Guia O Carreteiro 2011

13
Diagramação Guia O Carreteiro 2011

description

Diagramação Guia Transporte Rodoviário O Carreteiro 2011

Transcript of Guia O Carreteiro 2011

Diagramação Guia O Carreteiro 2011

Diagramação Guia O Carreteiro 2011

GUIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO 2011

O CARRETEIRO

www.guiaocarreteiro.com.br 1

FEDERAISCONCESSIONÁRIA RODOVIA TELEFONESConcepa BR-290 e BR-116 (51) 3029-2000Concer BR-040 0800 28 20 040CRT BR-116 (21) 2777-8300Ecosul BR-116, BR-293 e BR-392 0800 53 10 66Nova Dutra BR-116 0800 017 35 36Ponte S.A. BR-101 (21) 2620-9333

ESTADUAISBahiaCLN BA-099 0800 071 32 33

Espírito SantoRodosol ES-060 0800 979 00 60

ParanáCaminhos do Paraná BR-277, BR-373 e PR-438 0800 42 10 10Econorte BR-369, PR-323 e PR-445 0800 400 15 51Ecovia PR-407, PR-508 e BR-277 0800 41 02 77Rodonorte BR-376, BR-277, BR-373 e PR-151 0800 42 15 00EcoCataratas BR-277 0800 45 02 77Viapar PR-444, PR-317, BR-369, BR-376 e BR-158 0800 601 60 01

Rio de JaneiroRota 116 RJ-116 0800 28 20 116Via Lagos RJ-124 0800 702 01 24

Rio Grande do SulBrita RS-020, RS-235, RS-115, RS-446 0800 51 44 22Convias BR-116, RS-122, RST 453 0800 99 11 33Coviplan BR-285, BR-386, RST-153 0800 707 31 14Metrovias BR-116, BR-290, RS-030, RS-040, RS-784 0800 99 11 33Rodosul BR-116, BR-285 0800 510 52 86Sta Cruz BR-471, RST-287 0800 51 71 42Ecosul BR-158, BR-290, BR-287, BR-392, RST-287 0800 53 10 66Sulvias BR-386, RS-128, RS-129,RS-130, RST-453 0800 99 11 33

São PauloAutoBan SP-300, SP-330, SP-348 0800 055 55 50Autovias SP-255, SP-318, SP-330, SP-334, SP-345 0800 707 90 00Centrovias SP-310, SP-225 0800 17 89 98Ecovias dos Imigrantes SP-040, SP-55, SP-059, SP-150, SP-160 0800 19 78 78Intervias SP-147, SP-191, SP-215, SP-330, SP-352, SP-157/34 0800 707 14 14Renovias SP-215, SP-340, SP-342, SP-344, SP-350 0800 55 96 96Rodovia das Colinas SP-075, SP-127, SP-280, SP-300 0800 703 50 80SPVias SP-127, SP-255, SP-258, SP-270, SP-280 0800 703 50 30Tebe SP-323, SP-326, SP-351 0800 55 11 67Triângulo do Sol SP-310, SP-326, SP-333 0800 701 16 09Viaoeste SP-075, SP-270, SP-280, SP-091 0800 701 55 55Vianorte SP-322, SP-325, SP-328, SP-330 0800 701 30 70

Rio de Janeiro Lamsa Linha Amarela 0800 24 23 55

32

O FRETE AUTÔNOMO

Na ânsia de pegar serviço, muitos motoristas autônomos se esque-

cem de analisar o próprio preço do ser-viço. Estes autônomos acabam por igno-rar os próprios custos, levando muitas vezes prejuízo para eles próprios e para os demais, pois desta forma o preço do frete diminui cada vez mais, e o que é pior, para todos que atuam nesta área.

O profissional autônomo precisa ter consciência que não é só quem oferece frete que tem o poder de ditar preços. Já é hora do fornecedor de serviço de frete equilibrar esta balança, negocian-do melhores preços e fazendo com que o frete recebido retome cada vez mais a sua função: viabilizar o negócio com lucro e rentabilidade.

O TRANSPORTE DE CARGA DÁ LUCRO PARA O AUTÔNOMO?

José um motorista profissional au-tônomo com caminhão próprio,

atuando no setor há mais de 15 anos estava desiludido com os preços dos fretes praticados pelo mercado.

