HEMEROTECA SOBRE SAQUES E INVASÕES: DO IMPRESSO AO …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLIOTECONOMIA JULIANA BUSE DE OLIVEIRA HEMEROTECA SOBRE SAQUES E INVASÕES: DO IMPRESSO AO DIGITAL NATAL/RN 2005.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIACURSO DE BIBLIOTECONOMIA

JULIANA BUSE DE OLIVEIRA

HEMEROTECA SOBRE SAQUES E INVASÕES: DO IMPRESSO AO

DIGITAL

NATAL/RN2005.2

JULIANA BUSE DE OLIVEIRA

HEMEROTECA SOBRE SAQUES E INVASÕES: DO IMPRESSO AO DIGITAL

Monografia apresentada à disciplina Monografia, ministrada pela Professora Maria do Socorro de Azevedo Borba, para fins de avaliação da disciplina e como requisito parcial para a conclusão do curso de Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

ORIENTADORA: Profª. Msc. Rildeci Medeiros.

Natal/RN2005.2

JULIANA BUSE DE OLIVEIRA

HEMEROTECA SOBRE SAQUES E INVASÕES: DO IMPRESSO AO DIGITAL

Monografia apresentada à disciplina Monografia, ministrada pela Professora Maria do Socorro de Azevedo Borba, para fins de avaliação da disciplina e como requisito parcial para a conclusão do curso de Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

MONOGRAFIA APROVADA EM 07 / 12 / 2005

BANCA EXAMINADORA

Profª Msc. Rildeci Medeiros (Orientadora)

Profª Msc. Maria do Socorro de Azevedo Borba(Profª da Disciplina)

Profª Terezinha de Queiroz Aranha(Membro)

Á Terezinha Medeiros de Oliveira (in memoriam), mais conhecida pela

forma íntima de Vó, que se relacionava comigo, nesta vida, na condição de

avó, sendo que nós duas, relacionadas desta maneira, freqüentávamos duas

faculdades distintas.

A minha vó cursava, em nível de doutoramento as disciplinas:

- Amor ao próximo;

- Humildade;

- Pobreza;

- Simplicidade;

- Paciência;

na Universidade da Vida.

Enquanto a neta cursava a Universidade da Terra, conseguindo hoje até

ser Bacharel em Alguma Coisa.

Mas a sua prova final foi no dia 07 de Janeiro de 2005, quando recebeu

de nós o titulo máximo de DOCTOR HONORIS CAUSAE pela Universidade da

Vida com o grau A, diferenciado com MOR.

Se efetuarmos a união das palavras A com MOR, surge uma nova

palavra que vem de encontro ao titulo de sua Tese: AMOR.

SAUDADES!!!

MENÇÃO ESPECIAL

À Profª Msc. Rildeci Medeiros, minha orientadora, pela condução competente da orientação, estímulo, dedicação, amizade, compreensão, paciência e sinceridade de suas palavras que sempre estiveram presentes. Agradeço, também, pela confiança, acreditando sempre na minha vitória, que, certamente, também é sua.

AGRADECIMENTOS

À Deus, autor da vida e da minha existência, por haver me criado

dotada de Fé, Saúde, Razão, Coragem, Disposição e de todas as demais

faculdades necessárias para que eu viva com dignidade.

Ao meus pais, Francisco de Assis de Oliveira e Crista Buse de

Oliveira, pelo exemplo constante de determinação, humildade, honestidade e

amor, tão importantes para a formação da minha personalidade. Amo vocês!!!

Aos meus irmãos, Renata e Henrique, que mesmo distantes se fizeram

presentes em meu coração.

À toda a minha família, em especial meus padrinhos, pelo estímulo

constante e por compreenderem a minha ausência.

À minha amiga e irmã, Roberta Barcellos Henning, por nunca permitir

que eu desistisse, pelas risadas, pelos conselhos, pela saudade e pelo carinho

dispensado todas as manhãs.

Aos meus amigos de turma, em especial Luciana Dantas, Josiana

Régis e Daniele Belmont, pela convivência intensa nestes 4 anos, pelas

conversas, discussões e aprendizado coletivo. Adoro vocês meninas!!!

Aos amigos “extra classe”, Juliana Fonteles e Renato Oliveira, por

serem verdadeiros companheiros na luta diária pela sobrevivência.

À minha família da Biblioteca Central Zila Mamede, por todo o

carinho, amor, respeito e amizade tão presentes no nosso convívio. Em

especial à equipe do CPD/BCZM – Lúcia Maranhão, Bruno Jorge, Kelly e

Wellington e as bibliotecárias Antônia Ângela, Verônica, Adjinan,

Lourdinha, Gersoneide e Margareth, pela determinante e fundamental

contribuição dada na elaboração desta pesquisa e pelo exemplo de trabalho

em equipe. Muito obrigada!!!

À todos os professores que ministraram aulas no curso de

Biblioteconomia nestes últimos 4 anos. Às professoras do DEBIB, pela

dedicação, empenho, paciência, amizade e generosidade com que

compartilharam seus conhecimentos. Em especial à professora Socorro

Borba, pelo excelente trabalho como Coordenadora do Curso e pela

dedicação com que sempre atende seus alunos. Á professora Mônica

Marques, pelo exemplo profissional, dedicação, incentivo, amizade verdadeira

e por ter me apresentado ao NUT-Seca. À professora Francisca Souza, por

ter sido muito mais que professora, mas minha amiga e conselheira. À

professora Luciana Carvalho, pela amizade e confiança que sempre

depositou em mim. À professora Andréa Aguiar, pelo carinho, amizade e

respeito existente em nossa relação. E à professora Rilda Chacon, pelo

carinho verdadeiro existente em seu abraço. Meu eterno muito obrigada!!!

À Escola de Enfermagem de Natal, por ter se tornado nestes últimos

três anos a minha segunda casa e a extensão da sala de aula. Meu sincero

agradecimento pela confiança em meu trabalho e por estimularem, SEMPRE, o

meu crescimento. Á direção, professores e funcionários, por serem muito

mais que amigos, mas companheiros. Meu obrigado e amor eterno à

vocês!!!

Ao Núcleo Temático da Seca e do Semi-Árido do RN, pela

oportunidade de execução deste trabalho que espero não concluir aqui. Em

especial à professora Terezinha Aranha e ao Sr. Jair do Nascimento de

Carvalho, pela maneira carinhosa com que me receberam e pela disposição

em esclarecer minhas dúvidas.

Por fim, à todos aqueles com quem compartilho meu carinho e afeto,

mas que não foram citados aqui.

“ O homem se torna muitas vezes o que ele próprio acredita que é. Se eu insisto em repetir pra mim mesmo que não sou capaz de realizar alguma coisa, é possível que me torne incapaz de fazê-la. Ao contrário, se tenho convicção de que posso fazê-la, certamente adquirirei a capacidade de realizá-la, mesmo que não a tenha no começo ”.

Gandhi

RESUMO

Analisa o processo de criação de uma hemeroteca digital sobre saques e invasões, a partir de textos jornalísticos impressos, armazenados no Núcleo Temático da Seca e do Semi-Árido do RN (NUT-Seca). Dentre os seus procedimentos metodológicos destacam-se: o método observacional, o uso de ferramentas tecnológicas e linguagens de representação. Os resultados apontam para o tratamento documental de 94 artigos de jornais e revista, armazenados nesse repositório. Portanto, essa hemeroteca torna disponível essas informações na rede World Wide Web, o que permite além da socialização dessas informações, a sua acessibilidade e usabilidade.

Palavras-Chave: Hemeroteca. Hemeroteca Digital. Repositório Institucional Digital.

ABSTRACT

This work aims to analyze the creation of a digital hemerotech related to invasions and withdrawals. This is done taking into consideration printed journalistic texts that are currently stored at Núcleo Temático da Seca e do Semi-Árido do RN (NUT-Seca). Amongst other methodological procedures, the observational method, the use of technological tools and representational languages were used. Results point out that the research realized documental treatment in 94 periodical and newspaper articles that were stored in this repository. Thus, this hemerotech makes this information available in the World Wide Web, permitting its socialization, accessibility and usability.

Key- Words: Hemerotech. Digital Hemerotech. Institutional Digital Repository.

