Hebreus 11:38 - O mundo não era digno deles

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Hebreus 11:30 - O mundo não era digno deles Marcone Bezerra Carvalho Uma publicação de Morávios publicações Este eBook é publicado com permissão do autor. Você está autorizado e incentivado a baixar, ler e distribuir este material, desde que não o utilize para fins comerciais nem altere seu conteúdo e arte. Edição e diagramação: moravios publicações

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Índice Introdução, 5 

David Brainerd, 9 

William Carey, 12 

Adoniran Judson, 15 

David Livingstone, 18 

John Paton, 21 

Hudson Taylor, 24 

Mary Slessor, 27 

Robert Kalley, 30 

Ashbel Green Simonton, 31 

José Manoel da Conceição, 36 

Jim Elliot, 39 

Sophie Muller, 43  

Cooperadores de Deus na Obra Missionária, 46 

  

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Introdução  

 

A edição deste e-book requer alguns esclarecimentos e comentários.

O primeiro deles tem a ver com a origem dos textos. A maioria dessas mini-biografias apareceu pela primeira vez no boletim da 1ª Igreja Presbiteriana de Itapecerica da Serra, SP, comunidade onde servi como pastor. Posteriormente, quando criei uma página virtual, voltei a publicá-las, dessa vez ilustrando cada texto com a foto do personagem correspondente. Foi dessa maneira, na internet, que o irmão André Filipe Aefe Noronha,

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idealizador e administrador do site morávios.net, tomou conhecimento delas. André propôs, e eu aceitei, a publicação do material no seu site, o que culminou na série “biografia missionária das terças”. Mais recentemente, ele me convenceu a reuni-las em um só lugar para que mais gente pudesse ter acesso ao conteúdo. Assim surgiu este e-book.

A maioria das informações aqui contidas foi extraída da internet. Por conta disso, procurei ter o cuidado de não incluir fatos que aparecem somente em um site ou fonte. Registro isso porque existe uma tendência de se exagerar os feitos dos missionários (as) ou de heroizá-los (as). Outra coisa a ser dita é que encontramos bastante material sobre a vida dos considerados grandes personagens; por outro lado, e com frequência, temos pouca ou nenhuma informação acerca dos não famosos missionários. Estou convencido da necessidade de reeducarmos nosso olhar, a fim de que nos lembremos de Paulo, mas também valorizemos Barnabé, ou Áquila e Priscila, sem deixarmos de atentar para a importância de cooperadores como Onesíforo (cf. 2 Tm 1.15-17).

A abordagem escolhida para apresentar as mini-biografias foi descritiva, em vez de analítica ou interpretativa. Em um volume dessa natureza seria inviável optar por outro caminho. Contudo, aqui cabe uma observação. Por mais que valorizemos o esforço e ministérios desses homens e mulheres de Deus, eles, como nós hoje, eram filhos da sua época. Isso significa dizer que, por vezes, erraram ou foram silentes quanto a temas que a igreja de sua época não percebeu ou, eventualmente, não condenou. Para sermos justos, em alguns casos, eles acertaram quando grande parte dos cristãos errou. Portanto, creio ser necessário cultivar esse cuidado na hora de apreciar o trabalho deles: eles (as)

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serviram a Deus em seu tempo e em contextos muito diferentes do nosso.

O leitor mais atento notará que na nossa lista constam (apenas) duas mulheres e dez homens. Isso se deve por várias razões. Uma delas, segundo nos parece, é que as mulheres foram encobertas ou ofuscadas pelo ministério de seus maridos, isto é, como estiveram por trás ou ao lado deles, nem sempre foram reconhecidas por aqueles que narraram a vida de seus companheiros. Em outras palavras: por vezes foram indevidamente postas à margem da história. Outra razão é que por muito tempo, na história das missões, a ideia de uma mulher solteira no campo transcultural não foi bem aceita. De qualquer maneira, a presença de Mary Slessor e Sophie Muller neste volume nos alerta que, como elas, muitas outras serviram a Deus e bem poderiam ter sido biografadas.

Quanto ao título, Hebreus 11:38 – O mundo não era digno deles, julgamos oportuno por expressar o que caracterizou a vida desses homens e mulheres: renúncia ao mundo, por amor a Deus e à sua Palavra. Que a leitura desse opúsculo nos inspire a amar mais ao Senhor. Que o mundo não seja digno de nós.

Santiago, Chile, 22 de agosto de 2015.

Rev. Marcone Bezerra Carvalho

Pastor da Iglesia Presbiteriana de Chile

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“Eis me aqui, Senhor, envia-me até os confins da terra, longe de tudo o que se chama conforto; envia-me mesmo para a morte se for no teu 

serviço e para promover o teu reino”

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DAVID BRAINERD [1718–1747] Missionário entre os índios pele-vermelhas

Missionário americano entre os nativos do seu país. Era calvinista e pertencia à Igreja Congregacional. Foi contemporâneo do avivalista Jonathan Edwards, tendo sido noivo de sua filha. Enfrentou muitas dificuldades: aos 10 anos, perdeu seu pai; aos 15, a mãe; ainda jovem, contraiu tuberculose, doença que o castigaria no transcurso dos anos. Por certo, as lutas contra a depressão se relacionam a essas duras experiências. Todavia, sua curta vida não impediu que sua influência fosse perpetuada ao longo das gerações. O Diário de Brainerd tem sido uma fonte de inspiração para muitas gerações