Fato, que levou José a tirar uns dias para pescar e esfriar a cabeça. E, com sua vara de pesca na mão, estava pensando se o negócio de transpor-te por caminhão que ele atua a tanto tempo, era ou não lucrativo. Com seus pensamentos acabou enumerando os prós e contra do negócio:

Contras:n Preço alto do combustível e au-mentos constantes;

n Aumento das praças de pedágios e do preço dos mesmos;n Ficar longe da família por longos períodos;n Estradas mal conservadas e pe-rigosas;n Aumento do número de assaltos;n Fretes baixos;n Pouquíssimas opções de financia-mento para aquisição e troca de ca-minhões;

Prós:n Liberdade;n Caminhões mais confortáveis e seguros;n Comunicação com a família mais fácil pelo celular;n Aparecimento de novas praças com oferta de frete;n Caminhões mais econômicos;

Além disso, tudo que ele possuía na vida advinha da sua profissão e dos caminhões que ele possuiu du-rante sua vida, mas mesmo assim José resolveu checar por A mais B se realmente a profissão que ele es-colhera realmente lhe proporciona-va lucro ou não. E começou analisan-do o frete que recebeu na sua última viagem.

Valor recebido de R$ 1.570,00 por uma vigem Rio de Janeiro – São Paulo – Rio de Janeiro, portan-to uma viagem de ida e volta do Rio para São Paulo. Quanto ao valor re-cebido não havia dúvida nenhuma. A coisa começou a complicar quando José foi verificar o quanto custou a viagem para ele. E ai, surgiu a pri-meira dúvida:

GUIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO 2011

O CARRETEIRO

www.guiaocarreteiro.com.br 33

QUANTO CUSTA UMA VIAGEM DE CAMINHÃO?

Para esclarecer melhor José anotou em um papel tudo que gastou na viagem:

Combustível R$ 632,35

Pedágios R$ 95,00

Refeições R$ 55,00

Borracharia (pneu furado) R$ 21,00

Lubrificante (óleo de motor completado) R$ 14,00

Nas contas de José, as despesas totalizaram pouco mais da metade do que ele recebeu pelo frete, ou seja, R$ 817,35 e, portanto um lucro de R$ 752,65. Num pri-meiro momento, José ficou muito contente, pois esse “lucro” era excelente. Mas ai, outra dúvida surgiu na cabeça de José:

SERIAM SOMENTE ESTES OS CUSTOS DE UM TRANSPORTE FEITO POR CAMINHÃO?

Assim, José pesquisou e descobriu que estes eram apenas alguns dos custos existentes. E neste momento, José prometeu a si mesmo que chegaria a uma res-posta a qualquer custo.

Do empenho de José surgiu a seguinte lista de custos e despesas:

n Depreciação do veículo n Material de escritório (papeis, formulários, canetas, etc)n Licenciamento

n IPVA n Pneus, câmaras, protetores e recapagens

n Lavagem n Seguro Obrigatório

n Telefone n Manutenção do veículo

n Despachante n Troca de óleo de motor

n Impostos n Contador

n Seguro de vida n Seguro do veículo

n Carnê do INSS - autônomo

Era tanta coisa que José pensou em desistir de tudo e sair vendendo pipoca, mas lembrou-se da promessa feita. E resolveu prosseguir.

Decidiu que o próximo passo a tomar seria separar os custos levantados em: custos ligados ao caminhão e os não ligados diretamente ao veículo.

34

CUSTOS LIGADOS AO CAMINHÃO:

NÃO LIGADOS DIRETAMENTE AO VEÍCULO:

n Combustível n Contador

n Licenciamento n Telefone

n Pneus, câmaras, protetores e recapagens n Seguro de vida

n Manutenção do veículo n Material de escritório

n IPVA, Seguro Obrigatório n Carnê do INSS - autônomo

n Lubrificante (óleo de motor completado)

n Impostos

n Refeições

n Troca de óleo de motor n Estadian Lavagemn Depreciação do veículo

n Seguro do veículo

n Borracharia (estrada)

n Pedágios

n Despachante

Mas esta divisão só não bastou, pois José percebeu que alguns custos apesar de estarem ligados ao veículo, suas ocorrências variavam. Alguns custos variavam com a quilometragem outros com o tempo. E José resolveu então, sofisticar um pouco mais a sua classificação.

