Hell Divine Edição Janeiro de 2013 Nº13

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Edição digital Nº13 - Janeiro/2013

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Revista digital em formato PDF voltada ao Metal e seus mais variados estilos. Confiram todas as edições! Acesse www.helldivine.com e faça o download!

Transcript of Hell Divine Edição Janeiro de 2013 Nº13

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  • O apocalipse resolveu adiar nosso trgico e esperado fim e, com isso, mais um ciclo se inicia. O ano

    passado foi incrvel em termos de grandes lanamentos e acontecimentos marcantes, desde a morte de artistas

    consagrados ao cancelamento do que seria um dos maiores eventos de Metal no Brasil, o MOA. Tivemos o privilgio

    de ouvir uma quantidade considervel de timos discos principalmente os do underground e cobrir vrios

    eventos insanos. Tudo isso buscando trazer o melhor contedo para o leitor. Completamos dois anos de trabalho

    incessante, mas sempre muito compensador somos muito gratos a todos vocs pelo apoio incondicional desde o

    incio. Na mesma velocidade em que surgem bandas novas com lbuns incrveis, o mercado da msica morre. Por

    experincia prpria de quem vos escreve, shows esto cada vez mais vazios e as lojas vendendo menos discos, a

    beira da falncia. Em contrapartida, as camisetas e assessrios continuam em alta, mantendo a pequena chama

    acesa. Fico imaginando se ser possvel, no futuro, usarmos uma camiseta digital, em avatares nas redes sociais,

    substituindo a boa e velha vestimenta negra. Voltando revista, batemos um papo com os alemes do Grave

    Digger, que acaba de lanar mais um disco matador, assim como o Enslaved, que explica um pouco sobre essa

    mudana na sonoridade ao longo dos anos. O Metal nacional, como sempre, est bem representado em nossas

    pginas pelas bandas Pray For Mercy, Jack Devil, Sanctifier e John Wayne, sem nos esquecermos dos emergentes

    portugueses do Stampkase. Publicamos tambm a tradicional lista dos melhores do ano, de acordo com nossa

    equipe. Enfim, muita coisa boa na primeira edio do ano e podem esperar por grandes inovaes daqui pra frente!

    GO TO HELL!

    Pedro Humangous.

    Edito

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  • Editor Chefe: Pedro HumangousRedatores: Augusto Hunter e Yuri Azaghal

    Designer: Ricardo ThomazPublicidade: Maicon LeiteReviso: Fernanda Cunha

    Web Designer: William VilelaColaboradores: Christiano K.O.D.A, Marcos Garcia e

    Jnior Frasc.

    Envio de Material:Rua Alecrim, Lote 4, Ap. 1301 - Ed. Mirante das guas

    guas Claras - Braslia/DF - CEP: 71.909-360

    editorial

    equipe

    entrevistas

    resenhas

    HELL TAGS

    divine death match

    covering sickness

    live shit

    melhores de 2012

    Upcoming Storm

    MOMENTO WTF

    0203043445464850535657

    ndice

    Equipe

    Nota do Editor Chefe.

    Conhea quem faz a Hell Divine.

    Grave Digger, Dying Fetus, Enslaved, Jack Devil, Sanctifier, Pray For Mercy, John Wayne e Stampkase.

    Diversas avaliaes da revista pra voc acompanhar.

    O que a galera do metal anda falando nas redes sociais.

    Veja a anlise da revista sobre os timos laamentos para PC, PS3 e XBOX360.

    Entrevista com Fernando Laruccia, um mostro das artes.

    Resenhas dos ltimos shows no Brasil.

    Veja quem foram os mellhores eleitos pela revista em 2012.

    Conhea as bandas que esto surgindo.

    Bizarrices do mundo do rock.

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  • confrontandoos deuses

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  • Desde seu surgimento, no incio dos anos 80, o Grave Digger tem sido uma das bandas mais batalhadoras do Heavy Metal. E mesmo sem ter o prestgio de outras gigantes do estilo (no por falta de merecimento) possui uma legio de fs, e

    sempre se mostrou fiel ao estilo que procurou seguir em toda sua carreira, que j passa dos 30 anos. Aproveitando o lanamento de seu novo

    disco, o excelente Clash of the Gods (lanado no Brasil recentemente, via Die Hard Records), batemos um

    papo com o guitarrista Axel Ritt que, dentre outros assuntos, tambm nos contou

    quais os planos da banda para o futuro. Confiram:

    Photos By Jens Howorka @ Blendfabrik Dsseldorf

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  • HELL DIVINE: O Grave Digger uma das bandas pioneiras do metal alemo e mundial, e est ativa at hoje, sem nunca ter mudado sua sonoridade e lanando discos com frequncia. Qual a motivao de vocs em continuar, mesmo com mais de 30 anos de carreira?AXEL: engraado, mas essa a questo que mais nos feita em todas as entrevistas que realizamos. Msicos so profissionais como qualquer outro, a mesma coisa, por exemplo, que um dentista, e as pessoas no perguntam a um dentista porque ele ainda continua trabalhando depois de 30 anos, perguntam? Se voc um verdadeiro artista, sempre ir encontrar um meio de entreter sua audincia, isso acontece de uma forma natural.

    HELL DIVINE: Falando do novo disco, o que vocs buscavam quando iniciaram as composies de Clash of the Gods? Voc acredita que o resultado final do disco foi o que vocs esperavam?AXEL: Com certeza! exatamente o tipo de lbum que estvamos buscando. O som, as canes e os arranjos caram como uma luva. Nunca trabalhamos to pesado em um disco, mas o resultado desse rduo trabalho valeu a pena.

    HELL DIVINE: Axel, como foi sua participao no processo de composio de Clash of the Gods, j que este seu segundo disco de estdio com a banda?AXEL: Dessa vez, eu fiz parte do lineup de produo do material junto com Chris Boltendahl e Jrg Umbreit. Eu fui produtor de vrios lbuns, para diversos artistas no passado, mas essa foi a minha primeira como produtor no Grave Digger.

    HELL DIVINE: Uma das faixas que mais me chamou a ateno no novo disco Call of the Sirens, um verdadeiro pico, e bem diferente das demais. Outras, como God of Terror e Hell Dogs so puro metal e remetem aos primeiros discos do Grave Digger. Vocs procuraram fazer um disco mais variado desta vez, ou foi algo que surgiu naturalmente?AXEL: No, algo que vem naturalmente. Ns nunca partimos de um plano diretor acerca da definio das msicas, que sempre dependem da ideia que os compositores trazem para as sesses de composio que realizamos.

    HELL DIVINE: Alis, a sonoridade das guitarras neste novo lbum est realmente excelente, uma das melhores da banda em anos. Voc est satisfeito com seu desempenho e com a produo do disco?AXEL: Sim, estou. Pela primeira vez ns s usamos amplificadores FAME e KOCH para a produo, sem Marshalls dessa vez. E isso deu produo aquele grande final baixo (low end) e a suavidade no som.

    HELL DIVINE: O Brasil um dos pases com mais fs do Grave Digger em todo o mundo e a banda tem um carinho especial por nosso pas, inclusive j tendo gravado um DVD por aqui, e os shows so sempre muito intensos. Vocs pretendem voltar nesta prxima turn? J h algo confirmado?AXEL: Sim, h planos prontos para visitarmos o Brasil, em

    2013. Ento, por favor, fiquem atentos e mantenham um olho em nosso website.

    HELL DIVINE: Vocs iriam tocar no festival Metal Open Air, que acabou sendo cancelado. Voc poderia nos contar o que aconteceu naqueles dias, antes do cancelamento, e qual foi o sentimento da banda diante do ocorrido?AXEL: Foi um dia muito triste para todos ns, incluindo toda a banda e, claro, nossos fs. Ns fizemos o nosso melhor para que nosso show acontecesse, mas no havia backline, tcnicos e, no final, nem mesmo o palco. Ento, era completamente impossvel fazermos o nosso show. muito desapontante viajar meio mundo pelos nossos fs e no ter a chance de tocar!

    HELL DIVINE: Mudando um pouco de assunto, no comeo desse ano o Grave Digger anunciou uma parceria com duas empresas de cosmticos naturais, a Esthertol e a Rutano. Qual o motivo dessa parceria?AXEL: Como vocs podem imaginar, foi por causa de meu passado em abrigo de animais, e fui eu quem trouxe essa ideia para a banda. Ambas as companhias apenas distribuem produtos de alta qualidade e sem testes com animais e, por causa de todo o uso de cosmticos, eu pensei que seria melhor no comear mais um vinho, uma cerveja ou outra bebida qualquer, mas sim de um produto do qual voc poderia se sentir orgulhoso de fazer parte.

    HELL DIVINE: Muito obrigado Axel. Por favor, deixe seu recado final para os fs brasileiros.AXEL: Obrigado. Espero ver vocs em um de nossos prximos shows!

    Por Junior Frasc.

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  • O ano passado foi repleto de timos lanamentos e, realmente, no foi tarefa fcil apontar os destaques entre tantos. Contudo, Reign Supreme da banda americana Dying Fetus conseguiu chamar bastante ateno e figurou nas listas dos melhores do ano (incluindo a minha). Os membros do Dying Fetus parecem no gostar muito de dar entrevistas. Conversamos com eles para a Hell Divine, que nos responderam com poucas e secas palavras. Para quem acompanha a banda, notria a constante evoluo por meio dos lanamentos e ao longo dos anos. O lbum mais recente uma prova disso. Ns quisemos evoluir nosso som nesse novo trabalho, mantendo nossos elementos caractersticos de sempre, afirma o guitarrista John Gallagher. A sonoridade, apesar de se manter intacta e extrema, est mais polida e mais tcnica do que antes, incluindo a algumas influncias do Hardcore. Minha msica favorita In The Trenches. Eu amo Hardcore e essa msica transborda esse estilo, talvez por isso eu goste tanto dela. Mesmo com a decadncia do mercado fonogrfico no mundo todo, a gravadora Relapse Records tem lanado diversas bandas incrveis e com o Dying Fetus no foi diferente. O contrato existia, desde 2002, porm, teve fim aps

    dez anos. Nossa relao com eles foi bastante positiva, mas agora estamos livres e no assinamos com nenhum selo ainda.

    Em conversa com amigos e bandas da America do Norte e Europa, pudemos constatar que shows vazios no privilgio do underground brasileiro. Eventos com trs ou

    mais bandas consagradas esto tocando para cinquenta, cem pessoas. O baixista Sean Beasley afirma: Aqui na nossa cidade, Maryland, alm do Deathfest, a cena bem pequena. Ter uma banda requer profissionalismo e dedicao de todos os membros. Muitas vezes, aparecem os desentendimentos e a experincia pode no ser to positiva. Ns, do Dying Fetus, s temos boas recordaes e timo estar na banda, principalmente por poder viajar o mundo todo! Quando perguntados se existe uma chance de passarem por nossas terras, o baterista Trey Williams foi

    enftico: No h planos para uma turn na Amrica do Sul no momento. O jeito vai ser nos contentarmos ouvindo o lbum de cabo a

    rabo, repetidas vezes at que esse momento finalmente chegue.

    Por Pedro HumangousColaborao: Yuri Azaghal

    supremaciade peso

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  • O Enslaved surgiu do Black Metal noruegus, em 1991, e passou por muitas mudanas de conformao e j se percebia que o som da banda jamais seria a mesma coisa. Desde ento a banda veio se modificando at o lbum Isa que , com certeza, um diferencial na carreira e de toda a msica pesada mundial. Em 2012, eles lanaram RIITIIR, um verdadeiro petardo da mudana que a banda sempre se props a ser. Conversamos com Grutle Kjellson (baixo e vocal) e Ivar Bjornson Peersen (teclado e guitarra) para saber deles como o processo de composio, a deciso da capa e toda a relao do Enslaved com a msica e seus fs.