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Produção científica do NUT-Seca. p. 29QUADRO 2 Distribuição da quantidade de artigos e seus respectivos

periódicos de origem.

p. 44

QUADRO 3 Ferramentas metodológicas de informática. p. 47QUADRO 4 Ferramentas metodológicas de representação. p. 48

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Planilha de publicações seriadas (sem preenchimento dos

campos).

p. 50

FIGURA 2 Planilha de publicações seriadas (com preenchimento dos

campos).

p. 51

FIGURA 3 Planilha para atribuição de item ao registro (sem

preenchimento).

p. 52

FIGURA 4 Planilha para atribuição de item ao registro (com

preenchimento).

p. 53

FIGURA 5 Planilha com item atribuído ao registro. p. 54

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BCZM Biblioteca Central Zila MamedeBDTD Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesCCSA Centro de Ciências Sociais AplicadasCEDISA Centro de Documentação e Informações da Seca e do Semi-ÁridoCPD Centro de Processamento de DadosDEBIB Departamento de BiblioteconomiaDPT Divisão de Processos TécnicosGED Gerenciamento Eletrônico de DocumentosLD Linguagem DocumentáriaLitCord Projeto Literatura de CordelMARC Machine Readable Cataloging FormatMCT Ministério da Ciência e TecnologiaNUT-Seca Núcleo Temático da Seca e do Semi-ÁridoRN Rio Grande do NorteSISBI Sistema de BibliotecasTIC’s Tecnologias de Informação e ComunicaçãoUFRN Universidade Federal do Rio Grande do NorteWeb World Wide Web

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 142 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO.............................................................. 182.1 ASPECTOS HISTÓRICOS...................................................................... 202.2 CONTEXTO ATUAL................................................................................ 223 NUT-SECA: O CONTEXTO....................................................................... 264 SAQUE E INVASÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS.................................. 315 HEMEROTECA: DO IMPRESSO AO DIGITAL......................................... 345.1 HEMEROTECA: DIMENSÃO IMPRESSA.............................................. 355.2 HEMEROTECA: DIMENSÃO DIGITAL................................................... 376 METODOLOGIA........................................................................................ 406.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO......................................................... 416.2 UNIVERSO DA PESQUISA.................................................................... 436.3 COLETA DE DADOS.............................................................................. 436.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS..................................... 427 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 558 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 58REFERÊNCIAS............................................................................................. 63

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho caracteriza-se como um estudo de natureza teórico-prático

e, ainda, de caráter exploratório na construção de uma hemeroteca digital com

a seguinte temática: Saque e Invasão.

A partir de uma documentação constituída de textos de periódicos

(revista e jornais) impressos, existentes no Núcleo Temático da Seca e do

Semi-Árido do RN (NUT-Seca) e da sua relevância sobre o tema em questão,

buscou-se um tratamento técnico e, ainda, o uso de tecnologias de informação

e comunicação para a concretização do mesmo.

Para tanto, tornou-se justificável estabelecer como seu objetivo principal

a implantação de uma hemeroteca, com vistas à difusão e promoção do uso

dessas informações disponíveis nesse repositório institucional, ou seja, o NUT-

Seca. Estas, por sua vez, de grande importância para se ter uma visão desses

movimentos sociais rurais decorrentes do fenômeno da seca, na região

nordeste do país.

Isto posto, se justifica também diante da atualidade da temática em

discussão no contexto do semi-árido do nordeste brasileiro e, ainda, pela

necessidade premente de se democratizar, cada vez mais, o acesso a essas

informações em níveis local, nacional e internacional.

A sua relevância torna-se ainda fundamental para a comunicação de

saberes, do senso comum ao cientifico, uma vez que esse conteúdo tornando-

se digital possibilitará mais ainda se conhecer os fenômenos da seca e suas

conseqüências, dentre elas, os saques e as invasões. O seu uso poderá ser

feito independentemente do espaço geográfico onde esteja a demanda sobre

essa informação. Com isso, tornar-se-á possível a consulta, acesso e uso do

material em questão não só eletronicamente, através do sistema Aleph, como

também presencialmente, dentro do próprio NUT-Seca.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

Diante disso, torna-se fundamental discutir a seguinte questão: em que

medida esta hemeroteca contribuirá para o processo de geração, transferência

e uso de informações sobre saques e invasões?

Na perspectiva de acompanhar a evolução científica e tecnológica que

caracteriza esse novo cenário, Sociedade da Informação/Sociedade do

Conhecimento, buscou-se nesse contexto criar uma hemeroteca temática no

ciberespaço, que permita uma grande circulação dessas informações e, assim,

contribuir para os novos ambientes de redes digitais.

Cabe ressaltar, que a proposta de gerar conteúdos digitais a partir dessa

massa documental, especialmente artigos de jornais, torna-se imperativa para

alavancar o processo de geração, armazenamento, transferência e uso da

informação em diversos contextos. Assim, a importância da sistematização

deste material no processo de ampliação e difusão de conhecimentos nesta

área certamente servirá de base também para futuros trabalhos.

Por isso, este estudo está focado na construção desse espaço digital na

tentativa de ampliar, cada vez mais, a ação comunicativa entre os diversos

atores sociais envolvidos com essa problemática e, ainda, possibilitar a troca

de saberes ampliando a acessibilidade e a usabilidade dessas informações.

Isto tornar-se-á possível, uma vez que os novos ambientes tecnológicos

propiciam essa mediação de forma mais dinâmica e eficaz.

Assim sendo, este estudo apresenta seus resultados e discussão por

meio da seguinte estruturação:

O primeiro item aborda a Sociedade da Informação como marco teórico

primeiro e, ainda, no sentido de caracterizá-la para melhor compreensão da

questão em estudo.

No segundo item procurou-se destacar contextualmente o NUT-Seca e a

potencialidade de suas informações.

No terceiro item destaca-se os aspectos conceituais dos fenômenos

Saque e Invasão como conseqüência do fenômeno Seca.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

No quarto item destaca-se sobremaneira os aspectos conceituais do

objeto de estudo – hemeroteca digital – a partir de uma abordagem histórica e

de conceitos correlatos.

No quinto item apresenta-se a metodologia adotada que subsidiou todo

o desenvolvimento deste trabalho e, posteriormente, os seus resultados e

discussão.

Por fim, são apresentadas as considerações finais acerca de toda a

atividade técnico-científica inerente a este estudo.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

O desenvolvimento acelerado da tecnologia trouxe muitas inovações em

todos os níveis, interferindo, consideravelmente, na maneira de ser e agir dos

indivíduos. Hoje, é notória e irrefutável a premissa quanto à necessidade de se

manter atento e conectado aos acontecimentos, uma vez em que se vive uma

época denominada Sociedade da Informação. Esta, por sua vez, definida por

Castells (2000, p. 22) como:

[...] um novo sistema de comunicação que fala cada vez mais a língua universal digital que tanto está promovendo a integração global da produção e distribuição de palavras, sons e imagens de nossa cultura, como os personalizando ao gosto da identidade e humores dos indivíduos. As redes de computadores estão crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por ela.

Diante deste contexto, percebe-se que a denominada Sociedade da

Informação representa, conforme Takahashi (2000, p. 5),

[...] uma profunda mudança na organização da sociedade e da economia, havendo quem a considere um novo paradigma técnico econômico. É um fenômeno global com elevado potencial transformador das atividades sociais e econômicas, uma vez que a estrutura e a dinâmica dessas atividades inevitavelmente serão, em alguma medida, afetadas pela infra-estrutura de informações disponível.

O que funciona como agente transformador de um contexto, que,

naturalmente será influenciado e transformado, são as mudanças decorrentes

de atividades sociais e econômicas. Estas serão, cada vez mais influenciadas

pelo advento informacional possibilitado pela Sociedade da Informação.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

Além dessa breve caracterização acerca dessa Sociedade, abordar-se-

ão ainda questões referentes aos aspectos históricos e ao contexto atual desta

nova era, como, a informação em formato digital está inserida e articulada

nesse contexto.

2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS

No Brasil, a Sociedade da Informação teve início antes mesmo do

advento da Internet, por meio do videotexto, definido como um veículo de

produção de linguagem e de distribuição de informações (PLAZA, 1984).

A diferença em relação a outros meios de comunicação da época era

sua interatividade. Estes nasciam em um meio interpessoal, haja vista que o

videotexto integrava, num só conjunto, as tecnologias ligadas à informação e à

computação, com a editoração e a disseminação da informação. Com ele, era

possível construir banco de dados no computador, facilmente acessíveis a

usuários não-especializados, pois com a associação de um telefone, uma

televisão e um computador (como banco de dados) o usuário acessava os mais

diversos tipos de informação visual e escrita (PLAZA, 1984).

O videotexto não chegou a ser uma ferramenta amplamente difundida,

pois com a entrada da Internet no Brasil, reduziu-se o número de projetos

utilizando esta tecnologia.

Cabe destacar, que a Sociedade da Informação originou-se e se

fundamentou em dois tipos de desenvolvimento interdependentes: o

desenvolvimento econômico e as mudanças tecnológicas. Décadas atrás se

tinha o setor econômico primário como responsável pelo desenvolvimento local

e regional, posteriormente, com a era industrial, esse desenvolvimento foi

impulsionado pelas indústrias manufatureiras e passou-se então a ter esse

desenvolvimento impulsionado pelo setor secundário. Atualmente, esse cenário

mudou e tem-se hoje como mola propulsora desse desenvolvimento o setor

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

terciário, ou seja, setor de serviços. Este encontra-se em franca expansão com

o uso da informação em todos os seus segmentos.

