Gustavo Venturini- O Potencial Emancipatorio
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Universidade Federal do Rio de JaneiroEscola de Serviço SocialDireitos Humanos no Brasil Docente: Ricardo RezendeAluna: Mariana Gomes Rodrigues
Texto: O potencial emancipatório e a irreversibilidade dos direitos humanos
(Autor: Gustavo Venturi)
Segundo o provocante pensamento de Jean Piaget, epistemólogo suíço, o ser
humano é para sempre inacabado, um ser que muda e cresce conforme os desafios do
mundo. Sendo assim, Venturi afirma que tal teoria aparece com relevância ao falarmos
do surgimento de uma noção de direitos humanos na história atual. Entretanto, o autor
em face das violações de direitos que podemos assistir todos os dias, questiona o
desenvolvimento moral da humanidade. Do ponto de vista macro-histórico é possível se
afirmar uma posição favorável, com o surgimento e crescimento dos direitos humanos,
porém se observarmos fatos recentes do início do século XXI concluiremos o contrário.
O autor afirma que a institucionalização de um princípio de universalização humana em
um documento de caráter supranacional, como a DUDH afirma um desenvolvimento
moral da espécie humana que, no entanto, não se manifesta necessariamente
individualmente, nem em um conjunto de indivíduos, mas sim nas nossas instituições. A
DUDH é resultado histórico de uma cultura mundial em formação. Instituições que ao
longo da historia foram comparativamente muito mais restritas, hegemonicamente
nacionalistas, etnocêntricas, racistas, patriarcais e homofóbicas, avançam hoje em
direção a universalização dos direitos modificando ou minimizando as
socioperspectivas restritivas e excludentes que antes carregavam.
Apesar do peso que as declarações possuem, é historicamente datado que os
direitos foram sempre precedidos de lutas sociais e políticas. Todavia, os direitos não
são capazes de modificar a realidade de forma instantânea. Com efeito, proibições
prescritas na declaração não foram banidas totalmente, como a escravidão, que ainda
hoje é possível se encontrar em regiões de nosso país. Ou a tortura que apesar de
proibida, ainda tem sido utilizada com fins investigativos de crimes em presídios e
delegacias. O que observamos é que tanto a escravidão como a tortura não deixaram de
existir, somente se modificaram para formas ilegais, clandestinas.
Entretanto, apesar de retrocessos e violações é fato que o caminho para a
universalização dos direitos é tendencialmente irreversível. Em razão das forças de lutas
a favor dos direitos humanos, que tem sido abrangentes e com enorme potencial de
expansão. A consciência sobre direitos tem sido crescente, na sociedade e tem ganhado
visibilidade nas esferas sociais com grande força, através da emergência de novos
sujeitos políticos.
Para ilustrar sua tese, Venturi se utiliza de uma pesquisa nacional sobre direitos
humanos realizada em 2008 pela Secretaria de Direitos Humanos. Nesta podemos
observar, através de uma série de perguntas, a opinião e o conhecimento público de
questões direta e indiretamente ligadas aos Direitos Humanos no Brasil. Os resultados
da pesquisa são mostrados em estatísticas que depois de concluídas foram analisadas
por diversos autores e acadêmicos das diversas temáticas abordadas. As conclusões
foram diversas a partir de diferentes pontos de vista estudados. O que se pode perceber
foi um panorama do imaginário social dos Direitos Humanos, que por sua vez é
favorável, de certa forma a continuidade das lutas políticas para sua universalização. É
impossível ignorarmos o potencial encontrado nos espaços sociais para o debate de
questões relacionadas a direitos civis, políticos e sociais.
O autor, a partir de recursos estatísticos alcança seu objetivo inicial, responder a
seguinte pergunta: “é inútil ou cabe lutar pela defesa da universalização dos direitos
humanos?” e com isso, convencer o leitor sobre a importância da continuidade das lutas
pelos Direitos Humanos. Sua função social e sua importância são decifradas pelas
próprias respostas da sociedade civil, que ao afirmarem suas necessidades, explicitam o
rumo das lutas dos agentes políticos na nossa sociedade. O artifício utilizado por
Venturi, a pesquisa nacional, pode ser totalmente vantajosa para a discussão e
argumentação proposta pelo mesmo. Para o estudante, que pode ler tal explanação, é
acreditável o aproveitamento completo do conteúdo e de sua aprovação desejável.
Sendo assim, foi possível concluir e absorver a relevância para a matéria de
Direitos Humanos no Brasil, de forma a construir no aluno o acúmulo em relação ao que
tem sido falado sobre o tema e sobre o que o nosso povo, ou seja, aqueles no qual
iremos vir a intervir estão a refletir em face de situações na conjuntura atual brasileira.
Objetivamente, a construção de bases para a reflexão seguida de formação de estratégias
correspondentes e razoáveis para um contexto recente e real.