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e influenciou, dentre outros, Henry Martin, William Carey, John Wesley e Adoniram Judson. Convertido em 1739, pouco antes de ingressar na Universidade de Yale, quando completou 23 anos prometeu “ser totalmente do Senhor, para ser sempre dedicado ao seu serviço”. Em 1742, ao comentar com seus colegas que certo “professor era mais sem graça do que uma cadeira” – comentário que chegou à direção de Yale -, foi expulso da instituição. Apesar do pedido de perdão e de uma confissão escrita, a decisão foi mantida. Este episódio o feriu profundamente. Por isso, passou a dedicar mais tempo à oração e ao jejum. Nesse processo de amadurecimento, foi ordenado em 1744, despediu-se da família e, enviado por uma agência missionária escocesa, foi viver entre os índios pele-vermelhas. Freqüentemente tinha sérias crises de saúde, pioradas pelos invernos rigorosos. Viajava por imensas distâncias a pé ou a cavalo. Além das pregações, dava aulas de inglês para os aborígenes. Seu ministério, apesar de curto, foi abençoado: centenas de índios foram convertidos. Faleceu, de tuberculose, em 1747. Jonathan Edwards, que pregou no seu funeral, publicou o livro “A Vida e o Diário de David Brainerd”. Tempos depois, em Yale, devido ao seu exemplo ministerial, o nome de Brainerd foi dado a um prédio – o único da universidade em homenagem a um aluno que foi expulso dela.

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“Onde a paixão por Deus é fraca, o zelo por missões será fraco” 

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WILLIAM CAREY [1761–1834] O sapateiro que se tornou o pai das missões modernas

Nasceu na Inglaterra, no seio de uma família pobre. Estudou várias línguas, geografia, história, Bíblia, biografias missionárias e as aventuras do Capitão Cook. Convertido na adolescência, pertencia a um grupo de batistas. Dedicava-se ao estudo nas horas de folga. Pastoreava uma igreja pequena e, para se sustentar, fazia sapatos. Em 1792, publicou o livro “Uma inquirição sobre a responsabilidade dos cristãos em usarem

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meios para a conversão dos pagãos”, obra de referência na literatura missionária. Demonstrava grande preocupação missionária e queria se envolver diretamente na evangelização dos pagãos. Numa pregação, falou: “Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. Após organizar a Sociedade Missionária Batista, Carey rumou para a Índia (1793). A estratégia empregada por ele se baseava nos seguintes princípios: a) conversão individual; b) formação de uma igreja nacional autônoma; c) uso de leigos bem preparados no estudo da Bíblia; d) preparo de pastores nacionais; e) tradução da Bíblia e de literatura cristã; f) participação ativa na sociedade, influenciando a legislação e o ensino. Carey teve sucesso, mas também enfrentou grandes dificuldades, começando em seu próprio lar. Sua esposa não se adaptou à vida longe da pátria. O relacionamento com a Sociedade Missionária nem sempre foi harmonioso e os problemas econômicos eram constantes. Depois de muitos anos de trabalho, pôde colher os resultados evangelísticos, fundar uma igreja e traduzir a Bíblia para várias línguas e dialetos. Sofreu, então, um grande abalo, quando um incêndio destruiu as traduções que tinha feito e todo o material tipográfico. Começou tudo de novo. Posteriormente agradeceu a Deus porque sentiu que, na segunda vez, seu trabalho ficou melhor. Traduziu a Bíblia para 35 línguas e dialetos e outros livros para a cultura indiana. Influenciou o governo indiano para a proibição do “sati”, a queima das viúvas junto com o cadáver do marido. Estabeleceu uma sociedade agrícola para melhorar a nutrição. Lutou contra o sistema de castas. Estudou e se tornou mestre dos escritos clássicos em sânscrito. Carey entendia que a obra missionária incluía a transformação dos paradigmas de uma nação e, para que isso ocorresse, era preciso conhecer profundamente a cultura local. Seu ministério na Índia é um marco na história das missões protestantes.

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Muitos crentes consagrados jamais atingirão os campos missionários com os seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os seus joelhos

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ADONIRAM JUDSON [1788–1850] Missionário na Birmânia

Missionário americano que atuou na Birmânia, atual Myanmar, por quase 40 anos. Ajudou na padronização da língua birmanesa e compilou o primeiro dicionário birmanês-inglês. Era filho de um pastor congregacional, mas foi ateu por um certo período de sua vida. Após estudar na atual Universidade Brown, ingressou no Seminário Teológico de Andover e, em 1812, foi designado missionário pela Igreja Congregacional. Casou-se com Ann Hasseltine no dia 5 de fevereiro daquele ano. Quatorze dias depois, os recém-casados seguiram viagem para a Índia. Seu filho faleceu ainda no ventre. Após estadia em