Diante desta mudança no contexto econômico, as modificações nas

atividades cotidianas passaram a fazer parte de uma imensa teia de

comunicação na aldeia global. Isto abrange diversos países, interligando, em

escala planetária, indivíduos que se encontram nos mais diversos locais do

mundo. São fios, cabos, fibras, que tampouco se enxerga, mas que

possibilitam modificações extremas no modo de vida e facilidades no processo

de comunicação nunca antes imaginadas. Estas, por conseguinte, passaram a

fazer parte do dia-a-dia de uma parte da sociedade.

Essa teia de recursos é denominada por Takahashi (2000, p. 3) como

“uma verdadeira ‘superestrada’ de informações e serviços freqüentemente

chamada de ‘infovia’ ou ‘supervia’ ”.

Deve-se salientar que, dentre todos os serviços que essa “infovia”

possibilita, o fenômeno que mais contribui para que a sociedade se desenvolva

com tanta rapidez, é precisamente a comunicação e o processo de

disseminação da informação através da Internet.

Acham-se em curso profundas mudanças de comportamento a partir do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), associados à telecomunicação, em grau de sofisticação sequer imaginado e em perspectiva de convergência tecnológica que está apontando para a existência de uma cibersociedade. O elemento mais significativo na implementação dessa nova cultura é a Internet, sendo considerada o meio de comunicação que constitui a forma com que a nossa sociedade se estrutura e estabelece suas relações em rede (BELLUZZO, 2005, p. 5)1.

Isto posto, torna-se perceptível que esses avanços tecnológicos

revolucionam o processo de acesso e uso da informação, salientando ainda,

que o acesso à rede no Brasil tem crescido rapidamente. Desse modo, a cada

ano mais pessoas fazem parte da comunidade virtual e essa evolução acaba

por representar a mudança de sociedade pós-industrial para Sociedade da

1 Paginação atribuída pela autora.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

Informação, o que está abrindo fronteiras e proporcionando o crescimento de

conhecimentos e, consequentemente, ganhos econômicos e sociais.

2.2 CONTEXTO ATUAL

Como foi enfatizado, a Sociedade da Informação nos insere em um

contexto repleto de transformações, que de maneira positiva proporciona a

geração de conhecimento. Mas, esta também modifica uma série de costumes

que, de modo geral, tem suas estruturas transformadas por tecnologias que

facilitam a maneira de viver e ampliam a ação comunicativa.

Assistir à televisão, falar ao telefone, movimentar a conta no terminal bancário e, pela Internet, verificar multas de trânsito, comprar discos, trocar mensagens com o outro lado do planeta, pesquisar e estudar são hoje atividades cotidianas no mundo inteiro e no Brasil. Rapidamente nos adaptamos a essas novidades e passamos – em geral, sem uma percepção clara nem maiores questionamentos – a viver na Sociedade da Informação [...] (TAKAHASHI, 2000, p. 3).

Corroborando com Belluzzo (2005, p. 8)2, percebe-se que “um dos

grandes desafios dessa nova sociedade é o aprofundamento das

desigualdades sociais sobre o eixo do acesso e uso da informação e isso

requer a intervenção em níveis local e global”. Nesse sentido, uma grande

parcela da população se encontra hoje, aquém destas novas possibilidades, o

que impulsiona a definição de políticas de acessibilidade à informação, visando

promover a universalização do acesso aos meios eletrônicos de comunicação e

informação, intervindo no processo de exclusão.

Como evitar, então, que as novas tecnologias aumentem ainda mais a disparidade social entre as pessoas, as nações e os blocos de países? Os países e blocos políticos, desde meados da década de 90, defrontam-se com as oportunidades e os riscos que cercam o

2 Paginação atribuída pela autora.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

futuro e, reconhecendo a importância estratégica da sociedade da informação, vêm tomando iniciativas para assegurar que essa nova era venha em seu beneficio (TAKAHASHI, 2000, p. 5).

Nessa perspectiva, salienta-se iniciativas como a do Ministério da

Ciência e Tecnologia (MCT), que no ano de 2000 disponibilizou a toda a

sociedade, o Livro Verde3. Este contempla um conjunto de ações com o intuito

de impulsionar a Sociedade da Informação em todo o Brasil, ampliando não só

acesso as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), como também

aos meios de conectividade, a formação de recursos humanos qualificados,

incentivo à pesquisa e desenvolvimento, e-commerce e o desenvolvimento

pioneiro de novas aplicações. Esse conjunto de iniciativas possibilitou o

surgimento de três grandes fenômenos, totalmente inter-relacionados:

[...] convergência da base tecnológica, [...] decorre do fato de se poder representar e processar qualquer tipo de informação de uma única forma, a digital [...]. O segundo aspecto é a dinâmica da indústria, que tem proporcionado contínua queda dos preços dos computadores [...], permitindo a popularização crescente do uso dessas máquinas. Finalmente, em grande parte como decorrência dos dois primeiros fenômenos, o terceiro aspecto na base dessa revolução é o fantástico crescimento da Internet [...] (TAKAHASHI, 2000, p. 3, grifo nosso).

Com o surgimento desses fenômenos, o processo de desenvolvimento

da pesquisa no país, alcança um novo patamar. Pois, os acervos em formato

digital, possibilitaram maior acessibilidade, usabilidade e interatividade. Hoje,

isto pode ser visualizado na rede mundial e com a contínua queda do preço

dos computadores, percebe-se a chance de uma grande parcela da sociedade

passar a ter acesso, pois mesmo quando o uso domiciliar não existe, é possível

o apoio de Universidades, Órgãos Governamentais e não Governamentais.

De modo geral, esses segmentos da sociedade estão empenhados em

possibilitar as faixas mais carentes à acessibilidade à Internet. Para Takahashi

3 TAKAHASHI, Tadao (Org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

(2000, p. 7) “urge, portanto, buscar meios e medidas para garantir a todos os

cidadãos o acesso eqüitativo à informação e aos benefícios que podem advir

da inserção do país na Sociedade da Informação”.

Ainda, nesse sentido é mister destacar o seguinte:

Gigantescos acervos de informação sobre os mais variados temas – designados pelo nome genérico de conteúdos – circulam hoje, em escala planetária e de forma acelerada, por meio da Internet e das novas mídias eletrônicas. Esse repertório permite o compartilhamento de conhecimentos, informações e dados, bem como enseja o desenvolvimento humano. Em um contexto globalizado, o volume de informações disponíveis nas redes passa a ser um indicador da capacidade de influenciar e de posicionar as populações no futuro da sociedade. Assim, a preservação da identidade nacional, na sociedade global, é decisiva para a capacitação em assuntos culturais, artísticos, científicos e tecnológicos, com suas claras dimensões econômicas (TAKAHASHI, 2000, p. 7, grifo nosso).

Na perspectiva de universalização de serviços de acesso e uso da

informação em novo formato, destacam-se iniciativas no estado do Rio Grande

do Norte (RN), tais como: a primeira Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

(BDTD)4 do RN. Esta iniciativa pioneira foi identificada na Biblioteca Central Zila

Mamede (BCZM), que coloca em prática, possibilitando em níveis local,

nacional e internacional, o acesso e uso da produção cientifica gerada no

âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Seguindo este modelo, tão comum à Sociedade da Informação, conta-se

também com o Projeto Literatura de Cordel (LitCord)5, que trata de uma Base

de Dados Referencial em dois meios magnéticos, ou seja, CD-ROM e Internet.

Esta última disponibiliza, na íntegra, parte do acervo de Literatura de Cordel

existente na biblioteca supracitada. Percebe-se com isso, que “o elemento

crítico é o comprometimento pessoal e sua mobilização para o

desenvolvimento de um senso de identidade e um propósito coletivo”

(BELLUZZO, 2005, p. 17)6.

4 http://wwww.bczm.ufrn.br5 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. LitCord: Literatura de Cordel. Natal, [2004]. 1 CD-ROM.6 Paginação atribuída pela autora.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

Diante de iniciativas como estas, sente-se a grande necessidade de se

estabelecer ações e projetos estruturantes que insiram o RN nesta Sociedade

denominada da Informação. Assim sendo, a concretização deste estudo

através da consolidação da primeira Hemeroteca Digital deste estado,

disponibiliza, através da Internet, o acervo sobre saques e invasões existente

no NUT-Seca. Acervo este, que após sua digitalização e disponibilização,

tornar-se-á referência primeira para pesquisadores de todo o país, que tenham

como foco em suas pesquisas o fenômeno Seca e todos os assuntos

relacionados a ela.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

3 NUT-SECA: O CONTEXTO

O Núcleo Temático da Seca e do Semi-Árido do RN (NUT-Seca) foi

criado em 1980 no âmbito da UFRN, como centro de documentação e de

reflexão sobre a Problemática da Seca e as suas conseqüências no nordeste

brasileiro.

