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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Gustavo Dalla Nora IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS: MATERIAIS UTILIZADOS E DETALHES CONSTRUTIVOS. Santa Maria, RS 2015.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Gustavo Dalla Nora

IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS: MATERIAIS UTILIZADOS

E DETALHES CONSTRUTIVOS.

Santa Maria, RS

2015.

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Gustavo Dalla Nora

IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS: MATERIAIS UTILIZADOS E

DETALHES CONSTRUTIVOS.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Universidade

Federal de Santa Maria, como requisito parcial

para a obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orintador: Prof. Dr. Joaquim Cesar Pizzuti dos Santos

Santa Maria, RS

2015.

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Gustavo Dalla Nora

IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS: MATERIAIS UTILIZADOS E

DETALHES CONSTRUTIVOS.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Universidade

Federal de Santa Maria, como requisito parcial

para a obtenção do título de Engenheiro Civil.

Aprovado em 16 de dezembro de 2015

___________________________________

Joaquim Cesar Pizzuti dos Santos, Dr (UFSM)

(Orientador)

___________________________________

Jorge Luiz Pizzutti dos Santos, Dr (UFSM)

___________________________________

Évelyn Paniz (UFSM)

Santa Maria, RS

2015.

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Engenharia Civil

Universidade Federal de Santa Maria

Impermeabilização de terraços: Materiais utilizados e

detalhes construtivos. AUTOR: GUSTAVO DALLA NORA

ORIENTADOR: JOAQUIM CESAR PIZZUTTI DOS SANTOS

A impermeabilização é uma etapa de extrema importância na construção de terraços, porém

ela, muitas vezes, não recebe a atenção necessária. Defeitos de impermeabilização são fonte da

maioria das patologias recorrentes em terraços, isso se dá principalmente por dois motivos:

escolhas equivocadas do sistema de impermeabilização a ser utilizado ou erros construtivos, e

esses erros acabam gerando elevados custos de retrabalho para serem reparados. Este trabalho

visa recolher bibliografia a respeito dos materiais de impermeabilização, assim como mostrar

alguns dos sistemas disponíveis no mercado para a impermeabilização de terraços, apontando

os casos em que devem ou não ser utilizados e os detalhes construtivos que devem ser

observados durante a execução. Além disso, será apresentada a estrutura de camadas necessária

para garantir a eficiência desses sistemas de impermeabilização

Com isso pretende-se contribuir para a diminuição da recorrência de patologias causadas por

infiltrações devido a problemas de impermeabilização.

Também será mostrado um caso especial de terraço impermeabilizado, que são as coberturas

verdes, abordando o histórico de sua utilização, suas camadas e os cuidados especiais que

devem ser tomados com a impermeabilização.

Palavras Chave: Impermeabilização; Terraço; Cobertura Verde.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3 1.1 Considerações iniciais ................................................... Erro! Indicador não definido. 1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 3 1.2.1 Objetivos gerais .............................................................................................................. 3

1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 4 1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 4 1.4 Metodologia .................................................................................................................... 4

2 IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS ............................................................. 5 2.1 Impermeabilização .......................................................................................................... 5 2.2 Projeto de impermeabilização ......................................................................................... 5 2.3 Estrutura dos sistemas de impermeabilização ................................................................ 6

2.3.1 Camada de regularização ................................................................................................ 7 2.3.2 Camada amortecedora .................................................................................................... 9 2.3.3 Imprimação ..................................................................................................................... 9 2.3.4 Camada impermeável ................................................................................................... 10

2.3.5 Teste de estanqueidade ................................................................................................. 10 2.3.6 Camada separadora ........................................................ Erro! Indicador não definido. 2.3.7 Proteção mecânica ........................................................................................................ 11

2.3.8 Isolamento térmico ....................................................................................................... 12 2.3.9 Detalhes construtivos .................................................................................................... 13

2.4 Sistemas de Impermeabilização .................................................................................... 18

2.4.1 Impermeabilização rígida ............................................................................................. 19

2.4.2 Impermeabilização flexível .......................................................................................... 19 2.5 Considerações sobre impermeabilização de terraços.................................................... 34

3 COBERTURAS VERDES ......................................................................................... 36 3.1 Tipos de coberturas verdes ........................................................................................... 41 3.1.1 Extensivas ..................................................................................................................... 41

3.1.2 Semiextensivas ............................................................................................................. 42 3.1.3 Intensivas ...................................................................................................................... 42

3.2 Estrutura de coberturas verdes ...................................................................................... 44 3.3 Impermeabilização de coberturas verdes ...................................................................... 45 3.4 Considerações sobre coberturas verdes ........................................................................ 47

4 Conclusão ..................................................................................................................... 48

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 50

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1 INTRODUÇÃO

Desde a pré-história, uma das maiores preocupações do ser humano quanto ao seu bem

estar é proteger-se dos agentes atmosféricos como a chuva, o sol e o vento.

Os primeiros abrigos utilizados pelos homens pré-históricos eram cavernas naturais

esculpidas nas montanhas pela ação do tempo. Com o passar do tempo esses abrigos foram

evoluindo até chegarmos ao arranha-céus que vemos hoje.

A cobertura das edificações é um elemento de extrema importância tanto para a conforto

quanto para a proteção contra as ações climáticas.

Hoje em dia no Brasil o tipo mais comum de cobertura são as coberturas inclinadas,

como os telhados, porém uma prática que está se tornando cada vez mais corriqueira na

construção civil é a utilização de coberturas horizontais, os chamados terraços.

Os terraços estão ganhando espaço por possibilitar a utilização da área de cobertura para

diversos fins, tal como, áreas de lazer ou telhados verdes, o que não é possível no sistema

inclinado.

Os terraços sofrem com uma espécie de preconceito tanto por parte das construtoras

quanto por parte dos compradores dos imóveis, isso se dá devido ao um histórico de problemas

relacionados a infiltrações que são relativamente comuns em terraços. Esses problemas estão

relacionados diretamente com a impermeabilização do terraço, os motivos vão desde utilização

de mão de obra pouco qualificada até erros na escolha dos materiais de impermeabilização.

Mas isso está mudando, nos últimos anos a indústria de matérias de impermeabilização

tem desenvolvido inúmeros produtos capazes de atender aos mais diversos casos especiais e

exigências funcionais, resultando em um grande desenvolvimento das técnicas de

impermeabilização. Isso faz com que os terraços deixem de ser uma opção arriscada e se torne

uma possibilidade de aumento da área útil da edificação, agregando, assim, valor a ela.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivos gerais

O presente trabalho tem por objetivo apresentar os avanços tecnológicos da indústria de

materiais de impermeabilização, expondo a correta composição de materiais e os detalhes

construtivos da execução de impermeabilização de terraços.

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1.1.2 Objetivos específicos

Apresentar novos materiais e tecnologias de impermeabilização que estão à

disposição no mercado e os casos em que são mais indicados estes materiais;

Demonstrar os diversos sistemas de impermeabilização de terraços e seus

principais detalhes construtivos;

Apresentar a correta forma de se executar cada tipo de impermeabilização;

Apresentar a estrutura de um telhado verde e os cuidados especiais que devem

ser tomados com a impermeabilização;

1.2 JUSTIFICATIVA

A impermeabilização atualmente é o grande “ponto fraco” dos terraços e um dos

motivos pelos quais eles não são tão utilizados. Geralmente os problemas de infiltração ocorrem

por dois motivos, um deles são os erros relacionados à execução da impermeabilização, o outro

motivo são os erros relacionados com a escolha do material a ser utilizado. O presente trabalho

terá foco na importância da escolha do material adequado para cada caso e nos detalhes que

devem ser observados durante a execução da impermeabilização.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia consiste em fazer uma revisão bibliográfica sobre impermeabilização de

terraços, abordando diferentes sistemas de impermeabilização, avanços tecnológicos na área de

materiais de impermeabilização, a importância do projeto de impermeabilização e a forma

correta de se executar a impermeabilização, abordando os principais detalhes construtivos.

Também será apresentado um caso especial de terraço impermeabilizado, que são as

coberturas verdes, abordando a estrutura e os cuidados necessários com a impermeabilização.

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2 IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS

2.1 IMPERMEABILIZAÇÃO

Inicialmente impermeabilização era definida como a proteção das construções contra a

infiltração de água, segundo a NBR 12190 (ABNT 1992).

Adicionalmente, em 1998, foi definido como um conjunto de camadas aplicadas sobre

uma superfície, utilizando tecnologia construtiva, com o objetivo de garantir o desempenho do

elemento quanto a estanqueidade (SOUZA & MELHADO, 1998).

Por fim, surgiu a NBR 9575 (2003) que define impermeabilização como “Um conjunto

de camadas e serviços aplicados a execução do preparo das superfícies, como camadas

separadoras, amortecedoras e proteção primária e mecânica, conferindo impermeabilidade as

partes construtivas”. Sendo esta estanqueidade definida, na mesma Norma, como: “Propriedade

de um elemento (ou conjunto de componentes) de impedir a penetração ou passagem de fluídos

através de si. A sua determinação está associada a uma pressão limite de utilização (a que

relaciona-se as condições de exposição do elemento). ”

Segundo Bauer, Vasconselos e Granato (2007) o custo de uma impermeabilização na

construção civil é estimado em 1% a 3% do custo total de uma obra. No entanto, falhas de

desempenho dos sistemas de impermeabilização poderão gerar ainda custos de

reimpermeabilização que superam 5 a 10% do custo da obra, já que muitas vezes as

reimpermeabilizações envolvem quebras dos revestimentos de acabamento, sem levar em

consideração os custos mais difíceis de se mensurarem, como os de depreciação do valor

patrimonial, manchas, dentre outros.

