Guia Pratico Cuidador

64
7/13/2019 Guia Pratico Cuidador http://slidepdf.com/reader/full/guia-pratico-cuidador-56180ef5788e8 1/64 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Brasília - DF 2008 Guia Prático do Cuidador Série A. Normas e Manuais Técnicos.

Transcript of Guia Pratico Cuidador

  • MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno Sade

    Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade

    Braslia - DF2008

    Guia Prtico do

    Cuidador

    Srie A. Normas e Manuais Tcnicos.

  • 2008 Ministrio da Sade Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra da rea tcnica. A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Mi-nistrio da Sade: http://www.saude.gov.br/bvs

    Srie A. Normas e Manuais Tcnicos.

    Tiragem: 1. edio 2008 30.000 exemplares

    Elaborao, distribuio e informaes: MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno Sade Departamento de Aes Programticas Estratgicasrea Tcnica Sade do Idoso Esplanada dos Ministrios, Bloco G, Edifcio Sede, 6. andar, Sala 610 CEP: 70058-900, Braslia-DF Tel.: (61) 3315-2859Fax: (61) 3315-3403Home page: http://www.saude.gov.br

    Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade Departamento de Gesto da Educao na SadeEsplanada dos Ministrios, Bloco G, Edifcio Sede, 7. andar, Sala 725 CEP: 70058-900, Braslia-DF Tel.: (61) 3315-2303Fax: (61) 3315-2862Home page: http://www.saude.gov.br/sgtes

    Superviso geral:Luis Fernando Rolim SampaioAdson Roberto Frana Santos

    Coordenao Geral:Antonio Dercy Silveira Filho Departamento de Ateno Bsica/SAS/MSJos Luiz Telles rea Tcnica de Sade do Idoso/DAPES/SAS/MS

    Elaborao:Ana Cristina Fonseca - rea Tcnica de Sade do Idoso/DAPES/SAS/MSEdenice Reis da Silveira DAB/SAS/MS

    Colaborao:Ana Paula Abreu- rea Tcnica de Sade do Idoso/DAPES/SAS/MSCatarina Schubert -rea Tcnica de Sade da Criana/DAPES/SAS/MS

    Cludia Arajo de Lima rea Tcnica de Sade da Mulher/DAPES/SAS/MSCristiane Santos Rocha rea Tcnica de Sade da Pessoa com Deficincia/DAPES/SAS/MSDaisy Maria Coelho de Mendona - DAB/SAS/MSDaphne Rattner rea Tcnica de Sade da Mulher/DAPES/SAS/MSDbora Benchimol Ferreira - Consultora Tcnica/MSDeurides Navega Cruz - DAB/SAS/MSDillian Adelaine Da Silva Goulart CGPAN/DAB/SAS/MSGeisa Maria Grijo Farani de Almeida Coordenao de Acompanhamento e Avaliao da Qualidade de Produtos Farmacuticos/DAF/SCTIE/MSGlria Maria Barbosa Brando - Instituto Municipal de Medicina Fsica e Reabilitao Oscar Clark Rio de JaneiroJanaina Rodrigues Cardoso rea Tcnica de Sade Bucal/ DAB/SAS/MSLucinda da Costa Reis Neves - rea Tcnica de Sade do Idoso/DAPES/SAS/MSMaria Amalia Vidal Servio de Sade Comunitria do Grupo Hospitalar Conceio Porto Alegre - RSMaria Auxiliadora Zanily Prefeitura de CampinasMaria Delzuita de S Leito Fontoura Silva Consultora Tcnica/MSMaria do Carmo Gomes Kell Consultora Tcnica/MSMoacir Arajo da Silva Consultor Tcnico/MSOdilia Brgido de Sousa rea Tcnica de Sade da Pessoa com Deficincia/DAPES/SAS/MSRaquel de Souza Ramos - Instituto Municipal de Medicina Fsica e Reabilitao Oscar Clark - Rio de JaneiroSheila Miranda da Silva - rea Tcnica de Sade da Pessoa com deficincia/DAPES/SAS/MSSheylla Maria de Moura Rodrigues Ncleo Tcnico da Poltica de Humanizao/SAS/MSTania Cristina Walzberg - DAB/SAS/MSVaneide Marcon Cachoeira - DAB/SAS/MS

    Revisor Tcnico:Brasileira Cordeiro Lopes Criao e editorao eletrnica:Dino Vincius Ferreira de ArajoJulieta Andra Esmeraldo Carneiro

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    Ficha CatalogrficaBrasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade. Guia prtico do cuidador / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade. Braslia : Ministrio da Sade, 2008. 64 p. : il. (Srie A. Normas e Manuais Tcnicos)

    ISBN 978-85-334-1472-3

    1. Educao em Sade. 2. Sade da Famlia. 3. Ateno Sade. I. Ttulo. II. Srie.

    NLM WA 590Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2008/0125

    Ttulos para indexao:Em ingls: Caretakers Practical GuideEm espanhol: Guia Prctico del Cuidador

  • Sumrio

    Apresentao ........................................................................................................ 51 O cuidado ......................................................................................................... 72 O autocuidado ................................................................................................... 73 Quem o cuidador ............................................................................................ 84 O cuidador e a pessoa cuidada .......................................................................... 95 O cuidador e a equipe de sade ......................................................................... 106 O cuidador e a famlia ....................................................................................... 107 Cuidando do cuidador ....................................................................................... 11

    7.1 Dicas de exerccios para o cuidador ............................................................. 127.2 Avaliao do estilo de vida - Pentculo ........................................................ 14

    8 Grupos de cuidadores ........................................................................................ 169 Servios disponveis e direitos do cuidador e da pessoa cuidada ........................ 17

    9.1 Benefcio de Prestao Continuada da Assistncia Social (BPC) .................. 189.2 Benefcios previdencirios ........................................................................... 199.3 Legislao importante ................................................................................. 209.4 rgos de direitos ....................................................................................... 209.5 Rede de apoio social ................................................................................... 209.6 Telefones teis ............................................................................................ 209.7 Recomendaes de endereos eletrnicos .................................................... 20

    10 Cuidados no domiclio para pessoas acamadas ou com limitaes fsicas ......... 2110.1 Higiene................................................................................................... 21

    10.1.1 Como proceder no banho de chuveiro com auxlio do cuidador . 2110.1.2 Como proceder no banho na cama ............................................ 22

    10.2 Assaduras ............................................................................................... 2310.3 Cuidados com a boca ............................................................................. 23

    10.3.1 Doenas da boca ......................................................................... 2410.3.1.1 Crie dental .................................................................. 2410.3.1.2 Sangramento das gengivas ............................................ 2510.3.1.3 Feridas na boca............................................................. 25

    11 Alimentao saudvel ...................................................................................... 2511.1 Os dez passos para uma alimentao saudvel ......................................... 2611.2 Outras recomendaes gerais para a alimentao .................................... 27

    12 Orientao alimentar para aliviar sintomas ...................................................... 2912.1 Nuseas e vmitos ................................................................................. 2912.2 Dificuldade para engolir (disfagia) ........................................................ 2912.3 Intestino preso (constipao intestinal) ................................................. 2912.4 Gases (Flatulncia) ............................................................................... 30

    13 Alimentao por sonda (dieta enteral) ............................................................. 3014 Acomodando a pessoa cuidada na cama........................................................... 32

    14.1 Deitada de costas .................................................................................... 3214.2 Deitada de lado ...................................................................................... 3314.3 Deitada de bruos .................................................................................. 33

    15 Mudana de posio do corpo ......................................................................... 3415.1 Mudana da cama para a cadeira .......................................................... 3415.2 Quando o cuidador necessita de um ajudante para a passagem da cama para a cadeira ................................................................................................ 35

  • 15.3 Ajudando a pessoa cuidada a caminhar .................................................. 3516 Exerccios ........................................................................................................ 36

    16.1 Exerccios respiratrios .......................................................................... 3917 Adaptaes ambientais ..................................................................................... 4018 Estimulando o corpo e os sentidos ................................................................... 4119 Vesturio ......................................................................................................... 4220 Como ajudar na comunicao .......................................................................... 43

    20.1 Alteraes que podem ser encontradas na comunicao ......................... 4421 Dificuldade na memria: como enfrent-la? .................................................... 4522 Proteo pessoa cuidada ............................................................................... 4523 lcera de presso/Escaras/Feridas .................................................................... 46

    23.1 Como prevenir as escaras ....................................................................... 4623.2 Tratamento das escaras .......................................................................... 48

    24 Sonda vesical de demora (sonda para urinar) ................................................... 4825 Uripen (sonda para urinar tipo camisinha) ...................................................... 49

    25.1 Cuidados no uso de uripen ..................................................................... 5026 Auxiliando o intestino a funcionar .................................................................. 5027 Ostomia .......................................................................................................... 51

    27.1 Cuidados com gastrostomia .................................................................... 5127.2 Cuidados com ileostomia, colostomia e urostomia ................................. 51

    27.2.1 Cuidados com a bolsa ................................................................ 5227.2.2 Quando trocar a bolsa ............................................................... 5227.2.3 Cuidados no banho ................................................................... 5327.2.4 Esvaziamento da bolsa ............................................................... 53

    28 Problemas com o sono ..................................................................................... 5329 Demncia ....................................................................................................... 5430 Cuidados com a medicao .............................................................................. 5531 Emergncia no domiclio ................................................................................. 56

    31.1 Engasgo ................................................................................................. 5631.2 Queda .................................................................................................... 5731.3 Convulso.............................................................................................. 5731.4 Vmitos ................................................................................................. 5731.5 Diarria ................................................................................................. 5731.6 Desidratao .......................................................................................... 5831.7 Hipoglicemia ......................................................................................... 5831.8 Desmaio ................................................................................................ 5931.9 Sangramentos ........................................................................................ 5931.10 Confuso mental .................................................................................. 59

    32 Maus Tratos .................................................................................................... 6032.1 O que o cuidador pode fazer diante de situaes de maus tratos ............ 6032.2 Denncia em caso de maus tratos........................................................... 61

    33 Reconhecendo o fim ........................................................................................ 6134 Como proceder no caso de bito ..................................................................... 62Referncias ........................................................................................................... 63

  • 5Apresentao

    Nos ltimos anos, em conseqncia de diversos fatores, como a melhoria das condies sanitrias e de acesso a bens e servios, as pessoas tm vivido mais tempo. Os avanos na rea da sade tm possibilitado que cada vez mais pessoas consigam viver por um perodo mais prolongado, mesmo possuindo algum tipo de incapacidade.

    Diante da situao atual de envelhecimento demogrfico, aumento da expectativa de vida e o crescimento da violncia, algumas demandas so colocadas para a famlia, sociedade e poder pblico, no sentido de proporcionar melhor qualidade de vida s pessoas que possuem alguma incapacidade. Desta forma, a presena do cuidador nos lares tem sido mais freqente, havendo a necessidade de orient-los para o cuidado. Cabe ressaltar que o cuidado no domiclio proporciona o convvio familiar, diminui o tempo de internao hospitalar e, dessa forma, reduz as complicaes decorrentes de longas internaes hospitalares.

