Hancock: Por que até os heróis precisam de um RP

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Hancock: Por que até os heróis precisam de um Relações Públicas Vinícius Cardoso de Oliveira 1 Criado nos Estados Unidos, o Filme Hancock, do diretor Peter Berg, traz a história de John Hancock, personagem que dá nome ao filme. Lançado em 2008, o filme do gênero ação- comédia conta com a participação de celebridades do cinema Hollywoodiano, como Will Smith – protagonista do filme - , Charlize Theron e Jason Bateman, o Relações Públicas. De maneira trágico-cômica Hancock conta a história de um herói desajustado, muito diferente do visto nas Histórias em quadrinhos. Com super-poderes, incluindo força extraordinária, capacidade de voar e fisicamente invulnerável, Hancock tenta ajudar as pessoas de sua cidade – Los Angeles – porém sua maneira desequilibrada – devido ao álcool e a perda de memória, revelada posteriormente – faz com que seus atos heroicos gerem milhões de dólares em prejuízos. Em meio aos seus atos heroicos, Hancock salva a vida de Ray, interpretado por Jason Bateman, que se apresenta como um Relações Públicas que tem o sonho de mudar o mundo. Em forma de agradecimento, Ray oferece seus serviços de RP a fim de melhorar a imagem do Super-Heói. Mary Embrey, esposa de Ray, interpretada por Carlize Theron, se demonstrou bastante receosa quanto a presença de Hancock em sua casa. Ray consegue iniciar seu trabalho com Hancock 1 Graduando em Comunicação Social com Habilitação em Relações Públicas pela Universidade Federal de Goiás.

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Hancock: Por que até os heróis precisam de um Relações PúblicasVinícius Cardoso de Oliveira1

Criado nos Estados Unidos, o Filme Hancock, do diretor Peter Berg, traz a

história de John Hancock, personagem que dá nome ao filme. Lançado em 2008, o filme

do gênero ação-comédia conta com a participação de celebridades do cinema

Hollywoodiano, como Will Smith – protagonista do filme - , Charlize Theron e Jason

Bateman, o Relações Públicas.

De maneira trágico-cômica Hancock conta a história de um herói desajustado,

muito diferente do visto nas Histórias em quadrinhos. Com super-poderes, incluindo

força extraordinária, capacidade de voar e fisicamente invulnerável, Hancock tenta

ajudar as pessoas de sua cidade – Los Angeles – porém sua maneira desequilibrada –

devido ao álcool e a perda de memória, revelada posteriormente – faz com que seus atos

heroicos gerem milhões de dólares em prejuízos.

Em meio aos seus atos heroicos, Hancock salva a vida de Ray, interpretado por

Jason Bateman, que se apresenta como um Relações Públicas que tem o sonho de mudar

o mundo. Em forma de agradecimento, Ray oferece seus serviços de RP a fim de

melhorar a imagem do Super-Heói. Mary Embrey, esposa de Ray, interpretada por

Carlize Theron, se demonstrou bastante receosa quanto a presença de Hancock em sua

casa. Ray consegue iniciar seu trabalho com Hancock quando o noticiário anuncia

vários mandatos de prisão para o herói. Ray o convence a se entregar.

No decorrer do filme, o Relações Públicas desenvolve seu trabalho com

Hancock, tornando-o um herói ajustado. Nesse momento, Hancock descobre que Mary

possui as mesmas habilidades que ele. Logo em seguida Ray também descobre e lhe é

revelado que eles são uma espécie de deuses gregos, que foram feitos em pares e por

séculos foram casados, porém essa relação os mantém vulneráveis, não podendo ficar

juntos.

O filme aborda uma das profissões do campo da Comunicação: As Relações

Públicas. No filme, Ray é um RP que trabalha, entre outras coisas, com a Imagem e a

Identidade de organizações e pessoas.

1 Graduando em Comunicação Social com Habilitação em Relações Públicas pela Universidade Federal de Goiás.

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Ray começa a analisar a imagem e a identidade de John Hancock através de dois

principais canais: A Televisão e a Internet. Neste Ray encontra vários vídeos que

mostram os motivos pelos quais Hancock é um super-herói impopular. As cenas

gravadas por populares nos momentos heroicos mostram um herói despreocupado com

os meios utilizados para realizar seus atos.

Analisando também os noticiários, Ray percebe então a oportunidade de iniciar

o melhoramento de imagem doe. O RP o convence a anunciar em uma coletiva de

imprensa sua rendição à Justiça, junto com um pedido de desculpas e um compromisso

com a mudança de postura.

O filme mostra um dos lados mais sublimes da profissão do Relações Públicas.

Mostra o Relações Públicas, não como alguém tentando manipular os discursos a fim de

conseguir poder - como mostrado no seriado “Revenge” (2011) cuja personagem que é

Relações Públicas, Ashley Davenport, tenta usar suas habilidades para ganhar poder e

influência – mas como alguém que tenta “mudar o mundo”.

Assim Ray trabalha aspectos como a identidade visual. Além do novo traje de

Hancock, Ray cria um emblema, uma marca para o herói: A Águia, o mesmo símbolo

dos Estados Unidos. O uso de símbolos como o usado por Ray no uniforme de Hancock

gera aproximação com seu público. A tendência dos públicos é aceitar com mais

facilidade aquilo com que eles se identificam, no caso de Hancock, a águia.

Outro aspecto que Ray leva em conta - e que pode ser traduzido por meio do

jargão “a primeira impressão é a que fica” – é o modo como o herói deve chegar, isto é,

ao invés de pousar destruindo tudo o que está em baixo, pousar de maneira suave. A fala

de Ray é: “A chegada é o mais importante”. Ray, enquanto Relações Públicas sabe que

o primeiro contato cria uma imagem positiva ou negativa.

Ainda analisando a atuação de Ray enquanto Relações Públicas percebe-se a

preocupação de como Hancock se relaciona com seus públicos. A palavra-chave deste

momento é “god job” (bom trabalho). Ray entende que reconhecer o trabalho do outro é

fundamental para a imagem do herói.

Por fim, após todo o trabalho de Relações Públicas ofertado por Ray Hancock

reconhece que, de fato, Ray conseguiu mudar o mundo, o seu mundo. Em

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agradecimento, o Herói desenha na Lua o símbolo do projeto de Ray, o coração

estampado em sua identidade visual.

O trabalho de Relações Públicas ainda é pouco conhecido em parte por trabalhar

mais nos bastidores e na gestão da imagem e da identidade das organizações, o que é

feito de dentro (da organização) para fora (para seus públicos de interesse) do que a

frente da ideia. Porém vemos como o trabalho do RP é fundamental para se consolidar

um legado.

Referências:

GOLDSMAN, Akiva; BERG, Peter. Hancock. [Filme-DVD]. Produção de Akiva

Goldsman, James Lassiter, Michael Mann e Will Smith, direção de Peter Berg. EUA:

Columbia Pictures, 2008. DVD, 92 min.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hancock_(filme) acessado em: 22 de maio de 2014 às

23h20min.