De acordo com Heneine (2008), uma efetiva impermeabilização da cobertura é um pré-

requisito essencial para todas as coberturas e a importância de fazer isto ser seguro e durável não é

exagerada. Caso algum problema se apresente nesta camada, seja de execução ou de material

impróprio ou defeituoso ou mesmo sinistros improváveis, todo o sistema perde a garantia e a

validade de sua função principal de proteger as edificações das intempéries.

2.2 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Existem, atualmente, inúmeros sistemas de impermeabilização, utilizando os mais

diversos materiais, disponíveis no mercado e todo o ano surgem novas tecnologias. Porém, não

se pode afirmar que um sistema ou material é mais eficiente que outro. Por isso existe o projeto

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de impermeabilização. Através do projeto, analisando as particularidades de cada construção,

podemos escolher o sistema e o material que terão a maior eficiência para o caso analisado.

Segundo a NBR 9575 (2003), projeto de impermeabilização é caracterizado por um

“conjunto de informações gráficas e descritivas que definem integralmente as características de

todos os sistemas de impermeabilização empregados em uma dada construção, de forma a

orientar inequivocamente a produção deles”.

Bauer, Vasconselos e Granato (2007) afirmam que o projeto de impermeabilização deve

fazer parte integrante dos projetos de uma edificação, como hidráulica, elétrica, cálculo

estrutural, arquitetura, paisagismo, fôrmas.

Segundo a NBR 9575 (2003) existem quatro critérios a serem seguidos para se fazer

um projeto de impermeabilização:

a) evitar a passagem de fluidos e vapores nas construções pelas partes que requeiram

estanqueidade, podendo ser integrados ou não a outros sistemas construtivos, desde que

observadas normas específicas de desempenho que proporcionem as mesmas condições de

estanqueidade;

b) proteger os elementos e componentes construtivos que estejam expostos ao

intemperismo, contra a ação de agentes agressivos presentes na atmosfera;

c) proteger o meio ambiente de agentes contaminantes por meio da utilização de

sistemas de impermeabilização;

d) possibilitar sempre que possível acesso à impermeabilização, com o mínimo de

intervenção nos revestimentos sobrepostos a ela, de modo a ser evitada, tão logo sejam

percebidas falhas do sistema impermeável, a degradação das estruturas e componentes

construtivos.

2.3 ESTRUTURA DOS SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Para que um sistema de impermeabilização apresente um desempenho apropriado, a laje

do terraço deve apresentar uma estrutura de camadas como mostrado na Figura 2.1. Esta

estrutura tem por objetivo proteger a camada impermeabilizante e drenar a água para que não

haja acúmulo sobre a laje.

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Figura 2.1 – Camadas que compõe um terraço impermeabilizado.

Fonte: Cunha.

2.3.1 Camada de regularização

Antes de iniciar a impermeabilização é necessário o corte de pontas de ferro, o

preenchimento de áreas afundadas e correção de outras eventuais falhas. Em seguida deve ser

feita a limpeza das superfícies a serem impermeabilizadas, retirando-se qualquer partícula solta.

Tendo a superfície limpa e preparada, executa-se uma camada de regularização com argamassa

de areia e cimento no traço 1:3, espessura mínima de 2 cm como mostrado na Figura 2.2. Cantos

vivos e arestas devem ser arredondados conforme ilustra a Figura 2.3. Tubulações emergentes

devem ser adequadamente chumbadas (PEZZOLO, 2007).

Figura 2.2: Execução da camada de regularização.

Fonte: Mapei (2013)

Figura 2.3 – Preparação da superfície.

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Fonte: Pezzolo (2007).

Outro critério a ser atendido pela camada de regularização é o da drenagem. Isso é feito

através de um caimento que é dado na camada de regularização.

O caimento tem o objetivo de encaminhar a água aos ralos para que não haja acúmulo

de água sobre a laje. Os caimentos devem ser definidos juntamente com o projeto

hidrossanitário, já que a direção dos caimentos deve ser dada de acordo com a posição dos ralos

que são previstos no projeto.

A NBR 9575 (2003) estipula que a inclinação deve ser definida após estudo de

escoamento, mas não deve ser menor que 1% na direção dos coletores (Figura 2.4) para áreas

horizontais externas e 0,5 para calhas e área internas. Quanto maior a inclinação mais rápido

ocorrerá o escoamento, porém em áreas com acesso, como terraços, inclinações excessivas não

são indicadas pois podem ser sentidas ao se caminhar pela superfície, causando desconforto.

Quanto ao número de ralos, deve-se prever um de 100 mm a cada 40 m² de laje, sendo

que o mínimo são 2 ralos, além disso deve se observar que uma distância muito grande entre a

extremidade da laje e o ralo pode gerar uma espessura da camada de regularização excessiva

devido ao caimento, e maior espessura consequentemente gera maiores gastos tanto devido ao

material utilizado quanto pelo acréscimo de peso à estrutura. Portanto devemos escolher um

número adequado de ralos de acordo com o tamanho do terraço e distribui-los de modo que

nenhum ponto fique longe demais de um ralo.

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Figura 2.4: detalhe do caimento da laje em direção ao ralo.

Fonte: Páginas Amarelas da Impermeabilização.

2.3.2 Camada amortecedora

É a camada imediatamente superior à camada de regularização e tem a função de

proteger a camada impermeável contra agentes agressores provenientes do substrato.

Essa camada é utilizada em sistemas de impermeabilização não aderida e serve para

separar a camada impermeável do substrato.

2.3.3 Imprimação

Sobre o substrato seco inicia-se o processo de imprimação conforme a Figura 2.5,

aplicando-se o primer, que proporciona total aderência ao sistema impermeabilizante. Após a

secagem do primer, a superfície está pronta para receber o sistema impermeabilizante

(PEZZOLO, 2007).

A função da imprimação é penetrar nos poros reduzindo a permeabilidade do substrato

e minimizando a possibilidade de pontos falhos na impermeabilização. Essa pode ser

considerada uma camada de segurança para o caso de a impermeabilização apresentar pequenos

defeito localizados, dispensando assim a reimpermeabilização em casos de defeitos pouco

significativos. Ela geralmente é feita com uma demão diluída do próprio produto

impermeabilizante.

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Figura 2.5 – Aplicação do primer (Imprimação).

Fonte: Pezzolo (2007).

2.3.4 Camada impermeável

Esta é a camada que promove a barreira contra a percolação de água pela laje. Ela pode

ser de diferentes materiais de acordo com o sistema de impermeabilização escolhido. Os

materiais serão apresentados e classificados adiante.

2.3.5 Teste de estanqueidade

Após a execução da camada impermeável deve-se fazer um teste de estanqueidade para

ver se a impermeabilização está funcionando satisfatoriamente. Este teste deve ser feito antes

da execução das demais camadas pois, caso haja algum defeito na impermeabilização o reparo

pode ser feito de maneira relativamente simples, sem a necessidade de abertura no revestimento.

Segundo Petrobrás (2006), após a conclusão da impermeabilização e cura total do

sistema, fechando-se as saídas para ralos e colocando-se uma lâmina d'água de 5 cm como

mostrado na Figura 2.6, pelo prazo mínimo de 72 horas, e observa-se se há o surgimento de

algum ponto de vazamento. Se não for detectado nenhum vazamento pode-se prosseguir com a

execução das outras camadas.

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Figura 2.6 – Teste de estanqueidade.

Fonte: Pezzolo (2007).

2.3.6 Proteção mecânica

A proteção mecânica consiste em uma camada com a finalidade de dissipar os esforços

atuantes sabre a laje e possíveis impactos que possam ocorrer sobre ela, para que a

impermeabilização não seja afetada. Além disse também protege contra a incidência de raios

ultravioleta, que diminuem a vida útil da impermeabilização caso incidam sobre ela.

Segundo Pezzolo (2007), para a proteção da camada impermeável contra ações

mecânicas executa-se uma camada de argamassa de areia e cimento traço 1:4, conforme ilustra

a Figura 2.6, geralmente reforçada com tela metálica galvanizada. Sobre a manta, antes da

execução da camada de argamassa, aplica-se um chapisco de cimento e areia traço 1:3.

(PEZZOLO, 2007).

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Figura 2.6 – Proteção Mecânica para a manta.

Fonte: Pezzolo (2007).

Existem sistemas de impermeabilização que dispensam o uso da proteção mecânica por

já possuírem aderidos à camada impermeável um acabamento superficial que confere

resistência e proteção contra raios UV à camada, esses acabamentos podem ser feitos com

filmes de alumínio ou fragmentos de rocha. Existem também algumas membranas e poliméricas

que são por si só resistentes aos raios UV e por isso também dispensam a camada de proteção

mecânica. Porém estes sistemas sem proteção só devem ser utilizados em áreas sem acesso de

pessoas e veículos, pois este tipo de trá fego pode gerar danos a camada impermeável e

comprometer a estanqueidade do sistema.