    Respondendo a essa demanda, este Guia Prtico se destina a orientar cuidadores na ateno sade das pessoas de qualquer idade, acamadas ou com limitaes fsicas que necessitam de cuidados especiais. Tem o objetivo de esclarecer, de modo simples e ilustrativo, os pontos mais comuns do cuidado no domicilio; ajudar o cuidador e a pessoa cuidada; estimular o envolvimento da famlia, da equipe de sade e da comunidade nos cuidados, e promover melhor qualidade de vida do cuidador e da pessoa cuidada, ressaltando que apesar de todas as orientaes aqui contidas, indispensvel a orientao do profissional de sade.

    A elaborao deste guia tomou como referncia principal o Manual de Cuidadores Domiciliares na Terceira Idade Guia Prtico para Cuidadores Informais 2003, da Prefeitura de Campinas SP. Alm disso, incorporou informaes da Poltica de Assistncia Social fornecidas pela Secretaria Nacional de Assistncia Social do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

  • 71 O cuidado

    Cuidado significa ateno, precauo, cautela, dedicao, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar servir, oferecer ao outro, em forma de servio, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; praticar o cuidado.

    Cuidar tambm perceber a outra pessoa como ela , e como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitao. Percebendo isso, o cuidador tem condies de prestar o cuidado de forma individualizada, a partir de suas idias, conhecimentos e criatividade, levando em considerao as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada.

    Esse cuidado deve ir alm dos cuidados com o corpo fsico, pois alm do sofrimento fsico decorrente de uma doena ou limitao, h que se levar em conta as questes emocionais, a histria de vida, os sentimentos e emoes da pessoa a ser cuidada.

    2 O Autocuidado

    Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar existindo. Uma planta, uma criana, um idoso, o planeta

    Terra. Tudo o que vive precisa ser alimentado. Assim, o cuidado, a essncia da vida humana, precisa ser

    continuamente alimentado. O cuidado vive do amor, da ternura, da carcia e da convivncia. (BOFF, 1999)

    Autocuidado significa cuidar de si prprio, so as atitudes, os comportamentos que a pessoa tem em seu prprio benefcio, com a finalidade de promover a sade, preservar, assegurar e manter a vida. Nesse sentido, o cuidar do outro representa a essncia da cidadania, do desprendimento, da doao e do amor. J o autocuidado ou cuidar de si representa a essncia da existncia humana.

    A pessoa acamada ou com limitaes, mesmo necessitando da ajuda do cuidador, pode e deve realizar atividades de autocuidado sempre que possvel.

    O bom cuidador aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por si, avalia as condies e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar no fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer pacincia e tempo.

    O autocuidado no se refere somente quilo que a pessoa a ser cuidada pode fazer por si. Refere-se tambm aos cuidados que o cuidador deve ter consigo com a finalidade de preservar a sua sade e melhorar a qualidade de vida.

    O segundo captulo desse guia prtico oferece algumas dicas de como o cuidador pode se autocuidar.

  • 83 Quem o cuidador

    Cuidador um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte trao de amor humanidade, de solidariedade e de doao. A ocupao de cuidador integra a Classificao Brasileira de Ocupaes CBO sob o cdigo 5162, que define o cuidador como algum que cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituies especializadas ou responsveis diretos, zelando pelo bem-estar, sade, alimentao, higiene pessoal, educao, cultura, recreao e lazer da pessoa assistida. a pessoa, da famlia ou da comunidade, que presta cuidados outra pessoa de qualquer idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitaes fsicas ou mentais, com ou sem remunerao.

    Nesta perspectiva mais ampla do cuidado, o papel do cuidador ultrapassa o simples acompanhamento das atividades dirias dos indivduos, sejam eles saudveis, enfermos e/ou acamados, em situao de risco ou fragilidade, seja nos domiclios e/ou em qualquer tipo de instituies na qual necessite de ateno ou cuidado dirio.

    A funo do cuidador acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar, fazendo pela pessoa somente as atividades que ela no consiga fazer sozinha. Ressaltando sempre que no fazem parte da rotina do cuidador tcnicas e procedimentos identificados com profisses legalmente estabelecidas, particularmente, na rea de enfermagem.

    Cabe ressaltar que nem sempre se pode escolher ser cuidador, principalmente quando a pessoa cuidada um familiar ou amigo. fundamental termos a compreenso de se tratar de tarefa nobre, porm complexa, permeada por sentimentos diversos e contraditrios.

    A seguir, algumas tarefas que fazem parte da rotina do cuidador:

    Atuarcomoeloentreapessoacuidada,afamliaeaequipedesade.

    Escutar,estaratentoesersolidriocomapessoacuidada.

    Ajudarnoscuidadosdehigiene.

    Estimulareajudarnaalimentao.

    Ajudarnalocomooeatividadesfsicas,taiscomo:andar,tomarsoleexercciosfsicos.

    Estimularatividadesdelazereocupacionais.

    Realizarmudanasdeposionacamaenacadeira,emassagensdeconforto.

    Administrar asmedicaes, conforme aprescrio eorientaoda equipedesade.

    Comunicar equipede sade sobremudanas no estadode sadedapessoacuidada.

    Outrassituaesquesefizeremnecessriasparaamelhoriadaqualidadedevidae recuperao da sade dessa pessoa.

  • 94 O cuidador e a pessoa cuidada

    O ato de cuidar complexo. O cuidador e a pessoa a ser cuidada podem apresentar sentimentos diversos e contraditrios, tais como: raiva, culpa, medo, angstia, confuso, cansao, estresse, tristeza, nervosismo, irritao, choro, medo da morte e da invalidez. Esses sentimentos podem aparecer juntos na mesma pessoa, o que bastante normal nessa situao. Por isso precisam ser compreendidos, pois fazem parte da relao do cuidador com a pessoa cuidada. importante que o cuidador perceba as reaes e os sentimentos que afloram, para que possa cuidar da pessoa da melhor maneira possvel.

    O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada tem reaes e comportamentos que podem dificultar o cuidado prestado, como quando o cuidador vai alimentar a pessoa e essa se nega a comer ou no quer tomar banho. importante que o cuidador reconhea as dificuldades em prestar o cuidado quando a pessoa cuidada no se disponibiliza para o cuidado e trabalhe seus sentimentos de frustao sem culpar-se.

    O estresse pessoal e emocional do cuidador imediato enorme. Esse cuidador necessita manter sua integridade fsica e emocional para planejar maneiras de convivncia. Entender os prprios sentimentos e aceit-los, como um processo normal de crescimento psicolgico, talvez seja o primeiro passo para a manuteno de uma boa qualidade de vida.

    importante que o cuidador, a famlia e a pessoa a ser cuidada faam alguns acordos de modo a garantir uma certa independncia tanto a quem cuida como para quem cuidado. Por isso, o cuidador e a famlia devem reconhecer quais as atividades que a pessoa cuidada pode fazer e quais as decises que ela pode tomar sem prejudicar os cuidados. Incentive-a a cuidar de si e de suas coisas. Negociar a chave para se ter uma relao de qualidade entre o cuidador, a pessoa cuidada e sua famlia.

    O no, no quero ou no posso, pode indicar vrias coisas, como por exemplo: no quero ou no gosto de como isso feito, ou agora no quero, vamos deixar para depois? O cuidador precisa ir aprendendo a entender o que essas respostas significam e quando se sentir impotente ou desanimado, diante de uma resposta negativa, bom conversar com a pessoa, com a famlia, com a equipe de sade. Tambm importante conversar com outros cuidadores para trocar experincias e buscar alternativas para resolver essas questes. Procure se informar sobre grupos de cuidadores, mais detalhes consultar pgina 16.(captulo 8)

    importante tratar a pessoa a ser cuidada de acordo com sua idade. Os adultos e idosos no gostam quando os tratam como crianas. Mesmo doente ou com limitaes, a pessoa a ser cuidada precisa e tem direito de saber o que est acontecendo ao seu redor e de ser includa nas conversas. Por isso importante que a famlia e o cuidador continuem compartilhando os momentos de suas vidas, demonstrem o quanto a estimam, falem de suas emoes e sobre as atividades que fazem, mas acima de tudo, muito importante escutar e valorizar o que a pessoa fala. Cada pessoa tem uma histria que lhe particular e intransfervel, e que deve ser respeitada e valorizada.

    Muitas vezes, a pessoa cuidada parece estar dormindo, mas pode estar ouvindo o que falam a seu redor. Por isso, fundamental respeitar a dignidade da pessoa cuidada e no discutir em sua presena, fatos relacionados com ela, agindo como se ela no

  • 10

    entendesse, no existisse, ou no estivesse presente. Isso vale tanto para o cuidador e famlia como para os amigos e profissionais de sade.

    Encoraje o riso. O bom humor uma boa maneira de contornar confuses e mal entendidos.

    5 O cuidador e a equipe de sade

    O cuidador a pessoa designada pela famlia para o cuidado do idoso, quando isto for requerido. Esta pessoa, geralmente leiga, assume funes para as quais, na grande maioria das vezes, no est preparada. importante que a equipe tenha sensibilidade ao lidar com os cuidadores. No livro Voc no est sozinho produzido pela ABRAz, Nori Graham, Chairman da ADI Alzheimer Disease International, diz: uma das maneiras mais importantes de ajudar as pessoa oferecer informao. As pessoas que possuem informaes, esto mais bem preparadas para controlar a situao em que se encontram.

    O ato de cuidar no caracteriza o cuidador como um profissional de sade, portanto o cuidador no deve executar procedimentos tcnicos que sejam de competncia dos profissionais de sade, tais como: aplicaes de injeo no msculo ou na veia, curativos complexos, instalao de soro e colocao de sondas, etc.

    As atividades que o cuidador vai realizar devem ser planejadas junto aos profissionais de sade e com os familiares. Nesse planejamento deve ficar claro para todos as atividades que o cuidador pode e deve desempenhar. bom escrever as rotinas e quem se responsabiliza pelas tarefas. importante que a equipe deixe claro ao cuidador que procedimentos ele no pode e no deve fazer, quando chamar os profissionais de sade, como reconhecer sinais e sintomas de perigo. As aes sero planejadas e executadas de acordo com as necessidades da pessoa a ser cuidada e dos conhecimentos e disponibilidade do cuidador.

    A parceria entre os profissionais e os cuidadores dever possibilitar a sistematizao das tarefas a serem realizadas no prprio domiclio, privilegiando-se aquelas relacionadas promoo da sade, preveno de incapacidades e manuteno da capacidade funcional da pessoa cuidada e do seu cuidador, evitando-se assim, na medida do possvel, hospitalizao, asilamentos e outras formas de segregao e isolamento.

    6 O cuidador e a famlia

    A carncia das instituies sociais no amparo s pessoas que precisam de cuidados faz com que a responsabilidade mxima recaia sobre a famlia e, mesmo assim, geralmente sobre um elemento da famlia.