CUSTOS LIGADOS AO CAMINHÃO: NÃO LIGADOS DIRETAMENTEAO VEÍCULO:

CUSTOS FIXOS POR KM DESPESAS ADMINISTRATIVAS

n Depreciação do veículo n Contador

n Licenciamento n Telefone

n Seguro Obrigatório n Material de escritório

n IPVA n Seguro de vida

n Despachante n Carnê do INSS - autônomo

n Seguro do veículo

CUSTOS VARIÁVEIS POR KM IMPOSTOS

n Manutenção do veículo n ISS

n Combustível DESPESAS DE VIAGEM

n Pneus, câmaras,protetores e recapagens

n Borracharia (estrada)

n Pedágios

n Troca + Remonta de óleo de motor n Refeições

n Lavagem

GUIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO 2011

O CARRETEIRO

www.guiaocarreteiro.com.br 35

Depois de organizar as contas de forma satisfatória, faltava a José determinar quan-to gastava com cada uma delas. E, assim ele foi verificando em sua caderneta de anota-ções os valores gastos nos últimos meses com combustível, manutenção, pneus, conta-dor, IPVA, licenciamento, etc.

Das suas anotações e recibos guardados José conseguiu levantar quase todos os custos, mas teve que tomar alguns cuidados:

CUSTOS FIXOSO licenciamento, seguro obrigatório, IPVA, despachante e seguro do veículo são valo-

res que são gastos a cada ano e não se alteram se o veículo roda ou não. Nestes casos, José também teve que dividir por 12 meses para transformar esses valores em parcelas mensais.

ANUAL PARCELAS MENSAIS

Licenciamento R$ 294,00 ÷12 R$ 24,50Seguro Obrigatório R$ 150,00 ÷12 R$ 12,50IPVA R$ 2.450,00 ÷12 R$ 204,17Despachante R$ 42,00 ÷12 R$ 3,50Seguro do veículo R$ 4.900,00 ÷12 R$ 408,33

TOTAL de Custo Fixo Mensal R$ 653,00

Faltou apenas a depreciação do veículo que José não conseguiu identificar na sua caderneta e também não achou nenhum recibo referente à mesma. Mas após algu-mas pesquisas ele descobriu que a depreciação nada mais era que a perda de valor do seu caminhão a medida que este ficava mais velho e portanto ele não “gastava na-da” de depreciação.

Entretanto, este não gastava nada soava meio falso para José, pois se era o quan-to o caminhão desvalorizava, esta desvalorização com certeza custava alguma coisa para ele. E foi com este pensamento que José acabou descobrindo que ele realmente não pagava nada para ninguém todo mês de depreciação. Esta conta ele só teria na hora de trocar o seu caminhão por um mais novo que o seu, e ai sim, ele teria que ter o dinheiro para completar a diferença. Ou seja, é esta diferença que todo mundo cha-ma de depreciação do veículo.

José resolveu então que, para que ele tivesse esta diferença na hora de trocar o seu caminhão teria que guardar todo mês um pouco, como se fosse uma parcela de financiamento, bem mais barata é claro. E, assim ao final de cada ano ele teria o valor para a troca de seu caminhão.

MAS QUANTO JOSÉ DEVERIA GUARDAR PARA A DEPRECIAÇÃO DE SEU CAMINHÃO?

Esta resposta José descobriu rapidamente, bastava verificar na tabela de veículos novos e usados da revista O Carreteiro o quanto o seu caminhão perdia a cada ano e dividir pelo nú-mero de meses correspondente, como ele havia feito com o IPVA por exemplo.

36

2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003

+ NOVO USADO

Caminhão mais NOVO R$ 115.000,00

Caminhão a ser Trocado R$ 81.200,00

Diferença em 3 anos R$ 33.800,00 R$ 11.266,67 por ano

Vejamos então qual foi o raciocínio de José: ele tem um caminhão 2006 e sem-pre que acha que está na hora de trocar de veículos ele procura substituir o seu ca-minhão por um 3 anos mais novo. Isto quer dizer que, se ele quisesse trocar o seu caminhão por um 3 anos mais novo hoje ele teria que dispor de R$ 33.800,00, ou se-ja, teria que ter guardado R$ 11.266,67 por ano ( 33.800 ÷ 3), ou R$ 938,89 por mês dividindo-se os 11.266,67 pelos 12 meses de um ano.