2.3.7 Isolamento térmico

O isolamento térmico tem a função de diminuir a variação de temperatura da laje,

fazendo com que os movimentos causados pela dilatação térmica sejam bastante reduzidos,

evitando assim a fissuração da camada impermeável e consequentemente aumentando a vida

útil do sistema de impermeabilização.

Essa camada não é de extrema importância para garantir a longevidade da

impermeabilização. O material mais utilizado para este fim é o poliestireno expandido, também

conhecido como EPS (Figura 2.7).

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Figura 2.7: Placas de EPS para isolamento térmico.

Fonte: Cruz (2003).

2.3.8 Detalhes construtivos

Existem alguns detalhes construtivos que devemos ser observados durante a

impermeabilização de um terraço. Os principais detalhes construtivos que devem ser

observados estão enumerados a seguir.

2.3.8.1 Ralos e tubulações

A execução de arremates no ralo é, provavelmente, o detalhe mais importante do

processo de impermeabilização. Segundo Abatte (2003, apud RIGHI, 2009) a execução de

arremates no ralo com membranas é executada com aplicação de sucessivas demãos que

adentram a abertura no piso, podendo ou não receber reforços de estruturantes têxteis e, se

forem aplicados a quente, os reforços deverão ser dimensionados para suportar as temperaturas

de aplicação.

Deve-se rebaixar a região em torno do ralo para poder executar um reforço na

impermeabilização, a manta deve se estender no interior do ralo, sendo que esta deve ficar bem

aderida à sua face interna, caso contrário a água será succionada, por capilaridade, para baixo

da camada impermeabilizante (Figura 2.8).

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Figura 2.8: Detalhe de ralo impermeabilizado com manta.

Fonte: Adaptado de Jacomini (2013)

Conforme Pezzolo (2007), o rebaixo dos ralos deve ser de 40x40 cm e 1 cm de

profundidade para assegurar a impermeabilização da região. As tubulações, no entanto,

requerem o envelopamento do arremate conforme ilustra a Figura 2.9.

Utiliza-se um pedaço da própria manta com malha 2x2 cm, para se efetuar o arremate.

Figura 2.9 – Detalhe da impermeabilização de tubulações.

Fonte: Pezzolo (2007).

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2.3.8.2 Rodapés

A NBR 9575 (2003) prevê que nos planos verticais, deve-se executar um encaixe para

embutir a impermeabilização, a uma altura mínima de 20 cm acima do nível do piso acabado

ou 10 cm do nível máximo que a água pode atingir. Na Figura 2.10 apresenta-se os detalhes de

execução do rodapé, em que deve-se executar um rebaixo de pelo menos 3 cm na parede com

uma altura de pelo menos 20 cm de altura, para o encaixe da impermeabilização. Recomenda-

se utilizar uma tela galvanizada para evitar a fissuração do revestimento executado acima da

impermeabilização e evitar o descolamento da manta.

Figura 2.10 – Detalhamento do encaixe da manta na alvenaria.

Fonte: Antunes (2004 apud RIGHI, 2009).

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2.3.8.3 Soleira

Conforme NBR 9575 (2003), nos locais limites entre áreas externas impermeabilizadas

e internas, deve haver diferença de cota de no mínimo 6 cm e ser prevista a execução de barreira

física no limite da linha interna dos contra marcos, caixilhos e batentes, para perfeita ancoragem

da impermeabilização, com declividade para a área externa.

É necessário que a impermeabilização adentre nos ambientes cobertos, onde existem

portas abrindo para a parte exposta à chuva e ao vento. Na figura 2.11 encontra-se uma

representação gráfica de impermeabilização de soleira, sendo que esta deve adentrar no mínimo

50 cm na região coberta e elevando-se no mínimo 3 cm, evitando assim que a água escorra pela

esquadria causando algum dano na parte interior do imóvel.

Figura 2.11 – Detalhe de impermeabilização na soleira.

Fonte: Picchi (1986 apud RIGHI, 2009).

2.3.8.4 Junta de dilatação

As juntas de dilatação são cortes feitos em toda a extensão das edificações que destinam-

se a diminuir o valor absoluto das variações volumétricas devidas às variações térmicas,

retração hidráulica e outros. Forma-se assim, um espaço de 2 cm à 4 cm, em que cada segmento

pode se expandir sem forçar o outro segmento. Verçoza (1983 apud RIGHI, 2009) observa que

esse espaço deve ser devidamente calafetado sem prejudicar a liberdade de movimentações e,

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que a melhor resposta para esse caso é dada pelo processo executado durante a construção da

junta.

A Figura 12 ilustra um teste de verificação da impermeabilidade das juntas de dilatação.

Este teste consiste na construção de uma barragem com tijolos, a qual será cheia com água.

Figura 2.12 – Teste de verificação das juntas de dilatação.

Fonte: Verçosa (1991 apud RIGHI, 2009).

Nas juntas de dilatação, conforme NBR 9575 (2003), deverá ser previsto tratamento

específico compatível aos esforços atuantes e materiais utilizados na impermeabilização. A

norma também descreve que as juntas de dilatação devem ser divisoras de água, com cotas mais

elevadas no nivelamento do caimento. A Figura 2.13 representa um esquema de

impermeabilização de juntas de dilatação. Deve-se executar um rebaixamento no entorno da

junta para o reforço da impermeabilização e, dentro, colocar um limitador de junta e em seguida

o mastique, que é um selante à base de polímeros, que irá absorver e selar a junta por dentro.

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Figura 2.13 – Detalhe de impermeabilização em junta de dilatação.

Fonte: Cruz (2003 apud RIGHI, 2009).

2.4 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

A escolha do sistema de impermeabilização mais adequado para dada construção é

função de vários fatores como: forma da estrutura, movimentação admissível no cálculo da

mesma, temperatura e umidade relativa local, efeito arquitetônico que se deseja obter, entre

outros (PIRONDI, 1988).

Segundo Vedacit (2015) os sistemas de impermeabilização sempre devem atender as

exigências de desempenho, tais como, resistência às cargas estáticas e dinâmicas, resistência

aos efeitos dos movimentos de dilatação e retração do substrato, ocasionados pelas variações

térmicas, resistência à degradação ocasionada por influências climáticas, térmicas, químicas ou

biológicas, decorrentes da ação da água, de gases ou do ar, apresentar aderência, flexibilidade

e uma vida útil adequada com as condições previstas em projeto.

A NBR 9575 (ABNT 2003) classifica os sistemas de impermeabilização em rígidos e

flexíveis.

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2.4.1 Impermeabilização rígida

A NBR 9575 (ABNT 2003) denomina impermeabilização rígida como o “conjunto de

materiais ou produtos que não apresentam características de flexibilidade compatíveis e

aplicáveis as partes construtivas não sujeitas a movimentação do elemento construtivo”.

Como nesse sistema o impermeabilizante não trabalha junto com a estrutura ele não

deve ser usado em áreas submetidas a variações térmicas. São exemplos de impermeabilizantes

rígidos, argamassa com aditivo impermeabilizante, argamassa modificada com polímero,

argamassa polimérica, cimento modificado com polímero.

2.4.2 Impermeabilização flexível

A NBR 9575 (ABNT 2003) denomina impermeabilização flexível como o “conjunto de

materiais ou produtos que apresentam características de flexibilidade compatíveis e aplicáveis

às partes construtivas sujeitas à movimentação do elemento construtivo. Para ser caracterizada

como flexível, a camada impermeável deve ser submetida a ensaio específico”.

Esse sistema é caracterizado por suportar deformações sem romper. Sendo assim, elas

são a opção mais indicada para a aplicação em terraços. Os sistemas flexíveis podem ser

divididos em membranas e mantas, podendo elas serem de diversos materiais.

2.4.2.1 Membranas

Um dos primeiros tipos de impermeabilização utilizados, as membranas moldadas in

loco, sofreram durante anos a forte concorrência dos produtos pré-fabricados. Mas a evolução

da ancestral execução a quente com camadas de asfalto oxidado intercaladas por estruturante

de feltro para os novos produtos e técnicas e equipamentos de aplicação permitiu que a solução

voltasse a competir de igual com as mantas (CICHINELLI, 2007).

São chamados membranas os materiais impermeabilizantes moldados in-loco, e por isso

são totalmente aderidas ao substrato o que facilita muito a manutenção. As membranas são o

método mais versátil de impermeabilização, como são moldadas em obra, pode-se dar a elas o

formato que se desejar, ou seja, o formato da área a ser impermeabilizada não é problema nesse

sistema. Outro fator que conta a favor das membranas é a inexistência de juntas, eliminando

assim um dos principais defeitos recorrentes em impermeabilizações.

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No entanto as membranas costumam apresentar dificuldades de controlar a espessura da

camada e consequentemente a quantidade de material utilizada, gerando desperdícios de

materiais devido à espessura excessiva ou até mesmo problemas de infiltração devido a

espessuras menores que as indicadas.