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Calcutá, decidiu ingressar na Igreja Batista. Adoniram Judson chegou à Birmânia em 1813. As leis birmanesas proibiam a conversão, mas mesmo assim Judson batizou seu primeiro convertido. Durante a guerra entre a Inglaterra e a Birmânia, Judson ficou aprisionado por 21 meses. Sua esposa faleceu durante este tempo e, posteriormente, sua filha também. Após isso, casou-se com Sarah Hall Boardman, viúva de outro missionário (George Boardman). Após seu falecimento, casou pela terceira vez com a escritora Emily Chubbuck, a quem pediu para escrever uma biografia de sua segunda esposa. Para evangelizar, Adoniram Judson ficava em um pagode (uma cabana típica para culto religioso). Era um trabalho lento, que exigia grande persistência. Como dizia Judson: “Conquistar um convertido, nestas regiões, é como tirar um dente canino de um tigre vivo”. A igreja pastoreada por Judson chegou a ter 18 membros, porém, na época de sua morte restavam apenas 4. Com o tempo, o número de birmaneses alcançados direta ou indiretamente com a sua pregação foi crescendo e hoje Myanmar tem uma população razoável de cristãos. Adoniram Judson faleceu em 12 de abril de 1850, durante uma viagem pela Baía de Bengala (Oceano Índico) e foi lançado ao mar. Na Universidade de Yangon, em Myanmar, há uma capela chamada de Judson Church (Igreja de Judson) em sua homenagem.

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Deus, envia-me para qualquer lugar, desde que vás comigo. Coloca qualquer carga sobre mim, desde que me carregues e desates todos os laços do meu coração, menos o laço que prende o meu 

coração ao teu

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DAVID LIVINGSTONE [1813–1873] Missionário que descobriu o interior da África

Missionário escocês. De família pobre, começou a trabalhar bem cedo. Aos 10 anos já trabalhava na fábrica de algodão e estudava à noite. Em 1834, ouvindo os apelos da Igreja Presbiteriana, que queria mandar missionários para a China, decide preparar-se para assumir a função. Dois anos depois, começa a estudar grego, teologia e medicina em Glasgow. É aceito na Sociedade Missionária de Londres em 1838, mas a China está sacudida pela Guerra do Ópio, o que o impede de viajar. Os planos mudam e Livingstone é convencido a trabalhar na África. Casa-se com Mary Moffat (1820-1862). Em 1841,

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desembarca na África do Sul. Livingstone não foi o primeiro, mas com certeza foi o maior explorador da África. Quando embarcou pela 1ª vez para o continente negro pretendia atuar principalmente como missionário. Logo constatou que as missões em território pouco povoado não seriam promissoras, se não viajasse muito e visitasse os nativos. Ao todo percorreu 48 mil quilômetros em terras africanas. Numa aventura de mais de 15 anos, atravessou duas vezes o deserto de Kalahari (localizado entre Botswana, Namíbia e África do Sul), navegou o rio Zambeze de Angola até Moçambique, procurou as fontes do Nilo a serviço da Sociedade Geográfica Royal, descobriu as Cataratas Vitória e foi o primeiro europeu a atravessar o lago Tanganica (que corta 4 países). Cruzou Uganda, Tanzânia e Quênia. Andava a pé, em carros de boi e em canoas. Nas aldeias, tratava dos doentes, conquistando assim a amizade dos nativos. Suas descobertas foram sendo incorporadas ao domínio inglês. Quando voltou à Inglaterra em 1856, foi recebido como herói nacional; publicou “Viagens missionárias e pesquisas na África do Sul”. Retorna à África dois anos depois. O objetivo era levar o livre comércio, o cristianismo e a civilização para o interior da África. Com a saúde debilitada por doenças tropicais, morreu, durante suas orações, na Zâmbia. Mas, antes do corpo ser embalsamado e enviado para Abadia de Westminster (Londres), os africanos tiraram seu coração e o enterraram debaixo de uma árvore.

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Logo serei colocado em uma sepultura para ser 

comido pelos vermes; se eu puder morrer servindo o Senhor Jesus, não fará diferença para 

mim se vou ser comido por canibais ou por vermes; e, no Grande Dia, meu corpo ressurreto 

se levantará sadio, à semelhança do nosso redentor que ressuscitou 

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JOHN PATON [1824–1907] Missionário nas Ilhas do Pacífico Sul

Escocês. Missionário presbiteriano nas Ilhas que formam o país chamado Vanuatu. Paton foi grandemente influenciado pela piedade de seu pai. Estudou teologia e medicina na Universidade de Glasgow. Era apaixonado pela pregação do Evangelho. Por 10 anos (1847-1857) serviu como missionário nos subúrbios de Glasgow. Foi ordenado ao ministério em 1858, casou-se com Mary Ann Robson e, no mesmo mês, partiram para as Ilhas. Estabeleceram-se em Tanna, ilha habitada por nativos canibais. Em 1859, sua esposa faleceu ao dar à luz e, no mês seguinte, faleceu a criança. Apesar do luto devastador e dos perigos, John Paton continuou firmemente seu trabalho. Durante um ataque dos nativos, em 1862, foi resgatado por um navio que chegou a