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  • O Enslaved surgiu do Black Metal noruegus, em 1991, e passou por muitas mudanas de conformao e j se percebia que o som da banda jamais seria a mesma coisa. Desde ento a banda veio se modificando at o lbum Isa que , com certeza, um diferencial na carreira e de toda a msica pesada mundial. Em 2012, eles lanaram RIITIIR, um verdadeiro petardo da mudana que a banda sempre se props a ser. Conversamos com Grutle Kjellson (baixo e vocal) e Ivar Bjornson Peersen (teclado e guitarra) para saber deles como o processo de composio, a deciso da capa e toda a relao do Enslaved com a msica e seus fs.

    destruindotudo a sua volta

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  • HELL DIVINE: Quando o Enslaved nasceu, a cena musical na Noruega estava passando por uma verdadeira revoluo e vocs fizeram parte dela. Como vocs podem nos explicar tudo o que mudou, depois de mais de 10 anos?GRUTLE: Isso verdade, eu acho. No tnhamos muita msica pesada na Noruega alm do TNT. Eles eram conhecidos por pessoas de fora da Noruega antes da chamada segunda onda de Black Metal, que apareceu no incio dos anos 90. claro que isso no chamou ateno somente pela msica, mas tinha muita criatividade ali! Bandas como ns mesmos, o Emperor, Mayhem, Immortal e Darkthrone tm realmente feito um enorme impacto no mundo da msica extrema. Todos ns tivemos um impulso criativo para sair de l e as coisas mudaram muito nos ltimos 20 anos, em todas as camadas. Tanto em popularidade, habilidades e foco musical. Foi uma viagem interessante ser parte de um pequeno movimento underground, em 1991, para ser capaz de percorrer todo o mundo! Mas acho que no vai parar por aqui; o Enslaved vai continuar a avanar em novos territrios, como sempre fizemos.

    HELL DIVINE: Depois de 2004, com o lanamento de ISA, vocs entraram em uma evoluo musical atpica, na mistura do clssico Black Metal com uma sonoridade mais Progressiva. Vocs sempre procuraram essa tendncia, ou simplesmente aconteceu naturalmente?GRUTLE: Eu diria que tudo comeou muito antes do lanamento de ISA. J em Eld, de 1997, possvel encontrar vestgios de nossa msica se inclinando para uma forma mais progressiva da msica, pensamento e arranjos. Essas tendncias podem no ser to evidentes, uma vez que ainda era um quintal de imensa fria e, s vezes, arranjos caticos! Mas eles estavam l, sem dvida. Sempre estamos buscando novas ideias e inspiraes, odiamos a ideia de repetir a ns mesmos, tentando lanar o mesmo lbum duas vezes!

    HELL DIVINE: Outra coisa que curiosa na msica do Enslaved a aproximao cultural e cientfica. Que tipo de mensagem vocs tentam passar ao misturar tais temas?IVAR: No h nenhuma mensagem em particular em nossa msica, ou, para ser mais especfico: provavelmente h todos os tipos de mensagens, mas elas no deveriam ser ouvidas como um padro, todos devem ser autorizados a interpretar ou ignorar o que quiserem. No h contradio entre a cultura e a cincia, eles esto apenas se movendo muito diferentemente no tempo e no espao. Nem sempre o caso de que a cincia est frente da cultura... Eles dependem um do outro, provavelmente o caso que apenas um sem o outro no seja bom... Ento, se voc percebe Enslaved como a incorporao de ambos, eu sou feliz e sinto que ns tivemos algo do outro lado.HELL DIVINE: Se h uma coisa que realmente chama a ateno dos fs Enslaved a obra de arte linda

    que vocs tm em cada lbum lanado; a capa de RIITIIR uma obra-prima. Vocs sempre tentam trabalhar com o mesmo artista grfico? Podem nos dizer seu nome e por que o escolheram e explicar-nos a mensagem das obras de arte RIITIIR?GRUTLE: Obrigado, estou feliz que voc goste de nosso trabalho artstico. Nossas capas desde Monumension, em 2001, foram pintadas por Truls Espedal, ele um artista noruegus. Ns trabalhamos muito perto com ele sobre o conceito, e ele est sempre ciente do conceito lrico dos lbuns quando pinta a imagem. Ele tambm ouve a mixagem dos lbuns durante o trabalho, de modo que voc pode dizer que eles esto intimamente ligados, a msica, as letras e a arte. Suas pinturas so uma espcie de projeo das letras, e a msica uma espcie de trilha sonora para sua arte. Voc pode encontrar muitos paralelos das letras na pintura, ento v em frente explorar!

    HELL DIVINE: Na sua carreira, qual foi o lbum mais difcil de ser composto e por qu?IVAR: Provavelmente Monumension para mim, porque a atmosfera em torno da banda no foi a melhor foi um pouco difcil ficar motivado para fazer o melhor com uma banda em que eu no sentia que todos os membros tiveram a melhor das intenes de suas aes e esforos. Como a histria vai, o pessoal da banda foi mudando depois deste lbum ao longo dos anos, aprendi a apreciar o lbum como um lbum de transio, em vez de apenas ser lembrado de um momento conturbado. Agora realmente um lbum que eu aprecio, e eu realmente curto quando ns tocamos msicas do lbum ao vivo.

    HELL DIVINE: Eu vi um vdeo do YouTube de vocs fazendo uma verso grandiosa para Immigrant Song, composta originalmente pelo Led Zeppelin. Por que vocs escolheram essa msica para uma verso? Vocs planejam lanar um lbum de covers algum dia?GRUTLE: Esse lance aconteceu no incio de 2011. Pediram para fazer um show ao ar livre aqui na Noruega, onde tocamos cinco covers, cada cano escolhida por um membro da banda. Ns tocamos msicas de King Crimson, Faith No More, Paradise In Bloom, Rush, Pink Floyd e Led Zeppelin. Acabaram gostando tanto quem resolveram jogar Immigrant Song online, que acabamos de adicionar ao nosso set ao vivo! Foi l, desde ento, e o pblico adora!

    HELLDIVINE: Em 2011, antes de RIITIIR, vocs lanaram dois EPs, um deles patrocinado pela Scion The Sleeping Gods e outra chamada Thorn. Aqueles EPs so o qu, algumas msicas gravadas e esquecidas? Poderiam nos explicar? IVAR: (Risos) As canes contidas ali so especificamente escritas para esses lanamentos, e mesmo com algumas das ideias bsicas de alguns anos, no tudo esquecido ou sobras! Com The

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  • Sleeping Gods tivemos um convite da Scion para fazer um disco sem custo (eles cobriram tudo) e sem fins lucrativos (o lanamento foi dado para os fs) e me senti muito bem em faz-lo. Depois de todas as discusses sobre o download e assim por diante, e os nossos fs tendo compreenso e mantendo o apoio, vimos que era perfeito para dar algo de volta a eles. Foi inspirador e muito fcil de escrever o material! O single 7 foi um acordo de cavalheiros entre o dono do Soulseller Records e eu. Ele um f de longa data do Enslaved e eu realmente aprecio as pessoas que trabalham como ele foi; e ainda est fazendo para o cenrio musical e na manuteno dounderground, se tal coisa ainda existe.

    HELL DIVINE: Quais so os planos para a turn de promoo do RIITIIR? Podem seus fs brasileiros esperar por uma passagem pelo nosso pas e o que vocs sabem sobre o Brasil?IVAR: Neste momento, no h planos concretos para uma passagem pelo Brasil, desculpe. Estivemos muito

    perto de finalizar uma turn brasileira, planejamos duas vezes nos ltimos anos, mas isso no funcionou. Estamos lutando para que isso acontea, espero que j em 2013. Realmente no sei muito sobre o Brasil, me desculpe. Eu sei que o pas do Sepultura, que um dos pases que falam portugus na Amrica do Sul. A cozinha brasileira impressionante, e uma das mais rpidas economias em crescimento. E eu sei que eu quero ir para a!

    HELL DIVINE: Muito obrigado pelo seu tempo conosco, por favor, deixe uma mensagem para a tripulao HELL DIVINE e seus fs brasileiros.GRUTLE: Continuem pesados! Mantenham-se reais! Continuem o apoio ao Enslaved! Ns esperamos que possamos visit-los em breve! Valeu para a entrevista.

    Por Augusto Hunter.

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  • H algum tempo, um dos nomes que tem crescido bastante dentro da cena do Metal nacional , sem sombra de dvidas, o

    do Jackdevil, quarteto thrasher insano de So Luiz do Maranho. Fundindo a Velha Escola do Thrash Metal com elementos da

    NWOBHM, estes sujeitos esto cravando suas garras sonoras firmes no Metal nacional. Aproveitando o sucesso do EP Under The Satan

    Command, bem como o lanamento do novo EP Faster than Evil, fomos bater um papo com Andr Nadler, vocalista e guitarrista da banda,

    e saber dos planos e ambies deste que , sem dvidas, um dos nomes mais promissores do Metal nacional do momento.

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  • Jogando as cartasdo Thrash Metal

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  • HELL DIVINE: Oi Andr. Antes de tudo, que tal nos dar uma breve bio da banda? De onde veio a ideia do nome Jackdevil? Quais bandas mais influenciaram o trabalho de vocs?ANDR NADLER: Bem, a Jackdevil comeou com outra formao, j contava comigo nas guitarras e o Renato Speedwolf no contrabaixo, porm, existiam outros dois integrantes, e s no ano de 2011 foi que firmamos a nossa formao com a entrada do Ric Andrade e do Filipe Stress. Quando montamos a banda j pensvamos desde o princpio em algo promissor, queramos muito que tudo isso ganhasse espao e repercusso. Nos dedicamos de maneira imensurvel neste projeto desde o comeo de tudo, ns quatro convivemos bastante para aprender uns com os outros e para aumentarmos o entrosamento da banda. J o nome da banda veio por acaso, durante uma conversa, quando tivemos a ideia e o principal motivo vem da fcil pronncia do nome em qualquer lngua e pela associao ao nome em portugus ser Zeca Diabo, nome comum em cangaceiros nordestinos, regio onde a banda nasceu. Quanto s bandas que nos influenciaram, acho at mais fcil citar lbuns que nos influenciaram bastante. Com certeza, o Show no Mercy do Slayer, o Kill em All do Metallica e o Killers do Iron Maiden foram lbuns que ouvimos bastante para dar o nosso primeiro passo com a Jackdevil.

    HELL DIVINE: Apesar de ser uma banda bem jovem, vocs

    j esto ganhando um reconhecimento enorme dentro da cena do Metal nacional. Acredita que isso est ligado ao fato do EP Under the Satan Command ser disponvel para download gratuito, ou existe uma estratgia mais complexa por trs disso?ANDR NADLER: Obviamente, existe um conjunto de fatores que somados aumentam a visibilidade de nossa banda. Tivemos a sorte de vrias pessoas simpatizarem com o nosso trabalho e divulgarem principalmente de graa, simplesmente porque curtiram nosso som. A Wargods Press, R&F Divulgaes, Whiplash, Cronos Produes, vrias pginas do Facebook e usurios tambm ajudaram e ajudam bastante neste crescimento. A questo do download, a priori, no foi pensada como estratgia, apenas o que ns queramos era espalhar o material e acabou que hoje possumos mais de 10.000 downloads feitos por nosso link no site mediafire onde disponibilizamos para download o Under The Satan Command.