Embora haja uma conotação implícita no mercado de que se trata de um sistema de

impermeabilização ultrapassado, os especialistas são enfáticos em afirmar o contrário. As

membranas, quando bem executadas, são eficientes e excelentes soluções para áreas muito

recortadas e estreitas como jardineiras ou canaletas de drenagem, em obras de reparo ou quando

utilizadas em paredes de gesso acartonado, devido a menor espessura (CICHINELLI, 2007).

Esse sistema é muito utilizado na impermeabilização de fundações, subsolos, superfícies

horizontais e inclinadas, lajes e terraços sem acesso ou com baixo nível de tráfego.

As membranas podem ser feitas de cimento asfáltico de petróleo (CAP) ou de polímeros

sintéticos.

2.4.2.1.1 Membranas asfálticas

Esse tipo de membrana usa como material impermeabilizante produtos derivados do

CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) podendo ou não conter estruturantes, que podem ser tela

de poliéster, véu de poliéster, etc. Este é um dos sistemas mais antigos utilizados como

impermeabilizantes, mas atualmente caiu no desuso.

As membranas asfálticas segundo Bauer, Vasconselos e Granato (2007), são os sistemas

de mais baixo custo se comparados aos outros sistemas disponíveis no mercado. Porém elas

possuem restrições em relação à flexibilidade, durabilidade e resistência, por isso só devem ser

aplicadas em locais onde a responsabilidade com a estanqueidade é pequena ou em locais que

não sofram deformações consideráveis.

Em geral as membranas asfálticas são consideradas impermeabilizantes de baixa

qualidade devido às suas propriedades, mas essas propriedades podem ser modificadas através

do uso de aditivos poliméricos, aumentando assim sua elasticidade, resistência e durabilidade.

Dessa maneira as membranas deixam de ser impermeabilizantes de baixa qualidade e

podem ser utilizados em locais onde estanqueidade é mais importante e que sofram maiores

deformações como terraços, murros de arrimo, cortinas de concreto, entre outros.

As membranas asfálticas podem ser encontradas de várias formas e com diferentes

aditivos, sendo os principais:

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A) Asfalto oxidado: Este material é produzido através da passagem de ar quente através

do CAP alterando assim suas propriedades, principalmente quanto a suscetibilidade

térmica que diminuí, ou seja, ele tem uma menor tendência a modificar sua

consistência devido ao efeito da temperatura. Os asfaltos oxidados não são elásticos,

apenas possuem plasticidade e são quebradiços em baixas temperaturas.

Os asfaltos oxidados são vendidos em barras sólidas e precisam ser aquecidos em

caldeiras antes de serem aplicados como mostrado na Figura 2.14.

Normalmente usa-se este material como uma camada intermediária para melhorar a

aderência das mantas asfálticas com o substrato;

B) Asfalto diluído: É obtido a partir da diluição do CAP por diluentes destilados do

petróleo. O diluente tem a função de possibilitar o manuseio e aplicação do CAP à

temperatura ambiente (Figura 2.15), já que nessas condições ele normalmente se

encontra em estado sólido. Geralmente é utilizado como camada de imprimação nas

superfícies que serão impermeabilizadas;

C) Emulsão Asfáltica: É produzido através do processo de emulsão do asfalto em água

através de um agente emulsificador. Assim como no asfalto diluído, a emulsão

asfáltica pode ser aplicada a frio (Figura 2.15). Este material apresenta uma baixa

flexibilidade, resistência e durabilidade, por isso seu uso deve ficar restrito a

situações onde a exigência de desempenho seja baixa;

D) Asfalto modificado com elastômeros: É um produto obtido através da adição de

elastômeros ao CAP. Esse aditivo confere ao asfalto uma maior elasticidade e

resistência a fadiga, isso permite a utilização desse material em áreas de maior

responsabilidade como cozinhas, banheiros, juntas de dilatação, marquises e

terraços. Este produto pode ser encontrado tanto na forma solida para a aplicação a

quente (Figura 2.14), quanto na forma de emulsões e soluções para a aplicação a frio

(Figura 2.15).

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Figura 2.14: Execução de membrana de asfalto a quente.

Fonte: LWART (2009).

Figura 2.15: Execução de membrana de asfalto a frio.

Fonte: LWART (2009).

2.4.2.1.2 Membranas de polímeros sintéticos

Este tipo de membrana usa como material impermeabilizante um polímero sintético que,

segundo Bauer, Vasconselos e Granato (2007), são constituídos por longas cadeias de carbono,

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a partir de um ou mais monômeros que sofrem um processo de reação sob determinadas

condições térmicas, de pressão e de catálise.

Essas membranas podem ser feitas de diferentes polímeros, sendo os principais:

A) Membranas de Neoprene e Hypalon: Seu surgimento se deu na década de 1960. Foi

fundamental para o desenvolvimento das mantas termoplásticas de alta resistência,

a base de elastômeros sintéticos e, entre eles, o Etileno-Propileno-Dieno-Monômero

(EPDM) que é um dos elastômeros com propriedades de maior resistência à tração

e ao puncionamento, (PICCHI, 1991 apud MORAES, 2002). Neoprene é como são

conhecidos os elastômeros policloroprenos. Este sistema deve aplicado em diversas

camadas podendo ou não ser intercaladas por estruturante como telas de nylon ou

poliéster. Já o Hypalon é o nome comercial dos elastômeros polietilenos

clorossulfonados. Esse material possui excelente resistência aos raios ultravioleta,

por este motivo costuma-se usar o Hypalon como pintura de acabamento das

membranas de neoprene. O sistema que une essas duas membranas é conhecido

como Neoprene-Hypalon e foi muito utilizado em todo mundo, principalmente

durante a década de 60. Como o Hypalon confere a impermeabilização uma boa

resistência aos raios ultravioleta, esse sistema prescinde de uma proteção mecânica,

porém, sua aplicação fica restrita a área sem acesso como coberturas abobadadas e

cúpulas. As membranas de neoprene-hypalon são formadas por aplicação de

Neoprene em solução em primeira camada sobre a regularização e, após sua cura e

endurecimento, segue a aplicação de camada adicional de Hypalon em solução.

Ademais, a membrana pode receber armadura de tecido para a aplicação em regiões

do substrato que apresentem estado de fissuração;

B) Membranas de poliuretano: É um sistema de impermeabilização de alta tecnologia

para ser utilizadas nas mais diversas aplicações de impermeabilização e

revestimentos para proteção de superfícies. Essa membrana apresenta uma excelente

resistência a raios ultravioleta, alta durabilidade e resistência as intempéries e

produtos químicos, grande flexibilidade e quando aplicada juntamente com

agregado miúdo apresenta excelente resistência a abrasão. Devido a essas

características, as membranas de poliuretano prescindem da existência de uma

camada de proteção mecânica.

Este material é um dos mais versáteis encontrados no mercado, podendo ser usado

na impermeabilização das mais diversas partes de uma construção desde a fundação

até reservatórios. Porém, devido ao seu elevado preço, o uso desse material acaba

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ficando restrito a áreas onde a exigência de desempenho é maior, como por exemplo

terraços e lajes com acesso de pessoas e veículos.

Segundo Granato (2013), a aplicação deste material é feita com rodo ou

desempenadeira dentada como mostrado na Figura 2.16, seguido da aplicação do

rolo para melhor distribuição e eliminação de bolhas.

Figura 2.16: Aplicação de membrana de poliuretano.

Fonte: Granato (2013).

C) Membranas de poliuréia: Este ainda é um campo recente e pouco explorado da

construção civil, principalmente devido ao método de execução que exige a

utilização de equipamentos e mão de obra especiais, a aplicação dessa membrana é

feita através de pulverização a temperaturas superiores a 70°C conforme mostrado

na Figura 2.17. Além de dificuldade de execução outro problema desse tipo de

membrana é o elevado custo, o que acaba muitas vezes inviabilizando sua utilização

na construção civil.

O principal uso dessas membranas é no ramo industrial no revestimento de

estruturas submetidas a severos esforços de abrasão, com por exemplo interior de

tubos e revestimento de caçambas de caminhões;

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Figura 2.17: Aplicação de membrana de poliuréia.

Fonte: Nogueira (2012).

D) Pintura de Epóxi: Pintura Epóxi é um revestimento de alta qualidade com

espessura variando de 180 a 300 mícrons, conforme o número de aplicações e

densidade da tinta utilizada. A execução da pintura é feita com rolo, conforme

mostra a Figura 2.18. Essa membrana apresenta alta resistência, suportando fluxo

intenso de maquinários e pessoas, além de serem fáceis de limpar e fazer

manutenção, porém as tinas de epóxi são sensíveis a raios ultravioleta. Por este

motivo a pintura epóxi é indicada para locais com tráfego médio a pesado e locais

sujeitos a ataques químicos, desde que a superfície não fique exposta a radiação

solar.

São usadas principalmente na impermeabilização de tanques de produtos químicos,

sub solos, pisos frios, floreiras de concreto, pisos industriais;

E) Membranas acrílicas: As membranas acrílicas formam no lugar aplicado uma

camada flexível de alta durabilidade (Figura 2.19), resistente às intempéries e aos

raios ultra violeta. A grande vantagem desse tipo de impermeabilização é a não

necessidade de uma proteção mecânica para lajes sem acesso de veículos e com

baixo tráfego de pessoas.