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tempo de levá-lo para outra ilha, Aneityum. De lá partiu para Austrália, Nova Zelândia e Escócia, a fim de incentivar a obra missionária nas Ilhas do Pacífico Sul e angariar dinheiro para construção de um navio a vapor que ajudasse na evangelização das Ilhas. Na Escócia, além de se tornar moderador do Sínodo da Igreja Presbiteriana e conseguir 7 novos missionários para as Ilhas, casou-se com Maggie Whitecross. Em 1866, o novo casal desembarcou na Ilha Aniwa – a mais próxima de Tanna. Lá, Paton e Maggie viveram numa cabana enquanto construíam sua casa. Conseguiram também construir outras duas para crianças órfãs. Posteriormente, um templo e outras edificações foram erguidas. Em Aniwa, 6 dos 10 filhos nasceram, mas 4 morreram ainda pequenos. Seu 3º filho do matrimônio com Maggie, Francis Paton, tornou-se missionário nas mesmas Ilhas (1896-1902). As conversões foram acontecendo e a primeira ceia ocorreu em 1869. John aprendeu a língua e a grafou. Maggie alfabetizava e evangelizava mulheres e meninas, vindo também a capacitá-las para que se tornassem especialistas em costura e confecção de chapéus. Apesar das privações, ameaças e perigos decorrentes do contato com os nativos, o casal continuou seu trabalho e, depois de anos de perseverante ministério, viu todos os habitantes da ilha seguindo a religião cristã. Em 1899, o Novo Testamento foi impresso na língua local. Nessa mesma época, havia missionários atuando em 25 das trinta Ilhas do Pacífico Sul. Ao longo dos anos, Paton visitou e cultivou fortes vínculos com cristãos da Grã-Bretanha, Nova Zelândia, EUA, Canadá e Austrália – vindo a ser moderador da Igreja Presbiteriana nesse último país. Sua esposa Maggie morreu em 1905 e John em 1907. Ambos estão enterrados em Vitória, Austrália. No Seminário Presbiteriano de Vitória, a classe de teologia é conhecida como classe John Paton.

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A grande comissão não é uma opção a ser 

considerada, mas uma ordem para ser obedecida

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HUDSON TAYLOR [1832–1905] Missionário criador da Missão para o Interior da China

Missionário inglês que, com 21 anos, desembarcou na China. Na época, todos os missionários se alojavam nas colônias inglesas, nas cidades portuárias. Taylor sentiu que os missionários precisavam alcançar o interior e, assim, em 1865, fundou a Missão para o Interior da China (CIM, hoje OMF International). Taylor viveu na China por 51 anos. A organização que ele iniciou foi responsável pelo envio de mais de 800 missionários, o que resultou na abertura de 125 escolas e na conversão de centenas de pessoas, assim como no estabelecimento de mais de 300 estações de trabalho com mais

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de 500 colaboradores locais em todas as dezoito províncias. Taylor era conhecido por sua sensibilidade à cultura chinesa e por seu zelo na evangelização. Um exemplo disso foi a prática por ele adotada de usar roupas nativas mesmo quando isso era raro entre os missionários da época. Sob a sua liderança, a CIM era singularmente não-denominacional e aceitava membros de todos os grupos protestantes, incluindo indivíduos da classe de trabalho, mulheres solteiras e recrutas multinacionais também. Em função da campanha da CIM contra o comércio do ópio, Taylor foi citado como um dos europeus mais significantes a visitar a China no Século XIX. A missióloga Ruth Tucker registra: “Nenhum outro missionário nos dezenove séculos desde o apóstolo Paulo teve uma visão mais ampla e usou um plano mais sistematizado para evangelizar uma grande área geográfica como Hudson Taylor”. Ele teve a oportunidade de pregar em diversos idiomas e dialetos chineses, incluindo o Mandarin, Teochew, Chaozhou, e os dialetos Wu do Xangai e Ningbo. Em 1905, Taylor retornou a China pela décima primeira vez. Lá ele visitou Yangzhou e Zhenjiang e outras cidades, antes de morrer de repente em casa. Foi enterrado ao lado de sua primeira esposa, Maria de Zhenjiang, no pequeno Cemitério Inglês, perto do rio Yangtze.

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Sei que vou para o meio de um povo feroz, mas eles também precisam ouvir de Jesus. Alegrem-se, 

eu voltarei. Mas, se não voltar, nós nos encontraremos nas margens do grande rio, diante 

do Grande Pai

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MARY SLESSOR [1848–1915] Missionária em Calabar, Nigéria

Escocesa, de família pobre. Quando menina, costumeiramente saía de casa e passava a noite na rua para fugir da violência do pai alcoólatra. A mãe trabalhou duro para sustentar a família e, apesar das inúmeras dificuldades, criou os filhos no Evangelho e com visão missionária. Em 1874, aos 26 anos, Mary Slessor foi pedida em casamento. Mas nesse mesmo ano o Império Britânico foi sensibilizado pela notícia da morte de David Livingstone. Fizeram, então, apelos para que voluntários aceitassem o desafio de servir no continente africano, e Mary, decidindo entre o trabalho missionário e o casamento, optou