    HELL DIVINE: Um dos pontos mais legais da banda que essa fuso de elementos do Thrash Metal americano dos anos 80,

    mais as melodias encorpadas da NWOBHM que, apesar de ser uma ideia utilizada antes, no apenas uma releitura, pois antes no existia esta pegada pesada e energia que vocs possuem, ou seja, vocs tm uma cara bem prpria. A que atribuem este fator?ANDR NADLER:Em minha opinio, este fator s existe devido ao excesso de personalidade que cada um de ns possui, conheo e vejo o estilo nico de cada um de ns tocarmos e tambm percebo que cada um de ns consegue transferir suas influncias individuais muito bem para dentro da musicalidade da banda; isso tudo sem desatrelar o som a sua raiz, ao projeto principal. Acredito que a soma dos quatro integrantes e a liberdade de cada um colocar elementos nas msicas na hora da composio ajuda bastante. Outro fator seria a vontade de inovar, de ser influenciado, mas no acabar sendo somente mais um, coisa que pensamos desde o comeo da banda.

    HELL DIVINE: Voltando ao EP, como foi a recepo a Under the Satan Command por parte de pblico e crtica? Chegaram a ter um feedback da mdia estrangeira? E, por falar nisso, estando em So Luiz, existiram muitas dificuldades em relao gravao? E me permitam o comentrio: mesmo sendo feito em pouqussimo tempo, a qualidade de dar inveja em muito trabalho que anda por a...ANDR NADLER:Conseguimos bastante espao somente com o Under The Satan Command, muita gente que curtiu divulgou para outras pessoas e o material acaba sendo bastante espalhado; tivemos nosso material resenhado e postado em vrios blogs e sites especializados nos EUA, Chile, Argentina etc. Quanto dificuldade em relao a gravao, creio que existiu sim, mas agora, no segundo material que est saindo, j foi tudo bem melhor at porque o primeiro trabalho foi feito em poucas horas e gravado moda antiga mesmo, at mesmo pela vontade que tnhamos de o material soar como as bandas da velha escolha do Heavy Metal. Agradecemos o elogio sobre a qualidade e fizemos com muito esforo, com certeza, um pedao de ns acabou ficando ali naquele dia de gravao do Under The Satan Command.

    HELL DIVINE: Em relao questo geogrfica, estando to distantes do eixo RJ-MG-SP, isso no chega a ser uma barreira para a banda? Sabemos que o Norte e Nordeste possuem cenas bem fortes, mas tocando nestes estados, a projeo da banda seria maior, concorda?ANDR NADLER: Aqui o pblico sempre frentico. No Norte e Nordeste, quando o pblico gosta da sua banda eles fazem de tudo para que voc cresa, curtimos muito tocar tanto na nossa cidade quanto em todas as outras cidades do eixo norte/nordeste. Realmente, admito que seja complicado viver distante das metrpoles e acabamos tendo que nos esforar dobrado, mas acho que no importa o lugar que voc esteja, se voc trabalhar com dedicao e humildade voc acaba conseguindo reconhecimento e com a Internet algumas barreiras criadas pela distncia so quebradas.

    HELL DIVINE: O vdeo de Under the Metal Command ficou muito bom. Mas como surgiu a ideia de ser justamente esta a faixa? E como se deram as filmagens e produo como um todo? Tiveram ajuda externa de um produtor, ou vocs mesmos encararam esta barra pesada? E mesmo assim, valeu a pena, pois foram 14 mil acessos!ANDR NADLER: Se ns pudssemos, com certeza, iramos agradecer individualmente a cada um desses 14 mil usurios do YouTube que assistiram ao nosso vdeo. surpreendente ver

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  • algo que fizemos sem nenhuma grande pretenso criar tanta expresso. Fazemos o trabalho da Jackdevil sempre com o p firmado no cho, no sonhamos demais, no nos iludimos neste sonho de superstar jamais. Da, com o vdeo no foi diferente, queramos algo simples e que mostrasse os becos por onde andamos e tocamos na nossa cidade, as cenas no estdio em que ensaiamos foram escolhidas devido ao espao que queramos dar para que as pessoas olhassem uma de nossas maiores realidades, a de ensaiar incessantemente. Filmamos com a ajuda de dois amigos, o Vinicius Aquino e o Diones Hendrix que deram suporte para que o vdeo flusse bacana e o resto foi editado pela gente tambm. Gravar um vdeo meio complicado, mas tambm bem divertido, principalmente, nas horas em que erramos e da tnhamos que refazer tudo de novo.

    HELL DIVINE: Bem, dia 01/01/2013, o novo disco Faster than Evil foi lanado, logo, poderiam nos dar alguns detalhes sobre ele? Como foi a produo, a concepo e outros aspectos dos bastidores? Ele tambm ser disponibilizado para download gratuito?ANDR NADLER: Bem, ns gravamos no estdio BASE 17 e a pr-produo foi toda feita por ns juntamente com a produo excelente realizada pelos nossos grandes amigos Felipe Hyily e Cid Campelo, amigos que nos ajudaram muito e que ns consideramos como membros da banda, pois o Faster Than Evil estava todo nas mos deles, confiamos muito no trabalho destes dois caras. O novo CD ser liberado para download e, ainda em janeiro, soltaremos o link para que o download gratuito possa ser feito por todos vocs. Mas fora isso o CD tambm ganhar bastante material, estamos lanando ainda em janeiro patches, psteres e o CD fsico do Faster Than Evil tambm.

    HELL DIVINE: E por falar em download gratuito, por que vocs resolveram disponibilizar o seu material dessa forma? E a banda, por um acaso, pretende prensar cpias fsicas?ANDR NADLER: Como disse anteriormente, iremos lanar cpias fsicas do Faster Than Evil ainda em janeiro tambm e, por onde formos tocar, levaremos para vender. Fora isso, tentaremos espalhar por todo o Brasil este material neste ano de 2013. O download grtis foi aberto devido a uma deciso da banda para facilitar que os produtores, pblico e, principalmente, as pessoas que moram em outros estados e pases pudessem conhecer o trabalho da banda mais facilmente.

    HELL DIVINE: A banda ganhou uma visibilidade maior aps vocs entrarem no cast da Wargods Press. Ento, esto satisfeitos com o trabalho deles?ANDR NADLER:Realmente, o trabalho da Wargods incrvel, esperamos trabalhar por bastante tempo mesmo com esta empresa to competente e sria. O Maicon Leite, especialmente,

    como um irmo para a gente, o cara tem feito muito pela banda e j um membro de nossa famlia. At agora, a Wargods Press tem feito um trabalho impecvel e chego a dizer que o trabalho dela deve servir de referncia, pois feito sem deslizes e equvocos. Aproveito este espao para agradecer e parabenizar em nome de nossa banda a WARGODS PRESS.

    HELL DIVINE: Bem, com o lanamento de Faster than Evil, bvio que a banda deve estar planejando uma invaso em grande escala a outros pontos do pas, certo? J h algo de concreto nesse sentido? J h planos para shows em SP, MG e RJ? Esperamos muito para ver a banda no palco!ANDR NADLER: um sonho nosso fazer uma turn por todo o nosso pas, passar por vrias cidades, ver como o pblico de outros eixos reagem ao nosso som e, em 2013, creio que o ano onde vamos invadir o Sudeste e Sul, sim. J estamos esquematizando algumas coisas e, a partir de maro, este sonho tomar forma para que at o fim do ano a Jackdevil j tenha rodado bastante.

    HELL DIVINE: Agradecemos demais pela ateno e deixamos o espao para sua mensagem aos leitores da HELL DIVINE e seus fs.ANDR NADLER:Queria tambm agradecer pelo espao e pela impecvel entrevista feita por vocs. A Hell Divine, desde as primeiras edies, sempre foi lida por mim e pelos outros integrantes da banda e continua sendo assim. A Hell Divine um referencial no que se diz revista especializada em metal aqui no Brasil, sempre curti muito.Queria agradecer tambm a todos que esto lendo esta entrevista e a todos que nos apoiam e nos empurram para frente, com certeza, no seriamos nada se no existissem vocs para nos incentivar e no nos deixar desistir, at porque a estrada que temos que percorrer muito rdua. isso a galera, vamos crescendo e lutando pelo metal para que o nosso comando do metal esteja cada vez mais forte. Se depender da Jackdevil a chama do Heavy Metal nunca apagar.

    Por Mrcio Garcia.

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  • L se vo mais de 25 anos que a Sanctifier comeou. Foram mudanas, intervalos e outros obstculos, mas a vontade de fazer Death Metal foi maior. A banda acaba de soltar o novo lbum Daemoncraft e est bem cotada no underground nacional. Seu fundador, o guitarrista Alexandre Emerson, concedeu uma entrevista Hell Divine para falar do novo trabalho, seu amor pela msica e o passado do grupo, assim como a cena nordestina. Com vocs, um apaixonado pela msica maldita.

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  • o santoe pecador

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  • HELL DIVINE: A Sanctifier j tem cerca de vinte anos de estrada, tendo lanado vrias demos e splits, e dois full length. Por favor, fale um pouco da trajetria da banda, que j teve mudanas de nome e chegou a fazer um intervalo entre 1995 e 2002.ALEXANDRE EMERSON: Arghhhhh!!!! Ao som do Destroyer 666 Sons of Perdition! Tivemos vrios problemas de formao, tocar Death Metal no to fcil e todos sabem que o Sanctifier encara isso como algo srio, mas sem esse papo de sou profissional. Primeiro, tem que ter essa p***a no corao, caso contrrio, voc segue o que a moda dita. No estamos nessa por dinheiro, ou o melhor som para tocar. Somos underground, respiramos isso o dia inteiro, temos nossos trabalhos, vida pessoal, famlia, mas sempre estamos por dentro do que rola no underground. O lanamento da demo tape x, a banda local, o show y, e tocamos nosso barco dessa forma. Claro que uma estrutura mnima requerida e isso requisito para tocarmos; pagamos ensaio, gravao, clipe, divulgao e esperamos, pelo menos, o retorno disso. Muitos dos ex-membros no entendiam essa mxima e queriam fazer disso um tipo mainstream way of life. Tivemos vrios msicos transitrios pela banda, o que no atrapalhou em nada o desenvolvimento das msicas, letras, conceitos etc. A molecada, hoje em dia, no sabe o que ralao, quer chegar numa banda, tocar todos os dias, encher a cara, catar as meninas e quando encher o saco vai embora, enquanto o pessoal das antigas calejou nessa, e no se mete mais em algumas situaes. Assim vamos andando, man. O Sanctifier anda conforme o underground anda, nossa preocupao em fazer um som honesto e que represente anos de histria. Problemas de formao todos tm, isso!

    HELL DIVINE: Vocs acabam de lanar o novo lbum, Daemoncraft. Como foi sua concepo? Esto 100% satisfeitos com os resultados? O que podem falar sobre o disco?ALEXANDRE EMERSON: Daemoncraft um album maldito e foi forjado nas profundezas de Ryleh pelo prprio Cthulhu, gravado por Yog-sototh e amaldioado por toda a humanidade. Nasceu da incapacidade humana de relacionar seu meio, na mesquinhez do homem e toda a podrido do Necronomicon. Esse disco foi concebido da forma mais honesta possvel, mostrando o que o Sanctifier . Somos conhecedores do que fazemos e ganhamos respeito por isso. 100% satisfeitos no estamos, tudo foi feito na marra, na garra, vontade de ter o material pronto, no tivemos ajuda financeira, tudo, como sempre, foi custeado por ns. Gravar tudo de forma independente e com pouco dinheiro no fcil, mas quem liga, cara? Fazemos isso porque gostamos. Se no gostssemos, Daemoncraft no teria sado. Mas est a, um disco honesto e que uma parcela do underground. Compre-o na www.dyingmusic.com. Everton um grande apoiador do underground e desconheo, hoje em dia, algum nesse meio que esteja lanando seus prprios CDs (sem alianas) do bolso. A Dying Music envia pelos correios, voc recebe em casa, aceita carto de crdito. Vale a

    pena, no s pelo Sanctifier, mas por todos os outros lanamentos que ele j fez: Absu, Rotting Christ, Acheron, Headhunter DC, Mystifier, Kaamos, Zyklon etc.