Esse é o sistema que substituiu o Neoprene-Hypalon na impermeabilização de

abóbadas, cúpulas, lajes inclinadas, marquises e lajes sem acesso de pessoas e

veículos. A grande vantagem da membrana acrílica em relação a de Neoprene-

Hypalon é o menor preço apresentado pela primeira.

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Figura 2.19: Execução de membrana acrílica.

Fonte: Sabbatini (2006, apud RIGHI 2009).

2.4.2.2 Mantas

São chamadas mantas os materiais impermeabilizantes pré-fabricados. Diferentemente

das membranas, as mantas não apresentam problemas de espessura, já que são vendidas nas

espessuras recomendadas, sendo assim é possível calcular com maior exatidão a quantidade de

material necessário e também elimina a possibilidade de defeitos devido à espessura

insuficiente. Além disso, ganha-se muito em velocidade de execução em comparação com as

membranas.

Porém, como as mantas costumam ser vendidas em rolos, sua aplicação é feita em

faixas, faixas estas que apresentam juntas entre elas. As juntas são o ponto mais frágil das

mantas, é nelas onde ocorrem a maioria dos defeitos. As mantas também se mostram

especialmente problemáticas nos encontros entre a laje e outros elementos construtivos como

paredes, platibandas, bases de antenas e para-raios..., por este motivo elas não são muito

indicadas para terraços com grande número destes elementos, pois além do problema nos

encontros, esses elementos normalmente exigem que se façam recortes na manta, o que acaba

resultando em desperdícios.

As mantas podem ser feitas com os mais diversos materiais, cada um com características

e especificações diferentes. São eles:

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2.4.2.2.1 Mantas Asfálticas

As mantas asfálticas são impermeabilizantes pré-fabricados a base CAP juntamente com

um estruturante e um acabamento superficial tanto na parte superior quanto na parte inferior da

manta.

Existem dois métodos de se fabricar este tipo de manta, através de imersão ou através

da laminação. O processo de imersão consiste na imersão do estruturante em CAP a altas

temperaturas, resfriamento e posterior acabamento final. Já o processo de laminação consiste

no lançamento da massa asfáltica sobre o estruturante e após isso é aplicada o acabamento

superficial.

As mantas asfálticas são compostas por três camadas:

A) Massa asfáltica: É o impermeabilizante em si, ou seja, essa camada que impede a

passagem da agua;

B) Estruturante: É responsável por conferir resistência à tração à manta. Pode-se

utilizar como estruturante Poliéster não tecido, filmes de polietileno ou véu de

fibra de vidro;

C) Acabamento superficial: Consistem em um filme tanto na parte superior quanto na

parte inferior da manta e tem como objetivo principal evitar que a manta se adira a

ela mesma no rolo, esse filme pode ou não ser retirado na hora da aplicação

dependendo do material do qual o filme é composto. O acabamento superficial

pode ser feito com areia fina, filme de polietileno, filme de alumínio ou com

membrana granular de ardósia, esta última confere proteção contra raios ultra

violeta e tráfego eventual à manta.

No geral, as mantas asfálticas possuem as seguintes características:

Alta resistência aos esforços mecânicos;

Elevada flexibilidade;

Alta resistência ao puncionamento estático e dinâmico;

Ampla faixa de resistência à temperatura;

Alta resistência à fadiga mecânica;

Elevada durabilidade;

Estabilidade térmica e dimensional.

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Essas características podem variar, ainda, de acordo com o polímero adicionado, o

estruturante utilizado e a proteção/acabamento do sistema de impermeabilização (GABRIOLI,

2006).

Baseadas em todas as possibilidades de composição, as mantas asfálticas podem ser

classificadas de diversas formas. A NBR 9952 divide o material em quatro tipos ver Tabela 2.1.

No entanto, fabricantes consideram tal classificação genérica, pois deixa lacunas abertas na

especificação. Por isso, o meio técnico criou outras maneiras de diferenciar esses produtos

(PETROBRÁS, 2006).

Tabela 2.1 – Classificação das Mantas Asfálticas.

Tipo Resistência à

Tração Alongamento

na ruptura

Resistência a Impacto a 0ºC Utilização

I 140 N 20% 2,45 J Cozinha, área de serviço, viga-calha protegida, laje exposta com trânsito eventual, muro de arrimo, telhados, terraço, sacada e floreira.

II 180 N 25% 2,45 J

Baldrame, banheiro, cozinha, área de serviço, viga-calha exposta, viga-calha protegida, laje exposta com trânsito eventual, muro de arrimo, cortina, telhados, terraço, sacada e floreira.

III 400 N 30% 4,9 J

Viga-calha exposta, viga calha protegida, canal de irrigação, canal vinhaça, laje exposta com trânsito eventual, laje térrea ou cobertura, muro de arrimo, cortina, piscina, reservatório, tanque, lagoa, telhados e túnel.

IV 550 N 35% 4,9 J Canal de irrigação, laje térrea ou cobertura, reservatório, tanque e lagoa.

Fonte: Petrobrás (2006).

Inicialmente deve-se tratar as juntas de dilatação da laje. Recomenda-se o tratamento

com faixas de mantas, mastiques ou sistemas pré-fabricados para evitar a passagem de água,

conforme ilustra a Figura 2.20. Nesse caso é importante deixar a cota de argamassa da

regularização no ponto mais alto na região da junta, para o ponto mais baixo, promovendo a

fuga d'água do local (PEZZOLO, 2007).

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Figura 2.20 – Preparação das juntas.

Fonte: Pezzolo (2007).

Segundo Pezzolo (2007) as mantas asfálticas podem ser aplicadas por dois processos: a

quente ou com o auxílio do maçarico. Após secagem da camada de primer, no processo a

quente, aplica-se uma camada de asfalto aquecido a uma temperatura entre 180°C e 220°C, com

auxílio de um espalhador; posteriormente desenrola-se a bobina de manta asfáltica, tendo

cuidado de permitir um excesso de asfalto à frente da bobina, conforme mostra a Figura 2.21.

No processo de colagem com o uso do maçarico Figura 2.22, direciona-se a chama para

aquecer a parte inferior da bobina e a superfície imprimada ao mesmo tempo. Conforme derrete

o asfalto da bobina e da superfície, o aplicador vai desenrolando a bobina, tomando o cuidado

de deixar uma sobreposição entre as mantas de no mínimo 10 cm, derretendo a extremidade da

manta superior com uma colher de pedreiro aquecida, formando um chanfro e selando junto à

manta inferior.

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Figura 2.21 – Aplicação da Manta.

Fonte: Pezzolo (2007).

Figura 2.22 – Aplicação da manta com maçarico.

Fonte: Pezzolo (2007).

2.4.2.2.2 Mantas de PVC

Segundo Oliveira (2006) as mantas de PVC são fabricadas a partir de um composto

virgem de PVC, aditivos especiais, plastificantes, estabilizadores, etc., que conferem à resina

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básica algumas propriedades particulares de flexibilidade, resistência aos raios ultravioleta (as

membranas resistentes aos raios ultravioleta passam por um tratamento específico em sua

fabricação para atenderem a essa finalidade) e ainda resistência química, podendo-se obter

materiais especiais para diferentes aplicações de impermeabilização.

As mantas de PVC foram desenvolvidas para sanar um dos grandes problemas dos

sistemas de impermeabilização com manta asfáltica, a durabilidade. Enquanto uma manta

asfáltica apresenta uma vida útil média de cinco a dez anos, as mantas de PVC podem durar até

trinta anos, sem a necessidade de praticamente nenhuma intervenção de manutenção. Segundo

Oliveira (2006), isso se deve às características físicoquímicas e mecânicas do material e à

confiabilidade na tecnologia proporcionada pelo sistema (materiais, acessórios e processo de

solda).

No Brasil este sistema ainda é muito pouco utilizado para a impermeabilização de

terraços, ficando seu uso restrito a obras em que existe uma maior dificuldade de se fazer

reparos de impermeabilização, como por exemplo canais de irrigação, tanques, lagoas de

tratamento de efluentes químicos, túneis, entre outros. Porém em países como Estados Unidos

e alguns europeus, esse sistema já vem sendo usado também em construções prediais, como por

exemplo na Bélgica, conforme a Figura 2.23.

Figura 2.23 - Cobertura abobadada impermeabilizada com manta de PVC resistente aos raios

UV (Philips, Bélgica).

Fonte: Oliveira (2006).

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Conforme relata Oliveira (2006), as fixações das membranas de PVC nas coberturas

metálicas, de concreto ou de madeira devem ser efetuadas com parafusos e arruelas especiais

(Figura 2.25). Na sequência é aplicada outra camada de membrana de PVC sobre as fixações

aparentes, utilizando os equipamentos especiais de termofusão citados (Figura 2.26)

(OLIVEIRA, 2006).

A Figura 2.24 ilustra o detalhe de sobreposição de duas mantas de PVC para a execução

da solda que deve ser maior ou igual a 80 mm.