E desta forma, somando a depreciação aos custos fixos por mês já levantados, José chegou a um total de custo fixo mensal de:

TOTAL de Custo Fixo Mensal de R$ 653,00 + R$ 938,89 = R$ 1.591,89

Partindo assim para as despesas administrativas.

DESPESAS ADMINISTRATIVASPara as despesas administrativas José usou o mesmo raciocínio, ou seja procu-

rou levantar as despesas de um ano de cada um dos itens e dividiu por 12. Ele tomou este cuidado, pois se pegasse a despesas de alguns poucos meses, por exemplo, poderia haver algum gasto alto ou baixo demais, o que poderia mascarar a despe-sa. Já com dados de um ano, estes poucos valores atípicos são diluídos juntamente com os demais meses.

TOTAL ANUAL MÉDIA MENSAL

Contador R$ 780,00 R$ 24,50Telefone R$ 1.120,00 R$ 12,50Material de escritório R$ 96,00 R$ 204,17Seguro de vida R$ 792,00 R$ 3,50Carnê do INSS – autônomo R$ 1.850,00 R$ 408,33

TOTAL Mensal R$ 386,50

CUSTOS VARIÁVEIS POR QUILÔMETROOs custos que variam com a quilometragem rodada do caminhão deram um pou-

co mais de trabalho ao José, pois o gasto em dinheiro está ligado ao consumo em qui-lômetros, ou seja, ele só gasta se o caminhão estiver rodando.

GUIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO 2011

O CARRETEIRO

www.guiaocarreteiro.com.br 37

ManutençãoJosé teve que apurar tudo que ele gastou com manutenção nos últimos 12 meses

e verificar qual foi a quilometragem que o caminhão rodou neste período. Após o le-vantamento o cálculo foi fácil, ele apenas dividiu o gasto pela quilometragem rodada.

gasto = com manutenção em 12 meses ou um anokm = quilometragem rodada nos 12 meses ou um ano

Manutenção =(gasto) 6.780

R$ 0,0882 por kmkm 100.000

CombustívelEste foi muito fácil, pois era costume de José calcular a média que seu caminhão

fazia. E neste caso foi só dividir o preço do litro de combustível pela média alcança-da pelo seu caminhão.

Combustível =(litro $) 1,85

R$ 0,632 por kmmédia 3,4

PneusEste item foi o pior de todos, e se a sorte não está ao seu lado ele não conseguiria.

Fato é que onde José troca os pneus, a empresa tem o cuidado de colocar na Nota Fiscal a quilometragem da troca, e neste caso foi só o José pegar as últimas 2 notas e fazer o calculo: dividindo o preço pago, pela quilometragem que os pneus duraram.

gasto = com a troca dos 10 pneus do caminhão (preço médio entre novos e recapados)km = quanto durou os pneus trocados em quilômetro

Pneus =(gasto) 9.400

R$ 0,085 por kmkm 110.000

Lubrificantes (óleo de motor)Este item foi fácil, bastou pegar o manual para saber quantos litros são trocados, o

recibo da última troca para saber o preço do litro e por fim o intervalo em quilômetros re-comendado para as trocas. Calculou o que gastou (quantidade de litros vezes o preço do litro de óleo) e dividiu pelo intervalo entre as trocas em quilômetros.

Lubrificantes =(gasto) 18 x 6,00

R$ 0,014 por kmkm 10.000

LavagemPara este item José teve que estimar, ou seja, pegou o intervalo médio de dias em que

ele dava aquela lavada caprichada e definiu uma quilometragem média para este inter-valo de dias e por fim ligou para o posto e perguntou o preço daquele tipo de lavagem. E dividiu o preço cobrado pelo posto pelos quilômetros estimados entre as lavagens.