    A doena ou a limitao fsica em uma pessoa provoca mudanas na vida dos outros membros da famlia, que tm que fazer alteraes nas funes ou no papel de cada um dentro da famlia, tais como: a filha que passa a cuidar da me; a esposa que alm de todas as tarefas agora cuida do marido acamado; o marido que tem que assumir as

  • 11

    tarefas domsticas e o cuidado com os filhos, porque a esposa se encontra incapacitada; o irmo que precisa cuidar de outro irmo. Todas essas mudanas podem gerar insegurana e desentendimentos, por isso importante que a famlia, o cuidador e a equipe de sade conversem e planejem as aes do cuidado domiciliar.

    Com a finalidade de evitar o estresse, o cansao e permitir que o cuidador tenha tempo de se autocuidar, importante que haja a participao de outras pessoas para a realizao do cuidado.

    A pessoa com limitao fsica e financeira a que mais sofre, tendo que depender da ajuda de outras pessoas, em geral familiares, fazendo com que seu poder de deciso fique reduzido, dificultando o desenvolvimento de outros vnculos com o meio social. Para oferecer uma vida mais satisfatria, necessrio o trabalho em conjunto entre o Estado, a comunidade e a famlia.

    A implementao de modalidades alternativas de assistncia como hospital-dia, centro de convivncia, reabilitao ambulatorial, servios de enfermagem domiciliar, fornecimento de refeies e auxlio tcnico e financeiro para adaptaes arquitetnicas, reduziria significativamente a demanda por instituies de longa permanncia, as famlias teriam um melhor apoio e a pessoa a ser cuidada seria mantida em casa convivendo com seus familiares, mantendo os laos afetivos.

    7 Cuidando do cuidador

    A tarefa de cuidar de algum geralmente se soma s outras atividades do dia-a-dia. O cuidador fica sobrecarregado, pois muitas vezes assume sozinho a responsabilidade pelos cuidados, soma-se a isso, ainda, o peso emocional da doena que incapacita e traz sofrimento a uma pessoa querida.

    Diante dessa situao comum o cuidador passar por cansao fsico, depresso, abandono do trabalho, alteraes na vida conjugal e familiar.

    A tenso e o cansao sentidos pelo cuidador so prejudiciais no s a ele, mas tambm famlia e prpria pessoa cuidada.

    Algumas dicas podem ajudar a preservar a sade e aliviar a tarefa do cuidador:

    Ocuidadordevecontarcomaajudadeoutraspessoas,comoaajudadafamlia,amigos ou vizinhos, definir dias e horrios para cada um assumir parte dos cuidados. Essa parceria permite ao cuidador ter um tempo livre para se cuidar, se distrair e recuperar as energias gastas no ato de cuidar do outro; pea ajuda sempre que algo no estiver bem.

    fundamental que o cuidador reserve algunsmomentos do seu dia para secuidar, descansar, relaxar e praticar alguma atividade fsica e de lazer, tais como: caminhar, fazer ginstica, croch, tric, pinturas, desenhos, danar, etc.

    O cuidador pode se exercitar e se distrair de diversas maneiras, como por exemplo:

    1. Enquanto assiste TV: movimente os dedos das mos e dos ps, faa massagem nos ps com ajuda das mos, rolinhos de madeira, bolinhas de borracha ou com os prprios ps.

  • 12

    2. Sempre que possvel, aprenda uma atividade nova ou aprenda mais sobre algum assunto que lhe interessa.

    3. Leia, participe de atividades de lazer em seu bairro, faa novos amigos e pea ajuda quando precisar.

    7.1 Dicas de exerccios para o cuidador

    Exerccios para a coluna cervical (pescoo):

    Flexioneacabeaatencostaroqueixonopeito,depoisestendaacabeaparatrs como se estivesse olhando o cu.

    Gireacabeaprimeiroparaumladoedepoisparaooutro.

    Inclineacabealateralmente,paraumladoeparaoutro,comosefossetocaraorelha no ombro.

    Exerccios para os ombros: enchendo os pulmes de ar, levante os ombros para prximo das orelhas, solte o ar deixando os ombros carem rapidamente, depois fazendo movimentos circulares, gire os ombros para frente e para trs.

  • 13

    Exerccios para os braos: gire os braos esticados para frente e para trs, fazendo crculos.

    Exerccios para o tronco: em p, apie uma das mos no encosto de uma cadeira ou na prpria cintura, levante o outro brao passando por cima da cabea, incline lateralmente o corpo. Repita o mesmo movimento com o outro lado.

    Exerccios para as pernas: deitado de barriga para cima, apie os ps na cama com os joelhos dobrados. Mantendo uma das pernas nessa posio, segure com as mos a outra perna e traga o joelho para prximo do peito. Fique nesta posio por alguns segundos e volte para a posio inicial. Faa o mesmo exerccio com a outra perna.

  • 14

    Dica: faa atividades fsicas, como caminhadas e alongamentos, pois isso ajuda a reduzir o cansao, tenso e esgotamento fsico e mental, alm de melhorar a circulao.

    7.2 Avaliao do estilo de vida - Pentculo

    O estilo de vida corresponde ao conjunto de aes que refletem as atitudes, valores e oportunidades das pessoas. Estas aes tm grande influncia na sade geral e qualidade de vida de todos os indivduos. Os itens abaixo representam caractersticas do estilo de vida relacionados ao bem-estar individual. Manifeste-se sobre cada afirmao considerando a escala:

    0 Absolutamente no faz parte do seu estilo de vida.

    1 s vezes corresponde ao seu comportamento.

    2 Quase sempre verdadeiro no seu comportamento.

    3 A afirmao sempre verdadeira no seu dia-a-dia; faz parte do seu estilo de vida.

    controle destress atividade

    fsica

    relacio

    namento

    socia

    l

    comportam

    ento

    preventivo

    nutrio

    a

    o

    n

    m

    l

    k

    j i

    h

    g

    f

    e

    d

    cb

  • 15

    Componente: Nutrio

    ( ) a) Sua alimentao diria inclui ao menos 5 pores de frutas e verduras.

    ( ) b) Voc evita ingerir alimentos gordurosos (carnes gordas, frituras) e doces.

    ( ) c) Voc faz 4 a 5 refeies variadas ao dia, incluindo caf da manh completo.

    Componente Atividade Fsica

    ( ) d) Voc realiza ao menos 30 minutos de atividades fsicas moderadas/intensas, de forma contnua ou acumulada, 5 ou mais dias da semana.

    ( ) e) Ao menos duas vezes por semana voc realiza exerccios que evolvam fora e alongamento muscular.

    ( ) f) No seu dia-a-dia voc caminha ou pedala como meio de transporte e, preferencialmente, usa escadas ao invs do elevador.

    Componente: Comportamento Preventivo

    ( ) g) Voc conhece a Presso Arterial, seus nveis de colesterol e procura control-los.

    ( ) h) Voc no fuma e no bebe mais que uma dose por dia.

    ( ) i) Voc respeita as normas de trnsito (pedestre, ciclista ou motorista); se dirigir usa sempre o cinto de segurana e nunca ingere lcool.

    Componente: Relacionamentos

    ( ) j) Voc procura amigos e est satisfeito com seus relacionamentos.

    ( )k) Seu lazer inclui encontros com amigos, atividades esportivas em grupo, participao em associaes ou entidades sociais.

    ( ) l) Voc procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se til no seu ambiente social.

    Componente: Controle do Estresse

    ( ) m) Voc reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar.

    ( ) n) Voc mantm uma discusso sem alterar-se, mesmo quando contrariado.

    ( ) o) Voc equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer.

    Considerando suas respostas aos 15 itens acima, procure colorir o pentculo, construindo uma representao visual do seu estilo de vida atual.

    Deixe em branco se voc marcou zero para o item.

  • 16

    Preencha do centro at o primeiro crculo se marcou 1.

    Preencha do centro at o segundo crculo se marcou 2.

    Preencha do centro at o terceiro crculo se marcou 3.

    Avaliao Data: __/__/___

    Preciso melhorar em: _____________________________________________

    8 Grupos de cuidadores

    A partir das semelhanas se gera a esperana e aumento de confiana dos indivduos em suas prprias capacidades (ZEUKEFEDD apud KONSEN et al, 2003).

    Alguns servios e aes especficas de ateno s famlia e aos cuidadores visam oferecer condies adequadas para o cuidado com pessoas dependentes, na perspectiva de preservar o convvio familiar e social, bem como cuidar de quem cuida. Configuram-se como servios e aes:

    - Capacitao/orientaes sobre questes gerais relacionadas ao envelhecimento e especficas sobre cuidados, de acordo com os tipos e graus da dependncia, para cuidar melhor e para promover o autocuidado.

    controle destress atividade

    fsica

    relacio

    namento

    socia

    l

    comportam

    ento

    preventivo

    nutrio

    a

    o

    n

    m

    l

    k

    j i

    h

    g

    f

    e

    d

    cb

  • 17

    - Oferta de servios de referncia e contra-referncia objetivando a insero na rede socioassistencial.

    - Atividades e aes que promovam o convvio e o desenvolvimento de atividades visando o socioeducativo; a troca de experincias entre familiares e/ou profissionais cuidadores, o exerccio da escuta e da fala, a elaborao de dificuldades e de reconhecimento de potencialidades.

    Dentre as atividades, podemos destacar os grupos de cuidadores que so espaos onde, por meio da troca de experincias, os cuidadores conversam, aprendem e ensinam a arte do cuidar. Nesses grupos possvel conversar sobre as boas experincias e tambm falar sobre as angstias, medos e dificuldades. As pessoas do grupo formam uma rede de apoio, uma vez que todos esto unidos pelo mesmo motivo.

    O grupo aberto a todas as pessoas que esto envolvidas com o ato de cuidar do outro, tais como: cuidadores, familiares e amigos. Compartilhar experincias traz alvio, pois assim o cuidador percebe que no est sozinho, que as dvidas e dificuldades no so s suas e tambm que suas experincias podem ser valiosas para outros cuidadores.

    A equipe de sade pode ajudar na organizao e formao de grupos de cuidadores. Algumas instituies tambm tm experincia em organizar esses grupos, como a Pastoral, ABRAz, os Centros de Referncia em Sade da Pessoa Idosa, Centros de Referncia de Assistncia Social (CRAS), entre outras.

    9 Servios disponveis e direitos do cuidador e da pessoa cuidada

    As atenes da poltica de assistncia social realizam-se por meio de servios, benefcios, programas e projetos organizados em um sistema descentralizado e participativo (SUAS), destinados a indivduos e suas famlias, que se encontram em situao de vulnerabilidade ou risco pessoal e/ou social. A proteo social bsica prestada pela assistncia social visa a preveno de situaes de risco e incluso social por meio do desenvolvimento de potencialidades e de habilidades e o fortalecimento dos vnculos familiares e comunitrios, por intermdio de aes de convivncia e atividades socioeducativas e acesso renda (Benefcio de Prestao Continuada (BPC), Benefcios Eventuais). Esses servios e benefcios so ofertados e/ou articulados no equipamento de poltica social bsica de assistncia social Centros de Referncia de Assistncia Social (CRAS).