Figura 2.24 – Detalhe de sobreposição de duas faixas de manta de PVC para a execução da

solda.

Fonte: Oliveira (2006).

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Figura 2.25 – Fixação automática da manta PVC com parafusos e arruelas especiais.

Fonte: Oliveira (2006).

Figura 2.26 – Solda da Manta PVC.

Fonte: Oliveira (2006).

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2.4.2.2.3 Mantas de PEAD

As mantas PEAD (polímero de polietileno de alta densidade) apresentam uma grande

resistência a agentes químicos. Por este motivo, segundo Bauer, Vasconselos e Granato (2007),

ela costuma ser utilizada na impermeabilização de aterros sanitários, aterros industriais, pátios

de escória siderúrgica, tanques de lixiviação de derivados de petróleo, indústria petroquímica,

canais de irrigação (Figura 2.27), lagoas, entre outras aplicações. Este material não costuma ser

utilizado na impermeabilização de obras prediais.

A soldagem das emendas é feita com maquina soldadora de ar, cunha quente ou

maquinas extrusoras do próprio polímero.

Figura 2.27: Canais de irrigação impermeabilizado com manta de PEAD.

Fonte: Duarte (2010)

2.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE IMPERMEABILIZAÇÃO DE TERRAÇOS

A impermeabilização é um segmento do mercado que tem evoluído muito nos últimos

anos, desenvolvendo um grande número de materiais e sistemas de impermeabilização que

estão à disposição dos engenheiros e projetistas, basta a eles saber escolher o material adequado

para o caso a ser projetado.

Na impermeabilização de terraços, alguns anos atrás o produto mais usado eram as

membranas asfálticas, hoje em dia elas foram substituídas pelas mantas asfáltica que costumam

apresentar um melhor desempenho.

Existem ainda outros materiais que são utilizados para a impermeabilização de terraços,

porém ainda em pequena escala, principalmente devido ao elevado custo tanto do material

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quando da mão de obra para a sua aplicação, em contrapartida apresentam uma maior

durabilidade, como por exemplo as mantas de PVC e as membranas de poliuréia e poliuretano.

Os terraços impermeabilizados costumam apresentar regiões com elevada incidência de

defeitos de impermeabilização, como os ralos e os rodapés. Porém se a impermeabilização for

executada corretamente, observando-se alguns detalhes nessas regiões, o risco de defeitos de

impermeabilização nessas regiões deixa de ser uma preocupação.

Graças a essas evoluções no ramo de impermeabilização os terraços estão se tornando

cada vez mais presentes nas construções, e em alguns casos eles têm sido usados para fins

bastante interessantes, como por exemplo as coberturas verdes, que tem sido uma alternativa

para a revegetação das cidades.

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3 COBERTURAS VERDES

Existem alguns casos especiais de terraços impermeabilizado, sendo um bastante

interessante as coberturas verdes.

As coberturas verdes foram desenvolvidas para solucionar um dos principais problemas

gerados pelo rápido crescimento das cidades nas últimas décadas, a diminuição das áreas

cobertas por vegetação e o aumento das áreas cobertas por concreto e asfalto. Como o concreto

e o asfalto tem a propriedade de absorver mais calor em relação a vegetação, a temperatura da

cidade se elevou a níveis preocupantes. Isso fez com que se buscasse alternativas para

“revegetar” as cidades, mas a questão era onde poderíamos plantar essa vegetação, já que a

superfície já estava quase toda ocupada por prédios, então começou-se a pensar na possibilidade

de usar a cobertura desses prédios como áreas verdes, daí surgiram as coberturas verdes.

Estudos e monitoramentos de coberturas verdes comprovam uma queda na temperatura

interna sob essas coberturas que variam de 3 a 7°C que podem concorrer para solucionar os

problemas com aquecimento do ar e o arrefecimento do ambiente, sendo altamente colaborativa

nesse quesito (OHNUMA Junior, 2008).

Segundo Spangenberg apud D’ELIA (2009), após a instalação de uma cobertura verde

em uma laje, a temperatura da superfície reduz cerca de 15°C, influenciando favoravelmente

no conforto térmico dos ambientes e dependendo do tipo de telhado empregado, da vegetação

e da capacidade da área, a redução de carga térmica para o ar condicionado se aproxima de 240

kWh/m² e o custo benefício da solução é compensatória.

Segundo Raposo (2013), coberturas verdes consistem no desenvolvimento de um

revestimento vegetal, sobre uma superfície edificada, cultivado de forma intencional ou através

da formação de habitats para que este se auto estabeleça. As coberturas verdes podem

desenvolver-se em coberturas planas ou inclinadas, acessíveis ou de acesso limitado.

As coberturas verdes podem ser executadas em diferentes tipos de telhados sejam

construções em madeira, folhas de metal ou uma laje de concreto ou qualquer superfície

impermeabilizada. A condição principal, em termos estruturais, é que a base para a cobertura verde

tenha a capacidade adequada de carga, conforme recomenda a IGRA (2012).

Reforçar a estrutura da edificação com vigas e pilares é importante fator no projeto de

construção ou reforma sempre respeitando a sobrecarga que se pretenda inserir na cobertura com o

sistema vivo (D’ELIA, 2009). Sempre estudar as estruturas subjacentes para um novo projeto ou

retrofit em relação às cargas de chuvas normais e extraordinárias, assim como, verificação da não

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acumulação e transbordamentos equivalentes ao acúmulo de água e ao peso total da cobertura é

condição primordial, para evitar trincas ou até o colapso da estrutura (SILVA, 2011).

Existiram muitas culturas antigas que utilizaram telhados verdes, como nas antigas

civilizações dos vales dos rios Tigres e Eufrates na Mesopotâmia, atual Iraque. Os primeiros

registros de edificações com coberturas verdes datam de 2500 anos antes da era cristã em

antigos templos escalonados que facilitavam aplicação de vegetação em vários níveis,

conhecidos como Zigurates, como o Templo Branco em Uruk, na antiga Suméria.

(OSMUNDON, 1999 apud ROLA, 2008).

Ainda na Mesopotâmia, segundo Lendering (2004) apud Rola (2008), há vestígios

históricos da existência de outra edificação coberta com vegetação, o enorme templo

Etemenanki, um zigurate mais conhecido como Torre de Babbel, com descrição no Livro

Gênesis 11.1- 9 da Bíblia, sendo uma das mais famosas lendas da humanidade.

Entretanto, o mais famoso é o Jardim Suspenso de Semíramis, conhecido como os

Jardins Suspensos da Babilônia (Figura 3.1), situando-se no território correspondente ao atual

Iraque ao sul, no séc. VI a.C, no lado leste do rio Eufrates, num antigo bairro da cidade entre as

margens do rio e os palácios reais, segundo Silva (2011). Os jardins foram considerados uma

das sete maravilhas do Mundo Antigo.

Figura 3.1- Imaginário dos supostos jardins da Babilônia.

Fonte: Dannemann (2013)

Na Itália, a Torre de Guinigis (Figura 3.2) de 1384, em Lucca, possuía um jardim a 36

metros de altura, suportado por estrutura de tijolos cerâmicos de 61 cm de espessura com

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irrigação subterrânea, onde foram plantados sete carvalhos que se tornaram frondosos, cujas

espécies duram em média 500 anos (ROLA, 2008).

Figura 3.2: Torre de Guinigis na Itália.

Fonte: Arquivo pessoal de Gustavo Toso (2013)

Nas Américas em 1519, o Rei Carlos I ouve o relato de Hérnan Cortéz sobre uma cidade

Asteca, Tenochtitlán (Figura 3.3), que sendo constituída por ilhas no Lago Texcoco tinha

diminuta área de solo para jardins. A única solução para se ter áreas verdes era, então, os jardins

visitáveis nas coberturas das edificações, pois a cidade era densamente povoada,

(OSMUNDSON, 1999, apud ROLA, 2008).

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Figura 3.3: Ilustração da cidade asteca de Tenochtitlán no lago texcoco.

Fonte: Escalante (2014)

A partir de meados de 1800 começaram a ser construídas coberturas planas nas maiores

cidades da Europa e América graças ao desenvolvimento do concreto e já em 1868, um projeto

em concreto de cobertura verde foi apresentado numa exibição mundial em Paris, sendo o

primeiro projeto experimental no oeste europeu, que se seguiu de muitos (HENEINE, 2008).

Do séc. XIX para o séc. XX teremos os terraços jardins em teatros como Cassino

Theatrer, Madison Square Garden, Oscar Hammertein Olympic Music Hall, Cassino Teatro

Rudolph Aronson, o Teatro Americano de Nova York, o Hammerstein Republic Theater, como

muitos dos exemplos. Os terraços jardins em hotéis, restaurantes e residências como no Hotel

Astor, o Domenico Restaurante e em apartamentos que margeavam o Central Park em Nova

York, nos Estados Unidos também aplicaram a técnica, como que uma evidência de

encantamento que ela inspirou, (OSMUNDSON, 1999 apud ROLA, 2008).