38

Lavagem =(gasto) 80,00

R$ 0,020 por kmkm 4.000

Assim José totalizou de custo variável a cada quilometro rodado:

Manutenção R$ 0,088

Combustível R$ 0,632

Pneus R$ 0,075

Lubrificantes R$ 0,014

Lavagens R$ 0,020

TOTAL R$ 0,829 por km

Com mais este cálculo faltava a José determinar os impostos pagos e uma diária que cobrisse as despesas de viagem: café, almoço, janta e repouso. Já que os pedágios são reembolsados e o custo de borracharia entrou como custo de manutenção.

COMO DEFINIR UMA DIÁRIA DE VIAGEM?José estabeleceu os seguintes valores para compor a diária:

Café da manhã R$ 5,00

Almoço R$ 12,00

Janta R$ 12,00

Pernoite R$ 20,00

TOTAL R$ 49,00 Ou seja, para cada dia de viagem José deveria cobrar R$ 49,00 para cobrir es-

tas despesas.

IMPOSTOSJosé considerou apenas o ISS de 5% sobre o que ele cobrasse como imposto.Com tudo isto calculado, José pode montar a seguinte tabela:

CUSTOS DO VEÍCULOFixo mensal R$ 1.591,89Variável por km R$ 0,829

DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 386,00IMPOSTOS SOBRE O PREÇO COBRADO 5 %DIÁRIA (VIAGEM) R$ 49,00

E AGORA, COMO COMPOR O FRETE?E agora José o que fazer com todos estes valores? E foi com esta pergunta na

cabeça que José teve uma grande idéia. Pensando na diária que ele calculou, ele

GUIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO 2011

O CARRETEIRO

www.guiaocarreteiro.com.br 39

resolveu transformar os custos mensais em diárias também, pois assim ele só te-ria que trabalhar com 2 valores: um preço a ser cobrado por cada dia de viagem e um preço por quilômetro rodado.

Neste momento, surgiu uma nova dúvida:

Será que se deve dividir os custos mensais por 30 dias?

E raciocinando melhor ele chegou a conclusão que não. Ele deveria descontar pelo menos os dias que ele não tinha serviço, os dias que ele passava com a família e os dias em que o veículo ficava parado em manutenção. Que em média, José chegou a conclusão que eram 8 dias por mês, ou seja, seu caminhão trabalhava efetivamente 22 dias por mês e este foi o valor que José resolveu utilizar na divisão dos custos mensais.

Para o cálculo desta nova diária ele separou:

MÊS DIACusto Fixo mensal do veículo R$ 1.591,89 R$ 72,36Despesas Administrativas mensais R$ 386,50 R$ 17,57Diária (viagem) R$ 49,00TOTAL Mensal R$ 138,93E assim José conseguiu o que queria: os dois valores para o cálculo do frete. Mas

mesmo assim não ficou satisfeito, pois teria que incluir ainda os impostos. E resolveu perguntar para seu contador se não existia alguma maneira de embutir os impostos juntamente com os custos. Como resposta seu contador lhe forneceu um número, chamado de MARK UP para multiplicar a sua diária e o valor do quilômetro rodado, incluindo assim os impostos. E, forneceu também um valor de mark up já com uma margem de lucro de 15%, caso José resolvesse incluir o seu lucro também.

MARK UP = 1,0526 (só impostos)

MARK UP = 1,25 (impostos + 15% lucro)

E assim ficaram seus preços:

SÓ COM IMPOSTOS:

Diária (frete) R$ 138,93 x 1,0526 R$ 146,24

Km R$ 0,829 x 1,0526 R$ 0,873

Estes são valores utilizados para a comparação de fretes oferecidos, sendo que neste caso o lucro será a diferença entre o frete oferecido e o calculado por estes va-lores. Veja o exemplo mais a abaixo.

COM MAIS 15% DE LUCRO:

Diária (frete) R$ 138,93 x 1,0526 R$ 146,24

Km R$ 0,829 x 1,0526 R$ 0,873

÷22÷22

40

Neste segundo caso, os valores são utilizados quando se dá o preço do frete a al-guém ou se utiliza para mondar uma tabela de frete. Neste caso o lucro será o do per-centual embutido que no caso é de 15 %.

E com uma cara de satisfação José concluiu que não era tão difícil assim calcu-lar um frete.

E FINALMENTE O FRETE...Bom, José pensou, agora basta eu saber quantos dias vai levar a viagem e quantos

quilômetros têm, que eu calculo o frete em 2 minutos. E fez o seguinte teste com aquele frete de R$ 1.570,00 que recebeu da sua última viagem.