    Os indivduos e famlias que se encontram em situao de risco pessoal e social, por ocorrncia de abandono, maus tratos fsicos, e/ou psquicos, abuso sexual, cumprimento de medidas socioeducativas, pessoas em situao de rua, de trabalho infantil, entre outras, so atendidas pela poltica de assistncia social, por meio de servios de proteo social especial ofertados e/ou articulados pelos Centros de Referncia Especializados de Assistncia Social CREAS, e buscam ampliar sua capacidade de enfretamento dessas questes com autonomia, a eliminao/reduo de infraes aos direitos humanos e sociais, e a reconstruo de vnculos afetivos, permitindo a conquista de maior autonomia individual e social.

  • 18

    9.1 Benefcio de Prestao Continuada da Assistncia Social (BPC)

    Esse benefcio integrante do Sistema nico de Assistncia Social SUAS na Proteo Social Bsica, assegurado por lei e pago pelo Governo Federal. Ele permite o acesso de idosos e pessoas com deficincia s condies mnimas de uma vida digna.

    O valor do BPC de um salrio mnimo, pago por ms s pessoas idosas e/ou com deficincia que no podem garantir a sua sobrevivncia, por conta prpria ou com o apoio da famlia.

    Podem receber o BPC:

    - Pessoas idosas com 65 anos ou mais e pessoas com deficincia.

    - Quem no tem direito previdncia social.

    - Pessoa com deficincia que no pode trabalhar e levar uma vida independente.

    - Renda familiar inferior a 1/4 do salrio mnimo.

    Para fazer o requerimento do benefcio, precisa comprovar:

    - O idoso que tem 65 anos ou mais.

    - O deficiente, sua deficincia e o nvel de incapacidade por meio da avaliao do Servio de Percia Mdica do INSS.

    - Que no recebe nenhum benefcio previdencirio.

    - Que a renda da sua famlia inferior a 1/4 do salrio mnimo por pessoa.

    Se a pessoa tem direito a receber o BPC, no necessrio nenhum intermedirio. Basta dirigir-se agncia do INSS mais prxima de sua residncia, levando os documentos pessoais necessrios.

    Os documentos necessrios ao requerimento so:

    Documentos do requerente:

    Certidodenascimentooucasamento.

    Documentodeidentidade,carteiradetrabalhoououtroquepossaidentificarorequerente.

    CPF,setiver.

    Comprovantederesidncia.

    Documentolegal,nocasodeprocurao,guarda,tutelaoucuratela.

    Documentos da famlia do requerente:

    Documentodeidentidade.

    Carteiradetrabalho.

    CPF,sehouver.

    Certido de nascimento ou casamento ou outros documentos que possamidentificar todas as pessoas que fazem parte da famlia e suas rendas.

  • 19

    Deve tambm ser preenchido o Formulrio de Declarao da Composio e Renda Familiar. Esse documento faz parte do processo de requerimento e ser entregue no momento da inscrio.

    Aps este processo o INSS enviar uma carta para a casa do requerente informando se ele vai receber ou no o BPC. Essa carta tambm informar como e onde ele receber o dinheiro do BPC. Se a pessoa tiver direito ao BPC, em at 45 dias aps a aprovao do requerimento o valor em dinheiro j estar liberado para saque.

    Quem tem direito ao BPC recebe do banco um carto magntico para usar apenas para sacar o recurso referente ao BPC. No preciso pagar por isso nem obrigatria compra de nenhum produto do banco para receber o carto.

    9.2 Benefcios previdencirios

    1. Aposentadoria por idade:

    Exigncias para requerer esse benefcio:

    TercontribudoparaaPrevidnciaSocialporpelomenos15anos.

    Aostrabalhadoresurbanosexigidaaidademnimade65anosparaoshomense 60 anos para as mulheres.

    Paratrabalhadoresruraisaidademnimade60anosparaoshomense55anospara as mulheres.

    2. Aposentadoria por invalidez:

    um benefcio concedido aos trabalhadores que por doena ou acidente do trabalho forem considerados incapacitados para exercer as atividades profissionais.

    Exigncias para requerer esse benefcio:

    Ser consideradopelaperciamdicado INSS, total edefinitivamente incapazpara o trabalho.

    3. Penso por morte:

    Benefcio pago famlia quando o trabalhador da ativa ou aposentado morre.

    Exigncias para requerer esse benefcio:

    TercontribudoparaoINSS.

    Quem pode requerer esse benefcio:

    - Esposa, marido, companheiro (a), filho menor de 21 anos ou filho invlido, pai, me, irmo menor de 21 anos ou invlido.

    - Familiar do idoso ou cuidador que por algum motivo no possa receber benefcio a que o idoso tem direito deve ir agencia da previdncia social da sua cidade para obter informaes.

    Fique Atento: Se a pessoa tiver direito a receber o BPC, no necessrio nenhum intermedirio.

  • 20

    9.3 Legislao importante:

    EstatutodaPessoaIdosa(Lein10.741/03).

    EstatutodaCrianaedoAdolescente(Lein8.069de13dejulhode1990).

    PolticaNacionaldeSadeparaPessoaIdosa(Portarian2.528/06).

    PolticaNacionaldoIdoso(Lein8.842/94;Decreton1.942/96).

    LegislaodoConselhoNacionaldeDireitosdosIdosos(Decreton5.109/04).

    LeideAcessibilidade(Lein10.098/00;Decreton5.296/04).

    PolticaNacional para integrao da pessoa portadora de deficincia (Lei n7853/89; Decreto n 3298/99).

    9.4 rgos de Direitos:

    ConselhoNacionaldosDireitosdosIdosos-CNDI.

    ConselhoNacionaldosDireitosdaCrianaeAdolescente-CONANDA.

    ConselhoNacionaldePessoaPortadoradeDeficincia-CONADE.

    CoordenadoriaparaIntegraodaPessoacomDeficincia-CORDE.

    9.5 Rede de apoio social:

    Instituies no-governamentais ONGs como: Pastoral da Pessoa Idosa,Pastoral da Criana, Associao de Bairro, entre outros.

    Igrejasquerealizamtrabalhosespecficos,inclusiveaquelasqueprestamserviosno domiclio com ajuda para o banho, curativo e emprestam cadeiras de rodas, muletas etc.

    Centros de Referncia, casas-lares, instituies de longa permanncia (ILPI),hospital-dia, centros de convivncia, centros de reabilitao, centros-dia, entre outros.

    9.6 Telefones teis:

    PREVfone - 0800 78 0191

    Disque-sade 0800 61 1997

    SAMU - 192

    Corpo de Bombeiros 193

    Polcia 190

    9.7 Recomendaes de endereos eletrnicos:

    Ministrio da Sade - www.saude.gov.br

    Ministrio da Previdncia Social - www.previdenciasocial.gov.br

    Ministrio da Educao www.mec.gov.br

  • 21

    10 Cuidados no domiclio para pessoas acamadas ou com limitaes fsicas

    10.1 Higiene

    A higiene corporal alm de proporcionar conforto e bem-estar se constitui um fator importante para recuperao da sade. O banho deve ser dirio, no chuveiro, banheira ou na cama. Procure fazer do horrio do banho um momento de relaxamento.

    10.1.1 Como proceder no banho de chuveiro com auxlio do cuidador

    Separeantecipadamenteasroupaspessoais.

    Prepareobanheiroecoloquenumlugardefcilacessoosobjetosnecessriospara o banho.

    Reguleatemperaturadagua.

    Mantenhafechadasportasejanelasparaevitarascorrentesdear.

    Retire a roupa da pessoa ainda no quarto e a proteja com um roupo outoalha.

    Eviteolharparaocorpodespidodapessoaafimdenoconstrang-la.

    Coloqueapessoanobanhoenoadeixesozinhaporqueelapodeescorregarecair.

    Estimule,oriente,supervisioneeauxilieapessoacuidadaafazersuahigiene.Sfaa aquilo que ela no capaz de fazer.

    Apsobanho,ajudeapessoaaseenxugar.Sequebemaspartesntimas,dobrasde joelho, cotovelos, debaixo das mamas, axilas e entre os dedos.

    A higiene dos cabelos deve ser feita no mnimo trs vezes por semana. Diariamente inspecione o couro cabeludo observando se h feridas, piolhos, coceira ou reas de quedas de cabelo.

    Os cabelos curtos facilitam a higiene, mas lembre-se de consultar a pessoa antes de cortar seus cabelos, pois ela pode no concordar por questo religiosa ou por outro motivo.

    O banho de chuveiro pode ser feito com a pessoa sentada numa cadeira de plstico com apoio lateral colocada sobre tapete antiderrapante, ou em cadeiras prprias para banhos, disponveis no comrcio.

    Fique Atento: Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades podem, s vezes, se recusar a tomar banho. preciso que o cuidador identifique as causas. Pode ser que a pessoa tenha dificuldade para locomover-se, tenha medo da gua ou de cair, pode ainda estar deprimida, sentir dores, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhada de ficar exposta outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexo oposto. preciso que o cuidador tenha muita sensibilidade para lidar com essas questes. Respeite os costumes da pessoa cuidada e lembre que confiana se conquista, com carinho, tempo e respeito.

  • 22

    10.1.2 Como proceder no banho na cama

    Quando a pessoa no consegue se locomover at o chuveiro o banho pode ser feito na cama.

    Caso a pessoa seja muito pesada ou sinta dor ao mudar de posio, bom que o cuidador seja ajudado por outra pessoa no momento de dar o banho no leito. Isso importante para proporcionar maior segurana pessoa cuidada e para evitar danos sade do cuidador.

    Antes de iniciar o banho na cama, prepare todo o material que vai usar: papagaio, comadre, bacia, gua morna, sabonete, toalha, escova de dentes, lenis, forro plstico e roupas. conveniente que o cuidador proteja as mos com luvas de borracha. Existe no comrcio materiais prprios para banhos, no entanto o cuidador pode improvisar materiais que facilitem a higiene na cama.

    1. Antes de iniciar o banho cubra o colcho com plstico.

    2. Iniciar a higiene corporal pela cabea.

    3. Com um pano molhado e pouco sabonete, faa a higiene do rosto, passando o pano no rosto, nas orelhas e no pescoo. Enxge o pano em gua limpa e passe na pele at retirar toda a espuma, secar bem.

    4. Lavagem dos cabelos:

    Cubracomplsticoumtravesseiroecoloquea pessoacomacabeaapoiadanesse travesseiro que deve estar na beirada da cama.

    Ponha,embaixodacabeadapessoa,umabaciaoubaldeparareceberagua.

    Molheacabeadapessoaepassepoucoxampu.

    Massageieocourocabeludoederrameguaaospoucosatqueretire todaaespuma.