No Projeto ‘A Problemática da Seca’, ficou evidenciada a preocupação com a execução do ensino, da pesquisa e da extensão, consideradas como funções básicas da Universidade. A melhoria do ensino seria atingida com a ampliação das informações disponíveis sobre o fenômeno da seca e de modo especial com as suas repercussões no estado do Rio Grande do Norte; a pesquisa seria realizada através da elaboração de um novo saber sobre a seca; a extensão seria efetuada com a transferencia de informações para a comunidade sobre esse fenômeno, através de Feiras de Arte, Ciência e Tecnologia e Encontros Municipais (CARVALHO, 1998, p. 38).

Em 1992, foi institucionalizado com a designação acima citada e

tornando-se assim um núcleo de estudos e pesquisas interdisciplinares dessa

universidade.

A partir de esforços envidados por um grupo de pesquisadores, em

especial pela sua coordenadora geral, Professora Terezinha de Queiroz

Aranha, para coleta de dados e seleção de informações pertinentes ao tema

em questão, foi possível a consolidação de um “Serviço de Documentação

Especializado”. Este, por sua vez, tem subsidiado o processo de pesquisa

como suporte bibliográfico e documental na história dessa problemática na

região nordeste do país, em especial, no RN.

[...] dadas às características da documentação reunida, e das coleções que foram, ao longo do tempo, incorporadas e nominadas, o NUT-Seca passou a ser um arquivo da história da seca. Além disso, a demanda de consulta por estudiosos, principalmente das ciências humanas, fortaleceu seu caráter de Centro de Documentação em seca e semi-árido (CARVALHO, 1998, p.10).

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

Atualmente, a sua estrutura hierárquica está vinculada ao Centro de

Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) dessa universidade. A acessibilidade ao

NUT-Seca, além de presencial, pode também ser feita mediante a sua home

page: (http://www.nutseca.ufrn.br).

Cabe ressaltar, que no referido núcleo uma das bases de pesquisa

denomina-se Centro de Documentação e Informações da Seca e do Semi-

Árido (CEDISA). Esta, tem como objetivo principal: “organizar um Sistema de

Recuperação da Informação sobre essa temática, tornando disponível a

documentação coletada e produzida no Núcleo. É um Centro de Referência da

Documentação existente no Estado” (NÚCLEO TEMÁTICO DA SECA E DO

SEMI-ÁRIDO DO RN, 2005, p. 1)7.

A especificidade desse centro de documentação foi à base para se dar

início ao desenvolvimento desta pesquisa. Por isso, escolheu-se para esta

primeira etapa o Acervo sobre Saque e Invasão, pois este traz em sua

formação várias fontes que norteiam a pesquisa sobre esta temática. Esta, por

conseguinte, tão relevante para entender as conseqüências da seca, no semi-

árido nordestino.

Para a concretização deste estudo, foi necessária a grande parceria,

notadamente, do NUT-Seca e da BCZM, o primeiro por ser o repositório

institucional da documentação, o segundo pela disponibilização das TIC’s.

A escolha em tratar tecnicamente a gama de informações do centro de

documentação, se deu em função da relevância dessa, bem como da sua

temática. Este acervo encontrava-se armazenado no âmbito desse centro de

documentação, apenas na forma impressa. Então, na tentativa de preservar,

difundir e promover o uso dessas informações, buscou-se uma metodologia

que possibilitasse todo o processo de representação, armazenamento e uso

desse material informacional.

Esse centro de documentação, enquanto instância física da guarda do

acervo citado, permitiu a transferência e tratamento dessa documentação, do

formato impresso para o formato digital. Entretanto, hoje, esse conteúdo digital

7 Paginação atribuída pela autora.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

armazenado no repositório institucional – BCZM - constitui apenas uma parte

dessa documentação temática, por se tratar de uma investigação piloto.

Desse modo, torna-se fundamental ressaltar a concepção de Ferreira

(1997, p. 48), ao abordar a necessidade de integração e cooperação na

sociedade atual, afirmando que:

As novas tecnologias, as infovias, a globalização, o acesso à informação sem fronteiras e à produção reconceituada como conhecimento exigem um novo comportamento centrado na competitividade/cooperação, na qualidade e no aprendizado [...].

Essa premissa foi o ponto norteador para a escolha de parte de um

corpora documental desse centro de documentação, para o desenvolvimento

desta pesquisa. Pois, percebeu-se o avanço da sociedade atual e, desse

modo, a necessidade premente de se reconfigurar esse espaço, haja vista a

importância das informações que o constituem.

Cabe destacar ainda, que a dimensão desse material informacional que

constitui o NUT-Seca possibilitou a realização de muitas investigações de

natureza técnico-científica. Dentre essas a produção de livros, artigos, teses e

dissertações, como pode ser verificado no quadro 1:

QUADRO 1 – PRODUÇÃO CIENTIFICA DO NUT-SECA

PRODUÇÃO TIPOLOGIA QUANTIDADEColeção especializada Textos mimeografados

Livros

10

23Artigos publicados Revistas 09Artigos publicados Jornais 22Participação em eventos Anais 17Catálogos coletivos Catálogo 08Exposições Comunicações 23

Fonte: FREIRE, 2003, p. 141.

Estes estudos, por sua vez, conseguiram demonstrar a pertinência

dessas informações no processo de geração do conhecimento técnico-

27

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

científico. Nesse sentido, ao se identificar uma “brecha digital” nesse espaço,

buscou-se difundir também pelas “infovias”, as informações que compõem os

arquivos físicos com esses textos jornalísticos, uma vez que estes estavam

apenas estocados, em formato impresso.

No sentido de facilitar a compreensão do que são os saques e invasões

serão apresentados a seguir conceitos que os representam. Para tanto, será

feita uma breve abordagem conceitual acerca da temática em discussão.

28

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

4 SAQUE E INVASÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS

Os saques e invasões são identificados como movimentos sociais rurais

decorrentes do fenômeno da seca e originados a partir da desarticulação da

produção, dos conflitos de terra e da ausência de alternativas de emprego e

renda, notadamente, na região nordeste do país.

Segundo Gomes (2005, p. 1) “a seca é uma situação climática em que

há estiagem de precipitação durante um determinado período, que pode vir a

ser curto ou longo. E quanto mais longo, mas arredia as conseqüências”.

Esses movimentos sociais se manifestam como reações coletivas que

ocorrem no meio rural como conseqüência da seca, onde o homem do campo,

nesse período, em geral, encontra-se ‘faminto’. Por isso, se organizam e

invadem o espaço urbano para saquear, principalmente os estabelecimentos

governamentais em busca de alimentos e outras soluções.

A esse respeito torna-se fundamental ressaltar as palavras de Neves

(2001, p. 113), quando diz que:

A questão social que se formulava relaciona-se, dessa maneira, à idéia de necessidade, cujas exigências se ajustavam, em parte, às reivindicações da multidão que se apossam das mercadorias [...] anunciando uma forma de ação – o saque e a invasão das cidades – e um sujeito coletivo – a multidão [...].

Nas décadas de 50 e 60, nos saques e invasões feitos pelo homem do

campo, estes usavam os seus instrumentos de trabalho, ou seja, picareta e pá,

como suas ferramentas de luta. Isto no sentido de demonstrar a necessidade

de terra e água para trabalhar e, ainda, saciar a fome e a sede decorrente da

seca na sua região.

29

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

No período de estiagem – seca – esses movimentos eram mais comuns

nessa região, sobretudo nos anos de 1979 – 1985, quando ocorre uma das

mais longas secas do século.

Estes homens rurais que procuravam as áreas centrais das cidades,

áreas normalmente próximas aos mercados de alimentos, feiras livres e

prédios das prefeituras, buscavam soluções para os seus problemas.

Pois segundo Moura (1991, p. 3) “os saques nunca acontecem em

estabelecimentos privados”. Isso se justifica com o fato de que “o saque é uma

forma de sobrevivência e para o homem do campo é, também, uma perda de

seu status social pois vai contra seus princípios morais” (MOURA, 1991, p. 3,

grifo nosso).

Essas manifestações, em geral, tem o objetivo de chamar a atenção das

autoridades e não de prejudicar cidadãos comuns.

Nesse sentido, Ferreira (1985, p. 1278) chama atenção para a questão

da seca, ou seja, esta, é caracterizada por um “período em que a ausência ou

carência de chuvas acarreta graves problemas sociais e econômicos”.