    HELL DIVINE: Como voc compara Daemoncraft com o full anterior, Awaked by Impurity Rites e os lanamentos posteriores?ALEXANDRE EMERSON: Daemoncraft um lbum mais maduro de um Sanctifier mais calejado, que j levou cano de show, tocou em cima de caminho, teve instrumentos roubados, que paga tudo do prprio bolso. Aprendemos algumas lies com isso tudo. um disco como todos os anteriores, nos quais as letras vieram de estudos e comparaes de obras, escritos, depoimentos, situaes e comportamentos sobre Lovecraft e tudo que rodeia o misticismo criado por ele. Cada gravao teve sua poca, seu momento. Daemoncraft, para mim, j passado. Estamos trabalhando em algo novo to doentio quanto esse. Tento sempre criar msicas atemporais, que representem a animosidade que passamos em nosso dia a dia e, nesse ponto, cada K7, Split e/ou CD tem sua temporalidade. Temos um vasto material underground atualmente. O Awaked... alcanou mais de cinquenta pases, com uma verso japonesa lanada pela Weird Thruth Records. O Sanctifier figurou na poca em um hall de bandas brasileiras que tiveram uma grande entrada naquele pas, e disso que o underground feito; uma banda de Natal, no Nordeste, consegue atingir um pblico do outro lado do mundo. Continuamos com essa mesma ideia de espalhar o Sanctifier em vrios lugares do mundo.

    HELL DIVINE: A faixa The Enchanter possui um riff interessante por volta dos 220. Quais foram as inspiraes para essa composio?ALEXANDRE EMERSON: As inspiraes para as msicas vm mesmo do conhecimento de Death Metal. Sabemos o que um f do estilo precisa: msica mrbida, letras que versem sobre religio, sobrenatural, e ocultismo, e penso nisso quando componho. Escuto Death Metal todos os dias e Black Metal. Quando voc escuta isso todos os dias, absorve o feeling da coisa. Com The Enchanter, assim como com todas as outras, os riffs saem naturalmente, apenas fao a conexo e montamos a msica, nada de preparaes ou trabalhar escalas antes, nada disso. Apenas toco, imagino e fao as adequaes.

    HELL DIVINE: E o que pode falar sobre a faixa bnus Demnios de Lava?ALEXANDRE EMERSON: Vivemos intensamente o perodo dos anos 80, trocvamos fitas cassete com bandas ainda desconhecidas, como Rotting Christ, Varathron, Dissection, Ancient Rites, Samael e Desultory, e com as bandas que cantavam em portugus: Azul Limo, Stress, Dorsal Atlntica, Overdose e Harppia. Admiramos os trabalhos tambm do Hecate, Luxuria de Lilith, Sarcasmo, etc. Essa faixa ecoa como uma homenagem a essas bandas e ao metal nacional. Queramos fazer isso, e veio a ideia de demnios de lava. A letra fala sobre a ida de Carter a uma

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  • cidade desconhecida que, ao chegar entrada da cidade, recebido por dois demnios de lava. uma msica bem direta, lembrando muito os riffs dos anos 80.

    HELL DIVINE: Fucei o site da banda e vi que contam com uma grande quantidade de selos/distribuidoras, nacionais e internacionais, que comercializam o material de vocs. Com o lanamento do novo disco, at onde vocs querem chegar?ALEXANDRE EMERSON: Nosso material pode ser encontrado no exterior: Merciless Rec (Germany), Ntey Rec (Czech), Dans Crypt Rec (Spain), Obliteration Rec (Japan), Intolerant Messiah Rec (USA), Blackseed Rec (Spain), Evil Morgue Rec (USA), Bloody Prod (Spain), Revenge Prod (Germany), Ibex Moon REC (USA), Holy Rec (FR) , Displeased Rec (HOL), Necromance Rec (Spain), CDN Records (Canada), Witches Brew Records (Germany), Apocalyptor Records (France), Alles (Japan), Info-Black/ISO666 (Greece), Pestilence Records (Germany), Iron Pegasus (Germany), Aftermath Music(Norway),Time Before time rec(Poland), Warhymn Rec(Colombia), Asphyxiate Rec. (Australia), Autopsy Stench Rec (Germany), Bloodbath Rec (Japan), Concreto Rec (Mexico), Deathstrike Rec (Germany), Epidemie Rec (Czech), Extermino Prod (Bolivia), Golden LakeRec (UK), Grind Ethic Rec (UK), Hrom Rec (Czech), I Hate Rec (Sweden), Khaosmaster Prod (USA), Northen Silence Rec (Germany), Old Temple Rec (Poland), PWP (Germany), Retribute Rec (UK), Semptiernal Rec (USA), THA dist (Japan), Thrash Corner Rec (USA), Bones Brigade (Italy), Melancholy fable Prod. (USA) e Comatose Music (USA). Os lugares de distribuio s crescem e nossa meta manter esse crescimento. No Brasil, o foco mudou um pouco, mas a Dying Music est trabalhando para atualizar essa lista sempre que possvel.

    HELL DIVINE: Como dito, vocs tm muitos anos de estrada, mas apenas dois lbuns completos. Por que essa escolha de se concentrar principalmente em demos? Ou no foi uma escolha?ALEXANDRE EMERSON: Seguimos o feeling de bandas como Numslaughter, Throneum, Embalmed Souls, Sodoma, Hecate, Headhunter DC, Mystifier, Poisonous, Malefactor, Cruor, Decomposed, Infested Blood, Expose Your Hate, Rancid Flesh e Krueger, entre outras: uma demo ou um split, para ns, tem o mesmo significado de um CD full. Queremos manter o underground extremo alimentado com material exclusivo, de f para f, no importa se um full, um split ou uma demo.

    HELL DIVINE: A cena underground nordestina tem se mostrado uma das mais prolficas do pas, no s em quantidade, como em qualidade. A que vocs atribuem isso?ALEXANDRE EMERSON: O nordestino aguenta perrengues que outras pessoas no aguentam, man! Sofremos com o preconceito e tiramos isso de letra, aprendemos a tocar com os piores equipamentos do mercado. No tnhamos acesso aos importados e nem

    mesmo grana para isso, vimos a evoluo desse sistema com o passar dos anos e, hoje em dia, somos rota para grandes shows. Com as bandas no podia ser diferente, a evoluo dessa gurizada atualmente bem mais fcil do que na nossa poca: vdeo aula, afinador, pedais de ponta, amps valvulados e nossa escola est a, deixada como legado. Somos nordestinos! Orgulhem-se disso: Joo Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Ariano Suassuna e Manuel Bandeira, entre outros, nossas praias. Quer mais?

    HELL DIVINE: Agradeo a entrevista, Alexandre. Por favor, fique vontade para um ltimo recado.ALEXANDRE EMERSON: Arghhhh!!! Ao Som do Bathory Shores in Flames. Gostaria de agradecer a voc, Christiano, e ao Pedro pelo espao, e a todos os deathbanguers leitores da mag. Comprem demos! Apoiem as bandas da sua cidade! Parem de falar besteira pela Internet e vo apoiar as bandas da sua rea, seus p***s, o Brasil celeiro de excelentes bandas. Voc hoje pode encontrar o Sanctifier pelo Facebook: www.facebook.com/Sanctifier; Brazilou: www.sanctifier.net. Contato para shows: [email protected]. CD do Sanctifier no site: www.dyingmusic.com (loja virtual). Stay impure or DIE!

    Por Christiano K.O.D.A.

  • O Pray For Mercy uma incrvel banda que vem fazendo o seu Deathcore com maestria dentro da cena. Com um som forte e uma temtica baseada no horror pessoal e tormentas da vida, a banda est ganhando o seu espao, at mesmo pelo seu som completamente em portugus, letras fortes marcam o primeiro disco da banda, Olhos Sem Vida. Vamos conversar com Otvio Augusto (Vocalista) e Hebberty Russel (Guitarrista) e saber como foram seus primeiros passos at o momento deles.

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  • sem misericrdia

  • HELL DIVINE: Vamos comear voltando a 2010, quando a banda comeou. Como foi o encontro do pessoal, qual foi a principal motivao de vocs se juntarem para tocar?PRAY FOR MERCY: Bom, essa pergunta tem uma pequena histria, mas vamos l. No ano de 2010, quando a Pray For Mercy ainda era outro projeto totalmente diferente da proposta de hoje, ramos apenas trs membros: Fabio (Vocalista), nosso primeiro baterista Beto Felix (Ex Leroy, Metal Icarus) e eu, na guitarra. Nossas influncias eram coisas como Parkway Drive, Chimaira, All That Remains, entre outras, mas aps comear a reparar os detalhes de agressividade e, ao mesmo tempo, as tcnicas bem aplicadas ao som extremo das bandas Whitechapel, Suicide Silence, Carnifex e Despised Icon, refletimos um pouco sobre o que realmente queramos e decidimos mudar para algo mais extremo e chegamos a um acordo: chamamos um baixista e fomos seguindo. Porm, desde ento, j passaram aproximadamente 14 membros diferentes, e hoje conseguimos chegar formao atual que nos deixou extremamente contentes com a capacidade, responsabilidade e fora de vontade encontrada em cada msico. Hoje posso dizer que estamos em um nvel muito satisfatrio musicalmente falando.

    HELL DIVINE: Antes de Olhos Sem Vida, vocs conseguiram alguma visualizao maior ou foi complicado at o lbum sair?PRAY FOR MERCY: A formao antiga lanou um single de Olhos Sem Vida em uma verso diferente da que temos hoje, que no fez um baralho to grande. Porm, mesmo assim, a banda j comeou a ter alguns seguidores. Mas neste ano, quando lanamos o single Falso Testamento, percebemos que chamou bastante ateno at mais do que espervamos, pelo tempo que a banda ficou parada. No primeiro dia, tivemos 800 visualizaes, o que considero muito bom para uma banda que lana o seu primeiro single e, claro, devemos isso tambm aos vrios amigos e bandas amigas que nos ajudaram a divulgar. Naquele momento, j sentimos que havia vrias pessoas realmente apreciando nosso trabalho, e quando lanamos Sodomizando Almas foi ainda maior e melhor.

    HELL DIVINE: A escolha pela lngua portuguesa a ser usada pela banda foi algo que veio desde o comeo, ou a preferncia foi aparecendo com o tempo?PRAY FOR MERCY: A banda sempre quis tocar em portugus, principalmente porque queramos que as pessoas entendessem mais facilmente as nossas letras, e que

  • aprendessem a cantar nossos sons. Outro ponto que sempre falamos que a cena nacional est em uma ascenso muito boa, e nada melhor para isso do que bandas cantando em portugus, valorizando a lngua e mostrando que podem, sim, existir bandas boas cantando em nosso idioma.

    HELL DIVINE: Qual foi a principal fonte de inspirao para compor Olhos Sem Vida?PRAY FOR MERCY: O nosso primeiro lbum foi praticamente composto duas vezes, pois quando os novos membros atuais entraram, o CD inteiro j estava gravado prestes a ser lanado, mas em reunies decidimos refazer MUITA coisa. A composio de Olhos Sem Vida tem influncias de vrios gneros e bandas, pois a inteno sempre foi extrair o lado mais pesado de tudo que escutamos, mas sempre preocupados em no soar como cpia e sim como algo novo reciclando o Old School.

    HELL DIVINE: Dentro do cenrio atual, o que vocs podem citar como um fator que ajudou muito o Pray For Mercy? E se tem algum fator que incomoda vocs, teria como coloc-los para a gente tambm?PRAY FOR MERCY: Acho que algo que ajudou muito foi que as bandas nacionais, incluindo ns, esto mais preocupadas em lanar um material completo de boa qualidade. Uma banda precisa ter um som bem gravado, precisa ter uma identidade visual legal, fotos legais e um marketing legal. Hoje notamos que as bandas esto focando muito nisso, o que atrai mais o publico, pois mostra mais profissionalismo. Lembro que, antigamente, at ouvamos bandas boas, mas que no tinham um material legal, o que fazia o pblico preferir as bandas gringas.