    Sequeoscabelos.

    5. Lave com uma pano umedecido e sabonete os braos, no se esquecendo das axilas, as mos, trax e a barriga. Seque bem, passe desodorante, creme hidratante e cubra o corpo da pessoa com lenol ou toalha. Nas mulheres e pessoas obesas preciso secar muito bem a regio em baixo das mamas, para evitar assaduras e micoses.

  • 23

    6. Faa da mesma forma a higiene das pernas, secando-as e cobrindo-as. Coloque os ps da pessoa numa bacia com gua morna e sabonete, lave bem entre os dedos. Seque bem os ps e entre os dedos, passe creme hidratante.

    7. Ajude a pessoa a deitar de lado para que se possa fazer a higiene das costas. Seque e massageie as costas com leo ou creme hidratante para ativar a circulao.

    8. Deitar novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a higiene das partes ntimas. Na mulher importante lavar a vagina da frente para trs, assim se evita que a gua escorra do nus para a vulva. No homem importante descobrir a cabea do pnis para que possa lavar e secar bem.

    A higiene das partes ntimas deve ser feita no banho dirio e tambm aps a pessoa urinar e evacuar, assim se evita umidade, assaduras e feridas (escaras).

    importante usar um pano macio para fazer a higiene e lembrar que as partes do corpo que ficam em contato com o colcho esto mais finas e sensveis e qualquer esfregada mais forte pode provocar o rompimento da pele e a formao de feridas (escaras).

    10.2 Assaduras

    As assaduras so leses na pele das dobras do corpo e das ndegas, provocadas pela umidade e calor ou pelo contato com fezes e urina. A pele se torna avermelhada e se rompe como um esfolado. As assaduras so portas abertas para outras infecces.

    Os cuidados importantes para evitar as assaduras so:

    - Aparar os plos pubianos com tesoura para facilitar a higiene ntima e manter a rea mais seca.

    - Fazer a higiene ntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a regio.

    - Se for possvel exponha a rea com assadura ao sol, isso ajuda na cicatrizao da pele.

    Se mesmo com esses cuidados a pessoa apresentar assadura importante comunicar o fato equipe de sade e solicitar orientao.

    10.3 Cuidados com a boca

    muito importante fazer a higiene da boca das pessoas acamadas para evitar cries, dor de dente e inflamao da gengiva. Se a pessoa consegue escovar os dentes sozinha, deve ser encorajada a faz-lo. O cuidador deve providenciar o material necessrio e ajud-la no que for preciso.

    Fique Atento: Se durante a higiene voc observar alterao na cor e na temperatura da pele, inchao, manchas, feridas, principalmente das regies mais quentes e midas e daquelas expostas a fezes e urina, assim como alterao na cor, consistncia e cheiro das fezes e da urina, comunique esses fatos equipe de sade.

  • 24

    A higiene bucal de adultos e idosos, independente da pessoa ter ou no ter dentes, deve ser feita aps cada uma das refeies e aps o uso de remdios pela boca. Se a pessoa cuidada consegue fazer a higiene bucal, o cuidador deve estimul-la e providenciar os materiais necessrios, orientando, dando apoio e acompanhando a atividade.

    Se a pessoa no consegue fazer sua higiene bucal sozinha, o cuidador deve ajud-la da seguinte maneira:

    - Colocar a pessoa sentada em frente pia ou na cama, com uma bacia.

    - Usar escova de cerdas macias e sempre que possvel usar tambm o fio dental.

    - Colocar pequena poro de pasta de dente para evitar que a pessoa engasgue.

    - Escove os dentes.

    Como proceder quando a pessoa usa prtese

    As prteses so partes artificiais, conhecidas como dentadura, ponte fixa ou ponte mvel, colocadas na boca para substituir um ou mais dentes. A prtese importante tanto para manter a auto-estima da pessoa, como manter as funes dos dentes na alimentao, na fala e no sorriso. Por todos esses motivos e sempre que possvel a prtese deve ser mantida na boca da pessoa, mesmo enquanto ela dorme.

    Quando for proceder a limpeza na boca da pessoa que usa prtese, realiza-se da seguinte maneira:

    1. Retire a prtese e a escove fora da boca, com escova de dente de cerdas mais duras e sabo neutro ou pasta dental;

    2. Para a limpeza das gengivas, bochechas e lngua o cuidador pode utilizar escova de cerdas mais macias ou com um pano ou gaze umedecidas em gua. O movimento de limpeza da lngua realizado de dentro para fora, sendo preciso cuidar para que a escova no toque o final da lngua, pois pode machucar a garganta e provocar nsia de vmito.

    3. Enxaguar bem a boca e recolocar a prtese.

    Quando for necessrio remover a prtese, coloque-a em uma vasilha com gua e em lugar seguro para evitar queda. A gua da vasilha deve ser trocada diariamente. No se deve utilizar produtos como gua sanitria, lcool, detergente para limpar a prtese, basta fazer a higiene com gua limpa, sabo neutro ou pasta dental.

    A limpeza da boca deve ser feita mesmo que a pessoa cuidada no tenha dentes e no use prtese.

    10.3.1 Doenas da boca

    Algumas doenas e alguns medicamentos podem provocar sangramento e inflamao nas gengivas. Alm disso, a boca da pessoa doente ou incapacitada est mais sujeita s feridas, s manchas esbranquiadas ou vermelha e crie nos dentes.

    10.3.1.1 Crie dental

    A crie a doena causada pelas bactrias que se fixam nos dentes. Essas bactrias

  • 25

    transformam em cidos os restos de alimentos, principalmente doces, que ficam grudados nos dentes. Os cidos corroem e furam o esmalte dos dentes.

    A alimentao saudvel e boa higiene da boca e dentes ainda a melhor e mais eficiente maneira de se prevenir a crie dos dentes.

    10.3.1.2 Sangramento das gengivas

    Quando no feita uma boa limpeza da boca, dentes e prtese, as bactrias presentes na boca formam uma massa amarelada que irrita a gengiva provocando inflamao e sangramento.

    Para prevenir e tratar a irritao das gengivas e acabar com o sangramento necessrio melhorar a escovao no local da gengiva que est vermelha e sangrando. Durante a limpeza haver sangramento, mas medida que for sendo retirada a placa de bactrias e melhorada a escovao, o sangramento diminui at desaparecer.

    10.3.1.3 Feridas na boca

    Durante a limpeza da boca o cuidador deve observar a presena de ferida nas bochechas, gengivas, lbios e embaixo da lngua e comunicar equipe de sade.

    11 Alimentao saudvel

    Uma alimentao saudvel, isso , adequada nutricionalmente e sem contaminao, tem influncia no bem-estar fsico e mental, no equilbrio emocional, na preveno e tratamento de doenas.

    Fique Atento: Durante doenas graves e de longa durao pode ocorrer sangramento nas gengivas, por isso preciso que o cuidador tenha uma ateno redobrada com a higiene da boca da pessoa cuidada. Ao observar sangramento mais constante e presena de pus nas gengivas o cuidador precisa comunicar o fato equipe de sade.

    Fique Atento: - comum a pessoa idosa ter uma diminuio da estrutura ssea da boca. Essa perda ssea faz com que a prtese fique frouxa, aumentando o movimento, o desconforto e a possibilidade de leses na gengiva. Lembrar que dentes quebrados podem ferir a boca.

    - comum que pessoas doentes tenham o apetite diminudo, mas preciso estar atento, a recusa em se alimentar ou a agitao no horrio das refeies pode ser decorrente de prtese mal adaptada, crie, dentes fraturados, feridas, alteraes e inflamao das gengivas.

  • 26

    importante que a alimentao seja saborosa, colorida e equilibrada, que respeite as preferncias individuais e valorize os alimentos da regio, da poca e que sejam acessveis do ponto de vista econmico.

    Para se ter uma alimentao equilibrada, com todos os nutrientes necessrios para a manuteno da sade, preciso variar os tipos de alimentos, consumindo-os com moderao.

    Os nutrientes so as substncias qumicas que o organismo absorve dos alimentos, esses nutriente so indispensveis para o bom funcionamento do organismo.

    Os nutrientes dos alimentos fornecem calorias, que so a quantidade de energia utilizada pelo corpo para a manuteno de suas funes e atividades. Uma alimentao que fornece mais calorias do que o organismo gasta em suas atividades dirias pode provocar o excesso de peso e obesidade. Uma alimentao que fornece menos calorias que o necessrio pode levar perda de peso e desnutrio.

    11.1 Os dez passos para uma alimentao saudvel

    Os 10 passos para uma alimentao saudvel uma estratgia para buscar uma vida mais saudvel, recomendada pelo Ministrio da Sade. Esses passos podem ser seguidos por toda a famlia.

    1 passo: Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia. As frutas e verduras so ricas em vitaminas, minerais e fibras. Coma, pelo menos, 4 colheres de sopa de vegetais (verduras e legumes) 2 vezes por dia. Coloque os vegetais no prato do almoo e do jantar. Comece com 1 fruta ou 1 fatia de fruta no caf da manh e acrescente mais 1 nos lanches da manh e da tarde.

    2 passo: Coma feijo pelo menos 1 vez por dia, no mnimo 4 vezes por semana. O feijo um alimento rico em ferro. Na hora das refeies, coloque 1 concha de feijo no seu prato, assim voc estar evitando a anemia.

    3 passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no mximo 1 vez por semana. Retire antes do cozimento a pele do frango, a gordura visvel da carne e o couro do peixe. Apesar do leo vegetal ser um tipo de gordura mais saudvel, tudo em excesso faz mal! O ideal no usar mais que 1 lata de leo por ms para uma famlia de 4 pessoas. Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou manteiga.

    4 passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa. O sal da cozinha a maior fonte de sdio da nossa alimentao. O sdio essencial para o funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da presso do sangue, que chamamos de hipertenso. As crianas e os adultos no precisam de mais que 1 pitada de sal por dia. Siga estas dicas: no coloque o saleiro na mesa, assim voc evita adicionar o sal na comida pronta. Evite temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela, presunto, lingia, etc. Todos eles tm muito sal.

    5 passo: Faa pelo menos 3 refeies e 1 lanche por dia. No pule as refeies. Para lanche e sobremesa prefira frutas. Fazendo todas as refeies, voc evita que o estmago

  • 27

    fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de exagerar na quantidade quando for comer. Evite beliscar, isso vai ajudar voc a controlar o peso.

    6 passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em acar para no mximo 2 vezes por semana.

    7 passo: Reduza o consumo de lcool e refrigerantes. Evite o consumo dirio. A melhor bebida a gua.

    8 passo: Aprecie a sua refeio. Coma devagar. Faa das refeies um ponto de encontro da famlia. No se alimente assistindo TV.

    9 passo: Mantenha o seu peso dentro de limites saudveis veja no servio de sade se o seu IMC est entre 18,5 e 24,9 kg/m2. O IMC (ndice de massa corporal) mostra se o seu peso est adequado para sua altura. calculado dividindo-se o peso, em kg, pela altura, em metros, elevado ao quadrado.