Possivelmente, era por isso que esses movimentos ocorriam, notadamente, em

grandes períodos de estiagens.

Nesse sentido, cabe ressaltar que esses movimentos, ou seja, os

movimentos sociais são concebidos como: “[...] tentativas coletivas de provocar

mudanças [...]” (FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS, 1986, p. 788). E, ainda,

esses movimentos “comportam aspectos ideológicos, estruturais e

psicológicos” . Quanto à sua estruturação este pode surgir a partir de pequenos

grupos, núcleos, ou estruturas muito simples e atingir uma diversificação e

complexidade extremas” (FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS, 1986, p. 789).

Diante de um cenário dessa natureza o homem rural parte em busca de

soluções nos centros urbanos invadindo-o e saqueando-o, para minimizar os

problemas em virtude da seca. Com isso, é provocada, de modo geral, uma

devastação nessas cidades.

30

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

5 HEMEROTECA: DO IMPRESSO AO DIGITAL

Historicamente, o termo “hemeroteca” é de origem grega. Neste

trabalho, essa expressão será utilizada a partir do conceito apresentado por

Buonocore (1976, p. 243), que define hemeroteca como sendo originada do

grego heméra, que significa "dia", mais théke, que significa "depósito" ou

"coleção”.

Na concepção de Ferreira (1985, p. 717), a hemeroteca é designada

como “Seção das bibliotecas em que se colecionam jornais e revistas”. Este

autor ao discorrer sobre a etimologia do termo hemeroteca destaca o prefixo

hemi como correspondente a ‘meio’, ou seja, ‘pela metade’. Refere-se a

qualquer coleção ou conjunto organizado de periódicos (jornais e/ou revistas),

podendo ser uma seção de biblioteca apenas reservada à conservação deste

tipo de material e/ou uma coleção temática de recortes de jornais e revistas.

Sendo este último o caso específico do NUT-Seca e o objeto principal deste

estudo.

Então, foi nessa perspectiva de se trabalhar com ‘partes’ de jornais e

revistas, que se tornou possível evidenciar as dimensões de uma hemeroteca,

do formato impresso ao digital.

Por isso, neste capítulo aborda-se desde os seus aspectos conceituais

aos assuntos correlatos.

5.1 HEMEROTECA: DIMENSÃO IMPRESSA

As hemerotecas, de modo geral, não têm sempre a mesma estrutura,

mas existem algumas características comuns a elas, como o tipo do material

(jornais, revistas e/ou recortes dos mesmos). Sua organização, comumente é

feita por título e assunto, bem como seu armazenamento. Estes são feitos

geralmente em pastas, caixas arquivo ou encadernação, o que em função do

31

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

grande volume acaba por sobrecarregar o espaço físico das bibliotecas ou

centros de documentação. Sua função se destina à conservação das

informações publicadas periodicamente sobre um determinado assunto,

possibilitando assim, o resgate e acesso ao produto informacional que foi

disponibilizado anos atrás.

Segundo Faria (2003, p. 11),

[...] o jornal é também uma fonte primária de informação, espelha muitos valores e se torna assim um instrumento essencial para o pesquisador, pois como apresenta uma análise direta do conteúdo, preenche plenamente seu papel de objeto de comunicação.

Além disso, percebe-se que a pesquisa no âmbito da hemeroteca

possibilita também o resgate do registro da história, possibilitando ao

pesquisador relacionar o passado com o presente, buscando as origens dos

fatos e a refletir sobre as conseqüências daquilo que ocorre dia após dia, em

uma projeção da história para o futuro.

Nesta perspectiva, este estudo buscou como corpus da pesquisa as

partes constituintes de artigos de jornais e revistas existentes no NUT-Seca.

Para tanto, selecionou os que abordassem os movimentos sociais rurais, por

meio dos saques e invasões. Pois, sendo o NUT-Seca um centro de

documentação voltado ao armazenamento de informações relacionadas à

problemática da seca, disponibiliza em sua hemeroteca, uma coleção de

recortes de jornais referentes a esta temática, o que viabilizou a construção de

uma hemeroteca digital sobre saque e invasão como conseqüência do

fenômeno seca.

32

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

5.2 HEMEROTECA: DIMENSÃO DIGITAL

O conceito de Hemeroteca Digital não foge ao atribuído às Hemerotecas

tradicionais. Estas apenas diferem na forma de armazenamento, isto é, há a

troca do padrão físico (tradicional) para o digital. Entretanto, a Hemeroteca

Digital não objetiva tornar-se um banco de dados estático, que se valha tão

somente por reunir uma certa quantidade de textos, onde se colecionam

recortes de jornais e revistas. Ao contrário, pela facilidade do meio de

transmissão, esta pode ser utilizada a qualquer hora, de todos os locais e

simultaneamente por vários usuários.

Essa facilidade no processo de comunicação surge com o crescimento

vertiginoso da Internet, que por se tratar de um conjunto de inúmeras redes de

computadores, conectados entre si, possibilita a troca de informações entre

seus usuários. Atualmente, as informações disponíveis na Internet, estão, em

sua maioria no formato World Wide Web (Web). Segundo Branski (2004, p. 71),

A Web é um sistema baseado em hipertexto, que constitui a capacidade de ligar palavras ou frases de uma página Web a outros recursos da Internet através de links. Quando se clica com o mouse sobre um link, ele remete para outro ponto dentro do mesmo documento, para outra página Web ou mesmo para outro site diferente daquele originalmente acessado.

Esse recurso possibilita interatividade ao seu usuário, permitindo que o

mesmo acesse diversas bases simultaneamente, todas direcionadas aos

assuntos correlatos à sua pesquisa inicial, pois as informações disponíveis

nessas bases estão organizadas de maneira lógica possibilitando a sua

recuperação.

Ao discutir a criação de uma “cultura da Internet” Agre (1997, p. 114)

afirma que,

33

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

[...] ao se pensar nas maneiras culturalmente apropriadas de usar tecnologias como a Internet, o melhor do ponto de partida são as pessoas – comunidades coerentes de pessoas e as maneiras como elas pensam em conjunto.

Nessa perspectiva, pode-se destacar também a concepção da

professora Solange Puntel Mostafa (2005)8 sobre “ambiente aprendiz”. Nesta,

ela caracteriza esse ambiente a partir da sala de aula ao mundo do trabalho,

bem como a sua nova forma de se trabalhar, ou seja, em linha. Desse modo,

afirma também que esta nova forma de produção permite “conexão,

velocidade, fluxos, arranjos, posição, negação e superação”. E, isto caracteriza

sobremaneira esse novo cenário, bem como este próprio trabalho. Pois, a

necessidade incessante de buscar o novo, agenciar novas formas e promover

mais conectividade, faz a diferença nessa arena informativa, onde a produção

do novo está associada à multiplicidade, atualidade, virtualidade e ação

comunicativa.

E, ainda, torna-se fundamental destacar que a biblioteca digital,

enquanto espaço privilegiado para fomentar a educação, o desenvolvimento

científico e tecnológico, é citado por Ferreira (1997, p. 48) da seguinte forma:

[...] as novas tecnologias, as infovias, a globalização, o acesso à informação sem fronteiras e à produção reconceituada como conhecimento exigem um novo comportamento centrado na competitividade/cooperação na qualidade e no aprendizado. Esse novo comportamento repousa sobre a informação, fator básico do “setor conhecimento” da economia. Nesse contexto, os centros de documentação e [...] bibliotecas são componentes econômicos essenciais.

Com isso, a sociedade atual exige, cada vez mais, o uso de

padronização para qualquer tipo de atividade, principalmente, quando se trata

do fornecimento de produtos e serviços de informação. Nesse sentido, esta

8 Exposição oral feita durante o 41º Congresso de Educação Médica, realizado em Natal, nos dias 27 e 28 out. 2005, durante a Mesa Redonda: Unidade de Informação como Ambiente Aprendiz (Fórum da RAEM).

34

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

temática foi escolhida com a intenção de iniciar um trabalho de tratamento

documental em outro formato e em caráter experimental, pois trabalhou apenas

alguns artigos de periódicos impressos do NUT-Seca. Estes são considerados

de extrema relevância para compreensão dos movimentos sociais supracitados

e, ainda, como uma das formas mais rápidas de divulgação em rede, dessas

informações.

Entretanto, ao se fazer uma incursão pela literatura sobre hemeroteca

digital identificou-se a escassez de estudos teóricos nacionais sobre essa área.

Por isso, um dos maiores desafios passou a ser o referencial teórico, o tempo

exíguo e a metodologia que subsidiou todo este trabalho, conforme pode ser

vista a seguir.