    HELL DIVINE: Quais as principais caractersticas da banda para chegar at a sonoridade encontrada no disco?PRAY FOR MERCY: Bom, como ns temos praticamente os mesmos gostos musicais fica mais fcil de entrar em acordo com o que queremos tocar, mas nossos principais fatores para chegarmos sonoridade que chegamos foi sempre criar sem limitaes. No entanto, sempre acabamos passando pelas linhas rpidas do Thrash Metal (Slayer, Exodus, Pantera etc.) as levadas mais lentas e cadenciadas com bumbos rpidos (Slipknot, Chimaira...) e riffs com palhetadas extremas lembrando as sonoridades do Black Metal (Dark Funeral, Marduk, Behemoth...) a acabamos chegando em uma sonoridade que agradou a todos ns.

    HELL DIVINE: Em suas letras, qual seria a principal mensagem que a banda procura passar aos seus ouvintes?PRAY FOR MERCY: As mensagens que nossas letras trazem so de algo voltado contra o abuso que o prprio homem faz consigo mesmo, como por exemplo, algo bem evidente que comentamos sobre os atos religiosos, sobre como o homem no respeita a si mesmo usando esses meios para se aproveitar de algo ou algum. E depois, quando se depara com as problemticas consequncias que isso traz, se perde em confuses mentais, em alguns casos podendo se tornar algo doentio a ponto de tentar se matar ou at mesmo algo mais grave: acaba virando assassino em srie.

    HELL DIVINE: Quais so os planos futuros de vocs, poderemos esperar alguma turn nacional?PRAY FOR MERCY: Estamos com muitos projetos para realizarmos esse ano, principalmente em conjunto com outras bandas que esto na correria junto com a gente. Estamos planejando algo grande, de cunho nacional e, em breve, falaremos publicamente sobre isso. Por enquanto, s posso dizer que ns e outras bandas grandes da cena metal/hardcore nacional faremos muito barulho esse ano.

    HELL DIVINE: Valeu pelo tempo conosco, deixe pra HELL DIVINE e seus leitores um recado. Obrigado e sucesso.PRAY FOR MERCY: Ns que agradecemos o espao e o apoio que a HELL DIVINE est nos dando e a outras bandas brasileiras. Isso ajuda muito e faz crescer cada dia mais! Parabns pelo trabalho, e continuem assim! Para os leitores, queremos deixar um recado muito importante: Apoiem a cena nacional, as bandas esto cada vez melhores e mais profissionais e o que mais vai fazer isso crescer diariamente so vocs, o pblico. Sempre que possvel, compaream aos shows, comprem merch, divulguem as bandas que gostam, tenham o interesse de conhecer novas bandas brasileiras. Para que ficar sonhando em morar na gringa por causa da cena deles, se ns podemos fazer a nossa cena ser to forte e grande quanto a deles? S para encerrar, queria agradecer a todos que nos apoiam, mandam mensagens falando do quanto gostam do nosso som etc., isso faz a gente no desistir! Obrigado!

    Entrevista por Augusto Hunter.

  • Banda de Metalcore vinda da capital paulista formada, em 2010, com apenas

    um EP lanado vinha recebendo boas criticas e todos ficavam esperando ansiosamente o

    lanamento do primeiro lbum. Essa espera acabou no ano passado, com Tempestade, debut muito bem feito e

    que, com certeza, levar a banda colher seus frutos em 2013. Em uma breve entrevista, conversamos com o guitarrista Rogrio Torres sobre o desenvolvimento do lbum e planos futuros.

    Confiram!

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  • superandobarreiras

  • HELL DIVINE: No show de lanamento do lbum Tempestade vocs filmaram para um futuro DVD, certo? Quando ser lanado?ROGERIO TORRES: Sim, ns filmamos tudo. Tanto o show, quanto os bastidores do evento. No poderamos deixar de registrar esse momento to histrico para ns e para toda uma cena.Ainda no temos a data correta para o lanamento. Esperamos conseguir lanar no primeiro semestre desse ano. Vamos ver.

    HELL DIVINE: No ano passado, fomos surpreendidos com a morte do vocalista Mitch Lucker (Suicide Silence) que, sem dvida alguma, uma das principais influencias da banda. Como vocs reagiram notcia?ROGERIO TORRES: Foi muito triste para ns. Com certeza, fomos e somos muito influenciados pelo Suicide Silence. Podemos dizer que jamais existir um vocalista como Mitch. Ele possua um timbre nico e uma personalidade vocal completamente diferente de tudo. Foi uma das maiores perdas que o metal mundial j teve. Vai fazer muita falta.

    HELL DIVINE: Tempestade foi lanado de forma independente pela Internet e depois distribudo em material fsico. Vocs acham que, hoje, com uma facilidade de divulgao por meio da Internet essa acaba sendo a melhor forma para uma banda alcanar seu objetivo?ROGERIO TORRES: A verdade que, hoje em dia, nenhum grupo ou banda sobrevive da venda de discos. Ento a nossa ideia inicial sempre foi colocar o lbum completo para download. O material fsico ns fizemos para agradar quele f que gosta de comprar o CD, de ter o material fsico, que curte ler as letras no encarte. Eu, por exemplo, sou assim. Se eu gosto da banda, eu gosto de comprar o CD ou o DVD, por gosto pessoal e tambm para prestigiar o artista.

    HELL DIVINE: O trabalho grfico do debut tambm merece grande destaque. Quem o responsvel pela obra e como decidiram escolhe-lo para realizar esse grande trabalho?ROGERIO TORRES: Sim, realmente a arte da capa ficou fantstica. O autor o artista filipino Uzi Emperado (www.uziemperado.com). Ns estvamos procurando fazer tudo que fosse possvel para que o nosso primeiro lbum fosse indiscutivelmente bom em todos os aspectos. Queramos tudo do nosso gosto, que fosse reconhecido pela musicalidade, mas tambm por todo o trabalho que gira em torno de um disco. A pensamos em fazer a capa do disco com algum artista reconhecido mundialmente para dar um impacto maior ainda. Pesquisamos e vimos que o Uzi um cara muito renomado l fora, j trabalhou com o Suicide Silence, Caliban, Born Of Osiris, Winds Of Plague, Miss May I, entre muitas outras. Conversamos com ele, explicamos a proposta e ele topou na hora. Foi um trabalho de muitos meses e ele um cara muito profissional e gente boa. Com certeza, voltaremos a trabalhar juntos em uma prxima oportunidade.

    HELL DIVINE: A cena metalcore tem crescido muito nos ltimos anos l fora, e aqui no Brasil vem aparecendo boas bandas e incluo a John Wayne nesse meio. Para voc, o que se deve esse crescimento repentino?ROGERIO TORRES: A cena metal no geral estava meio capengando nos ltimos anos, esquecida, sem espao. A veio uma molecada nova com uma proposta de som diferente, mais agressivo, moderno. Isso, de uma forma ou de outra, chamou ateno da galera e tambm no incio gerou um preconceito dos metaleiros mais tradicionais. Mas hoje, at quem sempre curtiu a cena Thrash e Death Metal est curtindo o Metalcore e o Deathcore. Creio que por isso a cena est crescendo. Eu, por exemplo, sempre toquei em bandas de Thrash e metal tradicional, mas nunca me indentifiquei tanto tocando e curtindo o estilo de metal mais moderno chamado de metalcore. Por essas e outras, creio que os rtulos um dia vo se unificar e tudo ser simplesmente metal.

    HELL DIVINE: Tempestade vem recebendo timas criticas da mdia no Brasil e tenho certeza que vocs iro divulgar esse trabalho em outros estados do pas. Mas e no exterior, vocs pensam em lanar o lbum l fora?ROGERIO TORRES: O foco, por enquanto, o territrio nacional. O John Wayne j percorreu muitas cidades de So Paulo, mas para fora do estado, fomos poucas vezes. O Intuito que a Tempestade Tour 2013 passe por diversos estados e cidades do Brasil. Mas claro que estamos dispostos a viajar para fora caso haja oportunidade, convite. Ser uma honra levar o nome Brasil para o mundo, cantando em portugus, assim como os nossos irmos do Project46 fizeram no Maquinria Fest no Chile, em 2012.

    HELL DIVINE: Em relao a algumas letras da John Wayne, temos a sensao de se tratar de uma banda de metal cristo. Vocs so religiosos?ROGERIO TORRES: (Risos) Muitas pessoas perguntam isso. Na verdade, no somos uma banda crist. Cada um tem suas crenas, sua f no que acredita, mas no pregamos nenhuma religio. E tambm no temos nada contra as bandas que so; pelo contrrio, ns somos fs de vrias delas. Eu escrevo 100% das letras do John Wayne e posso afirmar que, no fundo, h certa inteno de reflexo das pessoas quanto a sua existncia, quanto realidade que nos cerca, falamos sobre a vida, sobre a morte, sobre atitudes, arrependimento, sobre perseverana, sempre incentivando aos ouvintes a pensar no assunto. Talvez isso remeta a algum pensamento de como as pessoas enxergam alguma pregao.

    HELL DIVINE: Outro fato curioso no show de lanamento do debut foi a presena do produtor Adair Daufembach dizendo que vocs tiraram dinheiro do prprio bolso para gravar o lbum, alugar o Carioca Club e gravar o DVD. Essa a realizao de um sonho? Que mensagem vocs deixam as bandas que esto comeando e tambm esto atrs desse sonho. ROGERIO TORRES: O Adair no s um produtor para ns,

  • ele nosso irmo. Ele planta sementes na cabea das bandas que produz, ele mostra a realidade, incentiva o grupo a ir atrs das coisas com as prprias pernas, sem esperar um milagre.A resposta SIM. Para arcar com todas as despesas do evento, ns tiramos dinheiro dos nossos bolsos, dos nossos salrios (sim, ns todos temos empregos, acordamos cedo, batemos carto!). Fizemos tudo por conta prpria, por amor ao nosso trabalho, por acreditar que isso ia dar certo. Tivemos alguns parceiros nesse evento, claro, ningum consegue nada completamente sozinho, precisamos das pessoas, dos amigos. Temos s a agradecer a quem nos apoiou e acreditou no evento. Levamos muitos Nos na cara, de pessoas que no acreditavam, mas no final ficamos satisfeitos e muita gente teve que abaixar a cabea e admitir que esse foi o maior evento underground independente dessa nova cena metalcore no Brasil, certeza. O DVD sair em breve para provar isso, est documentado. Isso nos d muito orgulho, pois assim como o Adair disse, ns fizemos tudo com nosso prprio esforo e dedicao de mais de um ano para que esse show acontecesse, para levar o melhor para o nosso pblico em todos os aspectos.A outra resposta SIM. Esse um grande sonho que conseguimos realizar. No tem dinheiro que pague mais de 1000 pessoas no seu show independente, s com bandas de som pesado, a galera cantando suas msicas do seu primeiro disco.

    Para quem est comeando e para as bandas que esto nessa correria, aqui vai a nossa mensagem: Saibam que, se quiserem algo, vocs mesmos devem correr atrs com seus prprios esforos. No espere nada cair do cu, pois no vai. Trabalhar muito, ainda muito pouco para conseguir algo no underground, voc precisa mais que isso, voc precisa acreditar e no medir esforos para conseguir crescer claro que sem passar por cima de ningum e com HUMILDADE sempre na frente. Invista pesado em suas bandas, se voc acredita. Adquira equipamentos bons, ofeream um show de qualidade para o seu pblico, afinal so eles que mantm tudo isso em p. Faam uma boa gravao, com uma produo de algum que entenda do seu estilo de som. O pblico est cada vez mais exigente. Qualidade fundamental numa gravao, num clipe, num show, no deixem nada a desejar. No se vendam, toquem o som que vocs que gostam de tocar.De resto, galera, s continuar, no desistir, que o crescimento natural.