    10 passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade fsica todos os dias. Caminhe pelo seu bairro. Suba escadas. No passe muitas horas assistindo TV.

    Essas recomendaes foram elaboradas para pessoas saudveis, mas servem como guia para planejar a alimentao de pessoas que necessitam de cuidados especiais de sade.

    Pessoas que precisam de dietas especiais devem receber orientaes especficas e individualizadas de um nutricionista, de acordo com o seu estado de sade.

    11.2 Outras recomendaes gerais para a alimentao

    Nem sempre fcil alimentar outra pessoa, por isso o cuidador precisa ter muita calma e pacincia, estabelecer horrios regulares, criar um ambiente tranqilo. So orientaes importantes:

    Para receber a alimentao, a pessoa deve estar sentada confortavelmente.Jamais oferea gua ou alimentos pessoa na posio deitada, pois ela pode se engasgar.

    Seapessoacuidadaconseguesealimentarsozinha,ocuidadordeveestimulare ajud-la no que for preciso: preparar o ambiente, cortar os alimentos, etc. Lembrar que a pessoa precisa de uma tempo maior para se alimentar, por isso no se deve apress-la.

    importantemanterlimpososutenslioseoslocaisdepreparoeconsumodasrefeies. A pessoa que prepara os alimentos deve cuidar de sua higiene pessoal, com a finalidade de evitar a contaminao dos alimentos.

    Quandoapessoacuidadaestiversemapetite,ocuidadordeveofereceralimentossaudveis e de sua preferncia, incentivando-a a comer. A pessoa com dificuldades para se alimentar aceita melhor alimentos lquidos e pastosos, como: legumes amassados, purs, mingau de aveia ou amido de milho, vitamina de frutas com cereais integrais.

  • 28

    Paraestimularassensaesdegostoecheiro,quecomoavanardaidadeoucom a doena podem estar diminudos, importante que as refeies sejam saborosas, de fcil digesto, bonitas e cheirosas.

    Uma boamaneira de estimular o apetite variar os temperos e omodo depreparo dos alimentos. Os temperos naturais como: alho, cebola, cheiro-verde, aafro, cominho, manjerico, louro, alecrim, slvia, organo, gergelim, hortel, noz-moscada, manjerona, erva-doce, coentro, alecrim, do sabor e aroma aos alimentos e podem ser usados vontade.

    Seapessoaconseguemastigareengoliralimentosempedaosnohrazoparamodificar a consistncia dos alimentos. No caso da ausncia parcial ou total dos dentes, e uso de prtese, o cuidador deve oferecer carnes, legumes, verduras e frutas bem picadas, desfiadas, raladas, modas ou batidas no liquidificador.

    Paramanterofuncionamentodointestinoimportantequeocuidadorofereapessoa alimentos ricos em fibras como as frutas e hortalias cruas, leguminosas, cereais integrais como arroz integral, farelos, trigo para quibe, canjiquinha, aveia, grmen de trigo, etc. Substituir o po branco por po integral e escolher massas com farinha integral. Substituir metade da farinha branca por integral em preparaes assadas. Acrescentar legumes e verduras no recheio de sanduches e tortas e nas sopas.

    Semprequeforpossvel,ocuidadordeveestimulareauxiliarapessoacuidadaa fazer caminhadas leves, alongamentos e passeios ao ar livre.

    Ofereapessoacuidada,depreferncianosintervalosdasrefeies,6a8coposde lquidos por dia: gua, ch, leite ou suco de frutas.

    importantequeapessoadoenteouemrecuperaocomadiariamentecarnese leguminosas, pois esses alimentos so ricos em ferro. O ferro dos vegetais mais bem absorvido quando se come junto alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limo, caju, goiaba, abacaxi e outros, em sua forma natural ou em sucos.

    O consumomoderado de acar, doces e gorduras ajudam amanter o pesoadequado e a prevenir doenas cardiovasculares, obesidade e diabetes.

    Ocuidadoreafamliadapessoacuidadadeveobservaradatadevalidadedosprodutos, evitando comprar grandes quantidades de alimentos e aqueles com prazo de validade prximo do vencimento.

    Alimentosdiet so aqueles que tiveram um ou mais ingredientes retirados de sua frmula original, como por exemplo: acar, gordura, sdio ou protenas.

    Produtoslight so aqueles que sofreram reduo de algum tipo de ingrediente na sua composio, por exemplo: o creme de leite light apresenta menor quantidade de gordura, o sal light tem menor quantidade de sdio, refrigerante light tem menor quantidade de calorias. Os alimentos light em que foram retirados o acar podem ser consumidos por diabticos.

    Quandohnecessidadedesubstituiroacarporadoantesartificiais,recomenda-se variar os tipos. Os adoantes base de ciclamato de sdio e sacarina podem contribuir para o aumento da presso arterial. Os adoantes base de sorbitol, manitol e xilitol podem causar desconforto no estmago e diarria. importante receber orientao da equipe de sade, quando for necessrio usar adoantes artificiais.

  • 29

    12 Orientao alimentar para aliviar sintomas

    12.1 Nuseas e vmitos

    Oferecerpessoacomvmitosoudiarria,2a3litrosdelquidospordiaempequenas quantidades, de preferncia nos intervalos das refeies.

    Oferecerrefeiesmenores5a6vezesaodia.

    Osalimentosmuitoquentespodemliberarcheiroseissopodeagravaranusea.Os alimentos secos e em temperaturas mais frias so mais bem aceitos.

    importantequeapessoamastiguemuitobemedevagarosalimentos.

    Logoapsasrefeies,ocuidadordevemanterapessoasentadaparaevitarasnuseas e vmitos.

    Enquanto durar as nuseas e vmitos, deve-se evitar os alimentos muitotemperados, com cheiros fortes, salgados, picantes, cidos, doces e gorduras.

    12.2 Dificuldade para engolir (disfagia)

    Oferecerasrefeiesemquantidadesmenoresde5a6vezespordia.

    Oferecerlquidosnosintervalosdasrefeies,empequenasquantidadeseatravsde canudos.

    Manterapessoasentadaouemposioreclinadacomajudadetravesseirosnascostas, para evitar que a pessoa engasgue.

    Apessoacomdificuldadeparaengoliraceitamelhorosalimentosmaislevesemacios, os lquidos engrossados com leite em p, cereais, amido de milho, os alimentos pastosos como as gelatinas, pudins, vitaminas de frutas espessas, sopas tipo creme batidas no liqidificador, mingaus, pur de frutas, polenta mole com caldo de feijo.

    Assopaspodemserengrossadascommacarro,mandioquinha,car,inhameeaveia.

    Evitar alimentos de consistncia dura, farinhentos e secos como a farofa ebolachas. O po francs e as torradas devem ser oferecidos sem casca, molhados no leite.

    12.3 Intestino preso (constipao intestinal)

    Ointestinofuncionamelhorquandoapessoamantmhorriosparasealimentare evacuar.

    Os alimentos ricos em fibras comoo arroz e po integrais, aveia, verduras elegumes, frutas como mamo, laranja, abacaxi, mangaba, tamarindo, ameixa, gros em geral etc, ajudam o intestino a funcionar.

    Quandoapessoaestcomintestinopresoeviteoferecerbananaprata,caju,goiaba, ma, ch preto/mate, pois esses alimentos so ricos em tanino e prendem o intestino.

    Cuidador,ofereapessoaumavitaminalaxativafeitacom1copodesucode

  • 30

    laranja, 1 ameixa seca, 1 pedao de mamo, 1 colher de sopa de creme de leite, 1 colher de sopa de farelo de aveia, milho, trigo, soja. O farelo de arroz deve ser evitado, pois resseca o intestino.

    12.4 Gases (flatulncia)

    A formao de gases causa muito desconforto s pessoas acamadas. Paraevitar a formao de gases importante oferecer pessoa mais lquidos e uma alimentao saudvel, evitando alguns alimentos, como: agrio, couve, repolho, brcolis, pepino, gros de feijo, couve-flor, cebola e alho crus, pimento, nabo, rabanete, bebidas gasosas, doces concentrados e queijos amarelos.

    Osexercciosauxiliamnaeliminaodosgases.

    13 Alimentao por sonda (Dieta enteral)

    A dieta enteral fornecida na forma lquida por meio de uma sonda, que colocada no nariz ou na boca vai at o estmago ou intestino. Assim, possvel fornecer os nutrientes que a pessoa necessita independente da sua cooperao, fome ou vontade de comer.

    A alimentao por sonda usada nas seguintes situaes:

    Paraajudarnacicatrizaodeferidas.

    Paracontrolaradiarria,prisodeventreevmitos.

    Paraprepararoorganismoparaalgumascirurgiasetratamentosdequimioterapia,radioterapia e dilise.

    Quandoapessoanopodesealimentarpelaboca.

    Quando a quantidade de alimentos que a pessoa come no est sendosuficiente.

    Quandohnecessidadedeaumentaraquantidadedecaloriassemaumentaraquantidade de comida.

    Em algumas situaes a pessoa recebe alimentao mista, isso , se alimenta pela boca e recebe um complemento alimentar pela sonda.

    A nutrio enteral pode ser preparada em casa ou industrializada. As dietas caseiras so preparadas com alimentos naturais cozidos e passados no liqidificador e coados, devem ter consistncia lquida e sua validade de 12 horas aps o preparo. A dieta industrializada j vem pronta para o consumo, tem custo mais alto e pode ser utilizada por 24 horas depois de aberta.

    A alimentao enteral deve ser prescrita pelo mdico ou nutricionista e a sonda deve ser colocada pela equipe de enfermagem. A fixao externa da sonda pode ser trocada pelo cuidador, desde que tenha cuidado para no deslocar a sonda. Para fixar a sonda melhor utilizar esparadrapo antialrgico, mudando constantemente o local de fixao, assim se evita ferir a pele ou as alergias.

  • 31

    O cuidador deve seguir os seguintes cuidados quando a pessoa estiver recebendo a dieta enteral:

    Antesdedaradietacoloqueapessoasentadanacadeiraounacama,comascostas bem apoiadas, e a deixe nessa posio por 30 minutos aps o trmino da alimentao. Esse cuidado necessrio para evitar que em caso de vmitos ou regurgitao, restos alimentares entrem nos pulmes.

    Pendureofrascodealimentaoenteralnumgancho,pregoousuportedevasoem posio bem mais alta que a pessoa, para facilitar a descida da dieta.

    Injeteadietanasondalentamentegotaagota.Essecuidadoimportanteparaevitar diarria, formao de gases, estufamento do abdome, vmitos e tambm para que o organismo aproveite melhor o alimento e absorva seus nutrientes.

    Aquantidadedealimentaoadministradadecadavezdeveserdenomximo350ml, vrias vezes ao dia; ou de acordo com a orientao da equipe de sade.