Segundo Rola (2008), nos anos 20 Le Corbusier foi o primeiro a começar a utilizar

sistematicamente as coberturas verdes dentro de uma esfera de clientes da elite, em construções

mais sofisticadas, e projeta a Villa Savoye em Poissy entre 1928 e 1931, as Casas Domino, o

Bairro Moderno Frugès em Pessac, a Unité d´habitation em Marselha entre 1946-1952, além

do Edifício Governamental de Chandegarh, capital de Punjab na década de 50.segundo Rola

(2008)

Nas décadas de 1950 e 1960, muitas coberturas verdes são executadas nos EUA como:

no Keiser Center, no Museu Oakland Saint Mary´s Square em Portmount Square, no Mellon

Square Equitable Square em Pitsbourg, no Constitution Plaza em Hartford e se espalham em

todas as direções. Outros exemplos deste período são as Lojas Harley em Guilford em Surrey

na Inglaterra, o MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro em 1953, o Ed. Clube Juiz

de Fora, em 1958 em Juiz de Fora- Minas Gerais, projetado por Francisco Bolonha, na

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Faculdade de Arquitetura da UFRJ no RJ nos anos 60, os Prédios da Petrobrás no centro do Rio

de Janeiro em 1968 e os Prédios da Petrobrás no Maracanã no Rio de Janeiro nos anos 80.

(ELIOVSON, 1999; KOEHLER et al, 2003; SIQUEIRA, 2002, apud ROLA 2008).

Segundo Silva (2011), nos anos da década de 1970 muitos materiais foram introduzidos

nesse sistema construtivo como: os materiais drenantes, membranas impermeabilizantes,

agentes antirraízes, entre outros, o que provocou uma maior consolidação no mercado.

Mais atual é o prédio de apartamentos Waldspirale (Figura 3.4) projetado por

Friendsreich Hundertwasser, onde a arquitetura é orgânica como um todo e tem coberturas

verdes intensivas, sendo concluído em 2000 na Alemanha, em Darmstad. Hoje, na Alemanha,

a maioria dos prédios novos traz as coberturas verdes extensivas como sistema de cobertura

(KOEHLER ET AL, 2003, apud ROLA, 2008).

Figura 3.4: Waldspirale na Alemanha

Fonte: Yoneda (2011)

Hoje, as coberturas verdes vêm ganhando espaços em todo o mundo, independente do

clima e cultura. As diferenças entre a tecnologia aplicada na Antiguidade e sua evolução são

notáveis, embora os princípios básicos se mantenham. A evolução tecnológica da aplicação de

vegetação em superfícies construídas tem na versão da minimização da espessura um grande

avanço e grande aliado como elemento de arquitetura sustentável, especialmente na Europa

Central, segundo Koehler et al. (2003, apud Rola, 2008).

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3.1 TIPOS DE COBERTURAS VERDES

Existem basicamente dois tipos de coberturas verdes principais de acordo com a

vegetação que se quer utilizar. São os tipos Extensivos e os Intensivos (LIMA, 2009). Mas,

segundo Heneine (2008), uma nova divisão está se formando pelo desenvolvimento de novas

tecnologias e soluções que são pré-fabricados como os Modulares, Alveolares e Laminares, que

normalmente comportam coberturas extensivas, podendo ser desenvolvidos também para as

intensivas.

3.1.1 Extensivas

As coberturas verdes extensivas são as que utilizam uma vegetação que não requer

muitos cuidados constantes após a consolidação da vegetação nem cuidados especiais, com

pouca manutenção, além de pouca irrigação. A camada de substrato gira em torno de 10 cm ou

menos e a vegetação é normalmente rasteira como aponta Heneine (2008). Mas fornecem

ótimas vantagens, como baixo peso estrutural, e custo relativamente baixo, completa Minke

(2004).

A Green Roof International Association (IGRA, 2012) ressalta que nesse tipo de

coberturas os fatores relevantes são o vento, o sol e a seca, que se constituem em fatores

adicionais de estresse para a vegetação devido à camada de substrato ser reduzida, não muito

profunda, contento poucos nutrientes e possuindo pouca capacidade de retenção de água e

umidade nesse substrato, como afirma também Minke (2004).

O sistema de coberturas verdes extensivas necessita, conforme Heneine (2008), de uma

camada drenante retentora de água com materiais capazes de criar tal efeito, como materiais

pré-fabricados, que seja capaz de eliminar o excesso e manter uma quantidade suficiente para

manter umidade para a vegetação. Sobre esta camada deve existir uma capa filtrante, que se

não existente na manta drenante, deverá ser adicionada para reter as partículas finas que podem

ser lixiviadas pela água e prejudicar o sistema de drenagem.

Um exemplo de cobertura de verde extensiva é a existente no edifício da Academia de

Ciências da Califórnia em São Francisco nos Estados Unidos, como mostrado na Figura 3.5.

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Figura 3.5: Cobertura verde extensiva no edifício da Academia de Ciências da Califórnia em

São Francisco.

Fonte: Ideal verde (2013)

3.1.2 Semiextensivas

Caracteriza-se por situar-se entre os sistemas intensivos e extensivos, com custos mais

elevados e sobrecargas maiores para esse tipo intermediário em comparação com os sistemas

extensivos. Esse sistema requer, também, maior manutenção e cuidado com a vegetação de

maior porte que ele comporta e exige principalmente sobre seu planejamento e execução mais

atenção e estudo. Utiliza materiais e insumos em quantidades superiores na composição de seu

substrato com o incremento de espessura. Entretanto, permitem mais possibilidades de designer

com maior variedade de gramíneas, perenes e herbáceas e arbustos. A lavanda é uma ótima

opção de arbusto resistente, além de belo efeito estético e olfativo agradável. Nesse nível de

substrato, os altos arbustos e árvores ainda não aparecem (IGRA, 2012).

3.1.3 Intensivas

As coberturas intensivas variam seu substrato entre 200 mm e 400 mm e suportam

plantas maiores, até de grande porte, como aponta Nagy et al., citado por Ohnuma Junior

(2008). Para Silva (2011), têm solo que varia entre 150 mm e 300 mm, devendo prever cargas

que variam de 400 kg / m² a 750 kg/m², mas requerem maior manutenção e serviço durante o

ano. Já Johnton e Newton (2004) apud (OHNUMA JR., 2008) apresentam como características

de coberturas verdes intensivas, os solos profundos, a necessidade de sistema de irrigação e as

condições favoráveis de crescimento das plantas.

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De acordo com o IGRA (2012), as coberturas intensivas incluem o cultivo de plantas

perenes, lenhosas e trechos gramados. Para esta vegetação de maior porte não é possível as

coberturas inclinadas e projeta-se uma camada de substrato de mais 30 cm que deverão ser

abastecidas além de água, com nutrientes. Minke (2004) alerta que isso as torna mais caras,

com custos especiais principalmente na manutenção.

Exemplo deste tipo de cobertura verde é a atual sede da prefeitura de São Paulo (Figura

3.7).

Figura 3.7: Cobertura verde intensiva na atual sede da prefeitura de São Paulo.

Fonte: Blog Neobambu (2013)

Observa-se que não há consenso entre os autores quanto à espessura dos sistemas e estes

podem variar de acordo com o entendimento de cada um. Não há limite rígido para estabelecer

a espessura ou padronização que fixe as classificações.

Entretanto, a Green Roof International Association (IGRA, 2012) classifica

normalmente essa camada de substrato entre 15 a 21 cm, dependendo das necessidades das

plantas e o peso dessa capa de vegetação pode ser superior a 120 kg/m², conforme podemos

verificar no quadro abaixo:

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Quadro 3.1 – Classificação Geral das Coberturas Verdes.

Fonte: IGRA (2012).

3.2 ESTRUTURA DE COBERTURAS VERDES

Segundo Heneine (2008, apud TASSI, 2014), de maneira geral, um telhado verde

apresenta a seguinte estrutura (Figura 3.8):

A) Camada de vegetação: a cobertura vegetal deve ser adequada às condições

climáticas do local. A vegetação atua interceptando uma parcela da chuva,

evitando que ela atinja o solo. É por meio do processo de evapotranspiração que a

água é perdida para a atmosfera e o potencial de retenção de água no substrato é

aumentado. Adicionalmente, a vegetação retarda o escoamento superficial, que

passa a ocorrer quando o substrato atinge a saturação;

B) Substrato: é constituído pela camada de solo, servindo de suporte para a fixação da

vegetação, fornece água e nutrientes necessários para a manutenção desta. Essa

camada é igualmente importante para o armazenamento temporário da água

durante os eventos chuvosos;

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C) Geotêxtil: constitui uma camada filtrante que separa as camadas de vegetais e

substrato da camada drenante. Ela evita a migração de partículas do substrato para

o interior da camada drenante, reduzindo a funcionalidade do telhado verde;

D) Camada de drenagem: em telhados praticamente horizontais, como é o caso dos

telhados verdes, é fundamental a existência da camada de drenagem, para evitar

alagamentos indesejáveis e estresse da cultura. Além disso, a camada de drenagem

atua retendo parte da água da chuva, necessária para a vegetação durante períodos

de estiagem;

E) Camada protetora: destina-se à retenção da umidade e nutrientes acima da

estrutura do telhado, fornecendo proteção física para a membrana de

impermeabilização contra o crescimento das raízes da vegetação;

F) Impermeabilização: normalmente realizada com o emprego de hidrorrepelentes, de

maneira a evitar o contato da água com a estrutura do telhado;

G) Estrutura do telhado: deve suportar toda a carga do telhado verde. Para o

sistema extensivo com substrato de 5 cm a 15 cm de espessura, estima-se que a

carga sobre o telhado possa aumentar de 70 a 170 kg/m² aproximadamente. Para o

sistema intensivo, com espessura de solo acima de 15 cm, o valor de carga

adicional pode variar entre 290 e 970 kg/m².