    HELL DIVINE: Muito obrigado por ceder esse tempo e participar das paginas da Hell Divine.ROGERIO TORRES: Ns que agradecemos pelo espao cedido pela Hell Divine.Um abrao galera, esperamos vocs nos prximos shows do John Wayne. At!

    Por Luiz Ribeiro.

  • Portugal tem se tornado um pas cuja cena de metal cresceu de forma espantosa nos ltimos anos. Bandas das mais variadas vertentes surgem aos montes nas terras lusitanas. Para manter o leitor um pouco mais informado do que se passa por l, conseguimos uma entrevista exclusiva com os gajos do Stampkase, que comeam a dar seus primeiros grandes passos.

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  • mostrandosua brutalidade

  • HELL DIVINE: Obrigado novamente por conceder a ns essa entrevista exclusiva. Primeiramente, gostaramos que vocs nos dessem um breve resumo sobre a criao e a trajetria da banda at o presente momento, salientando fatos importantes como o motivo da escolha do nome Stampkase para a banda, os primeiros dias ativos, etc. STAMPKASE: Creio que houve dois pontos fulcrais que possibilitaram a criao dos Stampkase: eu passar do air drum para uma bateria real e o Bruno Moniz deixar os Kaos e ficar livre para abraar outros projetos. Nos Aores, tudo muito pacato e as pessoas interessadas em tocar este gnero musical so muito poucas. Logo, lembro-me perfeitamente de passar uns bons anos tocando sozinho e ter a ideia de criar uma banda com o Ruben e o Andr. importante salientar que ramos amigos de longa data (e existe mesmo famlia dentro da banda), logo, havia muito em comum. Quando menos espervamos, encontramos ento um guitarrista e foi a festa total. O Pedro Valrio, nosso primeiro baixista, tambm s apareceu quando a banda j tinha uns trs meses, mas a partir da comeou um trajeto que, felizmente, nos tornou populares na nossa regio. Participamos em festivais importantes (com Mnemic, Fear My Thoughts, Dagoba ou Exilia) e ganhamos um concurso, cujo prmio monetrio nos fez imediamente pensar em gravar um lbum. A escolha do nome Stampkase partiu do Ruben. De imediato nos soou bem e associamos minscula sala de ensaios que construmos dentro de uma garagem, base de esferovite, para no incomodar os vizinhos [risos]! De qualquer forma, o termo stamp nos agradava, pois conferia a ideia de marca. Creio que isso que tentamos fazer.

    HELL DIVINE: Portugal um pas que apresenta, no exato momento, uma cena muito forte, diversa e abrangente em muitos estilos de metal. Gostaramos de ouvir de vocs algumas palavras sobre a cena portuguesa aos seus olhos. STAMPKASE: absolutamente unnime que a qualidade e quantidade das bandas portuguesas aumentou exponecialmente. Ser um resultado da prpria evoluo dos meios de comunicao e do acesso tecnologia ou at mesmo formao acadmica, que h uns dez ou vinte anos no existia. Como pas pequeno e perifrico, aliado ao preconceito depreciativo que sempre existe em relao ao que nacional, h a dificuldade de sair do pas e tocar longe de casa, pois as despesas so muito maiores do que se estivssemos, como bvio, numa grande metrpole. Creio que s por isso que as bandas portuguesas ainda no atingiram maior sucesso. Faltam tambm infraestruturas adequadas e suporte editorial/promocional, pois se queres algo verdadeiramente profissional e que te d enorme visibilidade, tens que participar em festivais mainstream ou, ento, entrar para uma grande editora. De resto, acho que somos todos humanos e a partir do momento em que temos dois braos, duas pernas e uma cabecinha a funcionar, conseguimos ser to bons ou melhores do que outros em qualquer lugar do planeta.

    HELL DIVINE: Mechanorganism o trabalho mais recente da banda. Como voc o classificaria em relao aos demais trabalhos? Em sua opinio, ele sofreu

    uma alterao muito grande ou segue a linha de seus antecessores? STAMPKASE: Mechanorganism o nosso primeiro e nico trabalho. verdade que gravamos uma demo, em 2004, que at chegamos a enviar para alguns sites e editoras, mas no a vemos como algo suficientemente coeso e estudado para a considerarmos um trabalho. Lembro-me que poca tnhamos grande vontade de ouvir os temas gravados, mas apenas isso, e destinava-se, sobretudo, para consumo interno. Foi tudo gravado em formato caseiro, embora com uma pessoa que agora produz ao mais alto nvel em Portugal - Andr Tavares [Grog, The Firstborn, Seven Stitches] - mas no tnhamos sequer a conscincia do que queramos com a demo. A banda sempre teve no horizonte a meta de estrear com um lbum, aparecer assim um pouco do nada com um disco para o qual as pessoas pudessem olhar e, pelo menos, achar que tinha um ar profissional. Isso penso que conseguimos. Quanto sonoridade entre estes dois registros, creio que diferem como do dia para a noite. Embora se mantenha o groove e a veia mais moderna, passamos a desenvolver estruturas incomparavelmente mais consistentes e evoluimos tambm bastante tecnicamente. Posto isto, s me apetece repetir: so dois trabalhos absolutamente distintos.

    HELL DIVINE: O que vocs gostam de ouvir alm das influncias j citadas na pgina da banda no Facebook? Algo fora do metal? STAMPKASE: [risos] Podamos referir algumas coisas escandalosas, mas provavelmente iriam denegrir a imagem clich do metaleiro de negro e macambzio. Fora a brincadeira, natural que tenhamos ouvido coisas muito diferentes na nossa adolescncia como as Spice Girls (ops, no era para dizer), mas era tudo numa base descontrada, at porque me lembro, j nessa altura, de ouvir e delirar com coisas to herticas, sanguinrias e violentas como Once Upon The Cross dos Deicide. Portanto, o metal a nossa paixo, mas todos acabam por ouvir de tudo um pouco (arrisco dizer que apenas msica eletrnica e disco que temos imensa dificuldade em aceitar... quanto muito com uns valentes copos). Mas dentro do metal ouvimos de tudo um pouco, uma necessidade quase como de respirar. Temos uma preferncia bvia por sons com groove e matemtica, mas tambm adoramos coisas extremas ou, pelo contrrio, muito meldicas.

    HELL DIVINE: Disserte um pouco mais a respeito de suas inspiraes na hora de compor. O que normalmente afeta de forma criativa, claro sua criatividade na hora de, por exemplo, escrever uma letra? STAMPKASE: Creio que inevitvel inspirarmo-nos num tempo e local consoante a nossa realidade pessoal e social. No incio, escrevamos mais sobre episdios pessoais, mas de uns bons tempos para c, achamos muito melhor e mais exigente tratar de assuntos que pudessem tocar muito mais pessoas e contribuir para uma viso sobre o nosso estado enquanto seres humanos. A prova est em Mechanorganism que aborda uma infinidade de temas apesar de no topo estar a relao do homem com a mquina. O disco no conceitual, mas a inspirao principal foi a frieza que nos rodeia nos

  • dias de hoje. Atravessamos uma fase em que as pessoas deambulam sem valores e atropelam-se sem misericrdia. algo que nos faz pensar que estamos cada vez mais a agir como mquinas de destruio massiva. Posto isto, o processo de composio das letras no foi o mais espontneo, pois precisamos de uma enorme introspeo, organizao de ideias e muita pesquisa para evitarmos o bvio. Quanto composio musical, foi forosamente tambm um processo muito exigente, pois analisamos todas as hipteses ao alcance at darmos os temas por concludos. Sobretudo o tema-ttulo exigiu-nos imensa autoanlise. Uns compem atravs de jams... ns, por enquanto, gostamos de pensar um pouco a nossa msica.

    HELL DIVINE: Quem foi o criador da capa de Mechanorganism? Como foi trabalhar com esse artista? Vocs pretendem continuar trabalhando com ele para as artes dos futuros lbuns?STAMPKASE: O ingls Colin Marks foi uma beno que nos caiu do cu. Para alm do seu invejvel currculo (j trabalhou com nomes to sonantes como Exodus, Nevermore, Strapping Young Lad e Aborted), tem um trao artstico que se coaduna na perfeio com aquilo que apreciamos, para alm de que parece ter uma capacidade fantstica de interpretar o que os seus clientes querem. Apesar de lhe termos dado uma descrio muito detalhada do que gostvamos para a capa

    a para cada pgina do booklet, ele superou todas as nossas expetativas. Entrou perfeitamente no nosso mundo e saiu-se com um trabalho fantstico. Basta dizer que fez praticamente todo o trabalho de uma assentada, ou seja, no tivemos que lhe pedir para alterar nada! E como se tudo isso no bastasse, a pessoa mais acessvel que se pode imaginar! Ele podia perfeitamente tratar-nos a pontap porque tem um currculo como poucos, mas revelou-se a pessoa mais interessada e entusiasmada mesmo a trabalhar com uma banda pequena. Nem sequer hesitaremos em voltar a trabalhar com ele numa prxima oportunidade!

    HELL DIVINE: O que fazem com o seu tempo quando no esto focados no trabalho musical? Fale a respeito do seu cotidiano. STAMPKASE: Somos todos rapazes normais que trabalham diariamente para pagar a suas contas... melhor dizendo, nem todos, porque a situao econmica nacional tem atirado muita gente para o desemprego e alguns de ns no escaparam. Temos enfermeiros, jornalistas, tcnicos de reabilitao e futuros tcnicos de eletrnica na banda [risos]! um pouco disso que vive o nosso cotidiano em termos profissionais. Depois, para alm da msica, h quem consiga ainda estar ligado a desportos como o jiu-jitsu, bodyboard ou futebol. Contudo, a msica consegue estar sempre viciosamente a ocupar as nossas mentes.

    HELL DIVINE: Por favor, sintam-se vontade para usar este espao para informar o pblico sobre turns, lanamentos e outros fatos importantes a respeito da banda. STAMPKASE: Podero achar ridculo, mas quem conhece a realidade aoriana ou at mesmo a portuguesa em geral, sabe que as dificuldades para se tocar ao vivo so grandes, sobretudo depois de a troika nos ter vindo c roubar (peo desculpa pela deselegncia). Portanto, em termos de turns no h nada que possamos acrescentar neste momento. Nos Aores pode surgir a qualquer momento um concerto, mas gostaramos de fazer vrias datas fora das ilhas. Para isso, precisaremos de um enorme investimento ou ento de muita sorte. Nada disso se vislumbra neste momento, mas estamos a pensar em formas de vencer este desafio hercleo. Do mesmo modo, e at porque o disco est c fora h muito pouco tempo, ainda no pensamos em voltar a estdio, embora at j tenhamos material novo. Creio que o mais importante neste momento as pessoas nos apoiarem com a compra do disco e merchandise que esto disponveis atravs do nosso Facebook (www.facebook.com/stampkase). Assim esto certamente a ajudar-nos a prosseguir com o nosso sonho! Um bem-haja a todos!

    HELL DIVINE: Muito obrigado mesmo pela contribuio de vocs nossa revista. Sucesso e fora! STAMPKASE: Ns que agradecemos imenso pela oportunidade! Votos de maiores felicidades para o vosso nobre projeto!

    Por Pedro Humangous.