35

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

6 METODOLOGIA

Os primeiros procedimentos metodológicos adotados neste estudo

dizem respeito ao desenvolvimento da pesquisa bibliográfica e a coleta de

dados. Em seguida serão apresentados as etapas que constituíram todo este

trabalho.

6.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo privilegia a constituição de uma hemeroteca digital a partir

de textos de periódicos impressos (jornais e revista), em especial, fragmentos

de periódicos do acervo do NUT-Seca, da UFRN. Este trabalho é considerado

de caráter teórico-prático e, ainda, experimental e foi realizado no período de

setembro a novembro de 2005.

Segundo Ferrari (1982, p. 186), o “projeto experimental pode visar, como

problema da pesquisa, um setor de uma atividade, instituição, sistema,

determinado grupo [...] ou um ‘projeto de pesquisa de aprendizagem’”.

Por isso, o processo de desenvolvimento desta pesquisa foi, de modo

geral, um grande aprendizado e realizou-se no contexto da BCZM. Isto se deu

em função da necessidade de se fazer uso dos recursos de representação

documentária, bem como das TIC’s disponíveis nessa unidade de informação.

Isto porque, o aporte técnico e o tecnológico existente na BCZM permitiram a

digitalização, o tratamento das imagens, o design para apresentação on line, o

tratamento técnico bibliográfico e, ainda, o armazenamento dos artigos

digitalizados.

Para tanto, tornou-se necessário também o uso do método

observacional (observações sistemáticas diretas ou indiretas). E, ainda, o

experimental a partir da realidade existente na BCZM, decorrente do trabalho

desenvolvido no seu sistema automatizado.

36

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

O sentido exploratório citado anteriormente se justifica em função de que

o processo de trabalho adotado para a criação dessa hemeroteca fez uso do

Sistema de Gerenciamento Bibliográfico ALEPH, associado ao formato

condensado para dados bibliográficos – Machine Readable Cataloging Format

(MARC) 21.

A partir da planilha de publicações seriadas do ALEPH, foi possível a

inclusão dos dados bibliográficos das partes da revista e jornais impressos do

estudo em pauta. Esta cooperação e a possibilidade de compartilhamento de

informações, permitiu a criação desse repositório institucional digital.

Do ponto de vista do desenvolvimento da pesquisa, segundo Raw (2005,

p.15) esta “não é uma atividade individual, mas de um grupo que trabalha

harmonicamente”.

Nesta perspectiva, este estudo foi realizado dessa forma e a partir da

coleta de dados junto ao NUT-Seca, enquanto todo o seu desenvolvimento foi

feito na BCZM. Cabe enfatizar, que nesse centro de documentação existe uma

vasta documentação sobre seca, principalmente, de artigos de jornais

impressos sobre a referida temática. Neste, existe também esses tipos de

artigos sobre saque e invasão. Com isto, tornou-se possível à coleta, seleção,

processamento, armazenamento e difusão dessas informações na Internet.

Anteriormente, afirmou-se sobre a escassez da literatura sobre esse tipo

de hemeroteca e, conseqüentemente, de metodologias disponíveis para a sua

construção. Apesar disso, buscou-se identificar na literatura, bem como no

âmbito de outras unidades de informação, alguns parâmetros que norteassem

o processo metodológico deste estudo. Então, diante da quase inexistência de

aparato teórico-prático para consecução dos objetivos propostos, buscou-se

então, fazer uso de tecnologias de informação e de linguagens de

representação que viabilizassem a constituição dessa hemeroteca.

Diante disso, cabe ressaltar, que a metodologia adotada partiu

inicialmente da pesquisa bibliográfica e, em seguida, a delimitação do universo

da pesquisa e a sua respectiva amostragem.

37

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

6.2 UNIVERSO DA PESQUISA

O universo da pesquisa foi constituído de 94 textos jornalísticos

impressos coletados em jornais e em uma revista, em especial, em periódicos

editados no Estado do Rio Grande do Norte, ou seja, Tribuna do Norte, Diário

de Natal, O Poti, A República e o Diário de Natal Católica. Além desses,

destaca-se o grande manancial de informação sobre a temática em discussão

publicado no Jornal do Brasil, O Norte, Diário de Pernambuco, O Globo, Folha

de São Paulo e Revista Veja. Essa documentação compreende o período de

1925 - 2005.

Cabe enfatizar que todo o material informacional que subsidiou e

constituiu o universo dessa pesquisa faz parte do acervo documental do NUT-

Seca.

No tocante, à operacionalização desta pesquisa, foi no contexto da

Divisão de Processos Técnicos (DPT) e do Centro de Processamento de

Dados (CPD) da BCZM onde foi realizada a maior parte do seu

desenvolvimento prático.

6.3 COLETA DE DADOS

O processo de coleta de dados foi feito diretamente no NUT-Seca, no

período de setembro a outubro de 2005. O funcionário responsável e instruído

sobre os mecanismos de busca desse material facilitou a realização dessa

coleta.

A amostragem deste estudo foi constituída de 94 artigos, conforme

mencionado anteriormente. Estes foram disponibilizados pelo NUT-Seca para o

estudo experimental, que envolveu todo seu tratamento documental, ou seja,

da representação à digitalização.

38

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

O fato do tempo para execução e conclusão deste trabalho ser exíguo,

procurou-se então trabalhar com toda a parte primeira dessa documentação.

Esta, autorizada pelo referido núcleo, para o desenvolvimento do mesmo, uma

vez que foi considerada bastante significativa para um estudo piloto.

Isto dispensou um modelo estatístico para obtenção da sua amostra. O

período de abrangência dessas publicações trabalhadas foi de 1925 a 2005.

Nesse contexto é importante mencionar que o processo de seleção

dessa massa documental foi feito de acordo com o número de artigos dos

respectivos periódicos e da primeira parte disponível para essa fase inicial do

estudo.

Cabe ressaltar, que este universo da pesquisa é representado conforme

quadro abaixo:

QUADRO 2 – DISTRIBUIÇÃO DA QUANTIDADE DE ARTIGOS E SEUS RESPECTIVOS PERIÓDICOS DE ORIGEM.

PERIÓDICO DÉCADA / ARTIGOS1921-30 1931-40 1941-50 1951-60 1961-70 1971-80 1981-90 1991-00 2000-05

Diário de Natal - - - - - - 04 08 -

Tribuna do Norte - - - - - 01 10 25 -

O Poti - - - - - - - 01 01

Diário de Natal Católica 01 - - - - - - - -

A República - - 01 - - 01 - - -

O Norte - - - - - 02 - - -

Diário de Pernambuco - - - - - - 03 - -

O Globo - - - - - - 02 - -

Folha de São Paulo - - - - - - 16 01 -

Jornal do Brasil - - - - - - 11 03 -

Veja - - - - - - 03 - -

TOTAL 01 - 01 - - 04 49 38 01

TOTAL GERAL 94

Fonte: Própria autora.

6.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

A identificação do material informacional para realização deste trabalho,

bem como a sua localização, seleção e tratamento permitiram o processo de

análise.

O período para execução dessas atividades foi cumprido conforme o

cronograma existente no projeto que deu origem a este estudo. Então, para o

seu desenvolvimento prático foram utilizadas técnicas e métodos

observacionais para obtenção direta dos dados empíricos.

O início do processamento do material mencionado se deu no mês de

outubro através da sua digitalização no contexto do CPD/BCZM.

Após os dois primeiros procedimentos acima citados procurou-se

discutir, inicialmente, alguns parâmetros que delimitariam o âmbito de

aplicabilidade do ALEPH ao texto jornalístico impresso, bem como a esse

suporte informacional – a hemeroteca digital.

Em seguida, identificaram-se através da observação direta, as

similitudes e as diferenças operatórias do sistema ALEPH para a adequação do

tipo de texto escolhido, ou seja, parte do texto jornalístico impresso e o de

revista. Com a identificação de um campo que permitisse a inserção e

visibilidade do titulo do periódico, ou seja, o 773 do formato MARC 21. Tornou-

se possível, através desse campo – Entrada Analítica – a inclusão desse dado.

Nesse processo de construção do objeto em questão, a - hemeroteca

digital -, fez-se necessário à atuação direta de pelo menos três sujeitos da

pesquisa no momento inicial desta, isto é, o autor conteudista9 (a autora) e o da

tecnologia de hipertexto (bibliotecário e informático). Estes últimos, por sua vez,

se configuraram como atores coadjuvantes envolvidos na discussão para

elaboração dessa metodologia, uma vez que contribuíram sobremaneira na

orientação para o presente estudo. Isto se justifica em função do saber

consolidado dessa equipe, pois este saber é inerente às atividades de

9 CAMPOS, Maria Luiza de Almeida; SOUZA, Rosali Fernandez de.; CAMPOS, Maria Luiza Machado. Organização de unidades de conhecimento em hiperdocumentos: o modelo conceitual como espaço comunicacional para a realização da autoria. Ciência da Informação, v. 32, n. 2, p. 7 – 16, maio / ago. 2003.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

processamento, armazenamento e difusão das informações, através do

sistema ALEPH existente na BCZM.