    Aoterminaraalimentaoenteralinjetenasonda20mldeguafria,filtradaoufervida, para evitar que os resduos de alimentos entupam a sonda.

    Paraaspessoasquenopodemtomarguapelabocaofereaguafiltradaoufervida entre as refeies, em temperatura ambiente, por meio de seringa ou colocada no frasco descartvel. A quantidade de gua deve ser definida pela equipe de sade.

    Asondadevepermanecerfechadasemprequenoestiveremuso.

    Adietaenteraldepreparocaseirodeveserguardadanageladeiraeretirada30minutos antes do uso, somente a poro a ser dada.

    Adietadeveserdadaemtemperaturaambiente,nohnecessidadedeaquecera dieta em banho-maria ou em microondas.

  • 32

    Para o preparo e administrao de dieta enteral alguns cuidados de higiene so muito importantes:

    Laveolocaldepreparodaalimentaocomguaesabo.

    Lavebemasmoscomguaesaboantesdeprepararadieta.

    Peseemeatodososingredientesdadieta,seguindoasinstruesdaequipedesade.

    Utilizesempreguafiltradaoufervida.

    Lavetodososutenslioscomguacorrenteesabo.

    Lave com gua e sabo o equipo, a seringa e o frasco e enxge com guafervendo.

    Uma maneira simples de verificar se a nutrio enteral est ajudando na recuperao da pessoa observar freqentemente se ela est mais disposta, se o aperto de mo mais firme e se consegue caminhar um pouco mais a cada dia. Caso a pessoa esteja inconsciente, o cuidador pode verificar se a pele est mais rosada, e menos flcida, se os msculos esto ficando mais fortes. Sempre que for possvel bom pesar a pessoa.

    14 Acomodando a pessoa cuidada na cama

    A posio em que a pessoa permanece deitada pode causar dores na coluna e dificuldades respiratrias e dessa maneira diminuir a qualidade do sono. A seguir descrito como deitar a pessoa cuidada da forma correta nas diversas posies.

    14.1 Deitada de costas

    Coloque um travesseiro fino e firme embaixo da cabea da pessoa de maneira que o pescoo fique no mesmo nvel da coluna. Coloque um travesseiro ou cobertor fino embaixo da barriga das pernas, assim diminui a presso dos calcanhares sobre a cama. Dobre os cotovelos levemente e coloque as mos da pessoa apoiadas nos quadris. Mantenha as pernas da pessoa esticadas e as pontas dos dedos voltadas para cima. Apie os ps em uma almofada recostada na guarda final da cama, a uma inclinao de 60 ou 90.

    Fique Atento: Se a sonda se deslocar ou tiver sido retirada acidentalmente, no tente recoloc-la, chame a equipe de sade.

    Fique Atento: A diarria pode ser uma ocorrncia comum em pessoas que recebem alimentao enteral. Por isso, preciso ter muita higiene no preparo e administrao da dieta.

  • 33

    14.2 Deitada de lado

    Coloque a pessoa deitada de um dos lados. Coloque um travesseiro fino sob a cabea e o pescoo de modo que a cabea fique alinhada com a coluna. Escore as costas da pessoa com um travesseiro maior, para evitar que ela vire de costas, e coloque outro travesseiro entre os braos da pessoa para dar maior conforto. A perna que fica por cima deve estar levemente dobrada e apoiada em um travesseiro, a fim de mant-la no nvel dos quadris. Dobre levemente o joelho e coloque uma toalha dobrada, ou cobertor ou edredon fino, a fim de manter o tornozelo afastado do colcho.

    14.3 Deitada de bruos

    Deite a pessoa de bruos, vire a cabea delicadamente para um dos lados acomodando-a com um travesseiro fino ou toalha dobrada. Ajude a pessoa a flexionar os braos para cima de modo que os cotovelos fiquem nivelados com os ombros. Depois, coloque toalhas dobradas embaixo do peito e do estmago. Por fim, ajeite as pernas apoiando os tornozelos e elevando os ps com uma toalha ou lenol enrolado.

  • 34

    15 Mudana de posio do corpo

    As pessoas com algum tipo de incapacidade, que passam a maior parte do tempo na cama ou na cadeira de rodas, precisam mudar de posio a cada 2 horas. Esse cuidado importante para prevenir o aparecimento de feridas na pele (lceras de presso) - que so aquelas feridas que se formam nos locais de maior presso, onde esto as pontas sseas como: calcanhar, final da coluna, cotovelo, cabea, entre outras regies.

    15.1 Mudana da cama para a cadeira

    Quando a pessoa est h muitos dias deitada, preciso que o cuidador faa a mudana da posio deitada para sentada e depois em p, pois a pessoa pode sentir fraqueza nas pernas, tonturas e vertigem. Cuidador, siga os seguintes passos:

    a) Caso a cama seja de hospital, trave as rodas e abaixe as laterais, mova as pernas da pessoa para o lado, segurando a pessoa com firmeza pelos ombros. Pea a pessoa

    que se apie firmemente nos braos e levante o corpo da cama. Com a pessoa j sentada na cama, solicite a ela que apie os dois ps no cho.

    b) Para evitar que a pessoa se desequilibre e caia, permanea na frente dela enquanto ela se acostuma a ficar sentada e a movimentar as pernas.

    c) Quando a pessoa no mais se sentir tonta ou cansada, calce-lhe sapatos antiderrapantes, traga-a para a beira da cama, posicione seus ps firmemente

    no cho e pea-lhe para tentar se levantar, estando alerta para ajud-la caso se desequilibre.

    d) Se a pessoa precisar de ajuda para ficar de p, posicione-se de forma que os joelhos da pessoa cuidada fiquem entre os seus. Ento abaixe-se, flexionando levemente as pernas, passe os braos em volta da cintura da pessoa e pea-lhe para a pessoa cuidada dar impulso. Erga-se trazendo-a junto.

    Fique Atento: Ter maior cuidado no posicionamento da pessoa que apresenta parte do corpo que no se movimenta (brao ou perna esquecida), para evitar surgimento de feridas e deformidades. No caso de seqela de derrame, o brao comprometido deve estar sempre estendido e apoiado em um travesseiro e a perna afetada deve ser colocada ligeiramente dobrada e apoiada com um travesseiro embaixo do joelho, impedindo que a perna fique toda esticada.

    Fique Atento: Se a pessoa consegue ficar em p com ajuda do cuidador, mesmo por pouco tempo, importante que o cuidador encoraje, apoie e estimule a pessoa a ficar nessa posio, pois isso ajuda a melhorar a circulao do sangue e a evitar as feridas.

  • 35

    e) Guie a pessoa at uma cadeira. Posicione-a de costas para a cadeira, com os joelhos flexionados e as costas eretas. Caso a cadeira tenha braos, pea pessoa cuidada para se apoiar nos braos da cadeira ao sentar.

    Caso a pessoa no movimente o brao, preciso que a poltrona ou cadeira onde essa pessoa vai se sentar tenha apoio lateral resistente para que o brao afetado possa ficar bem apoiado.

    15.2 Quando o cuidador necessita de um ajudante para a passagem da cama para a cadeira

    Quando a pessoa cuidada tem muita dificuldade para se movimentar, tem falta de equilbrio ou muito pesada, o cuidador deve chamar outra pessoa para ajud-lo na movimentao ou mudana de posio da pessoa cuidada. Explique pessoa cuidada e tambm ao ajudante o que ser realizado. A seguir descrito como se deve proceder:

    a) A pessoa cuidada cruza os braos e o cuidador pega a parte superior do corpo abraando o tronco e apoiando as mos nos braos cruzados da pessoa cuidada.

    b) O ajudante segura as pernas da pessoa cuidada.

    c) Os movimentos devem ser combinados e realizados ao mesmo tempo, por isso o cuidador deve contar 1, 2 e 3 antes de iniciarem a movimentao da pessoa cuidada. Ao levantar a pessoa, o cuidador e o ajudante devem flexionar os joelhos, de modo a ficar com as pernas levemente dobradas, isto evita forar a coluna e proporciona maior segurana.

    15.3 Ajudando a pessoa cuidada a caminhar

    Se a pessoa cuidada consegue andar mesmo com dificuldade, importante que o cuidador anime, estimule e apie a pessoa a fazer pequenas caminhadas, de preferncia em lugares arejados. A caminhada uma atividade importante, pois ajuda a melhorar a circulao sangnea e a manter o funcionamento das articulaes, entre outros benefcios.

    Para auxiliar a pessoa cuidada a andar preciso que o cuidador lhe d apoio e segurana. Para isso o cuidador coloca uma mo embaixo do brao ou na axila da pessoa, segurando com sua outra mo a mo da pessoa cuidada. O cuidador pode tambm ficar em frente da pessoa segurando-a firmemente pelos antebraos e estimulando-a a caminhar olhando para frente.

  • 36

    A pessoa que sofre de demncia deve ser estimulada a fazer o mesmo trajeto durante as caminhadas e o cuidador deve mostrar a ela os pontos de referncia, falando o nome das coisas que vo encontrando pelo caminho

    Para ajudar a pessoa que possui parte do corpo que no movimenta, o cuidador deve apoiar pelo lado afetado.

    16 Exerccios

    Uma das atividades do cuidador ajudar a pessoa cuidada a se recuperar, isso , ajud-la a recuperar movimentos e funes do corpo, prejudicados pela doena. Alguns exerccios podem ser feitos mesmo que a pessoa cuidada esteja na cama ou em cadeira de rodas. Exemplos de alguns exerccios que podem ser feitos com a pessoa cuidada na cama ou na cadeira de rodas:

    Movimentecadaumdosdedosdosps,paracimaeparabaixo,paraosladosecom movimentos de rotao.

    Fique Atento: Para evitar escorreges melhor que o cuidador e a pessoa cuidada usem sapatos baixos, bem ajustados e amarrados. Observe o que est descrito no item Adaptaes Ambientais, pgina 40.

  • 37

    Segureotornozeloemovimenteopparacima,parabaixo,paraosdoisladose em movimentos circulares.

    Dobreeestendaumadaspernas,repitaomovimentocomaoutraperna(sematritar o calcanhar na cama, que favorece o surgimento de feridas).

    Comospsdapessoaapoiadosnacamaeosjoelhosdobrados,faamovimentosde separar e unir os joelhos.

  • 38

    Comospsapoiadosnacamaeosjoelhosdobrados,solicitequeapessoacuidadalevante os quadris e abaixe lentamente.

    Levanteeabaixeosbraosdapessoa,depoisabraefeche.

    Faamovimentosdedobrareestenderoscotovelos,ospunhosedepoisosdedos.

    Ajudeapessoaaflexionarsuaveelentamenteacabeaparafrenteeparatrs,para um lado e depois para o outro, isto alonga os msculos do pescoo. Estimule para que a pessoa faa os movimentos sozinha, se necessrio o cuidador pode ajud-la. No caso de tonturas suspenda o movimento at melhorar do sintoma.