  • rese

    nhas

    AnomAllyWhile The Gods Sleep Independente

    Algo extraordinrio deve estar acontecendo na regio do Aores, em Portugal. Diversas excelentes bandas esto surgindo de l. While The Gods Sleep o primeiro EP da banda Anomally, que j mostra suas garras por meio de cinco faixas extremamente bem arranjadas, dando vazo ao seu Death Metal repleto de melodia, alm de uma camada suave de Gothic Metal. O trabalho j impressiona primeira vista pela arte da capa, desenvolvida pelo conceituado (e cada vez mais atuante) Marcelo Vasco. O disco j comea como um carro desgovernado em alta velocidade, mostrando o lado mais extremo da banda, com guitarras nervosas, um vocal cavernoso e a insero inteligente dos teclados criando um clima bem interessante para as composies. Logo me veio mente seus conterrneos do Moonspell, com algo de Arch Enemy. Controlled By Oppression se mostra uma escolha acertada para abrir o lbum e j nos prepara para o que possa vir pela frente. Redrum assume uma postura mais tradicional do Death Metal, mas nunca deixando de lado os sintetizadores e teclados, que funcionam como o diferencial e a marca registrada do grupo. Os riffs dessa msica so simples, porm viciantes. Na sequncia, temos Cold, uma das melhores faixas do EP em minha opinio. Bastante diversificada e verstil, essa msica passeia por caminhos inesperados pelo ouvinte e surpreende de forma positiva os vocais limpos do meio para o final se encaixaram perfeitamente ao som. Pandoras Box chama pra si o lado mais denso, cadenciado e quase Doom da banda que, de alguma forma, me lembrou do Mastodon. From Lust..., que uma introduo e serve como preldio, convida To Screams! para fechar o belo trabalho do Anomally. Um timo registro que s refora ainda mais o status de Portugal de revelar timas bandas de Metal, seja ele qual estilo for.

    Nota: 8.0Pedro Humangous

    BAd SAlAdUncivilized Independente

    Algum viu meu queixo por a? Caiu em algum lugar. essa a sensao que fica aps ouvir Uncivilized da banda brasiliense Bad Salad. Um disco incrvel, muito bem estruturado, composto e executado. A gravao est soberba e as msicas assustadoramente maduras e cativantes logo na primeira audio. Sim, inegvel a influncia latente de Dream Theater, impossvel no se lembrar dos gnios do Prog Metal, porm, em nada isso desmerece o trabalho aqui apresentado. As msicas so complexas, intricadas e quase todas ultrapassam os dez minutos. O ouvinte convidado a uma viagem musical extremamente prazerosa, cheia de surpresas.

    Denis Oliveira (vocais), Caco Gonalves (bateria), Thiago Campos (guitarras) e Felipe Campos (baixo) do um show em termos de tcnica, preciso e bom gosto. Todos os instrumentos esto devidamente afiados, encaixados cada um em seu lugar e funcionando muito bem em conjunto. As composies so grandiosas e transbordam feeling, sem deixar de lado os momentos mais agressivos puxando um pouco para o estilo do Symphony X, por exemplo. A arte da capa e o encarte esto muito bonitos, deixando o pacote ainda mais completo. Seria injustia da minha parte apontar qualquer destaque, todas as msicas esto absurdas e merecem ser ouvidas com ateno. Mais uma excelente surpresa que brota de nossas frutferas terras. Sinta-se obrigado a ouvir esse disco!

    Nota: 9.5Pedro Humangous

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  • BlACK Blood STIGmATAdemo Independente

    Uma boa combinao dos dois estilos mais extremos do metal, que resulta em uma agressividade um tanto soturna. Falando do princpio, todo o arranjo soa com uma tcnica muito boa, de forma criativa e apropriada embora eu ache que, em alguns momentos, a altura das notas poderia soar mais interessante se fossem mais agudas que graves e vice-versa, mas isso uma preferncia minha, e nada influencia na qualidade das caractersticas j mencionadas. O gutural de ambos os tipos tambm est com boa tcnica, fazendo da produo do lbum excelente no final. Uma coisa que eu gostaria de ressaltar aqui que muitas pessoas dizem que as letras de Black Metal so sempre mais do mesmo, ento provavelmente vo dizer isso de Black Blood Stigmata tambm. Em todo tipo de msica, ou melhor, em todo tipo de leitura, as

    palavras expandem seu significado de acordo com a capacidade mental que cada leitor (no caso aqui, que cada ouvinte tambm) tem de interpretar e associar as coisas. Logo, se uma letra que fala, por exemplo, de dimenses qliphticas parece superficial para voc, a culpa no da letra... Afinal, Black Metal muito mais que msica. Alis, o problema da maioria dos fs de metal achar que metal somente msica, limitando o estilo no que se ouve, mas ignorando completamente o que a msica passa como tema e aprendizado. Concluindo, se trata de um trabalho breve (claro, afinal uma demo), porm cada segundo foi muito bem aproveitado para expor tanto o talento instrumental quanto as mensagens de suas letras. Vale muito a pena conferir essa estreia.

    Nota: 9.0Yuri Azaghal

    BlAKK mArKeTSelf-Improvement: Suicide Independente

    Vindo de Florianpolis/SC, o Blakk Market uma das mais interessantes bandas de Death Metal meldico do Brasil. A banda j conta com mais de 10 anos de existncia, mas esse apenas o seu primeiro lbum oficial, e que mostra uma competncia muito acima da mdia. As msicas da banda so muito legais e bem estruturadas, mesclando peso e melodia com muita propriedade e consistncia. Alis, o peso das faixas chama a ateno logo de cara (em especial o timbre das guitarras), at porque a gravao bem crua e suja, ressaltando o lado mais agressivo da banda. Outro destaque so os vocais, que variam do gutural ao meldico com muita naturalidade. Dentre

    os destaques do material, cito as faixas Putrefaction Guaranteed, que contm riffs fantsticos, e uma levada insana; Atlas, com timas melodias; Theater of Lie, que lembra bastante Dark Tranquillity; e M.D.K.K., uma das mais pesadas do disco. Portanto, amigo leitor, se voc aprecia o estilo, no perca mais tempo e corra j atrs deste disco, um dos melhores do estilo produzido em nossas terras em muito tempo.

    Nota: 8.5Junior Frasc

    CeremonIAl oAThThe Book of TruthCentury media records

    Caro leitor, se eu dissesse que esta banda tem gente que toca no Hammerfall, In Flames e Tiamat, depois de ouvir o CD, provavelmente no acreditaria, devido crueza e esporreira sonora que eles faziam na poca em que estavam no Ceremonial Oath. um Death Metal direto, cru e bem porradaria, com um pouco de melodia, mas to pouco que quase no se percebe, e The Book of Truth, originalmente de 1993, mais uma obra que a Century Media resgata e, alm de tudo, acrescenta algo. Fredrik Nordstrm, Ingmar Gunnard e o prprio quarteto dividiram a produo do CD na poca, e vemos que a proposta da banda no era ser evolucionria ou mudar padres, mas apenas de ser mais uma banda de Death Metal sueca que fugiu aos padres

    daquele pas, pois no lembra nem as bandas mais esporrentas e nem as mais meldicas. O trabalho fala por si, bastando uma ouvida em Chapter II: For I Have Sinned - The Praise, Chapter VII: Ceremonial Oath e Chapter VIII: The Lost Name Of God para sentir que a banda tinha potencial, bem como no segundo CD, onde temos material das demos Wake The Dead, de 89, e Black Sermons, de 90, ambas quando a banda ainda se chamava Desecrator, e do EP Lost Name of God, de 92, quando j se chamavam Ceremonial Oath. Olhem a formao e entendam o motivo do susto: Jesper Strmblad no baixo (do In Flames), Markus Nordberg na bateria, Anders Iwers nas guitarras (que toca no Tiamat), e Oscar Dronjak nas guitarras e vocais (o mesmo do Hammerfall).

    Nota: 8.0Marcos Garcia

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  • ChronoSphereenvirusment eat metal records

    Os gregos sempre apostaram suas fichas nos deuses mitolgicos, repletos de poderes inigualveis e inimaginveis. Parece que agora resolveram agregar esse poder s bandas de Metal por l. A tmida cena grega comea a ganhar fora e apresentar cada vez mais timas bandas dos mais diversos estilos. O Chronosphere levanta a bandeira do Thrash Metal e resolve finc-la no seu peito, sem d nem piedade. Estamos falando de um grupo extremamente tcnico, com composies velozes, apostando em uma mistura perfeita entre o Thrash americano e o europeu, o que deu uma personalidade muito forte s dez msicas que compem esse trabalho intitulado de Envirusment.

    Logo nos primeiros segundos voc j pode perceber que haver danos ao pescoo e os caras no esto para brincadeira. Gravao e produo de primeira, evidenciando cada instrumento de forma primorosa o baixo e o pedal duplo da bateria ficaram matadores na mixagem. Os vocais lembram bastante o estilo de cantar de Chuck Billy (Testament), o que de forma alguma algo ruim, muito pelo contrrio. O disco inteiro bastante empolgante, com destaque para a faixa Hypnosis, um verdadeiro hino do Thrash Metal, sem falar que uma porrada na orelha. Uma grata surpresa vinda desse emergente pas quando o assunto msica pesada. Certamente, o Deus do Metal est contente com seu discpulo na terra. Confira sem medo!

    Nota: 8.5Pedro Humangous

    CommAnd6Black Flag Voice music

    Os primeiros acordes da faixa de abertura, Crush the World, podem sugerir que estamos diante de um disco de Metalcore. S que o (hoje) quarteto Command6 soube de forma sbia mesclar influncias diversas e fazer um lbum pesado, visceral e surpreendente. O vocalista Wash emite berros que lembram bandas como Slayer e Korzus, e toda ira do cantor acompanhada por riffs e solos criativos e insanos, cozinha constante, que dessa mistura fizeram um dos melhores trabalhos deste ano. Isso se explica por no fazerem apenas um tipo de msica. Ento, temos desde sons rpidos, feitos para bangear como a j citada Crush the World, Logic or Nonsense (com frases em portugus), Brand New Day; as meldicas Ace In the Hole (com backings bem encaixados), a faixa ttulo (com passagens a l Forbidden) e a balada inusitada Sunshine, que tem inspirao em bandas como Alice in Chains e Audioslave, fazendo dela o maior destaque da bolachinha. Essa variedade fica mais evidente com a verso que fizeram para Maior Abandonado (Baro Vermelho), que contou com a participao de Cadu Pelegrini (Kiara Rocks). Tirando que o som est mais rpido e pesado, no h grandes mudanas em relao ao original. Recomendo esse trabalho aos bangers que pensam que no temos bandas criativas e com potencial. Procure conhecer esse disco, que pode ser baixado gratuitamente no site da banda www.command6.com.

    Nota: 8.0Joo Mesias

    deCompoSInG SerenITyCorpses in the Attic, Toys in a Shallow Grave (7 ep)Black hole productions

    Witter Cheng um cara perturbado. Ele, a mente por traz da one man band Decomposing Serenity, agracia os fs de msica extrema com um material de qualidade, que j chama a ateno pelo formato: um vinil de 7. Pois , fs desse tipo de disco s tm a comemorar! Ele inseriu onze composies do melhor Goregrind l, sendo seis registrados em 2011 (lado A) e outras cinco datadas de 1995 (lado B), ano em que a banda surgiu. Alis, so exatamente faixas da demo Rectify the Anal Bombshell, que precederam o primeiro full-length do conjunto. Velharia das

    3036

  • boas e nunca antes lanadas! interessante notar a diferena de sonoridades num intervalo de dezesseis anos: as faixas iniciais apresentam msicas brutais, mas com um qu de experimentalismo, saindo do lugar comum do estilo. Do outro lado, faixas cruas, diretas e bem porrada. Nada de frescuras. Inclusive, a gravao bem mais suja, o que gerou um clima ainda mais ptrido no som. Encaixou-se perfeitamente com a proposta. E merece meno a excelente instrumental que abre esse lado, Hiding Beneath the Urine Residue, que curiosamente bem trabalhada e conta com um riff cativante. Um EP imperdvel, que agradar aos fs saudosos por vinil e aos amantes de Goregrind em geral.