Isto posto, a autora partiu para a digitalização de todos os textos que

constituíram o universo da pesquisa. Em seguida, buscou a compreensão da

estruturação do ALEPH, uma vez que este sistema em sua estrutura é dotado

de muitas planilhas, pois se adequa a diversos tipos de materiais

informacionais.

A observação empírica sobre esse sistema, ocorreu durante o estágio

supervisionado da mesma. Esta partiu juntamente com profissionais da

informação – bibliotecário e informático – da BCZM para a identificação e

adequações na planilha de publicações seriadas que fossem compatíveis a

uma hemeroteca digital. Somente com isto, tornou-se possível todo o

processamento, o armazenamento e a disponibilização dessas informações no

ALEPH, para a posteriori a sua difusão, na teia mundial Web.

Portanto, a adaptação de uma planilha no ALEPH para parte do texto

jornalístico e de revista, com fins de atender o objetivo proposto, se deu a partir

da sua planilha de publicações seriadas. Isso possibilitou também o êxito deste

estudo.

Nesse sentido, essa metodologia serviu como um dos instrumentos que

garantiu a produção dessa hemeroteca, por meio de todos os seus

procedimentos, dentre os quais, o uso de uma padronização para a criação dos

registros bibliográficos, conforme o formato MARC 21, que se apresenta como

uma das facetas do Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED). Desse

modo é fundamental destacar o papel do GED neste trabalho.

Sendo o GED concebido como uma tecnologia empregada no

tratamento, armazenamento e recuperação tanto de documentos com formato

original impresso, quanto de documentos produzidos já no formato eletrônico.

Segundo Avedon (c1999, p. 3),

[...] o GED é uma técnica, um sistema, uma metodologia para o tratamento e o processamento automatizados de documentos em

41

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

papel [...]. Embora sejam convertidas em formato eletrônico, essas informações podem ser recuperadas sob solicitação [...].

Esses procedimentos apontam para a estrutura do trabalho e, por

conseguinte, facilitam a compreensão de todo o processo a que se propôs esta

pesquisa.

Assim, o uso dos dados gerados a partir desse material informacional

será disponibilizado nesse novo ambiente digital, ou seja, a hemeroteca sobre

Saque e Invasão.

Portanto, os procedimentos metodológicos aqui expostos foram

estabelecidos e executados. Em seguida, serão apresentados dois quadros

com as ferramentas metodológicas, tanto de informática, quanto de caráter de

representação do conteúdo informacional dos documentos. Estas, por sua vez,

viabilizaram parte da construção da referida hemeroteca, tais como:

QUADRO 3 – FERRAMENTAS METODOLÓGICAS DE INFORMÁTICA

FERRAMENTAS / TIC’s DESCRIÇÃO

Computador Pentium III + 1.81 GHz, 256 MB de RAM.

Scanner BENQ – SZW 4.300V

Monitor Colorido SVGA 800X600 256 cores.

Sistema operacional Windows 98 ou superior.

Internet Explorer Versão 5 ou similar.

Software Adobe Acrobat Reader 6.0

ALEPH Sistema de gerenciamento bibliográfico.

Fonte: Própria autora.

No quadro abaixo, o propósito da categorização de outros instrumentos

de natureza metodológica foi o de apontar a importância de algumas

Linguagens Documentárias (LD) no processo de representação do conteúdo

informacional de documentos. Nesse sentido, o instrumento de

42

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

representação/indexação que predominou neste estudo foi a tabela de

Classificação Decimal Universal. Em relação ao processo de indexação do

material tratado, o vocabulário controlado foi também importante para o

processo de representação.

Com isso, uma outra gama de instrumentos metodológicos e, ainda,

representacionais serviu também de suporte para a criação dessa hemeroteca,

como pode ser visto a seguir:

QUADRO 4 – FERRAMENTAS METODOLÓGICAS DE REPRESENTAÇÃO

LINGUAGEM DE REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO

Formato MARC 21 Padroniza a representação descritiva

automatizada dos acervos bibliográficos.Classificação Decimal Universal - CDU Sistema de conceitos hierarquicamente

estruturados em grandes classes.Vocabulário Controlado Linguagem Documentária.

AACR² Código de catalogação.

FONTE: Própria autora.

Posto os quadros que caracterizam parte dos recursos metodológicos

para este processo investigativo, tornou-se fundamental se refletir, sobre a

importância de uma linguagem de representação para padronização de

produtos e serviços de informação, como no estudo em discussão.

Pois, para Ferreira (2000, p. i),

O formato bibliográfico Machine Readable Cataloging Format (MARC) desenvolvido e mantido pela US Library of Congress (Biblioteca do Congresso Norte Americano) padroniza a representação descritiva automatizada dos acervos bibliográficos, e tem sido considerado um padrão a nível internacional.

43

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

Nesse sentido, cabe destacar o papel preponderante também das TIC’s

e das LD’s utilizadas e associadas à representação de dados bibliográficos, por

meio do padrão MARC 21, com vistas à sua integração na rede mundial de

informação.

Portanto, foi por meio desses novos ambientes tecnológicos que este

estudo foi fortalecido tornando possível todo o seu processo de construção.

Assim sendo, os procedimentos específicos no sistema ALEPH que foram

adotados no processo de constituição deste estudo, foram os seguintes:

Para montagem da Base de Dados sobre Saque e Invasão, utilizou-se a

Planilha de Publicações Seriadas, salientando que a mesma necessitou de

modificações para que se adequasse à estrutura textual do artigo de periódico,

conforme pode ser verificado nas Figuras 1 e 2.

44

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

FIGURA 1 – PLANILHA DE PUBLICAÇÕES SERIADAS (SEM PREENCHIMENTO DOS CAMPOS)

45

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

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FIGURA 2 – PLANILHA DE PUBLICAÇÕES SERIADAS (COM PREENCHIMENTO DOS CAMPOS)

No sentido de facilitar a recuperação da informação impressa existente

no NUT-Seca, foi necessário a criação de um sistema de classificação próprio,

haja vista que o referido Núcleo não adota um sistema de classificação

hierarquicamente estruturado.

Com o propósito de permitir o armazenamento dos dados, inicialmente

destacou-se o campo 090 – Número de Chamada Local – onde percebe-se na

figura acima a seguinte informação: 1.1.1.45. Neste campo, o primeiro número

corresponde a numeração da estante, o segundo refere-se a numeração da

prateleira, o terceiro numeração da caixa e o quarto numeração do artigo. Com

isso, lê-se como número de chamada: Estante 1, Prateleira 1, Caixa 1, Artigo

45. Esta simbologia esta atrelada à localização no arquivo físico.

Após o preenchimento da Planilha de Publicações Seriadas, fez-se

necessário a atribuição de um item ao registro gerado no Sistema ALEPH,

como poderá ser observado nas Figuras 3, 4 e 5.

46

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

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FIGURA 3 – PLANILHA PARA ATRIBUIÇÃO DE ITEM AO REGISTRO (SEM PREENCHIMENTO)

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

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FIGURA 4 – PLANILHA PARA ATRIBUIÇÃO DE ITEM AO REGISTRO (COM PREENCHIMENTO)

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

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FIGURA 5 – PLANILHA COM ITEM ATRIBUÍDO AO REGISTRO

Em destaque na planilha, percebe-se a atribuição do item e de seu

código de barras correspondente, neste caso ao J000045.

Após a conclusão desta etapa do estudo, passa-se então à

apresentação dos resultados e discussão.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os primeiros resultados apontam para a sistematização de 95 artigos

que constituem este estudo piloto, ou seja, de uma hemeroteca digital temática.

A associação do sistema ALEPH com o formato MARC 21 possibilitou

adaptação da planilha de publicações seriadas para registros bibliográficos dos

artigos de jornais e revista em discussão. A proposta de utilização desse

formato nesse processo de criação da referida hemeroteca justificou-se pelo

fato desse ser dotado de um padrão internacional e, ainda, compatível com

esse sistema para dados bibliográficos, o ALEPH. Além disso, este permite a

geração de produtos e serviços de informação com qualidade, bem como a

cooperação e o compartilhamento do trabalho documentário.

Esse material informacional ficará disponível por meio de dois arquivos,

um físico e um digital. O arquivo físico está disponível no próprio NUT-Seca,

enquanto que o digital está armazenado no banco de dados do Sistema

Bibliográfico ALEPH, do Sistema de Bibliotecas da UFRN. Através deste se

poderá ter acesso nos seguintes endereços: site da BCZM:

(http://www.bczm.ufrn.br) e do NUT-Seca (http://www.nutseca.ufrn.br).