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pelo primeiro e ofereceu-se. Nessa época, era aluna da Escola Normal de Edimburgo e sua coragem em seguir para um lugar conhecido como “sepultura dos brancos” deixou forte impressão em todos. Em 1876, enviada pela Igreja Presbiteriana, Mary embarcou em um navio que a levaria a um lugar em nada semelhante à sua Escócia: Calabar, na Nigéria. Tornava-se realidade o sonho da sua mãe: a filha missionária. Mary vivia com simplicidade e evangelizava com ousadia e coragem. O povo a chamava de “mãe de todos os povos”. Vivendo no centro do comércio de escravos, presenciava cenas chocantes de morte, tortura e angústia humana. Atendia os oprimidos, cuidava de bebês abandonados, pregava, ensinava, consolava. Chegou a ter 12 bebês em sua casa. Realizou trabalho tão relevante que conseguiu a admiração das autoridades. Tinha grande conhecimento da cultura e das leis do país. Foi criticada, como outros missionários, porque considerava os africanos como seres humanos e irmãos, quando muitos os consideravam seres inferiores. Viveu muitos anos entre as tribos africanas. Através dela, centenas de africanos tomaram conhecimento de Cristo e muitos o aceitaram como Salvador. Acredita-se que ela tenha sido mais usada por Deus na conversão das pessoas que Livingstone, apesar de ser menos conhecida que ele. Por meio de seu ministério, muitos negros foram conduzidos ao caminho da salvação. Em 1915, ainda em plena África, foi recolhida por Deus. Atualmente, na Escócia, o retrato de Slessor aparece na cédula de 10 libras esterlinas emitida pelo Clydesdale Bank.

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Alma, escuta o bom Senhor,/ a Jesus, o Salvador/ Ele diz com terno amor:/ ‘Tu me amas, pecador?/ Das prisões te soltarei/ As feridas curarei!/ Vim do céu por teu amor:/ Tu me amas, pecador? 

hino 212 Novo Cântico

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ROBERT KALLEY [1809–1888] Missionário pioneiro no Brasil

Missionário escocês. De família rica e cristã, Kalley perdeu o pai com 1 ano e a mãe com 7, sendo criado pelo padrasto. Formou-se em medicina na Universidade de Glasgow. Nessa fase, jovem, tornou-se ateu. Mas, em 1835, quando visitou uma velhinha pobre e muito doente, impressionado com seu testemunho e piedade, foi convertido por Deus. Casou-se com Margaret Crawford em 1838 e, no mesmo ano, partiram para a Ilha da Madeira, território português. Sua ordenação ministerial, mesmo sem estudos teológicos, aconteceu em 1839 pela Sociedade Missionária de Londres. Sediados em Funchal, o casal desenvolveu um rico ministério: fundou um hospital que chegou a atender quase 50 pessoas por dia; 20 escolas em

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diferentes lugares da Ilha; distribuição de Bíblias, visitas médico-pastorais, trabalho filantrópico e outras ações que fizeram com que Kalley fosse apelidado de “santo inglês”. Todavia, as autoridades católicas iniciaram a perseguição e começaram a dificultar sua presença e atuação. Em 1843, Kalley passou 6 meses no cárcere. Libertado, teve que ser mais cauteloso e limitado em suas ações. Com a ajuda do Rev. W. Hewitson, organizou a 1ª Igreja Presbiteriana em solo português (1845). As perseguições aumentaram: crentes espancados e presos, casas incendiadas, ataques via imprensa, preconceito social, até que, em 1846, Kalley teve que fugir disfarçado de mulher enferma. Sua casa com todos seus pertences foi destruída, o hospital e as escolas saqueados e a literatura evangélica queimada. O navio partiu para o Caribe, onde Kalley reencontrou sua esposa. Estima-se que, somente em 1846, 2000 protestantes fugiram da Ilha (centenas foram para os EUA). Depois de algum tempo na Escócia e Inglaterra, Kalley foi missionário na Ilha de Malta (1848-1849) e em Israel (1850-1852). Sua esposa Margaret faleceu em 1852 e, no mesmo ano, Kalley se casou com Sarah Poulton. Nos anos 1853-54, Kalley esteve visitando amigos nos EUA. Lá, em contato com a Sociedade Bíblica, tomou conhecimento da carta do Rev. James Fletcher, capelão no Rio de Janeiro, pedindo o envio de alguns madeirenses para trabalhar como colportores (distribuidores de Bíblia). Kalley e Sarah decidiram-se, então, pelo Brasil. Chegaram aqui em 1855 e estabeleceram a Igreja Congregacional, a mais antiga igreja evangélica fundada por missionários entre nós. O casal voltou para Escócia em 1876 e Kalley faleceu em 1888. Na Escócia, após a morte do marido, Sarah Kalley fundou a missão “Help for Brasil”. Sara faleceu em 1907, mas continua vivíssima entre os evangélicos brasileiros: seus hinos nunca deixaram de ser cantados.

