresas socioambientalmente responsáveis

Prestadores de serviços socioambientalmente responsáveis

3.3 Divulgação e inscrições

Divulgação do evento sem “panfletagem” em massa

Divulgação e comunicação prioritária via eletrônica/digital

Continua

Page 48: Guia eventos sustentaveis

46

Continuação

Avaliação

o

Co

nte

mp

lado

Pa

rcia

lme

nte

Co

nte

mp

lado

Co

nte

mp

lado

3.3 Divulgação e inscrições

Inscrições online

Impressão de materiais em papel reutilizado ou reciclado

Impressão em frente-e-verso

Divulgação do compromisso com um evento mais sustentável nos materiais do evento

3.4 Acessibilidade

Taxas de admissão acessíveis e/ou oportunidade de voluntariado

Acesso a portadores de necessidades especiais

3.5 Hospedagem

Hospedagem solidária ou hospedagem em locais que tomam medidas sustentáveis

3.6 Consumo de água e energia

Sede do evento num "prédio verde"

Continua

Page 49: Guia eventos sustentaveis

47

Continuação

Avaliação

o

Co

nte

mp

lado

Pa

rcia

lme

nte

Co

nte

mp

lado

Co

nte

mp

lado

3.6 Consumo de água e energia

Ações para consumo consciente de água

Ações para consumo consciente de energia

3.7 Resíduos sólidos

Separação e destinação final adequada dos resíduos sólidos recicláveis

Separação e destinação final adequada dos resíduos sólidos compostáveis

Disponibilização de informações sobre quais resíduos são recicláveis, compostáveis ou rejeitos

3.8 Materiais utilizados

Uso de utensílios duráveis, em detrimento dos descartáveis

Reutilização de materiais no evento (para fazer crachás, por exemplo)

Participantes trazem de casa caneca, bloco de notas, caneta

Continua

Page 50: Guia eventos sustentaveis

48

Continuação

Avaliação

o

Co

nte

mp

lado

Pa

rcia

lme

nte

Co

nte

mp

lado

Co

nte

mp

lado

3.8 Materiais utilizados

Presentes/kits dos participantes/palestrantes localmente/eticamente produzidos em empreendimentos de economia solidária, ou sem presentes e kits

Decoração com itens naturais ou sem decoração

3.9 Transporte

Local do evento acessível a ciclistas e a pedestres

Incentivo à caminhada, ao uso de bicicletas, transporte público e carona solidária durante o evento

Incentivo ao uso de transporte coletivo ou carona para participantes de outras cidades

3.10 Alimentação

Opções vegetarianas e/ou veganas

Comida preparada localmente, regionalmente

Continua

Page 51: Guia eventos sustentaveis

49

Continuação

Avaliação

o

Co

nte

mp

lado

Pa

rcia

lme

nte

Co

nte

mp

lado

Co

nte

mp

lado

3.10 Alimentação

Compras a granel

Opção por serviços de empreendimentos solidários

3.11 Serviços de limpeza

Uso de produtos com base na química verde

3.12 Neutralização das emissões de carbono

Neutralização das emissões de carbono

3.13 Outras ações (complete)

TOTAL (pontos)

Page 52: Guia eventos sustentaveis

50

Pontuação

Por meio da soma das vezes em que assinalou “Contemplado” e

“Parcialmente contemplado”, torna-se possível observar em qual faixa

de pontuação a seguir o evento se enquadra.

De 0 a 18 pontos: o evento ainda deixa de contemplar vários

tópicos em relação à sustentabilidade. Reveja os itens da Tabela 5 e

tente identificar os pontos fracos e fortes do evento e poderá auxiliar os

organizadores dos próximos eventos.

De 19 a 30 pontos: o evento já aborda quesitos importantes com

relação à sustentabilidade. A comissão organizadora está no caminho

correto e pode usar a experiência acumulada neste evento para

aumentar ainda mais o sucesso dos outros, mostrando que um evento

pode ser sustentável.

De 31 a 37 pontos: o evento cumpre muito bem os tópicos de

sustentabilidade analisados por este guia. Os participantes têm

importantes oportunidades de aprendizado socioambiental e o evento

cumpre um papel de transformação da sociedade. Os próximos

objetivos poderão ser manter o “nível de sustentabilidade” nos

próximos eventos e melhorá-lo continuamente, pois não existe um

ponto máximo a ser alcançado, considerando que a sustentabilidade é

um processo em permanente construção.

Page 53: Guia eventos sustentaveis

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ISBN 978-85-8023-010-9