    Nota: 8.0Christiano K.O.D.A.

    CrIS delyrACris delyra Bonus

    O guitarrista e vocalista Cris DeLyra j um msico conhecido no underground carioca e agora chega a seu primeiro registro oficial, com uma sonoridade calcada no Hard Rock, rock nacional oitentista, e at algo de pop dos anos oitenta, de forma bem coesa e interessante. Acompanhado dos msicos Gustavo Cebrian (baixo) e Alex Curi (bateria), Cris criou 11 boas faixas, todas cantadas em portugus, e que transbordam atitude. As letras so bem legais e inteligentes, fugindo dos clichs do estilo. J a parte instrumental no traz grandes inovaes, embora os msicos sejam bem competentes no que se prope a fazer, seja nos momentos mais rpidos, seja nas baladas, com timos arranjos e belas harmonias. A belssima arte grfica tambm merece destaque, assim como a produo do material, bem limpa e condizente com o estilo. Vale a audio!

    Nota: 7.5Jnior Frasc

    eVIl emperorevil emperor rotten Foetus

    Com mais de dez anos de estrada, e aps diversas mudanas de formao, finalmente os gachos do Evil Emperor chegam a seu dbut. O som da banda um puro Death Metal tradicional, sujo, cru e agressivo at o osso. Aqui no existe espao para modernidade ou qualquer tipo de concesso: porradaria do comeo ao fim, transbordando amor pelo estilo. Todas as 12 faixas presentes no material so bem consistentes, e remetem aos primrdios do estilo, com riffs glidos e cortantes, baixo sujo e pesado, bateria insana e vocalizaes que chegam a fazer os falantes tremerem de to cavernosa. Dentre os destaques da bolachinha, cito as pedradas Mutilation Addicted, Vobiscum Obscurum, Black Death e Maldio a nica cantada em portugus e uma

    das mais brutais do disco. A qualidade de gravao apenas boa, deixando tudo bem sujo e na cara, mas nada que comprometa a qualidade do som dos caras. Portanto, no se deixe levar pela horrvel arte da capa do material, e procure ouvir o som do Evil Emperor, se msica extrema de qualidade o que voc procura.

    Nota: 7.5Junior frasc

    ForCepShumanicide ossuary Industries

    Finalmente, tenho em mos o to aguardado EP Humanicide da banda carioca Forceps. O grupo surgiu, em 2006, e de l para c vem crescendo assustadoramente por meio de seu Death Metal visceral e tcnico. Aps lanarem alguns singles e demos, finalmente apresentam seu EP, contendo cinco faixas absurdamente brutais, de construes intricadas e muito interessantes. As influncias declaradas pelos prprios membros esto completamente visveis e tornam o som da banda ainda melhor, esbanjando autenticidade e sabedoria na hora de compor seus hinos mortais. Infelizmente, o Brasil carece de mais bandas que pratiquem esse estilo to apreciado pelos bangers, um Death Metal bastante variado, que agregue diversas influncias e de diversos estilos. possvel conferir

    notas do Grindcore, Brutal Death Metal, alm do j mencionado Technical Death. A gravao est perfeita, deixando o som encorpado na medida certa, sem embolar os instrumentos. Os vocais de Doug Murdoch esto sensacionais, mesclando muito bem o gutural mais fechado e cavernoso, com alguns gritos mais altos, quase agonizantes. Guitarras e baixo desfilam riffs inteligentes, cortantes e altamente grudentos, criando uma camada de violncia perfeita para as velozes e nervosas linhas de bateria, que os acompanha de perto. As faixas Havest e Transmutation Of Internal Organs j haviam sido apresentadas ao pblico antes do lanamento oficial, mas The Born Ones se mostra forte candidata a melhor do play. A arte que ilustra a capa, feita pelo prprio baixista Raphael Gabrio, uma das melhores j vista nos ltimos tempos. Se esperar por esse EP j foi tarefa difcil, aguardar pelo full lenght ser excruciante. Espero que no demorem tanto. Enquanto isso, o jeito ser colocar o Humanicide para rodar at fazer furo.

    Nota: 9.0Pedro Humangous 3137

  • JACK deVIlUnder The metal Command Independente

    A banda Jack Devil vem sacudindo o underground com seu Thrash Metal moda antiga. O EP Under The Metal Command foi forjado em apenas um dia e conta com cinco matadoras msicas. O grupo formado por Andr Nadler (vocal/guitarra), Ricardo Andrade (guitarra), Renato Speedwolf (baixo) e Filipe Oliveira (bateria), apresenta um Thrash calcado nos anos ointenta, agregando ainda muita influncia da NWOBHM, principalmente nos riffs de guitarra oua Under The Metal Command e The Chaos Never Stops e comprove. As faixas so extremamente empolgantes, velozes e, apesar de simples em sua composio, agradam bastante e funcionam muito bem. Apesar de mostrar suas claras influncias, o Jack Devil consegue se destacar e soar original. A

    gravao, obviamente, no das mais perfeitas, mas mesmo assim conseguiu chegar a um timo resultado. Destaque para as linhas de baixo, bem presentes na mixagem. Aguardo ansioso por mais um registro desses caras, pois se apostarem em uma gravao de primeira, devem chegar muito longe em pouco tempo. Fiquem de olho!

    Nota: 7.5Pedro Humangous

    KhAoTICThe Beauty of death Independente

    O arranjo proveniente dos primeiros minutos da introduo consegue impregnar o ambiente com uma amargura notvel, apresentando em corpo sonoro com maestria o foco do trabalho cuja capa j adverte perfeitamente do que esperar com as melodias contidas na gravao. The Beauty Of Death acumula com profissionalismo negatividade, agresso, melancolia e (adivinhem) caos. Um som perturbador flui desde o primeiro indcio de manifestao sonora, e intensifica conforme entram as faixas Hino Morte que, por sinal, tem uma letra muito bonita e bem escrita e In an Empty World. E o que dizer da composio em si? Nada que os fs de Ocultan j no saibam. Os vocais, a percusso, os riffs e todo o resto esto simplesmente incrveis. Posso dizer que isso no

    nenhuma surpresa, pois os msicos do Ocultan so pessoas srias e dedicadas ao seu trabalho, portanto no de se admirar que D. Profaner sozinha produza um trabalho como esse, majestoso, e que sem dvida mostra toda a fora, independncia e soberania dos msicos brasileiros de metal extremo que, infelizmente, so muito pouco valorizados graas a essa populao inteligentssima que temos aqui que d mais valor ao BBB, mas isso vocs j sabem, portanto no vou me estender em um assunto que no se encaixa no propsito dessa palavra. Definitivamente esse um trabalho solo que est no caminho certo, e contando com a experincia e o talento da cabea por trs dele, tem tudo para continuar excelente e exemplar.

    Nota: 9.5Yuri Azaghal

    KInG oF BoneSWe Are The law Independente

    to bom quando as pessoas falam que o Metal nacional fraco, pois quando surgem bandas como a King Of Bones, elas queimam a lngua e com o tridente do senhor das trevas. O grupo parece ter surgido absolutamente do nada e j fincaram ambos os ps no cenrio nacional como uma das grandes revelaes dos ltimos tempos. Ao se deparar com a bela arte da capa (feita por Gustavo Sazes) e ouvindo um pouco do som, possvel jurar que se trata de uma banda gringa. Mas no se engane to facilmente, estamos diante de um lbum com sangue e suor brasileiros, produzido pelos mestres Brendan Duffey e Adriano Daga, no Norcal Studios. O King Of Bones apresenta um som clssico com uma roupagem totalmente atual, um HardnHeavy prazeroso de

    ouvir. A gravao est cristalina, evidenciando ainda mais as timas e cativantes composies, todas de fcil assimilao. Os vocais de Jlio Federici so impressionantes, uma mistura de Tobias Sammet (Edguy, Avantasia) com Jorn. A parte instrumental, formada por Rene Matela (guitarra), Rafael Vitor (baixo) e Renato Nassif (bateria), est afiadssima, executando cada um sua funo com extrema competncia e transbordando feeling. Todas as faixas possuem um brilho prprio e merecem destaque, porm inegvel a fora de msicas como We Are The Law com seu riff insano a la Zakk Wylde (Black Label Society) e Heroes, que empolga do comeo ao fim. D para notar que os caras trabalharam duro nesse disco e o resultado no poderia ser outro, um belssimo registro, merecedor de aplausos e que no sair do meu player to cedo!

    Nota: 9.0Pedro Humangous

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  • lUVArTnecromantical Invocation hammer of damnation

    Ultimamente tenho andado meio p*** da vida com aqueles lbuns superficiais e estpidos, onde tudo o que parece importar so bases toscas com distoro. Mas felizmente no o caso aqui. Definitivamente Necromantical Invocation no apenas mais um lbum sem qualquer propsito, feito para um bando de mans baterem cabea e fazerem air guitar no meio da sala A prpria imagem usada na capa j mostra isso. Esse novo trabalho do Luvart profundo, catico e capaz de criar uma atmosfera que pode ser muito melhor compreendida e completamente assimilada quando se est com a mente calma, relaxada, com seus sentidos voltados totalmente para as melodias e para as letras Certo, nada contra um pouco de manifestao de agressividade, mas comigo funcionou dessa forma. uma verdadeira descarga de blasfmias de 52 minutos, onde trechos como Sorrow screams break the silence, with agony sounds amid the darkness deixam claro a respeito do que o ouvinte pode esperar de Necromantical Invocation. Fora isso, posso dizer que um compndio de feitios feito de forma muito profissional e devota, desde a gravao at a criao do encarte. Recomendo bastante aos fs do gnero, pois um trabalho como esse merece como retorno em reconhecimento cada minuto que foi depositado em sua criao, fazendo dele no final um trabalho exemplar de uma tima horda mineira. Uma citao ao grande amigo Marcos Garcia que me deu a oportunidade de conhecer essa grande horda e, claro, tambm ao guitarrista Brucolaques que, generosamente, me deu a oportunidade de dissecar as entranhas de sua nova criana.

    Nota: 9.5Yuri Azaghal

    lymphATIC phleGmputrescent Stiffs and pungent Whiffs (7 ep)Black hole productions

    Era uma vez o vinil. Era uma vez uma lenda do Goregrind nacional. Quando eles se juntaram, formaram um produto extremamente empolgante e indispensvel para a coleo de fs de som brutal. Prazer, essa a Lymphatic Phlegm, em formato de EP 7. E no bastasse esse verdadeiro presente para os saudosos headbangers, vem a melhor parte: o material excelente! Pois sim, a qualidade de cada uma das seis composies (uma , na verdade, um outro) surpreendente, das mais inspiradas de toda a carreira do duo formado por Rodrigo Alcantara (guitarra, baixo e bateria programada) e Andr Luiz (vocal), este ltimo tambm componente da no menos agressiva Offal. O que mais chama ateno so os riffs sensacionais, facilmente notados devido excelente gravao.

    Cada palhetada uma aula. Vale salientar que o EP composto somente por faixas inditas, guardadas desde 1996. Entre elas, um cover da banda Mortician, Blow to Pieces, tambm muito bem executado. Legal tambm abrir a capa do material e se deparar com um mini-pster espetacular: a parte grfica merece muito destaque pela beleza. Isso um item de colecionador, pode acreditar! O disco, abarrotado de velocidade e extremismo, representa muito bem o que o underground: old school com muito amor. Apenas 500 cpias. Comece a caa.

    Nota: 8.5Christiano K.O.D.A.

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  • mAdneSSessence of death Brutal Combat records

    A essncia da morte est em minhas mos. A Brutal Combat Records lanou no final do ano passado o disco Essence Of Death da banda Madness, de Piracicaba/SP. Formado por Alexandre Guerreiro (vocais), Felipe Coradini (guitarras), R Mo