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Se o campo é o mundo, então todas as esferas e 

países precisam ser ocupados, e a recusa de alguns em ir para os lugares menos promissores, somente torna esse dever mais imperativo para 

outros 

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ASHBEL GREEN SIMONTON [1834–1867] Pioneiro presbiteriano no Brasil

Americano da Pensilvânia, de origem escocesa-irlandesa, Simonton descendia de uma família presbiteriana. Completou os estudos no College de New Jersey, embrião da Universidade de Princeton. Em 1852 empreendeu uma viagem pelo sul dos EUA em busca de experiência profissional e, por 1 ano e meio, dirigiu uma escola no Mississipi. Voltando a Harrisburg em 1854, pensou em ser advogado, mas, tendo sido alcançado por um avivamento religioso que se manifestou na região, Simonton voltou à igreja, tornou-se membro e começou a sentir-se atraído pelo ministério. O fato de ter sido dedicado a Deus quando bebê, por ocasião do seu batizado, para ser um pregador do evangelho, foi um importante incentivo. Assim, em 1855, ele ingressou no Seminário de Princeton. Ainda no 1º semestre,

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ouviu um sermão do Rev. Charles Hodge que o fez pensar na obra missionária. Ordenado em 1859, embarcou para o Brasil e chegou ao Rio de Janeiro em 12 de agosto. Em virtude da necessidade de aprender a língua local, no início Simonton limitou-se a pregar em navios ancorados na Baía da Guanabara e em residências de estrangeiros. Em abril de 1860, ele conseguiu dirigir o seu 1º culto em português. Meses mais tarde, chegaram valiosos reforços na pessoa do Rev. Alexander Blackford e sua esposa Elizabeth, irmã de Simonton. Em viagem para reconhecimento de campo, ele visitou São Paulo, Sorocaba, Itapetininga, Itu e Campinas. A partir de 1861, Simonton passou a pregar regularmente aos brasileiros e, finalmente, em 12/01/1862, foi organizada a IP do Rio de Janeiro. Após isso, Simonton regressou aos EUA para ver sua mãe enferma. Ao chegar, soube que ela havia falecido e também afligiu-se com a Guerra Civil. Falou sobre o seu trabalho em diversas igrejas e, em março de 1863, Simonton casou-se com Helen Murdoch. Quatro meses depois, o novo casal chegou ao Rio de Janeiro. Em fins de junho de 1864, nove dias após o nascimento de sua filha, Helen faleceu. A criança foi criada por sua irmã e cunhado. Nesse período difícil, contou com a solidariedade de um casal amigo: George Chamberlain e Mary Annesley, fundadores da Escola Americana (atual Mackenzie). No final de 1864, o ex-padre José Manoel da Conceição foi recebido como membro da igreja. Dois dias depois, ocorreu o lançamento da Imprensa Evangélica, o 1º jornal protestante do Brasil. Simonton ainda participou da organização do Presbitério do Rio de Janeiro (1865), do Seminário Primitivo (1867) e assistiu o nascimento das IPs de São Paulo e Brotas. Faleceu em 09/12/1867 e está enterrado no Cemitério Protestante na Consolação (SP Capital). Em sua homenagem, o Seminário Presbiteriano do Rio de Janeiro se chama Seminário Simonton.

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Temos esperança e ansiosamente 

desejamos vê-la (a igreja) progredir, concorrendo com quanto houver em nossas 

poucas forças para que mais e mais Jesus Cristo ganhe almas para sua glória

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JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO [1822–1873] Primeiro pastor brasileiro

Paulistano criado pelo tio-avô, foi, segundo o historiador Émile Léonard, o “São Francisco de Assis protestante”. Desde os 18 anos travou contato com a Bíblia. Foi ordenado padre aos 22 anos e exerceu o sacerdócio de 1844 a 1864, sempre na Província de São Paulo: Monte Mor, Piracicaba, Santa Bárbara, Taubaté, Sorocaba, Limeira, Ubatuba e Brotas. Começou a pregar mensagens evangélicas e a incentivar o povo a ler a Bíblia, sendo apelidado de “o padre protestante”. Em 1863, Conceição escreveu ao bispo D. Sebastião sobre suas lutas espirituais, sendo, então, nomeado para um cargo

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administrativo. Nesse ano recebeu a visita do Rev. Alexander Blackford, que ouvira falar do “padre protestante”. Devolveu a visita a Blackford em São Paulo e, depois de várias conversas, renunciou ao sacerdócio. Em outubro de 1864, fez sua pública profissão de fé no Rio de Janeiro. Sendo culto e eloquente, esse fato causou consternação no clero católico. Sua conversão mudou o quadro e o avanço da obra missionária evangélica no Brasil. Passou a colaborar com os missionários em várias frentes: jornal Imprensa Evangélica, tradução de livros e pregações. Foi ordenado pastor em 17/12/1865. Teve um ministério itinerante, visitando as cidades onde havia servido como padre e pregando a fé somente em Cristo. Entre 1867-68, ficou 1 ano nos EUA para tratar de sua saúde, temporada na qual pregou para os portugueses que haviam sido expulsos da Ilha da Madeira com Kalley. A partir de 1869, passou a viver de maneira solitária e itinerante. Não se sentia interessado pelos grandes centros, mas pelas vilas e cidades do interior. Viajava a pé, hospedava-se em qualquer lugar e sofreu perseguições do clero católico em algumas regiões. Rev. JMC era de uma simplicidade incrível, não obstante fosse muito culto: lia em inglês, francês e alemão, e tinha noções de medicina. A herança que recebeu da família foi distribuída aos necessitados. Do seu ministério nasceram diversas igrejas protestantes, posto que depois de sua evangelização os convertidos eram assistidos por outros pastores. Morreu dormindo, em uma Enfermaria Militar no Rio, depois de ter sido encontrado enfermo numa estrada de terra. Seu corpo está sepultado ao lado do pioneiro Simonton, no Cemitério dos Protestantes. Na lápide do seu túmulo se lê: “Não me envergonho do Evangelho de Cristo”. Em sua honra, no estado de São Paulo, existem o Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição e a Igreja Presbiteriana JMC.