Figura 3.8: Camadas que compõem um telhado verde.

Fonte: Tassi (2014).

3.3 IMPERMEABILIZAÇÃO DE COBERTURAS VERDES

Nas coberturas verdes um dos principais critérios que o sistema deve atender é o da

impermeabilização, já que esse tipo de cobertura fica constantemente úmida devido ao substrato

que abriga da vegetação, e essa impermeabilização necessita de alguns procedimentos

específicos que devem ser compatíveis, principalmente com a escolha da vegetação utilizada.

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A impermeabilização pode ser feita com manta PEAD (polietileno de alta densidade),

cimento polímero ou manta geotêxtil, segundo Seigneur (apud D’ELIA, 2009). Já Heneine

(2008) diz que podem ser utilizados diversos materiais para este fim, como por exemplo mantas

asfálticas, de PVC, de butil ou de EPDM. Porém deve-se tomar alguns cuidados para garantir

a eficiência da impermeabilização sendo os principais deles com relação cos estragos causados

pelas raízes.

As camadas de impermeabilização devem ser projetadas para resistir à contaminação de

fertilizantes e outros produtos químicos usados no período da adubação e de manutenção do

plantio. De acordo com Kirby (apud OHNUMA JUNIOR, 2008). Segundo Silva (2001), plantas

com raízes agressivas penetram na impermeabilização danificando o sistema. As figueiras são

um bom exemplo disso.

Minke (2004) relata sobre microorganismos que vivem nas pontas das raízes que podem

dissolver materiais betuminosos, assim como há plantas cujas raízes têm sensor de umidade e

se houver uma emenda e/ou trespasse mal soldado, onde a água penetre por capilaridade, essas

raízes podem crescer nessa direção causando a perfuração. Por este motivo deve-se utilizar uma

camada de proteção que separe o substrato da manta e impeça que as raízes cheguem até a

manta causando perfurações e degradação em caso de mantas asfálticas.

A solução mais simples para evitar a perfuração por raízes é a colocação de uma lâmina

de polietileno, as quais existem em larguras diversas de até 6 a 8 metros de largura e deverá ser

previsto um transpasse de 150 cm, no caso de se haver necessidade de se utilizar mais de uma

lâmina. (MINKE, 2004).

Porém, ainda segundo Minke (2004), existem outras soluções protetoras de raízes que

podem ser encontrados no mercado, principalmente o europeu. Os principais tipos são:

A) Membrana polímero-elastômero-betuminosas, elaboradas com uma mistura de

betume com materiais sintéticos, que geralmente têm boa resistência;

B) Membrana de PVC flexível, que deve ser usada conjuntamente com uma lâmina

protetora de material sintético ou manta de vidro de 200 g/m² no mínimo, ou ainda,

uma lâmina de polietileno de 0,2 mm de espessura, já que segundo as normas alemãs

elas não são resistentes ao betume, ao polystrol ou produtos oleosos que protegem a

madeira, e então poderiam deteriorar-se e se decompor (de acordo com as Normas

Alemãs DIN 16938, 16730, 16735). Para reforçar a trama nas coberturas verdes,

recomenda-se o uso de lona de PVC que se usa em toldo de caminhões que são muito

resistentes a avarias;

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C) Membranas de polietileno clorado. Segundo a norma alemã DIN 16737, elas são de

alta resistência, mas as uniões não podem ser feitas na obra e em suas cabeceiras

devem ser previstas grande sobra, para prevenir o crescimento das raízes nesses

pontos;

D) Membranas de tela com revestimento de polyolefino, que não contém halogêneos,

cloro e emolientes ou plastificantes e são ecológicos. Entretanto, são membranas

mais caras com soldadura mais difícil e só se recomenda que o trabalho seja

executado por empresas especializadas;

E) Membranas de etileno copolimerizado betuminoso (ECB) que tem boa

trabalhabilidade e são compatíveis com o betume;

F) Membranas EPDM que contém etileno, propileno, terpolímero e borracha. Tem alta

elasticidade, mas conseguir emendas seguras não é muito simples;

G) Selador Fluído com poliuretano e com resinas de poliéster em estado fluído que com

certa espessura são resistentes às raízes.

3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE COBERTURAS VERDES

Diferentemente do que se pensa as coberturas começaram a serem usadas muitos séculos

atrás, remontando as civilizações da antiga mesopotâmia. Atualmente essa prática tem se

tornado mais comum nas grandes cidades como alternativa para a revegetação de área

densamente povoadas que, graças a um crescimento desordenado, teve quase toda sua

vegetação removida.

A impermeabilização destas coberturas não difere muito dos terraços convencionais,

sendo os mesmos materiais utilizados e os mesmos cuidados que devem ser tomados nas regiões

frágeis da impermeabilização. A grande diferença são os agentes agressores que nos terraços

convencionais são a radiação ultravioleta e o tráfego, e nas coberturas verdes são as raízes e os

microrganismos que nelas vivem.

Então nas coberturas verdes a proteção mecânica da manta costuma ser substituída por

uma camada que impeça que as raízes cheguem até a camada impermeável, evitando assim a

perfuração e a degradação da impermeabilização. Essa proteção costuma ser feita com lâminas

de polietileno, mas existem muitos outros materiais possíveis de se utilizar para este fim.

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4 CONCLUSÃO

A impermeabilização é um segmento do mercado que tem evoluído muito nos últimos

anos, desenvolvendo um grande número de materiais e sistemas de impermeabilização que

estão à disposição dos engenheiros e projetistas, basta a eles saber escolher o material adequado

para o caso a ser projetado.

Na impermeabilização de terraços, alguns anos atrás o produto mais usado eram as

membranas asfálticas, hoje em dia elas foram substituídas pelas mantas asfáltica que costumam

apresentar um melhor desempenho.

Existem ainda outros materiais que são utilizados para a impermeabilização de terraços,

porém ainda em pequena escala, principalmente devido ao elevado custo tanto do material

quando da mão de obra para a sua aplicação, em contrapartida apresentam uma maior

durabilidade, como por exemplo as mantas de PVC e as membranas de poliuréia e poliuretano.

Os terraços impermeabilizados costumam apresentar regiões com elevada incidência de

defeitos de impermeabilização, como os ralos e os rodapés. Porém se a impermeabilização for

executada corretamente, observando-se alguns detalhes nessas regiões, o risco de defeitos de

impermeabilização nessas regiões deixa de ser uma preocupação.

Graças a essas evoluções no ramo de impermeabilização os terraços estão se tornando

cada vez mais presentes nas construções, e em alguns casos eles têm sido usados para fins

bastante interessantes, como por exemplo as coberturas verdes, que tem sido uma alternativa

para a revegetação das cidades.

Neste trabalho foi visto que a impermeabilização é uma etapa de grande importância na

construção de um terraço, bem como em outras áreas da construção civil, e deve receber um

cuidado especial tanto na hora da execução quanto na hora do desenvolvimento do projeto de

impermeabilização, pois defeitos nesse sistema acarreta em graves problemas para a obra e

repará-los costuma ser bastante caro.

Além disso, constatou-se que nos últimos anos foi desenvolvido um grande número de

materiais que podem ser utilizados para este fim e cabe ao projetista de impermeabilizações

definir qual deles é o mais indicado para a situação que está sendo projetada.

Existem hoje materiais sistemas de impermeabilização de terraços que atendem os mais

diversos casos especiais, porém o grande empecilho para sua utilização é o custo e a necessidade

de uma mão de obra especializada para a sua aplicação. Por este motivo, atualmente o produto

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mais utilizado as são mantas asfálticas que apresentem um menor custo e maior facilidade de

execução.

Porém não basta escolher o material correto se não prestar-se atenção em algumas

regiões dos terraços que costumam ser pontos de fragilidade dos sistemas de

impermeabilização. Neste trabalho estão listados as principais regiões de fragilidade e o correto

método de execução para que estas regiões não apresentem defeitos de impermeabilização.

Entretanto, um terraço impermeabilizado não é composto apenas pela camada

impermeável, existem outras camadas que tem como função garantir a drenagem da água e

proteger a impermeabilização para garantir a longevidade do sistema.

No caso das coberturas verdes verificou-se que a maior preocupação que se deve ter é

com as raízes das plantas que podem causar perfurações e degradação da impermeabilização, e

foram apresentadas as principais soluções para este problema. Além disso foi mostrado que a

utilização de coberturas verdes não surgiu nos últimos anos, mas sim a centenas de anos atrás

com as civilizações antigas, e recentemente seu uso tem crescido principalmente em grandes

cidades onde as áreas vegetáveis são bastante escassas.

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