  • 39

    Peapessoacuidadaqueenchaasbochechasdearedepoismurcheabochechapara dentro; a seguir pea a ela que coloque a lngua para fora e movimente de um lado para o outro; feche os olhos com fora fazendo caretas.

    importante que o cuidador estimule a pessoa cuidada a utilizar ao mximo o lado do corpo que est comprometido, realizando com o lado afetado todos os exerccios citados anteriormente. Caso seja necessrio, o cuidador pode ajud-la na realizao desses exerccios.

    Sempre que possvel bom que a porta do quarto e os mveis estejam do lado mais comprometido, pois isso faz com que a pessoa se volte mais para esse lado estimulando os movimentos do membro afetado.

    16.1 Exerccios respiratrios

    Quando a pessoa cuidada est com os movimentos limitados ou permanece acamada por longos perodos comum que se acumule secreo (catarro) nos pulmes. Por isso importante que o cuidador a estimule e ajude a fazer exerccios respiratrios para eliminar essas secrees, melhorar a entrada de ar nos pulmes e prevenir o aparecimento de pneumonia. A seguir sero descritos alguns exerccios, que dependendo das condies fsicas da pessoa cuidada, podem ser feitos com a pessoa deitada, sentada ou em p:

    Ajudeapessoaasesentarepeaaelaquecoloqueasmossobreabarriga,puxeo ar pelo nariz, e solte pela boca, de forma lenta e prolongada. Dessa forma ela vai perceber a mo se movimentando para cima quando o pulmo enche e para baixo quando solta o ar.

    Pea pessoa para puxar o ar pelo nariz e aomesmo tempo levantar osbraos estendidos, depois pea para a pessoa soltar o ar pela boca abaixando os braos.

  • 40

    17 Adaptaes ambientais

    Muitas vezes preciso fazer algumas adaptaes no ambiente da casa para melhor abrigar a pessoa cuidada, evitar quedas, facilitar o trabalho do cuidador e permitir que a pessoa possa se tornar mais independente.

    O lugar onde a pessoa mais fica deve ter somente os mveis necessrios. importante manter alguns objetos que a pessoa mais goste de modo a no descaracterizar totalmente o ambiente. Cuide para que os objetos e mveis no atrapalhem os locais de circulao e nem provoquem acidentes.

    Alguns exemplos de adaptaes:

    As cadeiras,camas,poltronasevasossanitriosmaisaltos do que os comuns facilitam a pessoa cuidada a sentar, deitar e levantar. O cuidador ou outro membro da famlia podem fazer essas adaptaes. Em lojas especializadas existem levantadores de cama e cadeiras e vasos sanitrios.

    Antesdecolocarapessoasentadanumacadeiradeplstico,verifiqueseacadeirasuporta o peso da pessoa e coloque a cadeira sobre um piso antiderrapante, para evitar escorreges e quedas.

    Osof,poltronaecadeiradevemserfirmesefortes,terapoiolateral,quepermita pessoa cuidada se sentar e se levantar com segurana.

    Seapessoacuidadanocontrolaasadadeurinaoufezesprecisocobrircomplstico a superfcie de cadeiras, poltronas e cama e colocar por cima do plstico um lenol para que a pele no fique em contado direto com o plstico, pois isso pode provocar feridas.

    Semprequepossvel,coloqueacamaemlocalprotegidode correntes de vento, isso , longe de janelas e portas.

    Retiretapetes,capachos,tacosefiossoltos,parafacilitara circulao do cuidador e da pessoa cuidada e tambm evitar acidentes.

    Fique Atento: importante oferecer pessoa cuidada maior quantidade de lquido para facilitar a sada do catarro e estimul-la a tossir e cuspir. Procure observar a cor do catarro, pois se o catarro estiver amarelo, verde ou com sangue preciso comunicar equipe de sade.

    O ambiente da casa precisa estar sempre limpo, arejado e livre de fumaa e poeira. A limpeza do cho e dos mveis deve ser feita diariamente com pano mido. Os produtos de limpeza com cheiro forte devem ser evitados, pois podem provocar alergias e alteraes respiratrias.

  • 41

    Semprequeforpossvelbomterbarrasdeapoionaparededochuveiroeaolado do vaso sanitrio, assim a pessoa cuidada se sente segura ao tomar banho, sentar e levantar do vaso sanitrio, evitando se apoiar em pendurador de toalhas, pias e cortinas.

    Obanhodechuveirosetornamaissegurocomapessoacuidadasentadaemuma cadeira, com apoio lateral.

    Pisoescorregadiocausaquedaseescorreges,porissobomutilizartapetesantiderrapantes (emborrachados) em frente ao vaso sanitrio e cama, no chuveiro, embaixo da cadeira.

    Ailuminaodoambientenodevesertofortequeincomodeapessoacuidadae nem to fraca que dificulte ao cuidador prestar os cuidados. bom ter uma lmpada de cabeceira e tambm deixar acesa uma luz no corredor.

    Osobjetosdeusopessoal devemestarcolocadosprximospessoaenumaaltura que facilite o manuseio, de modo que a pessoa cuidada no precise se abaixar e nem se levantar para apanh-los.

    Asescadasdevemtercorrimodosdoislados,faixaoupisoantiderrapanteeserbem iluminadas.

    As pessoas idosas ou com certas doenas neurolgicas podem ter dificuldades para manusear alguns objetos por ter as mos trmulas. Algumas adaptaes ajudam a melhorar o desempenho e a qualidade de vida da pessoa:

    Enrole fita adesiva ou um pano nos cabos dos talheres e tambm no copo,caneta, lpis, agulha de croch, barbeador manual, pente, escova de dente. Assim os objetos ficam mais grossos e pesados o que facilita pessoa coordenar seus movimentos para usar esses objetos.

    Coloqueoprato,xcaraecopoemcimadeumpedaodematerialemborrachadopara que no escorregue.

    18 Estimulando o corpo e os sentidos

    A pessoa que permanece um longo perodo em uma mesma posio fica com a sua circulao, seus movimentos e sua sensibilidade comprometidos. Massagens, exerccios e at mesmo o toque ajudam a ativar a circulao e a melhorar os movimentos. Podem ser feitos com a mo, com uma esponja macia, toalha ou com panos de vrias texturas. Nas massagens bom usar creme ou leo.

    As massagens podem ser feitas no corpo todo. Os toques e massagens ajudam a pessoa a perceber o prprio corpo e a relaxar, alm de ativar a circulao.

    Outras maneiras de estimular os sentidos da pessoa cuidada:

    Fique Atento: No mercado j existem diversos objetos adaptados.

  • 42

    Leiaparaelatrechosdelivro,jornalourevista.

    Coloqueparatocaramsicaqueelamaisgostadeouvir.Seapessoaconseguese movimentar, coloque o rdio ou o aparelho de som numa distncia que ela consiga ligar e desligar sozinha.

    Mostregravuras,revistasoufotoseconversecomelasobreoqueestsendomostrado, quem so as pessoas das fotos, pois isso ajuda a pessoa a manter ativa a memria.

    Estimule a pessoa cuidada a realizar atividades de sua preferncia e que lheproporcionem prazer, respeitando o que ela pode e o que ela no consegue fazer.

    Encorajeapessoacuidada,desdequeelasesintabem,aajudarnasatividadesdomsticas simples, como varrer, tirar o p, pois assim ela se sente til e participante.

    Seapessoacuidadaexerciaumaatividadeprofissional,estimule-aacontinuarquando possvel, pois isso ajuda a ocupar o tempo e diminui o estresse.

    Conversecomafamliasobreaimportnciadeincluirapessoacuidadanasatividades sociais da famlia e da comunidade, tais como: sair para fazer compras, visitar algum, ir a uma festa, encontrar os amigos, ir a igreja e se distrair. Os amigos ou parentes que acompanham a pessoa nessas atividades devem respeitar suas limitaes e transmitir calma e segurana.

    A pessoa cuidada com demncia se sente melhor quando existe uma rotina de horrios para as atividades do dia-a-dia. Essa rotina extremamente importante, pois isso ajuda a pessoa a organizar sua mente.

    19 Vesturio

    A pessoa idosa, doente ou com incapacidade pode ter diminuda a capacidade de perceber ou de expressar as sensaes de frio ou calor. Por isso importante que o cuidador fique atento s mudanas de temperatura e no espere que a pessoa manifeste querer vestir ou despir agasalho. As roupas devem ser simples, confortveis e de tecidos prprios ao clima, dando-se preferncia aos tecidos naturais, como por exemplo o algodo.

    Sempre que possvel importante deixar a pessoa cuidada escolher a prpria roupa, pois isso ajuda a preservar a sua personalidade, eleva a sua auto-estima e independncia.

    Fique Atento: A falta de interesse em participar de atividades pode significar que a pessoa no est conseguindo realizar ou no gosta da atividade oferecida. Procure conhecer melhor o que a pessoa gosta de fazer e pea ajuda da equipe de sade para encontrar outras atividades interessantes.

  • 43

    O uso de chinelo sem apoio no calcanhar deve ser evitado , pois esse tipo de calado pode enroscar em tapetes, soltar dos ps e provocar quedas.

    Os sapatos devem ter solado de borracha antiderrapante e com elstico na parte superior, pois no escorregam e so mais fceis de tirar e colocar.

    As roupas com botes, zperes e presilhas so mais difceis de vestir, por isso d preferncia s roupas com abertura na frente, elstico na cintura e fechadas por velcro. As roupas de algodo so melhores e mais prticas, pois so mais resistentes, ventiladas e podem ser lavadas na gua quente.

    A pessoa que permanece por longo tempo em cadeiras de rodas ou poltrona precisa vestir roupas confortveis e mais largas nos quadris. preciso cuidar para que as roupas no fiquem dobradas ao sentar, pois isso pode provocar escaras.

    Ao vestir e despir a pessoa que tenha um brao comprometido, vista a manga primeiro no brao afetado e ao retirar a roupa retire primeiro do brao sadio.

    A pessoa que tem demncia tem mais dificuldade em tomar decises. D a ela uma pea de roupa de cada vez, na seqncia que ela dever vestir, falando clara e pausadamente o nome da pea.

    Para que a pessoa com demncia possa encontrar o que precisa mais facilmente, organize os objetos de uso pessoal, colando figuras de peas de roupas e objetos pessoais na parte externa das gavetas ou nas prateleiras.

    20 Como ajudar na comunicao

    Comunicar envolve, alm das palavras que so expressas por meio da fala ou da escrita, todos os sinais transmitidos pelas expresses faciais, pela postura corporal e tambm pela proximidade ou distncia que se mantm entre as pessoas; a capacidade e jeito de tocar, ou mesmo o silncio em uma conversa.

    Algumas vezes a pessoa cuidada pode ficar irritada por no conseguir falar ou se expressar, embora entenda o que falam com ela. Para facilitar a comunicao, sero descritas a seguir algumas dicas:

    Usefrasescurtaseobjetivas.

    No caso de pessoas idosas, evite trat-las como crianas utilizando termosinapropriados como vov, querido ou ainda ut