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Não é tolo quem dá o que não pode reter em troca daquilo que jamais poderá perder 

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JIM ELLIOT [1927-1956] Mártir entre os índios equatorianos

Americano, Jim foi criado em um lar cristão. Seu pai era ancião da Plymouth Brethren (grupo conhecido no Brasil como “Irmãos Unidos” ou “Casa de Oração”). Esse ambiente piedoso influenciou a vida de Jim desde cedo. Relatos dão conta que ele foi convertido na infância, que lia a Bíblia com assiduidade e que ainda menino já manifestava zelo evangelístico. Após se formar em arquitetura, em 1945, Jim ingressou no Wheaton College, uma universidade cristã, com a intenção de se preparar melhor para servir a Deus no ministério. Seu interesse pelas missões o levou a liderar, nessa instituição, a liga missionária, a

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fazer uma viagem de 6 semanas ao México e a se dedicar ao estudo da língua grega – conhecimento fundamental para os que almejam o ministério transcultural. No Wheaton College, ele conheceu sua futura esposa, Elisabeth Howard. De 1950 a 1951, Jim continuou se preparando para o campo. Enquanto fazia um curso de linguística, conheceu um missionário que se preparava para o ministério entre os índios quíchuas do Equador. Foi a partir desse contato que ele teve certeza de que seu campo era o Equador. No início de 1952, Jim, acompanhado de um amigo, desembarcou na América do Sul. Em maio, Elisabeth chegou. Nos primeiros anos, Jim trabalhou entre os quíchuas. Despertados para trabalhar junto aos índios aucas (hoje chamados huaoranis) - uma etnia não alcançada, conhecida por sua ferocidade e reclusão, Jim e Elisabeth - já casados - e outros casais missionários decidiram estabelecer uma base missionária que lhes permitisse a aproximação com os selvagens. Animados com os primeiros contatos, no dia 08 de janeiro de 1956, Jim, Ed McCully, Roger Youderian, Pete Fleming e o piloto do pequeno avião, Nate Saint, foram surpreendidos por um grupo de aucas. Mesmo avistando os índios de longe, os missionários resolveram não usar suas armas. Foram mortos de maneira cruel, e seus corpos foram encontrados ao longo do rio, marcados por golpes de lança e machado. Naquele dia, 5 mulheres ficaram viúvas e 9 crianças órfãs de seus pais. O mais impressionante estava por vir. Elisabeth e Raquel, viúvas de Jim e Nate, decidiram continuar vivendo na mesma aldeia, com seus filhos pequenos. Algum tempo depois, foram substituídas por outros missionários (as). No transcurso dos anos, a tribo foi evangelizada, a Bíblia foi traduzida e, aprouve ao Senhor, converter um dos índios que assassinou os missionários. Esse homem, pastor da tribo Kimo, batizou Steve e Kathy, filhos de Nate Saint e Raquel. A morte dos missionários americanos foi

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amplamente coberta pela imprensa americana, bem como a atitude de suas esposas de permanecer na região. “Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode perder, não é um tolo”. Essa frase foi encontrada no diário de Jim Elliot. A vida dele e dos outros quatro missionários assassinados exemplificou essa verdade. O livro “Através dos portais do esplendor”, de Elisabeth Elliot, e o filme “Terra Selvagem” abordam esses episódios.

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Eu não tive um chamado. Li uma ordem e a obedeci 

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SOPHIE MULLER [1910–1995] Missionária na selva amazônica

Nascida e crescida em New York, Sophie Muller converteu-se na fase adulta. No início dos anos 40, então estudante na Academia Nacional de Desenho, ela conheceu um grupo que cantava e evangelizava nas ruas. O fervor daquelas pessoas chamou sua atenção. Foi quando ela aceitou o convite delas para estudar a Bíblia, o que depois a levou a fazer um curso de três anos no Instituto Nacional da Bíblia. Esse mergulho no estudo da Palavra de Deus transformou sua vida. Ela decidiu ensinar a Bíblia a pessoas que nunca tivessem tido contato com quaisquer missionários. Em 1944, ela se vinculou a New Tribes

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Mission (Missão Novas Tribos), dela recebendo treinamento sobre vida na selva e linguística. No mesmo ano, Sophie desembarcou na Colômbia. Após alguns meses estudando a língua espanhola em Pasto, com a missionária Katherine Morgan, ela, que tinha pressa em iniciar seu trabalho no campo, partiu em busca de uma tribo inalcançada. Deus a guiou até uma região da selva amazônica próxima das fronteiras com o Brasil e a Venezuela. O rio Içana foi seu campo missionário durante 50 anos. O ministério de Sophie Muller tinha como estratégia alfabetizar os indígenas usando o método Laubach, que consistia em ensinar uma letra por vez. Essa estratégia demonstrou-se eficaz. Por volta de 1965, Sophie já tinha traduzido o Novo Testamento (ou porções dele) em curipaco, punaive, piapoc e guahibo, e avançava na tradução para outras sete línguas. Ela produziu cartilhas de alfabetização para todos esses grupos. Entre as 200 igrejas por ela fundadas, havia 50 chefes indígenas responsáveis por sua liderança. Ao longo dos anos, realizou 28 seminários semestrais sobre a Bíblia, voltados para capacitação dos nativos. Após esses seminários, vários índios se apresentavam como voluntários para visitar tribos ainda não alcançadas. E, assim, a semente do evangelho ia se espalhando pelo interior da selva e cruzando fronteiras geográficas que só fazem sentido para aqueles que não são índios. As últimas três décadas de trabalho (1965-1995) foram as mais complicadas para Sophie Muller. Questões ligadas à legislação colombiana, ao comércio de madeira, ao desmatamento da selva e ao surgimento das FARC dificultaram, em muito, seu ministério junto às comunidades indígenas. Contudo, seu legado permanece. O Rev. Ronaldo Lidório nos lembra que ainda “hoje, uma vez por ano, todas as tribos convertidas se encontram para louvar a Deus por ter levantado Sofia Muller para lhes trazer o evangelho” e que “a Funai

