HAMDAN, Camila; PENHA, Bruna. UNESCOM, 2006 - Apresentação

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ALTAR VIRTUAL Uma Reprojeção Espiritual e Comunicativa Bruna Penha e Camila Hamdan Orientadora: Profª Ms. Marlei Sigrist UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

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HAMDAN, Camila; PENHA, Bruna. Altar Virtual: uma reprojeção espiritual e comunicativa. In: UNESCOM, Congresso Multidisciplinar de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, IX. Folkcom: Conferência Brasileira de Folkcomunicação, Universidade Metodista, São Bernardo do Campo/SP, 2006. (publicação). Disponível em: http://brasilia.academia.edu/CamilaHamdan/Papers/146200

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ALTAR VIRTUALUma Reprojeção Espiritual e Comunicativa

Bruna Penha e Camila Hamdan Orientadora: Profª Ms. Marlei Sigrist

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

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DEFINIÇÃO DO OBJETO

Produção cultural relacionada à cibercultura;

Produzido pela revista eletrônica Planeta na Web;

Para quem é produzido: “pessoas que estão insatisfeitas

com o modo de vida atual (como o consumo exagerado,

falta de ética, a destruição ambiental, etc.) e buscam

explicações e caminhos alternativos para o

descontentamento interior”.

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O ALTAR VIRTUAL E A FOLKCOMUNICAÇÃOFolkcomunicação é a comunicação das classes populares, é o meio pela qual elas traduzem uma narrativa massiva para uma linguagem mais popular.

Não é mais possível fazer distinções entre cultura de massa e

cultura erudita.

É preciso considerar a hibidação das culturas, a mescla entre o

tradicional e o moderno.

O Altar Virtual é uma reprojeção desta mescla.

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COMO CRIAR UM ALTAR VIRTUAL

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INTERATIVIDADE

É uma das grandes diferenças entre a comunicação das culturas de massas e das mídias e a comunicação na cibercultura;

Na cultura de massa: o consumidor não tem o poder de interferir nos produtos simbólicos (poduzidos por poucos) que consome;

Na cibercultura: o usuário interfere diretamente em parte do que consome e a produção do material simbólico pode ser feita por qualquer pessoa que tenha acesso ao ciberespaço

(SANTAELLA, 2004)

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Joseph Luyten (1996), é “a comunicação através do folclore”, tendo definido o folclore como toda a manifestação oriunda do povo e comunicação como “[...] a interação entre pessoas em ambos os povos, “comunicador” e “receptor”, sejam intercambiáveis, de modo que o elemento “comunicativo” seja, ao mesmo tempo, “receptivo” e vice-versa.

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RITUAL ELETRÔNICO - ALTAR VIRTUAL

Inicia-se no ambiente real

A iniciação: corresponde a interação entre os mecanismos de interface software e hardware;

Reprojeção: o usuário reprojeta-se para o ciberespaço.

“Ao estarmos conectados, nos entregamos a um ritual iniciático e desencadeamos um processo que nos permite viver sensações que estendem nossa percepção de mundo. Interagir pode ser comparado a participar de uma cerimônia e, pela performance ou desempenho do corpo, atingir algum conhecimento, significado ou emoção” (DOMINGUES, 2004).

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O usuário é direcionado a um ritual próprio do Altar Virtual

Códigos comuns – garantem ao ritual uma “gramaticalidade interna” (CONTRERA, 2005).

O ritual se configura por ações interativas dentro do padrão de organização estabelecido: componentes do ritual têm, para o grupo, valores concensuais

Delimitação espaço-tempo: estabelecimento de ritmos

Traço espacial: valoração de espaços - “OS DEZ MAIS”

Os altares com ritmo de visitação mais frequente ganham lugar de destaque acima do espaço disponível para todos os altares públicos

Produção de discurso

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ALTARES ANALISADOS

Neste espaço criado com muito amor, venho pedir ao meu amado Jesus que venha interceder ao Pai que eu consiga

realizar meu grande sonho e desejo de ser mãe. Tenho tentado há 04 anos mas não consigo e acredito que este dia irá chegar em breve e vai ser com certeza o momento mais

feliz da minha vida. Que Deus abençoe a todos!!!

QUERO SER MAMÃE

Ascenda uma vela vermelha peça ao pai Xango , para abrir seus caminhos, nos casos de justiça, contratos,

trabalhos e amor.

PAI XANGÔ

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Por que você procura por símbolos, misticismo ou seres pseudo-espirituais para se amparar neste mundo tão cheio de incertezas?