Os procedimentos práticos utilizados para se tratar tecnicamente essa

massa documental foram os seguintes:

a) digitalização de todos os textos;

b) tratamento das imagens;

c) design final para apresentação on line;

d) tratamento técnico bibliográfico no formato MARC 21;

e) inserção dos artigos digitalizados nessa base.

O formato MARC 21 enquanto recurso disponível no sistema ALEPH

permitiu o armazenamento das informações de modo seqüencial e

hierarquizado.

50

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

Assim, a base de dados constituída para a criação dessa Hemeroteca,

permanecerá na sua integridade. Com isso, poderá ser acessada por meio do

Catálogo on line da BCZM, uma vez que, foi acrescentado um link para um

item correspondente ao registro bibliográfico. Este possibilitou a visibilidade e,

ainda, a recuperação do texto na íntegra. Logo, ao se clicar nesse link o

usuário terá acesso de imediato ao texto completo. Isto implica que não

havendo necessidade de reformular sua pesquisa no Catálogo on line, obter-

se-á assim uma resposta mais ágil e eficaz para sua pesquisa. Para se obter

resposta no momento de se visualizar o texto completo, faz-se necessário

apenas um computador com acesso à Internet. Portanto, tudo isto possibilitou a

armazenagem. a preservação no formato digital dessa documentação, bem

como a sua difusão e o uso de mecanismos de navegação na Web..

Ao se ter a noção básica de que o usuário ao buscar informação deve

estar bem orientado e ser capaz de navegar com segurança pelas “infovias”,

procurou-se montar uma fonte de informação que privilegiasse os seguintes

aspectos:

a) disponibilização da informação, independentemente, do local onde o

usuário se encontra;

b) agilidade para a obtenção dessa informação;

c) o uso simultâneo da mesma informação por vários usuários;

d) a preservação dos documentos originais, por meio digital.

Assim sendo, este estudo tornou-se possível a partir da sistematização

de informações, ou seja: coleta, seleção, processamento e armazenamento

dessas, bem como a sua difusão no ambiente virtual, conseqüentemente, no

global, através da rede Web. A partir disso, duas formas de pesquisa podem

ser realizadas, por meio tanto do Catálogo on line da BCZM, quanto por meio

de um link no site do NUT-Seca, anteriormente citado. Pois, quanto maior a

acessibilidade e usabilidade de informações sobre saque e invasão, maior será

a compreensão dos movimentos sociais decorrentes da seca, em especial, no

nordeste brasileiro.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As questões da informação e da interatividade nos meios digitais têm se

tornado extremamente importantes na sociedade atual. Isto, porque tem

possibilitado uma maior ação comunicativa em caráter global.

Por isso, a escolha por um tema que privilegiasse a ação comunicativa

entre todos os povos, em especial, de um estudo que desse visibilidade ao

fenômeno da seca e as suas conseqüências, por exemplo saques e invasões.

Cabe ressaltar, que esses movimentos sociais supracitados, em geral,

são organizados pelo homem do campo. Então, ao considerar a importância da

temática e a existência de uma gama informacional sobre esses movimentos

no NUT-Seca, foi possível viabilizar o presente trabalho.

Do ponto de vista digital, essa hemeroteca enquanto estudo

experimental se constitui de apenas 94 artigos de textos jornalísticos e de uma

revista. Apesar dessa pequena amostra, essa hemeroteca permitirá uma

interatividade em grande escala de uma parte desse acervo, uma vez que

existe o compromisso e expectativa por parte da pesquisadora em concluir o

tratamento desta coleção.

Para a operacionalização desta primeira etapa, que caracterizou a fase

experimental, tornou-se imperativo o trabalho articulado entre três segmentos:

o NUT-Seca, o Departamento de Biblioteconomia (DEBIB) e a BCZM, uma vez

que esta última possibilitou através das TIC’s e outras ferramentas

metodológicas, o resultado da proposta de estudo.

Por isso, é de fundamental importância enfatizar também que o eixo de

condução do processo de desenvolvimento dessa cooperação técnica teve

como elemento propulsor essas duas unidades de informação: o NUT-Seca e a

BCZM.

Outrossim, por meio de ações políticas dessas duas unidades - a

integração técnica dos agentes da pesquisa envolvidos nesse processo de

criação e a infra-estrutura tecnológica e computacional disponível no CPD e na

52

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

DPT, estes últimos da BCZM, tornou possível expressar mais uma ação

concreta em prol da co-gestão da informação, do nível local para o global.

Então, a partir disso, a estruturação de uma fonte de informação sobre a

temática Saque e Invasão tornar-se-á de acesso público e de forma

democrática, pois o objetivo principal desta pesquisa foi o de potencializar a

acessibilidade e usabilidade dessas informações, através da interatividade.

Outro fator que cabe ser mencionado ainda nesse processo foi à

capacitação dos atores para com as novas ferramentas tecnológicas usadas

durante esta pesquisa. Isto contribuiu sobremaneira para um processo de

aprendizagem coletiva. Outrossim, o esforço contínuo para conclusão deste

trabalho em relação ao tempo!

Portanto, o ponto focal deste estudo foi prover valor para a informação

armazenada no NUT-Seca, na área de Saque e Invasão, por meio da sua

acessibilidade, uma vez que é de fundamental importância favorecer o

conhecimento dessas conseqüências sócio-econômicas provocadas pelo

fenômeno da seca.

Esta hemeroteca, por conseguinte, está disponível na home page da

BCZM e do NUT-Seca, através do link Hemeroteca. Isto se justifica pelo fato do

NUT-Seca ainda não ter as tecnologias de informação compatíveis para a

construção e armazenamento desse suporte informacional.

Assim, este trabalho ao ser fortalecido por TIC’s, tornou-se possível,

apesar do tempo exíguo para sua consecução. O seu maior desafio foi tornar

essa massa documental, disponível em formato digital, em apenas três meses.

Mas, apesar de tudo isso, a vontade de “querer-fazer” permitiu essa

contribuição à área, através da ativação/inclusão de um campo que permitisse

a visibilidade do artigo de jornal, em parte, no sistema ALEPH, por meio do

campo 773 do formato MARC 21 no catálogo on line da BCZM.

Entretanto, o conhecimento técnico adquirido no Curso de

Biblioteconomia, o conhecimento prévio da estrutura do sistema ALEPH, este

último, adquirido durante o processo de ensino-aprendizagem enquanto

bolsista de apoio técnico e estagiária curricular na BCZM. Tudo isso permitiu o

53

Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digital

Juliana Buse de Oliveira

manuseio com as tecnologias de informação e outros instrumentos

metodológicos utilizados neste estudo. Estes, por sua vez, foram fatores

fundamentais para garantir um resultado concreto.

Assim sendo, acredita-se que este estudo piloto seja apenas o início de

construção de um novo modelo de suporte para geração, armazenamento,

preservação, difusão e transferência de informações jornalísticas do NUT-

Seca. E, ainda, que o mesmo seja avaliado continuamente na perspectiva de

ampliar a acessibilidade e a usabilidade dessas informações, o que permitirá

maior interatividade com a sociedade. Pois, a Internet ao ser considerada um

espaço muito utilizado no processo de difusão da informação, há cada vez

mais por parte dos pesquisadores anseios quanto ao uso dos seus produtos e

serviços eletrônicos.

De modo geral, este trabalho procurou identificar recursos técnico-

científicos que se adaptassem ao processo de preservação e uso de

informações específicas. Nesse sentido, atender determinadas necessidades

de informação de uma comunidade, uma vez que estas necessidades são

consideradas elemento causal para promover o conceito de serviço de

referência. Diante disso, pode-se afirmar que a disponibilização dessa

hemeroteca na Internet torna-se um relevante serviço de referência, para essa

área do conhecimento.

Desta forma, esta pesquisa foi impelida a procurar novas ferramentas

tecnológicas que dessem ao pesquisador uma maior abrangência no processo

de busca e recuperação de informações nessa área. Esta, ao ser feita, permitiu

o acesso ao texto integral em formato digital.

Portanto, a contribuição deste estudo foi a criação dessa hemeroteca,

que fará uso da rede de computadores como meio de integração dessas

informações sobre Saque e Invasão, em seu novo ambiente de informação, ou

seja, na rede Web. Por isso, converge para a rede mundial como fonte de

informação digital, permitindo assim a extensão da comunicação nessa área do

saber, uma vez que se tornará um espaço interativo entre os diversos usuários

dessa ambiência informacional.

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Hemeroteca sobre saques e invasões: do impresso ao digitalJuliana Buse de Oliveira

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