FRETE RECEBIDO R$ 1.465,00

Dias de viagem 3 dias x R$ 146,24 R$ 438,72Km rodado 1.000 km x R$ 0,873 R$ 872,82Desconto dos pedágios R$ 95,00

Custo Total R$ 1.406,54Lucro de ( 1.570,00 – 1.406,54 ) R$ 163,46 ou +/- 10,0%

Este cálculo permitiu que José tirasse algumas conclusões importantes com relação ao frete recebido.

ANÁLISE DO FRETEVejamos quais as principais conclusões que se pode tirar desta análise:

n Que mesmo sobrando R$ 752,65, que ele pensava ter ganho a princípio, o seu lucro real foi de R$ 163,46, e a diferença era de custos já pagos (Ex. IPVA) ou a pagar (Ex. depreciação).

n Que se ele recebesse menos de R$ 1.406,54 de frete nesta viagem ele teria prejuízo.n Que existem custos e despesas em transporte que não são imediatas ou visíveis, mas

que existem e são altas, como por exemplo: a depreciação, os gastos com pneus, a pró-pria manutenção do veículo, e etc.

n Há despesas que são pagas adiantadas e precisam ser recuperadas ao longo do tem-po, como é o caso do licenciamento, IPVA, seguro obrigatório, etc.

n Que existem vários tipos de custos: os ligados ao veículo, os administrativos, os que vaiam com a quilometragem rodada, os que variam com o tempo, etc.

Mas será que o transporte de carga por caminhão é um bom negócio? Ou seja: Será que este lucro é bom?

Para saber se um negócio é bom, é preciso compara-lo a outros. Uma forma sim-ples de se verificar é comparar o dinheiro investido no caminhão com o rendimento da poupança, por exemplo. Entretanto não podemos esquecer que só porque o negócio hoje não está bom que ele nunca o foi ou não poderá melhorar.

Alem disso, muito do sucesso de um negócio está ligado a forma de administra-lo, ou seja, está nas mãos do próprio proprietário. E este deve gerir o negócio caminhão de forma racional:

GUIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO 2011

O CARRETEIRO

www.guiaocarreteiro.com.br 41

n Ter sempre em mente a economia, seja dirigindo o caminhão, seja no momento de comprar: peças, combustível, caminhão e etc.

n Produzir cada vez mais, ou seja, aproveitar ao máximo a capacidade de seu cami-nhão ao longo do tempo.

n Negociar sempre: procurando os melhores fretes e analisando sempre o frete oferecido.

Enfim, faça como José, questione o que lhe é oferecido, pois desta forma você po-derá se certificar se este é realmente o melhor negócio e descobrir o que se pode fa-zer para melhora-lo.

Para ajudá-los nesta empreitada a sua revista O Carreteiro estará em sua próximas edições, detalhando melhor cada um dos itens tratados aqui e apresentando formas ad-ministrativas que lhe ajudarão a melhorar o seu negócio cada vez mais.

QUADROS RESUMOSCUSTOS LIGADOS AO CAMINHÃO

FIXO MENSAL

Licenciamento R$ 24,50Seguro Obrigatório R$ 12,50IPVA R$ 204,17Despachante R$ 3,50Seguro do veículo R$ 408,33DEPRECIAÇÃO R$ 938,89

Total - custo fixo mensal R$ 1.591,89

VARIÁVEL POR KM

Manutenção R$ 0,088Combustível R$ 0,632Pneus R$ 0,075Lubrificantes R$ 0,014Lavagens R$ 0,020Total - custo variável por km R$ 0,829

NÃO LIGADOS DIRETAMENTE AO VEÍCULO

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

Contador R$ 65,00Telefone R$ 93,33Material de escritório R$ 8,00Seguro de vida R$ 66,00Carnê do INSS – autônomo R$ 154,00Total - custo administrativo mensal R$ 386,50IMPOSTOS SOBRE O FRETE DE 5 %

DIÁRIA (DESPESAS DE VIAGEM)

Café da manhã R$ 5,00Almoço R$ 12,00Janta R$ 12,00Pernoite R$ 20,00Total – despesas de viagem R$ 49,00