Por que você procura por coisas menores se Jesus existe? Por acaso você deseja resultados também menores? Ou será que

você é capaz de afirmar com honestidade que algo ou alguém é maior do que Jesus? Você só poderá dizer; - Deus é maior que

tudo. Sim, Deus é maior, mas Jesus, O Cristo, é Deus manifestado aqui na terra para o resgate da nossa vida em todos

os níveis. Jesus, O Cristo, é Deus-Filho! As coisas que você escolhe nesta vida são as mesmas que vão te acompanhar na

outra - pense nisso. Jesus pode estar com você agora e sempre. Para Jesus não há limites, tudo é possível, e para quem está com

Ele também! É só chamar por Ele. Acenda uma vela, faça uma prece, preste uma homenagem a Jesus que é nosso Irmão, nosso Mestre e nosso Senhor. ***Distribua esta mensagem para todos que puder - Jesus te Abençoa - (OBSERVAÇÃO: JESUS ABENÇOA

A TODOS QUE O PROCURAM, MAS ELE ESPERA TAMBÉM, QUE REFLITAM A RESPEITO DE TUDO O QUE PENSAM, FALAM E

ESCREVEM)

DECIDA SUA VIDA

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As cores vibram em diferentes freqüências energéticas, e têm significados simbólicos que podem mudar de acordo com a religião, a cultura, o país e as crenças pessoais. Listamos aqui alguns dos significados associados às cores:

Amarelo - lembrança, devoção, divindade, renúncia, desapego, intelecto;

Azul – cura, harmonia, tranqüilidade e devoção;

Branco – paz, reverência, pureza e inocência;

Roxo – proteção, transmutação de carma, espiritualidade, experiência mística e intuição;

Laranja – energia, saúde e vitalidade;

Vermelho – paixão, criatividade e sexualidade;

Preto – simboliza o aspecto feminino do divino, a mãe terra;

Rosa – amor, amizade e afeição;

Verde – esperança e equilíbrio.

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Nas sociedades complexas em que surge a cibercultura, essêncialmente heterogênea, a folkcomunicação ocorre nesta “mistura” entre popular e erudito, moderno e tradicional, hegemônico e subalterno, que se processa nos ciclos de hibridação. Este fenômeno não é apenas reprojetado no Altar Virtual, mas é também uma característica intrínseca deste.

No Altar Virtual o feedback se processa na interação por meio de

discurso, que só é possível à medida em que o usuário utiliza o

elemento simbólico (vela ou incenso). O usuário passa a ser um co-

autor (receptor e comunicador).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O folclore não está propriamente presente no Altar, mas elementos folclóricos são apropriados pela mídia, neste caso a revista eletrônica Planeta na Web, enquanto produtora do Altar Virtual.

A revista se apropria através dos símbolos e os usuários imprimem

elementos folclóricos, à medida que efetuam práticas como simpatias e

expressam suas crenças.

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Com as pesquisas transdisciplinares que têm sido desenvolvidas entre os campos da comunicação, da computação, da arte e da tecnologia, e que resultam na construção de imagens sintéticas, que são imagens artificiais construídas através de programação, ou seja, numéricas, surge a possibilidade de uma reprojeção ainda maior do corpo, que é a imersão do usuário em um ambiente virtual.

A produção humana no ciberespaço ganha dimensões

imensuráveis e, neste espaço, a expressão popular não está se

perdendo, mas está ganhando novos territórios na dinâmica

cultural das sociedades complexas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBREGUEZ, Sebastião. Comunicação, folclore e globalização: Os meios de comunicação de massa estão destruindo o folclore ou a sociedade está sendo formada por uma só cultura? Instituto Gutenberg, 1999, Boletim nº 28, Série eletrônica, disponível em <http://www.igutenberg.org/breguez28.html> (Acesso em: 01/ set/2006). CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. 4ª edição, São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003. CONTRERA, Malena Segura. Ontem, hoje e amanhã: sobre os rituais midiáticos. In: Revista Famecos, n° 28, Porto Alegre, 2005. DOMINGUES, Diana. Ciberespaço e Rituais: tecnologia, antropologia e criatividade. In: Horizontes Antropológicos, Vol. 10, nº 21, Porto Alegre: 2004. FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 50ª edição, São Paulo: Global: 2005. SANTAELLA, Lúcia. Culturas e artes do pós-humano: Da cultura das mídias à cibercultura. 2ª edição, São Paulo: Paulus, 2004. LUYTEN, Joseph. Conceito de Folkcomunicação. In: MARQUES DE MELO, José, org. - Mídia e Folclore: O Estudo da Folkcomunicação segundo Luiz Beltrão. INTERCOM, 1996. Disponível em: <http://www2.metodista.br/unesco/luizbeltrao/arquivos.02.luizbeltrao.documentosfolkcom98.pdf> (Acesso em: 05/set/2006).

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BANCO DE IMAGENS PARA A CONSTRUÇÃO DO ALTAR

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