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afirmou recentemente que este é um dos pouquíssimos lugares na Amazônia onde os indígenas não enfrentam problemas com alcoolismo, conflitos e guerras.” Sophie faleceu três meses após seu regresso aos EUA, em 1995, na Carolina do Norte. Sua autobiografia, já lançada em português, intitula-se Sua voz ecoa nas selvas.

 

 

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Cooperadores de Deus na obra missionária 

O capítulo 3 da 1ª Carta de Paulo à Igreja de Corinto nos oferece algumas expressões e imagens interessantes acerca do trabalho missionário.

Os membros da igreja estavam valorizando mais os pregadores que a mensagem anunciada por eles (cf. 4-5). O escritor corrige a visão dos crentes: Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento (6-7). Nas linhas seguintes, Paulo descreve a igreja como lavoura de Deus e

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edifício de Deus (9). E os trabalhadores? São chamados de cooperadores de Deus (cf. 9).

Não devemos supervalorizar os missionários, muito menos subestimar sua obra. O ministério por eles desenvolvido é importante por essa razão: eles edificam sobre o fundamento que está posto, Jesus Cristo (11). O trabalho deles, como o de todos os verdadeiros crentes, será recompensado (14). Isso é absolutamente reconfortante para os filhos de Deus. No Senhor, nosso trabalho não é vão (15.58).

Nas páginas deste ebook apresentamos informações sobre servos e servas de Deus. Nossa motivação foi fazê-los (as) mais conhecidos (as) à igreja dos nossos dias. Que isso nos inspire à evangelização, começando pelo maior desafio missionário que temos: nosso lar. Se você tem o privilégio de ter sua família convertida, esforce-se para que seus parentes escutem a pregação do evangelho. Envolva-se também com a igreja local. Trabalhe para que ela seja informada acerca dos desafios e necessidades que os missionários (as) enfrentam. Estimule seus irmãos a orar, a se corresponder e a contribuir financeiramente com os trabalhadores que estão no campo. Incentive e promova viagens missionárias. Enfim, há muito que ser feito.

Este livreto conta um pedacinho da história de alguns homens e mulheres de Deus. Mais importante que conhecer sobre a vida deles, é entender que Deus também pode nos usar no lugar onde ele nos plantou. É verdade que alguns são chamados para ir bem longe; contudo, a maioria de nós é chamada para ser sal e luz

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dentro do nosso país. Independente do lugar, Deus quer ser honrado em nossa vida.

Que possamos ser vistos pelo Senhor como seus cooperadores e dizer, como Livingstone: Eu vou a qualquer lugar, desde que seja em frente.

Que o Senhor te abençoe!

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O autor 

Marcone Bezerra Carvalho é pastor da Iglesia Presbiteriana de Chile (IPCH), servindo na 6ª IP de Santiago (“Cristo Mi Pastor”). Publicou “Protestantismo e História” (Editora Mackenzie), “Histórias da nossa História” (Editora Cultura Cristã) e editou “O presbiterianismo brasileiro”, de Émile Léonard (Editora Monergismo). É colaborador regular do jornal Brasil Presbiteriano.

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Morávios 

Este é o ministério Morávios, que busca promover a obra missionária motivado pela glória de Jesus Cristo em todas as nações.

Esta é uma iniciativa de voluntários que deseja oferecer conteúdo para igrejas, líderes de missões, vocacionados e missionários, através de artigos, reportagens, vídeos e ebooks sobre teologia de missões, história de missões, desafios missionários e vida do missionário.

O ministério é inspirado na história do movimento dos irmãos morávios ocorrido na Alemanha do Século XVIII, e mais especificamente em uma história de dois jovens desta comunidade, apresentada no filme“Primeiros Frutos, a história dos irmãos morávios”, e popularizada por uma mensagem do pregador Paul Washer e busca promover a Obra Missionária de

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forma apaixonada, motivado pela Glória de Jesus Cristo em todas as nações.

O nosso logotipo é uma estilização de um selo clássico de cristãos primitivos, muito utilizado pelos irmãos morávios, que mostra o Cordeiro como porta bandeiras envolto da inscrição em latim “Vicit Agnus Noster, Eum Sequamur”, “Nosso Cordeiro Venceu, Vamos Seguí-lo”.

Acesse >> http://moravios.org